Raizes - Costumes Revividos No Meio Urbano.

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CARTILHA

Franco da Rocha / SP
Raízes - Costumes Revividos no Meio Urbano

CARTILHA

Franco da Rocha - SP
Novembro de 2023
2023. Raízes - Costumes Revividos no Meio Urbano
É permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.
1ª edição - Novembro de 2023.
Conteúdo digital. Disponibilizado em:

Proponente: Leirilane dos Santos Mendes


Design Gráfico: Leidiane dos Santos Mendes
Logo marca: Bee Audiovisual
Fotografia: Leirilane Mendes
Produção e Elaboração: Leirilane dos Santos Mendes
Revisão das referências bibliográficas: Leirilane dos Santos Mendes
Edição de texto: Leirilane dos Santos Mendes
Diagramação: Leidiane Mendes
Revisão final: : Leirilane dos Santos Mendes
Realização: Studio Hortas

Projeto Contemplado pelo Edital de Apoio e fomento a Cultura de Franco


da Rocha 006/2022
Secretaria de Educação e Cultura - Secretaria Adjunta de Cultura e Turismo
Prefeitura Municipal de Franco da Rocha
AGRADECIMENTOS

À minha Avó Dé que me deixou a maior de todas as herança, seu saber


ancestral, resistência, amor pelo próximo e pelas plantas. À minha
querida madrinha Márcia que se foi precocemente deixando um legado
de perseverança, cuidado com o próximo e com a natureza, um
conhecimento admirável sobre as plantas. Estas duas mulheres são
responsáveis por quase todo acervo de plantas que o Studio Hortas
possui e é fácil sentir constantemente a presença do seu amor em meio
aos aromas da horta e do viveiro. Juntos com minhas tias, organizavam
mudas e os saberes que elas possuíam para me presentear. As minhas
irmãs Leidiane e Leisiane que se dedicaram de maneira amorosa a esse
projeto e a todos que o Studio Hortas realiza. Elas representam o
verdadeiro sentido da expressão “irmã". Ao meu querido companheiro
Luis Ibrahim que compõe comigo o Studio Hortas, um grande parceiro e
amigo, que sempre enriquece meu trabalho compartilhando o saber de
sua ancestralidade . Agradeço também a dedicação e militância das
mulheres que atuam na cultura em nosso município que defendem as
políticas públicas de equidade a população negra, o que influiu na
possibilidade deste projeto ser contemplado.
SUMÁRIO
1. Introdução ............................................................................. 06
1.1 Apresentação ................................................................... 06
1.2 Da elaboração da cartilha ................................................ 09
2. Orientação de preparos de hortaliças e flores -
Receitas tradicionais ............................................................. 11
3. Picão Preto ............................................................................ 20
4. Erva Botão ............................................................................ 23
5. Pariparoba .............................................................................. 26
6. Cariru ..................................................................................... 29
7. Capuchinha ........................................................................... 32
8. Beldroega .............................................................................. 35
9. Dente de Leão ....................................................................... 38
10. Taioba .................................................................................. 41
11. Serralha ............................................................................... 44
12. Almeirão Roxo ..................................................................... 47
13. Caruru .................................................................................. 50
14. Buva ..................................................................................... 53
15. Tanchagem .......................................................................... 56
16. Assa Peixe ........................................................................... 59
17. Bardana ............................................................................... 62
18. Referências ………………………………...................................... 65
19. Ficha Técnica…………………………..…….................................. 82
1. INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação
O Projeto Raízes é uma iniciativa de disseminação e resgate do
conhecimento tradicional e ancestral, cuidado com meio ambiente,
apresentação de alternativas para combater a insegurança alimentar e
nutricional e construção da soberania alimentar em nosso território.

Disponibilizar meios para que a população tome conhecimento e


reconheça as emersas possibilidades de nutrição que o saber popular
guarda sobre as plantas, é o principal objetivo deste projeto que nesta
edição apresenta um conjunto de iniciativas que se propõe fazer
circular o conhecimento tradicional e ancestral dos usos das plantas.

Revisitar os saberes dos povos tradicionais é usufruir da diversidade


de plantas em nosso território para aproveitar todo seu potencial
alimentício e cultural. Conhecer a botânica dos territórios nunca foi tão
necessário, vivemos situação de mais de 15% da população brasileira
em escassez alimentar e uma grave crise ambiental em curso.
Precisamos urgentemente discutir e trabalhar pela soberania
alimentar dos povos.

Levar informação, acessível e útil a população abre um leque de


oportunidades para criarmos novas alternativas.

Muitas das plantas que compõem o projeto conhecidas também pelo


acrônimo Pancs - Plantas Alimenticias nao-convencionais, são plantas
subutilizadas, presentes no espaço urbano, algumas fazem parte do
paisagismo da cidade, mas não estão presentes no nosso cardápio,
outras são tratadas como mato ou erva-daninha, sendo combatidas
com toda tecnologia moderna para seu extermínio nas lavouras,
6
centros urbanos e em nossas casas. Este comportamento destrutivo
gerado pelos pesticidas, desmatamento, assoreamento dos rios,
monocultura, e falta de conhecimento, traz efeitos devastadores a
nossa saúde e na do planeta.

Exterminar plantas com alto teor nutricional, uso tradicional,


princípios ativos cientificamente comprovados sobre suas
propriedades de cura e tratamento de inúmeras doenças crônicas
comuns a população mundial, além de serem fitorremediadora de
solo, regenerando solos, rios e o nosso organismo, não parece uma
boa ideia.

Por isso o projeto existe e espera alcançar outras edições e trazer


muitas outras plantas para conhecimento de todos.

Costumes tradicionais de alimentação estão sendo substituídos pela


indústria de processados e ultraprocessados, as perdas provocadas
pelo apagamento cultural vão além de mudanças no comportamento
social afetando também nossa saúde e forma de lidar com situações
extremas que exijam resistir e reexistir.

Os povos originários são detentores de grande saber culinário e


cultural sobre as plantas nativas do território das Américas. Com a
chegada dos povos africanos inúmeras espécies foram trazidas para o
Brasil e para o continente Americano. Os povos africanos possuíam
um saber ancestral sobre botânica e modos culinários, o que permitiu
a incorporação de novos vegetais para alimentação neste novo
continente.

A versatilidade na culinária foi possível devido o conhecimento de


tecnologias ancestrais que permitiu ao povo negro resistir e reesistir
na diáspora das Américas. Além dos pratos e formas de preparo de
alimentos que eram realizados em celebrações, cultos, senzalas e
quilombos o saber negro influenciou de maneira majoritária a culinária
que chamamos de Culinária Tradiocional Brasileira, gosto de falar
7
Culinária Afro-brasileira. Podendo ser justificado por inúmeros traços
culturais africanos, e o fato que durante o período colonial e na
colonialidade continua sendo as mulheres negras a cozinhar na grande
maioria dos lares brasileiros, mesmo com ingredientes e receitas da
culinária europeia, a influência negra é inegável nesta culinária recém
criada. É importante ressaltar a brasilidade desta culinária, pois
apresenta fortes traços culturais dos povos originários, negros, uma
colonização europeia e migrações de povos vindos de todos os
continentes, que também trouxeram plantas para alimentação, cura,
espiritualidade, tingimento, arte, banhos, produção de tecidos, papéis,
casas e entre outras finalidades.

A cartilha tem como finalidade ser mais uma ferramenta de


divulgação das pesquisas realizadas a fim de disponibilizar para o
público o resultado deste trabalho belíssimo e útil que nos leva a
reviver costumes, conhecer novas formas de alimentação saudável,
nutritiva, de cura e com grande potencial para mudanças de hábitos e
colocamos a agenda da sustentabilidade como meta e iniciamos a
mudança.

Franco da rocha tem bioma de cerrado e mata Atlântica e não por


menos estamos no estado brasileiro que mais recebeu uma
diversidade de povos de todo o mundo e que reflete também na
diversidade de plantas introduzidas pelas variadas culturas, que têm
potencial nutricional e que por vez na área urbana, semi-urbana ou
rural são consideradas mato ou pior que isso ervas daninha.

O Projeto Raízes se apresenta como um projeto cultural, de segurança


alimentar, preservação ambiental e de saúde pública. As possibilidades
apresentadas ao público pretende melhorar a saúde de todos através
de uma rica nutrição resgatada do saber tradicional que tem reflexos
diretos na biodiversidade do planeta.

“Monocultura na mesa leva a monocultura no campo” Valdely Kinnup

8
1.2 Da elaboração da cartilha

A cartilha foi elaborada por Leiri Mendes do Studio Hortas.


O conteúdo disponibilizado faz parte do projeto de pesquisa sobre
resgate dos modos e usos tradicionais das plantas comestíveis e
medicinais no Brasil. A escolha das plantas se baseia em três critérios.
Primeiro a incidência da espécie em nosso território, principalmente
na área central da cidade, onde todos podem buscar de forma fácil
sementes e mudas, segundo, o valor nutricional, versatilidade para
realização de receitas e tradição de uso e terceiro estudos científicos
que comprovem as propriedades e benefícios do uso alimentício e
fitoterápico. Na cartilha podem ter acesso a quinze espécies, entre
nativas e exóticas com dicas de uso culinário.

9
2. ORIENTAÇÃO DE
PREPAROS DE
HORTALIÇAS E FLORES
Culinária Tradicional Brasileira

O trabalho aqui disposto não tem intenção de alcançar a gastronomia


moderna, então é possível que algumas receitas não tenham unidades
de medida padrão. O objetivo é trazer alternativas robustas para o dia-
a-dia, não nos limitando as quantidades e ingredientes específicos,
mas entendendo o processo que transforma aquele ingrediente no
prato desejado. Valorizando o modo tradicional de fazer e utilizando
dos ingredientes disponíveis no momento, sempre dando novas
formas para a receita sem perder o entendimento da construção do
prato.

O que é branquear folhas?

Branquear folhas consiste no processo de escaldar as folhas em água


fervente e em seguida colocar em água gelada ou fria. Este
procedimento garante entre outros benefícios a neutralização de
substâncias tóxicas e de cristais de oxalato presente em alguns
vegetais, ressaltar as cores e matar organismos nocivos a nossa saúde.

Como higienizar folhas e vegetais para consumo?

Primeiro separe as folhas deterioradas, lembrando que hortaliças de


cultivo orgânico vão possuir folhas com algumas imperfeições
causadas pela alimentação de alguns insetos que mordem algum
pedaço da folha. Mas neste caso a folha continua sendo um alimento
saudável.
Faça a pré lavagem em água corrente, retirando resíduos de terra e
11
possíveis insetos. Logo depois sanitize as folhas

Segundo Ministério da Saúde para se higienizar folhas e vegetais deve-se


diluir água sanitária (sem alvejante e perfume) com 1% de hipoclorito de
sódio ou hipoclorito de sódio a 1%. Dilua 2 colheres de sopa para cada
litro de água.
Caso a água sanitária (sem alvejante e perfume) for com 2,5% de
hipoclorito de sódio ou hipoclorito de sódio a 2,5%, dilua 1 colher de sopa
para cada litro de água.

Como fazer refogados?

Prepare dois dentes de alho, amassados ou triturados a sua


preferência.
Coloque uma panela para esquentar e unte com óleo, frite o alho e
coloque as folhas picadas na panela desligue o fogo e mexa bem para
encorpar o alho e o sal. Pronto o refogado está pronto.

Para diversificar seus refogados pode fazê-los com bacon, carne seca,
frango desfiado e torresmo. Basta fritar a carne, retirar o excesso de
óleo, fritar o alho e colocar as folhas de sua preferência.
Vale lembrar que podemos realizar refogados de várias verduras
misturadas. Caso tenha um pouco de folhas de picão preto, e um
pouco de serralha e almeirão, por exemplo, junte todas e prepare um
refogado com várias propriedades nutricionais.

Como fazer geleias?

A tradição das famílias produzirem suas próprias geleias e doces está


em desuso, o que é muito negativo, pois diminui a diversidade de
alimentos e traz produtos industrializados para as mesas das famílias.
A exemplo temos a margarina é um alimento extremamente negativo

- Referência: 12

12
para nossa saúde, combinado com excesso de pão e café doce torna a
primeira refeição do dia pobre nutricionalmente e perigosa a nossa
saúde.
As geleias, sucos verdes e chás no café da manhã são ótimas opções
para alimentação e prevenção de doenças.

As geleias podem ser feitas de flores aqui destacamos o potencial das


flores da chanana, capuchinha, hibiscos de jardim e malvaviscos.
Flores em abundância em nosso território.

Para fazer geleias é necessário entender que é uma técnica e tem


padrões definidos. Para ser geleia é necessário que sejam 40 partes de
frutas frescas ou suco e 60 partes de açúcar, 1 parte de pectina para
10 partes de açúcar e 1% de ácido (suco de limão).

Na internet é possível ter acesso a inúmeras receitas de geleias sem


açúcar ou com menos açúcar. O que é muito importante na melhora
da saúde pela alimentação. Dependendo das frutas e flores podemos
alcançar a gelificação com duas colheres de sopa de açúcar.

200g de flores ou fruta


2 colheres de açúcar da sua preferência
1 colher de sopa de suco de limão de sua preferência
30g de pectina

Modo de fazer: Pique em pedaços pequenos as flores ou frutas


coloque na panela acrescente açúcar, cozinhe. Em seguida acrescente
a pectina e cozinhe. No final acrescente suco de limão diluído em
água, e cozinhe até adquirir textura de geleia. Embase ainda quente
em recipiente de vidro com tampa metálica e em seguida coloque de
cabeça para baixo por 5 minutos. Retorne à posição normal para
terminar de esfriar, não mexa no pote por 24 horas .

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Como fazer pectina caseira?

Podemos fazer pectina de várias frutas, as mais comuns são o


maracujá, os cítricos (laranja e limão) e a maçã. O mais interessante é
que no caso do maracujá e cítricos as partes utilizadas para fazer a
pectina caseira são partes normalmente descartadas depois do
consumo da polpa. E no caso da maçã a polpa resultante do processo
pode ser reaproveitada para várias receitas.

Pectina de maracujá
Nesta receita estamos buscando a polpa cozida da casca do maracujá
que é a pectina extraída da fruta

Higienize as cascas de maracujá deixando de molho na água clorada.


Coloque a quantidade de cascas disponíveis na panela de pressão e
cubra de água. Deixe cozinhar por 15 minutos. Retire da panela de
pressão e cuidadosamente separe a película que protege a casca e
descarte em seguida retire a polpa branca da casca e coloque em um
pote, pode bater no liquidificador ou amassar com um garfo, até obter
polpa cremosa para utilizar no preparo de geleias. Pode congelar e
utilizar quando necessário.

Pectina de citrino
Higienize as frutas, pode ser laranja ou limão, com água clorada.
A parte interessada para a receita é o albedo (parte branca da laranja
e limão, etc.)
Descasque com muito cuidado a casca de fora da fruta bem fininho
para não retirar a parte branca - o albedo.
Depois descasque a parte branca sem retirar a polpa.
Leve a parte branca para cozinhar acrescente em torno de 40 ml de
suco de limão para cada 200g de albedo (parte branca do cítrico).
Adicione 600ml de água para cada 200g de albedo.
Cozinhe por 10 minutos e deixe descansar por 24 horas.

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No dia seguinte adicione 1 litro de água e deixe cozinhar por 15
minutos.
Coe e descarte o bagaço.
No líquido coado acrescente a mesma quantidade de álcool 92°,
pectina é insolúvel em álcool. Mexa devagar e depois coe para retirar o
excesso de água e álcool.
A substância gelatinosa que fica na peneira é a nossa pectina extraída
do cítrico. Armazene na geladeira para usar quando necessário.

Pectina de maçã
Higienize as maçãs com água clorada.
Pique em tamanho médio todas as maçãs disponíveis para receita.
Coloque em uma panela e cubra de água. Cozinhe por 30 minutos ou
até cozinhar as maçãs, não deixe as maçãs derreter. Coe em peneira
bem fina ou tecido. Não amasse as maçãs deixe escorrer
naturalmente. Retire as maçãs para utilizar em outras receitas e o
líquido resultante é a pectina de maçã. Guarde na geladeira em
recipiente de vidro bem tampado.

Como fazer angu?

O angu é um alimento saudável e ótimo para acompanhar refogados


de folhas e carnes no caldo. Fonte de energia, rico em fibras e possui
nutrientes essenciais. É um alimento livre de gorduras e colesterol.
Rico em fósforo, vitamina B12, magnésio, selênio, potássio e vitamina
B6.
Angu sempre deve está acompanhado de uma alimentação saudável,
sendo rico em carboidratos, não se deve fazer o consumo exagerado
com acompanhamentos ricos em gorduras, açúcares ou carboidratos.
Excelente alimento para o dia a dia.

- Referências: 4,5, 6, 7, 11

15
Receita de Angu
Coloque 500 ml de água na panela para aquecer.
Dissolva 400 ml de fubá em água fria.
Pouco antes da água pegar fervura coloque o fubá diluído e mexa sem
parar para não dar bolinhas.
Mexa bem e deixe cozinhar de 20 a 25 minutos.
A dica de ponto certo do angu é quando a casca que se forma nas
laterais da panela começa a soltar-se o angu está cozido.

Como fazer uma sopa de fubá?

A sopa de fubá com folhas escuras é um excelente alimento para


todas as estações do ano.

Para fazer a sopa refogue em uma panela alho, cebola e açafrão ou


outro corante de sua preferência.
Deixe dourar e acrescente 500ml de água fria.
Antes da água esquentar coloque 300ml de fubá mexendo sem parar
para não dar bolinhas. Deixe cozinhar por em média 20 minutos
sempre mexendo para não dar bolinhas.
Para finalizar acrescente folhas verdes escuras e sementes de sua
preferência.

Como fazer molho verde?

Os molhos verdes são excelentes opções de acompanhamento para


macarrão, recheios, carnes e angu. Além da diversidade alimentar são
muito mais ricos que o molho vermelho produzido a partir do tomate
que apresenta altas taxas de uso de pesticida em seu cultivo. E tão
mais rico que molho ultraprocessados vendidos nos supermercados.

Escolha as folhas verdes escuras de sua preferência. Lave e pique.


Em uma panela refogue alho, cebola, e temperos de sua preferência.
Enquanto a cebola dourar, bata as folhas verdes no liquidificador, com
o mínimo de água possível. Pronto!
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Coloque o creme verde na panela junto com a cebola e o alho dourado
e tempero de ervas a gosto.
Coloque água só se necessário para não grudar na panela. Deixe
cozinhar e apurar no ponto de sua preferência.

Como fazer saladas?

Saladas é um alimento saboroso e pode e deve ser consumido em várias


refeições ao longo do dia. Servir saladas como acompanhamento do lanche da
tarde, ou no intervalo do café da manhã para o almoço, é uma excelente opção
para quem busca uma vida mais saudável e longe de doenças. Não importa a
hora salada é rica hidrata o corpo tem diversidade de nutrientes e traz sensação
de bem estar.

A salada tem que ser diversa, então use a criatividade coloque vários tipos de
hortaliças, flores, frutas, ovos, sementes e farinhas nutritivas como a de taioba ou
ora-pro-nobis. Tente ficar longe de cremes de leite, temperos e maioneses
industrializadas e outros processados.

Para preparar a salada higienize as folhas. Pique as hortaliças no tamanho


desejado, misture os ingredientes e tempere a gosto. Não exagere no sal
aproveite para saborear a diversidade de sabor.

Como preparar recheios à base de hortaliças?

Refogue a hortaliça escolhida. Acrescente ingredientes disponíveis como cenoura


ralada, talos aromáticos picados, flores, sementes, pimentão, cebolinha e a se
preferir pode acrescentar carnes.
Para finalizar o recheio pode misturar uma ricota ou queijo fresco que são menos
calóricos que a mussarela. Caso não coma queijo, o recheio sem queijo é tão
gostoso quanto. As hortaliças escolhidas para compor este

- Referências: 8,9,10

17
projeto são excelentes para recheios saborosos, são versáteis e possuem muitos
modos de se processar e fazer receitas culinárias.

Como fazer sucos verdes?

Os sucos verdes são excelentes opções de alimentação que proporcionam ao


corpo sensação de bem estar.
Use a criatividade para misturar ingredientes e lembre-se não precisa ter muitos
ingredientes.
Pode-se colocar água de coco, biomassa de banana verde, frutas, gengibre,
legumes, chia e linhaça.

Receita
2 folhas grandes de couve manteiga
1 fatia média de melão
1 colher (sopa) de hortelã
1/2 copo (100 ml) de água de coco ou o suficiente para alcançar 250 ml de
suco

Como fazer arroz com vegetais e flores?

Lave o arroz. Leve para torrar na panela com alho e tempero a gosto. Depois de 5
minutos torrando, coloque a água pré aquecida e acrescente as folhas desejadas.
Pode acrescentar sementes de bredo, cariru, caruru, tansagem, flores e talos. Um
arroz muito nutritivo que dispensa grandes acompanhamentos.

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Buva
Conyza spp
3. PICÃO PRETO

Nome científico: Bidens pilosa L

Nome Popular: Picão preto, picão,


carrapicho, macela do campo,
picacho, cuambú, amor seco.

Origem ou Habitat: América


Tropical e África

Distribuição: América do sul e América do Norte, África e Ásia. É


culturalmente utilizada para alimentação nas regiões do Congo e do
Transvaal, onde é possível comprar em feiras e mercados. Os povos
originários brasileiros fazem o uso medicinal ancestral do picão preto.
A erva tem uso tradicional em todo país, sendo de fácil identificação.

Propriedades: antimicrobiana, antimalárica, anti-histamínica,


antihipertensiva, antioxidante, antileishmaniose, antibacteriana,
anticarcinogênica, antidiabética, antifúngica, anti-helmíntica, anti-
herpética, anti-inflamatória, antiparasitária, antipromastigota, antiviral,
fotoprotetora, imunossupressora, imunomoduladora e de alteração
da permeabilidade intestinal.

Composição química: Derivados de poliacetilenos e tiofanos, além de


flavonóides, esteróis, ácidos graxos, taninos, acetilenos, o óleo

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essencial contém alfa-pineno, beta-
pineno, limoneno, alfa-felandreno,
timol, alfa cpoeno, beta-guaieno, beta-
cariofileno, alfa-humuleno, cadineno,
alfa farneseno e beta-bisaboleno ;
também ácido linoléico e linolênico, os
triterpenos friedelina e friedelan-3-
beta-ol, 1-fenil-heptatriina, sílica. Nas
folhas e ramos contém aminas,
esteróis, triterpênicos e depósitos de
sílica.
Em diferentes partes da planta contém
compostos poliacetilenos, flavonoides,
quercetina, ácido nicotínico, ácido
tânico, hidrocarbonetos, ácido
pcumárico,

fitosterina, ácido salicílico, cálcio, fósforo, potássio, metilhoslundina,


glicosídeos de aurona e okanina-3-glucosídeo.

Uso popular: Usada como anti inflamatória, em dores de dente e de


cabeça, anti térmica para febre, dismenorréia, infecções urinária e
vaginais, alergias, vulnerária (em feridas). Folhas e raízes para a
pressão arterial elevada e verminoses. Folhas e frutos para tratamento
de diabetes. Indicado em icterícia e hemorróidas.

Partes utilizadas para alimentação: Folhas, preferencialmente


jovem antes da floração e flores.

Modos de preparo alimentícios: O picão preto pode ser usado para


fazer saladas, refogados, caldos verde, molho verde para massas
(macarrão), recheio, pesto, frisante, chás.

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RECEITAS

SUCO DE PICÃO

Fazer um chá por infusão da planta.

Deixe esfriar leve a geladeira com folhas verdes frescas


de hortelã para aromatizar.

Sirva gelado com rodelas de limão.

ESPAGUETE COM MOLHO DE PICÃO

Cozinhe o macarrão espaguete

Faça um molho verde de picão

Acrescente o molho verde ao macarrão ainda quente

Acrescente queijo ralado, farinhas nutritivas ou


sementes de sua preferência.

E decore com as flores do picão.

- Referências: 1, 2, 3, 13,14,15,16,17,18,19,20.

22
4. ERVA BOTÃO
Nome científico: Eclipta prostrata

Nome Popular: Erva botão, Agrião-do-


brejo, lanceta, agriãozinho de brejo,
surucuína, coacica, coatiá, quebra-pedra,
sucurima, cravo-brabo, erva-lanceta,
tangaracá.

Origem ou Habitat: Ainda confuso


alguns autores citam a América tropical
(Colombia), outros Ásia especificamente
o sudoeste.

Distribuição: Está presente em todo território nacional, e é considerada


planta invasora em todos continentes.

Propriedades: antiofídicos, hepatoprotetora e imunoestimulante,


antisséptica, tônica, adstringente, emética, depurativa, febrífuga, anti-
inflamatória, wedelolactona (que atua fortemente na imuno deficiência),
tem ação protetora do fígado inibindo a ação necrosante do tetracloreto
de carbono, colagoga, antidiarreica, purgativa, antitussígena, antissifilítica,
antialérgica e antioxidante.

Composição Química: Entre as substâncias ativas a mais importante é a


wedelolactona (flavonóide) do tipo comestanol, hentriacontanol, 14-
heptacosanol, estigmasterol, triterpenóides, polipeptídeos, poliacetilenos,
derivados do tiofeno, nicotina e glicosídeos triterpênicos,
dismetilwedelactona, desmetilwedelolactona-7-glicosídeo, açúcares
redutores, ácido wedelico, tertienilcarbinol, B-amirina, esteróides, ácidos
protocatequino, 4-hidroxibenzóico,

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Uso popular: Picadas cobras e escorpião, tosse, bronquite, asma,
diarreia, sífilis, hemorragias (externas), no cálculo renal, no cálculo da
vesícula, como adstringente nas diarréias, como cicatrizante.
Efeito hemostático, no caso de difteria, antibacteriano Candida albicans,
efeito antiviral, icterícia, desopilador do fígado, litagogo, litíase biliar,
laxante, antiasmático. Externamente como adstringente, cicatrizante e
resolutivo para queimaduras, feridas e eczemas, para promover
crescimento de pêlos e cabelos, anemia, gastrite, hepatite, e tintura
natural (cabelo, tatuagem, alimentos e tecido).

Partes utilizadas para alimentação: As folhas jovens antes da


floração.

Modos de preparo alimentícios: Consumir cozida em forma de


refogados, molhos verdes, caldos, sucos gelados, chá, pesto, recheios e
sopas.
O branqueamento é opcional, mas é aconselhado em receitas de saladas
ou produção de cremes. Planta não possui forte amargor ou substâncias
tóxicas.

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RECEITAS

SOPA DE INHAME COM ERVA BOTÃO

Cozinhe o inhame
Bata no liquidificador, acrescente água, pode ser caldo de
carne ou de legumes, leite de coco ou de castanhas.
Branqueie as folhas da erva botão
Bata no liquidificador e reserve o creme.
Em uma panela refogue o creme de inhame com cebola e
temperos a gosto.
Acrescente o creme de erva botão.
Cozinhe no ponto desejado.
Pronto um alimento extremamente nutritivo e saboroso.

REFOGADO DE ERVA BOTÃO COM CALDO DE


CARNE

Pique fininho como a couve


Pode branquear para tirar amargo, apesar de leve
Refogue com alho e cebola
Acrescente o caldo de carne
Deixe cozinhar incorporar o sabor do caldo
Pronto sirva com arroz, angu ou recheio de massas.

- Referências: 21,22,23,24,25

25
5. CAAPEBA -
PARIPAROBA

Nome científico: Piper umbellatum

Nome Popular: Pariparoba,


caapeba, capeua, capeba

Origem ou Habitat: Nativa do


Brasil e América Central

Distribuição: No Brasil ocorre em todos biomas tendo duas espécies: P.


peltatum na Amazônia e da P. umbellatum na Mata Atlântica.

Propriedades: Digestiva, antianêmica, diurética (leve), gastroprotetora,


aspasmódicantie, antiulcerogênica, anti-inflamatória, antioxidante,
antipirética, antirreumática, fotoprotetora, antimicrobiana, colagoga,
colerética.

Composição química: Derivados de sesquiterpenos, fenilpropanos:


Lignanas Flavonóides,
Lactonas, diterpênicas, saponinas, fitosteróis, polifenóis taninos,
nerolidilcatecol (ou 4-NC).

Uso popular: Problemas hepáticos e da vesícula, propiedades


diuréticas, estimulante das funções estomacais, pancreáticas e do

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baço, tosse e bronquite, dores musculares, dor de cabeça, reumatismo,
furúnculos, queimaduras leves, tratamento de mordidas de cobras, na
Amazônia como antiabortiva, emenagoga e outras aplicações na área
ginecológica, na África como sedativo.

Partes utilizadas para alimentação: Folhas e talos.

Modos de preparo alimentícios: Branqueamento antes do uso para


refogados, caldo verde, recheio, charutos, infusões e sucos.

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RECEITA

CHARUTOS DE CARNE PICADINHA E CAAPEBA.

Em uma panela refogue a carne picada pequena, pode ser feito com
alguma carne que ficou de outra refeição.

Adicione cheiro verde, sementes, cebola, cenoura ralada, abóbora


ralada, tudo que você desejar e tiver disponível.
Acrescente arroz cru e mexa para que forme um recheio úmido.
Reserve.

Em uma panela grande branqueie as folhas e talos da caapeba. Faça


com cuidado e atenção as folhas devem estar inteiras e sem os
talhos. Use uma colher espumadeira para ajudar a afundar as folhas
na água quente.

Faça em todas as folhas e no final faça com os talos.


Acrescente os talos picados no recheio de carne e mexa.
Comece a enrolar os charutos.

Coloque o recheio no alto da folha próximo ao pecíolo, dobre como


uma embalagem de presente e enrole até o final.

Coloque uma folha de caapeba no fundo da panela e comece a


encher de charutos, colocando um do lado do outro juntinhos para
não abrir.

Coloque água quando finalizar a acomodação dos charutos na


panela, pode acrescentar um dente de alho para saborizar ou um
tempero de preferência.
Coloque um peso. Tampe e deixe cozinhar.

28
6. CARIRU
Nome científico: Talinum paniculatum

Nome Popular: Cariru, beldroegão,


Major gomes, língua de vaca, Maria
gorda bredo, carne-gorda, bife de
podre, carurú, bredo, entre outros.

Origem ou Habitat: Nativa do


continente americano.

Distribuição: América, África e Ásia.

Propriedades: Antiescorbútica, béquica, cicatrizante, calicida, diurética,


depurativa, emenagoga, emoliente, mucilaginosa, refrigerante, vulnerária.

Composição química: Rica em betalaína, ácido fólico, mucilagens,


pigmentos (caroteno e clorofila), alto valor proteico, pró vitamina A,
taninos, vários antioxidantes.
Rico em aminoácidos e minerais como o cálcio, sódio, magnésio, bário,
potássio, zinco, manganês, cobre, níquel, alumínio, fósforo e ferro. Tem
vitamina C, compostos bioativos, como os flavonoides e fenólicos; e
fibras.

Uso popular: afecções da pele (pruridos intensos, coceiras, eczemas e


erisipela), calos, corte, debilidade orgânica, edemas, escorbuto, ferida,
fraqueza em geral (fadigas cansaço físico e mental), gastralgia, infecções
intestinais, inflamação tópica, neurastenia, problemas gastrintestinais,
tosse, tuberculose pulmonar, urina com mau cheiro.

29
Partes utilizadas para alimentação: Toda a planta inclusive raízes
cozidas, sementes que se assemelha em sabor a semente da papoula e
flores.

Modos de preparo alimentícios: As folhas podem ser consumidas em


forma de salada, desde que não seja em alta quantidade e alternando os dias.
Cozidas ou branqueadas podem ser consumidas todos os dias e em preparos
diferentes. Pode fazer refogados, recheios, cozida com feijão, com legumes e
com carnes, ensopados, fabricação de pães caseiros, bolos salgados, suflês e
cremes. Tradicionalíssima no Estado da Amazônia, compõe pratos típicos,
como o pato com cariru. Um super alimento. Nutricionalmente muito rica.
Tradicional na África, principalmente na Nigéria.

30
RECEITAS

ANGU MOLE COM CARIRU

Coloque o angu para cozinhar


Em outra panela deixe dourar alho, cebola e
temperos a gosto. Reserve
Mexa o angu para não empelotar.
Acrescente as folhas e talos tenros ao angu mole
Acrescente os temperos dourados
Tampe e deixe cozinhar. T
Tempo total de cozimento em torno de 20 minutos.

ARROZ COLORIDO COM CARIRU

Faça o arroz como de costume.


Adicione temperos, açafrão ou urucum (colorau).
Coloque água acrescente folhas e talos de cariru. Pode
branquear antes para manter a coloração verde.
Depois de cozido sirva em uma vasilha decorando com,
tomate, semente e flores de cariru

- Referências: 28, 29, 30.

31
7. CAPUCHINHA

Nome científico: Tropaeolum majus

Nome Popular: Capuchinha, agrião-da-


índia, mastruço, mastruço-do-peru, flor-
de-sangue, agrião-do-méxico, chagas,
flor-de-chagas, capucine, cinco-chagas,.

Origem ou Habitat: Peru e México

Distribuição: Diversas partes do mundo.

Propriedades: As flores têm ação antiadipogênica, sendo utilizadas na


prevenção do câncer e da obesidade, antimutagênicas. Glucosinolato com
propriedades anticancerígenas. Também apresenta atividade antibiótica,
expectorante, antimicrobiana, diurética, purgativa, anti-inflamatória, antisséptica
e antidepressiva, antidiabética, hipocolesterolêmica.

Composição química: Suas flores são ricas em vitamina C e pro-vitamina A.


Suas folhas em ferro; níveis elevados de luteína, um carotenóide com atividade
antioxidante; composto isoquercetina e o ácido clorogênico. Contém ainda
antocianinas, ácido ascórbico, carotenóides, quercetina, enxofre e compostos
fenólicos como flavonóides e fenilpropanóides.

32
Uso popular: diurética, anticoagulante e anti-hipertensiva

Partes utilizadas para alimentação: Toda a planta.

Modos de preparo alimentícios: Folhas: saladas, patês, panquecas, pizza,


pães, charutinhos, sanduíches, risotos, pestos, recheios, carnes, sopas,
refogados e bolinhos.
talos: sopas, bolinhos, refogados e cozidos.
Sementes: tostadas para enriquecer refeições e moídas opção para substituir a
pimenta-do-reino.
Flores: sucos, geleias, saladas, sanduíches, é infinita a possibilidade de utilização
culinária das flores.
Flores e sementes imaturas podem ser usadas para fazer conserva.

33
RECEITAS
SUCO DE FLORES CAPUCHINHA

4 flores capuchinha .
300 ml Suco de laranja .
10 g couve .
25 g inhame

Bata no liquidificador o suco de laranja, a couve e o inhame. Passe


por uma peneira fina e retorne ao liquidificador e bata com as
flores de capuchinhas. Sirva em seguida

Conserva de sementes de capuchinha

Coloque as sementes em repouso em uma salmoura por 24h.

No dia seguinte coloque 200ml de vinagre para aquecer quando


levantar fervura adicione as sementes no pote de vidro. Reserve
por 30 dias.
E está pronta a conserva de sementes de capuchinha, conhecida
também como alcaparras brasileira.

- Referências: 30,31,32

34
8.BELDROEGA

Nome científico: Portulaca oleracea L.

Nome Popular: Beldroega, portulaca,


onze-horas, porcelana, salada-de-negro

Origem ou Habitat: China e


América. Ainda duvidosa.

Distribuição: Subcosmopolita, com 25-30 gêneros e 450-500 espécies.

Propriedades: Atividade antioxidante, é capazes de prevenir e combater


os danos oxidativos causados pelos radicais livres, anti-hemorrágica,
broncodilatadora, hipertensivo, atividade relaxante da musculatura
esquelética., antimicrobianos, antidiabéticos, hepatoprotetores e
neuroprotetores, anticâncer.

Composição química: Rica em ácidos graxos, o vegetal com maior


quantidade de Ômega 3 que se tem conhecimento. É rica em dois tipos
de pigmentos, as betalaínas e betacianinas, e betaxantinas amareladas.
Ácidos fenólicos (ácido clorogênico, ácido caféico); cumarinas e
flavonóides (rutina, miricetina, canferol, apigenina, quercetina, luteolina e
hesperidina); Noradrenalina e Dopamina; Ácido ascórbico; b-caroteno;
Ácido graxo a-linolênico; Alcalóides fenólicos (oleraceins A, B, C, D e E);
Polissacarídeos; Proteínas e cerebrosídeo.
Porção de 100g: proteínas (1,60g), lipídeos (0,40g), carboidratos (2,50g),
cálcio (140,00g), fósforo (493,00mg), ferro (3,25mg), retinol (250,00mg),
vitamina B1 (20,00mg), vitamina B2 (100,00mg), niacina (0,50mg), vitamina
C (26,80mg).

35
Uso popular: Cicatrizante, emoliente, refrescante, disenteria
(principalmente infantil), enterite aguda, mastite e hemorróidas, afecções
do fígado, dos rins e da bexiga, cálculos biliares, escorbuto, azia, erisipela,
inflamação dos olhos, afecções das vias urinárias, queimaduras, úlceras,
feridas e nevralgias. O suco no tratamento de doenças de pele. Indígenas
das Guianas usam-na contra diabetes, para problemas digestivos e como
emoliente e, externamente, como ungüento para problemas musculares.

Partes utilizadas para alimentação: Toda a planta.

Modos de preparo alimentícios: Folhas: cru, saladas, sucos verdes,


chá, refogada e grelhada para lanches, tapiocas, recheios de pastéis.
Apresenta mucilagem o que permite a realização de sopas cremosas.
As sementes também podem ser consumidas cruas ou cozidas e podem
ser adicionadas a uma farinha de cereal, e a produção de pães.
Talhos: Nos cozidos, feijão e refogados.
Flores: chá-suco das flores, decoração de pratos e bebidas, saladas e
refogados.

36
RECEITAS
SUCO VERDE DE BELDROEGA

1 xícara de beldroega (folhas e talos) .


1/2 limão .
1/2 de uma maçã

MODO DE PREPARO
Bater tudo no liquidificador e beber em seguida.
Não é necessário coar.

SALADA DE BELDROEGA

1 punhado de beldroega com folhas e caules .


200 g de tomate cereja .
Suco fresco de 1 limão .
Orégano e cheiro verde fresco a gosto .
Sal e pimenta a gosto

Destaque as folhas e pique os galhinhos da


beldroega com as mãos, adicione os outros
ingredientes

- Referência: 34,35,36,37,38.

37
9. DENTE DE LEÃO
Nome científico: Taraxacum officinale

Nome Popular: Dente de leão,


radicci bravo, radicci do mato,
amargosa, alface-de-cão, salada de
toupeira, salada de podre, amor-dos-
homens.

Origem ou Habitat: Europa.

Distribuição: Em todos os continentes

Propriedades: anti-inflamatória e anti-nociceptiva, atividade


antioxidante, estimula a liberação de bile da vesícula biliar e do
fígado, laxativo leve, icterícia, hepatite e inflamação do ducto biliar,
tratamento da colite inespecífica crônica, o alívio dos sintomas como
gases e plenitude gástrica e diurético

Composição química: Raiz: inulina (25-38%), derivados triterpênicos


pentacíclicos provenientes do látex (isolactucerol, taraxerol,
taraxasterol, acetatos e seus 16-HO-derivados), lactonas
sesquiterpênicas (taraxicina, derivados do ácido taraxínico, 11-b-13-
dihidrolactucina, ixerina D, ainslioside), uma resina ácida (taraxerina),
goma, mucilagem (1%), fitoesterois (beta-sitosterol, estigmasterol),
tiamina, ácidos graxos (ácido mirístico, palmítico, linoleico, linolenico),
ácidos fenilcarboxílicos (ácido cafeico, clorogênico e p-
hidrofenilacético), água (10-14%), frutose (até 18% na primavera),
saponinas, glucosídeos benzílicos, beta-frutofuranosidase (enzima
que despolimeriza a inulina), dihidroconiferina, siringina,

38
dihidrosiringina, carotenóides, vitaminas (A, B, C, D, ácido nicotínico,
nicotinamida) e sais minerais (8-10%): manganês, magnésio, ferro,
silício, cromo e potássio, principalmente.
Folhas: flavonoides (apigenina, luteolina), vitaminas B, C e D,
provitamina A (em concentração maior que a da cenoura), potássio,
germanólidos, carotenoides (luteína, violoxantina), taraxacina
(princípio amargo do grupo das lactonas sesquiterpênicas),
aminoácidos (asparagina, glutamina) e cumarinas. (Horto didático -
UFSC, 2021)
Flores: lecitina, carotenóides (criptoxantina, crisantomaxantina,
violaxantina, flaxantina, luteína, luteína-epóxido, criptoxantina-
epóxido), taraxacina, beta-amirina, beta-sitosterol, vitamina B2,
arnidiol, farnidiol, lipídeos (acilglicerídeos e ácidos graxos). Látex: de
cor branca e amargo, contém álcool cerílico, glicerol, ácido tartárico,
lactucerol alfa e beta, derivados triterpênicos pentacíclicos descritos
na raiz. (Horto didático - UFSC, 2021)
Pólen: cicloartenol, cicloartanol, 31-norcicloartanol, pollinastanol.
Análise proximal para cada 100 g de folhas: calorias 45; água 85,6%;
proteínas 2,7g; gorduras 0,7g; carboidratos 9,2g; fibras 1,6g; cálcio
187mg; fósforo 66mg; ferro 3,1mg; sódio 76mg; potássio 297mg; ácido
ascórbico 35mg; riboflavina 0.26mg; tiamina 0.19mg; beta-caroteno
8.400 microg. (Horto didático - UFSC, 2021)

Uso popular: Diurético, laxante suave, colagogos e coleréticos


hepáticos, depurativo, ação prebiótica, estimulante do apetite, gota,
hipertensão, furúnculos, abcessos, psoríase, moléstias do rosto
(vermelhidão, acne, escamações).

Partes utilizadas para alimentação: Toda a planta

Modos de preparo alimentícios: Folhas: suco verde, refogada,


salada, recheios.
A raíz seca, moída e tostada é utilizada como substituta ao café.
Flores: saladas, refogados, cozidos, chás e decoração de pratos.

39
RECEITA
ESFIRRA DE BATATA-DOCE E DENTE-DE-LEÃO

Massa: 200g de batata-doce cozida,


2 xícaras de farinha de trigo, 1 colher rasa de sal.
Recheio: 2 maços de folhas de dente-de-leão, 200g de carne
moída, 1 tomate, 1 cebola, 1 dente de alho, 2 colheres de óleo, sal,
pimenta e temperos a gosto
Preparo
Massa: triturar bem a batata cozida, misturar os demais
ingredientes e amassar bem até ficar lisa e homogênea. Reservar
na geladeira.
Recheio: dourar a cebola e o alho com o azeite; adicionar a carne e
o tomate e fritar bem. Picar as folhas de dente de leão, juntando
ao refogado temperado a gosto. Abrir a massa, rechear e fechar
com um garfo ou à mão, modelando as esfirras. Asse até ficar
dourado.

- Referências: 32,39,40

40
10. TAIOBA
Nome científico: Xanthosoma
Taioba / Xanthosoma sagittifolium

Nome Popular: Taioba, Taioba


mansa

Origem ou Habitat: Originária


da América Central

Distribuição: Em toda América tropical, Ásia e África.

Propriedades: Reduz os riscos de doenças crônicas não transmissíveis


como o câncer, diabetes e doenças cardiovasculares. atividade anti-
inflamatória, antinociceptiva, anticonvulsivante, antiplasmódica e
antimicrobiana, anti-hiperglicêmica, diurético, estimulante
imunológico e antiviral, antiobesidade, cicatrizante, antidiarreica,
bactericida, hemostática, antioxidantes, anticancerígenas,
neurodegenerativas e proteção cardiovascular.

Composição química: Vitaminas A, do complexo B e C, além de ser


rica em cálcio, potássio, ferro e fibras. As folhas cruas apresentam a
seguinte composição centesimal: Umidade: 89,2%; Kcal: 34; Kj: 143;
proteínas: 2,9g; 2 lipídeos: 0,9g; carbohidratos: 5,4g, fibra alimentar
dietética: 4,5g; cinza: 1,5g; minerais como Ca: 141mg; Mg:38mg; P:
53mg; Fe:1,9 mg; Na:1mg; K: 290mg; Cu 0,16mg; vitamina C: 17,9mg.
Contém em g/g: 7,1 de alfacaroteno 66 (betacaroteno), 104 de luteína
e 38 de violaxantina. Tem heterosídeos antociânicos nos rizomas e
heterosídeos saponínicos e taninos hidrolisáveis nas folhas.

41
Uso popular: Controle da pressão arterial, diabetes, fortalecimento
dos ossos, anemia, melhora do humor, aumento do sistema
imunológico, intestino preso, tireoide e emagrecimento.

Partes utilizadas para alimentação: Toda a planta

Modos de preparo alimentícios: Nunca deve se consumir qualquer


espécie de taioba crua.
Para todos os modos de preparo deve-se fazer o branqueamento das
folhas e caule antes.

Folhas: Refogada, molho verde para massas, sucos verde, farinhas,


recheios, caldos, molho verde.

Talos ou caule: Guisado, cozido no feijão ou arroz, cozido com carne,


ensopados, sopas, cozido com legumes, assado sem tempero ou
polvilhado com açúcar ou melaço é uma excelente sobremesa doce.

Rizomas: puré, nhoque, farinha, iogurte, sopa cremosa, cozida pura no


café da manhã e refeições, bolinho, frita depois de cozida.

42
RECEITA

FARINHA DE TAIOBA

Podemos produzir farinhas das folhas da taioba e


do rizomas.
Desidrate as folhas no forno ou desidratadora.
Quando estiverem quebradiças leve ao
liquidificador e triture, produzindo assim sua
farinha.
Pode ser usada para substituir a farinha de trigo
ou aumentar o valor nutricional dos alimentos.

- Referências: 41,42,43,44,45,46

43
11. SERRALHA
Nome científico: Sonchus oleraceus
L.

Nome Popular: Serralha, serralha-


mansa, serralha-verdadeira, chicória-
lisa.

Origem ou Habitat: Europa

Distribuição: Em todo o mundo.

Propriedades: Diurética, antimicrobiana, colerética, colagoga,


hepatoprotetora, hipocolesterolemiante. Redução na pressão arterial,
capacidade de combater radicais livres, antioxidante,

Composição química: Magnésio (Mg) fósforo (P), potássio (K), Ferro


(Fe), Manganês (Mn), Zinco (Zn), Cobre (Cu), Cloro (Cl) e molibdênio
(Mo), Enxofre (S), Alumínio (Al), Cromo (Cr), Bromo (BR) Rubídio (Rb) e
Estrôncio (Sr).
Planta rica em minerais sendo que é significativo a presença de
Potássio, Cálcio, e em seguida o Cloro, Manganês, Zinco, Bromo e
Estrôncio.
Açúcares redutores, compostos fenólicos, taninos, flavonóides e
cumarinas, saponinas, derivados triterpênicos e esteróides.
Antioxidantes como a presença de polifenóis E altos valores pró-
vitamínicos A.

44
Uso popular: Diurética, anemia, astenia, auxiliar no tratamento de
problemas hepáticos. O chá das folhas é usado com antidesintérico e
antidiarréico. O seu látex, em uso externo, cura de terçóis, combate ao
vitiligo.

Partes utilizadas para alimentação: Planta inteira.

Modos de preparo alimentícios: Salada e refogados, caldos, sopas e


recheios. Excelente substituto do alface.

45
RECEITAS
CALDO DE ABÓBORA COM SERRALHA

Ingredientes:
300g de abóbora sem casca e sementes, 1 tomate, 1
cenoura, 1 cebola, 1 dente de alho, 1 colher de sopa de
óleo, 2 maços de folhas de serralha, sal, pimenta e
temperos a gosto, 1L de água.
Preparo: refogar a cebola e o alho. Adicione a abóbora
cortada em cubos grandes, o tomate e as folhas de
serralha higienizadas.
Temperar a gosto e adicionar água, deixando ferver até
cozinhar tudo.
Triturar em liquidificador.
Servir a sopa-creme com parmesão ralado.

REFOGADO DE SERRALHA

Ingredientes:
1 dente de alho
1 maço de serralha com as flores

Unte a panela com óleo ou azeite, frite o alho, coloque a


serralha e desligue o fogo.
Mexa para incorporar o alho e está pronto para ser
servido.

- Referências: 47, 48, 49, 32.

46
12. ALMEIRÃO ROXO
Nome científico: Lactuca
canadensis z

Nome Popular: Almeirão roxo,


almeirão-de-árvore, almeirão
crioulo, almeirão-do-mato,
chicória amarga, radicci cotti.

Origem ou Habitat: Tem


referências que seja nativa da
América do Norte, nativa do
Leste Asiático, nativa sudeste
africano

Distribuição: Em todo os continentes

Propriedades: Laxante fraco, diurético, cicatrizante, para afecções do


fígado, vesícula, atividades fitoterápicas, inibem a proliferação de
células malignas, combate o câncer, tem benefício no perfil lipídico e
no metabolismo hepático, emagrecimento e diminuição de teores de
triglicérides e colesterol, no tratamento de mulheres menopausadas.
Possui na sua composição diferentes lactonas sesquiterpênicas que
funcionam como anti-inflamatória e antibacteriana, diminui riscos de
doenças cardiovasculares, podendo também atuar como fortes
agentes anticancerígenos. Sendo também um potente antioxidante.

Composição química: Cálcio, potássio, fósforo, ferro, fibras vitaminas


A, C e do complexo B, apresenta também carboidratos, proteínas,
compostos fenólicos, carotenóides, antocianinas e atividade
antioxidante.

47
Uso popular: Tratamento de inflamações e distúrbios
gastrointestinais.

Partes utilizadas para alimentação: Toda a planta.

Modos de preparo alimentícios: Folhas cruas em saladas, lanches e


sanduíches ou refogadas para recheio no preparo de pizzas, salgados,
tortas e pães.
Flores e brotos podem ser fervidos ou salteados e consumidos com
farinha ou pão, sua inflorescência jovem, como o brócolis, pode ser
cozida no vapor e servida como acompanhamento. Seu sabor
acompanha bem pratos como: angu, polenta, feijão com arroz.
Raiz é um pouco semelhante a uma cenoura, deve ser colhida (sempre
antes da floração) fatiada e seca, sendo usada para fazer chás ou
torrada para fazer "café".

48
RECEITA

SALADA DE ALMEIRÃO ROXO

1 cebola,
1 tomate,
1 maço de almeirão
Tempero a gosto

Misture os ingredientes depois de


picá-los e sirva como salada ou
recheio para lanches.

- Referências: 50,51,32.

49
13. CARURU
Nome científico: Amaranthus lividus L

Nome Popular: Caruru, bredo,


caruru de guia

Origem ou Habitat: América do Sul

Distribuição: Todos os continentes. Naturalizada na África, pertence à


culinária tradicional africana. Na Ásia também foi naturalizada e faz
parte de pratos tradicionais. Apesar de sua origem na América do Sul
e fazer parte do uso ancestral dos povos originários, é na África que a
planta se estabelece como alimento popular e onde se desenvolveu
pratos culinários utilizando todo o potencial da planta.

Propriedades: Diuréticas e laxativas. Controle da pressão arterial,


formação dos ossos e dos dentes, compostos fenoicos, importantes
antiinflamatórios e antioxidantes que podem auxiliar na prevenção de
casos de Alzhemeir e de Parkinson. Combate de infecções, problemas
hepáticos, hidropisia (acúmulo anormal de líquidos nos tecidos ou em
determinadas cavidades do corpo) e catarro da bexiga.

Composição química: Possui quantidades significativas de cálcio,


zinco, magnésio, fibras,vitaminas A, B1, B2 e vitamina C, ferro,
potássio, compostos fenólicos, fósforo, e exerce potente atividade
antioxidante. Rica em proteínas.
Suas sementes têm alto teor de aminoácidos

50
Uso popular: Antibacteriana e antiinflamatória, anemia,
fortalecimento dos ossos e dentes, infecções de garganta e de urina,
problemas hepáticos, antimicrobianas, astringente (boca, garganta),
digestivo, diurético.

Partes utilizadas para alimentação: Folhas e sementes

Modos de preparo alimentícios: Folhas: Refogada ou branqueada


antes das preparações, conforme diz literatura. Mas em pesquisa de
campo é comum que pessoas do norte e nordeste relatem o uso em
saladas cruas.
Sementes é utilizada para fazer o “carussal”, um tempero à base de
amaranto de caruru e sal, sopas, ensopados, farinha para bolos, pães
e uma grande variedade de massas.
As sementes também são usadas em sucos matinais ou com iogurte.
Deixadas na água (incham como as sementes de chia) liberam
mucilagem e podem ser consumidas com outros. É riquíssimas em
aminoácidos essenciais, são empregadas em sopas, ensopados e sob
a forma de farinha incorporada a demais alimentos.
Os talos podem ser utilizados como suplemento mineral e forragem.

51
RECEITAS

PANQUECA DE CARURU

Ingredientes: 1 maço de folhas de caruru, 2 colheres de


sementes de caruru tostadas, 1 dente de alho, 1 copo
de aveia ou farinha de trigo, 2 ovos, sal a gosto, ½ copo
de água morna ou leite, 3 colheres de óleo, 1 colher de
café de fermento para bolo.
Preparo: higienizar bem as folhas e branquear em água
fervente. Escorrer e levar ao liquidificador com os
demais ingredientes. Triture bem.
Assar as panquecas em frigideira antiaderente: 1 concha
rasa = 1 panqueca.
Usar o recheio que desejar.

CARURU AO COCO

1 maço de folhas de caruru, 1L de leite de coco, meio


tomate, meia cebola, 1 dente de alho, coentro, açafrão,
colorau, cominho, pimentão, cebolinha e sal a gosto

Modo de preparo
Branquear as folhas e reserve
No liquidificador coloque todos os ingredientes menos
as folhas do caruru. Coloque na panela leve ao fogo
mexendo sem parar. Quando começar a ferver coloque
lentamente as folhas do caruru mexendo. Deixe ferver
de 10 a 15 minutos, com a panela meio aberta. Quando
o creme chegar na textura desejada, desligue o fogo.

- Referências: 52, 53, 54, 55, 56, 57.

52
14. BUVA

Nome científico: Conyza spp

Nome Popular: Buva, voadeira, rabo


de foguete, rabo de rojão, buba,
capetiçoba,margaridinha-do-campo

Origem ou Habitat: É nativa da


América do Sul

Origem ou Habitat: É nativa da América do Sul

Distribuição: Cresce em todos os continentes

Propriedades: Estudos científicos mostram citotoxicidade contra


linhagens celulares tumorais humanas HeLa (carcinoma do colo do
útero), A-459 (carcinoma do pulmão) e MCF-7 (adenocarcinoma da
mama) óleo essencial apresentou efeito bactericida significativo contra
Bacillus cereus, atividade moderada contra Staphylococcus
epidermidis e Candida albicans.
anti-helmíntica, digestiva e diurética. Também é anti-helmíntica,
inseticida e parasiticida, anticolinérgica, inotrópica positiva e anti-
inflamatória.

Composição química: Saponinas, ácidos orgânicos, ácidos orgânicos


voláteis e moderada quantidade de antocianinas. Ácidos fenólicos
(clorogênico, cafeico, neoclorogênico, 3,4-dicafeoilquínico, 3,5-
53
dicafeoilquínico, 4,5-dicafeoilquínico); Flavonóides (apigenina,
luteolina, escopoletina, quercitrina, pendulina, patuletrina, ); óleo
essencial(limoneno) ; esteróides; cinarina; taninos; cumarinas; entre
outros. Nos óleos essenciais grande quantidade de limoneno e/ou
óxido cariofileno.

Uso popular: como antiácido, vermífugo, antidiarréico, contra tosse,


diarreia e hemorroidas, reumatismo, nefrites, gota, cistite,
dismenorreia, dores de dente, dores de cabeça e úlceras estomacais e
reumatismo.

Partes utilizadas para alimentação: Folhas e ramos jovens.

Modos de preparo alimentícios: Consumida em forma de chás,


pratos crus como saladas, em cozidos e ensopados, além de ser muito
utilizada como temperos e marinadas de carnes. Delicioso molho para
saladas.

54
RECEITAS

MOLHO DE BUVA

1 xícara de buva bem picada.


Suco de meio limão.
1 colher de sopa de azeite
Sal a gosto

MODO DE PREPARO
Misture tudo e coloque em saladas, no macarrão alho
e óleo pronto e até na torrada.

ARROZ CREMOSO DE BUVA

1 copo de arroz, 1 cenoura grande, 1 talo de aipo, 2 cebolas, 2


dentes de alho, 3L de água filtrada, 50g de manteiga, ½ copo de
vinho branco, 1 maço de folhas de buva, 200g de parmesão
ralado.

Preparo: cortar a cenoura, o aipo e as cebolas grosseiramente.


Adicionar em uma panela com 1 colher de manteiga, o alho
amassado, em fogo baixo, mexendo até dourar. Adicionar a água
e deixar cozinhar até reduzir. Este será o caldo de legumes. Picar
o outro alho e a meia cebola. Levar à outra panela juntamente
com o restante da manteiga e dourar em fogo baixo. Adicionar o
arroz, vinho e as folhas de buva devidamente higienizadas e
picadas grosseiramente. Adicionar aos poucos o caldo de
legumes feito anteriormente, mexendo sempre e mantendo o
fogo baixo. Para cada copo de arroz, utilize dois de caldo. Deixar
cozinhar até ficar no ponto desejado. Sirva com o parmesão
ralado.

55
15. TANCHAGEM

Nome científico: Plantago major

Nome Popular: Tanchagem,


Taiova, Orelha de veado
Tansagem, Transagem, Tanchá
ou 7 nervos.

Origem ou Habitat: Norte da


Europa, Ásia Central e África.

Distribuição: Regiões tropicais e no Brasil de norte a sul.

Propriedades: Antibacteriana, desintoxicante, expectorante, analgésica,


anti-inflamatória, cicatrizante, digestiva, descongestionante, diurética,
sedativa e laxativa. Atividade antimicrobiana, Atividade antiviral, Atividade
antitumoral e citotóxica, Atividade cicatrizante, Atividade antiúlcera e
gastroprotetora, Atividade hepatoprotetora e ação na redução do
consumo de tabaco e refrescando o hálito. Ação antidiarreica e
diminuem a irritação da mucosa intestinal.

Composição química: Macronutrientes: nitrogênio: 2,28%; fósforo:


0,28%; potássio: 2,83%; cálcio: 1,26%; magnésio: 0,37%; enxofre:
0,22%..
Micronutrientes: boro: 9 ppm; cobre: 7 ppm; ferro: 288 ppm;
manganês: 60 ppm; zinco: 33 ppm. Possui baixo conteúdo de
carboidratos. Alto conteúdo de vitamina C (45,1 mg/100 g peso seco) e
cálcio (108 mg/100 g).
Mucilagens (secreção rica em polissacarídeos), alcaloides e
flavonoides, 11 compostos polifenólicos.

56
Uso popular: Queimaduras, cortes, feridas, furúnculos, infecções,
picadas, caspa, gripes, acne, hemorragias nasais e auxiliando a
expulsão de secreções provenientes da traqueia, brônquios e
pulmões. Dores de garganta, aftas, amigdalite e laringite, limpeza
sanguínea, acidente vascular cerebral, fluxo menstrual abundante,

Partes utilizadas para alimentação: Folhas e sementes.

Modos de preparo alimentícios: Folhas e sementes. Folhas:


refogadas, empanadas, branqueadas, chá ou adicionadas como
complemento em pratos cozidos.
Sementes: Usadas na cobertura de pães, substituindo o gergelim.
A mucilagem da semente de tanchagem apresentou resultados
favoráveis para sua utilização em produtos de panificação melhorando
os parâmetros de qualidade nutricional de produtos de panificação.

57
RECEITA

REFOGADO DE TANCHAGEM

Em uma panela doure o alho e coloque tempero a


gosto.
Coloque as folhas picadas da tanchagem, desligue
a panela e mexa para incorporar os temperos.

- Referências: 60,61,62.

58
16. ASSA PEIXE
Nome científico: Vernonia polyanthes.

Nome Popular: Assa Peixe, Assa-


Peixe Branco, Cambará Branco,
Cambará, Guaçú, Cambará, Guassú,
Chamarrita.

Origem ou Habitat: Nativa do


Brasil

Distribuição: Vários países.

Propriedades: Antiulcerogênica, anti-hemorrágica, vasodilatadora e


normotensora, mutagênica, anti-inflamatória e natridiurética,
antileishmania, citotóxica e antitumoral, antimicrobiana, nematicida,
antifúngica, antimicobacteriana, fototóxica e antibacteriana.
Balsâmica, expectorante, fortificante, hemostática, diurética,
antiasmática, hemorroidária, antigripal, antilítica, béquica, tônico
pulmonar.

Composição química: catequinas, lactonas, triterpenos, esteroides,


fenóis, taninos, aminoácidos, saponinas e flavonóides.
Flores: catequinas, lactonas, aminoácidos, compostos redutores e
saponinas.

Uso popular: Malária, reumatismo, bronquite, tosse e febre, "Pujo"


(para tratar problemas de má visão). Retenção placentária (para
expulsar placenta retida) Cicatrizante da pele. Abortivo, dor de
estômago, diarreia, dor nas pernas, gripe, inflamação, problemas

59
estomacais, problemas hepáticos, problemas pulmonares, reumatismo,
sinusite, tosse e tuberculose. Pneumonia, dores no peito, dores nas
costas, dores musculares, alterações no útero, afecção da pele e anti-
hipertensivo.

Partes utilizadas para alimentação: Folhas jovens.


Uso popular medicinal usa toda a planta.

Modos de preparo alimentícios: Refogados, molhos, caldos,


acompanhamento de carnes, frita e empanada, bolinhos de vegetais.

60
RECEITAS

ASSA PEIXE FRITAS E EMPANADAS

Folhas de assa peixe


2 ovos - depende da quantidade de folhas será feita
1 xícara de fubá ou farinha de trigo.
Tempero a gosto
Higienize as folhas do assa peixe. Faça uma mistura
de ovos e temperos mexa bem. Passe as folhas na
mistura e depois empane no fubá. Frite em óleo
quente. Delicioso petisco ou acompanhamento do
almoço ou lanche da tarde.

BOLINHO DE ASSA PEIXE

3 ovos
1 xícara de farinha de trigo ou de milho, mandioca
1 maço de assa peixe bem picadinho
Tempero de ervas naturais de sua preferência
Sal a gosto
Misture todos os ingredientes, coloque mais farinha
se for necessário para adquirir uma boa textura para
bolear nas mãos ou na colher.
Frite em óleo quente. E tá pronto um bolinho muito
especial que não precisa de uma receita padrão,
somente entender como se faz uma mistura que
resulta em um bolinho.

- Referências: 63, 64,65,66.

61
17. BARDANA

Nome científico: Arctium lappa

Nome Popular: Bardana, erva-dos-


tinhosos, carrapicho-de carneiro,
pegamassa.

Origem ou Habitat: Europa.

Distribuição: No Brasil é cultivada em todo o território.


Muito consumida em países europeus, principalmente Portugal,
França e Itália. Acredita-se que o Japão foi o primeiro país a cultivar a
bardana. O uso culinário está enraizado na cultura japonesa.

Propriedades: Prevenção da Síndrome Metabólica, com efeitos


benéficos sobre o perfil lipídico, glicídico, ação anti-inflamatória e
antimicrobiana. Prevenção de Doenças Crônicas não transmissíveis
como a Dislipidemia, Diabetes e Síndrome Metabólica. Tratamento de
Hipertensão, Neoplasias, Doenças Cardiovasculares e Obesidade.

Composição química: Inulina cerca de 40% a 50%, fitoesteróis,


taninos e lignanas com efeitos antioxidantes, principalmente em suas
raízes.

Primários: Inulina; Mucilagens; Compostos Pécticos: Ácido Linoléico,


linolênico, mirístico e oléico.

Secundários: Fitoesteróis: Sitosterol-β-D-glucopiranosídeo; Lignanas


(arctina e arctigenina); ácido fenólicos: ácido caféico, ácido clorôgenico

62
e cinarina, ácido galico; flavonoides: rutina, quercitrina, quercetina e
luteolina.
proteínas, glicídios, fibras, cálcio, fósforo, ferro, riboflavina, niacina,
vitaminas A e B1,

Uso popular: Erupções cutâneas, reumatismo, cistite, gota, anorexia


nervosa, como calmante, estimulante do couro cabeludo, purificante,
eczema e psoríase e outras desordens inflamatórias. Tratamentos de
infecções, febre, problemas crônicos de pele, cálculo renal, úlcera
gástrica, depurativo e para purificar o sangue.

Partes utilizadas para alimentação: Raízes frescas e folhas

Modos de preparo alimentícios: Raízes e folhas refogadas ou cozidas


para sopas e saladas quentes e frias e chá. As raízes da bardana são
mais apreciadas na culinária pelo sabor agradável já as folhas são
comestíveis mas apresenta sabor amargo.

63
RECEITAS

REFOGADO SIMPLES DE BARDANA

2 raízes de bardana, 1 cebola, 1 dente de alho, 1 copo


de shoyu.
Lave bem e pique no formato desejado, faça um
refogado e deixe cozinhar, até secar o shoyu e a raiz
apresentar textura macia.
Servir puro acompanhamento de arroz, macarrão,
sopa e saladas, frio ou quente.

CONSERVA DE RAÍZ DE BARDANA

Ingredientes:
Raízes de bardana, vinagre de álcool, água, sal,
açúcar, ervas secas para tempero a gosto.

Limpe as raízes e corte em palitos. Em um vidro


esterilizado coloque uma colher de sal e uma pitada
de açúcar, acomode as raízes de forma organizada no
vidro. Coloque dois dedos de vinagre e complete com
água e feche o vidro. Em seguida leve ao banho
maria de 5 a 10 minutos.
Deve ser conservado em geladeira.

- Referências: 67,68,69 e 70.

64
18. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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Disponível em: EPISÓDIO 30 - PICÃO-PRETO-AMAZÔNICO |
#pancnaveia #valdelykinupp - YouTube. Acesso em: 20 de agosto 2023

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