Farmacologia Clínica e Terapêutica e Boas Práticas de Prescrição
Farmacologia Clínica e Terapêutica e Boas Práticas de Prescrição
Farmacologia Clínica e Terapêutica e Boas Práticas de Prescrição
FARMÁCIA CLÍNICA
DIRECIONADA À
PRESCRIÇÃO
FARMACÊUTICA
2
FARMACOLOGIA CLÍNICA E
TERAPÊUTICA E BOAS PRÁTICAS DE
PRESCRIÇÃO
3
SUMÁRIO
HISTÓRICO DA FARMACOLOGIA
http://hilltopresort.com.au/oakville-family-rudolf-virchows/>.
suscetível ao efeito benéfico requerido. Para tal é necessário escolher doses que
garantam a chegada e a manutenção das concentrações terapêuticas junto aos sítios
moleculares de reconhecimento no organismo, 9 também denominados sítios
receptores.
Se quantidades insuficientes estão presentes no sítio receptor, o medicamento
pode parecer ser ineficaz mesmo sendo o “certo”, falseando, assim, a eficácia do
fármaco escolhido; em uma situação como esta, o fármaco pode ser descartado
erroneamente, sendo que o sucesso terapêutico poderia ser alcançado se a dose e/ou
o intervalo de administração (posologia) correta fossem prescritos.
Do mesmo modo, esquemas posológicos inapropriados podem produzir
concentrações excessivas no sítio receptor, o que acarretaria a produção de
toxicidade e, mais uma vez, o medicamento “certo” pode erroneamente ser
descartado, por apresentar excessivas concentrações no organismo.
Uma droga pode ser definida como qualquer substância capaz de produzir uma
alteração em determinada função biológica por suas ações químicas. Na maioria dos
casos, a molécula da droga interage com uma molécula específica no sistema
biológico, que desempenha um papel regulador, isto é, faz o papel de uma molécula
receptora. 11
DROGA
FARMACOLOGIA TOXICOLOGIA
< http://dc112.4shared.com/doc/kvP9tH6t/preview.html>.
Fase Farmacêutica.
Fase farmacocinética. 15
Fase farmacodinâmica.
<http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_02/cap_008.
html>.
Características do Paciente
Idade;
Sexo;
Peso corporal total;
Tabagismo;
Consumo de álcool;
Obesidade;
14
Estados Patológicos
Disfunção hepática (cirrose, hepatite);
Insuficiência cardíaca;
Infecção;
Queimaduras severas; Febre anemias.
BIODISPONIBILIDADE DE DROGAS
de homens e mulheres deve ser igual. Em qualquer dos casos, os voluntários devem
dar seu consentimento à realização do trabalho, após terem sido conscientizados ou
informados das reais condições do mesmo.
O peso dos voluntários deverá estar em um limite de aproximadamente 10%
do peso considerado normal para homens e mulheres, levando-se em consideração
a altura e a estrutura física. Não fumantes são preferidos e a ingestão de álcool deve
ser proibida.
A padronização das atividades dos voluntários durante o período de realização
dos experimentos também é de crucial importância. Jejum de dez a doze horas deve
ser feito antes da administração do produto e as refeições, após a administração e
durante o período de coleta das amostras, devem ser padronizadas. Outros fármacos
não devem ser administrados paralelamente e, preferencialmente, o voluntário não
deve ter tomado outra medicação no período de uma semana antes da realização do
experimento, evitando, assim, alguma interação do tipo indução enzimática,
competição por proteínas plasmáticas, entre outras.
O plano experimental inclui, necessariamente, o desenho do experimento, que
deve identificar e isolar as fontes de variação dos dados em estudo que podem ser:
variações entre sujeitos e intrassujeitos, em diferentes períodos do trabalho; efeito dos
períodos de administração, causado pela ação residual dos tratamentos; variabilidade
do tratamento ou do próprio produto por diferentes doses ou formulações; erro residual
ou experimental, que inclui 27 qualquer fonte de variação que não tenha sido
identificada, tal como erro no método de análise.
O estudo de bioequivalência é do tipo aberto, aleatório, cruzado, no qual os
voluntários recebem os medicamentos teste e referência em ocasiões separadas
(períodos); o número de períodos e de sequências do estudo será determinado em
função do número de medicamentos em análise, de forma a assegurar a validade
estatística. O intervalo entre os períodos deve ser de, no mínimo, cinco meias-vidas
de eliminação do fármaco ou seu metabólito, quando o mesmo for ativo. O desenho
experimental mais comumente utilizado e citado como apropriado para avaliação de
bioequivalência entre formulações é o tipo cross-over. Delineamentos, nos quais todos
os sujeitos recebem cada produto, denomina-se cross-over completo, sendo seu
objetivo o de que cada indivíduo funcione como seu próprio controle, com base no fato
de que a variação intrassujeitos é bem menor que a intersujeitos.
24
32
<http://dizqueeumaespeciedecsi.blogspot.com/2009/01/toxicologia.html>.
ÁREAS DA TOXICOLOGIA
http://www.ccs.saude.gov.br/visa/humordown.html
TOXICIDADE
Impurezas e contaminantes;
Fatores envolvidos na formulação (veículo, adjuvantes).
Via de introdução; 38
Dose ou concentração;
Frequência.
Temperatura, pressão;
Radiações;
Outros (luz, umidade, etc.).
RISCO E SEGURANÇA
INTOXICAÇÃO
que revela esta interação. Isto permite dividir a intoxicação em quatro fases distintas,
a saber:
Sendo assim, o efeito não adverso é aquele que não reduz a capacidade
funcional nem a capacidade para compensar tensões adicionais. São reversíveis logo
após cessar a exposição, sem diminuição detectável da capacidade do organismo
para manter a homeostase, e não realçam a suscetibilidade aos efeitos de outras
influências ambientais.
Por outro lado, se pode deduzir que os efeitos adversos são alterações
biológicas que:
Ocorrem com uma exposição intermitente ou continuada e que dão lugar à
diminuição da capacidade funcional (determinada por parâmetros anatômicos,
fisiológicos e bioquímicos ou de comportamento) ou a uma diminuição da capacidade
para compensar tensões adicionais.
É reversível durante a exposição ou logo que cessada esta, quando tais
alterações causam diminuições detectáveis da capacidade do organismo para manter
a homeostase.
Realçam a suscetibilidade do organismo aos fatores nocivos de outras
influências ambientais.
42
EFEITOS TÓXICOS
Efeito idiossincrático
Efeito alérgico
Efeitos crônicos
quando o dano é reversível, mas o tempo entre cada exposição é insuficiente para
que o organismo se recupere totalmente.
Efeitos retardados
44
São aqueles que só ocorrem após um período de latência, mesmo quando já
não mais existe a exposição. Por exemplo: efeitos carcinogênicos que têm uma
latência a 20-30 anos.
O efeito local refere-se àquele que ocorre no local do primeiro contato entre a
AT e o organismo. Já o sistêmico exige uma absorção e distribuição da substância,
de modo a atingir o sítio de ação, onde se encontra o receptor biológico. Existem
substâncias que apresentam os dois tipos de efeitos (por exemplo: Benzeno, chumbo
tetraetila, etc.).
Potenciação: ocorre quando um agente tóxico tem seu efeito aumentado por
atuar simultaneamente, com um agente “não tóxico”.
Ex.: O isopropanol, que não é hepatotóxico, aumenta excessivamente a
hepatotoxicidade do tetracloreto de carbono.
http://www.ccs.saude.gov.br/visa/humordown.html
conveniência;
tempo necessário para o início do efeito;
duração do tratamento;
obediência do paciente ao regime terapêutico.
FORMAS FARMACÊUTICAS
Via oral:
41
Via Parenteral:
51
52
http://www.hepcentro.com.br/anatomia.htm>.
Alguns dos fatores que influem na absorção pelo TGI podem variar de acordo
com o sexo e, no sexo feminino, entre as gestantes e não gestantes. Este fato é
importante na avaliação da intensidade de absorção de drogas por essa via. A tabela
46
Via Sublingual
ADMINISTRAÇÃO RETAL
Com frequência, a via retal é utilizada quando a ingestão não é possível por
causa de vômitos ou porque o paciente se encontra inconsciente. A administração de
drogas via retal, por supositórios, tem como objetivo deixar o fármaco livre do
metabolismo de primeira passagem, no fígado, pois a droga entra em vasos que a
levam direto na veia cava inferior. Entretanto, muitas vezes, o supositório penetra um
pouco mais, situando-se em uma região drenada por veias que drenam ao fígado e,
dessa forma, não evitam o efeito de primeira passagem. Deve-se ressaltar o
desconforto que a via retal pode proporcionar ao paciente. Além disso, a absorção
retal costuma ser irregular e incompleta e muitos fármacos provocam irritação da
mucosa retal.
ADMINISTRAÇÃO PARENTERAL
http://enfermagem-sae.blogspot.com/2010/03/vias-de-administracao.html.
Intravenosa
56
http://www.compendiodenfermeria.com
48
Subcutânea
Só pode ser usada para administrar substâncias que não são irritantes para os
tecidos. A absorção costuma ser constante e suficientemente lenta para produzir um
efeito persistente. A absorção de substâncias implantadas sob a pele (sob forma
49
Injeção Intramuscular
Via Intra-arterial
Intratecal
http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Inje%C3%A7%C3%B5
es+Espinhais&lang=3
http://caminhandocomciencia.blogspot.com/2010/05/curiosidades-sobre-
anestesias.html.
Anestesia Intra-aracnóidiana:
A agulha que irá injetar o anestésico passará pelo espaço peridural perfura o
folheto bilaminar dura-máter/aracnoide e atinge o interior do espaço dural – onde se
encontra o liquor.
Intraperitoneal
Por essa via, os fármacos penetram rapidamente na circulação pela veia porta.
A injeção intraperitoneal é um procedimento laboratorial comum, embora raramente
seja empregado na prática clínica. 61
52
ABSORÇÃO PULMONAR
APLICAÇÃO TÓPICA
Volatilidade e viscosidade;
Grau de ionização;
Tamanho molecular. 64
Tempo de exposição.
TABELA
Parâmetro Diferença fisiológica Diferença na absorção
TABELA
66
57
58
FARMACOCINÉTICA
ABSORÇÃO DE DROGAS
69
Para alcançar seu local de ação, a droga, na maioria dos casos, é obrigada a
atravessar diversas barreiras biológicas:
Epitélio gastrintestinal;
Endotélio vascular;
Membranas plasmáticas.
Membranas biológicas;
Propriedades físico-químicas das moléculas das drogas;
Forças responsáveis pela passagem das drogas através das
membranas;
Modalidade de absorção das drogas;
Locais de absorção das drogas;
Vias e sistemas de administração das drogas.
Membranas Biológicas
http://www.colegioweb.com.br/biologia/parte-2.html
61
http://bioglossa.wikispaces.com/Transporte+passivo
endoteliais são preenchidas por uma matriz frouxa de proteínas que atuam como
filtros, retendo as grandes moléculas e deixando passar os menores. O limite de
tamanho molecular, contudo, não é exato: a água é rapidamente transferida, enquanto
moléculas de 80.000 a 100.000 têm a sua transferência muito lenta.
Em alguns órgãos, especialmente no SNC e placenta existem junções firmes
(tightjunctions) entre as células, e o endotélio é envolvido em uma camada
impermeável de células periendoteliais. Essas características impedem a passagem
de moléculas potencialmente deletérias para esses órgãos e possuem importante
impacto farmacocinético na distribuição de drogas para estes locais. Em outros
órgãos, o endotélio é descontínuo, permitindo a livre 73 passagem de moléculas entre
as células (endotélio fenestrado).
http://www.dbio.uevora.pt/jaraujo/biocel/transportes.htm
pH e Ionização
Para um ácido:
A figura mostra como um ácido fraco (aspirina, pK a 3,5) e uma base fraca
(pepdina, pKa 8,6) iriam distribuir-se em equilíbrio entre três compartimentos
orgânicos: o plasma (pH 7,4), a urina alcalina (pH 8) e o suco gástrico (pH 3,0). No
70
TABELA
DISTRIBUIÇÃO DE DROGAS
chamados “receptores silenciosos”, pois sua interação com aqueles não gera efeitos
biológicos.
Uma vez que as proteínas não passam através das paredes capilares, a ligação
do fármaco às proteínas pode retê-lo no espaço vascular por um determinado tempo.
A fração do fármaco não ligado é que atravessará as membranas tornando-se
disponível para interações com receptores, ou seja, é ela que exercerá o efeito
farmacológico sendo, assim, chamada de fração farmacologicamente ativa. Já a
fração ligada é considerada farmacologicamente inerte.
Porém, a interação do fármaco com a proteína plasmática é um processo
rapidamente reversível e, à medida que o fármaco não ligado difunde-se dos capilares
para os tecidos, mais o fármaco ligado dissocia-se da proteína até que seja alcançado
um equilíbrio, onde há concentrações relativamente constantes de forma ligada e não
ligada. É uma interação dinâmica,
84 em que complexos continuamente se formam e se desfazem. Valores de
ambas as formas podem variar de 0,0 a 1,0 (0 a 100%), dependendo da extensão da
ligação.
O complexo fármaco-proteína age como um reservatório temporário na
corrente sanguínea, retardando a chegada de fármacos aos órgãos-alvo e sítios de
eliminação. Quando a ligação à proteína ocorre fortemente (fração livre < 0,1), ela
pode diminuir a intensidade máxima de ação de uma dose única de um fármaco, por
diminuir a concentração máxima atingida no receptor, alterando, assim, sua resposta
clínica; reciprocamente, a diminuição da ligação pode aumentar a intensidade de ação
do fármaco. Quanto aos fármacos com fração livre maior que 0,25%, as
consequências da ligação proteica são pouco importantes.
Os sítios proteicos de ligação de fármacos no plasma são passíveis de
saturação. À medida que a concentração do fármaco aumenta, também pode
aumentar sua forma livre, porque a capacidade de ligação pode estar saturada. No
entanto, em uma ampla margem de concentrações, a fração livre não se altera porque
há abundância de sítios de ligação; a saturação, na verdade, só ocorre em
concentrações muito altas, clinicamente irrelevantes.
A relação entre fração livre e fração ligada pode ser influenciada por situações
nas quais ocorrem variações nas concentrações das proteínas plasmáticas, podemos
citar as situações de hipoalbuminemia por cirrose; síndrome nefrótica; desnutrição
grave e uremia; na gestação, na qual há hemodiluição; e em idosos, em que, muitas
73
Quando dois fármacos são administrados, cada um com alta afinidade com a
albumina, ocorre competição pelos sítios de ligação disponíveis. As drogas com alta
afinidade com a albumina podem ser divididas em duas classes:
Classe I: se a dose da droga for menor do que a capacidade ligante da
albumina, então a relação dose/capacidade é baixa. O número de sítios de ligação
excede a quantidade de droga disponível, e a fração da droga ligada é alta. Esta
classe engloba a maior parte das drogas clinicamente úteis.
Classe II: Estas drogas são administradas em doses que excedem em muito o
número de sítios de ligação na albumina. A relação dose/capacidade é alta, e uma
proporção relativamente alta da droga permanece na forma livre. 87
Outros locais: na gravidez, o feto pode captar parte da droga e deste modo
aumentar o valor do volume de distribuição. Drogas como o tiopental, que são
armazenadas na gordura do organismo, podem também apresentar volumes de
distribuição muito grades.
90
91
Fase I
Fase II
82
Reações de oxidação:
O P-450 é uma família de isoenzimas que ocorrem na maioria das células, mas
que são particularmente abundantes no fígado. O nome P-450 deriva do pico
espectrofotométrico observado quando a enzima é tratada com monóxido de carbono
(que inibe a atividade da oxidase de função mista), que está em 448 nm. A sigla CYP,
deriva de Cytochrome e Pink, que é a cor observada na reação com o monóxido de
carbono.
Reações de Hidrólise:
Reações de redução:
São mais raras, mas algumas delas são importantes; como por exemplo, o
fármaco warfarina é inativa por conversão de um grupo cetônico em um grupo
hidroxila. Os glicorticoides ainda são ocasionalmente administrados como cetonas,
que têm que ser reduzidas em compostos hidroxilados para poderem agir.
diferentes, que já não apresenta atividade e são mais hidrossolúveis sendo facilmente
excretados pelos rins.
Polimorfismos genéticos;
Sexo;
Idade;
Patologias;
Indução Enzimática;
Inibição Enzimática.
Inibição Enzimática
Colinesterases;
Monoaminooxidase (MAO);
Aldeído Desidrogenase;
Álcool Desidrogenase;
Citocromo P450. 99
Indução Enzimática
100
Cinética do Metabolismo
EXCREÇÃO DE DROGAS
As substâncias ativas excretadas nas fezes são ingeridas por via oral e em
grande parte não absorvidas pelo trato gastrintestinal ou são metabólitos excretados
ativamente pelo fígado pela bile e não reabsorvidos pela circulação êntero-hepático;
a reintrodução da substância ativa na circulação sistêmica por este circuito pode
prolongar seus efeitos. Pela via biliar normalmente são excretados fármacos de alto
peso molecular, os muito polares e aqueles que são ativamente englobados em
micelas de sais biliares, colesterol e fosfolipídios.
A excreção de fármacos no leite materno é importante porque pode produzir
efeitos farmacológicos indesejados no bebê em sua fase de amamentação. Já a
excreção pulmonar, por sua vez, é importante na eliminação dos gases e vapores
anestésicos.
Excreção Renal
92
104
Depuração (“Clearance”)
ÍNDICE TERAPÊUTICO
111
98
FARMACODINÂMICA
http://www.denstoredanske.dk/Krop,_psyke_og_sundhed/Sundhedsvidenskab
/L%C3%A6ger/Paul_Ehrlich
113
http://habacookie.blogspot.com/2010/12/flecha-oalvo.html#!/2010/12/flechae-
o-alvo.html>.
Exemplo do primeiro tipo: drogas que são utilizadas para controle de pragas.
Do segundo tipo: as drogas “sociais”, como o álcool, por exemplo, e as drogas que
afetam as atitudes dos organismos, como sedativos, antidepressivos, entre outras.
Drogas podem atuar em mecanismos físico-químicos não específicos, como
por exemplo:
A maior parte das drogas produz seu efeito por meio de interações químicas
mais ou menos específicas com constituintes dos tecidos. Essas interações envolvem
ligações químicas entre as moléculas da droga e do sistema biológico. Ligações
covalentes são ligações fortes, nas quais elétrons são mutuamente compartilhados
nas órbitas mais superficiais. Ligações eletrostáticas são formadas pela força atrativa
entre cargas elétricas opostas. Ligações hidrofóbicas ocorrem quando camadas de
água estrutural associadas com grupos hidrofóbicos de duas moléculas separadas
entram em contato.
Para que uma droga seja de algum modo útil como instrumento terapêutico ou
científico, ela deve atuar de modo seletivo sobre determinadas células e tecidos. Ou
seja, deve exibir elevado grau de especificidade relativa ao sítio de ligação. A
especificidade é recíproca, em classes individuais as substâncias se ligam a apenas
determinados alvos, alvos individuais só reconhecem determinadas classes de
drogas.
102
Os alvos proteicos para a ação dos fármacos sobre as células dos mamíferos
podem ser amplamente divididos em:
Receptores;
Canais iônicos;
Enzimas;
Moléculas transportadoras.
Sabe-se que alguns outros tipos de proteínas, como a tubulina, atuam como
alvo de drogas, e convém lembrar que existem muitas substâncias cujos sítios de ação
ainda não foram identificados. Além disso, sabe-se que muitos fármacos se ligam,
além de seus alvos primários, às proteínas plasmáticas, bem como aos constituintes
celulares, sem produzir qualquer efeito farmacológico óbvio.
103
117
Alguns canais iônicos (conhecidos como canais iônicos regulados por ligantes
ou por receptores ionotrópicos) incorporam um receptor e só se abrem quando este
estiver ocupado por um agonista.
105
http://www.ff.up.pt/toxicologia/monografias/ano0506/tetrodotoxina/tetrotx_fiche
iros/page0007.htm
121
http://gballone.sites.uol.com.br/atlas/adt.htm
122
http://thumbs.dreamstime.com/thumblarge_252/1206572259gScGkG.jpg>.
123
Sensibilidade
Seletividade
uma resposta) do que com antagonistas (drogas que bloqueiam respostas aos
agonistas).
124
Especificidade
Biofase
Interações Droga-Receptores
125
Agonistas;
Antagonistas.
126
112
CURVA DOSE-REPOSTA
128
http://www.alessandrofazolo.com/didatico/ilustracoes/psicofarmacologia/pages
/curva%20dose%20resposta_gif.htm
AGONISTAS PARCIAIS
129
Eficácia
A capacidade de uma droga iniciar uma resposta assim que ocupa o sítio do
receptor é denominada eficácia.
131
116
Potência
132
http://dc203.4shared.com/doc/gEFt7moh/preview.html
http://dc173.4shared.com/doc/I6Op6sTS/preview.html
AGONISTAS INVERSOS
133
perspectiva, o agonista inverso possui maior afinidade por R que por R*, com
consequente desvio do equilíbrio para a esquerda, com eficácia negativa. Por
exemplo, o Benzodiazepínicos.
Antagonista competitivo
http://rosanabem.blogspot.com/2010/04/ciclo-ii-modulo-i-farmacologia-parte-
ii.html>.
Antagonismo químico;
Antagonismo farmacocinético;
Antagonismo não competitivo; 136
Antagonismo fisiológico.
Antagonismo químico
121
Antagonismo farmacocinético
Antagonismo Fisiológico
DESSENSIBILIZAÇÃO E TAQUIFILAXIA
Potenciação: ocorre quando um agente tóxico tem seu efeito aumentado por
atuar simultaneamente com um agente “não tóxico”.
Exemplo: o isopropanol, que não é hepatotóxico, aumenta excessivamente a
hepatotoxicidade do tetracloreto de carbono.
http://dc337.4shared.com/doc/VCbkxvkp/preview.html
TIPOS DE RECEPTORES
TABELA
145
Família da rodopsina;
Família dos receptores de secretina/ glucagon;
Receptor metabotrópico de glutamato/ família de sensores de cálcio.
FONTE:Rang&Dale (2004).
Alfa – α
Beta – β
Gama – 𝛄
131
147
FONTE:Rang&Dale (2004).
Resumindo:
149
Resumindo:
Fosforilação do receptor;
Internalização do receptor (endocitose). 156
157
160
Resumindo:
161
Hormônios esteroides;
Hormônio da tireoide;
Vitamina D;
Ácidos graxos;
Prostaglandinas.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
165
http://interacmedicamentosa.blogspot.com/
TABELA
TABELA
TABELA
169
No mesmo estudo realizado por Sehn e colaboradores (2003), foram
encontradas quatro (3,2%) interações classificadas como graves, ou seja, que
colocam em risco a vida dos pacientes ou podem promover o surgimento de danos
permanentes. Em duas delas, observou-se o envolvimento da digoxina, responsável
também por 15,3% das interações encontradas, embora esteja presente em apenas
quatro prescrições. A digoxina é um exemplo de fármaco que deveria receber atenção
151
Ressalta-se também que 48,4% das interações apresentam risco moderado, ou seja,
poderiam causar deterioração clínica do paciente, exigiriam tratamento adicional ou
aumento no período de internação. Todas estas implicações, negativas para o
paciente, teriam como consequência o aumento de custos para a instituição. As
interações classificadas como leves representam 37,9% e, como podem trazer algum
desconforto para o paciente, são também indesejáveis.
170
A presença de uma equipe treinada para avaliar as interações poderia alterar
o perfil das interações medicamentosas. Os procedimentos para evitar e lidar com as
interações sugeridas na literatura são as seguintes: monitorização do paciente, ajuste
de dose, troca ou suspensão de um dos medicamentos, mudança dos horários de
administração, entre outros. Em muitos casos, a monitorização atua de forma
preventiva. Assim, a detecção de alterações na concentração plasmática dos
medicamentos, por exemplo, direciona para um ajuste de dose, substituição ou
suspensão de fármacos ou outro procedimento para evitar prejuízos à saúde do
paciente. Adequar os horários de administração é, também, uma forma de lidar com
as interações medicamentosas potenciais. Para a digoxina, quando da utilização com
metoclopramida, a literatura sugere a prescrição de formas líquidas com a finalidade
de aumentar a velocidade de absorção e, desta forma, reduzir a influência da
metoclopramida sobre sua absorção. A falta de estudos a respeito das interações
também chama atenção, visto que 84,7% das interações encontradas na literatura
necessitam ser mais estudadas a fim de se estabelecer com segurança o risco que
oferecem aos pacientes. As interações medicamentosas que se desenvolvem
tardiamente deveriam receber grande atenção, pois muitas vezes, oferecem grande
risco, uma vez que o paciente pode já ter deixado o hospital quando do seu
desenvolvimento.
152
Físico-químicas;
Farmacodinâmicas;
Farmacocinéticas.
Interações Físico-Químicas
173
Interações Farmacocinéticas
http://www.ff.up.pt/toxicologia/monografias/ano0708/g9_metotrexato/farmacoci
netica.JPG>.
177
158
A menos que uma droga atue topicamente, ou seja, no seu próprio local de
aplicação, ela deve inicialmente penetrar no sangue para depois ser distribuída para
o seu local de ação. A mera presença da droga no sangue, contudo, não provoca uma
resposta farmacológica; para que seja eficaz, a droga deve deixar o espaço vascular
e penetrar nos espaços intracelulares e/ou extracelulares. A velocidade com a qual
uma droga atinge seu local de ação depende de dois processos: sua taxa de absorção
e sua taxa de distribuição.
Assim, a absorção envolve a passagem da droga de seu local de administração
para o sangue e a distribuição envolve o transporte da droga para os tecidos. A
compreensão das características estruturais e funcionais que influenciam a passagem
das drogas nas membranas biológicas tem sido alvo de grandes esforços. Apesar de
algumas substâncias serem translocadas por mecanismos de transporte
especializados e de compostos polares pequenos poderem ser filtrados através dos
poros membranosos, a maioria dos compostos exógenos penetram nas células
mediante difusão através das membranas lipídicas.
No estudo da absorção das drogas, os seguintes itens devem ser analisados:
Membranas biológicas;
Propriedades físico-químicas das moléculas das drogas;
Forças responsáveis pela passagem das drogas através das
membranas;
Modalidade de absorção das drogas;
Locais de absorção das drogas e vias de administração.
ADMINISTRAÇÃO ORAL
ocorre por processos passivos, o fármaco é mais bem absorvido na forma não
ionizada e mais lipofílica. Assim, poder-se-ia esperar uma absorção ótima de ácidos
fracos no meio ácido do estômago, enquanto a absorção de bases poderia ser
favorecida no intestino delgado relativamente alcalino, todavia, é uma simplificação
excessiva extrapolar o conceito de partição do pH para uma comparação de duas
membranas biológicas diferentes, como os epitélios do estômago e do intestino. O
estômago é revestido por uma membrana espessa, coberta de muco, com pequena
área de superfície e alta resistência elétrica.
A principal função do estômago é digestiva; por outro lado, o epitélio do
intestino possui uma área de superfície extremamente grande - ele é fino, tem baixa
resistência elétrica e sua principal função é facilitar a absorção de nutrientes. Dessa
forma, qualquer fator que acelere o esvaziamento gástrico poderá aumentar a
velocidade de absorção de um fármaco, ao passo que qualquer fator que retarde o
esvaziamento do estômago provavelmente terá o efeito oposto, independente das
características do fármaco.
Estudos experimentais clássicos e recentes são compatíveis com a seguinte
conclusão: a forma não ionizada de uma droga será absorvida mais rapidamente do
que a forma ionizada em qualquer lugar do TGI. No entanto, a velocidade de absorção
de um fármaco no intestino será maior do que a no estômago mesmo quando o
fármaco estiver predominantemente ionizado no intestino e em grande parte não
ionizado no estômago.
Os fármacos que são destruídos pelo suco gástrico, ou que irritam a mucosa
gástrica são administrados, algumas vezes, em formas com um revestimento, o que
impede sua dissolução no meio ácido do estômago. Todavia, algumas preparações
protegidas também podem resistir à dissolução no intestino, determinando muito
pouca absorção do fármaco.
A velocidade de absorção de um fármaco está estreitamente relacionada com
o tempo necessário para que o fármaco atinja o seu nível plasmático efetivo e
conforme a natureza da substância ingerida por via oral, a absorção se dá em
diferentes locais do trato digestivo. Assim, substâncias altamente lipossolúveis são
absorvidas já pela mucosa bucal. Entre os fármacos mais utilizados por esta via citam-
se os nitratos e os nitritos em formulações sublinguais para o tratamento de angina do
peito. O segmento terminal do intestino grosso, o reto, também pode servir como local
útil para administração de drogas, particularmente quando a via oral é inadequada.
160
Esta via protege sensivelmente as drogas não apenas de alterações, mas também
das reações de biotransformação que ocorrem no fígado. Entretanto, a absorção por
esta via são frequentemente irregulares e incompletas, ainda muitas drogas causam
irritação da mucosa retal.
http://www.psiquiatriageral.com.br/tratamento/interacoes01.htm>.
Interações físico-químicas
efeitos tóxicos de agentes não medicamentosos, e podem ser usados com fins
terapêuticos. Uma interação muito utilizada no caso de intoxicações por via oral é a
administração de carvão ativado que absorve outras drogas na sua superfície porosa
e assim diminui a absorção do agente tóxico.
A Cmáx foi diminuída em 74%, 59%, 46% e 36%, e o tmáx foi prolongado de
uma hora para 3.8, 3.6, 2.1 e 2.0 horas para proteínas, carboidratos, gorduras e
alimentos viscosos 183 respectivamente, demonstrando que a elevação do pH
gástrico por alimentos pode levar a precipitação de drogas. A redução da
concentração plasmática da droga observada com a ingestão de outros alimentos que
não causam elevações apreciáveis do pH gástrico indica que outros fatores também
podem estar influenciando na absorção do Indinavir.
A dissolução e a absorção de uma droga ácida como o ibuprofeno, um
medicamento anti-inflamatório não esteroide (MAINE), poderiam ser aumentadas com
a utilização de alimentos e elevação do pH gástrico.
A formação de complexos e quelação entre drogas e íons metálicos, presentes
nas dietas e em drogas antiácidas representam um segundo tipo de interação físico-
química que diminui a dissolução da droga e consequentemente a sua absorção. Uma
interação clinicamente importante é a diminuição da absorção de fluoroquinolonas em
função da formação de complexos com íons metálicos presentes nos alimentos e
antiácidos, que resultam na perda da eficácia antibacteriana. Foi constatada uma
ocorrência de 22 a 76% deste tipo de interação em pacientes que são medicados com
estes agentes. A administração concomitante de antiácidos à base de alumínio e
magnésio e sucralfato têm os maiores impactos na biodisponibilidade de quinolonas,
seguidos por ferro, cálcio e zinco.
A adsorção e ligação de drogas com componentes da alimentação como as
pectinas também podem diminuir a taxa de dissolução. Da mesma forma, a
colestiramina e o colestipol que são resinas trocadoras de íons (para eliminação de
sais biliares e redução de colesterol) formam complexos com uma série de
medicamentos (antidepressivos, neurolépticos, digitálicos, anticoagulantes)
diminuindo a sua absorção.
Foi avaliado o efeito de goma guar (“guargum”), um medicamento a base de
fibra alimentar comercializado no Brasil com o nome de BioFiber, sobre a absorção
de digoxina e fenoximetil penicilina (penicilina V, ou Pen V), sendo verificado que
agoma guar reduz a concentração sérica de digoxina durante o período absortivo. No
entanto, a mesma quantidade de digoxina foi encontrada na urina de pacientes que
receberam a fibra e de pacientes que não receberam. Tal fato, porém não foi verificado
com a Pen V, uma vez que a Cmáx e ASC (área sob a curva) foram reduzidas pela
administração de goma guar.
164
Vários estudos in vitro ou in vivo têm mostrado que agentes que alteram o muco
GI e as membranas epiteliais podem modificar a absorção de drogas. Algumas drogas
podem aumentar a fluidez da membrana da mucosa que pode levar a um aumento da
difusão de substâncias pela membrana, resultando em maior taxa de absorção. As
drogas com toxicidade GI específica (por exemplo, a colchicina) podem lesar a
mucosa ou bloquear o transporte ativo.
Teoricamente, estas ações podem resultar em interações com outros fármacos.
A competição entre diferentes drogas e/ou nutrientes por transportadores da
membrana intestinal responsáveis pela absorção tem sido demonstrada em pesquisas
realizadas in vitro e in vivo. Em estudos clínicos, uma diminuição na absorção
relacionada com o aumento da dose sugere que pode estar acontecendo uma
saturação na absorção mediada por transportadores específicos, porém tem-se
dificuldade em se demonstrar interações medicamentosas em virtude desta
competição.
http://www.webciencia.com/11_01baco.htm>.
http://www.ambientebrasil.com.br/images/biotecnologia/bacterias.gif>.
Uma droga pode alterar a distribuição de outra, mas tais interações raramente
são importantes do ponto de vista clínico. O deslocamento de uma droga de seus
locais de ligação no plasma ou nos tecidos aumenta transitoriamente a concentração
da droga livre, mas é seguido por eliminação aumentada, de modo que resulta em
novo estado estacionário, no qual a concentração total da droga no plasma é reduzida,
mas a concentração da droga livre é semelhante a de antes da introdução do segundo
fármaco que causou o deslocamento. Há várias consequências diretas de importância
clínica potencial:
Toxicidade em decorrência do aumento transitório na concentração da droga
livre, antes de ser atingido o novo estado de equilíbrio dinâmico.
171
Exemplos:
a) Indução enzimática
b) Inibição enzimática
194
174
INTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS
http://www.bemparana.com.br/maximosaude/index.php/2010/03/31/dia-
nacional-danutricao-o-que-temos-levado-a-mesa/>
177
Ingestão
http://saude.abril.com.br/edicoes/0274/nutricao/conteudo_139365.shtml>.
179
Absorção
201
Dado que a maioria das drogas e dos nutrientes é absorvida no intestino
delgado, as interações droga-nutriente são muito comuns nessa área, resultando em
complicadas interrelações que dependem de uma série de fatores como a dosagem
da droga, do tipo e quantidade do alimento, do tempo decorrido e da presença da
enfermidade ou desnutrição.
A influência dos nutrientes sobre a absorção dos fármacos depende do tipo de
alimento, da formulação farmacêutica, do intervalo de tempo entre a refeição e sua
administração e do volume de líquido com o qual ele é ingerido. O trato gastrintestinal
representa o principal sítio de interação fármaco-nutriente, uma vez que o processo
de absorção de ambos ocorre por mecanismos semelhantes e podem ser
competitivos. A maioria das interações clinicamente significativas ocorre no processo
de absorção, segundo os estudos até hoje realizados. A ingestão de alimentos é capaz
de desencadear, no trato digestivo, a liberação de secreção que, por ação qualitativa
e quantitativa dos sucos digestivos, age hidrolisando e degradando ligações químicas
específicas, pela ação do ácido clorídrico e de enzimas específicas.
Portanto, substâncias sensíveis a pH baixo podem ser alteradas ou até
inativadas pelo ácido gástrico quando ingeridas com alimentos, como, por exemplo,
no caso da inativação da penicilina e da eritromicina. Paralelamente, o nutriente pode
influenciar na biodisponibilidade do fármaco por meio da modificação do pH do
conteúdo gastrintestinal, esvaziamento gástrico, aumento do trânsito intestinal,
competição por sítios de absorção, fluxo sanguíneo esplâncnico e ligação direta do
fármaco com componentes dos alimentos.
180
Metabolismo
O metabolismo das drogas pode ser alterado pela composição da dieta, nos
estados de deficiência ou pela manipulação nutricional. O fator dietético mais
importante é o teor de proteínas. Uma dieta rica em proteínas e pobre em carboidratos
aumenta a taxa de metabolização de um grande número de drogas, enquanto que
uma dieta hipoproteica e hiperglicídica diminui esta metabolização.
Um grande número de drogas e nutrientes é metabolizado no fígado por
sistemas enzimáticos específicos. Dentre os componentes nutricionais que participam
desses sistemas estão as proteínas, lipídios, ácido nicotínico, ácido ascórbico,
181
vitaminas A, E, cobre, cálcio, ferro, zinco, entre outros. Portanto, deficiências destes
nutrientes podem levar a uma metabolização mais lenta.
A manipulação nutricional vem sendo utilizada em algumas condições
patológicas com bons resultados. Crianças asmáticas, por exemplo, tratadas com
teofilina (bronco dilatador) têm menos episódios de respiração dificultosa nas dietas
com baixa quantidade de proteínas porque assim a teofilina é metabolizada mais
lentamente, permanecendo por mais tempo em circulação.
Certos medicamentos inibem a síntese de enzimas porque competem com
vitaminas para suas estruturas, essas drogas são chamadas de antivitaminas. Os
agentes quimioterápicos utilizam esse princípio para impedir a replicação e induzir a
morte da célula tumoral, pois competem com o ácido fólico, sem o qual não há síntese
de DNA, provocando uma deficiência desse nutriente.
Algumas drogas também podem formar um complexo com o nutriente, o
tornando não disponível para utilização pelo organismo. A isoniazida, por exemplo,
utilizada no tratamento
203 prolongado da tuberculose, forma um complexo com a vitamina B6
(piridoxina), interferindo em seu metabolismo em vários níveis, podendo levar a uma
deficiência desta vitamina.
Contudo, o exemplo mais amplamente conhecido de interação droga-nutriente
envolve as drogas psiquiátricas do tipo inibidoras da Monoaminooxidase (IMAO) e as
aminas vasoativas presentes nos alimentos. Em situação normal, as aminas
vasoativas dos alimentos não constituem risco porque são metabolizadas
rapidamente pelas enzimas monoaminoxidases. Entretanto, a ação destas enzimas é
inibida por certas drogas antidepressivas, antimicrobianas, anti-hipertensivas e
antineoplásicas. A presença de aminas vasoativas não oxidadas causa constrição dos
vasos sanguíneos e elevação da pressão arterial, podendo levar, nos casos mais
graves, a uma hemorragia intracraniana, arritmias cardíacas e insuficiência cardíaca.
Excreção
Transporte
Interações farmacocinéticas;
Interações farmacodinâmicas.
http://www.maraoonline.com/cidadania/Beja_Santos/34AD08F3-3C1E-4643-
92F4A8BCEA46EE2E.html
METABOLISMO DO ÁLCOOL
207
A ingestão aguda de álcool provoca uma inibição competitiva das enzimas
envolvidas no seu metabolismo, incluindo a CYP2E. Entretanto, após um consumo
crônico de álcool haverá uma indução da CYP2E. O metabolismo do álcool realizado
por esta enzima conduz à formação de acetaldeído e de radicais de oxigênio, assim
como a um aumento do metabolismo dos xenobióticos com produção de metabólitos
tóxicos. O acetaldeído formado é, posteriormente, convertido o acetato pelo aldeído
desidrogenase (ALDH), sendo libertado para a corrente sanguínea e oxidado pelos
tecidos periféricos em CO2, água e ácidos graxos.
INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS
INTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS
209
Corresponde à interferência no mecanismo de ação das drogas. Desta forma,
há efeitos imprevisíveis e perigos potenciais envolvidos na mistura do álcool com
outras drogas. As pessoas podem combinar álcool com outras drogas por uma
simples falta de conhecimento, por exemplo, quando o álcool é misturado a
medicamentos prescritos como antibióticos, analgésicos ou anti-histamínicos, ou de
forma consciente, com a finalidade de potencializar os efeitos da droga.
São interações menos previsíveis, mas não necessariamente menos
importantes que as farmacocinéticas. A interação mais frequente é a relativa ao efeito
187
reforçado dos fármacos que deprimem o sistema nervoso central (SNC) pela ingestão
concomitante de álcool.
Benzodiazepínicos
210
O álcool aumenta a taxa de absorção dos medicamentos benzodiazepínicos o
que pode levar a um aumento do efeito depressor que este tipo de medicamento tem
sobre o cérebro. Os efeitos mais importantes desta interação são: sedação,
diminuição dos reflexos, incoordenação e prejuízo da memória. Os riscos desta
associação são os relacionados às tarefas que envolvem coordenação motora e
concentração como dirigir um veículo ou operar uma máquina.
Analgésicos
Barbitúricos
213
REFERÊNCIAS