Livro 1 - Bibliologia & Pentateuco

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CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


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BIBLIOLOGIA &
PENTATEUCO

ISAIAS B. F. DE SOUZA

ESTE MATERIAL É PRODUZIDO PELO


SEMINÁRIO TEOLÓGICO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS

EDIÇÃO 1 - 2023

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ÍNDICE
DECLARAÇÃO........................................................................004
CREMOS................................................................................005
BIBLIOLOGIA.........................................................................009
PENTATEUCO.........................................................................050
REFERÊNCIAS........................................................................148

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DECLARAÇÃO

É COM ESTIMA QUE APRESENTO O


PRIMEIRO LIVRO DESTA COLEÇÃO DO
CICLO 1 NO CURSO DE TEOLOGIA, AO
MEU CARO(A) ALUNO(A), MANIFESTO
MEUS PARABÉNS A VOCÊ QUE INICIA UM
IMPORTANTE INVESTIMENTO PESSOAL E
ESPIRITUAL, ESTA DEDICAÇÃO PRODUZIRÁ FRUTOS PARA O REINO
DE DEUS, FAÇA BOM USO DESTE MATERIAL.

PASTOR ISAIAS FERREIRA – REITOR DO SEMINAD INTERNACIONAL


WWW.SEMINAD.COM.BR

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Declaração de Fé

•O SEMINAD declara que:


Cremos
1. Na inspiração divina verbal e plenária da Bíblia Sagrada, única
regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão (2 Tm
3.14-17);
2. Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas
distintas que, embora distintas, são iguais em poder, glória e
majestade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; Criador do Universo, de
todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, e, de
maneira especial, os seres humanos, por um ato sobrenatural e
imediato, e não por um processo evolutivo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc
12.29; Gn 1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11);
3. No Senhor Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, plenamente
Deus, plenamente Homem, na concepção e no seu nascimento
virginal, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição
corporal dentre os mortos e em sua ascensão vitoriosa aos céus
como Salvador do mundo (Jo 3.16- 18; Rm 1.3,4; Is 7.14; Mt 1.23; Hb
10.12; Rm 8.34 e At 1.9);
4. No Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade,
consubstancial com o Pai e o Filho, Senhor e Vivificador; que
convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo; que regenera o
pecador; que falou por meio dos profetas e continua guiando o seu

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povo (2 Co 13.13; 2 Co 3.6,17; Rm 8.2; Jo 16.11; Tt 3.5; 2 Pe 1.21 e


Jo 16.13);
5. Na pecaminosidade do homem, que o destituiu da glória de Deus
e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e
redentora de Jesus Cristo podem restaurá-lo a Deus (Rm 3.23; At
3.19);
6. Na necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de Deus
mediante a fé em Jesus Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo
e da Palavra de Deus para tornar o homem aceito no Reino dos Céus
(Jo 3.3-8, Ef 2.8,9);
7. No perdão dos pecados, na salvação plena e na justificação pela
fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43;
Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9);
8. Na Igreja, que é o corpo de Cristo, coluna e firmeza da verdade,
una, santa e universal assembleia dos fiéis remidos de todas as eras
e todos os lugares, chamados do mundo pelo Espírito Santo para
seguir a Cristo e adorar a Deus (1 Co 12.27; Jo 4.23; 1 Tm 3.15; Hb
12.23; Ap 22.17);
9. No batismo bíblico efetuado por imersão em águas, uma só vez,
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, conforme
determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12);
10. Na necessidade e na possibilidade de termos vida santa e
irrepreensível por obra do Espírito Santo, que nos capacita a viver
como fiéis testemunhas de Jesus Cristo (Hb 9.14; 1 Pe 1.15);

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11. No batismo no Espírito Santo, conforme as Escrituras, que nos é


dado por Jesus Cristo, demonstrado pela evidência física do falar em
outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-
7);
12. Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito
Santo à Igreja para sua edificação, conforme sua soberana vontade
para o que for útil (1 Co 12.1-12);
13. Na segunda vinda de Cristo, em duas fases distintas: a primeira
— invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja antes da Grande
Tribulação; a segunda — visível e corporal, com a sua Igreja
glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1 Ts 4.16,
17; 1 Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 1.14);
14. No comparecimento ante o Tribunal de Cristo de todos os
cristãos arrebatados, para receberem a recompensa pelos seus
feitos em favor da causa de Cristo na Terra (2 Co 5.10);
15. No Juízo Final, onde comparecerão todos os ímpios: desde a
Criação até o fim do Milênio; os que morrerem durante o período
milenial e os que, ao final desta época, estiverem vivos. E na
eternidade de tristeza e tormento para os infiéis e vida eterna de
gozo e felicidade para os fiéis de todos os tempos (Mt 25.46; Is 65.20;
Ap 20.11-15; 21.1-4).
16. Cremos, também, que o casamento foi instituído por Deus e
ratificado por nosso Senhor Jesus Cristo como união entre um
homem e uma mulher, nascidos macho e fêmea, respectivamente,
em conformidade com o definido pelo sexo de criação
geneticamente determinado (Gn 2.18; Jo 2.1,2; Gn 2.24; 1.27).

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BIBLIOLOGIA
ESTUDO SISTEMÁTICO DA BÍBLIA

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INTRODUÇÃO DO ESTUDO SISTEMÁTICO


SOBRE A BÍBLIA

1 - INTRODUÇÃO
A introdução bíblica trata do estudo introdutório e
auxilia das Sagradas Escrituras que nos leva a uma melhor
compreensão dos fatos da Bíblia. Um ponto saliente nele é
a história da Bíblia mostrando como ela chegou até nós.
Apesar de ser a Bíblia um livro divino, veio a nós por canais
humanos, manifestando a vontade de Deus através de uma
linguagem humana, para que o homem possa entendê-lo.
Por essa razão, a Bíblia faz alusão a tudo o que é terreno e
humano. Menciona países, montanhas, rios, desertos,
mares, climas, solos, estradas, plantas, produtos, minérios,
comércio, dinheiro, línguas, raças, usos, costumes, culturas,
etc. Isto é, Deus, para fazer-se compreender, vestiu a Bíblia
da nossa linguagem, bem como do nosso modo de
compreender.
O autor da Bíblia é Deus, mas os escritores foram os
homens.

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Certo autor anônimo corretamente declarou: “A Bíblia


é Deus falando ao homem; Deus falando através do
homem; é Deus falando como homem; é Deus falando a
favor do homem; mas é sempre Deus falando!”.

2 - ANTES DE HAVER UMA BÍBLIA


Parece-nos difícil acreditar no mundo não tinha uma
Bíblia. Todavia, durante os primeiros tempos, parece que
não havia uma revelação escrita. Não se registra quaisquer
escritos inspirados antes dos dias de Moisés. Apesar de
haver homens santos naqueles dias primitivos, com os quais
Deus tinha frequentes comunicações verbais, mesmo assim
nós não encontramos escrito que qualquer um deles fosse
inspirado para escrever a Palavra de Deus, ou para colocar
a Palavra de Deus em forma escrita, fê-lo verbalmente, de
uma maneira direta e pessoal, como fez Adão (Gn. 2.16),
com Caim (Gn. 4.6), Noé (Gn. 6.13), Abraão (Gn. 12.1),
Isaque (Gn. 26.21), Jacó (Gn. 28.13) e outro caso encontra-
se no livro de Jó (40.12).
Parece que por este meio verbal, Deus instruiu o
homem concernentemente a muitas leis que depois foram
incorporadas ao Pentateuco. Desde o princípio o homem
possui, sem as Escrituras, o conhecimento de Deus.

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Devemos sempre lembrar, que além de revelações


verbais da parte de Deus, havia outras duas formas de
conhecimento independentes acerca de Deus: a natureza
(ou as obras de Deus) (S1 l9.1-3; Rm. 1.19,20), a
consciência (Rm. 2.14-15), e a história, porém, estas três
testemunhas ou formas de conhecimento eram incompletos,
porque a natureza somente nos ensina que há um Deus,
mas não diz quem é Ele, enquanto que a valiosa dádiva da
consciência pode ser abusada, até o ponto de render-se
inativa (1 Tim 4.2).
Com relação às comunicações verbais, deve-se dizer
que ela só era dirigida a algumas pessoas privilegiadas, que
andavam com Deus, ou a quem Deus tinha uma mensagem
especial. Sem dúvida, havia uma necessidade de uma
revelação mais ampla, clara, e de forma que todos
pudessem receber. Essa revelação teria de ser escrita, tal
como está na Bíblia (1Pe 1.13), que não somente nos conta
que há um Criador, mas que diz quem é Ele e o que Ele
espera de nós.

3 - ORIGEM E SIGNIFICADO DA PALAVRA BÍBLIA


A palavra Bíblia é o plural da palavra grega “biblion”,
nome este dado pelos gregos a um rolo de papiro de
tamanho pequeno (uma folha de papiro era chamada pelos
gregos de “biblos”), portanto, Bíblia é o conjunto de vários

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destes rolos de papiros. Literalmente a palavra Bíblia


significa “coleção de pequenos livros”. É consenso geral
entre os doutos no assunto, que o nome Bíblia foi
primeiramente aplicado às Sagradas Escrituras por João
Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, no século IV.
Devido à sua unidade, apesar da palavra Bíblia ser um
plural, ela passa a ser singular, significando o LIVRO, isto é,
o LIVRO dos livros ou O LIVRO por excelência.
Apesar do termo Bíblia não se encontrar literalmente no
texto Sagrado, podemos encontrar o seu sentido por toda a
Bíblia numa espécie de inferência, vejamos alguns
exemplos:

A) “...eu, Daniel, entendi pelos livros...” (Dn. 9.2)


B) “...Nunca lestes nas Escrituras...” (Mt. 21.42)
C) “....as Sagradas Letras...” (2 Tm. 3.15)
D) “Toda Escritura é divinamente inspirada por Deus...” (2
Tm. 3.16)
O termo Bíblia indica aqueles livros que são
reconhecidos como canônicos pela Igreja Cristã.
Os nomes mais comuns que a Bíblia dá de si mesma,
isto é, os nomes canônicos são:
Escrituras (Mt. 21.42); Sagradas Escrituras (Rm. 1.2); Livro
do Senhor (Is. 34.16); A Palavra de Deus (Mc. 7.13; Hb.
4.12); os Oráculos de Deus (Rm. 3.2).

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4 - CÂNON OU ESCRITURAS CANÔNICAS


Cânon ou Escrituras Canônicas é a coleção completa
de livros divinamente inspirados que constitui a Bíblia.
O vocábulo grego “Kanõn”, originalmente significa
“instrumento de medir” ou “vara de medir”, é o nome de ume
peça de madeira, ou de outro material de que usam os
pedreiros, os carpinteiros e outros profissionais para alinhar
ou nivelar sua obra.
Com o passar do tempo, o termo encontrou no
vocabulário eclesiástico um emprego no sentido metafórico,
em sentido figurado, é tudo que serve para regular ou
determinar outras coisas, especialmente livros clássicos.
Em sentido religioso, cânon não significa aquilo que
mede, mas aquilo que serve de norma, regra. Com este
sentido, a palavra cânon aparece no original em vários
lugares do Novo Testamento (Gl. 6.16; 2Co. 10.13 e Ef.
3.18).
Não foi senão em meados do quarto século de nossa
era que o termo parece ter sido aplicado à Bíblia. No uso
grego a palavra cânon parece ter sido primeiramente
denotado apenas a lista de escritos sagrados, mas, no latim,
também se tornou nome para as próprias Escrituras, o que
indicava que as Escrituras são a regra de ação investida com
autoridade divina, portanto, a Bíblia como Cânon Sagrado,

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isto é, os livros que foram inspirados por Deus, são a nossa


“ÚNICA” regra de fé e prática.
Diz-se dos livros da Bíblia que são canônicos para
diferencia-los dos livros apócrifos (isto é, livros sem
inspiração divina, espúrios), o emprego do termo Cânon
aplicado aos livros da Bíblia (conjunto de livros inspirados
por Deus), foi primeiramente usado por Orígenes (185-254
d.C.).
O Cânon do Antigo Testamento foi formado num
espaço de mais ou menos 1.046 anos, de Moisés a Esdras,
já o Cânon do Novo Testamento formou-se nos 100
primeiros anos da era cristã; porém o reconhecimento
canônico demorou um pouco mais, devido à necessidade da
Igreja da época obter provas contundentes da autoridade
dos livros. Contando com o período interbíblico, podemos
dizer que o Cânon abrange na história, um período
aproximado de 16 séculos, com cerca de 40 diferentes
autores.

5 - AS DIVISÕES DA BÍBLIA
O Cânon do Antigo Testamento, como o temos
atualmente, ficou completo desde o tempo de Esdras, após
445 a.C.. O Antigo Testamento, entre os judeus, tem as três
divisões (Lc. 24.44): LEI, PROFETAS e ESCRITOS.

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A atual divisão procede da SEPTUAGINTA, através da


Vulgata Latina, feita do hebraico para o grego, cerca de 285
a.C., numa disposição diferente da divisão judaica, tanto de
localização, como em números de livros (pois nesta
tradução, foram desmembrados alguns livros que os judeus
contavam como um só).
Atualmente, o Antigo Testamento, é dividido em 4
partes e a última parte subdividisse em outras duas partes,
as quais são:

LEI OU PENTATEUCO – (atribuído a Moisés): Gênesis,


Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio (5 livros):
Tratam da origem das coisas, da Lei e estabelecimento da
nação israelita.
Júlio Welhausen (1844-1918), um dos mais
preeminentes nomes no terreno do criticismo bíblico do
século passado, professor das Universidades de Greifswald,
Marburg e Gottingen, nos seus esforços para negar o fato
de Moisés ter sido o autor dos livros que lhe são atribuídos,
negou a própria possibilidade dele, Moisés, os haver escrito.
Usou um argumento que, no seu tempo, parecia ser
irrefutável. Dizia que, se tão somente fosse possível saber
que Moisés pudesse ter usado uma escritura que chegasse
até nós, seria ridículo não aceitá-lo. Era possível argumentar
desta maneira porque, de acordo com o que se conhecia na
época, quando as primeiras grandes descobertas

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arqueológicas estavam começando a empolgar o mundo e


quando se dizia que tudo tinha de ser resolvido pela razão,
se dava como certo que o alfabeto fora inventado pelos
fenícios e que nossa escrita tinha neles sua origem.
No tempo do renomado crítico alemão, o mundo estava
fascinado com os efeitos de Champolion (1790-1832) e de
Rawlinson (1810-1895), cujas descobertas permitiam que se
lessem hieróglifos e cuneiformes que estavam escritos nos
papiros, paredes, tijolinhos, estelas, etc., daqueles povos
antigos. Só então é que se soube definitivamente que os
sinais gravados em tantos monumentos não eram simples
elementos decorativos como criam alguns, mas uma escrita
real que desvendava, agora, para o nosso tempo, tudo
aquilo que os povos do Nilo e da Mesopotâmia pensavam e
faziam.

Ora, deveria ter raciocinado Welhausen, se o alfabeto


da nossa escrita fora inventado pelos fenícios que viveram
em época bem posterior à de Moisés, este, se de fato tivesse
escrito seus livros, só o poderia ter feito na língua que
aprendera no Egito e que era a única da época na região, o
hieróglifo. Neste caso, teria ele continuado a raciocinar, seus
escritos só poderiam ter vindo ao nosso conhecimento
depois de Champolion fazer suas descobertas.
Portanto, não era possível admitir que os livros
atribuídos a Moisés pudessem ter sido escritos por ele. A

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única conclusão possível era, pois, a de que tais livros


tivessem sido escritos em épocas bem posteriores às que
lhe eram atribuídas e, consequentemente, seus autores
seriam outros que, na melhor das hipóteses, poderiam ter
colecionado lendas, sagas e tradições.
Como já dissemos, tudo isso era praticamente
impossível de ser refutado na época e o número de críticos
e céticos aumentavam constantemente. Era a moda, e este
ceticismo dava até status social a quem o defendesse.
Acontece, porém, que no princípio do século XX ou,
mais precisamente, nos anos 1904 e 1905, Sir Flinders
Petrie, famoso arqueólogo inglês, fazendo escavações na
Península do Sinai patrocinadas pela Escola Britânica de
Arqueologia, descobriu algumas inscrições desconhecidas e
que apresentavam alguma semelhança com os hieróglifos.
O caso despertou enorme interesse entre os estudiosos
do assunto, especialmente quando viram surgir em outros
lugares da Palestina mais vasos e óstracos com sinais
semelhantes. Para encurtar a história, o caso foi elucidado
completamente por arqueólogos famosos, inclusive
W.F.Albright, e hoje se sabe que os sinais descobertos por
Petrie pertencem à escrita proto-sinaítica e esta era
alfabética! Com esta descoberta, a origem do nosso alfabeto
se transportou da época dos fenícios para a dos seus

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antepassados de vários séculos, os cananeus, que viveram


no tempo de Moisés e antes dele.
Estes cananeus tiveram, segundo tudo quanto
sabemos hoje, a feliz ideia de simplificar a escrita egípcia,
passando a usar um pequeno número de símbolos, ao invés
dos complicados hieróglifos, isto é, passaram a usar sinais
que representam sons, em lugar de sinais que representam
ideias.
Para o assunto que estamos discutindo, esta
descoberta é de muita importância, porque estes cananeus,
os inventores da escrita alfabética, viveram exatamente na
região onde Moisés pastoreou as ovelhas do seu sogro.
Convém, portanto, que conheçamos um pouco mais sua
história.
As minas de cobre e turquesa da região do Sinai são
antiquíssimas, mas foi a partir da XII Dinastia do Egito,
durante o século XX a.C., que os faraós começaram a
explorar regularmente as que ficavam em Serabith-el-
Khadem, distante, cerca de 80 Km, a noroeste do tradicional
Monte Sinai onde foram dados os Dez Mandamentos. Foi
em Serabith-el-Khadem que Petrie fez suas descobertas e,
em termos de jornada, esta região distava cerca de três dias
de viagem do Egito. No século XV a.C., muitos semitas
trabalhavam para os egípcios nestas minas e, de acordo
com o que os arqueólogos pesquisaram, sua religião era

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bem semelhante à dos israelitas. Foi para esta região, a


mesma que naqueles tempos antigos era conhecida pelo
nome de “terra de Mídia”, que “Moisés fugiu da presença de
Faraó”.
Com estas e outras descobertas, muitos dos
argumentos apresentados pela crítica histórica para
contestar a verdade bíblica perderam sua razão de ser,
porque as histórias narradas pelo Livro Sagrado passaram a
ser perfeitamente compreensíveis à luz dos costumes da
época. No caso específico de Moisés, sua boa convivência
com seu sogro, o sacerdote Jetro, poderia muito bem ter sido
motivada pelas religiões de ambos que eram muito
semelhantes.

Ora, tendo Moisés vivido durante quarenta anos nesta


região, é óbvio que tomou contato com a escrita
aparentemente rude daquele povo, e viu nela a escrita do
futuro. Passou logo a usá-la por duas razões importantes
que teria julgado decisivas: a 1ª bem poderia ter sido a
impressão grandiosa de poder usar uma escrita alfabética,
composta apenas de vinte e dois sinais e que era, portanto,
muitíssimo mais simples do que os complicados e
infindáveis sinais ideográficos que aprendera nas escolas do
Egito.
A outra poderia ter sido o fato de compreender o fato
de que estava escrevendo para seu próprio povo, cuja

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origem semita era a mesma dos habitantes da terra em que


vivia e cuja religião era idêntica à dos israelitas, dela se
diferenciando apenas nas deturpações que sofrera por
causa da influência pagã reinante naquelas paragens.
Moisés compreendeu que os leitores dos seus livros
seriam homens e mulheres, moços e moças do povo que,
não sendo versados em hieróglifos, aprenderiam com muito
mais facilidade os poucos e simples sinais alfabéticos que
representavam sons, do que os inúmeros e complicados
hieróglifos que representavam ideias.
Em outras palavras, Moisés teve a grande percepção
de que estava escrevendo não para o mundo culto do Egito,
orgulhoso de sua cultura e da sua escrita complicada, e que
odiava a religião semita, mas para o povo, neste caso, o seu
próprio povo que, com este sistema, poderia aprender a ler
e escrever muito mais rapidamente, e muito mais
rapidamente ainda, por em prática as ordens de Jeová que
diziam: “Estas palavras que hoje te ordeno... as escreverás
nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.” Isto seria
completamente impossível de ser feito, caso o povo tivesse
de usar os hieróglifos. Com esta decisão, Moisés deu
preferência à escrita do futuro!
A frase de Welhausen, a de que seria ridículo não
aceitar a autoria de Moisés se ele pudesse ter escrito nos
seus dias, e que seus discípulos proclamaram com tanta

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veemência, deveria ser respeitada sem mais constatações


agora, depois destas descobertas e, coerentes, deveriam
tais críticos reconhecer a autoria mosaica destes livros do
Velho Testamento. Grande número dos críticos, porém,
preferiu continuar com suas negativas, estribando-se em
outros argumentos como, por exemplo, o dos erros dos
copistas que, na época, ainda eram certos e indiscutíveis.
Pouco se preocupando, porém, com o que racionalistas
e céticos de séculos vindouros viessem a dizer, Moisés e os
demais escritores do Velho Testamento continuaram sua
obra de transmitir aos homens a história do povo de Deus e
as mensagens de advertência dadas pelo Céu para servirem
de aviso a “nós outros sobre que os fins dos séculos têm
chegado”. Foi assim e foi por isto que se escreveu a Bíblia.
HISTÓRIA OU HISTÓRICOS – São 12 livros – Josué,
Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras,
Neemias e Ester. E tratam da história de Israel em diversas
fases, como se segue:
TEOCRÁTICO (onde Deus era o governante do povo; não
havia rei humano), sob os Juízes. MONÁRQUICO, sob Saul,
Davi e Salomão.
DIVISÃO DO REINO E CATIVEIRO - Formação do reino de
Judá e Israel – Judá foi levado para o cativeiro em Babilônia
e Israel para a Assíria.

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PÓS CATIVEIRO - Sob Zorobabel, descendentes de reis de


Judá; Esdras e Neemias em conjunto com os profetas
contemporâneos.
POESIA, POÉTICOS OU DEVOCIONAIS – 5 livros: Jó,
Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão.
PROFÉTICOS OU PROFECIA – 17 livros, de Isaías a
Malaquias, subdivididos em:
Profetas Maiores – 5 livros: Isaías, Jeremias, Lamentações
de Jeremias, Ezequiel e Daniel.
Profetas Menores – 12 livros: Oseias, Joel, Amós, Obadias,
Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu,
Zacarias e Malaquias.
A designação de profetas Maiores ou Menores, não se
refere à importância de suas profecias, e sim ao tamanho do
livro ou tempo de ministério.

6 - AS DIVISÕES DO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento também é dividido em 4 partes a
saber:

A) BIOGRAFIA – São os quatro evangelhos, os três


primeiros são chamados de SINÓTICOS pois foram escritos
sob o mesmo ponto de vista, e há um certo paralelismo entre
eles. Os evangelhos descrevem a vida terrena de Jesus e
seu glorioso ministério.

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B) HISTÓRIA – 1 livro – Atos dos Apóstolos registra a


história da Igreja primitiva, o cumprimento das promessas
concernentes ao derramamento do Espírito Santo, seu viver,
e a expansão do evangelho.
C) EPÍSTOLAS OU CARTAS – São 21 livros, sendo 13
escritos por Paulo, chamadas “paulinas” – Romanos, I e II
Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II
Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito, Filemon; 7 universais:
Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e Judas, e uma aos Hebreus,
onde seu autor não é conhecido.
As epístolas paulinas estão assim divididas: São 9
cartas dirigidas às Igrejas (Romanos a Tessalonicenses), e
4 dirigidas à indivíduos; sendo 1 e 2 Tm e Tt, chamadas de
cartas pastorais e uma carta pessoal à Filemon.
D) PROFECIA – 1 livro – Apocalipse ou Revelação – trata
de diversos assuntos escatológicos.

7 - DIVISÃO DA BÍBLIA EM CAPÍTULOS


No ano de 1250 a Bíblia foi dividida em capítulos pelo
cardeal Hugo. As divisões, embora muito convenientes para
referências, às vezes estão longes de serem bem
arranjadas.
8 - A DIVISÃO DA BÍBLIA EM VERSÍCULOS
A divisão da Bíblia em versículos não foi feita senão
somente 300 anos depois da divisão em capítulos.

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Em 1560 uma edição de versão importante da Bíblia


apareceu com a Bíblia de Genebra, porque foi preparada
pelos reformadores de Genebra, para onde haviam fugido
alguns reformadores por causa da perseguição da rainha
Mary.

9 - A BÍBLIA HEBRAICA
Nos tempos de Jesus Cristo os judeus consideravam
formado o cânon sagrado do Velho Testamento encerrado
por Esdras e Neemias e, daí por diante, ninguém mais ousou
alterá-lo. Embora mais recentemente alguns queiram
demonstrar que a formação do cânon seja posterior, o que
não tem qualquer sombra de dúvida é que ele já estava
formado nos tempos de Cristo. Os judeus dividem os vinte e
quatro livros da sua Bíblia nas seguintes partes: A Lei (Torá),
os Profetas (Nebiím) e os Escritos (Ketubim).
O Novo Testamento faz referências a esta tríplice
divisão, sendo que Jesus, Felipe e Paulo falaram da Lei e
dos Profetas, e tanto os Evangelhos como os Atos dos
Apóstolos mencionam constantemente a “Escritura” do
Velho Testamento.
A Bíblia Hebraica começa, portanto, com o livro de
Gênesis e termina com o de II Crônicas, fato que explica a
frase de Jesus em S. Lucas 11:51, quando o Mestre, para
condenar todos os crimes cometidos diante do altar,

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começou com o de Abel, relatado no livro de Gênesis (4:8),


primeiro livro da Bíblia, e foi até o de Zacarias, relatado em
II Crônicas (24:11), que é o último livro da Bíblia. Com isto,
inclui todos os mencionados pelas Sagradas Escrituras,
desde seu princípio até o fim.
À medida que a Bíblia Hebraica foi sendo traduzida
para outros idiomas, a começar pela Septuaginta, a posição
destes livros começou a ser alterada com o propósito de se
dar a eles uma ordem mais cronológica, mais histórica e
mais profética, chegando-se, finalmente à ordem que temos
em nossas Bíblias atuais. É apenas uma questão de ordem
e não de conteúdo.
Embora o cânon da Bíblia Hebraica já estivesse fixado
desde alguns séculos antes de Cristo, malgrado as
afirmações de Josefo, não faltaram os que quisessem alterá-
lo, voltando-se especialmente contra os livros de Ester e
Cantares. Era fundamental, portanto, que esta querela se
resolvesse de vez, porque os líderes judeus se tinham
convencido de que nos livros Sagrados estavam a grande
força de coesão do seu povo, coesão esta grandemente
ameaçada pela Diáspora, ou seja, pela dispersão dos judeus
no Império Romano, provocada não só pelas perseguições
sofridas, mas também pelo espírito de comércio e de
aventura de muitos deles e, convém ressaltar, missionários
de outros.

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27

A situação se agravou tanto após a queda de


Jerusalém no ano 70 d.C., que o Grande Sinédrio, cuja sede
se transferira para a cidade de Jâmnia, resolveu convocar
um concílio afim de resolver de vez o assunto. Não há
certeza quanto à data deste Concílio, mas ele deve ter
ocorrido entre os anos de 90 a 118 da nossa Era, tendo
como uma das suas grandes figuras, o Rabi Aquiba Ben
José que se destacou na defesa incondicional do cânon já
estabelecido. Este Concílio se decidiu, definitivamente, pela
confirmação do antigo cânon.
Dali por diante, não houve mais qualquer dúvida a
respeito.
O Concílio de Jâmnia não só confirmou os livros do
cânon sagrado, mas também escolheu seus melhores
manuscritos, oficializou-os e decretou a destruição de todos
os demais, para que houvesse a tão desejada unidade.
O Concílio foi ainda além, para evitar que os
manuscritos escolhidos viessem a ser deteriorados por
copistas não zelosos, decidiu também sobre as regras que
foram mantidas e aperfeiçoadas por homens extremamente
zelosos dos livros sagrados e da tradição hebraica, e que
ficaram conhecidos pelo nome de “massoretas”.
Confirmando o cânon dos Livros Sagrados, escolhendo
os melhores textos de seus manuscritos e fixando normas
para copiá-los, o Concílio de Jâmnia preservou a Bíblia

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28

hebraica com toda a autoridade religiosa da erudição e do


zelo judaicos.
Quanto aos cristãos, esta luta interna dentro do
Judaísmo não deve ter tido muita repercussão, porque,
mesmo enquanto se formava o cânon do Novo Testamento,
os únicos livros do Velho Testamento cuja leitura era
oficialmente permitida nas reuniões públicas eram os vinte e
dois do cânon hebraico segundo Josefo.

10 - AS BÍBLIAS HEBRAICAS MODERNAS


Logo depois dos judeus voltarem do seu cativeiro na
Babilônia, surgiram na Palestina os soferins, homens cultos
e zelosos que se dedicavam à preservação dos documentos
sagrados, colecionando as variantes que encontravam e
buscando aprimorar o texto.
Quando copiavam os livros sagrados, eram tão exatos
que chegavam até a contar o número de letras e palavras de
cada livro.
Isso aconteceu não só na Palestina, entre os judeus
que regressavam do exílio, mas também na Babilônia, entre
os judeus que lá ficaram. Os soferins de lá demonstravam o
mesmo cuidado e tinham o mesmo propósito que seus
companheiros na Palestina.
A maior dificuldade que havia era o problema das
vogais, porque estas não são escritas na língua hebraica. A

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29

língua é consonantal e deixa as vogais por conta do leitor.


Nos primeiros tempos, ou melhor, quando o povo formava
um núcleo bastante compacto, não havia, praticamente,
problema muito sério na preservação destas vogais, mas,
quando os grupos começaram a separar-se após a volta do
cativeiro babilônico, a situação passou a se agravar,
surgindo a necessidade de se criar um processo que
indicasse as vogais corretas de cada palavra, tarefa tanto
mais difícil porque ninguém queria alterar o texto
propriamente da escrita. Este assunto era pacífico.
A maneira encontrada para fazer esta vocalização sem
tocar no texto, foi colocar as vogais em forma de sinais
escritos entre as consoantes, por baixo e por cima delas. O
problema que havia era mais ou menos semelhante ao que
nós teríamos em nossa língua, se escrevêssemos apenas
as consoantes. Assim as palavras “rato”, “rata”, ”reto”, “reta”,
”rito”, e “roto”, seriam todas escritas com apenas duas
consoantes, ”rt”, as palavras “tudo”, “tido”, “todo” e “toda”,
apenas com “td”, e assim por diante. Talvez o problema não
fosse tão complicado porque a variedade de significados que
têm as palavras escritas com as mesmas consoantes e
vogais diferentes não seja tão grande como em português.
Deste trabalho dos soferins nasceu uma tradição
vocálica que passou a ter o nome de massorá e os que a
criaram e preservaram, passaram a ser chamados de

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30

massoretas. Por sua vez, além dos sinais vocálicos, a


massorá passou a incluir também indicações relativas a
variações de textos, bem como outras informações que
permitem um estudo mais completo destes textos,
esclarecendo-os o melhor possível.

11 - SIGNIFICADO DA PALAVRA TESTAMENTO


A palavra “Testamento” vem do termo grego “diatheke”
e significa :
A) Aliança ou concerto.
B) Documento contendo a última vontade de alguém quanto
a distribuição de seus bens, após a morte.
No Antigo Testamento, a palavra usada é “berith” e
significa apenas “concerto”. O duplo sentido do termo grego
nos mostra que a morte do testador (Cristo), ratificou ou
selou a Nova Aliança, garantindo-nos toda a herança com
Cristo (Rm 8.17; Hb 9.15-17).

12 - MANUSCRITOS ORIGINAIS
Apesar de que nós, muitas vezes, ouvimos falar dos
manuscritos originais, é um falto notável que, de todos esses
escritos sagrados, pelo que sabemos, não há nenhum
verdadeiramente original, nem no Velho Testamento e nem
no Novo Testamento, em existência. Em alguns casos,
quando estes preciosos documentos tornaram-se velhos,

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31

foram reverentemente enterrados pelos judeus, que usaram


cópias autênticas em lugar delas, em outros casos,
manuscritos foram perdidos durante a guerra e perseguição
pelas quais o povo de Deus foi oprimido de vez em quando.
Há hoje, milhares de manuscritos hebraicos e grego, os
quais foram copiados dos antigos manuscritos, por escribas
judeus de tempos em tempos. Geralmente, estes são
documentos referidos quando os originais são mencionados.

13 - MATERIAIS USADOS PARA A ESCRITA DOS


MANUSCRITOS BÍBLICOS
A) Papiro – planta aquática própria das margens alagadiças
do Rio Nilo na África, especialmente no Egito. É uma espécie
de junco de grandes proporções, o material dessa planta era
usado para fazer uma espécie de papel.
B) Pergaminho – eram peles de animais curtidas e
amaciadas, preparadas para a escrita, foi usada pelos
egípcios e pelos babilônicos. O pergaminho preparado de
modo especial chamava-se “velo”.
C) Linho – tem sido encontrado nas descobertas
arqueológicas.
D) Ostraco – fragmento de cerâmica, foi muito usado na
Babilônia.
E) Madeira - Referência histórica.
F) Pedra – (Ex 24.12; Js 8.30-32).
G) Tábuas recobertas de cera – (Lc 1.63).

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32

A tinta usada pelos escribas era uma mistura de carvão


em pó com uma substância líquida, semelhante à goma
arábica (Ez 9.2).
Usava-se penas de aves, pincéis finos e um tipo de
caneta feita de madeira porosa e absorvente. Para a cera se
utilizava um estilete de metal.

14 - AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA


O hebraico e o aramaico para o Antigo Testamento, e o
grego para o Novo Testamento, são línguas originais da
Bíblia.
A) O Hebraico – Todo o Antigo Testamento foi escrito em
hebraico, o idioma oficial da nação israelita, exceto algumas
passagens de Esdras, Jeremias e Daniel, que forma escritas
em aramaico.
B) O Aramaico – A influência do aramaico foi profunda sobre
o hebraico, começando no cativeiro do reino de Israel em
722 a.C. na Assíria, e continuando através do cativeiro de
reino de Judá, em 587, em Babilônia. Em 536, quando Israel
começou a regressar do exílio, falava o aramaico como
língua vernácula. No tempo de Cristo, o aramaico tornara-se
a língua popular dos judeus e nações vizinhas, estas foram
influenciadas pelo aramaico devido às transações
comerciais dos arameus na Ásia Menor e litoral do
Mediterrâneo.

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33

O Antigo testamento, além destas duas línguas


principais, contém algumas palavras persas, como “sátrapa”
(Dn 3.2).
C) O Grego – Esta é a língua em que foi escrito
originalmente o Novo Testamento. A única dúvida paira
sobre o livro de Mateus, que muitos eruditos afirmam ter sido
escrito em aramaico. O grego faz parte do grupo de línguas
arianas. É língua de expressão muito precisa e, das línguas
bíblicas, é a que mais se conhece, devido a ser mais próxima
da nossa. O grego no Novo Testamento não é o grego
clássico dos filósofos, mas o dialeto popular do homem da
rua, dos comerciantes, dos estudantes, que todos podiam
entender, era o “koiné”. Este dialeto formou-se a partir das
conquistas de Alexandre em 336 a.C.. Todas as nações
conhecidas receberam a influência da língua grega. Deus
preparou, deste modo, um veículo linguístico para
disseminar as novas do Evangelho até os confins do mundo,
no tempo oportuno. Ele não enviaria o Seu Filho ao mundo
enquanto este não estivesse preparado, a esse preparo
incluía uma língua conhecida por todos (Gl 4.4).

15 - TRADUÇÕES DA BÍBLIA

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34

Vamos agora traçar as muitas etapas interessantes da


história destas diversas traduções desde os tempos mais
antigos até o presente:
A) A VERSÃO SEPTUAGINTA
É comumente designada por “LXX”. O nome vem do
latim “septuaginta”, que quer dizer “70”. Ptolomeu Filadelfo,
que reinou de 285-246 a.C. solicitou ao sumo sacerdote
judaico (por proposta de seu bibliotecário), Eleazar, que lhe
enviasse doutores versados nas Escrituras e queria uma
versão delas para enriquecer sua vasta biblioteca, em
Alexandria. O sumo sacerdote escolheu 72 eruditos (6 de
cada tribo) e enviou-os a Alexandria, os quais completaram
a versão em 72 dias.
O cânon dos Livros Sagrados, Torá, Nebiím e Ketubim,
ou seja, “a Lei, os Profetas e os Escritos”, já estava formado
muito antes do Senhor Jesus nascer. O Concílio de Jâmnia,
que se reuniu posteriormente, apenas o confirmou. Contudo,
já existia naqueles tempos uma tradução da Bíblia Hebraica
para o grego e que fora feita a partir do século III a.C. com o
propósito de atender às necessidades dos judeus da
Diáspora, isto é, daqueles que residiam no exterior, dos
quais muitos já nem mais sabiam falar a língua materna.
Esta tradução ficou sendo conhecida pelos nomes de
“Versão dos Setenta”, “Septuaginta” ou, abreviadamente,
LXX, por causa de uma história ou lenda que a ela se atribui.

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35

Com o propósito de possuir uma tradução grega da


Bíblia Hebraica para uso dos judeus de Alexandria, Aristeias
e o bibliotecário real, Demétrio de Falero, valendo-se do
gosto que o rei tinha por sua biblioteca e pelas obras mais
importantes do mundo, conseguiu convencê-lo não só a
dotar a biblioteca real com este precioso volume, mas
também mandar traduzi-lo para o grego. Atendendo ao
pedido, o rei escreveu para Eleazar, sumo sacerdote em
Jerusalém, pedindo-lhe que enviasse a monumental obra
juntamente com seus homens capazes de fazer a tradução.
Respondendo, Eleazar escolheu seis sábios de cada tribo,
enviando-os ao monarca egípcio juntamente com um
exemplar da Bíblia Hebraica. Na Ilha de Faros, estes setenta
e dois homens, alojados, segundo uma variante desta
história, em trinta e seis celas separadas, dois em cada cela
e, segundo outra, setenta e duas celas, conferiram umas
com as outras, palavra por palavra.
A magistral obra foi lida, depois, para os judeus de
Alexandria, sendo imensamente apreciada. Ptolomeu II, o
Filadelfo, ficou tão satisfeito com o trabalho destes piedosos
sábios que os cumulou de presentes, enviando-os também
em grande número para Eleazar e para os sacrifícios do
Templo em Jerusalém.

B) A HÉXAPLA, DE ORÍGENES

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36

Não é propriamente uma versão, é obra compreendida.


Devido a falhas na tradução da Septuaginta, Orígenes,
grande erudito da Igreja primitiva, compôs, em Cesareia, a
sua Héxapala, ou versão de 6 colunas, em 228 d.C.. As seis
colunas estão dispostas da direita para a esquerda, assim:

1º - O texto hebraico.
2º - O texto grego traduzido do hebraico.
3º - A versão de Áquila.
4º- A versão de Simaco.
5º - A Septuaginta.
6º - A versão de Teodocião.

C) A VERSÃO VULGATA
No século II da era cristã, o latim substituiu o grego e
ficou por muitos anos, a linguagem diplomática da Europa.
Jerônimo, o homem mais sábio de seu tempo em assuntos
bíblicos, realizou uma versão em 387-405 d.C., e tinha 60
anos quando iniciou a tarefa. Esta versão ficou conhecida
como “Vulgata” significando versão popular, corrente, do
povo. Esta versão baseou-se na héxapla de Orígenes. Por
mil anos a Vulgata foi a Bíblia mais usada em quase toda a
Europa, foi também a base de inúmeras traduções para
outras línguas. Foi decretada como a Bíblia oficial da Igreja
Romana no Concílio de Trento em 1546.

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37

Embora a língua oficial do Império Romano fosse o


latim, era o grego que mais se falava por toda parte e sua
influência foi muito grande na formação do texto sagrado.
Os escritores do Novo Testamento usaram esta língua.
Consequentemente, à medida que o latim ia sendo cada vez
mais usado pelo povo e o grego cada vez mais abandonado,
iam surgindo por toda a parte, especialmente no norte da
África e na Itália, e cada vez em maior número, traduções de
trechos da Bíblia nesta língua, que se baseavam, a maioria
das vezes, na Septuaginta. Estas traduções não eram feitas
ordenadamente, mas iam surgindo como porções do Velho
e do Novo Testamento que ficaram conhecidas pelos nomes
de “Africanas” e “Europeias”, conforme procedessem na
África ou da Europa. Entre estas últimas, eram muito
conhecidas as “Itálicas” ou “Ítala”, provindas da Itália. No fim
do século IV, graças a estas porções todas, se pode dizer
que já havia uma “Bíblia Latina”, chamada de Vetus Latina,
ou, em nossa língua, Velha Latina. Não é, pois, de estranhar
que uma tradução feita desta maneira estivesse cheia de
erros.
É possível enumerar os que traduziram as Escrituras
do hebraico para o grego, mas não é possível fazer o mesmo
com os tradutores latinos, porque, nos primeiros períodos da
fé cristã, todos aqueles em cujas mãos chegava um

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38

manuscrito grego e supunham ter algum conhecimento de


ambas as línguas, aventuravam-se a traduzir.
É fácil imaginar o que resultou dessas improvisações
feitas pelos que se julgavam aptos para a tarefa. Tanto as
traduções como suas cópias estavam cheias de erros.
Jerônimo se queixava disto ao falar da corrupção que havia
nestas traduções latinas e dizia que “as formas dos textos
eram quase tantas como os códices”.
Diante disso, os cristãos mais zelosos da época
sentiam a grande necessidade que havia de uma tradução
melhor, digna de confiança, que estivesse livre de erros e
que estivesse à altura do Cristianismo nascente.
Foi Sophronius Eusebius Hieronymus (c. 340-420),
mais conhecido pelo nome de São Jerônimo, quem
contribuiu decisivamente para a solução desse problema.
Cansado de fazer tantas revisões nos textos mal
traduzidos do grego e impressionado com as dificuldades
que enfrentava nas suas polêmicas com os judeus que não
mais reconheciam a Septuaginta como tradução correta,
Jerônimo, convencido que estava da Veritas Hebraica,
resolveu, nesta última parte da sua vida, fazer uma tradução
inteiramente nova, baseada diretamente nos originais
hebraicos. Procurou aprimorar ainda mais os conhecimentos
que tinha desta língua, mantendo contatos com rabis de Lida
e Tiberíades, e atirou-se ao trabalho, durante o qual não quis

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


39

seguir a ordem bíblica dos livros. Preferiu começar pelos de


Samuel e Reis que lhe pareciam ser mais fáceis e deles
passou para Salmos, Jó, Esdras, Neemias e outros, sempre
fora de ordem. Segundo afirmação dele mesmo, em três dias
traduziu os três livros de Salomão.

D) VERSÃO DE JOHN WYCLIFFE


John Wycliffe era um dos homens mais eruditos do seu
tempo. Tem sido chamado o primeiro protestante, porque
pregou por muitos anos, proclamando as verdades bíblicas
e protestando contra os erros da Igreja Católica, que então
governava as Igrejas da Inglaterra. Poucos sabiam ler o latim
e Wycliffe defendeu o direito de cada homem ler a Bíblia
para si mesmo e resolveu dar aos ingleses uma versão no
seu próprio idioma. Apesar das perseguições, conseguiu o
seu intento, o Novo Testamento foi concluído em 1380.
Wycliffe morreu antes de concluir o Antigo Testamento,
porém seus auxiliares concluíram o seu trabalho após a sua
morte. Depois de morto, seu túmulo foi aberto por ordem do
Papa, e seu esqueleto foi queimado e as cinzas lançadas no
rio Swift.

E) VERSÃO WILLIAN TYNDALE


Estudou em Cambridge e Oxford, conhecia a fundo o
grego e as demais línguas bíblicas. A Bíblia de Tyndale foi a

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40

primeira versão inglesa feita dos idiomas originais. Devido à


grande perseguição que sofreu na Inglaterra, foi obrigado a
seguir para a Europa Continental para poder continuar seu
trabalho. Publicou o Novo Testamento em Worms,
Alemanha, em 1525. Com a perseguição, os exemplares
tiveram que entrar na Inglaterra como contrabando.
Lá, quando descobertos eram queimados. Tyndale foi
morto antes de concluir a tradução do Antigo Testamento.
Foi estrangulado e depois queimado em 6 de Outubro
de 1536, pelos católicos romanos da Antuérpia.

F) VERSÃO DO REI TIAGO OU VERSÃO AUTORIZADA


Seis meses após Tiago subir ao trono da Inglaterra
(1603), presidiu uma conferência religiosa em Hampton, já
em 1604. Dessa conferência resultou a nomeação de 54
teólogos para prepararem uma nova versão da Bíblia (mas
só 41 tomaram parte na obra). Foi publicada em 1611.
Continua até hoje sendo a Bíblia favorita pelos povos de
língua inglesa. Há 3 séculos ela vem mantendo primeiro
lugar entre as demais versões em inglês.

G) VERSÃO ALMEIDA
João Ferreira d’Almeida foi ministro do Evangelho da
Igreja Reformada Holandesa, em Batávia, então capital da
ilha de Java, na Oceania. Batávia é agora a moderna

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41

Djakarta, capital da Indonésia. Java era então domínio


holandês, conquistada aos portugueses.
Almeida traduziu o primeiro Novo Testamento,
terminando em 1670. Em 1681 foi ele impresso em
Amsterdam, Holanda, isto é, 100 anos antes da primeira
edição católica da Bíblia – a de Figueiredo, 1781. Almeida
traduziu o Antigo Testamento até Ezequiel 48.21, quando
então, faleceu em 1691. Missionários seus amigos,
completaram a tradução, especialmente Jacob Apden
Akker.
Almeida fez sua tradução do grego e hebraico, línguas
que estudou após abraçar o Evangelho. Utilizou também as
versões holandesas (de 1637) e a espanhola (de Valera,
1602). Seu Antigo Testamento foi publicado em 1753, em
Amsterdam. O texto de Almeida não era muito bom por ele
ter deixado Portugal muito cedo e não ter cultura profunda.
A imprensa Bíblica Brasileira, publicou em 1951 a
“Edição Revista e Corrigida”, abreviadamente, ARC. Uma
comissão de especialistas brasileiros, trabalhando de 1945
a 1955, apresentou a “Edição Revista e Atualizada” de
Almeida (ARA). É uma obra magnífica com linguagem
qualificada e de melhor tradução. O Novo Testamento foi
publicado em 1951 e o Antigo Testamento em 1958. A
publicação é da Sociedade Bíblica do Brasil.

H) A TRADUÇÃO BRASILEIRA

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


42

Começou em 1904, por uma comissão de vultos do


evangelismo brasileiro, nomeado pela SBA (Sociedade
Bíblica Americana) e SBBE (Sociedade Bíblica Britânica de
Estrangeira). O Novo Testamento foi publicado em 1910 e o
antigo testamento em 1917. A tradução é muito fiel ao
original. Há muita rigidez na tradução. Falta-lhe a beleza de
estilo e a segurança vernacular, porque a tradução é literal,
e não à base da equivalência dinâmica, como se diz em
linguística.
I) VERSÕES CATÓLICAS EM PORTUGUÊS
Versão do Padre português Antônio Pereira de
Figueiredo – publicou o Novo Testamento em 1781 e o
Antigo Testamento em 1790.
Versão de Matos Soares – Também padre brasileiro.
Traduziu a Vulgata. Concluiu a tradução em 1932, mas só
em 1946 foi publicada. A versão é carente de fidelidade.

16 - OS LIVROS APÓCRIFOS
Nas Bíblias de edição romana, o total é de 73, porque
esta seita, desde o Concílio de Trento, em 1546, incluiu ao
Cânon do Antigo Testamento 7 livros apócrifos, além de 4
acréscimos ou apêndices a livros canônicos, acrescentando
assim, ao todo, 11 escritos apócrifos.
A palavra “apócrifo”, significa literalmente “escondido,
oculto”, isto em referência a livros que tratavam de coisas
secretas, misteriosas, ocultas. No sentido religioso, o termo

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


43

significa “não genuíno, espúrio”. Os apócrifos foram escritos


entre Malaquias e Mateus, ou seja, entre o Antigo
Testamento e o Novo Testamento, em uma época que
cessara por completo a revelação divina. Isto basta para
tirar-lhes qualquer pretensão de canonicidade. Josefo
rejeitou-os totalmente e nunca foram reconhecidos pelos
judeus como parte do cânon hebraico, jamais foram citados
por Jesus, nem foram reconhecidos pela igreja primitiva.
São 14 escritos apócrifos, sendo 10 livros e 4
acréscimos, antes do concílio de Trento, a Igreja Romana
aceitava todos, mas depois, passou a aceitar apenas 11. Os
7 livros e 4 acréscimos. A Igreja Ortodoxa Grega mantém os
14 até hoje.

Os 7 livros apócrifos contidos nas Bíblias de edição


romana são:
A) TOBIAS (após o livro canônico de Esdras)
B) JUDITE (após o livro de Tobias)
C) SABEDORIA DE SALOMÃO (após o livro canônico de
Cantares)
D) ECLESIÁSTICO (após o livro de Sabedoria)
E) BARUQUE (após o livro canônico de Jeremias)
F) I MACABEU
G) II MACABEU (ambos após o livro canônico de Malaquias)

Os 4 acréscimos ou apêndices são:

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44

A) ESTER (a Ester, 10.4 – 16.24)


B) CÂNTICO DOS TRÊS SANTOS FILHOS (a Daniel, 3.24-
90)
C) HISTÓRIA DE SUZANA (a Daniel, cap. 13)
D) BEL E O DRAGÃO (a Daniel cap. 14)

Os 3 apócrifos rejeitados pelos romanistas são:


A) 3 ESDRAS
B) 4 ESDRAS
C) A ORAÇÃO DE MANASSÉS
A igreja romana via nos apócrifos, bases para os seus
desvios doutrinários.
Convém lembrar aqui um fato importante que se deu na
época da tradução da Septuaginta, simples em si mesmo,
mas que teve consequências muito sérias e grandes.
Os tradutores da Bíblia Hebraica para o Grego, nesta
época, no desejo evidente de estreitar mais os liames de
união entre seus compatriotas dispersos, além dos livros que
pertenciam ao cânon sagrado, traduziram também alguns
outros que julgaram de valor histórico, úteis, portanto, para
a manutenção do espírito nacional e também para a
meditação.
Foi desta maneira que surgiram os livros “apócrifos” da
Bíblia que os tradutores da Septuaginta e da Vulgata não
tiveram, em absoluto, o desejo de incluir no cânon sagrado.
Aliás, o Concílio de Jâmnia deu as melhores provas da

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


45

firmeza judaica neste sentido, quando considerou este caso


um assunto já resolvido.

17 - OS LIVROS PSEUDOEPIGRÁFICOS
Há ainda outros escritos espúrios relacionados tanto
com o Antigo Testamento como com o Novo Testamento.
São chamados de pseudoepigráficos. Os do Antigo
Testamento pertencem à última parte do período
interbíblico. Todos os livros dessa classe apresentam-se
como tendo sido escritos por santos de ambos os
Testamentos, daí seu título, pseudoepigráficos. São, na
maioria, de natureza Apocalíptica. Nunca foram
reconhecidos por nenhuma Igreja. Os principais do Antigo
Testamento chegam a 26.
Os referentes ao período do Novo Testamento também
nunca foram reconhecidos por ninguém como tendo
canonicidade. São cheios de histórias ridículas e até
indignas de Cristo e seus apóstolos. Os principais somam 24
livros.
Obs.: Aos nossos 39 livros canônicos do Antigo
Testamento, os católicos os chamam de “protocanônicos”.
Os 7 livros que chamamos apócrifos, os católicos os
chamam de “deuterocanônicos”, e os livros que chamamos
de pseudo-epigráficos, eles chamam de “apócrifos”.

18 - OS LIVROS PERDIDOS

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


46

A Bíblia cita alguns livros que estão perdidos, alguns


deles escritos por profetas, contendo relatos judaicos, de
maior ou menor valor. Vejamos:
A) O Livro das Guerras do Senhor (Nm 21.14).
B) O Livro dos Justos (Js 10.13; 2 Sm 1.18).
C) As Crônicas do Profeta Natã (1 Cr 29.29).
D) As Crônicas de Gade, O Vidente (1 Cr 29.29).
E) As Profecias do Aías, o Silonita (2Cr 9.29).
F) As Visões de Ido, o Vidente (2 Cr 9.29).
Com o conhecimento destes livros perdidos, a pergunta
naturalmente feita é: “Como poderemos assegurar a nós
mesmos que a Bíblia como a temos hoje é completa, é
inteira, e saber que nós temos a boa e inteira vontade de
Deus revelada nela?”
O mesmo fato de que aqueles outros livros foram
deixados de lado é prova suficiente por si mesmo de que
eles nunca deveriam der incluídos no cânon sagrado.
Porque se eles tivessem formado parte da Palavra de Deus
precisavam pela sua própria natureza ter permanecido até o
dia de hoje, uma vez que está escrito: “A Palavra de Deus, a
qual vive e permanece para sempre”, e “A Palavra do
Senhor, porém permanece eternamente”. (1Pe 1.23,25).

19 - ABREVIAÇÕES OU REFERÊNCIAS

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47

O uso das abreviações ou referências são muito úteis


nos estudos bíblicos e é necessário que saibamos usá-las.
Vejamos:

A) O sistema mais simples e rápido para escrever


referências bíblicas é o adotado pela Sociedade Bíblica do
Brasil: duas letras sem ponto abreviativo para cada livro da
Bíblia. Entre capítulo e versículo põe-se apenas um ponto.
Exemplo:
- 1 Jo 2.4 (1 João, capítulo 2, versículo 4).
- Fp 1.29 (Filipenses, capítulo 1, versículo 29).
- Fm v.14 (Filemon, versículo 14).

B) A referência pode levar outras indicações como:


- “a”- indicando a parte inicial do versículo: (Rm 11.17 a)
- “b” – indicando a parte final do versículo: (Rm 11.17b)
- “ss” – indicando os versículos que seguem até o fim ou não
do capítulo: (Rm 11.17ss)
- “qv”- significando “que veja”. Recomendação para não
deixar de ler o texto indicado.
- “cf”- significando “compare, confirme, confronte”.
- “i.e.”- significando “isto é”.
20 - PORQUE DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA
A) Porque ela ilumina o caminho para Deus (Sl
119.105,130).

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48

B) Porque ela é alimento espiritual para crescimento de


todos (Jr 15.16; 1 Pe 2.1,2).
C) Porque ela é o instrumento que o Espírito Santo usa na
sua operação (Ef 6.17).
21 - COMO DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA
A) Leia a Bíblia conhecendo seu autor: Deus (Jr 1.12; Is
34.16). Assim sendo, Ele mesmo no-la revelará. (Lc 24.45;
1Co2.10,12,13).
B) Leia a Bíblia diariamente (Dt 17.19; Js 1.8).
C) Leia a Bíblia com oração (Ef.16,17; Sl 119.18). Quando
lemos a Bíblia Deus fala conosco, quando oramos falamos
com Deus. A Bíblia e a oração completam-se.
D) Leia a Bíblia aplicando-se a si próprio – (Tg 1.22) – Não
devemos “importar” mensagens para a Bíblia e sim,
“exportar” dela.
E) Leia a Bíblia toda. Na Bíblia, nada é dito duma vez, nem
uma vez por todas.
Concluímos que se você não ler a Bíblia toda, não pode
conhecer a verdade completa. Não esperes compreender a
Bíblia toda. (Dt 29.29). É evidente que Deus sabe
infinitamente mais que todos os homens juntos. A Bíblia,
sendo um livro divino, é inesgotável. Não existe entre os
homens ninguém “formado” na Bíblia.
22 - COMO PODEMOS ENTENDER A BÍBLIA

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


49

A) Crendo, sem duvidar, no que ela ensina (Lc 24.21,25). A


dúvida é um empecilho à compreensão às Escrituras.
B) Lendo-a com amor e prazer e com fome de aprender as
coisas de Deus (Mc 20.12,37; 1Pe 2.2; Pv2.3-5).
C) Crescendo sempre espiritualmente (Hb 5.13.14). A
Palavra de Deus deve ser estudada, ao mesmo tempo em
que o Deus da Palavra deve ser amado e adorado (2 Pe
3.18).
D) Sendo cheio do Espírito Santo – Ele conhece as coisas
profundas de Deus (2Co 2.10).
E) Sendo humilde (Tg 1.21; 2 Pe 5.5,6).
F) Disposição de agradar a Deus – Ao ler a Bíblia aplica-se
primeiro a ti mesmo. Evita ser apenas um curioso e
especulador (Sl 119.33; Jo 13.17).
G) Participando das reuniões de estudo bíblico – Deus tem
vasos escolhidos não só para pregar, mas também, para
ensinar (1Co 12.28). Há crentes que gostam de todo tipo de
reuniões, menos as de estudos bíblicos. Devemos querer
ser de Apolo, o pregador, mas também de Paulo, o mestre
(1 Co 3.4), isto é, não devemos desprezar o ensino bíblico,
crescendo sempre na graça e no conhecimento (2 Pe 3.18;
Ef 4.13).

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50

PENTATEUCO

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51

INTRODUÇÃO AO PENTATEUCO
Pentateuco, no grego pentateucos, cinco livros. Esse
nome se dá à coleção dos primeiros cinco livros do Antigo
Testamento: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio.
O conjunto desses cincos livros, na Bíblia, são também
chamados de: Livro da Lei (Js. 1:7,8; Mt. 5:17); Lei de
Moisés (I Rs. 2:3; Ed.7:6; Lv. 2:22); Lei do Senhor (II Cr.
31:3; Lc. 2:23); Livro de Moisés (II Cr. 25: 3,4); Livro da Lei
de Deus/Senhor (Js. 24:26, II Cr. 17:9).
Todas essas designações do Pentateuco dão a
entender que os cincos livros eram tidos como um só
volume, como ainda se vê nos manuscritos judaicos, ainda
que citados pelos vários nomes das palavras iniciais.

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O LIVRO DE GÊNESIS

No princípio criou Deus

Gênesis, do grego gênesis, quer dizer “origem”; os


hebreus chamavam esse primeiro livro de Bereshith, que
significa “no princípio”, que são as palavras iniciais do livro.
É exatamente sobre isso que fala o livro e Gênesis, ele conta
a origem ou o princípio de todas as coisas. Ele conta o
princípio do universo, do homem, do pecado, da salvação,
do povo hebraico e tudo o que envolve a história do mundo,
com relação à origem. Sem esse livro nosso conhecimento
de um Deus criador seria lamentavelmente limitado;
seríamos tristemente ignorantes do início do nosso universo.
O registro de Gênesis cobre pelo menos 2000 anos.
Não é simplesmente uma história; é uma interpretação
espiritual da história. Em dois capítulos Deus apresenta a
narrativa da criação do mundo e do homem. Dali, por diante
temos a história da Redenção: Deus trazendo o homem de
volta ao regaço divino.
O livro de Gênesis é o registro do fracasso humano,
primeiro num ambiente ideal (Éden), depois sob o domínio
da consciência (da queda até o dilúvio), e finalmente sob o
governo patriarcal (Noé e José). Em cada caso de fracasso
humano, porém, Deus supriu a necessidade do homem com
as maravilhosas promessas de graça soberana. É

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53

apropriado, portanto, que o primeiro livro da Bíblia nos


mostrasse o fracasso do homem, resolvido pela salvação de
Deus, em todas as suas circunstâncias.

O Autor
A posição bastante antiga de hebreus e cristãos é a de
que Moisés, guiado pelo Espírito de Deus, escreveu
Gênesis. O livro termina trezentos anos antes do nascimento
de Moisés. Por isso, Moisés só poderia ter recebido as
informações mediante revelação direta de Deus, e por via de
registros históricos a que tivesse acesso, que tinham sido
transmitidos por seus antepassados. (Am. 3:7). Sobre a
história da criação usada por Moisés, sem dúvida foi escrita
bem antes, talvez por Abraão, ou Noé, ou Enoque. Quem
sabe? A escrita era comum antes dos dias de Abraão.
Em Ur, como em todas as cidades importantes da
Babilônia, haviam muitas bibliotecas. Sem dúvida Abraão
recebeu as tradições e registros de Sem, sobre a história da
criação, da queda do homem e do dilúvio. Sem dúvida
Abraão registrou tudo o que aconteceu com ele e com as
promessas que Deus lhe fez. Usou placas de barro, para
serem guardadas posteriormente.

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54

A criação (Gn. 1 e 2)
O livro se inicia com estas palavras: “No princípio criou
Deus os céus e a terra”. Nestas simples palavras temos a
declaração da Bíblia quanto à origem deste universo
material. Deus fez com que todas as coisas surgissem pela
palavra do seu poder. Ele falou e o universo foi formado.
Quem era o Deus mencionado tantas vezes nos
primeiros trinta e um versículos do Gênesis? “No Princípio
era o verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus” (Jo. 1:1).
“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de
muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos
nestes últimos dias pelo Filho” (Hb. 1:1). Aqui vemos aquele
que nos redimiu por seu precioso sangue, nosso Salvador,
aparecendo como Criador desde universo. Alguém afirmou
que Deus Pai é o arquiteto, Deus Filho é o construtor, e Deus
Espírito Santo é o embelezador do universo. Sem dúvida
isso é verdade!
Podemos observar que o Deus da criação - Deus-Pai -
se revela:
(1) na Bíblia como um ser infinito, eterno, autoexistente e
como a causa primária de tudo o que existe (Sl. 90:2).
(2) como um ser pessoal que criou Adão e Eva à sua imagem
(1:27). Como eles foram criados à imagem de Deus, podiam
comunicar-se com Ele e ter comunhão de modo pessoal.

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(3) como um ser moral que criou tudo bom e, portanto, sem
pecado. E que ao terminar a Sua criação, observou que era
“muito bom” (1:31).

A atividade da criação
“... criou Deus os céus e a terra” (1:1). O verbo “criar” é usado
exclusivamente em referência a uma atividade que somente
Deus pode realizar. Significa que Ele criou a matéria e a
substância, que antes nunca existiram. “A terra estava sem
forma e vazia” (1:2). A Bíblia diz que no princípio da criação
a terra estava informe, vazia e coberta por trevas. “...e o
Espírito de Deus pairava por sobre as águas” (1:2). Águas”
não significam os oceanos e mares como conhecemos hoje,
mas a condição gasosa da matéria existente antes deles.
O método que Deus usou na criação foi o poder da Sua
palavra: “E disse Deus...”. Noutras palavras, Deus falou e os
céus e a terra passaram a existir. Toda a Trindade, e não
apenas o Pai, desempenhou sua parte na criação.
O próprio Filho é a Palavra (“Verbo”) poderosa, através
de quem Deus criou todas as coisas. Semelhantemente, o
Espírito Santo desempenhou um papel ativo, como vimos
acima, é descrito como “pairando” (“se movia”) sobre a
criação, preservando-a e preparando-a para as atividades
criadoras adicionais de Deus. Moisés passa a descrever a

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56

partir de Gênesis 1:3 as diferentes fases da criação que


acontece em seis dias.

Primeiro, Deus põe uma ordem na criação:


Dia 1 – “Haja luz; e houve luz” (vv.3-5). Deus inicia por
iluminar o seu campo de ação.
Dia 2 – “E chamou Deus o firmamento céus” (vv. 6-8). É a
separação da matéria gasosa (água em cima da expansão)
e a água debaixo da expansão. Céu é o universo onde o sol,
a lua e as estrelas se localizam.
Dia 3 – “E apareça a porção seca” e “produza a terra erva
verde” (vv.9-13). Deus chama a porção seca TERRA e ao
ajuntamento das águas MARES. E paralelamente, surgem
as plantas, para que a terra pudesse receber seus
habitantes.
Dia 4 – “Haja luminares para haver separação entre o dia e
a noite” (vv.14-19). É a organização do sistema solar.
Surgem o sol, a lua e as estrelas.

Segundo, Deus dá vida à criação:


Dia 5 – “Produzam as águas répteis de alma vivente; e voem
as aves sobre a face da expansão dos céus” (vv. 20-23).
Surgem os peixes e todas
as variedades de aves.

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Dia 6 – “Produza terra alma vivente conforme a sua espécie”


(vv.24-31). Surgem animais domésticos, os animais
selvagens e os répteis que se arrastam pelo solo. Surge
também o homem à imagem e semelhança de Deus.

Terceiro, Deus termina a criação e a declara boa:


Dia 7 – “Descansou no sétimo dia de toda Sua obra. Deus
abençoou o sétimo dia e o destinou como um dia de
descanso”. A formação do Homem
Na criação do homem, o verbo “asah”, em hebraico, e
em latim “fiat” (seja feito), é o mesmo das expressões: “haja
luz”, “produza a terra”; entretanto, no versículo 26 ele
encontra-se no plural: “façamos”.
A conclusão que se chega é que, quando o homem foi
“criado” ou “formado”, houve a ação da Trindade Deus Pai,
Deus Filho, Deus Espírito Santo. O homem e a mulher
receberam o encargo de serem frutíferos e de dominarem
sobre a terra e o reino animal.
A Bíblia ensina claramente a doutrina de uma criação
especial, ou seja, que Deus criou cada criatura (Gn. 1:24).
Isto quer dizer que cada criatura, seja o homem ou os
animais, foi criado como a conhecemos hoje. No decorrer
dos séculos, muitas vãs filosofias e teorias têm procurado
lançar dúvida sobre o relato bíblico da criação. Entre essas
destaca-se a da evolução, difundida de Darwin. A teoria da

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58

evolução tem como partida a afirmação de que os homens e


os animais em geral possuem um princípio comum; isto é,
procedem de um mesmo tronco, e que eles hoje, são a soma
de mutações sofridas no decorrer dos milênios. Entretanto,
à luz da revelação divina, temos convicção que o homem foi
tomado à imagem e semelhança de Deus. O que disto passa
é mera fantasia e especulação do homem sem Deus e sem
salvação.
O capítulo 1 de Gênesis relata a criação em esboço. O
capítulo 2 explica com maiores detalhes a criação do homem
e da mulher, o meio ambiente deles e o seu período
probatório; apresenta os detalhes por assuntos.
“E abençoou Deus o sétimo dia e o santificou; porque
nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera”
(2:3).
Deus abençoou o sétimo dia e o destinou, tanto como
dia sagrado e especial de repouso.
Em Gênesis 2:4, um novo nome de Deus aparece:
“Senhor” (Iavé, “Javé” ou “Jeová”). Elohim é o nome
genérico de Deus, que enfatiza sua grandeza e amor ao
passo que “Senhor” é o seu nome pessoal, pactual, através
do qual Ele se revela ao seu próprio povo. Quando os termos
“Senhor Deus” aparecem juntos, falam do Criador
onipotente em concerto amoroso com a raça humana.

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


59

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra ...”


(2:7).
Deus de modo especial deu a vida e o fôlego ao
primeiro homem, e assim evidenciou que a vida humana
está num nível superior às outras formas de vida.
Dos versículos 8 ao 17, temos a formação do jardim do
Éden. Segundo os teólogos e, de acordo com a Bíblia, o
jardim do Éden ficava a sudoeste da Ásia, ao sul da
Mesopotâmia, bem próximo ao país que hoje é chamado
Armênia, entre os rios Tigre e Eufrates. Todo o gênero
humano procede daquela região.
(* Ponto discutível)
Após a entrada do pecado, o jardim do Éden foi
destruído e sua superfície modificada, pois dos quatro rios
somente dois são conhecidos, hoje. Duas árvores do Jardim
do Éden tinham importância especial. Ela era boa para
comer, agradável aos olhos (Gn. 3:6). Entretanto, o seu fruto
não deveria ser comido pelo homem, por ordem de Deus
(Gn. 2:17). Vendo Deus que Adão estava só, providenciou-
lhe uma companheira, tirando-a do seu próprio corpo. Ela foi
tirada da costela, do lado de Adão, para que ambos se
comunicassem e servissem um ao outro, em perfeita
harmonia.
“Portanto, deixará o homem o seu pai e a sua mãe e
apegar-se-á à sua mulher, e serão ambas uma carne” (2:24).

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


60

Observamos, que desde o princípio, Deus estabeleceu


o casamento e a família, como a primeira e mais importante
instituição humana na terra.

Queda (Gn. 3 e 4)
Deus criou o homem à sua própria imagem a fim de o
homem ter comunhão com Ele. Mas o homem separou-se
de Deus pelo pecado. Adão e Eva foram criados em estado
de inocência, mas com poder de escolha. Foram dotados de
mente clara e coração puro, com capacidade de somente
fazer o bem. Foram provados sob as circunstâncias mais
favoráveis.
Satanás, o autor do pecado, agindo por meio de uma
serpente, tentou-os a duvidar da Palavra de Deus. Eles
cederam à tentação e falharam na prova. Os resultados são
apresentados em Gênesis 3. separam-se de Deus, a terra
foi amaldiçoada, e a tristeza encheu-lhes o coração. “E porei
inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua
semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”
(Gn. 3:15).
Como consequência do pecado, Deus traria a
inimizade; mas, em sua infinita misericórdia, Deus promete
Aquele que iria redimir os homens do pecado. A semente da
mulher (Jesus) destruiria as obras do diabo. Esta é a
primeira profecia divina logo após a queda do homem.

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


61

Por causa do pecado cometido pelo homem, ele de


agora em diante dependeria do seu próprio esforço. Teria
que cultivar a terra e extrair dela o pão de cada dia (Gn.
3:19). Adão perdera a perfeita comunhão com Deus. Agora
foi posto fora do Jardim (Gn. 3:23) e inicia-se uma vida
independente de Deus, em meio ao sofrimento. Além disso,
Satanás passou a ter poder sobre o mundo.

A primeira civilização (Gn. 4 e 5)


Imediatamente depois da queda, os homens
começaram a oferecer sacrifícios ao Senhor. O primeiro
sacrifício foi feito quando Adão e Eva perceberam que
estavam nus. “E fez o Senhor Deus a Adão e a sua mulher
túnicas de peles e os vestiu” (Gn.3:21). Sem dúvida esses
sacrifícios foram ordenados por Deus e tinham como
propósito manter diante do homem o fato da sua queda, e o
sacrifício vindouro de Jesus.
Caim e Abel foram os primeiros filhos de Adão e Eva
(Gn. 4:1,2). Caim foi cultivador do solo; enquanto, que Abel
foi pastor de gado. Ambos trouxeram seus sacrifícios ao
Senhor. “Caim, trouxe do fruto da terra... Abel, por sua vez
trouxe das primícias do seu rebanho” (Gn. 4:3,4). A oferta de
Abel foi aceita ao que a de Caim foi rejeitada. Pelo
conhecimento da Palavra temos prova de que a oferta não
foi aceita porque não era típica do sacrifício que seria mais

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


62

tarde oferecido no calvário. Caim irou-se contra seu irmão e


em sua ira o matou (Gn. 4:8).
Com isso ele foi amaldiçoado por Deus: “...maldito és
tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua
mão o sangue do teu irmão. Quando lavrares a terra, não te
dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra”
(Gn. 4:11,12). Caim sai da presença do Senhor e habita na
terra de Node (Gn. 4:15,16).
Do versículo 17 ao 24 temos a genealogia de Caim. Ele
gerou a Enoque, que gerou a Lameque, o primeiro a rejeitar
o princípio do casamento monogâmico, ordenado por Deus.
No versículo 25, nasce Sete, mais um filho de Adão. De Sete
nasceu Enos e através dele tiveram começo às orações e o
culto público ao Senhor (Gn. 4:26).
O capítulo 5 fala da genealogia de Sete, de onde vem
Noé. Nomes que devem ser destacados da geração de Sete:
─ Enoque – homem de fé. Gênesis 5:24 diz apenas que
Deus o tomou para si. É um dos casos mais extraordinários.
A Bíblia fala que: ele andou com Deus (Gn. 5:24); ele era um
pregador de justiça que denunciava o pecado (Jd. 14:15);
ele agradou a Deus (Hb. 1:5). Enoque gerou a Matusalém.
─ Matusalém – foi o mais idoso de todos os homens
bíblicos. Viveu 969 anos. Matusalém gerou a Lameque.
─ Lameque – filho de Sete que gerou a Noé, que construiu
a arca.

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63

O dilúvio (Gn. 6-10)


O capítulo 6 descreve a corrupção total do gênero
humano. O pecado assumiu proporção tão desastrosa, a
ponto de pesar no coração de Deus ter posto o homem na
terra (Gn. 6:6), e então, em consequência, Ele determina a
destruição do homem através de um dilúvio. Deus manda o
dilúvio para restaurar o bem na terra. Depois da queda, Deus
deu ao mundo um novo começo, mas logo a maldade do
homem cresceu a ponto de restar só um homem justo, Noé.
Deus tinha sido longânimo em sua paciência com os
homens.
Noé, durante a construção da arca, que durou 120
anos, adverti o povo sobre o que iria acontecer. Mesmo
depois que Noé, sua esposa, filhos e noras entram na arca,
levando consigo dois de cada espécie de animal, houve um
intervalo de sete dias antes de vir o dilúvio, mas as
misericórdias de Deus foram recusadas e os homens
pereceram. Deus salvou oito pessoas do terrível julgamento
da terra pelo dilúvio.
“Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens
eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que
escolherem” (Gn. 6:2).
“Filhos de Deus” aqui seriam, naturalmente, aqueles
em que se refletia a santidade divina, ao passo que “Filhas
dos homens” seriam aquelas consideradas corruptas.

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


64

Naquela época haviam duas raças distintas: os


descendentes de Sete e os descendentes de Caim.
Segundo alguns escritores, os “filhos de Deus” seriam os
descendentes de Sete, e as “filhas dos homens”
descendentes de Caim.
“E disse Deus: Este é o sinal do concerto que ponho entre
mim e vós... O meu arco tenho posto na nuvem” (Gn. 9:12-
13).
O arco de várias cores é reproduzido pelo sol quando
este se encontra pouco acima do horizonte e tem à sua
frente uma nuvem de chuva. Nós avistamos quando nos
colocamos entre o sol e a nuvem, sempre depois de
abundante chuva.
Deus colocou nas alturas como sinal de seu pacto com
Noé.
“E começou Noé a ser lavrador da terra e plantou uma vinha,
e bebeu do vinho e embebedou-se...” (Gn. 9: 20-21).
Noé um homem ricamente abençoado por Deus, foi
vencido pelos pecados carnais. Seus filhos Sem e Jafé
demonstram moral elevada e louvável ao cobrir a nudez de
seu pai. Quanto ao terceiro filho de Noé, Cam, vemos que
por ter anunciado aos outros a nudez de seu pai, teve a
maldição imputada à sua geração – os cananeus. Os
cananeus foram adversários do povo de Deus e foram
exterminados quando Josué conquistou Canaã (Js. 24:18).

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


65

Na aliança firmada entre Deus e Noé, estão registrados


no sentido profético, as gerações de Sem, Jafé e Cam (Gn.
10):
Descendentes de Sem (semitas), preservaram o
conhecimento do verdadeiro Deus. Jesus, segundo a carne,
descendeu de Sem. Os descendentes de Sem se
estabeleceram na Arábia e nas terras do vale dos rios Tigre
e Eufrates, no Oriente Médio. Formaram os hebreus,
assírios, sírios e elamitas.
Descendentes de Jafé, dominaram a maior parte do mundo
e superaram as raças semíticas.
O domínio se deu principalmente no governo, na
ciência e na arte. Eles foram os progenitores dos medos, dos
gregos e das raças brancas da Europa e da Ásia.
Descendentes de Cam, o mais moço, seriam raças servis.
Eles se fixaram na Arábia Meridional, no Egito Meridional, na
orla oriental do Mar Mediterrâneo e na costa setentrional da
África. Estabeleceram-se num território que se denominou
Canaã, que posteriormente se tornou à pátria do povo judeu.

A torre de babel (Gn. 11)


“E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma
torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome,
para que não sejamos espalhados sobre a face de toda
terra” (Gn. 11:4).

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


66

O pecado do povo na terra de Sinear foi à ambição de


dominar o mundo e dirigir o seu próprio destino, à parte de
Deus, através da união política centralizada e grandes
conquistas. Esse propósito era fruto do orgulho e rebeldia
contra Deus. Deus frustrou o propósito deles, multiplicando
os idiomas em seu meio, de tal maneira que não podiam
comunicar-se entre si (vv.7,8).
Isso deu origem à diversidade de raças e línguas. O
homem nesse período voltou-se para a idolatria, a feitiçaria
e a astrologia.
Do versículo 10 ao 32, temos a descendência de Sem
até Abrão. Com Abrão, Deus prosseguiu dando cumprimento
ao propósito da salvação da raça humana.

O chamado de Abrão (Gn.12-20)


Apesar da maldade do coração humano, Deus quis
mostrar sua graça. Ele queria um povo escolhido a quem
confiasse as sagradas escrituras, que fosse sua testemunha
às outras nações e mediante o qual o Messias prometido
pudesse vir. Deus chama um homem de nome Abrão para
deixar seu lar na idólatra Ur dos Caldeus, a fim de ir a uma
terra desconhecida, onde Deus o faria pai de uma poderosa
nação. Assim começa a história de Israel, o povo escolhido
de Deus.

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67

Vários princípios importantes podem ser deduzidos do


chamado de Abraão:
1. Levou-o a separar-se da sua pátria, do seu povo e dos
seus familiares, para tornar-se estrangeiro e peregrino na
terra (12:1). Em Abrão, Deus estava estabelecendo o
princípio de que os seus deviam separar-se de tudo quanto
possa impedir o propósito divino na vida deles.
2. Deus prometeu a Abrão uma terra, uma grande nação
através dos seus descendentes e uma bênção que
alcançaria todas as nações da terra (12:2-3). Abrão
obedeceu às ordens de Deus, embora tivesse sido
necessário esperar por muito tempo a vinda de Isaque, para
se cumprir à promessa.
3. O chamado de Abrão envolvia, não somente uma pátria
terrestre, mas também uma celestial. A partir de então, ele
buscava uma pátria celestial onde habitaria com Deus
eternamente em justiça, paz e alegria.
4. O chamado de Abrão continha também compromissos.
Deus requeria dele tanto a obediência quanto a dedicação
pessoal ao Senhor. Essa dedicação se baseava em um
esforço sincero para viver uma vida de retidão (17:1,2).
5. Por Abrão possuir uma fé em Deus, expressa pela
obediência, dele se diz que é o principal exemplo da
verdadeira fé salvífica.

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68

6. Deus chamou Abrão e fez uma aliança com ele, conhecida


como a Aliança Abraâmica. Deus repetiu essa aliança com
Isaque, seu filho, depois de novo com seu neto Jacó. Ele não
a repetiu para mais ninguém. Estes são, portanto, os Pais da
Aliança e é por isso que lemos nas escrituras: “Eu sou o
Deus dos teus pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó”
(At.7:32). Deus fez aliança com esses três homens para que
eles a comunicassem a outros.

Qual foi a aliança feita? Veja os textos abaixo:


“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da
tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te
mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e
engrandecerei o teu nome e tu serás uma bênção. E
abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da
terra” (Gn. 12:1-3)
“E havia fome na terra, além da primeira fome, que foi
nos dias de Abraão: por isso foi-se Isaque a Abimeleque, rei
dos filisteus, em Gerar. E apareceu-lhe o Senhor, e disse:
Não desças ao Egito habita na terra que eu te disser:
Peregrina nesta terra, e serei contigo, e te abençoarei;
porque a ti e à tua semente darei todas estas terras, e
confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão teu pai;
e multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus, e

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69

darei à tua semente todas estas terras; e em tua semente


serão benditas todas as nações da terra; Porquanto Abraão
obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus
preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis” (Gn. 26: 1-
5).
“E eis que o Senhor estava em cima dela, e disse: Eu
sou o Senhor, o Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque:
esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua semente:
E a tua semente será como o pó da terra, e estender-se-á
ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na
tua semente serão benditas todas as famílias da terra: E eis
que estou contigo, e te guardarei por onde quer que vá, e te
arei tornar a esta terra: porque te não deixarei, até que te
haja feito o que tenho dito” (Gn. 28:1315).
Abrão parte para uma terra desconhecida como o
Senhor lhe tinha dito (Gn. 12:1). Era ele da idade de 75 anos,
quando saiu de Harã. Ele saiu com Sarai, sua mulher, com
Ló, filho de seu irmão e com tudo o que havia adquirido. Ele
chega em Canaã. A fome atingia toda essa terra e para
evitar dificuldades, Abrão desce ao Egito. Amedrontado
Abrão mente que Sarai é sua esposa, passa por
complicações por causa dessa mentira e tem que sair do
Egito (Gn. 12:10-20).
Ele agora está diante do lugar onde um dia ele erguera
seu primeiro altar – Betel (Gn. 13:1-4). Enquanto a

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70

prosperidade de Abrão representava as bênçãos do Senhor,


para Ló representava uma fé materialista. Surgem
desentendimentos e eles acabam se separando (Gn. 13:5-
18).
O capítulo 14, fala de um personagem que trará muita
edificação. Dos versículos 18-24 fala de uma figura bem
diferente, seu nome é Melquisedeque, a Bíblia nos fala que
era sacerdote do Deus Altíssimo. Não se tem conhecimento
de sua origem, nem de sua genealogia, consta, somente que
ele foi rei de Salém. Em Hebreus lemos que ele era como
semelhante ao Filho de Deus e a ele coube abençoar Abrão
(14:19,20). Depois da benção, veio a tentação na vida de
Abrão, através de rei de Sodoma. Mas, Abrão rejeita a sua
oferta.
“Depois destas coisas veio à palavra do Senhor a
Abrão” (Gn. 15).
Deus tinha feito a promessa que a partir dele faria uma
grande nação, mas Abrão não tinha filhos. Deus faz a
promessa de um herdeiro legítimo. “E creu Abrão no Senhor,
e isto lhe foi imputado por justiça” (15:6). Pela primeira vez
nas Escrituras, a fé e a justiça são mencionadas juntas. A
“fé” significava no A.T. “confiança em” ou “dependência de”
e também “lealdade a” ou “fidelidade”. O termo “justiça”
significava “estar num relacionamento correto com Deus e

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com sua vontade”. No restante do capítulo 15, Deus faz um


pacto com Abrão:
“A tua semente tenho dado esta terra...” (vv. 18-21).
Abrão persuadido por Sarai sua esposa, e na ânsia de
ver cumprida a promessa, toma Hagar, escrava egípcia por
mulher e esta lhe dá um filho – Ismael – que significa “Deus
ouve”. Abrão era da idade de 82 anos quando nasceu
Ismael. Futuramente Ismael, juntamente com seus
descendentes, seria um dos povos mais aguerrido, forte e
corajoso.
Do capítulo 17 em diante temos o mesmo personagem,
mas com o nome alterado para “Abraão” que quer dizer “Pai
de Uma Grande Nação”. Que teria motivado essa mudança?
Um profundo arrependimento. Abraão arrependeu-se por ter
procurado antecipar o plano de Deus para sua vida. Sarai
que significa “princesa”, também tem seu nome mudado
para Sara, “Mãe das nações”.
Nos países orientais a mudança de nome era praticada
para revelar algum acontecimento notável na vida da pessoa
envolvida. Deus reforça a Abraão a promessa de um filho
legítimo. “E disse Deus: Na verdade, Sara, tua mulher, te
dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque, e com ele
estabelecerei o meu concerto” (Gn. 17:19).
O capítulo 17 constitui o único relato bíblico sobre a
origem da circuncisão entre os israelitas. Abraão foi

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72

circuncidado aos 99 anos. Estaria com esse ato tão somente


confirmando sua fé.
Do capítulo 18 ao 21 vemos os descendentes de
Abraão e Ló. No versículo 10 do capítulo 18, Deus fala com
Abraão e Sara: “Certamente voltarei a ti, daqui a um ano; e
Sara, tua mulher, dará à luz um filho”. Abraão não teve
dúvida em reconhecer a presença de Deus. No versículo 14
do mesmo capítulo Deus reafirma a promessa: “Haveria
alguma coisa impossível ao Senhor? Ao tempo determinado,
tornarei a ti por este tempo da vida, e Sara terá um filho” (Gn.
18:14).
A partir do versículo 17, Deus anuncia a destruição de
Sodoma e Gomorra. Abraão faz então a primeira oração
intercessora: “Destruirás também o justo com o ímpio? (v.
23). Abraão preocupado com Ló e sua família intercede
diante de Deus para Ele não destruir as cidades. Deus
responde à sua oração, embora não como este esperava.
Deus salva Ló e sua família, mas destrói as duas cidades
(Gn. 19).
O capítulo 20 narra nova mentira de Abraão, e
novamente relacionada a Sara. Mais uma vez, falhou a fé de
Abraão, colocando em perigo o plano de Deus. Entretanto,
Deus interveio a fim de preservar a participação de Sara,
como mãe do povo do concerto.

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O nascimento de Isaque (Gn. 21-24)


Nasce Isaque, o filho da promessa (Gn. 21). Isaque
significa “Riso”. No coração de Abraão havia um misto de
alegria e tristeza. Ele também amava a Ismael, mas este
teve que partir (vv. 9-12). Ismael (nascido da carne),
tipificava “as obras da lei”, através das quais jamais alguém
herdará as promessas dadas por Deus. Isaque é o fruto da
fé; nele foi revelado todo o amor de Deus para conosco.
Deus manda Abraão matar seu filho Isaque (Gn. 22). A
ordem do Senhor foi um verdadeiro desafio de fé. Nessa
história Isaque tipifica a Cristo: ao dar-se a seu pai como
sacrifício de morte (v.16); e ao ser salvo da morte, ato este
que responde à ressurreição de Jesus.
Temos aqui o Jeová-Jiré (v.14), DEUS PROVERÁ, é
uma expressão profética da procedência divina de um
sacrifício substituto, um carneiro. Isaque permanece vivo e
o Senhor reforça a Abraão a promessa feita anteriormente:
“E em tua semente serão benditas todas as nações da terra,
porquanto obedeceste à minha voz” (Gn. 22:18).
Aprendemos da prova de Abraão que:
(1) Deus às vezes prova a fé de seus filhos. Tal prova deve
ser considerada uma honra no reino de Deus.
(2) O crente deve confiar em Deus, que Ele estará presente,
concederá sua graça e tudo quanto for necessário, em
qualquer circunstância, dentro da vontade divina.

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74

(3) Deus constantemente realiza seu propósito redentor,


restaurador, através da morte de uma visão. Ele pode deixar
acontecer em nossa vida, coisas que parecem destruir
nossas esperanças e sonhos.
(4) Depois de uma provação de fé, Deus confirmará,
fortalecerá, estabelecerá e recompensará o crente.
(5) Para se achar a verdadeira vida em Deus é preciso
sacrificar tudo quanto Ele requer.
(6) Depois de um teste de sofrimento e de fé, o resultado
final da parte do Senhor para com o crente é que Ele é muito
misericordioso e piedoso (Tg. 5:11).
O capítulo 23, registra a morte de Sara. Foi ela o grande
amor de Abraão (v.2). Sara viu o crescimento da fé de
Abraão, seu chamado e elevação. “E era Abraão já velho e
adiantado em idade. E disse Abraão ao seu servo: Irás à
minha terra e a minha parentela e daí tomarás mulher para
meu filho Isaque”
(Gn. 24:1-4). Isaque casa-se com Rebeca. Este
significativo evento nos transmite verdades que jamais serão
esquecidas. Este quadro ilustra palidamente o tipo de união
de Cristo com sua noiva, a Igreja, vejamos:
a) Abraão providenciou o casamento de Isaque. A união de
Cristo com a Igreja foi preparada pelo Pai.
b) O servo Eliezer selecionou a noiva. O Espírito Santo
chama, ou escolhe a Igreja.

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75

c) A missão do servo era falar do seu amo e mostrar como


ele honrara seu filho. O Espírito Santo revela e dispensa as
bênçãos de Jesus aos que são dEle.
d) A plena confiança com que Rebeca aceitou seu noivo,
mesmo sem conhecê-lo, portanto, pela fé. É um tipo da
Igreja que, pela fé aceita Jesus e pela mesma fé caminha ao
seu encontro.
e) Isaque foi ao encontro de Rebeca, assim acontecerá
quando do arrebatamento da Igreja por Jesus.
f) Tal como Isaque conduziu Rebeca à tenda da sua mãe,
outorgando-lhe direitos e privilégios iguais aos demais
membros de sua família, também a Igreja - reinará em glória
com o Senhor Jesus.

A morte de Abraão e o nascimento de Jacó e Esaú (Gn.


25-36)
Após relatar o segundo casamento de Abraão e sua
morte (Gn. 25:111), são descritos os descendentes de
Ismael, que até hoje estão em conflito com seus irmãos
judeus. O último versículo deste capítulo fala sobre os
descendentes de Isaque.
Assim como Sara, Rebeca era estéril, e Isaque teve
que pedir a Deus por um filho (Gn. 25:21). Nasce gêmeos:
Esaú, que quer dizer “Ruivo” ou “cabeludo” e Jacó, que quer
dizer “Usurpador”. Deus, antes do nascimento deles, disse

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para Rebeca: “Duas nações há no teu ventre, os dois povos


se dividirão das tuas entranhas: ...o maior servirá o menor”
(v. 23). Esaú vende a primogenitura a Jacó (v. 33).
A primogenitura consistia em:
(1) Liderança na adoração a Deus e chefia da família.
(2) Uma dupla porção da herança paterna.
(3) O direito à bênção do concerto, conforme Deus
prometera a Abraão.
O ato de Esaú vender sua primogenitura revela quão
pouco valor atribuía às bênçãos de Deus e às promessas do
concerto. Jacó, por outro lado, desejou as bênçãos
espirituais do futuro, e dela vieram as doze tribos de Israel.
Nesse período houve fome na terra e Isaque partiu até
Gerar, terra dos filisteus. Os filisteus sempre foram inimigos
dos judeus, mas mesmo assim Isaque habitou entre eles:
“...o Senhor o abençoava” (Gn. 26:12).
Os versículos 26 a 31, do capítulo 26, relatam sobre o
pacto entre Abimeleque e Isaque. E os versículos 28 e 29,
lemos o motivo que levou Abimeleque a procurar Isaque: “E
eles disseram: Havemos visto, na verdade, que o Senhor é
contigo, pelo que dissemos: Haja agora juramento entre nós,
entre nós e ti; e façamos concerto contigo. Que nos não
faças mal, como nós te não temos tocado, e como te fizemos
somente bem, e te deixamos ir em paz. Agora tu és o bendito
do Senhor”.

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77

Está comprovado mais uma vez que em Isaque seriam


realizados os propósitos divinos contidos na promessa feita
a Abraão. O capítulo 27 retrata Isaque e sua família tentando
conseguir a bênção de Deus de um modo injusto. A
preferência pessoal de Isaque por Esaú, de modo contrário
à vontade de Deus, e a manipulação enganosa de Rebeca
e Jacó, tomaram o lugar das bênçãos espirituais do concerto
de Deus.
O nome Jacó teve origem na maneira como se deu o
seu nascimento. “O usurpador”, esse nome é pelo fato de
Jacó ter nascido segurando o calcanhar de seu irmão. Ele
engana o seu pai e recebe a benção da primogenitura ao
lugar de Esaú. Esaú quando chega com o guisado para seu
pai, descobre que Jacó já recebeu a bênção e chora.
Fugindo da ira do seu irmão, Jacó parte para outra
terra. Isaque o abençoa e ordena que não tome mulher de
entre as filhas de Canaã (Gn. 28). No meio do caminho,
cansado, Jacó dorme no campo, e, tendo uma pedra por
travesseiro, sonha com Deus, que lhe confirma a promessa
feita a Abraão.
“E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer
que fores, e te farei tornar a esta terra; porque te não
deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito” (Gn.28:15).
Até este momento ele não sabia da presença de Deus
ali com ele. “Acordado pois Jacó do seu sono, disse: Na

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verdade o Senhor está neste lugar; e eu não o sabia. E


temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro
lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus” (Gn.
28:16,17).
Nos versículos 20 a 22, Jacó faz um voto puro e
consciente a Deus: “...o Senhor será o meu Deus; e esta
pedra, que tenho posto por coluna, será Casa de Deus; e,
de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo”.
Os anos passados em Harã foram penosos a Jacó.
Vinte anos de luta (Gn. 29 a 31). Jacó é enganado por seu
tio Labão. Este trabalhara sete anos para seu tio em troca
de Raquel (vv. 18-20), mas, seu tio lhe dá Lia a filha mais
velha. Raquel custa a Jacó mais sete anos de trabalho para
Labão.
O capítulo 30 nos fala da formação da família de Jacó:
2 esposas, concubinas e 12 filhos.
Deus é com Jacó (Gn. 30:37-43 e 31: 1-55), pois
através do próprio rebanho de Labão, por meios
sobrenaturais, Jacó torna-se muito rico, regressando ao seu
lar com grande família e numeroso rebanho.
Jacó obedece às instruções de Deus, separando-se de
Labão e retornando à terra de Canaã (Gn. 31), a região onde
mora Esaú, seu irmão. Deus envia anjos para assegurar a
Jacó sua contínua proteção.

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79

Jacó teme e se aflige à medida que se aproxima do


território de Esaú (Gn. 32). Ele passa o vau de Jaboque e
luta com um anjo (vv. 22-23); luta desesperadamente com
Deus para obter a bênção prometida. Deus vendo que ele
prevalecia, o feri na coxa (v. 25), como lembrança de que
este não devia doravante andar na sua própria força, mas,
confiar inteiramente em Deus e andar na dependência dEle.
O nome Jacó é mudado para Israel, que significa “aquele
que luta com Deus” (v. 28).
“E levantou Jacó os olhos e olhou, e eis que vinha
Esaú...” (Gn. 33:1). Deus tinha lidado com Esaú e posto
dentro dele o desejo de reconciliar-se com seu irmão. A
atitude amistosa de Esaú foi à resposta de Deus à oração
de Jacó. Os dois irmãos se encontram em paz e separam-
se.
Por ordem divina, parte Jacó para Betel, onde ergue um
altar a Deus (Gn.35).
Ele percebe uma deterioração espiritual na sua família
e ordena: “Tirai os deuses estranhos, que há no meio de
vós”.
Por causa dessa renovação espiritual, ele volta a
experimentar a proteção, presença, revelação e bênção de
Deus (vv. 5,9-13). Nasce Benjamim – “filho da minha direita”,
o último filho de Jacó com Raquel (vv. 16-20), que morre n
parto.

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O capítulo 36 narra sobre os descendentes de Esaú.


Ele prosperou materialmente, mas não prosperou
espiritualmente. Sua vida foi caracterizada por menosprezo
pelas coisas espirituais (Gn. 36:2).
Consequentemente, a nação que ele fundou Edom,
tornou-se ímpia, e veio a ser objeto da ira de Deus.

A vida de José (Gn. 37-50)

Isaque e Rebeca cometeram o erro de mostrar


favoritismo para com seus dois filhos. Isaque favoreceu o
caçador, Esaú. Rebeca favoreceu o calmo Jacó. Jacó fez a
mesma coisa com relação a José, o que despertou inveja
aos outros filhos.
José foi uns dos personagens mais nobre do Antigo
Testamento. Foi por meio dele que a sua família foi
abençoada no Egito. A vida de José é uma das ilustrações
bíblicas mais perfeitas da providência de Deus. Primeiro, ele
foi jogado dentro de uma cisterna por sus irmãos. Depois, foi
vendido como escravo aos dezessete anos. Passou pela
prisão, onde interpretou dois sonhos. Aos trinta se tornou
governador do Egito, após ter interpretado o sonho de
Faraó... Dez anos mais tarde seu pai Jacó, entrava no Egito.
Após a morte de Isaque, já sendo José governador do
Egito, Jacó e seus filhos, num total de setenta pessoas, mais

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81

gados e bens, foram para o Egito por causa da fome, onde


se reconciliaram com José. No Egito foram exaltados pelo
Faraó por causa de José. Habitaram na terra de Gósen,
onde eles cresceram em número, riqueza e influência.
Nos momentos finais da sua vida, Jacó reuniu seus
filhos e profetizou a respeito da vida deles e do seu futuro no
plano divino da redenção Gn.49). As bênçãos e maldições
deste capítulo estão condicionadas à qualidade do
relacionamento com Deus, por parte dos descendentes de
Jacó.
A seguir transcrevemos trechos da bênção de Jacó à
seus filhos: “Depois chamou Jacó a seus filhos, e disse:
Ajuntai-vos para que eu vos anuncie o que vos há de
acontecer nos dias vindouros. Ajuntai-vos, e ouvi, filhos de
Jacó; ouvi a Israel vosso pai:
Rúben, tu és meu primogênito, minha força e as
primícias do meu vigor, preeminente em dignidade e
preeminente em poder.
Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são
instrumentos de violência.
Judá, a ti te louvarão teus irmãos; a tua mão será sobre o
pescoço de teus inimigos: diante de ti se prostrarão os filhos
de teu pai.
Zebulom habitará no litoral; será ele ancoradouro de
navios; e o seu termo estender-se-á até Sidom.

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82

Issacar é jumento forte, deitado entre dois fardos. Viu


ele que o descanso era bom, e que a terra era agradável.
Sujeitou os seus ombros à carga e entregou-se ao serviço
forçado de um escravo.
Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel.
Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à
vereda, que morde os calcanhares do cavalo, de modo que
caia o seu cavaleiro para trás.
Quanto a Gade, guerrilheiros o acometerão; mas ele,
por sua vez, os acometerá.
De Aser, o seu pão será gordo; ele produzirá delícias
reais.
Naftali é uma gazela solta; ele profere palavras
formosas.
José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto a uma
fonte; seus raminhos se estendem sobre o muro.
Benjamim é lobo que despedaça; pela manhã
devorará a presa, e à tarde repartirá o despojo.
Acabando Jacó de dar estas instruções a seus filhos,
encolheu os seus pés na cama, expirou e foi congregado ao
seu povo”.

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83

O LIVRO DE ÊXODO

Deixa o meu povo ir...


A relação entre o livro de Gênesis e o de Êxodo é muito
semelhante à que existe entre o Antigo e o Novo
Testamento. Gênesis marca o fracasso do homem em todas
as provas e em todas as condições. Êxodo é a epopeia
emocionante de Deus vindo em socorro do homem.
Nele se encontra a obra redentora de um Deus
soberano. Êxodo é preeminentemente o livro de redenção
no Antigo Testamento. Começa em trevas e tristezas, porém
termina em glória. Começa contando como Deus desceu em
graça, para libertar um povo escravizado e termina
declarando como Deus desceu em glória no meio de um
povo remido.
A palavra Êxodo vem do grego e quer dizer “saída”.
Sem o Gênesis, o livro de Êxodo não faz sentido. Gênesis,
nos seus últimos capítulos, registra o estabelecimento das
dez tribos no Egito e as vantagens que essa terra lhes traria.
Êxodo narra as experiências do povo hebreu em período pós
José e sua saída do Egito.

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84

O Autor
Dois pontos relacionados com este livro têm causado
controvérsias: a data do êxodo e a autoria do livro. Duas
datas diferentes são propostas:
a) uma primeira data que deriva de I Reis 6:1, onde está
escrito que o êxodo ocorreu 480 anos antes do quarto ano
do reinado de Salomão. Esta declaração estabelece a data
do êxodo em 1445 a.C. Em Juízes 11:26, Jefté afirma que
Israel ocupara sua própria terra há 300 anos, o que permite
datar a conquista de Canaã em aproximadamente 1400 a.C.
Por isso, essa cronologia do êxodo ficaria entre 1445 – 1405
a.C.
b) os críticos liberais da Bíblia propõem uma data
posterior, para o êxodo, em cerca de 1290 a.C., com base
em suposições a respeito dos governantes egípcios, bem
como uma data arqueológica do século XIII a.C. sobre a
destruição de cidades cananeias durante a conquista de
Canaã.
Há também discordância no tocante à autoria deste
livro. Intérpretes modernos geralmente consideram o livro
como uma obra conjunta, preparada por vários escritores.
Por outro lado, a tradução judaica desde os tempos de Josué
(Js. 8:31-35), bem como o testemunho de Jesus (Mc. 12:26),
do cristianismo primitivo, e dos eruditos conservadores
contemporâneos, atribuem a Moisés a origem do livro.

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85

Pormenores numerosos em Êxodo indicam que o autor


foi testemunha ocular dos eventos registrados neste livro.
Além disso, trechos do próprio livro dão testemunho da
participação direta de Moisés na sua escrita.

A escravidão (Ex. 1)
O livro de Gênesis é a história de uma família. O livro
do Êxodo é a história de uma nação. Os filhos de Jacó
haviam conquistado grande favor por causa do seu irmão
José. Depois que José morreu e uma nova dinastia
ascendeu ao trono do Egito, a riqueza e o grande número
dos filhos de Israel os fizeram objeto de desconfiança. Lendo
os versículos 8 a 14, podemos ver que o poderio do povo
hebreu aumentou muito e isso amedrontava os egípcios. As
alegrias e direitos do povo hebreu então terminam.
Faraó decreta três decretos e leis. O primeiro
sujeitando os hebreus a trabalhos forçados (v.12). O
segundo que os recém-nascidos hebreus homens deveriam
ser mortos (vv.15,16) mas, as parteiras temeram a Deus e
não fizeram como o rei do Egito ordenou (v.17). O terceiro
decreto, que todos os meninos recém-nascidos, filhos de
estrangeiras fossem atirados no rio (v.22).

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Um libertador (Ex. 2-4)


O nome desse libertador é Moisés. Deus tendo um
plano muito especial para sua vida, o livrou da morte. Seu
pai chamava-se Anrão, e sua mãe Joquebede, ambos
pertencentes à tribo de Levi. Moisés um menino formoso, foi
escondido por seus pais durante três meses. Não podendo,
mais escondê-lo, seus pais tomaram uma arca de juncos, o
colocaram nela, e esta foi posta no rio.
Moisés é conduzido à corte egípcia. A filha de Faraó o
acha e decide que será seu filho. Entretanto, a mãe
verdadeira de Moisés é chamada para cuidar dele (2:1-9).
Já grande, sua mãe entrega-o à princesa, que o educa em
toda a sabedoria egípcia.
A vida de Moisés pode ser dividida em três partes: os
primeiros 40 anos de vida, na corte de Faraó, onde foi
instruído em toda ciência do Egito; os segundos 40 anos, no
deserto de Mídia, Moisés aprendeu que não era ninguém;
nos terceiros 40 anos, Moisés reconhecera que Deus é tudo
e suficiente para salvar uma nação inteira. Foi quando
Moisés entregou-se completamente ao serviço de Deus.
Moisés já grande andando pela cidade egípcia,
percebe a opressão do povo hebreu. Ele fica indignado por
ver um egípcio maltratando um hebreu, corre em sua defesa
e mata o egípcio. Ouvindo, pois, Faraó este caso, procurou
matar a Moisés. Assim, Moisés foge do Egito (2:15).

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Foi em casa de um homem chamado Jetro, no deserto


de Midiã, que Moisés encontrou asilo, e permaneceu por 40
anos. Neste tempo casou-se com Zípora, filha de Jetro e
cuidou do rebanho do seu sogro.
“E aconteceu depois de muitos destes dias, morrendo
o rei do Egito, que os filhos de Israel suspiraram por causa
da servidão, e clamaram; e o seu clamor subiu a Deus por
causa de sua servidão. E ouviu Deus o seu gemido, e
lembrou-se Deus do seu concerto com Abraão, com Isaque,
e com Jacó; e atentou Deus para os filhos de Israel, e
conheceu-os Deus” (Ex. 2:23-25).
No capítulo 3, Deus fala com Moisés do meio da sarça
ardente. “Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, (para
que tires o meu povo os filhos de Israel) do Egito” (Ex.3:10).
Moisés tem um chamado divino, o de libertar o povo hebreu
das mãos de Faraó. Alguns pontos importantes merecem
destaque no chamado de Moisés:
1) “Apareceu-lhe o Anjo do Senhor...” (v. 2). O próprio Deus
é que aparece diante de Moisés.
2) “Não te chegues para cá; tira os teus sapatos de teus pés;
porque o lugar é santo” (v.5).
Moisés entendeu que era necessário reverenciar e temer
onde estava.
3) “Eu sou o Deus de teu pai, de Abraão, Isaque e Jacó” (v.
6). O Senhor se apresenta como Deus que eles adoravam.

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88

4) “Quem sou eu, que vá a Faraó” (v.11). Moisés sente-se


incapaz para o cumprimento da missão. Mas, o Senhor diz
para ele: “Certamente eu serei contigo”.
5) “E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU” (v. 14). O
Senhor deu a si mesmo o nome pessoal. Deus está dizendo
a Moisés:

“Quero ser conhecido como o Deus que está presente e


ativo”.
Moisés nesse momento, é muito diferente daquele
homem que há quarenta anos matara um egípcio. A vida no
deserto, o trabalho de apascentar ovelhas e as últimas
experiências divinas, transformaram a sua vida. Começa a
partir desse momento uma nova fase na vida de Moisés.
O ministério e a mensagem de Moisés foram
confirmados por sinais miraculosos (Ex.4:1-9). No versículo
10, Moisés argumenta com Deus: “Ah! Senhor? Eu não sou
eloquente..., sou pesado de boca, e pesado de língua”. E
disse-lhe o Senhor: “Quem fez a boca do homem? Ou quem
fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou
eu, o Senhor?” (v.11).
Deus tem poder de transformar e também de curar.
Nada mais restava a Moisés senão obedecer. Moisés então
decide voltar ao Egito. Deus o encoraja dizendo que os seus

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


89

inimigos estão mortos (v.19) e lembra a ele como se


apresentar diante de Faraó e o que fazer diante dele.

Moisés e Arão diante de Faraó (Ex. 5-12)


A narrativa do Êxodo é basicamente um conflito entre
dois deuses: o Senhor e Faraó. Faraó questionava o poder
do Deus de Israel, considerava-se mais poderoso. Por várias
vezes Moisés e Arão colocam-se diante de Faraó e dizem:
“Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Deixa ir meu povo”.
A cada resposta negativa de Faraó, Deus manda
pragas sobre o Egito. As dez pragas foram o método do
Senhor demonstrar que é mais poderoso que qualquer deus
egípcio.

As dez pragas:
1) As águas do Nilo converteram-se em sangue (Ex. 7:14-
21).
2) As rãs (Ex. 8:1-1).
3) Os piolhos (Ex. 8:16-19).
4) As moscas (Ex. 8:20-28).
5) A peste nos animais (Ex. 9:1-7).
6) As úlceras (Ex. 9:8-12).
7) Saraiva nas plantações (Ex. 9:22-35).
8) Dos gafanhotos (Ex. 10:1-20).
9) Trevas (Ex. 10:21-29).

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


90

10) Morte dos primogênitos (Ex. 11:1-10; 12:29-30).


Antes da última praga Deus institui a primeira Páscoa e
a festa dos pães asmos. (Ex. 12:1-28). Estas festas
sagradas tinham por base o evento histórico da saída do
povo de Israel do Egito. A Páscoa assinalava um novo
começo para Israel, o mês em que ela ocorreu tornou-se “o
primeiro dos meses” de um ano novo para a nação.
A Festa dos pães asmos, “as ervas amargosas” trazem
à lembrança os tempos amargos da escravidão no Egito.
Somente com a última e sangrenta praga foi que a
resistência de Faraó foi quebrada. Assim partiram os filhos
de Israel, mais ou menos 600 mil homens, sem contar os
meninos e as mulheres, e também uma grande quantidade
de gado. O tempo que eles habitaram no Egito foi de 430
anos.
Deus guia o seu povo (Ex. 13-16)
A primeira ordem de Deus a Moisés depois que eles
saíram do Egito foi: “Santifica-me todo primogênito”
(Ex.13:2). Deus salvara da morte os primogênitos de todos
os israelitas agora eles passaram a ser consagrados ao
Senhor. Assim o povo guardaria bem vivo na memória
aquele evento, como também expressaria sua gratidão.
Deixando Faraó ir o povo, Deus não os levou pelo
caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto. Porque
disse Deus: “Para que, porventura o povo não se arrependa,

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


91

vendo a guerra, e tornem ao Egito. Mas Deus fez rodear o


povo pelo caminho do deserto perto do Mar Vermelho...”
(Ex.13:17 e 18).
O povo de Israel podia ter chegado à Terra Prometida
em poucas semanas, entretanto, neste caminho teriam que
enfrentar outros povos, e eles não estavam preparados.
Poderiam pedir para voltar ao Egito, ainda que isso
significasse escravidão. Assim Moisés os conduziu pelo
caminho mais longo. Diz a Bíblia que o Senhor ia adiante
deles de dia com uma coluna de nuvem e de noite numa
coluna de fogo (Ex. 13:21). Deus colocou essas colunas
como evidência da Sua presença, do seu amor e do seu
cuidado por Israel. Elas permaneceram entre eles até
chegarem até a Terra Prometida, 40 anos mais tarde.
O coração de Faraó mudou, enquanto o povo de Israel
fugia pelo deserto. Então, ele aprontou seu carro e tomou
consigo seu exército e foi atrás do povo (Ex. 14:5-7). Deus
poderia ter impedido que Faraó se levantasse contra eles,
podia detê-los, mas este não era o seu propósito. Moisés e
o povo ficam entre o Mar Vermelho e o exército de Faraó.
Como aconteceria esse livramento? “Disse o Senhor a
Moisés: Por que clamas a mim? Dizes aos filhos de Israel
que marchem. E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão
sobre o mar, e fende-o, para os filhos de Israel passem pelo
meio do mar em seco” (Ex. 14:15-16).

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


92

O livramento de Israel através do Mar Vermelho


confirmou a promessa de Deus: “O Senhor pelejará por vós”
(Ex. 14:14). Assim Moisés e os filhos de Israel cantaram ao
Senhor em ações de graças (Ex. 15:118). Miriã dança com
as mulheres Israelitas (15:20).
O primeiro ponto de parada além do Mar Vermelho foi
em Mara, palavra que significa “amarga”. As águas nesse
lugar eram amargas por isso do nome. O povo estava com
sede e murmuraram contra Moisés dizendo: “Que havemos
de beber?” (Ex. 15:24). Deus usou através de Moisés um
pedaço de pau que jogou nas águas amargas e estas
tornaram se doce.
No capítulo 16 novamente o povo está murmurando.
Apesar de tudo o que Deus fizera, eles perderam
rapidamente a fé. Disseram: “Quem dera que nós
morrêssemos por mão do Senhor na terra do Egito... quando
comíamos pão até fartar”. Porque nos tende tirado para este
deserto, para matardes de fome a toda esta multidão” (Ex.
16:3).
E o Senhor falou a Moisés: “Tenho ouvido as
murmurações dos filhos de Israel; fala-lhes, dizendo: Entre
as duas tardes, comereis carne, e pela manhã, vos fartareis
de pão, e sabereis que eu sou o Senhor, vosso Deus” (Ex.
16:11,12). Deus manda a porção diária de pão e codornizes.

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


93

Então, submete o povo à prova de obediência e fé


mandando que colhessem na medida, o suficiente para cada
dia, nem mais, nem menos, com exceção do sexto dia que
poderiam colher em dobro (v.22). e comeram os filhos de
Israel maná quarenta anos, até chegarem aos termos da
terra de Canaã.

O caminho até o monte Sinai (Ex. 17-19)


O capítulo 17 narra mais dois incidentes no deserto.
Eles haviam acampado em Refidim, mas ali não havia água
para beber (v.1). Novamente o povo murmura contra Moisés
a ponto de quase matá-lo. Moisés seguindo ordem de Deus
toma a vara e feri a rocha, em Horebe, e dela sai água. O
segundo incidente foi à peleja com os amalequitas (Ex. 17:8-
16).
Josué foi escolhido para comandar a peleja, enquanto
Moisés permanecia no monte junto com Arão e Hur.
Enquanto Moisés permanecia com as mãos levantadas,
Israel prevalecia. E, assim, Josué desfez a Amaleque e a
seu povo a fio de espada” (Ex. 17:13).
Jetro, sacerdote de Midiã, sogro de Moisés, ouvindo
todas as coisas que Deus tinha feito, tomou Zípora e seus
netos, Gérson e Eliézer, e os levaram ao encontro de Moisés
(Ex. 18:1-6). Ele oferece um sacrifício de ações de graça a
Jeová pelo livramento de Israel. E, na mesma ocasião, com

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94

grande sabedoria, aconselha seu genro e cerca-se de


auxiliares competentes para maior eficiência e resultados na
obra do Senhor.
O texto em Êxodo 18, versículo 21, menciona algumas
qualificações de um líder do povo de Deus, os quais devem
ser:
(1) Pessoas capazes.
(2) Pessoas que temem a Deus.
(3) Pessoas instruídas na verdade e totalmente dedicadas à
sua casa.
(4) Pessoas que abominam o ganho desonesto e que, por
isso, estão livres da cobiça e do amor ao dinheiro.
Três meses depois da saída dos filhos de Israel do
Egito, eles chegam ao deserto do Sinai. E Moisés subiu a
Deus, no Monte Sinai, e ali o Senhor estabeleceu seu
concerto com o povo de Israel. Lembrando do Concerto
Abraâmico (Gn. 15), depois de 430 anos, e em outra
situação, Deus faz o Concerto Mosaico com Israel. Ele
propõe e os israelitas aceitam, prometendo obedecer (Ex.
19:5,8).

A Aliança Mosaica (Ex. 20-24)


A partir do capítulo 20, há três divisões da Aliança
Mosaica:

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95

1º) os mandamentos, que expressam a vontade de Deus


para o seu povo (Ex. 20:1-26);
2º) os juízos, que governam a vida social de Israel (Ex. 21-
24:11);
3º) as ordenanças que governam a vida religiosas de Israel
(Ex.
24:12-31:18).
Três elementos, porém, uma só Lei. Os Dez
Mandamentos foram escritos em duas tábuas de pedra. Os
cincos primeiros mandamentos falam dos deveres do
homem para com Deus e os outros cinco falam dos deveres
do homem para com seu semelhante.

Os Dez Mandamentos:
Primeiro: “Não terás outros deuses diante de mim” (20:3)
Segundo: “Não farás para ti imagem de escultura...” (20:4)
Terceiro: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em
vão...” (20:7)
Quarto: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar”
(20:8)
Quinto: “Honra teu pai e tua mãe...” (20:12)
Sexto: “Não matarás” (20:13)
Sétimo: “Não adulterarás” (20:14)
Oitavo: “Não furtarás” (20:15)
Nono: “Não dirás falso testemunho” (20:16)

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96

Décimo: “Não cobiçaras...” (20:17).

Os capítulos 21 a 23 temos a complementação com os


juízos, o código civil dos mandamentos.
Leis da pena capital (Ex. 21:12-32)
Leis da restituição de propriedade (Ex. 21:33-22:1-15)
Leis gerais (Ex. 22:16-23:13)

E também as três grandes festas anuais:


Festa dos Pães Asmos, para comemorar a saída do
Egito.
Festa das Primícias, na primavera, onde todo o primeiro
fruto da terra era oferecido ao Senhor Deus.
Festa do Tabernáculo, no outono para lembrar o tempo
pelo deserto.
Depois, disse o Senhor a Moisés para subir ao Monte
com Arão, Nadabe e Abiú, e os setenta anciãos de Israel,
mas, somente Moisés se chegou ao Senhor. “E, subindo
Moisés ao monte, a nuvem cobriu o monte. E habitava a
glória do Senhor sobre o monte de Sinai, e a nuvem o cobriu
por seis dias: e ao sétimo dia chamou a Moisés do meio da
nuvem. E o parecer da glória do Senhor era como um fogo
consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de
Israel. E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


97

ao monte: e Moisés esteve no monte quarenta dias e


quarenta noites” (Ex. 24:15-18).

O Tabernáculo (Ex. 25-40)


Deus mesmo dá
instruções a respeito
do Tabernáculo. O
significado histórico,
espiritual e tipológico
do Tabernáculo deve
apoiar-se no que a
Bíblia diz a respeito.

(1) O Tabernáculo era um santuário (25:8), um lugar


separado para Deus habitar entre o seu povo e encontrar-se
com ele.
(2) Era chamado o “Tabernáculo do Testemunho” (38:21),
porque continha os Dez Mandamentos.
(3) O Tabernáculo era o lugar onde Deus concedia o perdão
dos pecados mediante um sacrifício vicário (29:10-14).
Esses sacrifícios tipificavam o perfeito sacrifício de Jesus na
cruz.
(4) O Tabernáculo falava do céu, do “Tabernáculo celestial”
onde Jesus, nosso Sumo Sacerdote eterno, vive
eternamente para interceder por nós.

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98

(5) O Tabernáculo falava da redenção final quando, então,


haverá um novo céu e uma nova terra.
A ordem na qual as instruções foram dadas por Deus a
Moisés, referente ao Tabernáculo, foi obedecida
rigorosamente, começando de dentro para fora. Assim, o
ponto de partida foi primeiro o “Santo dos Santos”, depois o
“Santo lugar” e por último o “Átrio”.
O “SANTO DOS SANTOS” ou “SANTÍSSIMO
LUGAR” - Era a parte mais interna do Tabernáculo;
separado por um véu do Santo lugar. Este véu ensinava que
o acesso à presença de um Deus Santo estava impedida
pelo pecado do homem. Nele continha, a arca (25:10), que
era uma peça em formato de baú, contendo os Dez
Mandamentos, um vaso de maná e a vara florescida de
Arão.
Tinha por cobertura uma tampa chamada propiciatório,
e formando uma só peça com ele, havia dois querubins
alados, de ouro batido (25:18-20). No propiciatório o sumo
sacerdote aspergia o sangue derramado do sacrifício, a fim
de fazer expiação pelos pecados, uma vez por ano.
O “SANTO LUGAR” - Era o local de execução do
serviço dos sacerdotes – os filhos de Arão. Haviam três
objetos neste lugar:
- A mesa dos pães asmos (25:23) – o pão colocado
sobre essa mesa representava a presença do Senhor como

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


99

o sustentador de Israel na sua vida em geral. Aponta para


Jesus o Pão da vida.
- O candelabro de ouro (25:31) – ele continha sete
lâmpadas a óleo para iluminar o Tabernáculo. As lâmpadas
representavam a luz de Deus, a sua presença no meio do
arraial.
- O altar do incenso (30:1-10) – Que fala de comunhão
e intercessão.
O “ÁTRIO” - Era o local onde o judeu podia entrar para
adorar a Deus. Era constituído:
- Pelo altar dos holocaustos (Ex. 27:1-8) – era o lugar onde
os animais eram imolados em sacrifício para fazer expiação
(cobrir o pecado e alcançar o perdão de Deus).
- Pela pia de cobre – era para o sacerdote lavar suas mãos
e pés antes de entrarem no Santo lugar. Simbolizava a
purificação para o serviço do Senhor.

O TABERNÁCULO

Vejamos agora as cores e os metais utilizados no


Tabernáculo (leia os capítulos 36 a 39).
1) Azul – fala-nos da natureza celestial de nosso Senhor
Jesus Cristo.
2) Púrpura – fala-nos da realeza. Refere-se ao reinado de
Cristo ou à sua realeza.

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


100

3) Escarlate – fala-nos de sangue. Lembra o sofrimento de


Cristo em nosso lugar, sofrimento esse divinamente
determinado.
4) Branco (linho fino) – fala-nos da perfeita justiça e pureza
de Cristo.
5) Ouro – metal mais precioso. Está ligado à vida de Jesus.
Todos os objetos eram de ouro maciço ou revestidos de
ouro. Até a madeira usada no Tabernáculo era revestida de
ouro; essa madeira tipifica a humanidade de Jesus, e o ouro,
simboliza a Sua divindade.
6) Prata – Simboliza “redenção”. O principal ponto da
redenção está na aspersão do sangue.
7) Bronze (ou cobre) – esse metal cobria o Altar do
Holocausto no Átrio. Ele é geralmente reconhecido como
tipo do julgamento e justiça.
“E falou o Senhor a Moisés dizendo: No primeiro mês,
no primeiro dia do mês, levantarás o Tabernáculo da tenda
da congregação...” (Ex. 40:1). Assim fez Moisés. Lendo o
livro de Êxodo você terá outros detalhes sobre o
Tabernáculo. O livro de Êxodo chega ao fim, com a glória do
Senhor enchendo o Tabernáculo (Ex. 40: 34-38).
Esse acontecimento prenunciou a presença do Senhor
nos seus santos, a igreja. Prenunciou, ainda, que Deus
habitará futuramente com todos os seus santos no novo céu
e na nova terra.

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


101

O LIVRO DE LEVÍTICO

Levítico é o livro de figuras de Deus para os filhos de


Israel, com o fim de ajudá-los em seu treinamento religioso.
Tias as figuras apontam para a obra de Jesus Cristo. O título
“Levítico” sugere o tema do livro, os levitas, os sacerdotes e
as suas funções no Tabernáculo.
É chamado também o Livro das Leis. Lembrando-nos
do Livro de Êxodo, de como Deus havia dado a Moisés, as
instruções precisas para a construção do Tabernáculo e
acerca da instituição do sacerdócio, a fim de que oficiassem
nesse lugar santo.
Este livro é oportuno porque insiste em que devemos
manter o corpo santo, do mesmo modo que a alma. Ensina
que os remidos devem ser santos porque o Redentor é
santo. Neste livro, Deus não só dá a chave para a nossa vida
espiritual e um viver santo, mas nos surpreende com lições
importantes de higiene e saneamento para o cuidado do
corpo. Os judeus são uma prova maravilhosa do resultado
disso em sua vida longa e vigorosa. Este é um livro divino.
O versículo inicial dá-nos a chave:
“Chamou o Senhor a Moisés e da tenda da congregação lhe
falou”.

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


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O Autor
Levítico é o terceiro livro de Moisés. Mais de cinquenta
vezes, o livro declara que seu conteúdo encerra as palavras
e a revelação que Deus deu diretamente a Moisés para
Israel, as quais Moisés, a seguir, reduziu à forma escrita.
No Novo Testamento, Jesus fez referência a um trecho
de Levítico e o atribui a Moisés (Mc. 1:44). O apóstolo Paulo
refere-se ao trecho deste livro ao afirmar: “Moisés
descreve... dizendo...” (Rm. 10:5). Entretanto, os críticos
atribuem Levítico a um escritor sacerdotal de época muito
posterior, rejeitando assim, a autenticidade do testemunho
bíblico. Este livro data de 1445-1405 a.C.
Ele foi escrito para instruir os israelitas e seus
mediadores sacerdotais, acerca do seu acesso a Deus por
meio do sangue expiatório e para expor o padrão divino da
vida santa que deve ter o povo escolhido de Deus. Ele inicia
apresentando cinco ofertas. Deus com isso quer ensinar a
realidade do pecado e que ele espera um sacrifício todos os
dias por eles. A seguir fazemos uma correlação das ofertas
com Jesus através de uma palavra chave:
1. O Holocausto – Submissão de Cristo a favor do mundo
(Lv. 1).
2. Oferta de Manjares – Serviço de Cristo na vida (Lv. 2).
3. Oferta Pacífica – Serenidade de Cristo na vida (Lv. 3).

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


103

4. Oferta pelo Pecado – Substituição de Cristo pelo pecado


(Lv. 45:13).
5. Oferta pela Culpa – Satisfação das exigências de Deus
por meio de Cristo (Lv. 5:14-6:7).
O termo “oferta” (heb. Corban) é cognato do verbo que
significa “aproximar-se”. Portanto, o sacrifício (oferta) era
uma dádiva que o israelita fiel trazia a Deus, a fim de poder
aproximar-se dEle e desfrutar da Sua comunhão e bênção.

O Holocausto (Lv. 1)
O termo hebraico traduzido por “holocausto” significa
“aquilo que sobe” para Deus. O sacrifício era totalmente
queimado, o que significava que a total consagração do
crente a Deus é essencial à adoração verdadeira. Além de
ser um sacrifício de consagração por parte do ofertante, o
sacrifício do holocausto constituía-se ainda em: oferta de
expiação, sacrifício oferecido pelos já salvos e sacrifício
perpétuo.
Esse sacrifício tinha um ritual que envolvia os seguintes
elementos e ações:
1. A oferta de um animal sem defeito (Lv. 1:3).
2. O ofertante trazia pessoalmente o animal à tenda (Lv. 1:3).
3. O ofertante punha as mãos sobre o animal (Lv. 1:4).
4. O ofertante matava o animal (Lv. 1:5).

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


104

5. O sangue do animal era derramado à porta da tenda da


congregação (Lv. 1:5).

A Oferta de Manjares (Lv. 2)


A oferta de manjares, ou melhor dizendo, de cereais,
era uma dádiva apresentada a Deus como ato de adoração
e que simbolizava a dedicação a Deus do fruto do trabalho
da pessoa. Subentendia-se que todo o trabalho humano
devia ser feito como para o Senhor, e que o alimento
cotidiano devia ser recebido com ações de graça a Ele. Mais
detalhadamente quanto à sua natureza a oferta de manjares,
que simboliza serviço, satisfazia os seguintes requisitos:
1. Era uma oferta da preservação da vida
2. Era uma oferta de serviço.
3. Era uma oferta de sustento do ministério.
4. Era uma oferta que apontava para a vida no Espírito.
5. Era uma oferta que simbolizava a comunhão com Deus.
6. Era uma oferta de oração.

Ninguém era pobre demais que não pudesse oferecer


alguma coisa para Deus. Podiam oferecer: flor de farinha,
bolos cozidos e cereais. Entretanto, não podia ser oferecido
o fermento (2:11).
Os elementos dessas ofertas eram:
1. Flor de farinha de trigo.

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


105

2. Sal – símbolo de perpetuidade e preservação.


3. Óleo – símbolo de consagração e de alegria.
4. Incenso – símbolo de oração, súplica e fragrância.

A Oferta de Paz ou de Ação de Graças (Lv. 3)


Era um sacrifício efetuado diante de Deus, no sentido
do ofertante ter comunhão com Ele, expressar gratidão, ou
fazer um voto. Para o ofertante, envolvia um compromisso
com o concerto e celebrava a paz e a reconciliação entre
Deus e o adorador.
Quanto à sua natureza essa oferta:
1. Não era uma oferta expiatória.
2. Era a oferta do crente salvo e perdoado.
3. Era uma cerimônia festiva.
4. Era oferta memorial (semelhante a Santa Ceia).

Esta oferta tinha um ritual que consistia em:


1. Um animal macho ou fêmea.
2. Imposição das mãos do ofertante.
3. O sangue do animal era aspergido ao redor do altar.
4. A gordura e o sangue eram do Senhor.
5. Certas partes do animal eram queimadas.

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“Estatuto perpétuo será nas vossas gerações, em todas


as vossas habitações: nenhuma gordura, nem sangue
algum comereis” (Lv. 3:17).
A gordura e o sangue representavam a vida da vítima
oferecida em sacrifício; vida esta que pertencia
exclusivamente a Deus, por isso não podia ser comido.

A Oferta pelos Pecados (Lv. 4-5:13)


O Holocausto era sacrifício do pecador quanto à sua
natureza caída, o qual para se aproximar de Deus tinha de
fazer expiação por sua própria vida. Era o pecado em sua
natureza geral e abstrata.
O sacrifício pelos pecados, no entanto, considera o
pecado específico, por um ato pecaminoso praticado e
confessado. O ritual deste sacrifício consistia em:
1. Sacrifício pelos pecados (4:1-12).
2. Sacrifício pela congregação (4:13-21).
3. Sacrifício pelos pecados de um príncipe (4:22-26).
4. Sacrifício pelos pecados do povo comum (4:27-35).
5. Sacrifício pelos pecados ocultos (5:1-13)

O derramamento do sangue no sacrifício pelo pecado


era importante por testificar a morte de Jesus e o derramar
do seu sangue na cruz, para a expiação dos nossos
pecados. Mas o que ocorria com os que eram pobres e não

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


107

podiam adquirir um cabrito ou um cordeiro para o sacrifício?


Deus requeria que eles, também, trouxessem uma oferta e
buscassem o perdão. Daí, Deus estipular que tais pessoas
podiam trazer como sacrifício rolas ou pombinhos.

A Oferta pela Culpa (Lv. 5:14-6:7)


O sacrifício pela culpa era requerido quando alguém,
de propósito ou não, apoderava-se de propriedade alheia.
Era necessário trazer uma oferenda, juntamente com o valor
da indenização pelo dano causado, mais uma taxa de 25%
sobre o valor (5:16; 6:5). Essa oferta também era requerida
quando alguém, involuntariamente, violava qualquer dos
mandamentos do Senhor.
Para a expiação da culpa por transgressão nas coisas
consagradas ao Senhor, deveria oferecer um carneiro sem
defeito, tirado do rebanho e avaliado em siclos de prata,
segundo o siclo do santuário.
O animal deveria compensar em valor material o dano
causado (5:15). No caso dos pecados voluntários contra
alguém deveria ser restituído o roubado, o extorquido, o
achado; pagar o falso juramento tal qual o seu valor e
acrescentar-lhe um quinto do seu valor. Um carneiro sem
defeito, deveria ser trazido ao sacerdote, que faria a
expiação pela culpa e o transgressor voltaria à comunhão,

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


108

tanto com o próximo quanto com Deus, que testemunhou a


ofensa (6: 1-7).

As Leis sobre os sacrifícios em geral (Lv. 6:8 – 7:38)


1. Lei do holocausto (6:8-13)
2. Lei da oferta de manjares (6:14-18)
3. Lei da oferta na consagração dos sacerdotes (6:19-23)
4. Lei da oferta pelos pecados (6:24-30)
5. Lei da oferta da expiação da culpa (7:1-10)
6. Lei da oferta do sacrifício da paz (7: 11-21)
7. E vários regulamentos sobre: comer sangue, gordura, a
porção dos sacerdotes e outros (7:22-38)

O sacerdote (Lv. 8-10)


Estamos
estudando sobre
sacrifícios (ofertas),
mas ninguém podia
trazer o seu próprio
sacrifício diante de
Deus. A pessoa
tinha de trazê-lo ao
sacerdote e este,
por sua vez, o oferecia a Deus. Os sacerdotes eram
encarregados dos sacrifícios e eram sustentados pelos

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


109

dízimos do povo. Ele ia a Deus com as ofertas, orações e


louvores do povo; representava o povo e pleiteava suas
causas.
Como acontecia a cerimônia? O israelita que desejasse
aproximar-se de Deus trazia seu animal ao Átrio. No altar do
holocausto ele colocava a mão sobre a cabeça do animal,
para expressar seu arrependimento e consagração. O
animal era morto e o sangue aspergido sobre o altar.
O sacerdote, representando o ofertante, aproximava-se
então da bacia, na qual lavava as mãos, indicando vida
limpa, perdoada dos pecados. Ele entrava no Lugar Santo,
passava pelos utensílios sagrados – candelabro, mesa dos
pães asmos, e chegava ao altar do incenso, onde a oração
era oferecida. E uma vez por ano o sumo sacerdote passava
além do véu, que separava o Lugar Santo do Santo dos
Santos, e comparecia diante do propiciatório com o sangue
da expiação a fim de interceder pelo povo.
Uma das tribos foi escolhida para cuidar do
Tabernáculo, a de Levi. Da família dos levitas, conforme
orientação dada por Deus a Moisés, Arão e seus filhos foram
separados para o sacerdócio, sendo assim, nenhum ofício
poderiam exercer – a consagração exigia separação total,
de tão elevada que era a posição que teriam diante de Deus.

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


110

Na consagração dos sacerdotes eram usados os


seguintes elementos (Lv. 8:2):
(1) vestidos sacerdotais.
(2) óleo da unção.
(3) novilho para oferta pelo pecado e dois carneiros.
(4) pães da proposição. A cerimônia de consagração dos
sacerdotes se dava à porta do Tabernáculo (Lv. 8:613).
Eles eram lavados com água, simbolizando a
purificação externa e depois vestidos com roupas
sacerdotais. Em seguida Moisés tomava o óleo da unção,
ungia o Tabernáculo e tudo o que nele havia. Ungia sete
vezes o altar dos holocaustos e a bacia; e depois ungia os
filhos de Arão e os vestia de vestes santas para
administrarem no sacerdócio.
Na segunda parte da cerimônia, Moisés, o mediador do
concerto, pedia que fosse trazido o bezerro para ser
oferecido como oferta pelos pecados. Nesse momento, Arão
e seus filhos colocavam suas mãos sobre o bezerro; depois
Moisés matava o animal, espargindo o sangue no altar e
queimava o animal em sacrifício pelo pecado.
A seguir traziam o carneiro do holocausto, o qual era
morto e queimado sobre o altar, expressando a ideia de que
a vida oferecida pertencia ao Senhor.
Depois, outro carneiro, o da congregação é trazido,
morto e oferecido. Do sangue deste, Moisés pôs sobre a

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


111

ponta da orelha direita de Arão e sobre o polegar da sua mão


direita, procedendo o mesmo com os seus filhos. A carne era
oferecida como oferta de ação de graças a Jeová. Parte do
carneiro da última oferta era comida pelos sacerdotes com
os pães asmos, segundo o ritual já estabelecido. Por último,
deveriam permanecer na tenda durante sete dias, no qual se
dedicavam à meditação e estariam guardados de todo
contato com o mundo, para que não se contaminassem.
Passados os sete dias, eles podiam começar o trabalho
de oferecer sacrifícios, por si mesmos (9:1-14) e pelo povo
(9:15-21). Terminada esta parte, Arão e Moisés
abençoavam o povo.

O Dia da Expiação (Lv. 16)


Faremos uma análise desse importante dia judaico e
como o processo da expiação prefigura Jesus Cristo e o
novo concerto. É o dia santo mais importante do ano judaico.
Nesse dia, o sumo sacerdote, vestia as vestes sagradas, e
de início preparava-se mediante um banho cerimonial com
água, depois fazia os sacrifícios.
O Dia da Expiação era uma assembleia solene em que
o povo de Israel salientava a gravidade do pecado e o fato
de que a obra divina da expiação era eficaz somente para
aqueles de coração arrependido e com fé perseverante.

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


112

Esse dia também levava a efeito a expiação por todos


os pecados e transgressões não expiados durante o ano
anterior (16:16,21). A cada ano deveria ser repetido esse dia
da mesma maneira.

Alguns simbolismos do Dia da Expiação com relação a


Jesus:
1. O sacerdote – Oferecia sacrifícios por si mesmo e depois
pelo povo. Jesus, o Sumo Sacerdote, não precisou oferecê-
lo por Si mesmo, porque não tinha pecado.
2. A expiação – Jesus, ele mesmo foi a oferta vicária. Ele
entrou no santuário, não com sangue de carneiro, mas com
o Seu próprio sangue.
3. As vestes sacerdotais – O sacerdote tirava suas vestes
e vestia roupas brancas que simbolizavam a pureza. Jesus,
mesmo sendo puro, teve de se despir sendo Sua túnica
sorteada entre os soldados romanos; por causa dos nossos
pecados.
4. O sacerdote sozinho na tenda – Da mesma forma Jesus
entrou sozinho no Santo dos Santos e fez sozinho a nossa
expiação.
5. O holocausto – Depois de feita a expiação, vinha a festa
do holocausto, significando que o pecado já não existia e o
povo podia alegrarse. Depois que Jesus nos salvou e lavou-
nos dos nossos pecados, podemos nos alegrar.

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113

O ritual dos sacrifícios, problemas sociais e


qualificações sacerdotais (Lv. 17-22)
O ritual do Tabernáculo pedia a imolação de um
número considerável de animais para o sacrifício, isto,
requeria cuidados especiais. No capítulo 17, Deus fala a
Moisés, que os sacrifícios deviam ser trazidos à porta do
Tabernáculo, caso fosse feito de outra maneira, a pessoa
seria posta para fora do arraial. No versículo 7, deste
capítulo, nos chama a atenção a observação de Deus ao
povo: “Nunca mais sacrificarão os seus sacrifícios aos
demônios”.
Esse versículo parece indicar que nos dias de Moisés,
Israel ofereceu sacrifícios aos demônios do deserto a fim de
obter a ajuda ou o favor deles. Tal prática evidenciava a
infidelidade de Israel para com o Senhor, pois esses
sacrifícios eram rigorosamente proibidos.
Nos capítulos 18 a 20, Deus adverte ao seu povo que
observe as leis sobre casamentos ilícitos e uniões
abomináveis. E outras orientações como: temor aos pais,
observância do sábado, separação da idolatria, o
cumprimento dos deveres para com o próximo, não comer
sangue, abstinência da prostituição, não consultar
necromantes nem feiticeiros, respeito à velhice e
hospitalidade para com o estrangeiro.

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114

Além disto, Deus proibiu Israel de oferecer seus filhos


a Moloque, e condenou qualquer tipo de imoralidade.
Os capítulos 21 e 22 trata das qualificações e dos altos
padrões para aqueles que serviriam como ministros do povo
de Deus. Deviam ser exemplos de vida santa, tanto nos
deveres cerimoniais quanto no caráter pessoal e atitudes. E
deveriam ter cuidado no manuseio e administração das
coisas sagradas.

As oito festas (Lv. 23-25)


A primeira parte deste livro trata das ofertas e dos
ofertantes, enquanto que a última parte trata das festas e
dos participantes. Essas festas são mencionadas em
Levítico 23:
1ª) A Festa do Sábado (23:1-3) – O Sábado recebeu um
lugar proeminente. Esta festa deveria ser observada durante
todo o ano, no sétimo dia.
Era dia de adoração e descanso, para celebrar o
término da criação de Deus. Os cristãos celebram o primeiro
dia da semana ou o dia em que Jesus levantou do túmulo
(Lc. 24:1; At. 20:7; I Co. 16:2). Assim, celebramos a
consumação da obra da redenção.
2ª) A Festa da Páscoa (23:4,5) – A Páscoa era celebrada
na primavera. Era o dia da independência para o povo de
Israel. Eles festejavam com um grande culto de adoração a

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115

Deus, em Jerusalém. Esta festa durava um dia. Os judeus a


celebram até hoje.
3ª) A Festa dos Pães Asmos (23:6-8) – Esta festa
começava após a Festa da Páscoa e prolongava-se por sete
dias. Leia mais sobre ela em Êxodo 12.
4ª) A Festa das Primícias (23:9-14) – Era a festa em
reconhecimento do fato que o fruto da terra provinha do
Senhor. Era celebrada em conjunto com a Festa dos Pães
Asmos. As primícias deviam ser consagradas ao Senhor.
5ª) A Festa do Pentecoste (23:15-22) – Era celebrada no
fim da colheita do trigo, cinqüenta dias depois da Festa das
Primícias. Nesse dia, o povo de Deus rendia-lhe graças
pelas suas abundantes dádivas de alimento e por tudo
quanto possuía.
6ª) A Festa das Trombetas (23:23-25) – Era celebrada no
primeiro dia do sétimo mês, no outono, e marcava o Ano
Novo dos filhos de Israel. Provavelmente, era celebrada
como preparação para o Dia da Expiação que se
aproximava. Esta festa indicava a futura reunião do povo de
Israel após dispersão (Zc. 14).
7ª) O Dia da Expiação (23:26-32) – Esta era o maior dia na
história do povo escolhido de Deus. Neste dia os pecados
da nação eram confessados. Este era o único dia do ano em
que se permitia ao sumo sacerdote entrar no Santo dos
Santos.

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116

8ª) A Festa do Tabernáculo (23:33-36) – Era assim


chamada porque durante a festa, o povo deixava suas casas
e morava em cabanas ou em tendas temporárias feitas de
ramos de árvores. Este ato lembrava ao povo a bondade de
Deus para com ele durante seus quarenta anos no deserto,
sem habitação permanente. Também era chamada Festa da
Colheita, porque ela comemorava o término da colheita dos
frutos e nozes do verão.

Leis sobre as lâmpadas do Tabernáculo (Lv. 24)


Deus ordena aos filhos de Israel que tragam azeite de
oliveira, puro e batido, para a luminária na tenda da
congregação. As lâmpadas deveriam estar acessas
continuamente.

O Ano Sabático (Lv. 25:1-7)


Era o ano de meditação e devoção – um Sábado que
durava um ano. O propósito e a natureza do Sábado eram
exaltados. Deus procurou gravar isso na mente do povo,
livrando-os de qualquer espécie de trabalho por um ano
todo. Isso acontecia a cada sete anos. Todos os dias eram
como o Sábado e o povo se dirigia somente para as coisas
do Senhor, e a Lei era lida. Esse período exercia tremenda
influência na vida do povo.

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117

O Ano do Jubileu (Lv. 25:8-24)


Era celebrado a cada cinquenta anos. Começava no
Dia da Expiação com o soar das trombetas. A terra não era
cultivada e os escravos eram libertados. Havia a restituição
de terra, que por qualquer razão tivesse sido tomada, ao seu
dono original. O propósito de Deus ao instituir este ano
especial era garantir a justiça e impedir os ricos de acumular
riquezas e adquirir terras às custas dos pobres.

Promessas divinas e o voto (Lv. 26 e 27)


O capítulo 26 revela a compaixão, o pesar e o
sentimento de Deus, ao deplorar o fato de que,
possivelmente, teria de castigar o povo. As promessas e
advertências do Senhor nesse sentido, brotaram das
profundezas do seu amor, com o intenso desejo que o seu
povo escolhido nunca viesse a necessitar de tal disciplina.
Ele renova as promessas feitas ao povo, desde que eles
andassem nos seus estatutos e guardassem os seus
mandamentos.
O capítulo 27 trata das coisas dedicadas ou prometidas
ao Senhor: pessoas, animais, casas e terras. Um valor era
atribuído a elas, caso a pessoa que fez a promessa
desejasse resgatar aquilo que fora dedicado. E fala também
sobre as dízimas (v. 30), que é a décima parte do produto
da terra e do gado, que era dado ao Senhor. O dízimo de

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118

Israel era entregue para o sustento dos levitas e dos


sacerdotes, para ajudar nas refeições sagradas e para
socorrer os pobres, os órfãos e as viúvas.
O último versículo fala: “Estes são os mandamentos
que o Senhor ordenou a Moisés, para os fihos de israel, no
monte Sinai”. O livro de Levítico destina-se a um povo
remido, mostrando como o homem pode aproximar-se de
Deus e adorá-lo.
Uma característica curiosa deste livro é que ele é
formado ao redor de uma série de números sete:
• Todo sétimo dia era o Sábado.
• Todo sétimo ano era Ano Sabático.
• O Ano do Jubileu era comemorado sete semanas após a
Páscoa.
• No sétimo mês eram realizadas as festas das Trombetas,
dos Tabernáculos e o Dia da Expiação.
• As Festas de Pentecoste e da Páscoa duravam sete dias.

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119

O LIVRO DE NÚMEROS

Este livro surgiu primeiramente nas versões gregas e


latinas e deriva dos dois recenseamentos ou “contagens” do
povo registrados nele. Entretanto, a maior parte do livro,
descreve as experiências de Israel no deserto.
Cronologicamente, Números é uma continuação da história
relatada no livro de Êxodo. Depois de uma permanência de
mais ou menos um ano no Monte Sinai, os israelitas se
preparam para continuar a viagem à terra que Deus lhes
prometera.

O autor
A autoria de Números é historicamente atribuída a
Moisés:
(1º) Pelo Pentateuco judaico e o Samaritano.
(2º) Pela tradição judaica.
(3º) Por Jesus e pelos escritores do NT.
(4º) Pelos escritores antigos (cristãos).
(5º) Pelos estudiosos conservadores contemporâneos.
(6º) Pelas evidências internas do próprio livro. Moisés, sem
dúvida, escreveu um diário durante as peregrinações no
deserto, e mais tarde dispôs o conteúdo em forma de
narrativa, pouco antes de sua morte.
Este livro foi escrito por volta do ano 1405 a.C.

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120

Preparação para a jornada (Nm. 1-9)


Ao iniciar-se o livro, os filhos de Israel estavam no
deserto do Sinai. Já haviam recebido a Lei, o Tabernáculo
fora construído e os sacerdotes tinham sido designados para
as suas funções.
O povo estava preparado para a marcha. Deus, então,
ordena a Moisés que conte o número dos filhos de Israel. O
censo foi feito no primeiro dia do segundo mês do segundo
ano após a saída do povo do Egito. Contados os filhos de
Israel, verificou-se que somavam seiscentos e três mil e
quinhentos e cinquenta homens de vinte anos para cima
capazes de ir à batalha. Somente a tribo de Levi não foi
contada devido ao ministério sacerdotal (Nm. 1).
Após a contagem, Deus ordena que eles fossem
distribuídos segundo cada tribo e colocados cada uma das
tribos em determinada posição ao redor do Tabernáculo
(Nm. 2).
A organização do acampamento consistia de um círculo
interno de levitas em volta do Tabernáculo, e um outro
externo, formado pelas doze tribos, na seguinte disposição:
do lado oriental ficaram as tribos de Judá, Issacar e
Zebulom; do lado do sul as tribos de Rúben, Simeão e Gade;
do lado oeste, as tribos de Efraim, Manassés e Benjamim; e
do lado Norte, as tribos de Dã, Aser e Naftali. Essa

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121

organização era sempre mantida quando montado o


acampamento.
A linha de marcha também foi organizada de modo que
quando a nuvem se elevava, eles pudessem se deslocar
rapidamente, e quando ela pairava, pudessem ocupar seus
lugares no acampamento sem confusão. O Tabernáculo no
centro do acampamento simbolizava o fato de que a vida da
nação girava em torno do Senhor, da adoração ao Redentor.
Nos capítulos 3 e 4, são escolhidos e determinados os
deveres dos sacerdotes e dos levitas. A tribo de Levi foi
escolhida para servir aos sacerdotes e administrar o
ministério do Tabernáculo.
Arão e seus filhos Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar,
foram ungidos sacerdotes. Entretanto, Nadabe e Abiú
morreram quando ofereceram fogo estranho perante o
Senhor no Sinai. A divisão de responsabilidades entre os
levitas ficou assim: aos filhos de Gérson, cabiam a
responsabilidade de todos os panos e véus do Tabernáculo;
aos filhos de Coate, a guarda das mesas, altares e vasos;
aos filhos de Merari, cabiam a guarda e transporte dos
varais, tábuas, colunas, bases, estacas e pequenas peças.
No capítulo 5, Deus ordena a Moisés que os filhos de
Israel lancem para fora do arraial, quem tivesse lepra ou
corrimento (fluxo), ou tivesse tocado em cadáveres, pois
ficava cerimonialmente imundo.

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


122

As leis sobre a impureza faziam o povo lembrar-se


constantemente dos resultados devastadores do seu
pecado. Por isso tais pessoas eram levadas para fora do
arraial, porque Deus não habita entre a impureza. E também
orienta no caso de suspeita de adultério de uma mulher.
Ela era levada diante do Senhor para ser constatada a
sua culpa ou inocência (vv.11-31).

A lei do nazireado é vista no capítulo 6. A palavra


“nazireu” designa a pessoa consagrada e dedicada
totalmente ao Senhor. A dedicação poderia durar um
período determinado, ou por toda a vida.
A pessoa podia dedicar-se ao Senhor ou ser dedicada
por seus pais. Uma vez feita a dedicação a pessoa não podia
beber vinho, comer uvas, cortar cabelo, nem acompanhar
cortejo fúnebre. Nos versículos 22 a 27, deste capítulo, Deus
instrui a Arão e seus filhos a como ministrarem a bênção
sacerdotal aos filhos de Israel. A bênção: “O Senhor te
abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto
sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante
o seu rosto e te dê a paz”.
Os capítulos de 7 a 9, falam novamente sobre
consagração do Tabernáculo, tratando inclusive das ofertas,
das lâmpadas e sobre o ritual de consagração dos levitas e

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


123

sacerdotes. Trata também da segunda celebração da


Páscoa no deserto do Sinai.
Os israelitas partem do Sinai (Nm. 10-14)
Nos primeiros versículos do capítulo 10, Deus fala para
Moisés fazer duas trombetas de prata e dá instruções de
como e quando usá-las. Ele também deu aos filhos de Israel
uma nuvem para guiá-los durante o dia e uma coluna de fogo
para a noite. Depois de apenas três dias de viagem, o povo
começa a murmurar e a queixar-se porque as condições não
eram excelentes.
Queixando-se o povo e acendendo-se a ira do Senhor,
um fogo devorador destroem muitos do povo, pois só se
lembravam das coisas boas do Egito (11:1-3).
O povo clama a Moisés, que ora a Deus e o fogo cessa.
Agora são os não-israelitas (vulgos) que se ajuntam ao povo
de Israel influenciando-o a se rebelar contra Deus e a
desejar os prazeres ilusórios do Egito. Dizia o povo: “Quem
nos dará carne a comer?” No deserto até então, havia
somente o maná para comer. Face à murmuração do povo,
Moisés volta-se para Deus indagando o que fazer (v. 11:11).
Deus declara que mandará carne para o povo comer, não
por um dia apenas, mas por um mês inteiro.
Foi grande a disputa entre o povo pela carne, criando-
se uma grande confusão no meio deles. Deus mais uma vez
fica indignado com tal comportamento que manda uma

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


124

praga, matando muitos deles. Neste capítulo ainda Deus


designa setenta anciãos para ajudarem Moisés a administrar
junto ao povo (11:16,17).
No capítulo 12, Miriã e Arão falam contra Moisés, por
causa do seu casamento com uma mulher etíope (cuxita). O
pecado deles ao questionarem a autoridade de Moisés foi
falta de temor a Deus e desacato à Sua palavra através do
seu profeta. Embora eles fossem líderes, não tinham o
direito de contestar a autoridade de Moisés. Como
consequência Miriã ficou leprosa e quem a salvou foi Moisés
que clamou a Deus pela sua vida.
Após vários dias de viagem, o povo finalmente chegou
a Cades Barnéia.
Israel estava a um passo da Terra Prometida. Deus
manda Moisés enviar alguns homens para espiarem a terra
de Canaã (Nm.13). Quando os espias voltaram, contaram ao
povo sobre os gigantes e as cidades cercadas de altos
muros; com isso, o coração do povo desfaleceu. Não
quiseram ouvir a Josué e Calebe, que mesmo confirmando
tudo o que os dez disseram, acrescentaram:
“Subamos animosamente e possuamo-la em herança;
porque certamente prevaleceremos contra ela (Nm.13:30).

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


125

Os espias mencionaram alguns povos que habitavam a


Terra Prometida (Nm.13:29):
(1) os amalequitas que habitavam ao sul da Palestina e
sudeste das montanhas de Judá.
(2) os heteus (ou hititas) que moravam nas montanhas da
Palestina, onde mais tarde Josué encontrou fortes
concentrações militares.
(3) os jebuseus (ou jebusitas) que moravam em Jerusalém,
terra de Melquisedeque, cidade muito antiga, fundada uns
três mil anos antes de Cristo.
(4) os amorreus (ou amonitas), sabe-se apenas que
descendiam de Canaã.
(5) os cananeus, que é um nome que inclui diversos grupos
étnicos, tais como: girgaseus, heveus, sineus e outros. Entre
eles estavam os anaquins, gente de estatura alta. Habitavam
às margens do rio Jordão.
Tanto Josué como Calebe resistiram à opinião
majoritária dos outros espias. Mas o povo não quis confiar
em Deus e disse: “Voltemos para o Egito” (Nm.14:4). Disse
Deus a Moisés: “Até quando me provocará este povo? E até
quando me não crerão por todos os sinais que fiz no meio
deles?” (Nm.14:11).
No âmago da rebeldia de Israel estava a incredulidade
oriunda do seu esquecimento da fidelidade de Deus no
passado, de não confiar em Deus como seu Senhor, e da

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


126

não aceitação literal das Suas promessas. Moisés se coloca


em favor do povo perante Deus.
O Senhor responde:
“Conforme a tua palavra, lhes perdoei (Nm.14:20).
Devido a rebeldia do povo, Deus o sentenciou a andar
vagueando pelo deserto durante quarenta anos. Sabemos,
entretanto, que foi um período em que o cuidado e a
proteção divina esteve presente.

Quarenta anos no deserto (Nm. 15-21)


No capítulo 15 as leis são repetidas por Deus a Moisés.
No capítulo 16, fala sobre a rebelião de Coré, Datã e Abirão,
que são três levitas ambiciosos conspirando para obter mais
poder e uma posição mais elevada.
Desafiaram a autoridade de Moisés e a ordem divina a
respeito de Arão. Consequentemente, receberam da parte
de Deus a justa condenação, a morte. No dia seguinte, a
esses terríveis acontecimentos, a congregação de Israel
levantou-se contra Moisés, dizendo que ele estava
destruindo a nação.
Moisés chama Arão rapidamente, para fazer a expiação
pelo pecado do povo, pois Deus revela sua decisão de
consumi-los. A praga já tinha começado a matar no meio do
arraial, quando Arão toma o incensário e faz expiação pelo

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


127

povo. Mesmo assim, ainda morreram catorze mil e


setecentas pessoas.
Quando Arão volta a Moisés à porta da tenda da
congregação a praga havia cessado (16: 42-50).
Para evitar novos conflitos com relação ao sacerdócio,
Deus manda Moisés chamar cada chefe de tribo, cada
príncipe, e que trouxessem, cada um, uma vara (Nm.17). Na
vara correspondente à tribo de Levi foi escrito o nome de
Arão. As varas foram postas na tenda da congregação.
No dia seguinte à vara de Arão havia florescido,
brotaram folhas e nasceram amêndoas; com as demais
nada havia acontecido. Era o sinal da aprovação divina.
Depois, Deus ordena que a vara fizesse parte dos utensílios
da tenda, que fosse guardada dentro da arca. Estava
confirmado: Moisés era o chefe civil e Arão o sacerdote. O
capítulo 18 fala dos deveres e direitos dos sacerdotes e dos
levitas: não tinham direito a qualquer porção de terra; deviam
ser sustentados pela demais tribos; cabia-lhes as primícias
dos frutos da terra; etc.
Outros fatos se destacam nesse período da história dos
filhos de Israel (Nm 20): a morte de Miriã, irmã mais velha de
Moisés (Nm.20:1-6); Moisés solicita passagem por Edom
(Nm.20:14-21); e a morte de Arão (Nm.20:22-29). Mas, um
episódio, marca o capítulo 20, quando Moisés fere a rocha e

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


128

as águas jorram (Nm.20:7-13). Era deserto e o povo não


tinha mais água para beber.
Para suprir a necessidade do povo, Deus manda
Moisés falar à rocha, porém, ele bate por duas vezes com a
vara na rocha. A consequência do ato de Moisés, não
obedecendo rigorosamente a ordem de Deus de apenas
falar à rocha, lhe custou a entrada em Canaã. Moisés foi
proibido de introduzir o povo na Terra Prometida.
No capítulo 21, Israel peleja contra os cananeus e
vence. Mas, logo depois, começa a murmurar novamente.
“Porque nos fizeste subir do Egito...” (v. 5). O Senhor manda
serpentes ardentes e muitos dentre o povo morre. Moisés,
mais uma vez, intercede pelo povo e Deus retira a praga do
meio deles.
O povo continua sua jornada. Eles ferem os reis de
Moabe e de Basã (21:21-35). Nesse período, os israelitas
que haviam deixado o Egito tinham morrido, menos Moisés,
Josué, Calebe. E seguem com eles os que tinham menos de
vinte anos de idade, quando os espias entraram na terra de
Canaã.

Balaão, o pecado de Israel e o resgate de Finéias (Nm.


22-25)
Balaque rei dos moabitas, temendo os israelitas, depois
de ouvir o que fizeram aos amorreus, envia mensageiros a

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


129

Balaão (homem que possuía o dom de profecia; era um dos


iluminados étnicos, mas não era fiel a Deus), pedindo que
amaldiçoasse a Israel. Balaão responde aos mensageiros
de Balaque que só faria o que Jeová lhe ordenasse. Ele
então ergueu altares e mais altares para tentar arrancar uma
decisão de Jeová. Cada vez ficava mais evidente que era
impossível amaldiçoar um povo a quem Deus abençoou.
A ira de Balaque se acende contra Balaão, porque por
três vezes ele abençoa a Israel, não consegue amaldiçoar
(Nm.22-24).
Tendo Balaão fracassado na sua tentativa de afastar do
Senhor os israelitas, aconselha os moabitas a tentar separá-
los do seu Deus, seduzindo-os à imoralidade e ao culto
sensual dos falsos deuses dos moabitas (Nm.25).
O plano deu certo. A ira do Senhor se acende contra
Israel. Então, disse o Senhor a Moisés: “Toma todos os
cabeças do povo e enforca-os ao Senhor diante do sol,
e o ardor da ira do Senhor se retirará de Israel”
(Nm.25:4).
Foram executados os líderes do povo, por causa do
comportamento imoral e da idolatria. Finéias, filho de
Eleazar, o filho mais velho de Arão, vendo o que estava
acontecendo, reagiu ante a degeneração imoral e a idolatria
entre o povo de Deus. Ele toma providências e a praga

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


130

cessa mais uma vez. Foram os que morreram vinte e quatro


mil.
Deus fala a Moisés:
“Finéias, ...desviou a minha ira de sobre os filhos de
Israel, pois zelou o meu zelo no meio deles; de modo que no
meu zelo não consumi os filhos de Israel” (Nm.25:11).

O segundo censo e o reforço das Leis (Nm.26-30)


Deus ordena um segundo censo a fim de preparar a
nação para as suas responsabilidades militares ao entrar em
Canaã (26:2), quando da posse da herança da terra. Deus
orienta acerca da divisão da terra, conforme cada tribo
(26:52-65) e acerca das heranças (27:1-11). É interessante
ressaltar que na lei hebraica, quanto à herança, somente,
até este momento, o filho homem tinha direito. Deus,
portanto, institui a lei determinando que uma filha poderia
herdar terras pertencentes à família. Essa lei demonstra a
posição de dignidade e honra dispensadas à mulheres em
Israel.
Depois, Deus anuncia a morte de Moisés. Josué é
designado sucessor dele. Disse o Senhor a Moisés: “Toma
para ti a Josué, filho de Num homem em que há o Espírito,
e põe a tua mão sobre ele” (Nm.27:18).

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


131

Do capítulo 28 ao 30, Deus dá ordem ao povo sobre o


holocausto, as ofertas específicas, a lei acerca dos votos do
homem e da mulher.

A vitória sobre os Midianitas e a destruição de Moabe


(Nm.31-36)
Midianitas e moabitas são povos aparentados com os
israelitas.
Moabitas (amonitas) descendem da união incestuosas
de Ló (Gn.19:36-38). Os midianitas descendem de Abraão
por Quetura (Gn.25:1,2), que, posteriormente, se mesclaram
com os ismaelitas também descendentes de Abraão, por
parte de Hagar (Gn.25:12).
Assim como muitos em Israel morreram por causa dos
seus pecados, inclusive no caso do seu envolvimento com
os midianitas, no seu culto idólatra e devasso, assim
também os midianitas deviam morrer por causa do seu
intento de corromper o povo de Deus (31:7,8).
Deus instrui a Moisés para que alguns se armem e
façam a vingança do Senhor contra os midianitas. Além de
matarem os homens dos midianitas, mataram ainda cinco
reis. Balaão também foi morto. As mulheres e as crianças
foram poupadas pelos soldados israelitas, mas Deus ordena
que mate toda mulher que conheceu algum homem,
poupando somente as virgens, e mate todo varão homem

CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA – CICLO 1 SEMINAD


132

dentre as crianças. As cidades também foram destruídas.


Depois da guerra, os soldados tiveram que ficar uma
semana fora do arraial, purificando-se. O despojo da guerra
foi muito grande. Além de vasos de metal foram contadas
milhares de ovelhas, bois e jumentos (v. 32-34). Moisés
concede à tribo de Rúben e Gade a terra ao oriente do
Jordão que era muito fértil (Nm.32). Moisés, entretanto, pede
que eles assumissem o compromisso de seguirem com o
restante do povo até a parte ocidental.
O capítulo 33 relata as jornadas desde o Egito até
Moabe. Deus então orienta o povo a tomar posse da Terra
Prometida. “Fala aos filhos de Israel e dizes-lhes: Quando
houverdes passado o Jordão para a terra de Canaã,
lançareis fora todos os moradores da terra diante de vós e
destruireis todas as suas imagens de fundição e desfareis
todos os seus altos; e tomareis a terra em possessão e nela
habitareis; porquanto vos tenho dado esta terra, para possuí-
la” (Nm.33:51-53).
Uma das peculiaridades do novo estado é o fato de
haver nele cidades sem exércitos. A tribo de Levi não
receberia herança entre seus irmãos. Seria estabelecida em
cidades no meio de todo o território. Sua missão era o culto
a Deus (Nm.35:1-8). As outras cidades sem exército eram
cidades de refúgio, que foram estabelecidas para a proteção
de quem matasse acidentalmente uma pessoa. O acusado

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133

de homicídio podia fugir para uma dessas cidades e ficar ali


sob proteção, até ser julgado por um tribunal (35:12). Se
fosse declarado culpado era executado imediatamente
(vv.16-21).
Se fosse réu de homicídio involuntário, devia
permanecer naquela cidade até à morte do sumo sacerdote;
então, poderia voltar para casa em segurança (v. 22-28).
O último capítulo dá orientações sobre o casamento de
herdeiras (Nm. 36). O último versículo deste livro nos fala:
“Estes são os mandamentos e os juízos que mandou o
Senhor pela mão de Moisés aos filhos de Israel nas
campinas dos moabitas, junto ao Jordão, de Jericó”.

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134

O LIVRO DE DEUTERONÔMIO

É uma coletânea de discursos de Moisés dirigido ao


povo de Israel. Esses discursos foram pronunciados do alto
do monte Pisga, ao atingir Moisés uma linha divisória entre
a vida terrena e a celestial.
Ele recordou mais de um século repleto de
acontecimentos marcantes. Em seguida, volta o olhar para
o futuro do povo que ele está prestes a deixar. O livro de
Deuteronômio contém um resumo interessante e instrutivo
da história de Israel no deserto, e também encontramos uma
narrativa sobre Moisés nos seus últimos capítulos. É um livro
de recordações, destinado a uma nova geração que nasceu
no deserto e que não testemunhou os feitos de Deus.
“Farás” e “Não Farás” aparecem com frequência ao longo do
livro. Deuteronômio também é chamado do livro da
“Segunda Lei”.

O Autor
Este livro foi escrito por Moisés e entregue a Israel
como um documento do Concerto, para ser lido por extenso
por todo o povo, a cada sete anos. É provável que Moisés
tenha escrito o livro pouco antes da sua morte, pois cobre
um período de dois meses, incluindo os trinta dias de luto
por ele. Foi escrito por volta de 1405 a.C.

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135

O primeiro discurso de Moisés: “Olhando para trás” (Dt.


1-4)
O livro começa com o povo de Israel no limiar da terra
de Canaã, num ponto que teriam atingido em apenas onze
dias de jornada, quarenta anos antes. Da geração que saiu
do Egito, só restaram Josué e Calebe, todos os demais
morreram. A nova geração experimentara privações nas
caminhadas pelo deserto e estava pronta e ansiosa pela
conquista. Porém, Moisés precisava repetir a Lei para eles.
Ele sabia que sua tarefa estava terminada, porque Deus lhe
dissera que outra pessoa introduziria o povo em Canaã.

Moisés tinha agora cento e vinte anos.


Ele levanta-se ereto e fala com voz clara, convidando o
povo a olhar para trás. Lembra-lhes a fidelidade de Deus e
recomenda que sejam gratos e obedientes. Compara o
cuidado que Deus tem para com eles ao de um pai amoroso,
que cuida de seus filhos, para que não se percam no deserto
ou sofram com o calor do sol. Deus havia suprido todas as
suas necessidades (Dt. 2:7).
Moisés ainda traz à lembrança, os povos daquém do
Jordão, entre os quais estavam os amonitas e os moabitas
(Dt. 2:9). O discurso de Moisés pode ser resumido nas
seguintes palavras: Ouvir a Palavra de Deus.

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136

Se o povo atentasse ao que tinha aprendido ao longo


da peregrinação pelo deserto, de modo a não afastar-se de
Deus, as vitórias estariam asseguradas. “Não os temais,
porque o Senhor, vosso Deus, é o que peleja por vós” (Dt.
3:22). Os israelitas se defrontariam com inimigos poderosos,
aos quais não poderiam derrotar com suas próprias forças.
A tendência natural de Israel era temer as consequências
pavorosas da derrota. A única certeza da vitória seria
mediante a confiança em Deus.
Moisés como desobedecera a Deus, quando feriu a
rocha, foi-lhe dito que não entraria em Canaã. Mesmo assim,
ele implora a Deus, pedindo-lhe que revertesse a ordem e
lhe permitisse atravessar o rio Jordão e entrar na Terra
Prometida (Dt. 3:23-25). Deus não o atende, a fim de ensinar
que o pecado de um líder espiritual tem graves
consequências e incorre em juízo rigoroso. Em lugar de
entrar em Canaã, recebe ordem para subir ao monte Pisga
e contemplar a terra (Dt. 3:27); e, de confortar e animar
Josué, porque ele iria adiante com o povo para possuir a
terra. Concluindo o seu discurso, Moisés exorta o povo à
obediência incondicional a Deus e ratifica a importância das
três cidades de refúgio dalém do Jordão.
Vejamos abaixo algumas das advertências dada por
Moisés no seu primeiro discurso:

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137

1º) Cumprir os estatutos e os juízos para que vivessem (Dt.


4:1).
2º) Não acrescentar e nem diminuir palavras aos estatutos e
juízos, para que não venha a ira do Senhor (Dt. 4:2,3).
3º) Guardar e fazer segundo os estatutos, porque esta é
sabedoria e entendimento diante dos outros povos (Dt. 4:6).
4º) Não esquecer e transmitir os estatutos aos filhos, para
que também temam ao Senhor (Dt. 4:9,10).
5º) Guardar a alma da idolatria, porque o Senhor não tolera
a infidelidade (Dt. 4:15-19).
O segundo discurso de Moisés: “Olhando para o alto”
(Dt. 5-26)
A chave deste segundo discurso encontra-se em
Deuteronômio 12:1:
“Estes são os estatutos e os juízos que tereis cuidado
em fazer na terra que vos deu o Senhor, para a possuirdes,
todos os dias que viverdes sobre a terra”. Israel estava para
entrar numa nova terra e tudo dependeria da constante e
inteligente obediência a Deus. Moisés anuncia a Lei de
modo simples e claro, de modo a poder exercer domínio na
vida do povo. Deus disse: “Sois meu povo; eu vos amo e vos
tenho escolhido, estou no vosso meio, vou proteger-vos.
Somente peço que me obedeçais para o vosso bem”.
O Senhor queria ensinar a Israel o amor que é o real
cumprimento da Lei.

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138

A seguir fazemos um resumo do segundo discurso:


1º) Repetição dos Dez Mandamentos (Dt. 5:1-21).
2º) Moisés fala do seu papel como mediador entre Deus e o
povo (Dt. 5:22-33).
3º) Enfatiza a obediência como cumprimento da Lei (Dt. 5).
4º) Ordena a destruição dos cananeus e seus ídolos. Israel
deveria se manter separado de alguns povos (Dt.7). 5º)
Exorta aos filhos de Israel a nunca esquecer os benefícios
do Senhor (Dt. 8).
6º) Lembra aos israelitas as murmurações e infidelidades,
advertindo o perigo de voltar à antigas práticas que Deus
abomina (Dt.9).
7º) Fala sobre a Segunda Tábua da Lei, da vocação
sacerdotal da tribo de Levi e exorta sobre a obediência (Dt.
10).
8º) Fala sobre os benefícios da obediência - a bênção; e no
caso da desobediência - a maldição (Dt. 11).
9º) Indica o único e verdadeiro lugar de culto ao Senhor (Dt.
12).
10º) Fala sobre o castigo aos falsos profetas e aos idólatras
(Dt. 13).
11º) Discorre sobre os animais limpos os impuros, e sobre
os dízimos para o sustento dos serviços (Dt.14).
12º) Fala sobre o ano da remissão e enfoca as leis em
defesa dos pobres e dos escravos (Dt. 15).

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139

13º) Relaciona as três festas mais importantes: Páscoa,


Pentecoste e Tabernáculo (Dt. 16).
14º) Fala do castigo da idolatria, da eleição e deveres de um
rei (Dt.17).
15º) Especifica a herança e os direitos dos sacerdotes e dos
levitas; condena os adivinhos e feiticeiros; e faz a promessas
de um grande profeta (Dt. 18).
16º) Volta a falar das cidades de refúgio e do significado do
estabelecimento delas (Dt. 19).
17º) Estabelece princípios referente à guerra (Dt. 20).
18º) Fala da expiação por morte cujo autor é desconhecido;
estabelece princípio para legislar sobre diversas questões
(Dt. 21).
19º) Fala sobre a caridade para com o próximo; estabelece
leis quanto ao modo de vestir; e sobre diversos pecados
cometidos no casamento (Dt. 22).
20º) Fala que tipo de pessoas deve ser excluídas das
assembleias santas e acerca de fugitivos, prostitutas e votos
(Dt. 23).
21º) Fala acerca do divórcio, dos penhores, dos roubadores
e da lepra; de empréstimos; e da caridade para com os
pobres, os estrangeiros e os órfãos (Dt. 24).
22º) Fala sobre a pena quanto há contenda; a obrigação de
um homem casar com a viúva do seu irmão; a abominação

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140

quanto a injustiça; e determina a destruição total dos


amalequitas (Dt. 25).
23º) Trata das primícias da terra, do dízimo e exorta o povo
à obediência (Dt. 26).

O terceiro discurso de Moisés: “Olhando para frente”


(Dt. 27 e 28).
Os filhos de Israel estavam prestes a atravessar o
Jordão, e esta passagem deveria marcar um momento
inesquecível. Sendo assim, Deus orienta que depois da
travessia eles levantem um monumento nacional, um altar,
erguido com pedras grandes não lavradas, apenas caiadas,
para destacarem-se à distância. Neste altar deveria gravar a
Lei, para que seus ensinos fossem cuidadosamente
observados.
Seria um marco para lembrar a maneira miraculosa
como Deus os fez atravessar o Jordão na época da maior
cheia (Dt. 27:1-10).
Moisés dá outras ordens ao povo.
Sobre o monte Gerizim, ele manda colocar os
representantes das tribos de Simeão, Levi, Judá, Issacar,
José e Benjamim. A estes cabia proferir as bênçãos que
viriam em função da obediência à Lei (Dt. 28: 1-14).
Sobre o monte Ebal, ele manda colocar os
representantes das tribos de Rúben, Gade, Aser, Zebulom,

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141

Dã e Naftali. Eles deveriam proferir as maldições que viriam


sobre os transgressores da Lei (Dt. 28:11-26).
O monte Ebal fica em frente ao Gerizim, separados um
do outro por um estreito vale, e perto dos carvalhos de Moré,
próximo a Siquém. Dada a posição estratégica desses
montes, uma pessoa postada no pico de um deles podia ser
ouvida facilmente por quem estivesse no vale.
O capítulo 28 de Deuteronômio é realmente notável,
pois mostra o que Israel poderia conquistar pela obediência.

As Bênçãos
Bendito serás tu na cidade e bendito serás no campo.
Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o
fruto dos teus animais, e as crias das tuas vacas e das tuas
ovelhas.
Bendito o teu cesto e a tua amassadeira.
Bendito serás ao entrares e bendito ao saíres.
O Senhor fará que sejam derrotados os teus inimigos.
O Senhor determinará que a bênção esteja em teu
celeiro.
O Senhor te constituirá para Si em povo santo.
O Senhor te dará abundância de bens.
O Senhor te abrirá o Seu bom tesouro, o céu.
O Senhor te porá por cabeça, e não por cauda.

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142

As Maldições
Maldito o homem que fizer uma imagem de escultura,
ou de fundição.
Maldito aquele que desprezar a seu pai ou a sua mãe.
Maldito aquele que mudar os marcos do seu próximo.
Maldito aquele que fizer o cego errar o caminho.
Maldito aquele que perverter o direito do estrangeiro,
do órfão e da viúva.
Maldito aquele que se deitar com a madrasta, porque
profanaria o leito de seu pai.
Maldito aquele que se ajuntar com animal.
Maldito aquele que se deitar com sua irmã, filha de seu
pai, ou filha de sua mãe.
Maldito aquele que se deitar com sua sogra.
Maldito aquele que ferir ao seu próximo em oculto.
Maldito aquele que aceitar suborno para matar pessoa
inocente.
Maldito aquele que não confirmar as palavras desta Lei,
não as cumprindo.
Todas estas bênçãos prometidas seriam dadas em
decorrência da obediência à Lei, caso contrário, seriam
mudadas em maldição. Os versículos 47 a 49 do capítulo 28
fala que Israel serviria aos inimigos que o Senhor enviaria
contra eles e que colocariam sobre o seu pescoço um jugo
de ferro.

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143

Diz ainda que o Senhor levantaria uma nação de longe


contra os filhos de Israel. Esse texto descreve a invasão
romana no ano 70, sob o comando de Tito.
Nos versículos 63 a 67 do mesmo capítulo, descreve a
situação atual dos judeus. Deus falou isso há mais de 3000
anos. O capítulo 28 deixa Israel onde a nação se encontra
hoje:
Dispersos - “O Senhor vos espalhará entre todos os
povos, desde uma extremidade da terra até à outra
extremidade...” (v.64). Hoje os judeus estão em toda parte
do mundo.
Intranquilos – “E nem ainda entre as mesmas nações
descansarás” (v.65). Não há sossego para os judeus em
qualquer lugar onde se encontram.
Pesarosos – “...o Senhor ali te dará coração tremente,
e desfalecimento dos olhos, e desmaio da alma. Pela manhã
dirás: Ah! Quem me dera ver a noite! E à tarde dirás: Ah!
Quem me dera ver a manhã! Isso pelo pasmo de teu
coração, com que pasmarás, e pelo que verás com os teus
olhos” (v. 65 e 67). O judeu vive pesaroso e temeroso. Deus
predisse tudo isso a respeito do povo de Israel, do judeu,
muitos anos antes!

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144

O quarto discurso de Moisés: “Um Novo Concerto” (Dt.


29 e 30)
Depois que a geração rebelde e infiel pereceu no
deserto, Deus chamou uma nova geração e preparou-os
para entrarem na Terra Prometida, mediante a renovação do
Concerto.
Para uma conquista bem-sucedida da terra de Canaã,
era necessário que eles se comprometessem com esse
Concerto e que tivessem a garantia que o Senhor estaria
com eles.
O conteúdo básico desse Novo Concerto continha
praticamente o mesmo feito no Monte Sinai. Se o povo
obedecesse a todas as palavras contidas nele, teria a
bênção divina, caso contrário, teria a maldição. A única
maneira deles e dos seus descendentes permanecerem
para sempre na terra de Canaã era guardando o Concerto,
amando o Senhor e obedecendo à sua Lei (Dt. 30:15-20).

As últimas palavras de Moisés (Dt. 31-34)


Moisés fala a Josué, seu assistente pessoal durante a
peregrinação. Ele foi um dos espias, aquele que ousou crer
em Deus. Josué estava agora com 80 anos e Moisés lhe
entrega a liderança desse grande povo (Dt. 31).
A exortação de Moisés ao povo e a Josué baseia-se em
um grande fato: “O Senhor é contigo; sê forte”.

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145

Esse venerável ancião, de 120 anos de idade, é um


testemunho da graça de Deus. Ele entoa um cântico para
Israel (Dt. 32). Esse cântico tinha o propósito de
impressionar os israelitas com o fato que sua existência
inteira era o resultado da fidelidade e misericórdia de Deus.
Era tão somente o Senhor que os orientava e sustentava (vv.
9-13). Israel, por sua vez, correspondeu em grande parte,
procedendo com iniquidade e insensatez (vv. 5,6).
O cântico termina, advertindo Israel que casos futuros
de infidelidade, rebelião e apostasia trariam castigos
severos de Deus contra a nação. Depois do cântico, Moisés
abençoa os filhos de Israel, a cada tribo separadamente (Dt.
33), então, sobe ao cume do monte Nebo e de lá Deus
mostra-lhe a Terra Prometida para a qual ele teve o rosto
voltado por tanto tempo, mas não entraria nela (Dt. 34).
Ali morreu Moisés e Deus enterrou seu servo no vale.
Este registro da morte de Moisés foi provavelmente escrito
por Josué, pouco depois da morte do grande líder.
A Moisés não foi permitida entrar em Canaã antes da
sua morte. Todavia, muitos anos mais tarde, ele realmente
entrou naquela terra, quando apareceu no monte da
transfiguração e falou com Jesus (Mt. 17:3). “Nunca mais se
levantou em Israel profeta algum como Moisés” (Dt. 34:10).
Os grandes destaques na vida de Moisés foram sua
íntima comunhão com Deus e sua compreensão da natureza

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146

e da pessoa de Deus. Hoje, a pessoa que está em Deus,


que cultiva uma vida interior consagrada a Deus e uma vida
exterior de santidade, terá consigo a presença e a graça de
Deus.
A comunhão com Deus – Pai, Filho e Espírito Santo –
é a maior promessa e recompensa do crente. Amém!

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147

REFERÊNCIAS

BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL – CPAD

MANUAL DO PENTATEUCO – CPAD

MANUAL BÍBLICO DE MATTHEW HENRY – CPAD

DICIONÁRIO BÍBLICIO WYCLIFFE - CPAD

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