E Book Pascoa 2023 Salesianos Editora
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PÁSCOA
“A alegria do cristão brota da escuta e receção da Boa Nova da
morte e ressurreição de Jesus: o kerygma.”
Papa Francisco, MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2020)
A época pascal não é “apenas mais uma festa”, mas antes o centro
do ano litúrgico onde celebramos a presença de Cristo entre os seus
discípulos, a Sua manifestação nos sinais que, depois da Ascensão,
se tornarão uma extensão do Seu corpo glorioso: a Palavra, os
Sacramentos, a Eucaristia.
Cristo vive na Igreja. A luz do Círio, o altar, a pia batismal,
a cruz gloriosa, o ambão, a assembleia, são sinais visíveis
da Sua presença hoje.
Trabalhemos por uma Páscoa autêntica, sincera e expressiva,
onde colocamos a nossa vida em jogo. O melhor serviço que
poderíamos prestar às nossas comunidades cristãs seria tentar
comunicar este espírito pascal de celebração, de fé no Ressuscitado,
de esperança no caminho para a vida que Deus quer.
VIGÍLIA PASCAL
TRÍDUO PASCAL
Na noite do Sábado Santo para o Domingo de Páscoa as
A terminologia mudou nos últimos anos. Era mais usual
comunidades cristãs celebram a Vigília Pascal, a celebração
falarmos em "Quinta-feira Santa", "Sexta-feira Santa" e
mais importante de todo o ano.
"Sábado Santo”. Atualmente, falamos em "Tríduo Pascal",
que vai da Quinta-feira Santa ao Domingo da Ressurreição: Durante esta Vigília acompanhamos Cristo na sua passagem
a Páscoa de Cristo que morreu, foi sepultado e ressuscitou. da morte para a vida.
Este Tríduo é o ponto alto do ano cristão, antecedido pelos
É a noite em que, de um fogo novo, acendemos o círio da
quarenta dias de preparação da Quaresma e prolongado
Páscoa e cantamos solenemente o precónio pascal.
pelos cinquenta dias do tempo pascal.
Entendendo este Tríduo como um único dia (a Eucaristia É a noite em que ouvimos mais leituras do que o habitual,
central é a da Vigília entre sábado e domingo), principia com tanto do Antigo Testamento como do Novo Testamento, e
a missa vespertina de Quinta-feira Santa em que especialmente do Evangelho da Ressurreição. É a noite
recordamos como Jesus instituiu a Eucaristia, precisamente mais apropriada para celebrar os batismos, ou pelo menos
como uma preparação e expressão sacramental da Sua para recordá-los através da aspersão da água do benta.
morte e ressurreição.
E, acima de tudo, celebramos nesta noite a Eucaristia mais
importante do ano, participando do Corpo e Sangue do
Senhor Ressuscitado.
Esta vela também é acesa em outros dois momentos muito significativos na vida de um
cristão: os ritos de batismo e funerais, ou seja, o início e a plenitude da nossa comunhão
com Jesus Cristo.
ALELUIA
A palavra "Aleluia" vem do hebraico "hallelu-Yah", "louvado seja Yahweh, louvado seja
Deus". É uma aclamação judaica, já antes do tempo de Jesus, e agora também
partilhada pelos cristãos.
A palavra "Páscoa" vem do hebraico "pesah", que significa "saltar, passar". O anjo
de Deus "passou por cima" das casas dos judeus, no último castigo sobre o Egipto.
E todo o povo "passou" o Mar Vermelho, no seu caminho para a liberdade. Para os
cristãos, a Páscoa significa a "passagem" de Jesus, através da morte, para a nova vida
do Ressuscitado.
A data da Páscoa varia. É celebrado "no domingo a seguir à lua cheia depois do equinócio de
Primavera", e pode calhar entre 22 de Março e 25 de Abril.
CINQUENTENA PASCAL
O tempo pascal desenrola-se em sete semanas de festa, desde o Domingo
de Páscoa até ao Domingo de Pentecostes, que em grego significa
"cinquenta". Celebramos estes cinquenta dias com alegria, como um único
dia de festa, como um grande domingo contínuo.
Mas há sacramentos que consideramos mais especificamente pascais: o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia.
A Páscoa é o momento mais apropriado para receber o Batismo, o sacramento em que estamos imersos pela primeira vez
("batismo" significa "imersão") na morte e ressurreição de Cristo; a Confirmação é o sacramento em que Cristo Ressuscitado,
através do Bispo, nos dá o seu maior dom, o Espírito; e na Eucaristia, ao celebrarmos o memorial da sua Páscoa, recebemos o
seu Corpo e Sangue como alimento.
PENTECOSTES
A palavra "Pentecostes" é grega e significa
"quinquagésimo".
Estes dias devem ser distinguidos dos outros dias do ano litúrgico, a fim de expressar que neles a Igreja vive
uma antecipação daquela felicidade que acredita e espera encontrar quando participa na vida e na vitória do seu
Senhor ressuscitado.
Muito antes da Quaresma e das outras épocas litúrgicas, a comunidade cristã já celebrava o
quinquagésimo dia com alegria; quem não expressasse a sua alegria durante esses dias era
considerado um estranho para o povo cristão, ou seja, era visto como alguém que não tinha
compreendido o que era o Evangelho.
Esta festa, tão longa em relação ao habitual, pode ser um convite para viver a originalidade radical
do cristianismo, para experimentar até que ponto "os sofrimentos de hoje não superam a glória
que um dia nos será revelada" (Rom 8, 18), para pôr um sinal de que acreditamos que a alegria
que o Senhor nos reserva é algo que "nem os olhos viram, nem os ouvidos ouviram, nem o
homem pode pensar" (1 Cor 2, 9).
LOCAL DA CELEBRAÇÃO
Durante a celebração da Páscoa, deve ter-se o cuidado de assegurar que o local de celebração apareça sempre tão festivo
quanto possível. Luzes e flores deveriam ser mais abundantes. Se possível, a sua disposição deve variar de dia para dia para
evitar a monotonia. Seria também aconselhável colocar no altar toalhas mais coloridas para a Missa. O lugar da Palavra,
o ambão, se a sua estrutura o permitir, deve ser coberto com um pano branco.
Em relação a outros elementos, sendo possível, deve ter-se o cuidado de utilizar objetos litúrgicos diferentes do habitual.
Isto é o que deve dar à nossa vida comunitária e ação hoje uma comunidade cristã deve dar testemunho, a todos
pastoral o impulso para a celebração do tempo pascal. Além os que a veem e conhecem, de que vale a pena viver para
disso, os cristãos devem ser sinais claros para os outros da Cristo e com Cristo.
presença do Ressuscitado. Como a Igreja primitiva, segundo
Viver o tempo pascal é ser notado na nossa alegria e
os Actos, os cristãos eram, no meio da sociedade hostil ou
entusiasmo; na nossa dedicação, na nossa esperança cristã
indiferente que os rodeava, um fermento e um testemunho
cheia de otimismo, na nossa fé que nos move a celebrar.
vivo de que o Senhor tinha ressuscitado. Assim, também
SUGESTÕES PASTORAIS
Há diversas formas de convidar a comunidade a celebrar a Páscoa.
Seria interessante manter o carácter alegre das celebrações eucarísticas,
dominicais e festivas.
UM ESTILO CELEBRATIVO
Fazer a aspersão da água todos os domingos, apresentá-la como recordação pascal do batismo, tornando-a muito
significativa, se necessário indo até ao fim da igreja, no corredor central.
Cantar; cantar muito, e cantar canções da Páscoa. O Aleluia deve ecoar com frequência.
A homilia, se possível, diariamente.
Destacar a oração eucarística, cantando cada domingo, se conhecido, o prefácio, ou a aclamação da consagração ou a
doxologia final.
Rezar o Credo sob a forma de perguntas todos os domingos, fazendo a procissão do ofertório e dizendo a bênção solene.
Em suma, viver a comunhão cristã não é apenas encontrar-se para conviver, é também encontrar-se para celebrar.
Canta-se o Aleluia Pascal e os temas propostos no lecionário dominical referem-se à Ressurreição de Cristo, a saber:
Domingo IV: a salvação acontece por Cristo, porta do redil e bom pastor;
Domingo VI: a permanência de Deus connosco, a comunidade expande-se e o Espírito Santo é prometido;
Domingo VII: a Ascensão do Senhor, os testemunhos da glória de Jesus e a sua oração ao Pai;
- As celebrações em honra de Nossa Senhora ou dos santos - Nos lugares onde é costume abençoar casas por ocasião
que caem nos dias de semana não podem ser transferidas das festas pascais, o pároco, outros padres ou diáconos por
para estes domingos. ele delegados terão o cuidado de o fazer.
- Os primeiros oito dias da época da Páscoa constituem - As orações eucarísticas têm os seus próprios elementos
a oitava da Páscoa e são celebrados como as solenidades para a oitava da Páscoa.
do Senhor.
- É apropriado usar a bênção solene.
- Durante a oitava da Páscoa, aqueles que receberam
- Na oitava da Páscoa reza-se o Glória e a sequência é
o batismo na Vigília Pascal devem ser lembrados na oração
opcional.
eucarística.
- Na Missa, acrescenta-se o Aleluia às antífonas da entrada
- É muito apropriado que as crianças recebam a sua
e comunhão, a menos que o significado da Missa o impeça.
Primeira Comunhão nestes Domingos de Páscoa.
ÁGUA BENTA
Na noite de Páscoa, na Vigília Pascal, A época pascal é um tempo sacramental, A água, que expressa purificação,
a pia batismal foi aberta, foram um tempo de renovação das nossas lembra-nos que somos cristãos e que
realizados batismos, a água foi promessas batismais. estamos prontos a caminhar com ele
abençoada, as pequenas pias de água na celebração.
Na Eucaristia dominical ao longo do
benta nas entradas da igreja foram
ano, e especialmente nos oito É bom que toda a assembleia seja
enchidas com a nova água da Vigília, e
domingos deste tempo, o missal aspergida, que se tome tempo para
algumas pessoas até levam água
recomenda que comecemos, não com este rito. É um gesto a ser realizado
benta para casa.
o ato penitencial, mas com a com expressividade e delicadeza.
aspersão, em recordação do Batismo.
Após a saudação, o padre convida a comunidade a rezar com estas ou outras palavras
semelhantes:
Há outros lugares onde a Visita Pascal é tradição, e o pároco entra nas casas abençoando as famílias, e apresentando a cruz
de Cristo Ressuscitado.
VÉSPERAS DO BATISMO
Ao longo da história, as segundas vésperas do Domingo de Páscoa têm tido um carácter
batismal. Seria interessante recordar estas Vésperas de batismo com alguns “gestos” no final
do Domingo de Páscoa, dando graças pelo dom que Deus nos deu ao fazer-nos seus filhos.
- Após a entrada do presidente e uma monição, as Vésperas podem começar com o rito da luz:
o presidente acende o Cirio, enquanto se canta um hino pascal ao Senhor Ressuscitado.
Também é possível que cada pessoa tenha uma vela acesa a partir do Círio.
- Após os salmos e a breve leitura, é cantado um hino batismal, enquanto todos os presentes
vão em procissão para o batistério. Tudo está aí bem preparado, decorado com flores, etc.
Pode fazer-se a aspersão, mesmo que já tenha sido feita pela manhã, ou simplesmente tocam
na água para fazer o sinal da cruz.
- Que seja colocado num lugar visível e digno, bem adornado de flores.
- Deve ser colocado perto do ambão, uma vez que o que a Palavra
nos anuncia com a sua mensagem pascal é-nos dado pelo próprio
Cristo através da luz da vela.
O ACENDER DO CÍRIO
Antes de iniciar a celebração eucarística (antes do hino de entrada e procissão), um membro da comunidade pode acender o
círio de forma solene. Caso tenha havido batismos de adultos, podem ser eles a assumir este gesto. A celebração começa em
silêncio, com o olhar e atenção sobre a vela pascal. Podem proclamar-se frases das leituras do dia, em particular do
Evangelho. Damos alguns exemplos.
ALELUIA
Na sinagoga e no templo judeu os salmos aleluiáticos eram cantado aos domingos ao longo do ano. O Aleluia é como a
cantados por um solista e todos os presentes responderam essência do louvor divino que nos antecipa e nos dá uma
com Aleluia depois de cada verso. O canto de Aleluia entrou amostra do louvor cantado sem interrupção pelos anjos e
mais tarde no culto cristão, na altura da formação de todas pelos eleitos na Jerusalém celestial. Enquanto não
as liturgias do Oriente e do Ocidente. No Ocidente, o estivermos no céu, Aleluia será o canto e o conforto do
carácter festivo de Aleluia tornou-se cada vez mais peregrino que canta e caminha, o canto do navegador.
acentuado e foi mesmo suprimido durante a Quaresma e
Por isso, aqui estão algumas breves sugestões de como
nos dias de jejum. Já na época de S.Gregório ocupava um
podemos usar o Aleluia para nos despedirmos dele na
lugar de destaque na época da Páscoa, mas também era
Quaresma e dar-lhe as boas-vindas na Páscoa.
- Fazê-lo com solenidade, mesmo com mais uma canção durante o dia que contenha a palavra Aleluia.
- Propor algumas palavras muito breves e simples de despedida ao Aleluia no final da celebração. Poderia dar a bênção final e
depois dizer: "Vamos começar a Quaresma e por isso hoje dizemos adeus ao Aleluia. A sua ausência é talvez uma das maiores
das nossas penitências da Quaresma. Como cantaremos o cântico do Senhor numa terra estrangeira?
Recomendamos o que o Cerimonial dos Bispos indica para a receção do Aleluia na Noite Santa:
Terminada a Epístola, conforme as conveniências e os costumes locais, um dos diáconos ou um leitor dirige-se ao Bispo e diz-lhe: Reverendíssimo Pai, eu vos
anuncio uma grande alegria: o Aleluia.
Após este anúncio, ou, sem ele, imediatamente após a Epístola, todos se levantam. O Bispo, de pé, sem mitra, entoa solenemente o Aleluia, ajudado, se for
necessário, por um dos diáconos ou por um dos concelebrantes. Canta-se por três vezes, subindo gradualmente de tom: e o povo repete-o cada vez no mesmo
tom. Depois, o salmista ou o cantor recita o salmo, e o povo responde: Aleluia. (retirado do Cerimonial dos Bispos)
- Deve ser um momento solene.
- Onde todos cantam.
- Com acompanhamento musical bem ensaiado
Salesianos Editora, 2023
FLORES
As flores na igreja não podem ser meros motivos decorativos,
mas sim pontes para a oração.
O responsável que cria uma decoração floral litúrgica coloca-se ao serviço.
Neste sentido, é uma parte que torna visível a história sagrada da salvação "aqui e
agora". As flores, passando pela nossa oração e apresentadas na celebração litúrgica,
são adoração, louvor, oferenda e ação de graças. Tal como uma lâmpada acesa continua
a nossa oração mesmo quando estamos fisicamente noutro lugar, assim também a
decoração floral prolonga a nossa oração e é uma "memória" de um momento de
salvação. Entende-se que as flores não rezam, mas podem fazer-nos rezar, cumprindo
assim a sua missão e o seu cântico de louvor ao Criador.
Há uma tradição que explica porque é que nalguns países os ovos são
pintados de vermelho. Segundo esta lenda – é disto que se trata - alguns
habitantes de Jerusalém deram às crianças ovos para atirar a Jesus enquanto
ele passava no seu caminho para o Calvário. Em contacto com Jesus, os ovos
ficaram em sangue.
Livros consultados:
Edições Salesianas: Viver os Actos dos Apóstolos hoje; Celebrar com crianças – ano C; Personagens bíblicos da Quaresma e Páscoa; Rezar na Páscoa – ano A (2023)
Editorial CCS: Recrear la Cuaresma, la Pascua y Pentecostés
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