O Livro Infantil e Juvenil Paulo Verano Aula 9

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O LIVRO INFANTIL E JUVENIL: Paulo Verano

1. A AFIRMAÇÃO ESTÉTICA DA IMAGEM


2. A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO 14 out. 2020
3. PANORAMA DE ILUSTRADORES BRASILEIROS:
EXPLORAÇÃO DE IMAGENS CJE, ECA, USP
A AULA DE HOJE (14/10)
1. Retomada de conversa sobre Conta Pra Mim.
2. Conversa sobre trabalhos. Intermediário e Final.
3. A Crítica e o Livro Ilustrado.
A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO
Referência bibliográfica:
HUNT, Peter. Crítica, teoria e literatura infantil.
São Paulo, Cosac Naify, 2014.
A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO
▪ Diferenciação entre livro com ilustração e livro ilustrado.
▪ Distinção em grande parte organizacional.
▪ A ilustração altera o modo como lemos o texto verbal.
▪ A ilustração tida como parte “menos importante” no livro.
▪ “O verdadeiro motivo de os livros ilustrados obterem tratamento tão sintético
nas resenhas não é por serem considerados deficientes a partir de uma
avaliação séria, mas por serem todos considerados a parte menos importante do
universo do livro.” Celia Berridge, ilustradora (HUNT, 2010).
▪ Prêmio Jabuti começa a premiar ilustrações em ... 1992!
A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO
▪ A complexidade da interação entre significado da imagem e significado do
texto e o que essa interação possibilita é a maior descoberta da narração do
século XX: o contraponto. (Philip Pullman in HUNT, 2010)
▪ Está envolvido no livro ilustrado um tipo diferente de visualização, o da
simultaneidade. (Cinema, quadrinhos)
▪ O livro ilustrado explora essa relação complexa: as palavras podem aumentar,
contradizer, expandir, ecoar ou interpretar as imagens.
▪ O livro ilustrado pode cruzar o limite entre o mundo verbal e o mundo não
verbal.
▪ Uma página em um livro ilustrado é um ícone para ser contemplado, narrado,
explicado, decifrado.
A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO
▪ “A página do livro ilustrado guarda a história até que haja uma narração.”
(Margaret Meek, escritora, in HUNT, 2010)
▪ O livro ilustrado pode desenvolver a diferença entre ler palavras e ler imagens.
▪ O livro ilustrado não é limitado por sequência linear, mas pode orquestrar o
movimento dos olhos.
▪ O livro ilustrado lida com a realidade sob dois argumentos: o visual e o verbal.
▪ Tipos de ilustração: mútuo reforço, contraponto, antecipação, expansão.
▪ Livros ilustrados não são simples coleções de imagens.
▪ “A arte do livro ilustrado reside nas interações entre a ilustração e o texto.”
(Nicholas Tucker in HUNT, 2010).
A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO
▪ O livro ilustrado também pode fixar as palavras numa interpretação restritiva.
▪ “Um dos papéis das imagens em um livro ilustrado é realçar o significado de uma
história ilustrando as palavras.” (Brian Alderson in HUNT, 2010)
▪ Os bons artistas do livro ilustrado vão além disso, graças à invenção e ao
desenvolvimento de material adicional de história.
▪ “Eu conheço as proporções do corpo de uma criança. Mas estou tentando
desenhar o modo como as crianças se sentem, ou melhor, o modo como imagino que
elas se sintam.” (Maurice Sendak in HUNT, 2010)
▪ A linearidade é uma característica do texto verbal, mas nem sempre das imagens.
Forçar as imagens para entrar no mesmo molde que as palavras parece
potencialmente improdutivo, exceto em termos de estabelecimento de convenções.
A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO
▪ Muitas vezes os livros ilustrados são a primeira introdução da criança à arte e à
literatura.
▪ Dar livros ilustrados estereotipados é abrir o caminho para tudo o que é
estereotipado. Mesmo que as crianças nem sempre apreciem o melhor quando o
veem, elas não terão nenhuma chance de apreciá-lo se não o virem.
▪ “O povo sabe o que quer/ Mas o povo também quer o que não sabe” (Gilberto
Gil, Rep)
▪ O que torna bom um livro ilustrado?
Boa relação positivo-negativo (figura-fundo), princípios claros de organização,
ilustração dinâmica, simetria, equilíbrio e simplicidade.
A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO
▪ O aspecto multimídia do livro ilustrado não é novo. O escritor sagaz nos anos
1920 [Beatrix Potter] reserva adjetivos para as ilustrações, onde inúmeros
pequenos aspectos, alguns deles sofisticados, podem ser destacados. (Margery
Fischer in HUNT, 2010)
▪ O livro-imagem, sem palavras, pode fornecer um hiato que necessita de
inteligência e da imaginação para ser preenchido.
▪ O conceito de “palavras-porque-precisa-haver-palavras” é tão limitador quanto
uma ilustração prosaica.
▪ Coerência no uso do texto e no uso da imagem.
▪ Palavras e imagens devem atuar em conjunto.
A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO
▪ Expandir as fronteiras na tentativa de explorar as possibilidades do livro
ilustrado nos aproxima do conceito de livro como jogo.
▪ Os livros que se valem da forma continuam a ser minoria.
▪ “Os livros ilustrados possuem ritmos singulares, convenções singulares de forma e
estrutura, um corpo singular de técnicas narrativas.” (Perry Nodelman in HUNT,
2010)
▪ Tanto a crítica como a editoração precisam atentar mais para esse fato.
A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO
Referência bibliográfica:
SALISBURG, Martin e STYLES, Morag. Livro
ilustrado infantil: a arte da narrativa visual. São
Paulo, Rosari, 2013.
A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO
▪ A leitura como preenchimento de lacunas entre texto e ilustração.
▪ O contraponto: texto e imagem contam histórias diferentes. (“O potencial que a
relação entre texto e imagens tem para mostrar coisas diferentes, acontecendo ao
mesmo tempo.” PHILIP PULLMAN in SALISBURY & STYLES, 2013)
▪ Texto e ilustração como “dueto” com autonomia e interdependência.
▪ O livro-imagem ou livro silencioso. A importância de um grande planejamento.
▪ O texto pictórico. O texto transformado em ilustração.
A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO
Referência bibliográfica:
VAN DER LINDEN, Sophie. Para ler o livro
ilustrado. São Paulo, Sesi Editora, 2018.
A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO
▪ Livros com ilustração. Texto é predominante.
▪ Primeira leituras. A meio termo entre o livro ilustrado e o romance.
▪ Livros ilustrados. Imagem é preponderante em relação ao texto. Álbuns.
▪ História em quadrinhos. Articulação de “imagens solidárias”.
▪ Livros pop-up. Tridimensionalidade.
▪ Livros-brinquedo ou livros-jogo. A meio termo entre o livro e a brincadeira.
▪ Livros interativos. O livro como suporte para outras atividades.
▪ Livros imaginativos (“imagiers”). Organização material e funcional indissociáveis.
▪ Tipologia impossível. No livro ilustrado, a hibridez é cada vez maior.
A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO
▪ O livro ilustrado como forma de expressão que abarca vários gêneros.
▪ A questão da faixa etária.
▪ A ilustração e a reprodução. Impeditivos técnicos.
▪ As técnicas de ilustração são, cada vez mais, ilimitadas.

Status de imagens:
▪ Imagens isoladas.
▪ Imagens sequenciais.
▪ Imagens associadas.
A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO
▪ Crescente apelo da materialidade. O formato do livro como parte da narrativa.
▪ O livro tátil.
▪ O livro cartonado.
▪ O livro vertical.
▪ O livro horizontal.
▪ O livro quadrado.
▪ Os livros de formatos diferentes.
▪ O livro sanfonado.
▪ Os livros de grande e pequeno formato.
A CRÍTICA E O LIVRO ILUSTRADO
▪ “O livro ilustrado é o espaço de todas as possibilidades.”
▪ A página dupla.
▪ A dobra.
Diagramação:
▪ Dissociação. Imagem ocupa espaço nobre em relação ao texto, que permanecem
apartados.
▪ Associação. Textos e imagens estão associados, com destaque à imagem.
▪ Compartimentação. Diagramação próxima aos quadrinhos.
▪ Conjunção. Articulação sem hierarquia entre textos e imagens.
PANORAMA DE ILUSTRADORES
CLÁSSICOS: EXPLORAÇÃO DE IMAGENS
Gustave Doré
John Tenniel
Beatrix Potter
Jean de
Brunhoff
Maurice Sendak
Sempé
Quentin Blake
Tomi Ungerer
Bruno Munari
Jutta Bauer
Suzy Lee
Albertine
Dave McKean
PANORAMA DE ILUSTRADORES
BRASILEIROS: EXPLORAÇÃO DE IMAGENS
Belmonte
Nino
Augustus
Ziraldo
Ziraldo
Juarez Machado
Eliardo França
Alcy
Michelle Iacocca
Eva Furnari
Angela Lago
Marilda Castanho
Nelson Cruz
Ciça Fittipaldi
Fernando Vilela
Alex Rampazo
Jean-Claude Alphen
Renato Moriconi
Roger Mello
Odilon Moraes
A AFIRMAÇÃO ESTÉTICA DA IMAGEM
▪ https://www.ilustrafestival.com.br/
▪ http://sib.org.br
▪ http://www.bookfair.bolognafiere.it/en/directory/2018-illustrators-exhibition-
next-stop-your-bookshelf/8729.html
▪ http://www.bookfair.bolognafiere.it/en/bologna-childrens-book-fair-
awards/bop-bologna-prize-best-childrens-publishers-of-the-year/nominations-
2018/2540.html
▪ http://www.ibby.org/awards-activities/awards/hans-christian-andersen-awards
REFERÊNCIAS DE LEITURA
Camargo, Luís. Ilustração do livro Infantil. Belo Horizonte: Lê, 1995.
Hunt, Peter. A crítica e o livro ilustrado. In: Crítica, teoria e literatura infantil. SP: Cosac Naify, 2010; p. 231-
251.
Lee, Suzy A trilogia da margem – O livro- imagem. SP: Cosac Naify, 2012.
Linden, Sophie Van der. Para ler o livro ilustrado. Trad. Dorothée de Bruchard. São Paulo: Cosac Naify, 2011.
Moraes, Odilon, Hanning, Rona, Paraguassu, Mauricio, Traço e prosa – Entrevistas com ilustradores de livros
infantojuvenis, SP: Cosac Naify, 2012.
Nikolajeva, Maria e Scott Carole. Livro ilustrado: Palavras e Imagens. SP: Editora Cosac Naify, 2008.
Oliveira, Rui de. Pelos Jardins Boboli: reflexões sobre a arte de ilustrar livros para crianças e jovens. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
Ramos, Graça. A imagem nos livros infantis: caminhos para ler o texto visual. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
Salisbury, Martin e Styles, Morag. Livro ilustrado infantil: A arte da narrativa visual. São Paulo: Rosari, 2013.
Scott, Carole; Nikolajeva, Maria. Livro ilustrado: palavras e imagens. Trad. Cid. Knipel. São Paulo: Cosac
Naify, 2011.
TRABALHO?

▪ Trabalho 3 (1,5 ponto) – Fazer um relatório de leitura (em grupo), analisando um


texto narrativo para crianças/jovens (autores como Lygia Bojunga Nunes, Clarice
Lispector, Bartolomeu Campos de Queirós, Sylvia Orthof, Marina Colasanti) ou um
livro de poemas infantis (autores como Cecília Meireles/Vinícius de Moraes/ Roseana
Murray/Sérgio Capparelli). Problematizar texto junto com aspectos de edição e
diálogo com as imagens.
ou
▪ Trabalho sobre avaliação de original, também em grupo.

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