Encontro Ou Desencontro

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Encontro ou Desencontro?

Heresias do Movimento G12


Por
irmaos.com
-
14 de junho de 2005

“Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores


alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e
a doutrinas de demônios,” 1 Tim 4:1.

1. Introdução

Encontro é Tremendo! Esta é a frase mais ouvida ultimamente nos salões


dos templos evangélicos, sejam eles pentecostais ou tradicionais. O mais
novo chavão evangélico pode ser visto em camisetas, adesivos para carros,
painéis decorativos, e principalmente na ponta da língua de diversos
crentes. Ecoa como um brado de vitória, como um grito de guerra, capaz
de fazer o mais simples dos cristãos se transformar no Super-Homem do
avivamento. Para os que ainda não foram atingidos por esta nova “onda”,
trata-se do aspecto principal do Modelo dos Doze, a nova visão para a
Igreja em Células, preconizado pelo Pr. César Castellanos Dominguez, da
Colômbia.

Neste pequeno relato conto a minha experiência de participação deste


evento chamado “Econtro”, trazendo a público todas as suas principais
características. Não fiz nenhum pacto com niguém. Tenho o compromisso,
como cristão, de trazer à luz , e desbaratar tudo o que se apresenta nocivo
ao povo de Deus. O apego à Palavra de Deus, o discernimento, o equilibrio,
e a observação, impediram o meu envolvimento emocional, o que permitiu
a avaliação cuidadosa de cada um dos seus aspectos. Do mesmo modo, o
meu amor ao Senhor e a meus irmãos me impediram de manter sigilo
sobre as sutís e perigosas doutrinas que ali são ministradas. Jesus disse em
Mateus 10:26 “Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não
haja de ser descoberto, nem oculto que não haja de ser conhecido.”.
Espero que aqueles que estão tendo oportunidade de ler este relato
possam, à luz da Palavra de Deus, refletir e tirar as conclusões devidas de
cada ponto nele apresentado.

2. Antecedentes
Durante dias a Igreja da qual sou membro foi inundada e fortemente
bombardeada pela frase “O ENCONTRO É TREMENDO”. Alguns poucos
irmãos, juntamente com os pastores da igreja, que já haviam participado
deste Encontro, promovido por outras igrejas, foram os protagonistas de
tão intensa e exaustiva afirmação. Esta frase martelou diariamente a
cabeça de todos. A promessa de um encontro face a face com Deus
aumentava mais e mais a expectativa. O segredo quanto ao seu conteúdo,
guardado a sete chaves, o tornava mais atraente e desejado. Ainda seria
necessário passar pelo Pré-encontro, o qual consistia de quatro palestras
preparatórias. Durante estas palestras foi pedido a todos sigilo absoluto
quanto a tudo que iriam ouvir e ver a partir daquele momento.

3. O Pré-Encontro

Este conjunto de palestras leva o participante a reconhecer sua realidade


espiritual, seu estado atual de pecador, e sua condição como filho de Deus
em Cristo Jesus. A estimulação para ir ao Encontro é constante em todas as
palestras.

4. O Encontro

Chegou enfim o dia tão esperado. Fomos todos em um ônibus, em clima de


grande euforia. No local destinado ao retiro fomos recepcionados com
explosões de fogos de artifício. Um clima de grande festa. Recebemos
diversas recomendações quanto ao comportamento, das quais a de maior
impacto foi a proibição de comunicação interpessoal. Acreditem irmãos, a
princípio eu achei ótimo.

A primeira palestra ministrada foi “O Peniel”, cujo texto está em Gênesis


32:30. Fomos levados entender a experiência de Jacó. Após a ministração
fomos levados a meditar sobre nossa real condição. Uma música de fundo
era tocada enquanto éramos liberados para sair do auditório e procurar um
lugar onde poderíamos ficar a sós com Deus. Foi um momento de muita
comoção. Fomos liberados para chorar, gritar, urrar, sem se preocupar com
nada ou ninguém. Os pecados deveriam ser confessados um a um, nome
por nome, inclusive épocas em que ocorreram. Como desde o princípio, não
creio que tenha que trazer à memória meu passado antes da minha
conversão (II Cor. 5:17), eu decidi pensar na minha atual condição diante
de Deus. Foi um bom momento de reflexão sobre minha vida. Creio na
palavra em 1 João 1:9. Ao final voltamos todos para o auditório, eram mais
ou menos meia-noite. Depois fomos jantar e em seguida dormir.

A segunda palestra, ministrada no sábado por volta das oito horas, foi
acerca do que é o Encontro e quais os resultados obtidos após ele. É neste
momento que o Encontro é enfatizado como algo que não pode ser jamais
desprezado, pois de sua participação resultará a transformação de sua
vida, a renovação de seu coração, sua capacitação para ser “um guia de
multidões”, além de receber definitivamente a fortaleza de Cristo. É
enfatizado a necessidade de estarmos ali, separados de tudo e de todos,
para termos este encontro com Deus. É usada a palavra em João 4:30
“Saíram, pois, da cidade e vinham ter com ele.” para explicar o privilégio
ímpar de estarmos ali. Foi esquadrinhada a Palavra em João 4:1-42 cujo
resumo é: a mulher samaritana recebe a palavra, abre o coração, é liberta,
e torna-se uma grande missionária. Após isso é enfatizada a importancia de
ser um “sonhador”. O texto utilizado é João 11:11-25. Interpretando o
verso 12 é dito que muitos dos nossos sonhos estão mortos mas Jesus irá
despertá-los. Enfatiza-se a linguagem dos sonhos, onde tudo que acontece
no mundo natural tem que ser conquistado primeiramente no mundo
sobrenatural. Após esta palestra, que durou cerca de duas horas, fomos
tomar café.

A terceira palestra ministrada foi sobre Libertação (Quebra de maldição).


Esta palestra começa com a afirmação que o crente pode ter uma atitude
“demonizada”, descrita em Efésios 4:27. Ao falarem de maldições citaram
os textos de Deut. 11:26, Deut. 30:19, e Efésios 5:15-16. O preletor
discorreu sobre o surgimento das maldições, enfatizando a realidade da
maldição hereditária, e sua renúncia e quebra no Encontro, não importando
se ela entrou através dos pais, avós, bisavós, etc. Comecei a achar que
alguma coisa não ia bem, pois a Bíblia é clara em Ezequiel 18:20 quando
diz “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai,
nem o pai levará a iniquidade do filho, A justiça do justo ficará sobre ele, e
a impiedade do ímpio cairá sobre ele.”, além de várias outras passagens
como Jeremias 31, Provérbios 3:33, 26:2, Gál 3:13, Colos. 2:14-15,
Romanos 6:6-7, 2 Coríntios 5:17, João 8:36, dentre outros. Esta palestra
demorou cerca de três horas. Ao final fomos liberados para almoçar, era
cerca de três horas da tarde. Na porta do auditório interceptei o preletor e
disse a ele que não concordava com o que havia sido dito sobre maldição,
que como crente converso eu era nova criatura em Cristo Jesus, e que o
fato de ter que voltar ao passado era uma forma de anular a Cruz de
Cristo. O preletor ficou sem resposta.

Após o almoço fomos liberados para descansar um pouco. A partir daquele


momento comecei a ficar incomodado com toda aquela situação. Comecei a
relacionar os fatos, as palestras, os muitos depoimentos pessoais dos
preletores, a participação da equipe de apoio, as músicas, etc. Senti como
se tudo que já havia aprendido sobre a Cruz de Cristo não tivesse nenhum
valor. Foi quando tive um impulso para buscar a Palavra de Deus. Enquanto
todos descansavam eu comecei a estudar a Palavra. Escrevi quase duas
páginas. Não tinha muito tempo, pois ainda precisava passar a limpo tudo
que havia escrito. Basicamente o que escrevi está em Colossenses 2:14-15,
Romanos 6, Romanos 8, II Corintios 5:17, dentre outras passagens.

A quarta palestra ministrada foi sobre comportamento no encontro e a


nova postura após ele. Não há muito o que falar sobre esta palestra senão
o fato de relacionar a experiencia de Paulo com o Encontro. Paulo não
conhecia o amor de Deus, rendeu-se diante do Encontro com Jesus, esteve
três dias longe de tudo, quando ao final recebeu a grande comissão de
Cristo. Bem sugestivo não? Relacionando com esta experiência temos: não
conhecemos a Deus de fato; viemos para o Encontro onde ficamos longe de
tudo; fomos libertos da cegueira.

A quinta palestra foi sobre “Cura Interior”. O preletor inicia explicando a


diferença entre espírito, alma, e corpo. Afirma que no plano da alma
residem todas as feridas e traumas da vida. Relata uma lista grande de
comportamentos causadores destas feridas. Ele discorre sobre todos as
possíveis feridas emocionais e suas diversas causas. Relata alguns
exemplos bíblicos tais como Moisés (língua pesada), Elias (incapacidade de
enfrentar Jezabel), Mirian (complexo de inferioridade), os 10 espias
(complexo de inferioridade). Após isso passou a ministrar a cura
propriamente dita. Foi dito que para ser curado eram necessários dois
passos: romper o domínio de Satanás, tomando posse do que já era nosso;
e receber a cura de lembranças passadas. Em outras palavras foi dito para
voltarmos ao passado e desenterrarmos de lá os detalhes mais sórdidos,
desintulhando todo o lixo de que nos lembramos, jogando tudo fora. Neste
ponto é pedido para declararmos uns aos outros “Estou aberto ao que Deus
vai fazer em minha vida”.

Durante esta ministração foram afastadas todas as cadeiras do auditório.


Foi posta uma música bem sugestiva, de adoração, e sem letra. Este
momento dividiu-se em três partes:

1) Fizemos uma regressão. Apagaram-se as luzes, foi pedido que


visualizassemos o momento da fecundação, depois a formação no útero
materno, depois o nascimento, depois a infância, depois a adolescência,
etc. A visualização de cada fase foi detalhadamente solicitada, onde fomos
ins-truídos a lembrarmos dos momentos difíceis, amargos, traumatizantes,
etc. Em cada momento lembrado era pedido que visualizássemos Cristo
conosco e que devíamos liberar perdão para as pessoas envolvidas.

2) Devíamos escolher um parceiro para o qual deveríamos confessar nossas


dores. O preletor oferecia um tempo para cada um confessar ao outro, e ao
final o ouvinte orava, conforme o modelo do preletor, declarando a cura
sobre este irmão, e vice-versa. Após isso é ministrado a unção com óleo
em cada participante. Quase todos os participantes caíram. O fenômeno do
cai-cai se instalou. Eu particularmente não deixei que o preletor me ungisse
com óleo. Após isso, todos em prantos, se abraçando e se consolando, é
pedido que voltássemos aos lugares onde foi ministrada mais uma palestra
sobre a Cruz de Cristo. Mais uma vez uma música de adoração tocou, as
cadeiras foram novamente afastadas, e foi pedido que visualizássemos a
vida de Jesus, desde o seu nascimento, apresentação no templo,
crescimento, seu ministério de cura e libertação, sua paixão, sua traição,
seu sofrimento vicário, os insultos, as chicotadas, os açoites, a dor de levar
a cruz, a crucificação. Foi pedido que nos víssemos no meio da multidão
que assistia a tudo, e ouviamos Jesus dizer que não foram os romanos e
nem os judeus que o tinham crucificado, mas o fato dEle estar ali era por
causa dos nossos pecados. Presenciávamos o grito do Salvador, a rendição
do espírito, a multidão se retira, nós nos retirávamos também. Ficamos
sabendo que Jesus havia ressuscitado. Foi pedido para que nos
colocassemos debaixo da cruz para sentirmos o sangue de Cristo caindo
sobre nós. Ressucitamos com Cristo, a morte e o pecado não tem mais
domínio sobre nós. Após esse momento bradamos com gritos de vitória e
abraçamo-nos uns aos outros.

3) Após tudo isso o preletor pede que peguemos um pedaço de papel e


escrevessemos tudo o que o Espírito Santo nos lembrar de coisas ruins,
pecados, traumas, etc. Além disso foi pedido para reunir que todo e
qualquer objeto, que continha algum símbolo da Nova Era, ou outros
objetos quaisquer que poderiam lembrar situações ruins, ou se
relacionavam com atitudes ilícitas. Nesta hora fomos liberados para ir ao
dormitório. Ao voltarmos fomos separados em grupos de doze, e de mãos
dadas, fomos até uma grande fogueira onde lançamos tudo. Ao lançar os
objetos e o pedaço de papel bradamos em alta voz : “Estão anulados todos
os argumentos sobre minha vida”. Confesso irmãos, que apesar de
participar destes eventos, estava convicto de que nada disso era maior que
a Cruz de Cristo em minha vida. Não confessei nada a ninguém, não fiz
regressão, e não escrevi nada no papel, e muito menos queimei algum
objeto. Simulei a minha participação para não provocar nenhum problema.
Depois disso tudo, já eram quase uma hora da manhã, fomos jantar e
dormir.

Como havia acontecido no sábado de manhã assim também foi no


domingo. Fomos direto para o auditório assistir a sexta palestra, que foi
sobre estilos de oração e a nova vida em Cristo. Interpelei o preletor, que
era um dos pastores de minha igreja, e disse a ele que estava muito
preocupado com o que fora ministrado no sábado, em relação a Libertação
e Cura interior, e que gostaria de conversar detalhadamente depois sobre o
assunto. Depois fomos tomar café da manhã por volta de nove e trinta.
A sétima palestra foi sobre o Modelo dos Doze, onde foram apresentados
seus diversos aspectos. Não vou discorrer sobre este tema.

A última palestra foi sobre Batismo no Espírito Santo. O preletor discorreu


sobre os propósitos do batismo no Espírito Santo, sobre os resultados,
sobre as condições para recebê-lo, sobre as evidências, e sobre a
necessidade de ser cheio do Espírito. Após isso começou o leilão do
batismo. Este preletor era do tipo que empurrava a testa, ocasionando
várias quedas. Dessa vez eu também não cai, graças a Deus, apesar de ter
sido empurrado duas vezes.

Para finalizar ficamos no auditório, após a palestra, onde um momento


surpresa nos esperava. Foi pedido que deitassemos com os olhos fechados.
A medida que éramos chamados pelo nome levantávamos uma das mãos e
recebíamos ao lado de nosso corpo um objeto. Quando todos receberam foi
pedido que abríssemos os olhos e verificassemos o conteúdo. Foi, para
mim, o melhor momento deste retiro. O objeto, um envelope, continha
bombons, e vários cartões e fotografias enviadas pela minha esposa. Ela
não economizou, escreveu muitos cartões. Montou um álbum com fotos de
diversos momentos de nossa vida, tais como namoro, noivado, e
casamento. Foi um momento de grande quebrantamento. Neste momento
foi liberada a comunicação interpessoal, e todos se abraçaram e se
confraternizaram.

Como podemos ver, muitas coisas boas aconteceram neste retiro. Não há
dúvida que muitos de seus aspectos são inéditos. Agora nem por isso
devemos fechar nossos olhos às práticas estranhas ao Cristianismo que
foram ministradas juntamente com as coisas boas. Resumindo este
Encontro eu diria que ele tem três principais objetivos : Quebra de
Maldições (Libertação), Cura Interior, Batismo no Espírito Santo. Todos
estes assuntos já foram abordados e bem discutidos em diversos livros e
palestras. São temas que apresentam muita controvérsia. Cabe a cada um
avaliar cada um destes temas, julgando-os à luz da Palavra de Deus. Eu
particularmente não concordo com nenhuma das abordagens ministradas
no Encontro. Creio ser uma forma muito sutil de negar a Cruz de Cristo,
sem falar na perigosa administração da terapia de regressão por pessoas
não qualificadas para tal. Como isso é apenas um relato de minha
experiência não vou entrar em maiores detalhes quanto à minha opinião.

É importante esclarecer também que durante todos estes dias de retiro


fomos bombardeados com a frase : “O Encontro é Tremendo”. As músicas
“Eu quero é Deus”, “Na casa de meu Pai há unção e há poder”, “Aquele que
está feliz diga amém”, e “Gracias Señor” foram exaustivamente tocadas. Os
momentos de louvor eram altamente agitados, com pulos, danças
aeróbicas, trenzinhos, onde os principais incentivadores eram os preletores
e os irmãos da equipe de apoio.

O culto na igreja, realizado no mesmo dia do retono do retiro, é marcado


por manifestações de euforia que chegam a passar dos limites da
racionalidade. Gritos, pulos, danças aeróbicas, assovios, fazem parte da
expressão de todos os que participaram deste Encontro. As pessoas que ali
estavam, tanto membros da igreja como visitantes ficavam sem entender o
que estava acontecendo. Os Pastores esforçavam-se no púlpito para
explicar o fato dizendo: “estes irmãos tiveram um encontro face a face com
Deus”. A liturgia normal foi substituída pelos testemunhos dos participantes
do Encontro. Alguns, escandalizados, se retiraram.

5. O Pós-Encontro

Este conjunto de palestras objetiva a consolidação dos aspectos do


Encontro. É marcado por muitos depoimentos daquilo que foi conquistado.
Basicamente as palestras tratam da conservação daquilo que foi
conseguido no Encontro (Libertação e Cura Interior), das defesas contra as
retaliações de Satanás, e de como posso deter as investidas do inimigo. O
fatores “cobertura espiritual” e “obediência e submissão” são muito
enfatizados. Chegam a dizer que a obediência aos Pastores é a nossa
legalidade contra Satanás. Eu não creio nisso, ao contrário eu creio que a
Cruz de Cristo é a nossa legalidade. E vou além em dizer que obediência e
submissão não é imposta e sim conquistada através da Palavra de Deus,
assim como lemos em I Pedro 5:2 “Apascentai o rebanho de Deus, que está
entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de
Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade;”. Ao final de tudo
somos encorajados a participar da “Escola de Líderes”, outro aspecto desse
Modelo dos Doze, e a participarmos como equipe de apoio em outros
retiros. Mais uma vez é reforçada a manutenção do silêncio absoluto
quanto ao conteúdo do Encontro. Após a última palestra fomos convidados
a participar da “queima de arquivo”. Uma reunião, no sábado seguinte,
para queimarmos na fogueira os objetos remanescentes.

6. Conclusão

Depois de passar por todos estes eventos, e perceber distorções da Palavra


de Deus e enganos sutís, fui compelido a pesquisar sobre cada assunto.
Confesso que o que encontrei, juntando com aquilo que já sabia, me deixou
muito preocupado com o rumo que as igrejas evangélicas, principalmente
as renovadas, estão tomando. Muitas doutrinas estranhas ao Cristianismo
estão sendo sutilmente injetadas. Muitos pastores e líderes na ânsia de
verem suas igrejas crescerem e serem avivadas estão adotando métodos e
técnicas estranhas sem uma criteriosa investigação de seus aspectos,
muitas vezes ocultos. Muitas destas técnicas trazem em suas entranhas
práticas encontradas no espiritismo. Devemos ter muito cuidado com as
“novidades” que aparecem, e com os profetas de última hora que trazem as
revelações emergenciais de Deus. Paulo já advertia em Gálatas 1:8 “Mas,
ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho
além do que já vos pregamos, seja anátema.”. Deus não sofre de processo
de continuidade. Aquilo que Ele fez em Cristo Jesus é perfeito e não
necessita de retoques, e de que nada lhe seja tirado ou acrescentado. A
origem de seitas heréticas decorre desta tentativa. Jesus Cristo também
advertiu em Mateus 24:24 “porque hão de surgir falsos cristos e falsos
profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora,
enganariam até os escolhidos.”. A vinda do AntiCristo seria precedida por
engano e apostasia. Paulo diz em II Tessalonicenses 2:9 “a esse iníquo cuja
vinda é segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e
prodígios de mentira,”. Por isso irmãos precisamos ser atalaias, sempre
atentos. Devemos examinar tudo, provar tudo, como em I João 4:1
“Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de
Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.”, assim como
em I Tessalonicenses 5:21 “mas ponde tudo à prova…”, assim também
como em I Coríntios 2:13 “…comparando coisas espirituais com
espirituais.”.Temos que ser como os bereanos em Atos 17:11 “Ora, estes
eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra
com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas
coisas eram assim.”. Temos a Bíblia, que é a Palavra de Deus, como
referência única e verdadeira. Que este opúsculo possa servir de alerta aos
meus irmãos em Cristo, como é dito em Tito 1:9 “retendo firme a palavra
fiel, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para exortar
na sã doutrina como para convencer os contradizentes.”.

Suplico a todos os que participaram deste “Encontro” que examinem


biblicamente cada uma das ministrações. Revejam suas anotações. Tudo
tem que ser posto à luz da Palavra de Deus. No retiro não tivemos tempo
para o estudo minucioso, pela quantidade de palestras que nos foi dada, e
pela proibição de comunicação interpessoal que nos foi imposta. Peça
discernimento ao Espírito Santo de Deus. Não tenha medo. Isso é sério
irmãos. Não devemos ser como os descritos em II Timóteo 4:3 “Porque virá
tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de
ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus
próprios desejos,”. O pior cego é aquele que não quer ver.

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