Saúde Da Mulher Indígena No Brasil: Uma Revisão Integrativa: Amanda de Cassia Azevedo Silva

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Saúde da mulher indígena no Brasil: uma


revisão integrativa

Amanda de Cassia Azevedo Silva


FAPI

André Luis Cândido Silva


SESA/PR

'10.37885/220809804
RESUMO

As mulheres indígenas sofrem inúmeras discriminações, concernentes ao gênero e etnia,


afetando a qualidade de vida, a exposição de riscos, as taxas de morbimortalidade e ocor-
rência de violências. Objetivo: Conhecer o processo saúde-doença das mulheres indígenas
no Brasil. Método: Revisão integrativa com pesquisa nas bases de dados ScieLO, PUBMED
e BVS utilizando três descritores em ciências da saúde (DeCS) nos idiomas português, es-
panhol e inglês. Foram utilizadas as seguintes combinações “saúde indígena AND mulheres
AND Brasil”. Os critérios de inclusão foram artigos em português, inglês e espanhol, que
abordassem a relação entre saúde e mulheres indígenas no Brasil. Resultados: Identificou-se
129 publicações e, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados,
ao final, 16 artigos. A partir dos artigos selecionados foram extraídos 03 eixos: Morbidades,
Violência e Tradição ou aspectos culturais. Conclusão: Obstáculos culturais, geográficos,
socioeconômicos e linguísticos redundam em repercussões negativas para a saúde da
mulher indígena como: infecções sexualmente transmissíveis, violências e aumento da
morbimortalidade. Portanto, verifica-se indolências na atenção à essas mulheres. É urgente
a concepção de políticas públicas e a concretização das já vigentes, visando a melhoria da
saúde das mulheres indígenas, e a busca por equidade, considerando as diferenças cultu-
rais desses povos.

Palavras-chave: Saúde Indígena, Mulheres, Brasil.


INTRODUÇÃO

O Brasil possui mais de 305 povos indígenas, com uma população de 896.917 pessoas,
o que equivale a 0,47% da população brasileira (IBGE, 2010). Quanto a composição por
gênero, há um equilíbrio entre homens e mulheres.
A ampla visão de saúde, que teve como marco referencial o preâmbulo da Constituição
da Organização Mundial de Saúde (OMS,1946) anuncia o conceito de saúde como “o comple-
to bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou outros agravos”.
A Constituição Federal, introduz o direito à saúde entre os direitos fundamentais sociais
no art. 6°, e no art. 196 assegura ser “garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, 1988).
A concepção indígena de saúde-doença, constata uma noção que se alicerça em fe-
nômenos e relações diferentes dos princípios biomédicos ocidentais, exigindo uma grande
sensibilidade dos profissionais de saúde, dirigida para uma atuação capacitada em gerir
essas complexas diferenças (SARTORI, LEIVAS, 2017). O processo saúde-doença pode
ser concebido como “resultado do tipo de relação individual e coletiva que se estabelece
com as demais pessoas e com a natureza” (LUCIANO, 2006, p.173).
Circunstâncias culturais, históricas e socioeconômicas, promovem a violação ao direito
à saúde, derivando em diversas desigualdades entre as minorias. As mulheres abarcam
esse grupo, e encaram dificuldades quanto à garantia direitos, em especial no que se refere
à saúde sexual e reprodutiva (ORTIZ, 2019).
Ser mulher indígena é ser duplamente minoria, por gênero e etnia. Essa constatação
impacta na qualidade de vida, nas taxas de morbidade e mortalidade, e no acesso aos ser-
viços de saúde (ABRITTA, 2021). Tais fatos resgatam um contexto social, cultural e histórico
concernentes por lutas de poder (ORTIZ, 2019), demonstrado no Brasil pelo patriarcado,
com uma formação social onde homens mantêm poder, e as mulheres sequer dispõem de
liberdade sobre seus próprios corpos ou sua saúde, mas as aproximam da exclusão políti-
ca, social e econômica favorecendo um lugar permanente de discriminação estrutural, com
vulnerabilidade a variados atos de violência (ABRITTA, 2021).
A carência de efetivas políticas públicas agrava as iniquidades sociais e sanitárias
neste grupo populacional. Uma deficitária informação, aliada a estilos de vida hespéricos
anexados às populações indígenas, acarretam o desenvolvimento de variadas morbidades,
particularmente as infecções sexualmente transmissíveis (IST). Um exemplo é a prevalência,
1,82%, de sífilis entre as mulheres indígenas no Brasil (ORTIZ, 2019; ABRITTA et al, 2021;
ROMERO et al, 2019).

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A partir do cenário caracterizado por variados fatores que implicam na vulnerabilida-
de social em ser mulher e indígena, questiona-se: Quais são as evidências disponíveis na
literatura científica em relação a saúde da mulher indígena no Brasil? Dessa forma, obje-
tivou-se delinear o estado da arte referente ao conhecimento científico sobre o processo
saúde-doença das mulheres indígenas no Brasil, a fim de estruturar a publicação pertinente
a essa temática no país.
O tema possui relevância no contexto atual devido aos desafios enfrentados pelos povos
indígenas brasileiros, sobretudo pelas mulheres. Além de viverem séculos na invisibilidade,
esses povos, foram dizimados por doenças introduzidas pelos invasores colonizadores,
dentre elas: gripe, varíola, sarampo, e agora, a Covid-19. Faltam aos povos indígenas siste-
mas de saneamento básico nas aldeias, oferta de água potável em quantidade e qualidade,
e a garantia da produção de alimentos saudáveis nas aldeias (PANKARARU et al, 2019).
Concatenado a isso, as mulheres indígenas defrontam-se com inúmeros e incansáveis tipos
de discriminação histórica, produzindo flagrante exposição a violações de direitos huma-
nos. São diversas as barreiras que as mulheres indígenas enfrentam, como as escassas
oportunidades ao mercado de trabalho, dificuldades geográficas e econômicas no alcance
a serviços de saúde e educação, acesso restrito a programas e serviços sociais, altas taxas
de analfabetismo, baixa participação no processo político e marginação social (CIDH, 2017).
O estudo pretende contribuir com a temática de saúde das mulheres indígenas asso-
ciada a questões de educação em saúde, e identificação por meio dos estudos já existentes,
de potencialidades e desafios encontrados na literatura atual.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa, método que evidencia lacunas do conhecimento


de determinado conteúdo (Ercole et al, 2014). Foram seguidas seis etapas (MENDES et al,
2008), a fim de garantir precisão metodológica do estudo: 1) elaboração da questão de
pesquisa; 2) definição dos critérios de busca na literatura; 3) definição dos dados a serem
categorização; 4) avaliação dos estudos incluídos; 5) interpretação dos resultados; e 6)
apresentação da síntese do conhecimento.
Para direcionar a busca, foi elaborada a questão de pesquisa utilizando a estratégia
PICo (População, Interesse e Contexto): P - Mulheres; I – Saúde da População Indígena; Co -
Brasil. Tal acrônimo possibilita o alcance de uma busca efetiva a partir da elaboração de
uma questão de pesquisa esclarecedora (LOCKWOOD et al, 2020) o que permitiu formular
a seguinte questão norteadora: “Como encontra-se a saúde das mulheres indígenas no
Brasil, de acordo com as publicações científicas?”.

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A busca dos artigos foi feita entre fevereiro e maio de 2022, utilizando três descritores
em ciências da saúde (DeCS) nas bases de dados BVS, SciELO e PubMed nos idiomas
português, espanhol e inglês. As bases de dados escolhidas possuem grande relevância na
área da saúde por hospedarem evidências expressivas para melhoria da prática em saúde.
Foram usadas as seguintes combinações nas três bases de dados: “saúde indígena AND
mulheres AND Brasil”, “Salud de Poblaciones Indígenas AND mujeres AND Brasil”, “Health
of Indigenous Peoples AND women AND Brazil”. A análise dos dados seguiu critérios de
inclusão baseados no tema proposto pela presente pesquisa: (1) artigos com texto completo
disponível; (2) realizados no Brasil; (3) publicados nos idiomas inglês, português e espanhol
e (4) que abordassem a saúde da mulher indígena. Foi estabelecido um limite temporal de
5 anos, de 2017 a 2022, possibilitando maior delineamento do estudo. Foram excluídos
os estudos repetidos, artigos que não estavam publicados na íntegra, teses, dissertações,
monografias e artigos com fuga da abordagem temática.
Para demonstração da coleta e seleção dos artigos foi utilizado o fluxograma baseado
na recomendação PRISMA, conforme sugerido pelo Preferred Reporting Items for Systematic
Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) (MOHER et al, 2014) de acordo com o esquema
mostrado na Figura 1.

Figura 1. Fluxograma de Seleção dos Artigos.

Fonte: adaptado de Moher et al, 2009.

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RESULTADO

A aplicação dos descritores resultou na localização de 129 artigos nas três bases de
dados online: 10 na base SciELO, 111 na PubMed, e 8 na base BVS. Após aplicação dos
critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos, foram selecionados um total de
16 artigos na amostra final (Quadro 1). Após a leitura final, esses artigos foram categoriza-
dos em três eixos temáticos, com base no tema predominante em cada estudo: 1) Agravos
à saúde e morbidades; 2) Violência; e 3) Tradição e Aspectos culturais.

Quadro 01. Relação dos artigos selecionados para revisão nas bases de dados SciELO, PubMed e BVS, publicados entre
2017 e 2022 no Brasil.
PERIÓDICO E BASE QUALIS
AUTORIA METODOLOGIA/OBJETIVO EIXO TEMÁTICO
DE DADOS CAPES
Psicol. Conoc. Estudo de prevalência, quantitativo.
GRUBER et al, Soc., Montevideo Agravos à saúde e
2021 B4
Determinar a prevalência de IST na população indígena do Alto Rio morbidades
Scielo
Solimões.
Public Health
Estudo descritivo, quantitativo
COIMBRA et al, Nutr. England Agravos à saúde e
A1
2021 Avaliar o estado nutricional das mulheres indígenas de 14 a 49 anos morbidades
PUBMED
no Brasil.
Ethn Health.
Estudo descritivo, qualitativo.
BORGES et al, England Agravos à saúde e
A1
2021 Estimar a incidência de câncer de base populacional entre popula- morbidades
PUBMED
ções indígenas do Estado do Acre, Amazônia Ocidental brasileira.
Int J Environ Res
Public Health. Ba- Estudo quantitativo, transversal.
BASTA et al, sel, Switzerland Agravos à saúde e
A2
2021 Apresentar os principais resultados de uma análise integrada e mul- morbidades
PUBMED tidisciplinar dos parâmetros de saúde e avaliar os níveis de exposição
ao mercúrio (HG) em populações indígenas na Amazônia brasileira.
Revista De Enfer-
Estudo descritivo, de natureza qualitativa.
magem Da UFSM
NÓBREGA et al, Agravos à saúde e
B1 Analisar o modo como a prevenção da infecção pelo vírus da imu-
2020 morbidades
BVS nodeficiência humana (HIV) se configura sob o olhar de mulheres da
etnia potiguara.
Rev. bras. promoç.
saúde (Impr.) Qualitativo, relato de experiência.
SOUZA et al, Fortaleza Tradição e Aspectos
B2
2020 culturais
Descrever a vivência prática de uma ação de educação em saúde com
BVS
mulheres indígenas sobre os cânceres de mama e cervical.
Revista Brasileira
de Epidemiologia Estudo qualitativo, transversal.
[online]
PEREIRA et al,
B2 Caracterizar o perfil das violências, das vítimas e dos prováveis Violência
2020
autores das violências perpetradas contra adolescentes, bem como
Scielo
descrever o percentual de municípios notificantes por unidade da
Federação.
PLoS One, São
BARBOSA et al, Estudo quantitativo, transversal.
Francisco/EUA Agravos à saúde e
2020 A2
Determinar a prevalência e fatores associados à infecção por Tricho- morbidades
PUBMED
monas vaginalis (TV) em mulheres indígenas brasileiras.
Cadernos de
DIAS-SCO- Estudo etnográfico qualitativo.
Saúde Pública Tradição e Aspectos
PEL; SCOPEL, A3
Analisar as práticas relativas à menstruação entre os Munduruku do culturais
2019 Scielo
Amazonas.

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PERIÓDICO E BASE QUALIS
AUTORIA METODOLOGIA/OBJETIVO EIXO TEMÁTICO
DE DADOS CAPES
OLIVEIRA et al, Sex., Salud Soc. Estudo qualitativo.
Tradição e Aspectos
2019 A1 Discutir o papel das parteiras nesse contexto, as práticas e as técnicas
Scielo culturais
tradicionais em uma região do Amazonas.
Saúde debate, Rio Qualitativo, revisão de literatura.
de Janeiro
Reunir subsídios para: capacitar os profissionais de saúde da atenção
básica e as parteiras que assistem mulheres e crianças menores de
SILVA et al], cinco anos para exercerem a vigilância alimentar e nutricional nos Agravos à saúde e
2019 B2 serviços de saúde; monitorar e avaliar a intervenção em telessaúde morbidades
Scielo no que diz respeito à adequação nutricional da população assistida
e ao aprimoramento de práticas assistenciais e contribuir para ela-
boração de cardápios baseados em práticas alimentares saudáveis,
respeitando a diversidade cultural, e que sejam ambiental, cultural,
econômica e socialmente sustentáveis.
Epidemiol. Serv.
Estudo quantitativo, descritivo.
Saúde, Brasília
ESTIMA et al, Agravos à saúde e
B2 Descrever as mortes de mulheres em idade reprodutiva e materna
2019 morbidades
Scielo entre indígenas do estado de Pernambuco, Brasil, no período de 2006
a 2012.
Cadernos de
BORGES et al, Saúde Pública
Estudo quantitativo, observacional descritivo.
2019 [online]. Rio de Agravos à saúde e
Janeiro A3
Scielo morbidades
Estimar a mortalidade por câncer em povos indígenas no Estado do
Scielo
Acre, Brasil.
Cadernos de Saú-
GARNELO et al, de Pública [online] Estudo quantitativo, transversal.
Rio de Janeiro Agravos à saúde e
2019 A3
morbidades
Avaliar a atenção pré-natal de mulheres indígenas com idades entre
Scielo
14-49 anos, com filhos menores de 60 meses no Brasil.
Rev. Saúde Pública
Mato Grosso do Revisão integrativa.
Sul (Online) Não
LIMA et al, 2018
possui Compreender as crenças, tradições e práticas acerca da saúde repro-
qualis dutiva, em especial, sobre a iniciação sexual, gravidez, parto e puer-
BVS
pério nas comunidades indígenas do Brasil, de acordo com pesquisas
publicadas entre os anos de 1989 e 2016.
Revista Brasileira
PÍCOLI et al, de Saúde Materno Estudo epidemiológico quantitativo.
Infantil Agravos à saúde e
2017 B2
morbidades
Analisar o perfil epidemiológico dos óbitos maternos segundo raça/
Scielo
cor em Mato Grosso do Sul.
Fonte: Autoria Própria (2022).

Quanto a base de dados, foram encontrados 9 periódicos científicos na Scielo, 4 na


PUBMED e 3 na BVS. O Qualis se concentrou em B2, com 5 artigos. Outros Qualis verifica-
dos, foram A1 (n=3), A2 (n=2), A3 (n=3), B1 (n=1), B4 (n=1), e sem classificação qualis (n=1).
O Qualis Periódicos possui 8 classificações: A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C, com A1 sendo
a classificação mais elevada que um periódico pode receber, e C, tendo a pontuação zero,
ou de menor evidência (BRASIL, 2017).
As metodologias utilizadas foram a quantitativa, em 8 artigos, mas também foram em-
pregados os métodos qualitativos (n=8), sendo 1 desses etnográficos, 2 revisões de literatura
e 1 relato de experiência. Quanto ao ano de publicação, foram identificados 4 em 2021, 4
em 2020, 6 em 2019,1 em 2018, 1 em 2017.

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Os periódicos selecionados abarcam as seguintes revistas científicas: Psicol. Conoc.
Soc. (Montevidel); Public Health Nutr. (England), Ethn Health (England), Int J Environ Res
Public Health (Basel, Switzerland); Revista De Enfermagem Da UFSM (Rio Grande do Sul);
Rev. bras. promoç. saúde (Impr.) (Fortaleza); Revista Brasileira de Epidemiologia [online]
(Brasília); Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil (Recife); Rev. Saúde Pública Mato
Grosso do Sul; PLoS One (São Francisco/EUA); Epidemiol. Serv. Saúde, (Brasília); Sex.,
Salud Soc (Rio de Janeiro). Destaca-se Cadernos de Saúde Pública [online] (Rio de Janeiro),
com 3 publicações.
Os resultados obtidos foram esmiuçados a partir da classificação em três eixos, depen-
dendo do conteúdo abordado em cada artigo: 1) Agravos à saúde e morbidades, ao expor
enfermidades e situações de dano à salubridade; 2) Violência, ao debater diferentes abusos
à mulher indígena; e 3) Tradição e aspectos culturais, ao denotar situações estruturadas na
ancestralidade, cultura, crenças e rituais indígenas.

Agravos à saúde e morbidades

A alta a prevalência de IST entre a população indígena do Alto Rio Solimões e sua
significativa subnotificação, apontam para negligência relacionada ao estudo e ao cuidado
desses povos. A maior prevalência de IST em mulheres indígenas se deu expressivamente
do município de Nova Itália e da etnia Tikuna (GRUBER et al, 2021).
No caso de Trichomonas vaginalis (TV), existe alta prevalência encontrada na popula-
ção indígena, que se compara a populações altamente vulneráveis (presos, profissionais do
sexo e mulheres em regiões com baixos níveis socioeconômicos), além de parecer existir
um subdiagnóstico dessa infecção (BARBOSA et al, 2020).
O HIV é outra doença infecto contagiosa encontrada nos estudos, e também uma
IST. As mulheres potiguaras, embora reconheçam os meios de prevenção da doença, têm
dificuldade para praticar sexo protegidas. Isso, por conta de desigualdades social e de gê-
nero, que afetam as mulheres como um todo (NÓBREGA et al, 2020).
Dessa forma, se reconhece uma incontestável vulnerabilidade dessas mulheres às
IST. Em consequência, é prudente progredir na realização de políticas voltadas para edu-
cação sexual e ações preventivas, e o desenvolvimento de pesquisas que destaquem os
contextos sociais e culturais, assim como o empoderamento dessas mulheres a atitudes
adequadas de cuidado e proteção. Outra ação imprescindível é a capacitação dos profis-
sionais de saúde, que inclua conhecimentos mais intensos sobre as especificidades dessas
mulheres (GRUBER et al, 2021; NÓBREGA et al, 2020; BARBOSA et al, 2020).
Mais uma alta prevalência, é para o excesso de peso e para a obesidade nas mu-
lheres indígenas de 14 a 49 anos. Essa morbidade relaciona-se a determinantes sociais,

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como os indicadores socioeconômicos, condições de vida integradas ao mercado e menor
dependência da produção local de alimentos, assim como aumento da idade e paridade
(COIMBRA et al, 2021). Neste sentido, é preciso ter em conta os resultados de políticas
públicas já implementadas, objetivando melhorar a segurança alimentar e nutricional, além
da realização de estudos que monitorem mudanças na situação nutricional da população
indígena, a fim de gerar estatísticas confiáveis, representativas e constantes, acerca das
condições de saúde das minorias étnicas (COIMBRA et al, 2021).
Os cânceres de colo uterino foram altamente incidentes entre a população indígena
brasileira da Amazônia Ocidental em comparação às mulheres não indígenas. E mesmo
com uma baixa frequência do câncer de mama, apenas o fato de estar presente entre as
mulheres indígenas indica um cenário de transição epidemiológica complexo nesses povos
(BORGES et al, 2019).
Neoplasias passíveis de prevenção, como câncer cervical, e relacionadas ao subde-
senvolvimento, como estômago e fígado, corresponderam a cerca de 49,4% dos óbitos entre
indígenas (BORGES et al, 2019). A mortalidade por câncer cervical, estômago, fígado e
leucemias esteve acima de 30% entre as mulheres indígenas (BORGES et al, 2019).
Deve existir atenção à necessidade de estruturação dos programas de controle do
câncer cervical, além do diagnóstico e tratamento adequado para as neoplasias obser-
vadas em mulheres indígenas adultas e idosas, pois os cânceres de mama e do colo do
útero têm arrebatado muitas vidas, mesmo que se tratem de doenças preveníveis e com
exames preventivos ofertados na Atenção Primária à Saúde (SOUZA et al, 2020). Ressalta-
se a importância da adequação dos serviços às necessidades das populações indígenas,
abrangendo programas de educação em saúde tangentes ao rastreamento, diagnóstico e
tratamento oncológico, “culturalmente sensíveis e em trabalho de parceria com as comuni-
dades” (BORGES et al, 2019, p. 10).
Tão preocupante quanto as já citadas enfermidades, a exposição crônica ao mercúrio
tem causado efeitos nocivos às comunidades indígenas, significativamente em grupos vul-
neráveis da população, como mulheres em idade fértil. É relevante atentar para as propostas
de “interrupção da mineração ilegal nessas áreas e desenvolver um plano de gestão de
riscos que vise garantir a saúde, os meios de subsistência e os direitos humanos dos povos
indígenas da Bacia Amazônica” (BASTA et al, 2021, p.7).
Existe ainda, resultados bastante desfavoráveis para mortalidade materna, de mulheres
em idade reprodutiva (ESTIMA et al, 2019) e indicadores para o pré-natal (GARNELO et al,
2018). Foram identificadas:

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Iniquidades sociais e sanitárias, inclusive quando as mulheres indígenas são
comparadas com segmentos da população brasileira com alta vulnerabilidade
social e deficiência de cobertura de atenção à saúde. Os baixos percentuais
de assistência à saúde apontados para as mulheres da Região Norte como
um todo, incidem também nas minorias étnicas, contribuindo para as grandes
lacunas encontradas na oferta de ações do pré-natal às mulheres indígenas
(GARNELO et al, 2018, p.10).

Verificou-se também, uma subnotificação das mortes de mulheres indígenas em idade


reprodutiva, embora as mortes maternas ainda representem relevante causa de óbito na
população estudada (ESTIMA et al, 2019).
O risco de óbito de mulheres indígenas maior quando comparadas às brancas. “A razão
da mortalidade materna específica foi elevada entre as mulheres indígenas, 651,8 óbitos
por 100 mil nascidos vivos, respectivamente, na faixa etária entre 30 a 39 anos” (PÍCOLI
et al, 2017, p.739).
Na busca por opções de controle do problema podem ser citadas: a possibilidade de
utilização de estratégias, como o aprimoramento de sistemas de informação, que permitiriam
complementar dados, entre eles a raça/cor (indígena) (ESTIMA et al, 2019); aprimoramento
da qualidade do cuidado ofertado e de seus registros; aumento do uso das cadernetas de
gestante e a adoção de fichas perinatais para a produção de dados fiéis de ações executadas
no contexto da saúde das mulheres indígenas (GARNELO et al, 2018).
Quando a mortalidade materna é analisada como um evento sentinela, pode identi-
ficar as precariedades dos atendimentos, a fim de promover ações em tempo hábil, e que
qualifiquem a atenção à saúde a esse grupo populacional (PÍCOLI et al, 2017).

Violência

Um discurso da Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, em abril


de 2022, retrata o trágico e delicado período que assombra as populações indígenas, prin-
cipalmente as mulheres desses povos:

[...]uma menina de 12 anos, indígena, teria sido estuprada até a morte em


ataque de garimpeiros na comunidade de Aracaçá, região de Waikás, na Terra
Yanomami, em Roraima[...]A violência e a barbárie praticada contra os indíge-
nas estão ocorrendo há 500 anos, não diferente da violência que vem ocor-
rendo, especialmente contra as mulheres no Brasil, de uma forma crescente.
Parece que a civilização tem significado apenas para um grupo de homens.
[...] O feminicídio no Brasil vem mostrando a média de quatro mulheres mortas
a cada dia. As mulheres indígenas são massacradas sem que a sociedade
e o Estado tomem as providências eficientes para que se chegue à era dos
direitos humanos para todos, não como privilégio de parte da sociedade [...]
(STF, 2022, online).

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Apesar de apenas um artigo (PEREIRA et al, 2020) sobre violência ter sido selecio-
nado para esta revisão integrativa, cabe ressaltar a extrema importância em desvelar seus
dados ao “caracterizar o perfil das violências, das vítimas das violências perpetradas contra
adolescentes, bem como descrever o percentual de municípios notificantes por unidade da
Federação” (PEREIRA et al, 2020, p. 21). Os autores asseveram que a violência sexual
ocorreu preponderantemente no sexo feminino, sendo prevalente entre 10 e 14 anos, nas
raças/cores indígena, negra e amarela, quando perpetrada de forma repetitiva, no domicílio.
Vivemos contemporaneamente a um cenário de intensificação de violências contra os
povos indígenas e especificamente contra as mulheres. Apenas em agosto de 2021 foram
assassinadas uma adolescente do povo Kaingang, do Rio Grande do Sul, e uma criança
de 11 anos do povo Guarani Kaiowá, do Mato Grosso do Sul. Para além da falta de dados
específicos da violência contra as mulheres indígenas, seja a étnica ou de gênero, as mu-
lheres são as mais impactadas pelas invasões de suas terras (HAJE, 2022).
Dada a sórdida natureza desses agravos, essas violências criam notáveis danos à
saúde mental, física, sexual e reprodutiva. Trata-se de um problema difícil e multifatorial e
exige intervenções de toda sociedade civil, e intersetorialidade estatal.
Salienta-se a escassez de estudos sobre essa temática, já que se constitui de assunto
concreto e constante na sociedade atual, o que ressoa com maior ruído em minorias em
direitos e étnicas. Faz-se necessário maior sensibilidade e um olhar diligente à essa barbárie
de raiz histórica, cultural e patriarcal.

Tradição e conjectura cultural

Há semelhanças entre as crenças e práticas tradicionais indígenas, e também diver-


sas singularidades em cada etnia que precisam ser levadas em consideração pelos profis-
sionais de saúde e pelas políticas públicas (LIMA et al, 2018). Os autores afirmam um efeito
nocivo da falta de competência cultural dos profissionais da saúde e seu impacto na adesão
e eficácia dos tratamentos.
As diversas práticas tradicionais dos povos indígenas, envolvem o ser e o poder, cren-
ças, costumes, rituais e práticas particulares de cada comunidade. Tais práticas dialogam
com todos os acontecimentos da vida, e no caso da mulher indígena, podem ser citadas a
alimentação/nutrição, menarca, parto/nascimento e tratamento de enfermidades.
Em relação a práticas de cuidado em saúde, ações de educação em saúde para mu-
lheres indígenas sobre cânceres de mama e de colo uterino demonstram que é comum o
uso de plantas nas suas práticas de saúde, como fitoterápicos, na forma de garrafadas e
chás (SOUZA et al, 2020).

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Os Munduruku da Terra Indígena Kwatá-Laranjal, Amazonas, valorizam os laços so-
ciais e a participação no universo de relações cosmológicas, semelhante a outros povos
indígenas. Isso difere da noção biomédica de corpo excessivamente reducionista e mate-
rialista, que surge como obstáculo à promoção da atenção diferenciada. Os saberes e prá-
ticas emergem por meio de experiências coletivas repassadas entre gerações de mulheres
(DIAS-SCOPEL et al, 2019).
Nota-se que a cultura é indissociável da saúde para as indígenas, e desse modo,
verifica-se que a culturalidade pode se apresentar como um obstáculo para a saúde das
mulheres indígenas quando profissionais dessa área não utilizam uma abordagem alicerçada
no diálogo e no encontro das duas formas de saber (ABRITTA et al, 2021).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo de realizar uma revisão integrativa destacando a saúde da mulher indígena no


Brasil deve colaborar para a melhoria da abordagem, com a prestação da assistência e das
orientações de profissionais de saúde à mulher indígena. Foram verificados através dos estu-
dos abordados, diferentes problemas relacionados à saúde das mulheres estudadas, como:
mortalidade materna, IST, e doenças infecto contagiosas, neoplasias, efeitos da exposição
ao mercúrio, violência, além de questões respaldadas na cultura e tradição de seus povos.
Pondera-se que a saúde não está dissociada do sistema cultural e social, mas sim
é parte dele. Assim, sustenta-se, um cenário no qual o processo saúde-doença não pode
ser analisado de forma isolada das questões sociais, culturais e demais dimensões da vida
social do ser humano. O profissional de saúde deve agregar sua prática aos valores e co-
nhecimentos de cada povo, respeitando tradições e crenças. Portanto, é relevante que as
particularidades de cada grupo social sejam analisadas e valorizadas para que ocorra uma
abordagem sanitária mais efetiva, respeitando assim o princípio da equidade.
Conclui-se que a saúde da mulher indígena é negligenciada devido às barreiras cul-
turais, geográficas, socioeconômicas e linguísticas, o que torna imprescindível conhecer
a cultura dessas mulheres, as enfermidades que mais as acometem, a dinâmica social e
cultural, suas tradições, rituais e o modo que manejam o processo saúde-doença, para con-
ciliação das práticas de cuidado. Acentua-se a importância da execução de políticas públicas
já vigentes, assim como a implantação e implementação de novas políticas para combater
a desigualdade no acesso à saúde e promoção da equidade no cuidado fundamentado na
interculturalidade.
Alerta-se para a escassez de estudos relativos à saúde da mulher indígena, precipua-
mente com ênfase na violência sofrida por essas mulheres. Espera-se que esta pesquisa
possa contribuir para o conhecimento e fomentar novos trabalhos que protagonizem a mulher

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indígena, em suas diversas vertentes, além do processo saúde-doença, para o empodera-
mento e concessão de seu espaço de vivência, fala e práticas, com pleno respeito aos seus
direitos humanos e culturais.

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