Espaço Público - CONCEITO
Espaço Público - CONCEITO
Espaço Público - CONCEITO
RESUMO
ABSTRACT
In this paper, we won’t to aboard the problematic of the concept of public space,
how central object to consider your analysis in to two level’s interpretation: how
place of action politic and the expression of the subjectivity not identities modes,
and how place for excellence to the communication, to the democracy and how
place for multi-socials meetings. To examine the dimensions of the shape, the
appropriation and the place, in this way, the integration of the concepts, with the
intuition to understand how the space of the man and the politic to organized who
to superimposing. Import to understand how to organized the public space in the
many dimensions face to involvement to the institutionalizes actors and to the
modes of capitalism reproduction subjacent to the actions of the public power and
to the private initiative, because to be this who have the power to materialized the
shape of space and to induce the socials expressions of to the individuals.
O termo Espaço Público surge cada vez mais como o locus de uma base de
discussão transversal às diversas ciências, suscitando permanentemente novas
abordagens. Actualmente têm surgido diversos estudos que utilizam como cerne da
questão o espaço público urbano. Quer ao nível da abordagem da sua estrutura,
função, projecto, o seu carácter semântico e social, tem-se conduzindo pelo
estabelecimento de intercalar várias de estas perspectivas de análise, por se
entender que o espaço público acarreta diversos significados e dimensões que não
existem isoladas. Segundo Ascher (1995), o termo de espaço público aparece pela
primeira vez num documento administrativo em 1977, no quadro de um processo
de intervenção pública, agrupando na mesma categoria os espaços verdes, as ruas
pedonais, as praças, a valorização da paisagem urbana, o mobiliário urbano. O
espaço público é considerado como aquele espaço que, dentro do território urbano
tradicional (especialmente nas cidades capitalistas, onde a presença do privado é
predominante), sendo de uso comum e posse colectiva, pertence ao poder público.
Serpa (2004) refere-se ao conceito de espaço público como sendo em si mesmo o
espaço da acção política ou, pelo menos, da possibilidade da acção politica na
contemporaneidade.
A mesma autora refere que esta perda está igualmente associada aos avanços
tecnológicos no âmbito das telecomunicações, que representam processos de
mudança que podem reflectir-se num retraimento do espaço público, sobretudo no
que diz respeito à sua componente física, e por conseguinte à sua forma.
Por isso se torna importante entender como a forma influi na apropriação dos
espaços, para se poder debater a importância do urbanismo e dos projectos de
intervenção do espaço público. Contudo, existe uma alienação dos actores
institucionais relativamente às necessidades das populações, pois as imagens
criadas através das estratégias de renovação urbana, se concebem à margem das
mesmas, fazendo muitas vezes com que as pessoas não se identifiquem com os
lugares, podendo mesmo afirmar-se, que com o tempo, a apropriação não é
efectuada.
Por fim, Carreras i Verdaguer (2002) analisa o espaço público do ponto de vista da
sua função. Refere que nesta acepção, os espaços podem ser especializados ou
polivalentes, isto é, monofuncionais ou plurifuncionais. Os espaços públicos abertos
são essencialmente polivalentes, dedicados a usos diversos, e que um uso pode
predominar sobre outros; assim, as ruas e as praças, os passeios e as avenidas, os
parques e os jardins servem para circular e comunicar, para passear e encontrar-
se, para trabalhar e passar o tempo, para contemplar e ser contemplado. Esta
definição de Carreras i Verdaguer vai muito de encontro aos princípios do
modernismo, em que os espaços públicos eram construídos para a burguesia
passear, ser vista, como espaços de decoração para as elites. Em contrapartida,
geravam-se espaços de exclusão que, mesmo passado tanto tempo, se continuam
a gerar nas sociedades contemporâneas. Podemos reflectir sobre o exemplo de
Barcelona: hoje como o espaço é acessível a todos, criam-se grupos que geram
guetos urbanos e reproduzem incertezas na vivência dos espaços, as classes
médias “cultas” deixam de ir a estes espaços. Outra visão que importa ter em conta
é de Jordi Borja (2003, p.1). Para este autor
De um modo geral podemos concluir que é difícil apresentar uma definição concreta
de espaço público, pois encara diversas vertentes de abordagem que se interligam.
Contudo, o espaço público é um lugar aberto, de acesso irrestrito, um ponto
estruturante da malha urbana e confluência de vários caminhos e lugares, é um
espaço de passagem e de permanência, construído por diversos agentes, quer na
sua forma material ou vivêncial. O espaço público é uma estrutura e estratégia de
forma caracterizada pelos seus elementos constituintes (que o individualizam),
social e económica.
Porém, a evolução do conceito de espaço público que tem ganho cada vez mais
novas abordagens, moldadas através da evolução na produção do espaço urbano,
marca inicialmente uma virada na concepção da forma dos espaços. Actualmente a
produção do espaço público5 atribui um significado primordial à forma, efectivada
por novas demandas sociais, produzida através de novas condutas, que segundo
Costa & Pereira (2004) emergem, fruto da globalização da economia e dos avanços
tecnológicos, que resultam das confluências dos decursos económicos, políticos e
sociais. Estes são consequência de processos dinâmicos e dialécticos, e assim
consideradas construções efémeras que se dissolvem com a acção do mercado e
que se materializam nas cidades. Os dispositivos de controlo, cada vez mais subtis
e menos evidentes, activam este conjunto de princípios, que permeiam por todos
os cantos, desfiguram o “novo” e influenciam as estruturas sociais. As nossas
acções e pensamentos modelam o espaço, mas, ao mesmo tempo, os espaços mais
amplos colectiva ou socialmente produzidos nos quais vivemos também modelam
as nossas acções e pensamentos (SOJA, 1993).
Deste modo como refere o autor estes processos plenos de funções realizam-se
através das formas. Não sendo originalmente formas geográficas, acabam no
entanto por ter uma expressão territorial, pois, sem as formas, a sociedade,
através das funções e dos processos, não se realizaria.
Uma cidade é uma organização mutável com fins variados, um conjunto com
muitas funções criado por muitos, de um modo relativamente rápido. Uma
especialização total, uma engrenagem perfeita são improváveis e indesejáveis. A
forma tem, de certo modo, que ser não comprometedora, moldável aos propósitos
e às percepções dos cidadãos. Existem, contudo, funções fundamentais que podem
ser expressas pelas formas de uma cidade: circulação, aproveitamento dos espaços
mais importantes, pontos-chave focais. As esperanças e satisfações comuns podem
ser humanizadas. Sobretudo se o ambiente está visivelmente organizado e
nitidamente identificado, poderá então o habitante dá-lo a conhecer, por meio dos
seus próprios significados e relações. Nesse momento tornar-se-á um verdadeiro
lugar notável e inconfundível.
Constituição do Lugar
Outra abordagem da relação Homem-Meio foi realizada por Mello (1990), tendo
como base as obras de Tuan (1983) e de Relph (1976). Mello (1990) identifica três
conceitos principais: o lugar como resultado da experiência sendo assim um
“[…]mundo ordenado e com significado” (TUAN, 1983, p.65); o lugar como um
conceito “ […]fechado, íntimo e humanizado” (TUAN, 1983, p.61); e o último
conceito seria o de “deslugar” (placelessness), um neologismo criado por Relph
para designar formas repetidas e de sequências uniforme, como por exemplo os
conjuntos habitacionais. Este conceito tem sido alvo de muitas discussões no
âmbito da Geografia Humana, pois questiona-se se as pessoas que realmente o
experimentam o consideram monótono e artificial. Neste sentido, Relph introduz
uma discussão a respeito de atitudes autênticas e inautênticas em relação ao lugar.
As atitudes autênticas seriam aquelas em que o indivíduo teria plena consciência do
teor ideológico encaixado naquelas formas. Por outro lado, uma atitude inautêntica
caracterizaria uma visão alienada do lugar e a relação Homem-mundo vivido não
seria plena. Exemplo dessa alienação é as formas tipificadas de consumo como os
centros comerciais e franquias de restaurantes. Eyles (1989, p.109) analisa
criticamente essa percepção sugerindo que “[…]as tendências homogéneas do
mundo moderno resultam para a grande maioria das pessoas, numa atitude
“inautêntica” em relação ao lugar e num estado de “deslugar”. Para ele, há um
profundo descrédito relativamente à capacidade que as pessoas têm em criar
identidade com os lugares, apesar de serem formas homogéneas. O conceito
de deslugar encontra algumas similitudes com o conceito de não-lugar de Marc
Augé (2005), pois se para este autor um lugar se pode definir como identitário,
relacional e histórico, um espaço que não pode definir-se nem como identitário,
nem como residencial, nem como histórico, definirá um não-lugar. São espaços
sem identidade, sem relação, que criam solidão e semelhança pelas formas
homogeneizadas.
Lugar e Forma
A nível local, cada lugar vai reagir de uma maneira própria, a partir de condições
pré-existentes. Pode-se dizer também, neste sentido, que o lugar, com suas
características locais e globais, é um reflexo da compressão espaço-tempo. Se por
um lado, as redes de fluxos diminuem as distâncias, por outro, a velocidade em que
se processam tais fluxos tende quase extinguir o tempo. Para Harvey (1992, p.190)
“[…] o progresso implica a conquista do espaço, o derrubamento de todas as
barreiras espaciais e a aniquilação última do espaço através do tempo”. Essa
aniquilação é contraditória, na medida em que “[…]o espaço só pode ser
conquistado por meio da produção do espaço” (HARVEY, 1992, p.234). Isto porque
o espaço tanto é o palco onde se desenvolvem as relações sociais, como o local de
assentamento dos meios de vida, transportes e comunicação.
El lugar es un conjunto de objetos que tienen autonomía de existencia por las cosas
que lo forman – calles, edificios, canalizaciones, industrias, empresas, restaurantes,
electrificación, pavimentaciones – pero que no tienen autonomía de significados,
pues cada día nuevas funciones sustituyen las antiguas, nuevas funciones que se
imponen y se ejercen (SANTOS, 1996, p.51).
Os lugares resultam das dinâmicas criadas pela relação biunívoca entre o homem e
o seu ambiente construído, podendo ser observado através da transformação nas
formas de consumo dos espaços, pois o ser humano actua de acordo com a sua
envolvente e as suas barreiras físicas, económicas ou sociais.
Esta afirmação eleva-se ao “espírito do lugar”, pois o respeito por este é assumido
na construção da cidade, que transpõe para esta, elementos exteriores resultantes
da sua interpretação. Magalhães (1994, p.102) refere-se à construção do lugar
partindo das diferentes tipologias que integram uma estrutura em determinado
contexto como sendo
A combinação destes elementos ou conjuntos, em totalidades complexas, que dá
origem à imagem de um Lugar, permitindo que as pessoas se orientem no espaço e
ajudando à construção do sentimento de identificação com esse Lugar, o que
pressupõe a existência dum sentimento de pertença em relação ao mesmo.
Desta forma, os lugares enquanto áreas definidas da cidade, podem ser analisados
desde o ponto de vista material, onde se assinalam as atitudes das gerações e onde
o processo de apropriação se realiza no e através da utilização dos espaços, que
surgem como uma condição necessária à vida. Não somente como dimensão
material, o “[…]lugar significa muito mais do que a sua localização, pois encerra
significados culturais que sintetizam e representam o meio que o envolve, bem
como a situação existencial em geral” (MAGALHÃES, 1994, p.100).
Referências Bibliográficas
ASCHER, F. Metapolis ou l¢avenir des villes. Paris : Editions Odile Jacob, 1995.
COSTA, P., PEREIRA, M.A. A alienação do sujeito no cotidiano das cidades. Rio
Claro: UNESP, 2004.
EYLES, J. The Geography of everyday life. Horizons. In: GREGORY, D.; WALFORD,
R. (Coord.). Human geography. Houndmills: Macmillan Education, 1989. p.102-
117.
SASSEN, S. The global city: New York, London, Tokyo. New Jersey: Princeton
University Press, 1991.