(TEORIA) ZILBERMAN, R. Estética Da Recepção e História Da Literatura, 1989.
(TEORIA) ZILBERMAN, R. Estética Da Recepção e História Da Literatura, 1989.
(TEORIA) ZILBERMAN, R. Estética Da Recepção e História Da Literatura, 1989.
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41
Regina Zilbennan
Doutora em Letras pela Universidade de Heidelberg
Professora da Pontiftcia Universidade Católica - AS
ESTETICA N
DA RECEP AO ~
E HISTORIA
DA LITERATURA
DlreçAo
Benjamin Abdala Junior
Samlra Youssef Campedelll
PreparaçAo de texto
Ivany Plcasso Batista
Coordenaçlo de Composição
(Produ9lo/Paglnaçlo tm vldlo)
Neide Hlroml Toyota
Dirce Ribeiro de Araújo
Edição de arte (miolo)
Milton Takeda
Divina Rocha Corte
Capa
Ary Normanha
ISBN 85 08 O~~ 2
1989
Todos os direitos reservados
Editora Atlca S.A. - Rua Barão de Iguape, 110
Tel.: (PABX) 278·9322 - Caixa Postal 8656
End. Telegráfico "Bomllvro" - São Paulo
Sumário
Apresentação 5
1. A estética da recepção no horizonte dos
anos 60 8
J auss e Gadamer 11
2. Paralelas que se encontram em algum lugar
da teoria 13
A sociologia da leitura 16
O estruturalismo tcheco 19
O Reader-Response Criticism 24
3. Projetando a nova história da literatura 29
Os métodos da história da literatura 30
Quatro premissas 33
Programa de ação 37
4. Da teoria à prática 41
Resgate de Ifigênia _ -
5. Experiência estética _
Os padrões de interação _ 1
Experiência estética e vanguarda 53
Poíesis, aisthesis e katharsis 54
Katharsis e identificação 57
Tipologia do herói 59
6. Hermenêutica literária 62
Efeito e recepção 63
Compreensão, interpretação e aplicação 66
Proposta metodológica 70
7. Helena: um caso de leitura 74
o retrospecto 76
Leis sociais e aparência 79
Leitor e sociedade 83
A recepção 88
Revisão da obra inicial 93
8. Fim do percurso? Encruzilhadas 99
Críticas e dissensões 103
Pequeno balanço final 108
9. Vocabulário crítico 112
10. Bibliografia comentada 115
1
Apresentação
•
Vinte anos após Hans Robert Jauss ter exposto a conferência
depois considerada o manifesto da estética da recepção, pode pare-
cer tardia a tentativa de familiarizar o leitor brasileiro com essa ver-
\ tente da teoria da literatura. Ou então testemunhar indiretamente que,
I no Brasil, o último grito sempre chega atrasado, depois de a moda
ter se esgotado em seu lugar de origem.
Não é essa a perspectiva do livro que aqui começa, nem de sua
apresentação. Oferecer a estética da recepção como um novo figuri-
no ou esperar que ela encontre seguidores e adeptos entre nós, sedu-
zidos por suas promessas e já saturados de alguma outra corrente
crítica ou filosófica, é não apenas ter uma visão frívola da teoria da
literatura ou do intelectual brasileiro; significa também colaborar para
a alienação e dependência culturais, de que aquela frivolidade é um
dos sintomas. Por outro lado, pensar que, sem essas justificativas,
não se explica a introdução de correntes do pensamento contemporâ-
neo ao estudioso no campo das idéias parece igualmente tomar em
bem pequena conta nosso ambiente cultural.
Por isso, talvez seja mais justo e frutífero apoiar a apresenta-
ção da estética da recepção tão-somente na relevância de uas
1 na dimensão que foram assumindo durante os ano 70 obre
6 ESTÉTICA DA RECEPÇÃO E HISTÓRIA DA LITERATURA
I Cf. Hans Robert , Der Leser aIs lnstanz eincr neuen Geschichte
.IALSS, der Litera-
tur. Poetica, 6 (3-4) : 325-44, 1975.
A ESTÉTICA DA RECEPÇÃO NO HORIZONTE DOS ANOS 60 9
obra. Por outro lado, fundado nessa constatação, Wolfgang Iser, co-
lega de J auss e importante elemento na constituição da constelação
teórica da estética da recepção, sugere que o texto possui uma estru-
tura de apelo [Appelstruktur]. Por causa desta, o leitor converte-se
numa peça essencial da obra, que só pode ser compreendida enquan-
to uma modalidade de comunicação.
Desta maneira, se a fenomenologia associada às pesquisas de
Ingarden é avessa a uma teoria da literatura que considere o leitor
um fator básico do processo artístico, seus desdobramentos vieram
a se opor à origem, ainda que não contradigam as idéias principais,
conforme se observa no trabalho de Iser. Eis por que Susan Sulei-
man inclui a fenomenologia entre as variedades da por ela designada
crítica dirigida para a Audiência [Audience-oriented Criticism], no
ensaio de abertura à coletânea The Reader in the Text.
Hohendahl cita ainda o historicismo enquanto proposta que di-
verge da estética da recepção, embora a esse não se possa aplicar o
princípio formulado por H. Link. Como, segundo o Autor, a atuali-
zação, conceito importante para Jauss, por significar a possibilidade
de a obra do passado ser percebida dentro do horizonte contemporâ-
neo por efeito da leitura, "é blasfêmia para o historicismo que visa
à identificação [da obra] com um dado período histórico" (p. 30),
ele exclui essa corrente do campo da recepção.
Este, porém, tem condições de acolher muitos outros hóspedes
além dos membros da Escola de Constança. Em sua resenha, S. Su-
leiman, elencando as tendências da crítica que lidam com o recebe-
dor enquanto peça importante da teoria, alude: à retórica, à semiologia
e ao estruturalismo, na medida em que se preocupam com o processo
de decodificação do texto pelo destinatário; à psicanálise e à herme-
nêutica, por lidarem com a questão da interpretação; e à sociologia
da literatura que, mesmo num autor à primeira vista alheio ao tópi-
co, como Lucien Goldmann, analisa a interação da obra com o
público.
De certo modo, nessas correntes do pensamento está presente
o princípio de que a literatura constitui um caso especial de comuni-
cação, em oposição às teses relacionadas por Hohendhal. Todavia,
nem sempre o leitor, o processo da leitura ou a experiência estética
são considerados elementos centrais para o conhecimento e interpre-
tação da obra literária. Esses são igualmente critérios para melhor
delimitar o campo da recepção, levando a uma gradual aproxima ão
dele, Um deles está presente, por exemplo, na Poética, de Aris . -
16 ESTÉTICA DA RECEPÇÃO E HISTÓRIA DA LITERATURA
These presented to the First Congress of Slavic Philologist in Prague, 1929. In: STEI.
~ER. reter, cd. Op. cit., p. 16.
21 EST~TICA DA RECEPÇÃO E HISTÓRIA DA LITERA ruRA
11 Cf. Idem. The reader in history: the changing shape of literary response. Ibidem.
12 Cf. PRATI, Marie Louisc. Interpretativc strategies/strategic interpretation. On anglo-
american Reader Response Criticism. In: ARAC, Jonathan, ed. Postmodernism and
politics. Minneapolis, University of Minnesota Press, 1986.
13 ROSENBLATI, Louise M. On the aesthetic as the basic model of the reading processo
In: GARVIN, Harry, ed. Theories of reading, looking and listening. Lewisburg, Buck-
nell University Press; London, Associated University Press, 1981. p. 19. A citação se-
guinte é também retirada deste texto.
14 FISH, Stanley. Literature in the reader: affective stylistics. In: . ls there a text
in this class? The authority of interpretative communities. Cambridge, Harvard Uni-
versity Press, 1980. p. 23. As demais citações retiradas deste texto serão indicadas pelo
número da página onde se encontram, colocado entre parênteses.
PARALELAS QUE SE ENCONTRAM EM ALGUM LUGAR DA TEORIA 17
1 Nos ensaios sobre a literatura medieval, Jauss faz questão de indicar os pontos de
contato entre o trabalho com essa produção e os objetivos da estética da recepção.
Cf. JAUSS, Hans Robert. Littérature médiévale et expérience esthétique. Actualité des
Questions de litlérature de Robert Guiette. Poétique, 3/ : 322-36, set. 1977; e: Idem.
The aIterity and modernity of medievaIliterature. New Literary History, lO (2) : 181-229,
Inverno de 1979.
2 JAUSS, Hans Robert. Literaturgeschichte ais Provokation der Literaturwissenschaft.
In: . Literaturgeschichte aIs Provokation, 4. ed. Frankfurt, Suhrkamp, 1974.
p. 146. Como serão retiradas várias citações desse ensaio, doravante indicaremos, en-
tre: parênteses, apenas o número da página onde elas se encontram.
PROJETANDO A NOVA HISTÓRIA DA LITERATURA 31
5É o que se verifica no seu último livro, Âsthetische Erfahrung und literarische Her-
meneutik ; publicado em 1982.
PROJETANDO A NOVA HISTÓRIA DA LITERATURA 37
Nas suas palavras, "a relação entre literatura e leitor pode atualizar-
se tanto no terreno sensorial como estímulo à percepção estética, co-
mo também no terreno ético enquanto exortação à reflexão moral.
A nova obra literária é acolhida e julgada tanto contra o background
de outras formas artísticas, como ante o background da experiência
cotidiana da vida" (p. 203).
A última tese parece fugir aos objetivos de uma história da lite-
ratura. Porém, cumpre lembrar que o Autor compreende essa última
como o fundamento para uma nova ciência literária; conseqüente-
mente, esta também precisa examinar seu objeto desde o ângulo da
ação que provoca. Por isso, sua conclusão é coerente com o projeto
geral, caracterizado pela seguinte aspiração:
o Intervalo entre literatura e história, conhecimento estético e
conhecimento histórico, pode ser ultrapassado, quando a história da
literatura não se limitar a descrever de novo o processo da história ge-
rai através do espelho de suas obras e descobrir, no curso da "evolu-
ção literária", em seu sentido próprio, aquela função educativa e social,
que correspondla à literatura quando esta concorria com outras artes
e poderes sociais para emancipar o homem de suas ataduras naturais,
religiosas e sociais (p. 207).
lhidos pela Escola de Frankfurt, indicando como essa acaba por tor-
nar o conceito de modernidade, eminentemente histórico, uma essência
ideal e imutável, um valor absoluto, usado para medir a qualidade
das criações artísticas. A acepção de modernidade empregada por
Adorno e Benjamin também é histórica, fruto das novas circunstân-
cias e, como tal, precisa se alinhar às precursoras, enquanto parte de
uma cadeia de eventos dentro da qual não é melhor, nem pior, supe-
rior, nem inferior.
Embora nesse ensaio Jauss não discuta diretamente as idéias de
Adorno, a rejeição, com argumentos colocados no posfácio do en-
saio aqui resumido, da interpretação dada por Benjamin ao conceito
de moderno em Baudelaire, numa época em que se supunha uma iden-
tidade de pensamento entre os dois teóricos, 3 sugere serem aquelas
um dos alvos do trabalho. Este, por outro lado, é igualmente revela-
dor de seu sistema de investigação, e, enquanto tal, reaparece poste-
riormente em textos de destinação variada. Talvez esse tipo de pes-
quisa seja uma das marcas registradas de Jauss, permitindo conferir
a visão relativista que tem da história. Para ele, não há um ponto
de observação privilegiado: todos, incluindo o próprio ensaísta, per-
tencem ao encadeamento temporal, de onde examinam o presente e
o passado. Jauss responsabiliza-se pela descrição do processo global;
porém, como bom discípulo da hermenêutica e de Gadamer, sabe que
.
\ sua posição também deve ser objeto de reflexão e inserção na história .
A relação do sujeito com seu tempo não é pensada, contudo,
na perspectiva pessoal. Ele a investiga em outro estudo pertencente
ao livro de 1970, cujo tema é a constatação do final de um período
artístico pelos escritores que participam dele. J auss analisa agora os
escritos de H. Heine e Stendhal, artistas separados por várias circuns-
tâncias, mas próximos neste aspecto: foram capazes de perceber o es-
gotamento da estética romântica e dirigir a literatura para um novo
modelo de representação da realidade, apontando para as tendências
peculiares ao Modernismo.
De novo ele se mostra preocupado com a questão da moderni-
dade, procurando situar seu aparecimento dentro de um quadro his-
tórico perfeitamente definido. Neste sentido, talvez o próprio J auss
estivesse reagindo aos acontecimentos dos anos 60, quando se agu-
J Sobre as relações entre Adorno e Benjamin e a recepção deste por aquele, v. Ko-
THE, Flávio R. Adorno & Benjamin; confrontos. São Paulo, Ática, 1978.
DA TEORIA A PRÁTICA 4S
4 JAUSS, Hans Robert. Der Ende der Kunstperiode - Aspekte der literarischen Revo-
lution bei Heine, Hugo und Stendhal. In: . Literaturgeschichte ... , cit., p. 142-3.
5 Idem. Racines und Gocthcs Iphigenie. Mit einem Nachwort über die Partialitãt der
Rezeptionsãsthetik Methode. Neue Hefte für Philosophie, 4 : 01-46, 1973. p. 1. Este
ensaio foi rcpublicado, sem alterações, em: W ARNING, Rainer, Hrsg. Rezeptionsãsthe-
tik; Theorie und Praxis. München, Fink, 1975.
46 ESTÉTICA DA RECEPÇÃO E HISTÓRIA DA LITERATURA
2 Cf. Idem. Geschichte der Kunst..., cit.; também Idem. Racines und Goethes ... , cit.
J Cf. Idem. Âsthetische Erfahrung und literarische Hermeneutik. München, Fink, 1977.
4 Idem. La Douceur du Foyer: Lyrik des Jahres 1857 ais Muster der Vermittlung so-
zialer Normen. In: WARNING, Rainer, Hrsg. Rezeptionsãsthetik; Theorie und Praxis.
München, Fink, 1975. p. 401. As demais citações provêm dessa edição, sendo indica-
da, entre parênteses, a página onde se encontram.
52 ESTÉTICA DA RECEPÇÃO E HISTÓRIA DA LITERATURA
5 Idem. Kleine Apologie der âsthetischen Erfahrung. Konstanz, Verlag der Universitãt
Konstanz, 1972. p. 13. As citações seguintes provêm dessa edição, sendo indicado, en-
tre parênteses, o número da página onde se encontram.
56 ESTJ:TICA DA RECEPÇÃO E HISTÓRIA DA LITERATURA
6 Idem. Âsthetische Erfahrung ... , cit., p. 100. A citações seguintes que provierem de se
livro serão indicadas pelo número da página onde se encontram.
EXPERI~NCIA ESTJ:TICA 57
7 Idem. LeveIs of identification of hero and audience. New Literary History, 5 (2) :
283-317, Inverno de 1974. p. 284.
60 ESTÉTICA DA RECEPÇÃO E HISTÓRIA DA LITERATURA
6
Hermenêutica 'literária
I ISER, Wolfgang. "Die Appelstruktur der Texte " c "Der Leservorgang ". In: WAR-
NING, Rainer. Op. cito V. também ISER, Wolfgang. Der Akt des Lesens. München,
Fink, 1976.
HERMEN~UTICA LITERÁRIA 65
2 Idem. Der implizite Leser; Kommunikationsformen des Romans von Bunyan bis Bec-
kett. München, Fink, 1972.
.1 Cf. JAUSS, Hans Robert. Racines und Goethes ... , cit., p. 3.
4 Idem. Der Leser ...• cit., p. 328. As demais citações provêm desta edição, sendo indi-
5 ..
Idem. Asthetische Erfahrung ... , cit., p. 9.
HERMEN~UTlCA LITERÁRIA 67
fiIdem. Zur Abgrenzung und Bestimmung einer literarischen Hermeneutik. In: FUHR·
MANN, Manfred; JAUSS, Hans Robert; PANNENBERG, Wolfahrt, Hrsg. Text und Ap-
plikation; Theologie, J urisprudenz und Literaturwissenschaft im hermeneutischen
Gesprãch. München, Fink, 1981. p. 462. As citações que provierem desse livro serão
indicadas pelo número da página onde se encontra~.
68 ESTÉTICA DA RECEPÇÃO E HISTÓRIA DA LITERATURA
Este gesto hermenêutico faz com que o texto, até então mudo,
volte a falar, ou seja, resgata o diálogo original a que ele se propu-
nha. Eis por que a hermenêutica literária, correspondendo ao ques-
tionamento do texto pelo intérprete, depende da experiência estética,
quando se efetiva o intercâmbio produtivo entre o sujeito e o objeto
estético. Assim, não há solução de continuidade entre os dois mo-
mentos; por essa razão, Jauss pode afirmar que a tarefa hermenêuti-
ca, fundada na compreensão, começa pela percepção estética, cujas
possibilidades amplia de maneira crescente. E insistir no caráter dia-
lógico desse processo, aspecto a que se refere com assiduidade e que
consiste no tema da última parte de Experiência estética e hermenêu-
tica literária, em sua edição final.
A compreensão, decorrente da percepção estética, é também o
ponto de partida do processo de leitura, composto de três momentos
sucessivos. A fase seguinte, posterior à da leitura compreensiva, é a
da leitura retrospectiva, quando se dá a interpretação; esta "sempre
pressupõe de antemão a percepção estética enquanto pré-compreen-
são", pois apenas podem ser concretizadas significações que "apare-
ceram ou poderiam ter aparecido ao intérprete como possíveis no
horizonte de sua leitura anterior" (p. 475). Por outro lado, enquanto
a percepção estética é progressiva e vai acompanhando a partitura
do texto, à interpretação é lícito voltar do fim para o começo ou do
todo ao particular, razão pela qual pode ser chamada de retrospectiva.
O terceiro momento é o da leitura histórica, que recupera a re-
cepção de que a obra foi alvo ao longo do tempo. Hermeneuticamen-
HERMEN~UTICA LITERÁRIA 69
8 MARQUARD, Odo. Frage nach der Frage, auf die die Hermeneutik die Antwort ist.
In: FUHRMANN, Manfred; JAUSS, Hans Robert; PANNENBERG, Wolfahrt, Hrsg. Op. cit.
9 JAUSS, Hans Robert. Horizontstruktur. ..• cit., p. 702. .
10 Idem. Der poetische Text im Horizontwandel der Lektüre (am Beispiel von Baude-
laires zweiten Spleen-Gedicht). In: . Âsthetische Erfahrung ... , cit., p. 836. As
citações seguintes provêm deste texto.
HERMENeUTICA LITERÁRIA 71
1 ASSIS, Machado de. Helena. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira; Brasília, INL,
1975. v. 2, p. 91. (Edições críticas de obras de Machado de Assis.) As demais citações
do romance serão retiradas desta edição, sendo indicado entre parênteses o número
da página onde se encontram.
76 ESTtTICA DA RECEPÇÃO E HISTÓRIA DA LITERATURA
pria aniquilação. Se esta morte não pode ser considerada legal ou mo-
\
2 Não quer dizer que a obra de Machado espelhe um fato social, pois nem ela tem ca-
ráter de documento, nem o escritor pretende criar dentro dos parâmetros do realismo
fotográfico, condenado por ele em sua crítica literária e teatral. Porém, o tema po-
voou seu imaginário, comparecendo em vários contos e nas novelas em que a trama
amorosa parte de uma paixão entre jovens criados juntos, dentro da mesma casa ou
em casas vizinhas, como mostram A mão e a luva, laiá Garcia, "Casa Velha" e Dom
Casmurro.
J Cf. CALDWELL,Helen. Machado de Assis; The brazilian master and his noveis. Ber-
keley, University of California Press, 1970.
HELENA: UM CASO DE LEITURA 81
morados que não podem casar entre si, já que o afeto mais profundo
e autêntico, entre a heroína e Estácio, sofre dupla proibição: a do
incesto, já referida; e a da diferença social, quando a moça é devolvi-
da à sua classe de origem. O casal ideal está separado de modo irre-
versível; restam os casais possíveis: Estácio e Eugênia; Helena e
Mendonça. Mesmo aqui, e apesar de contarem com o reconhecimen-
to da instituição mais respeitada no romance, a Igreja, representada
por Melchior, há evidente assimetria: Estácio é muito mais rico que
Eugênia; Mendonça é muito mais pobre que Helena. E, se esse ainda
oferece a compensação de ser de "boa família", ao contrário da noi-
va, de origem obscura, Eugênia, da sua parte, traz um dote medío-
cre, de que Camargo está alerta.
Além disto, como o "grande amor" está ausente dessas liga-
ções, o interesse que as alimenta e justifica fica mais explícito. Arru-
mados os pares com a intenção de mostrá-los em equilíbrio, eles
acabam por acentuar as distinções. E revelar não haver noiva à altu-
ra de Estácio, a não ser que Helena fosse mesmo sua irmã. Neste ca-
so, a identidade interior - de sentimentos, virtudes e aspirações -
corresponderia à igualdade exterior; porém, esta solução determina-
ria o retorno do incesto enquanto ameaça, agora mais real, porque
legitimada. Estácio só poderia se apaixonar por Helena, a única em
situação de oferecer-lhe um amor desinteressado, a "alma gêmea"
apta a unir-se à sua. Quando a encontra, descobre que as relações
são mais complexas, não podendo sustentarem-se apenas no plano
espiritual. A última revelação, contudo, é camuflada pelo romance,
para tanto mostrando-se de novo providencial a eliminação de Hele-
na, pela mesma razão sugerida pelo representante da Providência di-
vina, o Padre Melchior.
Lidando com a oscilação entre encobrimento e revelação, He-
lena chega à beira de um tema que poria em causa a organização
da sociedade, suas leis e instituições. Diante do abismo que se abre,
ele recua: ainda assim, não deixa de questionar a aparência, fazen-
do-o por meio do modelo narrativo, de tipo prospectivo/retrospec-
tivo, e do comportamento das personagens, seguidamente preocupa-
das com o que os outros vão pensar e recebendo a confirmação de
que essa atitude se justifica. 4 A última instância da dialética entre a
4 Uma cena à primeira vista injustificada é reveladora desse problema: após ter seu
pedido de casamento aceito por Helena, Mendonça vai ao teatro, onde vê a noiva com
a tia, D. Úrsula. Os dois não se falam, nem a cena é referida mais adiante. É durante
82 ESTÉTICA DA RECEPÇÃO E HISTÓRIA DA LITERATURA
seu transcorrer que um amigo de Mendonça chama-a de "andorinha viajante" (p. 156),
alcunha relativa a seus passeios matinais. A passagem parece inconseqüente, mas mostra
que, num local pequeno, como o Rio de Janeiro em 1850, todos sabiam da vida alheia
e que julgavam as pessoas de modo malévolo e cínico, como Helena temia. A propósi-
to, v. a análise do boato em Machado de Assis, feita por Helen Caldwell no livro citado.
. .
HELENA: eM CASO DE LEITURA 83
7 AZEREDO, Carlos Magalhãe de. Machado de Assis. In: . Homens e livros. Rio
de Janeiro, Garnier, 1902. p. 179. A citação seguinte provém igualmente desta edição.
Il O ensaio de Sílvio Romero foi publicado em 1897; cf. ROMERO, Sílvio. Machado de
Assis. Rio de Janeiro, Laemmert, 1897. Em 1936, Nelson Rornero promoveu uma edi-
ção condensada do livro, eliminando a maior parte das referências a Tobias Barreto,
com quem Machado é desfavoravelmente comparado. Cf. ROMERO, Sílvio. Machado
de Assis. 2. ed. Rio de Janeiro, Jo é Olympio, 1936. Uma terceira versão, ainda mais
resumida e igualmente patrocinada por Nelson Romero, encontra-se na História da
literatura brasileira, de Sílvio Romero, a partir da 3~ edição desta.
HELENA: UM CASO DE LEITURA 93
de ser da primeira maneira do autor" .10 Esta, por sua vez, não difere
da segunda em termos de oposição, e sim a precede, antecipando em
ponto menor os valores que, depois, alcançam a plenitude:
Todo o Sr. Machado de Assis está efetivamente nas suas primei-
ras obras; de fato ele não mudou, apenas evolveu. O mais Individuai,
o mais pessoal, o mais "ele" dos nossos escritores, todo o germe des-
sa individualidade que devia atingir em Brás Cubas, em Quincas Bor-
ba, nos Papéis avulsos e em Várias histórias o máximo de virtuosldade,
acha-se nos seus primeiros poemas e nos seus primeiros contos (p. 157).
Eis por que a segunda maneira não é mais que "o desenvolvi-
mento lógico, natural, espontâneo da primeira, ou antes não é senão
a primeira com o romanesco de menos e as tendências críticas de mais"
(p. 157). Veríssimo não está fugindo à regra de seu tempo, apenas
a legitima aos olhos do próprio Machado e de seu público na condi-
ção de seu crítico mais credenciado. Ao mesmo tempo, ratifica a no-
ção evolutiva e ascensional, o que, por tabela, classifica os livros da
"primeira maneira" a partir de sua natureza transitória e, em certa
medida, preparatória, "pré-histórica". A presença de outra imagem
biológica esclarece mais uma vez o modo como cada obra individual
é percebida, alinhada cronologicamente e em relação a determinado
resultado obtido depois:
Nas páginas emocionais de falá Garcia, como dos Contos flumi-
nenses, da Helena e da Ressurreição, e nos seus mesmos versos, se
faz a gestaç40 de Brás Cubas (p. 158, sublinha nossa).
10 VER1SSIMO, José. Alguns livros de 1895 a 1898. In: . Estudos de literatura bra-
sileira. 1~ série. Belo Horizonte, Itatiaia; São Paulo, EDUSP, 1976. p. 156. As outras
citações serão também retiradas desta edição.
HELENA: UM CASO DE LEITURA 95
\
Esta nova edição de Helena sal com várias emendas de lingua-
gem e outras, que não alteram a feição do livro. Ele é o mesmo da data
em que o compus e imprimi, diverso do que o tempo me fez depois,
correspondendo assim ao capítulo da história do meu esptrltc, naque-
le ano de 1876.
Não me culpeis pelo que lhe achardes romanesco. Dos que en-
tão fiz, este me era particularmente prezado.Agora mesmo, que tlá tanto
me fui a outras e diferentes páginas, ouço um eco remoto ao reler es-
tas, eco de mocidade e fé Ingênua. É claro que, em nenhum caso, lhe
tiraria a feição passada; cada obra pertence ao seu tempo (p. 51).
11 ASSIS, Machado de. Correspondência. Coligida e anotada por Fernando Nery. Rio
de Janeiro, São Paulo, W. M. Jackson Inc. Editores, 1937. p. 145.
12 MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO E SAÚDE. Exposição Machado de Assis; Centenário do nas-
cimento. 1839-1939. Rio de Janeiro, MES, 1939. p. 200. -
96 ESTÉTICA DA RECEPÇÃO E HISTÓRIA DA LITERATURA
13 ASSIS, Machado de. Ressurreição. In: . Obra completa. Org. por Afrânio
Coutinho. Rio de Janeiro, José Aguilar, 1962. v. I, p. 114.
14 Idem. A mão e a luva. Ibidem, p. 196.
HELE.'\'A: U~I CA o DE LEITURA 97
Helena, cuja trajetória é tão infeliz, que induz à conclusão de ser sua
sorte pior que a dos negros.
O romance se arrisca muito pouco do ponto de vista ideológico
e, como prefere endossar os valores patriarcais, ainda que perceba
o encerramento de seu ciclo h -gemônico, parece superado em nossos
dias. A crítica que suscitou só acentua sua superação, legando ao lei-
tor contemporâneo uma tar fa de duplo desentranhamento: do tipo
de leitura que propôs contrastado, por uma parte, as que se efetiva-
ram ao longo do tempo, por outra, ao horizonte presente, diante do
qual Helena se explica enquanto criação do passado, mas eventuali-
dade existencial numa sociedade onde a estratificação persiste ou
ameaça.
O exame do romance de Machado indica ser viável o projeto
de Jauss: é possível, como ele deseja, "devolver à experiência estéti-
ca a função social e comunicacional que fora perdida", 1 razão por
que a estética da recepção foi convertida numa teoria da comunica-
ção literária em seus últimos escritos. 2 Além disto, revela-se proce-
dente, por oportunizar a obras do passado retomar o diálogo com
o leitor, interrompido às vezes por circunstâncias paradoxais, como,
por exemplo, a valorização do autor pelo que veio a produzir depois
ou a utilização de um texto para ilustrar características de uma escola
literária.
O fato de dispor de um escopo teórico e metodológico comple-
to, coerente e exeqüível não confere ao Autor pretensões absolutis-
tas, nem ele deseja abolir, evitar ou negar a contribuição de outros
setores da ciência literária. No posfácio a Ifigênia, Jauss salienta a .
parcialidade inerente à estética da recepção, que corresponde a uma
"reflexão metódica parcial, fértil e interdisciplinar" (p. 31). A inter-
disciplinaridade, verificável quando do' recurso à história na análise
de Helena, justifica o apelo à sociologia, à estética e à hermenêutica
simultaneamente. A parcialidade decorre da posição atual do intér-
prete, antecipadamente exposto' aos efeitos projetados pela obra. Coe-
rente com sua visão da história, segundo a qual se percebem os fatos
na proporção do impacto que provocam, assumindo dimensões dife-
rentes à medida que o tempo passa, Jauss não se deixa seduzir pela
idéia de conferir à estética da recepção a superioridade e a veracidade
1 Hans Robert. Racines und Goethes ... , cit., p. 31. As citações que provierem
JAUSS,
deste ensaio serão indicadas pelo número da página colocado entre parênteses.
2 Idem. Esthétique ... , cit., p. 1116; Idem. The dialogical ... , cit., p. 52.
FIM DO PERCURSO?ENCRUZILHADAS 103
assumidas pelas ciências que critica. Isto o leva a contrapor sua pro-
posta à da teoria crítica, a quem acusa de se auto-atribuir lima "cons-
ciência verdadeira" (p. 38), em franca contradição a seus princípios
originais. A estética da recepção, da sua parte, é mais modesta: não
hostiliza interpretações, nem pretende ser melhor que as precedentes,
se não que procura verificar "a compatibilidade das interpretações
diferentes". 3
Viável ainda que parcial, interdisciplinar e, como se deduz, de-
mocrática, ela não se viu isenta de críticas e contestações; estimulou
também novas pesquisas na direção do estudo do leitor, embora muitas
delas se apresentem como dissidências e fruto da recusa a acompa-
nhar a rota sugerida por Jauss.
I
ferente das interpretações, objeto da estética da recepção. Para obtê- !
las, cumpre ampliar o raio de consulta: esta não se dirige apenas ao
texto, mas às testemunhas que explicitam sua difusão e às institui-
ções, que dispõem de meios variados para alargar ou inibir o alcance
de uma obra. Espera, assim, chegar a uma postura mais objetiva -
e também menos elitista, por lidar com o material efetivamente cir-
culante e medir o valor da obra desde o impacto social que causou
ou vem causando ao longo do tempo. 10
Hannelore Link propõe uma via intermediária: considerando in-
completas a estética da recepção, centrada nas realizações da obra,
e a história da recepção, que examina o efeito causado pela circula-
ção social do texto sobre a produção de um autor, decide somar as
duas metades. De um lado, cabe observar a influência do público,
mais patente na literatura de massa, bem como seus opostos: a arte
hermética, em que o autor renuncia à comunicação imediata, e a pe-
dagógica, quando a influência é desejada, agora, porém, pelo artis-
ta, que escreve para agir sobre a audiência. De outro, a obra afeta
um universo social, que se oferece como matéria de pesquisa: as in-
fluências exercidas por um criador sobre outros escritores, o merca-
do de que participa, as instituições encarregadas de sua propagação.
H. Link quer igualmente investigar a concretização do texto,
também aqui fundindo dois conceitos precedentes: o de concretiza-
ção enquanto reconstrução da intenção original, escudada em R. In-
garden; e o de concretização como lisibilidade, vale dizer, na condição
de possibilidade de decodificação do texto em cada época, segundo
a definição do estruturalismo tcheco. A reunião destes dois significa-
dos forma a "concretização sintética", que verifica sua realização tan-
to do ângulo do texto, quanto do público e do período histórico. 11
Hans Ulrich Gumbrecht pertenceu por algum tempo à Escola
de Constança, Aluno de Jauss e, depois, professor naquela Universi-
dade, participou do movimento de renovação da ciência literária ale-
mã, embora não tenha colaborado nas primeiras reuniões do grupo
Poetik und Hermencutik.
Seu trabalho de pesquisa, como os anteriormente citados, vai
na direção da história e da sociologia. Apoiado nas teses de outro
professor em Constança, Thomas Luckmann, estuda os modos co-
10 Cf. Idem, ibidem; e Idem, Hrsg. Literatur und Leser; Theorien und Modelle zur
Rezeption literarischcr Werke. Stuttgart, Reklam, 1975.
11 Cf. LINK, Hannelore. Op. cit.
-
106 ESTÉTICA D RECEPÇÃO E HISTÓRIA DA LITERATURA
14 Cf. JAUSS, Hans Robert. Zur Fortsetzung des Dialogs zwischen "bürgerlicher" und
"materialistischer" Rezeptionsãsthetik. In: WARNING. Rainer, Hrsg. Op. cit.
15 WEIMANN, Robert. Structure and society in Iiterary history; Studies in the history
and theory of historical criticism. Baltimore, The Johns Hopkins University Press, 1984.
Esta é a versão ampliada da edição publicada originalmente em 1976. As demais cita-
ções provêm igualmente dessa edição.
108 ESTÉTICA DA RECEPÇÃO E HISTÓRIA DA LITERATURA
tra ele, mas previne-se: seus princípios contêm a convicção de que tu-
do é relativo, e se não dispomos de balizas para medir esta relativida-
de arriscamos a absolutizar o que precisa ser compreendido dentro
das devidas proporções.
Esta postura é, em si mesma, uma lição; todavia, as idéias que
reveste podem igualmente ser transportadas para o c isino, passagen
não de todo arbitrária, pois foi a falência de um modelo pedagógico
que estimulou o Autor a repensar a ciência literária.
Sua crítica à história da literatura permanece válida, pois o mo-
delo tradicional descrito ainda vigora na escola. Porém, a proposta
de mudança de foco gera conseqüências suplementares: colocar o lei-
tor sob o spot da atenção teórica significa trazer o professor e o alu-
no para esse centro. São eles que desempenham a função de inter-
locutores diante da obra literária, representando o interesse provin-
do do presente e o novo horizonte a questionar a obra pelo confron-
to estabelecido entre os dois tempos em que ela se situa, conforme
o jogo de ubiqüidade de que só a arte é capaz.
A valorização da experiência estética, que confere ao leitor um
papel produtivo e resulta da identificação desse com o texto lido, en-
fatiza a idéia de que uma obra só pode ser julgada do ponto de vista
do relacionamento com seu destinatário. Os valores não estão prefi-
xados, o leitor não tem de reconhecer uma essência acabada que pree-
xiste e prescinde de seu julgamento. Pela leitura ele é mobilizado a
emitir um juízo, fruto de sua vivência do mundo ficcional e do co-
nhecimento transmitido. Ignorar a experiência aí depositada quiva-
le a negar a literatura enquanto fato social, neutralizando tudo que
ela tem condições de proporcionar.
Porque ela produz efeitos, Jauss pode atribuir-lhe índole for-
madora. Quando age sobre o leitor, convida-o a participar de um ho-
rizonte que, pela simples razão de provir de um outro, difere do seu.
É solidária e diferente ao mesmo tempo, sintetizando nesse aspecto
o significado das relações sociais. Quando se soma a isto o fato de
que uma obra de época diversa reatualiza a experiência do passado,
de outra maneira inacessível, compreende-se em que medida a litera-
tura também possibilita um relacionamento histórico e temporal pra-
ticável apenas dessa maneira. Eis por que Jauss sublinha seguidamente
a natureza emancipatória da arte literária: ela, de algum modo, ar-
ranca o indivíduo de sua solidão e amplia suas perspectivas, este alar-
gamento do horizonte dando-lhe a dimensão primeira do que pode
vir a ser.
FIM DO PERCURSO? ENCRUZILHADAS 111
Livros
Traduções
em língua portuguesa:
A história literária como desafio à ciência literária. In: JAUSS,
Hans Robert. História literária como desafio à ciência literária.
Literatura medieval e teoria dos gêneros. Porto, Livros Zero,
1974. Contém apenas a tradução da conferência.
em espanhol:
La historia literaria como provocación de la ciencia literaria. In:
GUMBRECHT, Hans Ulrich et alii. La actual ciencia Iiteraria ale-
mana. Salamanca, Anaya, 1971. Contém apenas a tradução da
conferência.
La literatura como provocación. Barcelona, Península, 1976.
Dos textos que compõem a edição alemã original, só não tem
a tradução do ensaio sobre Schlegel e Schiller.
em francês:
Pour une esthétique de la réception. Paris, Gallimard, 1978.
Contém a tradução da conferência e dos ensaios: "Tradição li-
terária ... " e "História da arte e... ".
em inglês:
Towards an aesthetic of reception. Minneapolis, University of
Minnesota Press, 1982. Traz a tradução da conferência e do en-
saio "História da arte e... ".
Tradução
Petite apologie de l'expérience esthétique. In: JAUSS,Hans Ro-
bert. Pour une esthétique de la réception. Paris, Gallimard, 1978.
Traduções
em língua portuguesa:
LIMA,Luiz Costa, org. A literatura e o leitor. Rio de Janeiro,
Paz e Terra, 1979. Contém a tradução do Prefácio e do Capítu-
lo A3.
em francês:
Pour une esthétique de la réception. Paris, Gallimard, 1978.
Contém a tradução do Capítulo E, La doceur du foyer, sobre
a poesia lírica francesa publicada em 1857.
Poétique, 39: este número da revista é todo dedicado à estética
da recepção, contendo a tradução do Capítulo A3 da obra de
Jauss.
em inglês:
Aesthetic experience and Iiterary hermeneutics. Minneapolis,
University of Minnesota Press, 1982. Trata-se-da tradução in-
tegral do volume de Jauss.
em inglês:
Towards an aesthetic of reception. Minneapolis, University of
Minnesota Press, 1982. Contém a tradução integral do ensaio
sobre o texto poético na mudança de horizonte de leitura.
The identity of the poetic text in the changing horizon of un-
derstanding. In: VALDÉS,Mario J. & MILLER, Owen, ed. Iden-
tity of the literary texto Toronto, University of Toronto Press,
1985. Trata-se da tradução do texto introdutório à terceira par-
te de Âsthetische Erfahrung und Iiterarische Hermeneutik (edi-
ção definitiva de 1982), cujo título original é "Horizontstruktur
und Dialogizitãt".
Goethes und Valérys Faust - Zur Hermeneutik von Frage und Ant-
wort. Comparative Literature, 28 (3) : 201-32, Verão de 1976.
Está traduzido em: JAUSS, Hans Robert. Towards an aesthetic
of reception. Minneapolis, University of Minnesota Press, 1982.
BIBLIOGRAFIA COMENTADA 119
A sociologia da leitura
o estruturalismo tcheco
o Reader-Response Crltlcism
Livros
Tradução
The implied reader; Patterns of communication in prose fiction
from Bunyan to Beckett. Baltimore, The Johns Hopkins Uni-
versity Press, 1974.
Traduções
em língua portuguesa:
LIMA,Luiz Costa, org. A literatura e o leitor. Rio de Janeiro,
Paz e Terra, 1979. Contém a tradução parcial da quarta secção
do livro, relativa à interação entre o texto e o leitor.
em inglês:
The act of reading; a theory of aesthetic response. Baltimore,
The Johns Hopkins University Press, 1980. Trata-se da tradu-
ção integral da edição alemã.
Ensaios (seleç§o)
SULElMAN, Susan & CROSMAN, Inge. The reader in lhe text; Essays on
audience and interpretation. Princeton, Princeton University Press,
1980.
WARNING, Rainer. Rezeptionsásthetik; Theorie und Praxis. München,
Fink, 1975.
WEINRICH, Harald. Para una historia literaria dellector. In: GUMBRECHT,
Hans Ulrich et alii, La actual ciencia /iteraria alemana. Salaman-
ca, Anaya, 1971.
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impressão e acabamento pOI
W. Rolh" CIIl. LIda.
com filmes fornecidos
pela editora