Ouvidos Do Rei, Agentes Da Justiça Ou Reféns Das Tessituras de Poder Local? Os Ouvidores Da Comarca Das Alagoas (1712-1801)
Ouvidos Do Rei, Agentes Da Justiça Ou Reféns Das Tessituras de Poder Local? Os Ouvidores Da Comarca Das Alagoas (1712-1801)
Ouvidos Do Rei, Agentes Da Justiça Ou Reféns Das Tessituras de Poder Local? Os Ouvidores Da Comarca Das Alagoas (1712-1801)
Todo bom súdito português sabia que o caminho, quase certeiro, para aquisição de um
ofício ou uma graça régia era a demonstração de suas façanhas, ações e proezas feitas em
nome do crescimento dos cofres e do prestígio do poder monárquico2. Normalmente, quanto
maiores os feitos mais agraciados eram os súditos que, ao mesmo tempo, garantiamstatus a
sua geração e as vindouras, já que muitas vezes tais benesses passavam a pertencer ao núcleo
familiar. Talvez fora com este intuito que Miguel da Cunha Leite tenha escrito ao Conselho
Ultramarino um pouco antes de 1680. Isto porque não se sabe ao certo o que este personagem
solicitava em suas letras, mas, por outro lado, a lista de suas ações no território “alagoano”3
reúne a ocupação do cargo de juiz de órfãos, escrivão da câmara, juiz ordinário e capitão de
infantaria de ordenança4.
Além dos ofícios administrativos, destaca-se o envolvimento na guerra contra os
Palmarinos aonde salientava que quase havia morrido devido a uma flechada perigosa que
1
Este artigo é resultado preliminar de quatro anos de pesquisa do projeto “Documentação, Poder e
Administração em Alagoas Colonial (Séculos XVII-XVIII)” apresentado desde 2009 no Programa de Iniciação
Científica (PIBIC) na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O mesmo contou ao longo destes anos com
bolsas para discentes do CNPq e da FAPEAL, o que aproveito para agradecer o financiamento. Além disso,
também gostaria de registrar a importância do trabalho de Dimas Marques, Lanúza Carnaúba, Alex Rolim e
Jacqueline Castro, bolsistas ou colaboradores ao longo deste tempo, que contribuíram para alguns dos resultados
aqui apresentados, bem como paras os questionamentos e problemas vindouros na tarefa de (re)pensar o passado
alagoano.
2
Sobre este assunto Cf. MONTEIRO, Rodrigo Bentes, CALAINHO, Daniela Bueno, FEITLER, Bruno e
FLORES, Jorge. Raízes do Privilégio: Mobilidade Social no Mundo Ibérico do Antigo Regime. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2011; SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Ser Nobre na Colônia. São Paulo: Unesp, 2005; e
RICUPERO, Rodrigo. A Formação da Elite Colonial – Brasil, c. 1530-c.1630. São Paulo: Alameda, 2009.
3
Toda vez que as expressões “Alagoas” e “alagoanos” aparecerem neste presente texto, se fará a opção pelo uso
de aspas já que será entendido com um conceito para compreensão de um espaço geográfico que ainda não
existe, pois oficialmente somente se efetivará em 1817 com a criação da Província das Alagoas. Assim, falar em
“Alagoas Colonial” se traduzirá no território do extremo sul da Capitania de Pernambuco entre os séculos XVI
ao XIX. Para o aprofundamento deste debate, ver: CAETANO, Antonio Filipe Pereira. “Existe uma Alagoas
Colonial? Notas Preliminares sobre os Conceitos de uma Conquista Ultramarina” In: Revista Crítica Histórica.
Maceió: Edufal, Nº 1, jan-jul, 2010.
4
Arquivo Histórico Ultramarino, Alagoas Avulsos, Documento 1. Este documento possui apenas um fólio, não
sendo necessária a especificação de sua menção em qualquer momento que esta fonte for citada neste artigo.
2
acabou sofrendo. Como não bastasse, destacava a proteção do Porto do Francês contra o
“inimigo”, provavelmente os holandeses, no qual havia perdido muitos de seus escravos e
“fazendas”, visto que a abasteceu de mantimentos e apetrechos de guerra. Por fim, tentando
demonstrar seus feitos, também em nome da expansão da fé, frisava a ajuda feita com 60 mil
réis de esmola para a edificação da Igreja matriz da localidade (o maior valor feito em doação
naquele momento, segundo o personagem), bem como disponibilizando seus negros para
auxiliarem na obra.
Catalogado como uma informação no Arquivo Histórico Ultramarino, este documento
provavelmente deveria compor um conjunto maior interligado a uma solicitação de rendas,
outros títulos e maiores honrarias. Diante da impossibilidade de decifrar seu destino fim neste
presente momento, duas questões interessantes os escritos do Conselho Ultramarino a partir
dos relatos de Miguel da Cunha Leite podem ser levantadas. Em primeiro lugar, o uso da
expressão “Capitania”, logo em suas primeiras linhas, para se remeter a “Alagoas”
transparece um ato falho instigante do órgão administrativo português. Tal proposição
possibilita um risco ou uma dúvida no entendimento de que até que ponto os contornos
políticos e administrativos das “conquistas alagoanas” estavam intrinsecamente emaranhados
à Capitania de Pernambuco. Considerar “Alagoas” já como Capitania pressupunha uma
autonomia por completa do controle político do Governador Geral de Pernambuco o que, para
toda a historiografia alagoana e pernambucana, somente ocorrerá em 1817.
Em segundo lugar, o conjunto dos ofícios e cargos ocupados por Miguel da Cunha
revela à existência de uma dinâmica camarista, administrativa e de defesa local que implica
em uma organização político-social do espaço “alagoano”. Neste sentido, mais do que
organizar o território, a proliferação destes elementos, dos agentes coloniais e de instituições
de poder contribui para o contorno jurisdicional da “futura” Capitania das Alagoas. Assim, o
presente texto visa discutir justamente o processo de formação política e a constituição de
poder na conquistas da parte sul da Capitania de Pernambuco que, aqui, será nomeada como
“Alagoas Colonial”. Para isso, tomar-se-á como objetivo o papel e o lugar das câmaras
municipais; as questões que envolvem as distribuições de cargos e títulos; e a delimitação
jurídica e criminal do lugar com a demarcação da Comarca. Tal análise visa, no fundo,
discutir essa relação entre a coroa portuguesa, a Capitania de Pernambuco e o território
3
alagoano entre os séculos XVII e XVIII. Para além disso, busca-se, inclusive montar uma
espécie de painel de como funcionava ou como estava a região sul da Capitania de
Pernambuco no século XVIII, principalmente o que se refere às suas estruturas políticas de
funcionamento. Isso porque mapear “Alagoas Colonial” implica automaticamente em
compreender seu lugar dentro da capitania e no complexo império ultramarino português.
5
Sobre o assunto ver, BOXER, Charles R. O Império Marítimo Português. São Paulo: Companhia das Letras,
2002; BICALHO, Maria Fernanda Baptista. “As Câmaras Ultramarinas e o Governo do Império” In BICALHO,
Maria Fernanda, FRAGOSO, João e GOUVEIA, Maria de Fátima. O Antigo Regime nosTrópicos: A Dinâmica
Imperial Portuguesa (Séculos XVI-XVIII). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, pp. 189-222.
4
Segundo Arthur Curvelo, não há registro das datas de criação das câmaras municipais
alagoanas de maneira isolada, aparecendo o ano de 1636 como o apontamento da criação das
três câmaras6. Suas hipóteses são corroboradas pelas informações do relatório de Adriaen Van
de Dussen e M. van Ceullen, de 14 de janeiro de 1638, que afirmava que começando do sul,
temos a primeira jurisdição, que se estende até o rio São Francisco ao rio Pirassinunga, e
como dissemos, nunca teve uma forma regular de poder 7 . E nomeando os territórios,
complementam os holandeses: as suas principais povoações são Penedo, Alagoa do Sul,
Alagoa do Norte (cada uma com uma povoação ou aldeia), e Povoação de Porto Calvo8.
Levando em consideração que a criação de Penedo fora em 1570, de Porto Calvo em
1575 e no mesmo ano a de Santa Maria Madalena de Alagoas do Sul, chega a ser estranho
considerar o aparecimento das câmaras somente na terceira década do século XVII. Mas o
princípio absurdo em considerar esta hipótese como viável também é respaldado nas lacunas
documentais, já que os conjuntos primários que precisariam as origens das vereanças
alagoanas não existem ou remontam à segunda metade do século XVII, ou seja, no pos bellum
holandês. Talvez seja por isso, também, que Isabel Loureiro tenha comprado a ideia de que as
câmaras dos escabinos, fundadas nas localidades pelo governo nassoviano, seriam a primeira
experiência de vereança no território “alagoano”9.
De todo modo, grande parte das informações que se tem hoje sobre as câmaras
municipais de “Alagoas Colonial” remetem-se ao século XVIII o que impede construções
mais profundas sobre seu passado mais remoto. E, além disso, estes conhecimentos estão
ligados a conjuntos documentais que não são as atas das câmaras, pois o que se tem
conhecimento é da existência de registros apenas para Santa Maria Madalena de Alagoas do
Sul (para fins do século XVII em diante) e Penedo (para o século XIX em diante). No entanto,
a partir do cruzamento de dados do Conselho Ultramarino, das informações gerais sobre a
6
CURVELO, Arthur Almeida Santos de Carvalho. “Os Conselhos da Comarca: Constituição e Especificidades
Administrativas das Câmaras Municipais da Comarca das Alagoas (Século XVIII)” In: CAETANO, Antonio
Filipe Pereira (Org.) Alagoas e o Império Colonial Português: Ensaios sobre Poder e Administração (Séculos
XVII e XVIII). Maceió: Cepal, 2010, p. 61.
7
DUSSEN, Adriae van der & CEULLEN, M. Van “Breve Discurso das Quatro Capitanias conquistas no Brasil
pelos Holandeses, de 14 de janeiro de 1638” In: MELLO, José Antonio Gonsalves de. Fontes para a História do
Brasil Holandês. Recife: Parque Histórico Nacional dos Guararapes, 1981, pp, 79-80.
8
Idem, pp. 79-80.
9
CURVELO, Arthur Almeida Santos de Apud LOUREIRO, Isabel. História de Alagoas. Maceió: Sergassa,
2000, p. 53.
5
10
Cf. LINDOSO, Dirceu. Formação de Alagoas Boreal. Maceió: Catavento, 2000.
11
Arquivo Histórico Ultramarino, Alagoas Avulsos, Documento 70, fl. 1.
6
de notas, bem como do cargo de ouvidor geral com jurisdição em suas redondezas12. Para o
Conselho Ultramarino, com base nos relatos do Governador e Ouvidor de Pernambuco, o
pleito era viável, sobretudo porque a vila era a que mais usava a administração da justiça por
ser aquela vila o domicílio ordinário dos delinqüentes13, causando constantes transtornos para
as correições do ouvidor de Pernambuco que se situava em Olinda14. Todavia, isso não parece
ter sensibilizado a coroa portuguesa que resolvera lotar a sede da Comarca das Alagoas em
Santa Maria Madalena, que em seus escritos, em 26 de maio de 1712, destacava a câmara que
Penedo era muito pobre, sem negócio algum, e assim não tem mais que um tabelião de notas
e judicial e escrivão de órfãos, e escrivão da câmara15.
Se o critério para a escolha de sedes dos órgãos administrativos portugueses levava em
consideração as questões econômicas, a Vila de Porto Calvo deveria ter, naquela ocasião,
prioridade como possibilidade de sede da justiça local. Localizada bem próxima a Olinda e
Recife, Porto Calvo sempre se mostrou mais afinada com o norte da Capitania do que com o
Sul. Sua câmara, dentre as primeiras “alagoanas”, é a que se tem menor informação, bem
como registros documentais. Mas, por outro lado, é nela que se encontra menção inicial da
existência de casa da câmara e cadeia, através de uma carta do ouvidor José da Cunha Soares,
em 9 de setembro de 1712, a D. João V informando a existência de uma planta para execução
16
da obra . Inseridos no circuito açucareiro, certamente os súditos de Porto Calvo
constantemente transitavam entre Olinda/Recife e sua vila, quando não eram os mesmos
súditos de Olinda e de Recife que possuíam engenhos na parte sul, mas viviam o seu
cotidiano político e social na parte norte da Capitania.
Isso implica em dizer que durante um bom tempo, Porto Calvo entrelaçava-se com
Olinda no âmbito administrativo, apesar de possuir em seus quadros maiores agentes
administrativos do que São Francisco de Penedo. Todavia, esta é uma questão que ainda
necessita de um fôlego maior de pesquisa, sobretudo cruzando as informações tanto das
12
Arquivo Histórico Ultramarino, Alagoas Avulsos, Documento 8, fl. 1.
13
Idem, fl.1.
14
Sobre este assunto, um interessante artigo é ROLIM, Alex, CURVELO, Arthur Almeida Santos de Carvalho,
MARQUES, Dimas Bezerra e PEDROSA, Lanuza Maria Carnaúba. “Crime e Justiça no Domicílio Ordinário
dos Delinquentes: Comarca das Alagoas (Século XVIII)” In: Revista Crítica Histórica. Número 3, Ano 2,
Julho/2012, pp. 33-58.
15
Arquivo Histórico Ultramarino, Alagoas Avulsos, Documento 10, fl. 2.
16
Arquivo Histórico Ultramarino, Alagoas Avulsos, Documento 12, fls. 1-2.
7
17
Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, 2º Livro de Vereações da Câmara de Alagoas do Sul, 00007, Cx
01, Pacote 02, A-Diversos.
8
cenário desta tessitura política local. Até porque tais órgãos administrativos e políticos
consolidam grupos sociais, formam alianças e configuram uma elite local.
18
FRAGOSO, João e FLORENTINO, Manolo. O Arcaísmo como Projeto: Mercado Atlântico, Sociedade
Agrária e Elite Mercantil em uma Economia Colonial Tardia – Rio de Janeiro, C. 1790- c. 1840. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2001.
19
BICALHO; FRAGOSO; GOUVEIA, Op. Cit., O Antigo Regime nos Trópicos.
9
20
Para este assunto, é interessante conferir GOMES, Flávio (Org.) Mocambos de Palmares: Histórias e Fontes
(Séculos XVI-XIX). Rio de Janeiro: 7 Letras, 2010; LINDOSO, Dirceu. A Razão Quilombola: Estudos em
torno do Conceito quilombola de nação etnográfica. Maceió: Edufal, 2011.
21
MARQUES, Dimas Bezerra. “Por Meus Méritos às Minhas Mercês” – Elites Administrativas e a
Distribuição de Cargos (Comarca das Alagoas, Séculos XVII-XVIII). Monografia (Graduação em História),
Universidade Federal de Alagoas, 2011, pp. 29-30.
22
Idem, p. 26.
10
23
Idem, Ibidem, p. 56;
24
Idem, ibidem, p. 58;
11
Albuquerque de Jesus, ao pedir o cargo de juiz dos órfãos e escrivão da câmara, em 1732,
dizia que seu pai, Jerônimo de Albuquerque de Melo tinham enfrentado os negros de
Palmares; os oficiais da câmara de Alagoas do Sulqueriam os ofícios de escrivão e meirinho
da correição e, em 1751, assinalaram que tinham financiado a conquista da região; mesmo
discurso usado pelos oficiais da câmara de Penedo, em 1755, para ganharem o estatuto de
privilégios similares à câmara do Porto, em Portugal25.
Se Evaldo Cabral de Mello nos apresenta os usos e abusos da batalha para a expulsão
dos flamengos pelos pernambucanos, através de gerações, para o alcance de benesses régias26,
o episódio dos negros palmarinos teria a mesma função para os portugueses sitiados em
“Alagoas Colonial”. Ou seja, a elite local passava a reconhecer as realizações específicas de
seus espaços para zelar pelo pacto político junta à coroa portuguesa. Neste sentido, as
concessões monárquicas implicavam, automaticamente, na formação de uma elite local
própria, deveras afastada das características do reino, bem como com interesses particulares e
diferentes da Capitania de Pernambuco.
Logo, a consolidação da câmara e o diálogo direto com o rei em busca de negociação
por cargos instituíram um grupo diferenciado, que se volta muito mais para o atendimento dos
remédios do cotidiano “alagoano” do que para a Capitania como um todo. Além disso, tais
grupos se espalhavam pelas diferentes vilas e nelas adquiriam características do lugar,
identidades do local e necessidades específicas de seus territórios. Talvez, o elemento comum
que unia tais grupos era a plena consciência dos mecanismos de distribuição de mercês da
coroa portuguesa, prática da cultura do Antigo Regime perpetuada ao longo de gerações e
maturada e (re)significada nas conquistas ultramarinas.
25
MARQUES, Dimas Bezerra, Por Meus Méritos às Minhas Mercês, Op. Cit., p. 33.
26
Cf. MELLO, Evaldo Cabral de. Rubro Veio – O Imaginário da Restauração Pernambucana. Rio de Janeiro:
Topbooks, 1997.
12
27
Arquivo Nacional/Torre do Tombo, Registro Geral de Mercês, D. João V, Livro 4, fl. 540 (MF 2425).
28
CAMARINHAS, Nuno. “O Aparelho Judicial Ultramarino Português” – O Caso do Brasil (1620-1800) In:
Almanack Brasiliense, Número 9, maio, 2009, pp. 85.
29
Arquivo Nacional/Torre do Tombo, Registro Geral de Mercês, D. João V, Livro 4, fl. 540 (MF 2425).
13
30
Cf. PANTOJA, Selma e SARAIVA, Flávio Sombra (Org.) Angola e Brasil nas Rotas do Atlântico Sul. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
31
Para a compreensão do que entendemos como identidade, é interessante Cf.AZEVEDO, Cecília Silva.
Identidades compartilhadas: a identidade nacional em questão. In: Martha Abreu; Rachel Soihet. (Org.). Ensino
de História: conceitos, temáticas e metodologias. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003, pp. 38-54.
14
cada vez menos aos representantes correlatos em Pernambuco. Esse afastamento promoveu o
delinear de uma identidade local e recua, em meu entendimento, a construção de um lugar
alagoano de 1817 para 1712, momento em que se percebe claramente que isso aqui só era
Pernambuco no papel, e se consideramos a fala do Conselho Ultramarino na descrição dos
feitos de Miguel da Cunha Leite que considerava aqui uma capitania e não uma “parte sul”,
mesmo em 1680, nem no papel ainda era, principalmente porque os agentes ultramarinos
sabiam com precisão o território que tinham nas mãos.
Arquivo Nacional/Torre do Tombo, Registro Geral de Mercês, D. João V, Livro 4, fl. 540
(MF 2425).
BOXER, Charles R. O Império Marítimo Português. São Paulo: Companhia das Letras,
2002.
CAETANO, Antonio Filipe Pereira. “Existe uma Alagoas Colonial? Notas Preliminares sobre
os Conceitos de uma Conquista Ultramarina” In: Revista Crítica Histórica. Maceió: Edufal,
Nº 1, jan-jul, 2010.
CAMARINHAS, Nuno. “O Aparelho Judicial Ultramarino Português” – O Caso do Brasil
(1620-1800) In: Almanack Brasiliense, Número 9, maio, 2009.
DUSSEN, Adriae van der & CEULLEN, M. Van “Breve Discurso das Quatro Capitanias
conquistas no Brasil pelos Holandeses, de 14 de janeiro de 1638” In: MELLO, José Antonio
Gonsalves de. Fontes para a História do Brasil Holandês. Recife: Parque Histórico Nacional
dos Guararapes, 1981.
GOMES, Flávio (Org.) Mocambos de Palmares: Histórias e Fontes (Séculos XVI-XIX). Rio
de Janeiro: 7 Letras, 2010.
MELLO, Evaldo Cabral de. Rubro Veio – O Imaginário da Restauração Pernambucana. Rio
de Janeiro: Topbooks, 1997.
PANTOJA, Selma e SARAIVA, Flávio Sombra (Org.) Angola e Brasil nas Rotas do
Atlântico Sul. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
ROLIM, Alex, CURVELO, Arthur Almeida Santos de Carvalho, MARQUES, Dimas Bezerra
e PEDROSA, Lanuza Maria Carnaúba. “Crime e Justiça no Domicílio Ordinário dos
Delinquentes: Comarca das Alagoas (Século XVIII)” In: Revista Crítica Histórica. Número
3, Ano 2, Julho/2012, pp. 33-58.
17
SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Ser Nobre na Colônia. São Paulo: Unesp, 2005.