Soy La Olenka Correia de Moraes
Soy La Olenka Correia de Moraes
Soy La Olenka Correia de Moraes
RETROFLEXÃO
Rio de Janeiro
Setembro de 2011
CARACTERIZAÇÃO DA CORRENTE NORTE DO BRASIL NA REGIÃO DA
RETROFLEXÃO
Examinada por:
________________________________________________
Prof. Afonso de Moraes Paiva, Ph.D.
________________________________________________
Profª. Susana Beatriz Vinzon, D.Sc.
________________________________________________
Dr. Leandro Callado, D.Sc.
iii
“Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo.
Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas,
o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados,
e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele
nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar.
Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência.
Você pode apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece.
Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano,
mas tornar-se oceano. Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento.
Assim somos nós. Só podemos ir em frente e arriscar.
Coragem!! Avance firme e torne-se Oceano!!!”
(OSHO)
iv
Agradecimentos
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Setembro/2011
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
September/2011
This study aimed to characterize the North Brazil Current in its retroflection
region, around 5° N, from in situ data collected in three oceanographic cruises, which
for the first time were analyzed together. With the temperature and conductivity data -
collected by a CTD and processed with the manufacturer's software and then analyzed -
vertical profiles of temperature and salinity were made, in which water masses as well
as the presence of a maximum salinity core were identified. With velocity data, acquired
by an by a vessel-mount ADCP and processed with the software package Data
Processing codas, we analyzed the vertical structure and horizontal behavior of the
North Brazil Current. The results of the numerical model HYCOM as well as 8-day
compositions of ocean color images (Chlorophyll-a) SeaWiFS were used as tools to
determine how efficient the current data processing was. Analyzing these last three
datasets (velocity data, model results and color images of the sea) together, we observed
a strong correlation among them, without any adjustment.
vii
Sumário
3. METODOLOGIA ....................................................................................................... 12
3.1 A origem dos dados ........................................................................................................... 12
5. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 63
viii
Lista de Figuras
ix
Figura 8: Seção vertical da salinidade para os primeiros 200m de profundidade da
Radial D da Comissão Oceano Norte I. A pluma do Amazonas é notada com valores de
baixa salinidade na superfície (<36.2). Observa-se a presença do núcleo de máxima
salinidade em subsuperfície (>36.4). A linha em azul marca a isopicnal de 24.5kg/m3,
indicando o topo da termoclina. ..................................................................................... 26
Figura 9: Seção vertical da salinidade para os primeiros 200m de profundidade da
Radial A da Comissão Oceano Norte II. A pluma do Amazonas é notada com valores de
baixa salinidade na superfície (<36.2). Observa-se a presença do núcleo de máxima
salinidade em subsuperfície (>36.4). A linha em azul marca a isopicnal de 24.5kg/m3,
indicando o topo da termoclina. A isopicnal de 26.8kg/m3, em magenta, marca a base da
termoclina. ...................................................................................................................... 27
Figura 10: Seção vertical da salinidade para os primeiros 200m de profundidade da
Radial A da Comissão Oceano Norte II. A pluma do Amazonas é notada com valores de
baixa salinidade na superfície (<36.2). Observa-se a presença do núcleo de máxima
salinidade em subsuperfície (>36.4). A linha em azul marca a isopicnal de 24.5kg/m3,
indicando o topo da termoclina. ..................................................................................... 28
Este comportamento foi notado nas radiais que se encontravam mais a noroeste da
desembocadura do rio, após a passagem da CNB pela região do Cânion do Amazonas,
em todas as comissões. A Radial D da ONI mostra que o topo da termoclina encontra-se
entre as profundidades de 40m e 100m, entre 48.7°W e 49.3°W. (Figura 11). Entre as
longitudes de 50°W e 50.5°W, na Radial C da comissão ONII (Figura 12) e na Radial B
da ONIII (Figura 13), o topo da termoclina foi observado entre 40m e 100m de
profundidade. .................................................................................................................. 29
Figura 14: Composição de 7 dias de clorofila-a referente ao período de 27/07/2001 e
30/07/2001. Os vetores de velocidade do ACDP, em vermelho, referem-se à Radial A
realizada em 28/07/2001. Nota-se a presença de um vórtice e o fluxo para leste de águas
da plataforma. ................................................................................................................. 33
Figura 15: Composição de 7 dias de clorofila-a referente ao período de 07/08/2001 e
14/08/2001. Os vetores de velocidade do ACDP, em vermelho, referem-se à Radial B
realizada entre 08 e 09/08/2001 e à Radial C entre 11 e 13/08/2001. Nota-se que o
vórtice não se encontra dentro da região de estudo e o fluxo para leste de águas da
plataforma. ...................................................................................................................... 35
Figura 16: Composição de 7 dias de clorofila-a referente ao período de 21/08/2001 e
28/08/2001. Os vetores de velocidade do ACDP, em vermelho, referem-se à Radial D
x
realizada entre 22 e 23/08/2001, à Radial E em 25/08/2001 e à Radial F entre 26 e
28/08/2001. Nota-se que o fluxo contínuo para noroeste da CNB e a pluma do
Amazonas restrita à plataforama, também com o fluxo para a mesma direção da
corrente. .......................................................................................................................... 37
Figura 17: Composição de 7 dias de clorofila-a referente ao período de 14/10/2005 e
20/10/2005. Os vetores de velocidade do ACDP, em vermelho, referem-se à Radial A
realizada entre 19 e 20/10/2005. Os vetores de velocidade referente ao resultado do
modelo estão em preto. Nota-se a presença de um vórtice ao norte de 7°N, a inversão de
velocidade em 46°W e a retroflexão centrada em 5°N e 47°W. .................................... 39
Figura 18: Composição de 7 dias de clorofila-a referente ao período de 28/10/2005 e
03/11/2005. Os vetores de velocidade do ACDP, em vermelho, referem-se à Radial C
realizada entre 29 e 30/10/2005. Os vetores de velocidade referente ao resultado do
modelo estão em preto. Nota-se a presença da retroflexão centrada em 5°N e 48°W e da
CCNE após 42°W. .......................................................................................................... 40
Figura 19: Composição de 7 dias de clorofila-a referente ao período de 28/10/2005 e
03/11/2005. Os vetores de velocidade do ACDP, em vermelho, referem-se à Radial B
realizada entre 02 e 03/11/2005. Os vetores de velocidade referente ao resultado do
modelo estão em preto. Nota-se a presença da retroflexão centrada ao note de 5°N e
48°W, da CCNE após 42°W e a inversão na direção dos vetores de velocidade próximo
dos 48°W. ....................................................................................................................... 41
Figura 20: Composição de 7 dias de clorofila-a referente ao período de 25/10/2008e
31/10/2008. Os vetores de velocidade do ACDP, em vermelho, referem-se à Radial A
realizada entre 27 e 30/10/2008. Os vetores de velocidade referente ao resultado do
modelo estão em preto. Nota-se a presença de um vórtice desprendido da CNB em 7°N,
da retroflexão localizada ao sul de 5°N, e a CCNE. ....................................................... 43
Figura 21: Composição de 7 dias de clorofila-a referente ao período de 01/12/2008 e
07/12/2008. Os vetores de velocidade do ACDP, em vermelho, referem-se à Radial B
realizada entre 02 e 05/12/2008. Os vetores de velocidade referente ao resultado do
modelo estão em preto. Nota-se a presença da retroflexão centrada ao note de 5°N e
47°W, da CCNE após 42°W e a inversão na direção dos vetores de velocidade próximo
dos 48°W. ....................................................................................................................... 44
Figura 22: Seção horizontal de correntes na camada 4, correspondente a profundidade
de 48m. As linhas de vetores coloridos correspondem às radiais analisadas na ONI
(azul: 1A, verde: 1B, vermelho: 1C, ciano: 1D, magenta: 1E e amarelo: 1F)................ 47
xi
Figura 23: Seção horizontal de correntes na camada 16, correspondente a profundidade
de 144m. As linhas de vetores coloridos correspondem às radiais analisadas na ONI
(azul: 1A, verde: 1B, vermelho: 1C, ciano: 1D, magenta: 1E e amarelo: 1F)................ 48
Figura 24: Seção vertical de velocidade da radial C da Comissão ONI. As cores em
vermelho mostram a direção para o quadrante norte. As cores em azul, para o quadrante
sul. .................................................................................................................................. 50
Figura 25: Seção horizontal de correntes na camada 1, correspondente a profundidade
de 24m. As linhas de vetores coloridos correspondem às radiais analisadas na ONII
(azul: 2A, verde: 2B e vermelho: 2C)............................................................................. 51
Figura 26: Seção horizontal de correntes na camada 23, correspondente a profundidade
de 200m. As linhas de vetores coloridos correspondem às radiais analisadas na ONII
(azul: 2A, verde: 2B e vermelho: 2C)............................................................................. 52
Figura 27: Seção vertical de velocidade da radial B da Comissão ONII. As cores em
vermelho mostram a direção para o quadrante norte. As cores em azul para o quadrante
sul. .................................................................................................................................. 54
Figura 28: Seção vertical de velocidade da radial B da Comissão ONII. As cores em
vermelho mostram a direção para o quadrante norte. As cores em azul para o quadrante
sul. .................................................................................................................................. 55
Figura 29: Seção horizontal de correntes na camada 1, correspondente a profundidade
de 24m. As linhas de vetores coloridos correspondem às radiais analisadas na ONIII
(azul: 3A e verde: 3B). ................................................................................................... 56
Figura 30: Seção horizontal de correntes na camada 11, correspondente a profundidade
de 104m. As linhas de vetores coloridos correspondem às radiais analisadas na ONIII
(azul: 3A e verde: 3B). ................................................................................................... 57
Figura 31: Seção vertical de velocidade da radial A da Comissão ONIII. As cores em
vermelho mostram a direção para o quadrante norte. As cores em azul para o quadrante
sul. .................................................................................................................................. 59
Figura 32: Seção vertical de velocidade da radial B da Comissão ONIII. As cores em
vermelho mostram a direção para o quadrante norte. As cores em azul para o quadrante
sul. .................................................................................................................................. 60
xii
Lista de Tabelas
Tabela 1: Períodos que foram usados para a elaboração das composições de imagens de
clorofila. .......................................................................................................................... 21
Tabela 2: Valores de velocidade máxima e a profundidade a ela associada e o transporte
calculado para dados de correntometria da Comissão ONI. ........................................... 49
Tabela 3: Valores de velocidade máxima e a profundidade a ela associada e o transporte
calculado para dados de correntometria da Comissão ONII. ......................................... 53
Tabela 4: Valores de velocidade máxima e a profundidade a ela associada e o transporte
calculado para dados de correntometria da Comissão ONIII. ........................................ 58
xiii
Lista de Abreviações
xv
1. INTRODUÇÃO
(GORDON, 1986). A principal comunicação entre eles é feita através das correntes de
contorno oeste, que transportam águas quentes das regiões equatoriais para as regiões
polares, onde o calor é removido (HOGG e JOHNS, 1995). Neste contexto, a região
Brasil (SCNB) forma um sistema de correntes que é uma importante fonte de massa
para as correntes zonais próximas ao equador (GOES et al., 2005). Este sistema de
brasileira.
desses padrões é o fluxo contínuo que ocorre geralmente entre os meses de fevereiro e
junho, onde a corrente flui para noroeste junto à quebra da plataforma ao longo da costa
brasileira. No outro padrão típico, após passar pelo equador esta corrente retroflete para
por ano) são gerados na retroflexão da CNB e transladam para noroeste (FRATANTONI
1
Diversos estudos observacionais têm sido realizados sobre os vórtices da CNB
(por exemplo, JOHNS et al., 1990; SCHOTT et al., 1998; FRATANTONI et al., 1995;
sobre a própria CNB na região próxima a sua zona de formação (da SILVEIRA et al.,
região da retroflexão, caracterizando sua estrutura vertical. Para tal são analisados dados
Norte II. Para atingir esse objetivo principal, pretende-se responder os seguintes
objetivos específicos:
oceânica, este trabalho apresenta outro objetivo específico, com caráter metodológico,
que é:
2
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
temperatura e massa entre os hemisférios norte e sul (GORDON, 1986). Essas trocas
altas latitudes e as regiões equatoriais (HOGG e JOHNS, 1995). Sendo assim, as águas
mais frias são transportadas para sul pela Corrente de Contorno Oeste Profunda do
norte pela Corrente Norte do Brasil (CNB), fechando assim, a célula de circulação
A Corrente Norte do Brasil é uma intensa corrente de contorno oeste que fecha o
SILVEIRA et al. (1994) relacionam a origem da CNB com a bifurcação do ramo sul da
Corrente Sul Equatorial (sCSE) entre 12°S e 20°S quando esta se aproxima da
plataforma continental.
3
Dessa bifurcação surgem dois ramos: um fluindo para sul, chamado de Corrente
do Brasil (CB), e o outro deslocando para o norte, com núcleo em subsuperfície. Esse
Esse fluxo para o norte, possui entre 10°S e 5°S, o transporte médio de 21 Sv (1
Sv= 106 m3/s) e o núcleo de velocidade entre 100m e 200m. Próximo de 5°S, recebe a
contribuição do ramo central da CSE (cCSE) , e passa a ter dois núcleos de velocidades:
existir e passa a ser denominado Corrente Norte do Brasil, com seu núcleo em
ela possui um importante papel também como fonte de massa para algumas correntes do
(CCNE), que é uma corrente superficial localizada entre 3°N e 8°N; (ii) a Subcorrente
ambas localizadas abaixo da termoclina, entre 3°S e 6°N (GOES et al., 2005;
4
Figura 1: Esquema das correntes zonais encontradas na região oeste do Atlântico Equatorial. Em azul, as
correntes superficiais e em verde, as correntes subsuperficiais. O quadrado em vermelho delimita a área
de estudo desse trabalho. Adaptado de GOES et al. (2005).
5
2.2 A retroflexão
variabilidade sazonal. No período entre o final do verão e outono (de fevereiro a junho),
noroeste. JOHNS et al. (1990) caracterizaram esse padrão como sendo um aumento no
fluxo da CNB sobre o talude continental. Já entre o inverno e verão (de julho a janeiro),
após a sua passagem pelo equador, entre 5°N e 10°N (FLAGG et al.,1986; FFIELD,
2005), diminuindo assim, o seu fluxo sobre o talude continental (JOHNS et al., 1990).
intermediária foi caracterizada pela separação da CNB em cerca de 4°N para alimentar a
SCNE.
Hemisfério Norte em até duas vezes o raio de deformação de Rossby, sem a qualquer
6
CNB ocorre próxima de 7°N enquanto que a retroflexão na termoclina acontece
próxima do equador, devido a CNB possuir uma menor inércia nesta porção do que em
superfície.
NOF (1996) explica que conforme a Corrente Norte do Brasil flui para noroeste,
o valor absoluto da vorticidade planetária do seu fluxo diminui. Ao passar pelo equador,
baroclínico, que retrofletem na costa sulamericana originando 6-7 anticiclones por ano,
em uma onda longa de Rossby refletir no contorno oeste, criando onda de Rossby curta
com uma grande anomalia na vorticidade relativa. Devido ao efeito β e interação com o
de formação dos vórtices da CNB. O primeiro tipo refere-se aos vórtices encontrados
7
seu desprendimento é acelerado por outro vórtice previamente formado na porção
partir de superfície, é listada a seguir: (i) Água Tropical Superficial (ATS); (ii) Água
Central do Atlântico Sul (ACAS); (iii) Água Intermediária Antártica (AIA); (iv) Água
Circumpolar Profunda Superior (ACPS); (v) Água Profunda do Atlântico Norte (APAN)
seu deslocamento para o norte é compensado pelo movimento para sul das águas mais
APAN, surge um fluxo para o norte, de águas frias da AFA (STRAMMA e SCHOTT,
1999).
Tropical, com temperatura de próximas dos 27°C. O seu limite inferior, geralmente é
Abaixo da ATS, há a Água Central do Atlântico Sul (ACAS) formada por dois
8
tipos: (i) um tipo mais leve, oriundo das águas do giro subtropical e, (ii) um tipo mais
denso, provavelmente proveniente do Atlântico Sul e sul do Oceano Índico. Esse último
tipo entra no Atlântico através da Corrente das Agulhas e em seguida, é advectado pela
Corrente de Benguela, chegando à região equatorial pela Corrente Sul Equatorial (CSE).
flui para o norte como uma corrente bem organizada. Ela é identificada pelos baixos
Água Circumpolar Profunda Superior (ACPS). Embora tenha origem distinta da AIA,
também tem sua trajetória para norte. Próximo ao equador, ela quase desaparece devido
à sua pequena extensão vertical. Em função disto, seus fluxos são geralmente incluídos
por altos valores de salinidade (>37,2) assim como alta concentração de oxigênio, se
(SSAN), sua origem está relacionada às altas taxas de evaporação na região dos
Hemisfério Norte.
9
A terceira e última, encontrada na região, é formada a leste do Atlântico
à SSAS, mas difere da mesma por sua concentração de oxigênio ser mais baixa. Essa
massa de água é transportada para a porção oeste pelo ramo sul da Corrente Norte
(SEC) e Contra Corrente Norte Equatorial (CCNE) em 38°W, Urbano et al. (2008),
salinidade para referenciar as Águas do Atlântico Sul (AAS – que em 30°W estão entre
15°S e 25°S), Águas do Atlântico Norte (AAN – que em 35°W estão entre 15°N e
25°N) e Águas do Atlântico Leste (AAL – que em 23°W estão entre 3°N e 15°N). Neste
trabalho, os autores mostraram que a AAN domina a região ao norte de 11°N, com
baixa taxa de mistura em 15°N. A AAS concentra-se ao sul de 2°N, enquanto que entre
2°N e 6°N nota-se a presença da AAL na região. A mistura entre as águas de sul e de
leste foi observada entre 8°N e 11°N, entretanto, não é possível inferir a contribuição ou
salinidade.
38°W. A Água Tropical Superficial, com temperatura maior que 26°C, forma a camada
σθ = 25.5, são observados valores máximos de salinidade entre 12°N e 15°N. Essa Água
10
d’água ao longo de 38°W. Concluíram que os valores de salinidade-oxigênio, ao sul do
equador, são similares na região entre 8°N e 10°N, o que não significa que os valores
originais sejam os mesmo. Isto quer dizer que em latitudes mais ao sul está o ramo
central da Corrente Sul Equatorial (cCSE), que é conhecida, segundo os autores, pelo
transporte da mistura entre a AAL e da AAS muito salina na superfície. Entre 8°N e
10°N, essas águas têm um pequeno aumento nas concentrações de oxigênio devido a
uma pequena parcela da AAN trazida para o interior da região pelo ramo norte da
a uma seção hidrográfica localizada ao largo da costa sulamericana entre 50°S e 10°N,
observaram uma água modal (~24°C e σθ = 25.2) localizada nos primeiros 200m entre
12°S e 22°S sendo parte da Água de Máximo Salinidade (AMS). Esta massa d’água
Atlântico Sul é transportada para oeste pela Corrente Sul Equatorial (CSE) até a
11
3. METODOLOGIA
Neste capítulo será feita uma breve apresentação das comissões durante as quais
tinha por objetivo avaliar os recursos vivos dentro da ZEE (Zona Econômica Exclusiva)
recursos (IBAMA, 2010). Esta comissão foi realizada entre Julho de 2001 e Setembro
seca. Como resultados desta campanha foram obtidos 149 arquivos de temperatura e
por finalidade, determinar a área marítima, além das 200 milhas náuticas, na qual o
sob o aspecto jurídico, conforme critérios estabelecidos pela Convenção das Nações
Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) (Marinha do Brasil, 2010). Realizada entre os
12
encontrava-se na seca, obtendo 41 arquivos de temperatura e condutividade,
fazer uma caracterização ambiental da região oceânica em toda margem entre Amapá e
comissão foi realizada no período de seca do Rio Amazonas, entre os meses de Outubro
trabalho foram priorizados dados coletados nas radiais que se estendiam desde a
proximidade da quebra da plataforma amazônica até ao largo. Cabe ressaltar que, todas
as análises desde o processamento dos dados brutos até torná-los dados confiáveis para
COPPE.
Além dos dados coletados in situ, foram utilizados outras duas fontes de dados,
13
com o objetivo em comum de ajudar nas interpretações dos dados in situ. Assim sendo,
tal foram examinadas seções de temperatura e salinidade, sendo essa última calculada a
repetição de valores. O programa utilizado para esse procedimento foi o SeaBird Data
A profundidade das estações cujos dados foram analisados variou entre 70m e
(Figura 2); ONII - 3 radiais com o total de 25 estações (Figura 3); e ONIII - 2 radiais com
sua localização na direção sudeste para noroeste, por exemplo: para a comissão ONI, a
radial 1A, localiza-se mais a sudeste, enquanto a radial 1F encontra-se mais a noroeste.
14
Figura 2: Mapa das estações de CTD coletadas na ONI. As estações utilizadas neste trabalho estão em
magenta.
15
Figura 3: Mapa das estações de CTD coletadas na ONII. As estações utilizadas neste trabalho estão em
magenta.
16
Figura 4: Mapa das estações de CTD coletadas na ONIII. As estações utilizadas neste trabalho estão em
magenta.
17
de WILSON et al. (1994) e reproduzido por GOES et al. (2005). A escolha das
isopicnais de 24.5 e de 26.8 está relacionada aos limites dos núcleos de correntes e
massas d’água, além de serem próximas aos valores de densidades utilizadas em outros
estudos (SCHOTT et al., 2003; BOURLÈS et al., 1999b). A parte superior compreende
3.2.2 Correntometria
arquivos foram usados valores correspondentes aos valores médios obtidos a cada 5
24m.
CODAS Processing, que faz parte de um programa de banco de dados conhecido como
Commom Ocean Data Access System (CODAS). Este programa foi criado e é
ajuste do feixe sonoro emitido/recebido pelo ADCP possa determinar a velocidade das
partículas no fluido.
18
A configuração usada para o processamento no CODAS foi a default que
minutos. Então, para atender a essa configuração, foram utilizados os arquivos de saída
do ADCP no formato STA (Short Time Average) que correspondem à média do intervalo
mencionado.
velocidades médias aquisitadas, usando para isso, uma camada de referência no oceano.
realização de uma estação. Este procedimento serve para diminuir o erro nas
velocidade obtida pelo ADCP. Ao final desta foi obtido um valor para a correção dos
manual de alguns dados que não foram corrigidos nas etapas anteriores. Após esta etapa,
19
O processamento e reprocessamento do CODAS foram realizados no prompt do
ADCP considerado bom. Esta classificação, do retorno do sinal ser bom, é feita durante
espacial, ou seja, não mostram a circulação geral na região de interesse desse estudo.
circulação geral, durante o período de coleta dos dados, foram usados resultados de uma
Consortium.
Oceano Norte II (2005) e Oceano Norte III (2008), pois somente estes resultados
estavam disponíveis.
20
3.2.4 Clorofila - Imagens SeaWiFS (Sea-viewing Wide Field-of-view Sensor)
Assim sendo, dados diários da cor do mar foram adquiridos através do site da
Ocean Color (Ocean Color, 2009). Classificados como nível 3, esses dados foram
Field-of-view Sensor (SeaWiFS) com resolução de 9km a bordo do satélite Sea Star. A
escolha desse sensor se deu devido a sua série temporal, desde 1997, abrangendo o
Tabela 1: Períodos que foram usados para a elaboração das composições de imagens de clorofila.
21
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A primeira massa d’água identificada foi a Água Tropical (AT), com valor de σθ
< 25.8kg/m3, distribuída entre a superfície até a profundidade média de 145m. Foi
limite inferior. Imediatamente abaixo, está a Água Central do Atlântico Sul (ACAS) que
foi delimitada no intervalo de 25.8kg/m3 < σθ < 27.1kg/m3. Esses limites correspondem
145m e 500m.
Para as águas intermediárias, não foi possível observar a diferença entre a Água
respectivamente.
Profunda do Atlântico Norte (APAN) na região de estudo, e ela foi localizada a partir da
Superior (APANS) foi observada nas radiais B (Figura 5), C e D da comissão Oceano
22
Norte I, onde a profundidade máxima local foi de 1450m, 1750m e 1310m,
respectivamente. Foi possível observar a presença das três porções da APAN nas radiais
Além dessas massas d’água presentes, foram observadas águas menos salinas
(valores de salinidade < 36.2) na superfície. Essas águas foram definidas como parte da
pluma do Amazonas e estiveram presentes em todas as radiais estudadas. Por outro lado,
não foi observada, em nenhuma radial analisada, a presença de águas profundas com as
Figura 5: Diagrama TS da Radial B da Comissão ONI. As massas d’águas estão representadas por: AT
(Água Tropical), ACAS (Água Central do Atlântico Sul), AIA-ACPS (Água Intermediária Antártica e
Água Circumpolar Antártica Superior) e APAN (Água Profunda do Atlântico Norte). As linhas coloridas
identificam as seguintes isopicnais: 25.8kg/m3, em vermelho; 27.1kg/m3, em azul e, 27.6kg/m3, em verde.
O círculo em amarelo indica a pluma do Amazonas.
23
Figura 6: Diagrama TS da Radial A da Comissão ONII. As massas d’águas estão representadas por: AT
(Água Tropical), ACAS (Água Central do Atlântico Sul), AIA-ACPS (Água Intermediária Antártica e
Água Circumpolar Antártica Superior) e APAN (Água Profunda do Atlântico Norte). As linhas coloridas
identificam as seguintes isopicnais: 25.8kg/m3, em vermelho; 27.1kg/m3, em azul e, 27.6kg/m3, em verde.
O círculo em amarelo indica a pluma do Amazonas.
Figura 7: Diagrama TS da Radial A da Comissão ONIII. As massas d’águas estão representadas por: AT
(Água Tropical), ACAS (Água Central do Atlântico Sul), AIA-ACPS (Água Intermediária Antártica e
24
Água Circumpolar Antártica Superior) e APAN (Água Profunda do Atlântico Norte). As linhas coloridas
identificam as seguintes isopicnais: 25.8kg/m3, em vermelho; 27.1kg/m3, em azul e, 27.6kg/m3, em verde.
O círculo em amarelo indica a pluma do Amazonas.
salinidade, este pode corresponder a Subágua Subtropical do Atlântico Sul (SSAS) que
sendo advectada pela CNB, chega a região de estudo. Observada em quase todas as
radiais analisadas, esta feição apenas não foi encontrada na Radial A da ONI, por esta
ser uma radial rasa, com profundidade máxima de 70m e, portanto, não poderia
comissão Oceano Norte I, realizada entre os meses de julho e setembro, esteve sobre a
plataforma continental próxima ao talude (Figura 8). Já nas comissões ONII (Figura 8) e
ONIII (Figura 8), notam-se a presença dessas águas em áreas oceânicas, como resultado
25
Figura 8: Seção vertical da salinidade para os primeiros 200m de profundidade da Radial D da Comissão
Oceano Norte I. A pluma do Amazonas é notada com valores de baixa salinidade na superfície (<36.2).
Observa-se a presença do núcleo de máxima salinidade em subsuperfície (>36.4). A linha em azul marca
a isopicnal de 24.5kg/m3, indicando o topo da termoclina.
26
Figura 9: Seção vertical da salinidade para os primeiros 200m de profundidade da Radial A da Comissão
Oceano Norte II. A pluma do Amazonas é notada com valores de baixa salinidade na superfície (<36.2).
Observa-se a presença do núcleo de máxima salinidade em subsuperfície (>36.4). A linha em azul marca
a isopicnal de 24.5kg/m3, indicando o topo da termoclina. A isopicnal de 26.8kg/m3, em magenta, marca a
base da termoclina.
27
Figura 10: Seção vertical da salinidade para os primeiros 200m de profundidade da Radial A da Comissão
Oceano Norte II. A pluma do Amazonas é notada com valores de baixa salinidade na superfície (<36.2).
Observa-se a presença do núcleo de máxima salinidade em subsuperfície (>36.4). A linha em azul marca
a isopicnal de 24.5kg/m3, indicando o topo da termoclina.
28
15°C. Portanto, perceber a presença da isopicnal de 24.5kg/m3 nas longitudes mais
Este comportamento foi notado nas radiais que se encontravam mais a noroeste
encontra-se entre as profundidades de 40m e 100m, entre 48.7°W e 49.3°W. (Figura 11).
Radial B da ONIII (Figura 13), o topo da termoclina foi observado entre 40m e 100m de
profundidade.
Figura 11: Seção vertical da temperatura para os primeiros 200m de profundidade da Radial D da
Comissão Oceano Norte I. A isopicnal de 24.5kg/m3, representada pela linha em azul, indica o
posicionamento do topo da termoclina na radial analisada.
29
Figura 12: Seção vertical da temperatura para os primeiros 200m de profundidade da Radial C da
Comissão Oceano Norte II. A isopicnal de 24.5kg/m3, representada pela linha em azul, indica o
posicionamento do topo da termoclina na radial analisada.
30
Figura 13: Seção vertical da temperatura para os primeiros 200m de profundidade da Radial B da
Comissão Oceano Norte III. A isopicnal de 24.5kg/m3, representada pela linha em azul, indica o
posicionamento do topo da termoclina na radial analisada.
31
4.2 Circulação
a execução das três campanhas oceanográficas, foi realizada uma análise, em conjunto,
assimilado e a composição média de 7 dias das imagens de clorofila-a. Além disso, essa
análise serviu para verificar se o processamento realizado com CODAS era coerente
junto ao talude e (ii) sua retroflexão para leste. Além disso, foi observado o
pluma do Amazonas restrita sobre a plataforma até 5°N, onde se observa a presença de
um vórtice não desprendido da corrente, entre 5°N e 10°N e 48°W e 52°W. Além disso,
nota-se que uma parcela de águas oriundas da costa foi advectada para leste e inseridas
32
no fluxo superficial da CCNE após 42°W.
33
A composição média de imagens de clorofila-a, para o segundo período desta
comissão, mostrou que o vórtice não se encontra mais dentro da região de estudo. A
amazônica. Foi observado também, que os vetores encontrados mais ao largo da Radial
(Figura 15).
34
Figura 15: Composição de 7 dias de clorofila-a referente ao período de 07/08/2001 e 14/08/2001. Os
vetores de velocidade do ACDP, em vermelho, referem-se à Radial B realizada entre 08 e 09/08/2001 e à
Radial C entre 11 e 13/08/2001. Nota-se que o vórtice não se encontra dentro da região de estudo e o
fluxo para leste de águas da plataforma.
35
Na composição de imagens do terceiro período, foram observados que o fluxo da
CNB foi contínuo para noroeste ao longo da costa e que a pluma do Amazonas
dados mostraram que aos vetores de velocidade continuaram para noroeste e que as
intensidades e com suas direções voltadas mais para o norte (Figura 16).
36
Figura 16: Composição de 7 dias de clorofila-a referente ao período de 21/08/2001 e 28/08/2001. Os
vetores de velocidade do ACDP, em vermelho, referem-se à Radial D realizada entre 22 e 23/08/2001, à
Radial E em 25/08/2001 e à Radial F entre 26 e 28/08/2001. Nota-se que o fluxo contínuo para noroeste
da CNB e a pluma do Amazonas restrita à plataforama, também com o fluxo para a mesma direção da
corrente.
37
4.2.1.2 Oceano Norte II
região do talude até 46°W e, um fluxo para sudeste de 46°W a 44°W. As maiores
retroflexão centrada em 5°N e 47°W. Além disso, observou-se um fluxo para leste
seu fluxo restrito sobre a plataforma continental até 5°N, onde parte de suas águas são
levadas para leste por ação da retroflexão. Tanto a retroflexão como a CCNE foram
direção para nordeste, formando retroflexão (Figura 17). Na Radial B, foi possível ver a
38
Figura 17: Composição de 7 dias de clorofila-a referente ao período de 14/10/2005 e 20/10/2005. Os
vetores de velocidade do ACDP, em vermelho, referem-se à Radial A realizada entre 19 e 20/10/2005. Os
vetores de velocidade referente ao resultado do modelo estão em preto. Nota-se a presença de um vórtice
ao norte de 7°N, a inversão de velocidade em 46°W e a retroflexão centrada em 5°N e 47°W.
39
Figura 18: Composição de 7 dias de clorofila-a referente ao período de 28/10/2005 e 03/11/2005. Os
vetores de velocidade do ACDP, em vermelho, referem-se à Radial C realizada entre 29 e 30/10/2005. Os
vetores de velocidade referente ao resultado do modelo estão em preto. Nota-se a presença da retroflexão
centrada em 5°N e 48°W e da CCNE após 42°W.
40
Figura 19: Composição de 7 dias de clorofila-a referente ao período de 28/10/2005 e 03/11/2005. Os
vetores de velocidade do ACDP, em vermelho, referem-se à Radial B realizada entre 02 e 03/11/2005. Os
vetores de velocidade referente ao resultado do modelo estão em preto. Nota-se a presença da retroflexão
centrada ao note de 5°N e 48°W, da CCNE após 42°W e a inversão na direção dos vetores de velocidade
próximo dos 48°W.
41
4.2.1.3 Oceano Norte III
(Figura 21). No segundo período, observa-se que o vórtice não se encontra dentro da
42
Figura 20: Composição de 7 dias de clorofila-a referente ao período de 25/10/2008e 31/10/2008. Os
vetores de velocidade do ACDP, em vermelho, referem-se à Radial A realizada entre 27 e 30/10/2008. Os
vetores de velocidade referente ao resultado do modelo estão em preto. Nota-se a presença de um vórtice
desprendido da CNB em 7°N, da retroflexão localizada ao sul de 5°N, e a CCNE.
43
Figura 21: Composição de 7 dias de clorofila-a referente ao período de 01/12/2008 e 07/12/2008. Os
vetores de velocidade do ACDP, em vermelho, referem-se à Radial B realizada entre 02 e 05/12/2008. Os
vetores de velocidade referente ao resultado do modelo estão em preto. Nota-se a presença da retroflexão
centrada ao note de 5°N e 47°W, da CCNE após 42°W e a inversão na direção dos vetores de velocidade
próximo dos 48°W.
44
Os resultados do modelo numérico e a composição de 7 dias das imagens da cor
do oceano (clorofila-a) foram usados como ferramentas para verificar a qualidade dos
as figuras com esses três conjuntos de dados, observou-se que eles mostravam os
mesmos fenômenos e de uma forma bem clara e definida. O mais interessante dessa
análise foi a verificação de que todos esses resultados foram coerentes entre si, sem a
sobre a CNB na região e foram restritas entre 24m de 200m. Esta foi a profundidade
máxima de alcance do ADCP, onde mais de 50% dos dados de velocidade foram
considerados bons para análise. Também foram utilizados os resultados do modelo para
paralelo na direção noroeste entre a superfície até 50m, aproximadamente. A partir dessa
profundidade, percebe-se uma rotação dos vetores de velocidade para o sentido horário
vermelho) próxima de 5°S e 47°W (Figura 22). A medida que essa rotação acontecia na
girados mais para noroeste. Esse comportamento foi observado até a profundidade de
45
100m, aproximadamente, quando esses mesmo vetores da Radial B mudam a direção
para sudeste. Além disso, começa a haver um aumento da intensidade desses vetores em
subsuperfície.
todas as radiais, além de haver um aumento na intensidade desses vetores (Figura 23).
46
Figura 22: Seção horizontal de correntes na camada 4, correspondente a profundidade de 48m. As linhas
de vetores coloridos correspondem às radiais analisadas na ONI (azul: 1A, verde: 1B, vermelho: 1C,
ciano: 1D, magenta: 1E e amarelo: 1F).
47
Figura 23: Seção horizontal de correntes na camada 16, correspondente a profundidade de 144m. As
linhas de vetores coloridos correspondem às radiais analisadas na ONI (azul: 1A, verde: 1B, vermelho:
1C, ciano: 1D, magenta: 1E e amarelo: 1F).
48
A seção de velocidade transversal à CNB, na Radial C, mostra um fluxo para o
quadrante norte entre as longitudes 48.6°W e 47.3°W, onde ocorre a inversão do fluxo
radial anterior. O núcleo da corrente estreito e mais profundo foi observado na Radial C.
Nas radiais seguintes, este núcleo torna-se mais estreito e raso. Na Radial F, um núcleo
cada radial da comissão Oceano Norte I, bem como a profundidade encontrada e o valor
Tabela 2: Valores de velocidade máxima e a profundidade a ela associada e o transporte calculado para
dados de correntometria da Comissão ONI.
ONI - ADCP
A B C D E F
Velocidade Máxima
1.24 1.85 1.99 2.05 1.79 1.87
(m/s)
Profundidade da
40 24 32 24 24 80
Velocidade Máxima (m)
Transporte (Sv) 14 42 46 36.6 29.7 26.4
49
Figura 24: Seção vertical de velocidade da radial C da Comissão ONI. As cores em vermelho mostram a
direção para o quadrante norte. As cores em azul, para o quadrante sul.
profundidade de 24m, foi até os 200m de profundidade (Figura 25). Mas os vetores que
estariam direcionados para noroeste em 24m, mudaram as suas direções para nordeste a
A e C, existe uma indicação de um fluxo para sudeste próximo ao talude (Figura 25).
50
Figura 25: Seção horizontal de correntes na camada 1, correspondente a profundidade de 24m. As linhas
de vetores coloridos correspondem às radiais analisadas na ONII (azul: 2A, verde: 2B e vermelho: 2C).
51
Figura 26: Seção horizontal de correntes na camada 23, correspondente a profundidade de 200m. As
linhas de vetores coloridos correspondem às radiais analisadas na ONII (azul: 2A, verde: 2B e vermelho:
2C).
52
As seções verticais dos dados de ADCP das radiais da Comissão ONII,
A mudança na direção dos vetores de velocidade foi observada nas seguintes longitudes
Foi notado também um fluxo para o quadrante sul abaixo dos 140m de profundidade
próximo ao talude nos resultados do modelo, foi apenas encontrado nas radiais B (Figura
28) e C. A respeito do núcleo da corrente, tanto nos dados quanto no modelo, foi
CNB nos dados de correntometria, de cada radial estudada e dos resultados de modelo
de transporte calculados.
Tabela 3: Valores de velocidade máxima e a profundidade a ela associada e o transporte calculado para
dados de correntometria da Comissão ONII.
53
Figura 27: Seção vertical de velocidade da radial B da Comissão ONII. As cores em vermelho mostram a
direção para o quadrante norte. As cores em azul para o quadrante sul.
54
Figura 28: Seção vertical de velocidade da radial B da Comissão ONII. As cores em vermelho mostram a
direção para o quadrante norte. As cores em azul para o quadrante sul.
mudança na direção para noroeste (Figura 30) a partir dos 100m de profundidade.
55
Figura 29: Seção horizontal de correntes na camada 1, correspondente a profundidade de 24m. As linhas
de vetores coloridos correspondem às radiais analisadas na ONIII (azul: 3A e verde: 3B).
56
Figura 30: Seção horizontal de correntes na camada 11, correspondente a profundidade de 104m. As
linhas de vetores coloridos correspondem às radiais analisadas na ONIII (azul: 3A e verde: 3B).
57
As seções verticais de velocidade das radiais realizadas na Comissão ONIII,
assimilado, mostrou a retroflexão presente nas duas radiais e nos dois conjuntos de
dados. Nos dados de ADCP, a longitude onde ocorreu a mudança na direção dos vetores
a Radial A (Figura 31) e 49°W para a Radial B. Quanto ao núcleo da corrente, foi notado
transporte calculados.
Tabela 4: Valores de velocidade máxima e a profundidade a ela associada e o transporte calculado para
dados de correntometria da Comissão ONIII.
58
Figura 31: Seção vertical de velocidade da radial A da Comissão ONIII. As cores em vermelho mostram a
direção para o quadrante norte. As cores em azul para o quadrante sul.
59
Figura 32: Seção vertical de velocidade da radial B da Comissão ONIII. As cores em vermelho mostram a
direção para o quadrante norte. As cores em azul para o quadrante sul.
entre si, mostrando que o processamento realizado pelo CODAS fora confiável.
ADCP) até a profundidade de 200m. E isto, pode ter influenciado na divergência dos
60
5. CONCLUSÕES
de 3500m encontrada neste trabalho foi: (i) Água Superficial Tropical, entre a superfície
(ii) Águas Centrais do Atlântico Sul (ACAS), encontrada entre 145m e 500m, e
100m e 128m.
porção superior da Água Central do Atlântico Sul (ACAS) no seu fluxo para noroeste.
Quando ela retroflete para leste, além de transportar essas duas massas d’água
oceânica.
superfície.
61
O resultado pós-processamento dos dados de velocidade do ADCP utilizando o
confiabilidade dos dados de correntometria. Essa coerência nos resultados foi observada
62
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