Odontopediatria

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 73

MANUAL DE ORIENTAÇÕES

ODONTOLÓGICAS PARA BEBÊS


Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes
Eliane Batista de Medeiros Serpa
Isabela Albuquerque Passos Farias
(Organizadoras)
MANUAL DE ORIENTAÇÕES
ODONTOLÓGICAS PARA BEBÊS
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Reitor VALDINEY VELOSO GOUVEIA
Vice-Reitora LIANA FILGUEIRA ALBUQUERQUE
Pró-Reitor PRPG GUILHERME ATAÍDE DIAS

EDITORA UFPB
Diretor REINALDO FARIAS PAIVA DE LUCENA
Coordenadora de Editoração SÂMELLA ARRUDA ARAÚJO
Revisora Gráf ica ALICE BRITO
Revisor de Pré-Impres são WELLINGTON COSTA OLIVEIRA
Chefe de Produção JOSÉ AUGUSTO DOS SANTOS FILHO

Conselho Editorial Adailson Pereira de Souza (Ciências Agrárias)


Eliana Vasconcelos da Silva Esvael (Linguística, Letras e Artes)
Fabiana Sena da Silva (Interdisciplinar)
Gisele Rocha Côrtes (Ciências Sociais Aplicadas)
Ilda Antonieta Salata Toscano (Ciências Exatas e da Terra)
Luana Rodrigues de Almeida (Ciências da Saúde)
Maria de Lourdes Barreto Gomes (Engenharias)
Maria Patrícia Lopes Goldfarb (Ciências Humanas)
Maria Regina Vasconcelos Barbosa (Ciências Biológicas)

Conselho Científ ico Maria Aurora Cuevas-Cerveró (Universidad Complutense Madrid/ES)


José Miguel de Abreu (UC/PT)
Joan Manuel Rodriguez Diaz (Universidade Técnica de Manabí/EC)
José Manuel Peixoto Caldas (USP/SP)
Letícia Palazzi Perez (Unesp/Marília/SP)
Anete Roese (PUC Minas/MG)
Rosângela Rodrigues Borges (UNIFAL/MG)
Silvana Aparecida Borsetti Gregorio Vidotti (Unesp/Marília/SP)
Leilah Santiago Bufrem (UFPR/PR)
Marta Maria Leone Lima (UNEB/BA)
Lia Machado Fiuza Fialho (UECE/CE)
Valdonilson Barbosa dos Santos (UFCG/PB)

Editora f iliada à:
Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes
Eliane Batista de Medeiros Serpa
Isabela Albuquerque Passos Farias
(Organizadoras)

MANUAL DE ORIENTAÇÕES
ODONTOLÓGICAS PARA BEBÊS

Editora UFPB
João Pessoa
2020
Direitos autorais 2020 – Editora UFPB
Efetuado o Depósito Legal na Biblioteca Nacional, conforme a
Lei nº 10.994, de 14 de dezembro de 2004.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À EDITORA UFPB
É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou
por qualquer meio.
A violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610/1998)
é crime estabelecido no artigo 184 do Código Penal.
O conteúdo desta publicação é de inteira responsabilidade do autor.
Projeto Gráf ico Editora UFPB
Editoração Eletrônica e
Design da Capa Sâmella Arruda Araújo
Ilustrações Tiago Navarro Ribeiro de Lima
Catalogação na fonte:
Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraí ba

M294 Manual de orientações odontológicas para bebês / Jocianelle


Maria Felix Fernandes Nunes, Eliane Batista de Medeiros
Serpa, Isabela Albuquerque Passos Farias (organizadores).
- João Pessoa: Editora UFPB, 2020.
72 p.: il.

Recurso digital (2,2MB)


Formato: PDF
Requisito do Sistema: Adobe Acrobat Reader

ISBN 978-65-5942-032-2

1. Odontologia. 2. Saúde bucal – Bebês. 3. Gestantes –


Cuidados odontológicos. 4. Higiene bucal – Bebês. I. Nunes,
Jocianelle Maria Felix Fernandes. II. Serpa, Eliane Batista de
Medeiros. III. Farias, Isabela Albuquerque Passos. IV. Título.

UFPB/BC CDU 616.314-053.3

Livro aprovado para publicação através do Edital Nº 01/2020/Editora Universitária/


UFPB - Programa de Publicação de E-books.

EDITORA UFPB Cidade Universitária, Campus I,


Prédio da Editora Universitária, s/n
João Pessoa – PB
CEP 58.051-970
http://www.editora.ufpb.br
E-mail: [email protected]
Fone: (83) 3216.7147
“Não é só a educação dos filhos que é
necessária, mas a dos pais também”

Mário Sérgio Cortella


Aos nossos eternos bebês:
Isabela, Lucas, Larissa, Laura e Rafaela
APRESENTAÇÃO

A Liga Acadêmica de Odontologia para Bebês é um projeto


de extensão da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) voltado ao
atendimento odontológico de bebês, bem como ao desenvolvimento
educativo-preventivo dos bebês e de seus responsáveis.

O projeto realiza ações de finalidades educativas, com relação


à saúde geral e bucal dos bebês, assim como preventivas, terapêuticas
e reabilitadoras, de acordo com o estado de saúde de cada paciente.

Diante das dúvidas frequentes apresentadas pelos pais/


responsáveis durante as atividades, surgiu a proposta desse e-book,
como forma de ampliar o acesso às informações indispensáveis sobre
a saúde bucal dos bebês.

Este e-book é resultado de um processo de reflexão, construído


em colaboração com os pais/responsáveis, discentes e docentes,
embasado em evidências científicas atuais, todavia com uma
linguagem simples e acessível.

Destinado aos responsáveis pelos cuidados dos bebês, espera-


se que o Manual de Orientações Odontológicas para Bebês contribua
com a rotina diária para a aquisição de hábitos saudáveis.

As organizadoras
SUMÁRIO

IMPORTÂNCIA DO CUIDADO ODONTOLÓGICO


COM A GESTANTE E COM O BEBÊ............................ 11
José Gabriel Victor Costa Silva
Beatriz de Lima Batista Neta
Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes
Eliane Batista de Medeiros Serpa
Isabela Albuquerque Passos Farias

CUIDADOS COM BEBÊS DURANTE A PANDEMIA


DA COVID-19................................................................... 15
Rayssa Lucena Wanderley
Thays Matias Ribeiro
Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes
Isabela Albuquerque Passos Farias

ERUPÇÃO DENTÁRIA E DENTES DECÍDUOS.. ....... 18


Juliane Evelyn Moreira de Azevedo
Thayana Maria Navarro Ribeiro de Lima
Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes
Eliane Batista de Medeiros Serpa
Isabela Albuquerque Passos Farias

HIGIENE BUCAL DOS BEBÊS.................................... 23


Luana Ribeiro Lage
Clara Ramalho Vieira de Lucena
Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes
Isabela Albuquerque Passos Farias

CÁRIE DA PRIMEIRA INFÂNCIA................................ 26


Luana Ribeiro Lage
Clara Ramalho Vieira de Lucena
Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes
Franklin Delano Soares Forte
Isabela Albuquerque Passos Farias
BENEFÍCIOS DA AMAMENTAÇÃO NATURAL........ 30
Raiana Gurgel de Queiroz
Renata Praxedes Fernandes
Leylliane de Fátima Leal Interaminense de Andrade
Eliane Batista de Medeiros Serpa

INFORMAÇÕES SOBRE DIETA.................................. 36


Raiana Gurgel de Queiroz
Renata Praxedes Fernandes
Simone Alves de Sousa
Leylliane de Fátima Leal Interaminense de Andrade

ALTERAÇÕES ORAIS EM RECÉM-NASCIDOS....... 41


Beatriz de Lima Batista Neta
José Gabriel Victor Costa Silva
Simone Alves de Sousa
Isabela Albuquerque Passos Farias
Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes

CANDIDÍASE ORAL EM BEBÊS................................. 49


Éllen Caroline Araújo da Silva
Amanda Medeiros Gomes
José Gabriel Victor Costa Silva
Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes
Isabela Albuquerque Passos Farias

HÁBITOS DELETÉRIOS............................................... 53
Thays Matias Ribeiro
Rayssa Lucena Wanderley
José Gabriel Victor Costa Silva
Franklin Delano Soares Forte
Eliane Batista de Medeiros Serpa

TRAUMATISMO DENTÁRIO EM DENTES


DECÍDUOS.. .................................................................... 58
Amanda Medeiros Gomes
Éllen Caroline Araújo da Silva
Simone Alves de Sousa
Eliane Batista de Medeiros Serpa
PRIMEIRA CONSULTA ODONTOLÓGICA DO
BEBÊ................................................................................ 62
Thayana Maria Navarro Ribeiro de Lima
Juliane Evelyn Moreira de Azevedo
José Gabriel Victor Costa Silva
Franklin Delano Soares Forte
Eliane Batista de Medeiros Serpa

SOBRE OS AUTORES................................................... 66
Capítulo 1
IMPORTÂNCIA DO CUIDADO
ODONTOLÓGICO COM A GESTANTE E
COM O BEBÊ

José Gabriel Victor Costa Silva


Beatriz de Lima Batista Neta
Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes
Eliane Batista de Medeiros Serpa
Isabela Albuquerque Passos Farias
Durante a gravidez, ocorrem várias mudanças fisiológicas
no organismo da mulher, que podem ter repercussões na saúde
bucal. Com a ausência de bons hábitos de higiene, por exemplo, as
consequências são intensificadas por essas alterações, podendo
interferir no resultado da gestação, pela elevação do risco da
ocorrência de um parto prematuro, baixo peso do bebê ao nascer,
ou pré-eclâmpsia.

Evidências científicas indicam que há uma maior suscetibilidade


a alterações gengivais nas gestantes, sendo explicado pelo aumento
na produção de hormônios, como estrogênio e progesterona, nesse
período. Em vista dessa sensibilidade na gengiva, o acúmulo de
biofilme, provocado por uma higiene oral deficiente, favorece a
ocorrência de doenças periodontais, como a gengivite e a periodontite,
que desencadeiam inflamações gengivais e perda óssea.

Alguns estudos também associam a periodontite durante a


gravidez com a ocorrência de:

• partos prematuros;

• pré-eclâmpsia;

• implicações no peso do bebê ao nascer.

Dessa forma, é essencial ter acesso ao atendimento


odontológico desde o início da gestação para realizar um tratamento
periodontal e evitar essas possíveis adversidades.

Além da suscetibilidade às doenças periodontais, também


é observada uma maior predisposição ao desenvolvimento do
granuloma piogênico na gravidez. O granuloma piogênico é uma lesão
inflamatória que aparece na gengiva e não tem causas específicas. O

Capa | Sumário | 12
tratamento do granuloma pode envolver a remoção cirúrgica, embora,
em muitos casos, ocorra a redução da lesão depois do nascimento
do bebê.

A manutenção e o atendimento odontológico combinados


ao aperfeiçoamento do conhecimento em saúde bucal, durante a
gravidez, são primordiais na prevenção da cárie da primeira infância,
que é uma doença que compromete os dentes e o desenvolvimento
oral do bebê. Em vista disso, a mãe deverá receber orientações do
cirurgião-dentista para a prevenção e promoção de saúde da criança,
sobre bons hábitos de higiene e de alimentação.

Na consulta com o cirurgião-dentista, além do próprio


atendimento odontológico, são esclarecidas informações úteis
para a mãe, que podem desmistificar algumas questões e ajudar a
solucionar medos e receios envolvendo o tratamento odontológico.
Nesse cenário, percebe-se a importância deste acompanhamento
durante a gravidez, tendo em vista a prevenção de doenças orais e
a promoção de saúde para a família.

REFERÊNCIAS

ARMITAGE, G. C. Bi-directional relationship between pregnancy


and periodontal disease. Periodontology 2000, Singapura, v. 63,
n. 1, p. 160-176, 2013.

Capa | Sumário | 13
DASANAYAKE, A. P.; GENNARO, S.; HENDRICKS-MUÑOZ, K.
D.; CHHUN, N. Maternal periodontal disease, pregnancy, and
neonatal outcomes. MCN, The American Journal of Maternal/
Child Nursing, Filadélfia, v. 33, n. 1, p. 45-49, 2008.

DOUCÈDE, G.; DEHAYNIN-TOULET, E.; KACET, L.; JOLLANT,


B.; THOLLIEZ, S.; DERUELLE, P.; SUBTIL, D. Dents et grossesse,
un enjeu de santé publique. Presse Medicale, Paris, v. 48, n. 10,
p. 1043-1050, 2019.

HARTNETT, E.; HABER, J.; KRAINOVICH-MILLER, B.; BELLA, A.;


VASILYEVA, A.; LANGE KESSLER, J. Oral Health in Pregnancy.
Journal of obstetric, gynecologic, and neonatal nursing: JOGNN,
[S.l.] v. 45, n. 4, p. 565-573, 2016.

HOERLER, S. B.; JENKINS, S.; ASSAD, D. Evaluating Oral Health


in Pregnant Women: Knowledge, attitudes and practices of health
professionals. Journal of Dental Hygiene, [S.l.], v. 93, n. 1, p. 16-22,
2019.

SILVA DE ARAUJO FIGUEIREDO, C.; GONÇALVES CARVALHO


ROSALEM, C.; COSTA CANTANHEDE, A. L.; ABREU FONSECA
THOMAZ, E. B.; FONTOURA NOGUEIRA DA CRUZ, M. C.
Systemic alterations and their oral manifestations in pregnant
women. The Journal of Obstetrics and Gynaecology Research,
[S.l.], v. 43, n. 1, p. 16-22, 2017.

XIAO, J.; ALKHERS, N.; KOPYCKA-KEDZIERAWSKI, D. T.;


BILLINGS, R. J.; WU, T. T.; CASTILLO, D. A.; RASUBALA, L.;
MALMSTROM, H.; REN, Y.; ELIAV, E. Prenatal Oral Health Care
and Early Childhood Caries Prevention: A Systematic Review and
Meta-Analysis. Caries Research, Basileia, v. 53, n. 4, p. 411-421,
2019.

Capa | Sumário | 14
Capítulo 2
CUIDADOS COM BEBÊS DURANTE A
PANDEMIA DA COVID-19

Rayssa Lucena Wanderley


Thays Matias Ribeiro
Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes
Isabela Albuquerque Passos Farias
Assim como você, seu bebê deve permanecer em casa. Não
saia com seus filhos para brincar em parques ou praças públicas.
As máscaras devem ser utilizadas em bebês acima de 2 anos. Em
crianças menores, o uso da máscara pode causar sufocamento.

Se você mora em casa, não há problema alguma do bebê


brincar em todos os ambientes internos e externos da casa, mas se
você mora em condomínio horizontal ou vertical, o mais seguro para
toda a sua família é que o bebê não brinque nas áreas comuns, sejam
elas internas ou externas. É interessante manter a sua casa limpa e
ventilada, para que o bebê possa brincar sem riscos de contaminação.

Se for possível, leve-o para tomar sol diariamente, pois a


vitamina D ajuda na imunidade.

Sobre a amamentação, se nem você nem seu bebê têm


sintomas, pode continuar amamentando normalmente. Mães que
amamentam e são casos suspeitos ou confirmados podem continuar
amamentando, pois ainda não foi comprovado a transmissão do vírus
no leite materno nem pela gestação. No entanto, devem amamentar
com máscaras, pois podem contaminar seus bebês através de tosse
e espirros, não esquecendo de lavar bem as mãos antes e depois
das mamadas. Caso o bebê tenha sintomas, também continue
amamentando, tomando as mesmas precauções.

A alimentação deve priorizar a ingestão de líquidos, frutas e


verduras higienizadas. Lembrando que os itens pessoais do bebê
nunca devem ser compartilhados.

Capa | Sumário | 16
A higiene das mãos de todas as pessoas da casa deve ser
reforçada nesse momento, e fique alerta para evitar que o bebê toque
olhos, nariz ou boca.

Deve-se explicar ao bebê o motivo desta mudança de


comportamento, como deixar de frequentar escolas, parques,
shoppings, igrejas e outros espaços. Sempre no grau de compreensão
de sua idade, sem criar alardes ou pânico sobre a situação.

Cuidado com os bebês com doenças crônicas, como asma,


diabetes, fibrose cística, doença falciforme, câncer, leucemias e artrites
crônicas, pois essas doenças aumentam o risco de severidade da
infecção pelo Coronavírus.

Em todos os casos, a orientação é a mesma: mantenha


medicamentos de uso contínuo e no caso de qualquer dúvida,
converse com seu pediatra de confiança a respeito.

REFERÊNCIAS

CAT, R. Cuidados com Crianças para o COVID-19. [S.l.: s.n.],


2020. E-book (31 p.).

MIRANDA, V. S. G.  RECH, R. S.; MAAHS, M. A. P.; BERBERT, M.


C. B.; ALMEIDA, S. T. Fonoaudiologia, amamentação e COVID-19:
informações aos fonoaudiólogos. CoDAS, São Paulo, v. 32,
n. 3,  e20200124, 2020.

Capa | Sumário | 17
Capítulo 3
ERUPÇÃO DENTÁRIA E DENTES
DECÍDUOS

Juliane Evelyn Moreira de Azevedo


Thayana Maria Navarro Ribeiro de Lima
Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes
Eliane Batista de Medeiros Serpa
Isabela Albuquerque Passos Farias
O nascimento dos primeiros dentes são muito marcantes
no crescimento do bebê, seu aparecimento é um evento notado e
valorizado pelos pais e/ou responsáveis. A cronologia e sequência de
erupção dos dentes decíduos, chamados popularmente de “dentes
de leite”, são influenciados pela genética, variando entre as etnias.

Somado a isso, a amamentação e a introdução alimentar (após


os 6 meses) fortalecem os músculos faciais, estimulam e favorecem
a erupção (nascimento) dentária.

De acordo com a literatura atual, os primeiros dentes a


surgirem na cavidade bucal são: os incisivos centrais inferiores;
incisivos centrais superiores; incisivos laterais inferiores; incisivos
laterais superiores acompanhado dos primeiros molares, caninos e,
por fim, os segundos molares como é mostrado na figura.

Tratando-se de uma média geral e levando em conta os


determinantes genéticos, os primeiros dentes costumam aparecer em
um intervalo dos 6 aos 9 meses. A dentição decídua estará completa
com os 20 dentes entre os 2 e 3 anos de vida.

Com o surgimento dos dentes decíduos (dentes de leite), os


bebês podem apresentar alguns sintomas próprios desse período, que
pode ser desconfortável e preocupante para os pais/responsáveis.
Os principais sinais/sintomas são: irritação gengival, irritabilidade,
babação, perda de apetite, sono agitado, coriza, febre, diarreia e
vômito.

Alguns desses sinais/sintomas da erupção dentária podem


não estar presentes em todos os bebês. Então, é mais importante
sabermos que essa fase de surgimento dos dentes depende muito

Capa | Sumário | 19
de fatores individuais e de condições próprias do ambiente que o
bebê vive. Mas como fazer para diminuir os desconfortos nessa fase?

1. Não usar medicamentos como pomadas anestésicas para


alívio dos sintomas da erupção por poderem causar efeitos
não desejáveis aos bebês;

2. Oferecer mordedores e massageadores de gengivas são


opções eficazes para diminuir os incômodos;

3. Fornecer objetos frios como frutas ou vegetais, tendo


cuidado para que eles não estejam muito duros para evitar
dores causadas por machucados na gengiva.

É importante lembrar que nenhum dos método é 100%


eficaz, por isso é preciso muita paciência e carinho dos pais/
responsáveis. Deve-se buscar ajuda profissional em serviços de
urgência odontológica ou médica se os sintomas forem severos e
comprometerem a qualidade de vida dos envolvidos.

REFERÊNCIAS

CAREGNATO, M.; MELLO, L. D.; DA SILVEIRA, E. G. Estudo da


cronologia da erupção dental decídua das crianças atendidas
nas clínicas do curso de Odontologia da Univali. Revista Sul-
Brasileira de Odontologia, Joinville, v. 6, n. 3, p. 237-242, 2009.

BASTOS DE HOLANDA TEIXEIRA, R.; DE ALENCAR


GONÇALVES FERREIRA DO AMARAL, L.; ANDRADE ROMÃO,
D.; ALENCAR NEMEZIO, M. Evaluación de la relación de los
signos y síntomas durante el período de erupción de los dientes

Capa | Sumário | 20
primarios. Revista de Odontopediatría Latinoamericana, Bogotá,
v. 9, n. 2, p. 131-139, 2019.

DUQUE, C.; CALDO-TEIXEIRA, A. S.; RIBEIRO, A. A.; AMMARI, M.


M.; ABREU, F. V.; ANTUNES, L. A. A. Odontopediatria: uma visão
contemporânea. São Paulo: Santos, 2013.

FDA. FDA Drug Safety Communication: Reports of a rare, but


serious and potentially fatal adverse effect with the use of over-
the-counter (OTC) benzocaine gels and liquids applied to the
gums or mouth. 2018. Disponível em: https://www.fda.gov/drugs/
drug-safety-and-availability/fda-drug-safety-communication-
reports-rare-serious-and-potentially-fatal-adverse-effect-use-over.
Acesso em: 23 jul. 2020.

FDA. FDA Drug Safety Communication: FDA recommends not


using lidocaine to treat teething pain and requires new Boxed
Warning. 2016. Disponível em: https://www.fda.gov/drugs/
drug-safety-and-availability/fda-drug-safety-communication-
fda-recommends-not-using-lidocaine-treat-teething-pain-and-
requires. Acesso em: 23 jul. 2020.

FDA. Safely Soothing Teething Pain and Sensory Needs in


Babies and Older Children.2018. Disponível em: https://www.
fda.gov/consumers/consumer-updates/safely-soothing-teething-
pain-and-sensory-needs-babies-and-older-children. Acesso em:
23 jul. 2020.

MASSIGNAN, C.; CARDOSO, M.; PORPORATTI, A.L.; AYDINOZ,


S.; CANTO, G.L.; MEZZOMO, L.A.M.; BOLAN, M. Signs and
Symptoms of Primary Tooth Eruption: A Meta-analysis. Pediatrics,
[S.l.], v. 137, n. 3, e20153501, 2016.

Capa | Sumário | 21
MEMARPOUR, M.; SOLTANIMEHR, E.; ESKANDARIAN, T. Signs
and symptoms associated with primary tooth eruption: a clinical
trial of nonpharmacological remedies. BMC Oral Health, Londres,
v. 15, n. 1, p. 88, 2015.

PATRIANOVA, M. E.; KROLL, C. D.; BÉRZIN, F. Sequência e


cronologia de erupção dos dentes decíduos em crianças do
município de Itajaí (SC). Revista Sul-Brasileira de Odontologia,
Joinville, v. 7, n. 4, p. 406-413, 2010.

REZENDE, C. F. M.; KUHN, E. Percepção das Mães e Pediatras de


Ponta Grossa/PR em Relação às Alterações Ocorridas em Bebês
Durante a Erupção da Dentição Decídua. Pesquisa Brasileira em
Odontopediatria e Clínica Integrada, Campina Grande, v. 10, n. 2,
p. 163-167, 2010.

Capa | Sumário | 22
Capítulo 4
HIGIENE BUCAL DOS BEBÊS

Luana Ribeiro Lage


Clara Ramalho Vieira de Lucena
Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes
Isabela Albuquerque Passos Farias
A higiene bucal do bebê representa uma ação importante para
a promoção de saúde e prevenção de doenças. Uma das maiores
dúvidas que os pais/responsáveis têm em relação à higienização
bucal é em qual momento deve-se iniciá-la. A higienização deve
começar a partir do momento que o primeiro dente erupciona. Este
evento ocorre por volta dos 6 meses de vida do bebê. Então é de
suma importância estar atento, para que este hábito seja estabelecido.

Entretanto, assim como todos os cuidados com os bebês, é


preciso realizar a higienização de forma adequada e eficaz.

O primeiro passo na higienização bucal do bebê é a escolha


de uma escova dental com a cabeça pequena, cerdas macias e cabo
longo.  Além disso, quando o bebê já apresenta mais de um dente,
deve-se utilizar o fio dental para higienizar entre os dentes.

Então, qual seria o creme dental ideal para o bebê? Os pais/


responsáveis devem observar os ingredientes ativos no rótulo do
creme dental, e procurar uma concentração ideal entre 1000 e 1100
ppm de flúor. É importante destacar que o flúor é um dos aliados
mais importantes no combate da doença cárie.

O creme dental infantil normalmente possui sabor agradável,


porém não deve ser ingerido. É importante validar e explicar a sua
função para os bebês.⁣

Para que seja seguro, a concentração de flúor e a quantidade


de creme dental devem ser observadas. Portanto, a quantidade a
ser dispensada na escova deve seguir a recomendação da figura.

A frequência de escovação deve ser três vezes ao dia, sempre


após as refeições principais. É válido ressaltar que a escovação da

Capa | Sumário | 24
noite, antes de dormir, é a mais importante, pois durante o sono, o
ambiente bucal está mais propenso ao desenvolvimento de lesões
cariosas.

A higienização deve ser supervisionada pelos pais/responsáveis


até os 7 anos, especialmente enquanto a criança não tiver desenvolvido
a  habilidade manual para realizar os movimentos de forma eficaz. O
incentivo e o ensinamento são uma construção diária para que esse
momento seja agradável e faça parte da rotina do bebê.

REFERÊNCIAS

FEJERSKOV, O.; KIDD, E. Dental Caries: The Disease and Its


Clinical Management. 2. ed. Chichester: John Wiley & Sons, Ltda,
2009.

GUEDES-PINTO, A. C. Odontopediatria. 9. ed. São Paulo: Santos,


2016.

Capa | Sumário | 25
Capítulo 5
CÁRIE DA PRIMEIRA INFÂNCIA

Luana Ribeiro Lage


Clara Ramalho Vieira de Lucena
Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes
Franklin Delano Soares Forte
Isabela Albuquerque Passos Farias
A cárie dentária continua sendo a doença mais frequente entre
as doenças bucais. Na primeira infância, a saúde bucal das mães e
de toda família têm influência direta sobre a saúde bucal dos filhos.
Dessa forma, a abordagem precoce da saúde bucal do bebê é de
suma importância para a aquisição de hábitos saudáveis que irão
repercutir durante toda a vida.

A Cárie da Primeira Infância (CPI) consiste na presença de uma


ou mais superfícies cariadas, perdidas ou restauradas da dentição
decídua de crianças com idade inferior a 71 meses. Trata-se de uma
doença crônica, não infecciosa e nem transmissível.

A doença cárie apresenta caráter multifatorial, envolvendo


fatores determinantes e predisponentes. Dentre os fatores determinantes
estão a presença de bactérias, propriedades da saliva, dieta rica em
açúcar e baixa exposição ao flúor. Dentre os fatores predisponentes
destacam-se fatores sociais como baixa renda, baixo nível de estudo,
ambiente familiar, hábitos pessoais e de comportamento.

A relação entre cárie dentária e dieta se dá na maioria das


vezes pelo tipo de alimento, sua consistência (pegajoso que gruda ao
dente) e frequência (número de vezes que come ao longo do dia). A
adição de açúcar, achocolatado ou outras formulações na mamadeira
é o principal hábito relacionado à cárie em bebês.

Para diminuir o acúmulo de bactéria sobre o dente e prevenir


a cárie, é fundamental fazer escovação diária com escova, creme
dental com flúor e usar o fio dental.

De acordo com a literatura, os dentes dos bebês mais afetados


pela cárie são os incisivos centrais e laterais superiores, molares
inferiores, molares superiores e caninos superiores.

Capa | Sumário | 27
A progressão da doença segue praticamente a sequência de
erupção dos dentes decíduos, sendo que os incisivos inferiores são
uma exceção, uma vez que geralmente são os primeiros dentes a
erupcionar e os últimos a serem afetados pela cárie. Isto se dá porque
os incisivos inferiores são protegidos pela posição da língua durante
o ato da sucção e pela quantidade de saliva na região.

O primeiro sinal da cárie é uma manchinha branca no dente,


que já precisa ser tratada para não aumentar e resultar em cavidades.

O tratamento da cárie precoce da infância depende do seu


tamanho, da idade e do comportamento da criança, assim como da
cooperação dos pais/responsáveis.

Diante do exposto, saúde e boas condições na dentição


decídua são essenciais para o bem-estar geral da criança, pois
propiciam uma fala correta, adequada mastigação, bem como
previnem a instalação de hábitos orais inadequados. Além disso,
os dentes decíduos servem de guia para a correta erupção dos
dentes permanentes, além de serem importantes para estética,
desenvolvimento pessoal e aquisição de autoconfiança da criança.

REFERÊNCIAS

DIAS, T. K. S.; FERREIRA, G. C.; ALMEIDA, L. H. S. Cárie na


primeira infância e qualidade de vida de pacientes de zero a 3
anos. Revista UNINGÁ, Maringá, v. 56, n. S3, p. 192-201, 2019.

BARROS, S. G.; CASTRO ALVES, A.; PUGLIESE, L. S.; REIS, S. R.


A. Contribuição ao estudo da cárie dentária em crianças de 0-30

Capa | Sumário | 28
meses. Pesquisa Odontológica Brasileira, São Paulo, v. 15, n. 3, p.
215-222, 2001.

MIYATA, L. B.; BONINI, G. C.; CALVO, A. F. B.; POLITANO, G. T.


Reabilitação estética e funcional em paciente com cárie severa
da infância: relato de caso. Revista da Associação Paulista de
Cirurgiões Dentistas, São Paulo, v. 68, n. 1, p. 22-29, 2014.

PINEDA, I. C.; OSORIO, S. R. G.; FRANZIN, L. C. S. Cárie precoce


da primeira infância e reabilitação em odontopediatria. Revista
UNINGÁ Review, Maringá, v. 19, n. 3, p. 51-55, 2014.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Ending childhood dental


caries: WHO implementation manual. Geneva: World Health
Organization, 2019.

Capa | Sumário | 29
Capítulo 6
BENEFÍCIOS DA AMAMENTAÇÃO
NATURAL

Raiana Gurgel de Queiroz


Renata Praxedes Fernandes
Leylliane de Fátima Leal Interaminense de Andrade
Eliane Batista de Medeiros Serpa
A amamentação natural desempenha grande importância
na vida da mãe e do bebê, pois trata-se de um momento único
que além de exercer papel fundamental no vínculo, intimidade e
contato físico entre mãe e filho, também está diretamente associada
com o desenvolvimento da criança. A amamentação natural traz
relevância nutricional, imunológica, emocional, bem como atua no
desenvolvimento do sistema estomatognático (arcadas dentárias,
mandíbula, maxila, bochechas, músculos da face, oclusão adequada,
postura correta da língua e vedamento dos lábios), o que favorece
a desenvoltura de funções como a respiração, deglutição e fala. É
também responsável por suprir as necessidades de sucção do bebê
que é bem presente nos primeiros meses de vida por ser um instinto
fisiológico do recém-nascido.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)


a amamentação tem que ser realizada com exclusividade e em
livre demanda até os seis meses de idade. O leite materno é um
alimento natural, completo e eficiente por ter uma composição
perfeitamente equilibrada de todos os nutrientes necessários para
o crescimento e desenvolvimento do bebê, não sendo necessário a
oferta de água e chás. Vale salientar que somente o leite humano
é capaz de proporcionar proteção contra alergias e infecções.
Além disso, ao ser comparado com o leite industrializado, pode-se
apontar vantagens como uma melhor digestão, composição química
balanceada, ausência de princípios alergênicos e baixo custo, sendo
socioeconomicamente viável às classes sociais mais desfavorecidas.

É importante que a criança seja amamentada sem restrições


de horários e tempo de permanência na mama. Nos primeiros meses,
é comum que o bebê mame com maior frequência e sem horários

Capa | Sumário | 31
regulares. De um modo geral, um bebê em aleitamento materno
exclusivo mama de oito a doze vezes ao dia.

A composição do leite humano varia de acordo com as


necessidades nutricionais, metabolismo do bebê e a respectiva etapa
de amamentação, diferenciando-se em colostro, leite de transição e
leite maduro. O colostro é produzido nos primeiros 5 dias pós-parto
caracterizado por ser um fluido amarelo e espesso composto de
lipídios, lactose e proteína, além de alta concentração de vitaminas
lipossolúveis (beta-caroteno), imunoglobulina A (IgA), lactoferrina,
linfócitos e macrófagos responsáveis pela ação protetora na fase
de recém nascido. Já entre o quinto e décimo quinto dia pós parto
passa a ser produzido o chamado leite de transição, o qual tem
composição variante entre as características presentes no colostro
as do leite maduro. Por fim, o leite maduro possui proteínas (em
menor quantidade), carboidratos, lipídios, minerais e vitaminas,
proporcionando nos seis primeiros meses pós-parto cerca de 700
a 900mL/dia e aproximadamente 600 mL/dia no segundo semestre.

É importante dizer que nenhum outro alimento é capaz de


oferecer o aporte nutritivo que o leite materno tem para a criança. Com
os nutrientes adquiridos na amamentação, ocorre a diminuição no
índice de mortalidade, alergias e problemas gastrointestinais.  Quando
ela é feita de maneira cuidadosa, sem pressa e com atenção, a voz
e o olhar da mãe transmitem ao bebê aconchego e prazer de forma
que as necessidades emocionais sejam satisfeitas e a conexão mãe
e filho seja, ainda mais, intensa. Crianças amamentadas tendem a ser
mais tranquilas quando comparadas às que não são. Assim como nos
bebês, a amamentação também traz benefícios para as mães como
prazer, instinto maternal suprido, controle no sangramento e retração

Capa | Sumário | 32
uterina no pós-parto, previne a anemia materna, gera um menor risco
de câncer de ovários, endométrio e de mama na pré-menopausa,
reduz o risco de diabetes II e de depressão pós parto, além disso a
lactação ajuda na perda de peso ganho durante a gravidez.

No ato de mamar, a criança realiza um esforço físico que


promove o importante desenvolvimento dos músculos e ossos da
face, favorecendo o desenvolvimento facial correto e harmônico,
diminuindo os riscos de alterações que interfere na qualidade de
vida. Durante a amamentação, a língua do bebê regula a passagem
do leite e impede a passagem de ar, controlando a respiração pelas
narinas. Somado a isso, os músculos mandibulares movimentam-se
horizontalmente para frente e para trás, sugando o leite da mama e
influenciando a formação mandibular para que futuramente sejam
executados os movimentos mastigatórios.

Recomenda-se que a amamentação aconteça na posição


ortostática, quando o bebê fica sentado com a cabeça superior ao
resto do corpo, pois evita o refluxo do leite para a tuba auditiva e
episódios de otite. Vale salientar que o esforço é menor quando o
bebê se alimenta através da mamadeira, pois ele fica alimentado mais
rapidamente devido o fluxo do leite na mamadeira ser maior. Sendo
assim, ele sacia a fome mais rapidamente, não atinge o prazer e a
sucção é feita sem nenhum esforço.

A amamentação também é importante para prevenir a


incorporação de hábitos que podem desenvolver alterações na face,
como a sucção de dedo, chupeta. Desde o nascimento, a criança tem
uma necessidade fisiológica de sucção, a qual uma das formas de ser
suprida é com a amamentação. Se a criança não for amamentada ou
se tiver sido desmamada precocemente, ela vai procurar satisfazer

Capa | Sumário | 33
essa necessidade de outras formas, seja introduzindo o dedo na boca
ou por meio da sucção da chupeta, que se for uma prática repetida
muitas vezes, pode causar danos orais e na face.

Deve-se chamar a atenção para o risco de desenvolvimento


de lesões de cárie dentária que aumenta potencialmente quando
há o prolongamento da amamentação ao seio, bem como pelo uso
de mamadeiras, principalmente no período noturno resultando em
danos para a saúde bucal do bebê.

Portanto, como visto, a amamentação é a maneira mais prática


e ideal de oferecer o que o bebê precisa, porque além de oferecer
o suporte nutricional, traz benefícios que não são encontrados em
nenhuma outra forma de alimentação até o sexto mês de vida.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, L. S.; ANTUNES, L. A. A.; CORVINO, M. P. F.; MAIA,


L. C. Amamentação natural como fonte de prevenção em saúde.
Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 103-109,
2008.

BERVIAN, J.; FONTANA, M.; CAUS, B. Relação entre


amamentação, desenvolvimento motor bucal e hábitos bucais-
revisão de literatura. Revista da Faculdade de Odontologia-
UPF, Passo Fundo, v. 13, n. 2, p. 76-81, 2008.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à


Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança:
Aleitamento Materno e Alimentação Complementar. Cadernos

Capa | Sumário | 34
de Atenção Básica, n. 23. Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 2. ed.
Brasília: Ministério da Saúde, 2015.

CASSIMIRO, I. G. V.; SOUZA, P. G.; RODRIGUES, M. C.;


CARNEIRO, G. K. M. A importância da amamentação natural
para o sistema estomatognático. Revista UNINGÁ, Maringá,
v. 56, n. S5, p. 54-66, 2019.

DUQUE, C.; CALDO-TEIXEIRA, A. S.; RIBEIRO, A. A.; AMMARI,


M. M.; ABREU, F. V.; ANTUNES, L. A. A. Odontopediatria: uma
visão contemporânea. São Paulo: Santos, 2013.

MOIMAZ, S. A. S.; ROCHA, N. B.; GARBIN, A. J. I.; SALIBA, O.


Relação entre aleitamento materno e hábitos de sucção não
nutritivos. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 5, p.
2477-2484, 2011.

PEREIRA, B. E.; MACIEL, A. M. B.; MENDES, A. T.; CRUZ, I. L.;


COURA, L. B. M.; COURA, P. E. Benefícios da amamentação
para a saúde da mulher e do bebê. Anais da Jornada
Odontológica de Anápolis, Anápolis, 2019.

SANTOS, P. P.; SCHEID, M. M. M. Importância do aleitamento


materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida para a
promoção da saúde da mãe e bebê. Journal of the Health
Sciences Institute, [S.l.], v. 37, n. 3, p. 276-280, 2019.

SILVA, C. M.; BASSO, D. B.; LOCKS, A. Alimentação na primeira


infância: abordagem para a promoção da saúde bucal. Revista
Sul-Brasileira de Odontologia, Joinville, v. 7, n. 4, p. 458-465,
2010.

Capa | Sumário | 35
Capítulo 7
INFORMAÇÕES SOBRE DIETA

Raiana Gurgel de Queiroz


Renata Praxedes Fernandes
Simone Alves de Sousa
Leylliane de Fátima Leal Interaminense de Andrade
Dieta se refere aos padrões alimentares que são introduzidos
desde o nascimento do bebê, sendo um dos fatores responsáveis pelas
preferências alimentares no decorrer da vida. Os hábitos alimentares
adquiridos durante a infância norteiam a conduta alimentar na vida
adulta. Por isso, a dieta está diretamente relacionada com a saúde
nutricional e bucal da criança.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a


criança deve alimentar-se apenas de leite materno até os 6 meses
de idade e a partir disso começar a ingerir outros alimentos de forma
gradativa. No entanto, o consumo de sacarose (açúcar) deve ser
evitado até os dois anos de idade, pois a frequência de ingestão, a
consistência e o tempo de permanência na cavidade oral exibem
um potencial cariogênico, representando um fator de risco para o
aparecimento da doença cárie.

Naturalmente, o dente possui uma película em sua superfície


denominada de biofilme. Com o consumo de alimentos de grande
potencial cariogênico, o biofilme tende a ficar mais viscoso, promovendo
uma maior aderência bacteriana no dente, devido os microrganismos
cariogênicos apresentarem maior afinidade pelos açúcares. Por isso,
ao iniciar a introdução alimentar da criança, deve-se ter cuidado com
as escolhas dos alimentos, já que eles influenciam no fortalecimento
das estruturas dentárias antes e após a erupção dos dentes e no
desenvolvimento da cárie, que pode trazer complicações mais sérias
como a perda precoce do elemento dentário.

Dessa forma, dietas que contêm um alto consumo de alimentos


industrializados são prejudiciais à saúde bucal, citando-se dois
motivos: a) são pobres em nutrientes considerados essenciais para
o desenvolvimento da criança; b) possuem alto teor de açúcar,

Capa | Sumário | 37
favorecendo o aparecimento de cárie dentária sobretudo quando
associado à higiene inadequada.

Após os seis meses, a criança amamentada deve receber três


refeições ao dia (duas papas de fruta e uma papa salgada). Após um
mês da introdução alimentar devemos inserir mais uma papa salgada/
comida de panela (arroz, feijão, carne, legumes e verduras). Com 12
meses a criança já deve receber, no mínimo, cinco refeições ao dia.

Deve-se evitar oferecer à criança alimentos ricos em


carboidratos, principalmente a sacarose, presente em alimentos
como refrigerantes, sucos, biscoitos recheados, balinhas, bolachas
maisena, dentre outros. O ideal é dar preferência a frutas, tubérculos,
verduras e legumes que são capazes de controlar o desenvolvimento
da cárie, além de oferecer uma melhor nutrição.

No início, os alimentos devem ser amassados com o garfo,


nunca liquidificados ou peneirados. A consistência dos alimentos
deve respeitar o desenvolvimento das crianças. Aos 12 meses, a
maior parte das crianças já deve estar pronta para acompanhar a
mesma refeição da família. Uma forma de influenciar positivamente
o consumo de alimentos saudáveis é combinar alimentos coloridos
e separá-los no prato para chamar a atenção do bebê.

Somado a isso, é importante oferecer alimentos variados para


que o paladar da criança não seja restrito e ela tenha o máximo de
experiências dos sabores. É comum a recusa do alimento pelo bebê,
por isso é benéfico oferecer mais algumas vezes o mesmo alimento
já que em algum momento ele pode ser aceito. Aconselha-se evitar o
uso de mamadeira noturna e não colocar açúcar, chocolate e/ou mel

Capa | Sumário | 38
na mamadeira e em bebidas como leite, chá, sucos da criança, pois
o sabor dos alimentos com açúcar ainda é desconhecido por elas.

A dieta faz parte do hábito familiar, no entanto para o bebê


ela ainda é uma alimentação complementar, pelo fato da criança ser
preferencialmente amamentada pelo menos até os dois anos de idade.
É importante que sejam estabelecidos horários para as refeições do
bebê, evitando alimentá-lo fora dos horários estipulados. Caso seja
necessário, pode-se oferecer entre as refeições opções saudáveis
como frutas, sucos naturais não adoçados, iogurte natural e queijos.
Nesse contexto, a família tem papel fundamental ao motivar e realizar
uma alimentação saudável influenciando a criança a adquirir hábitos
saudáveis por toda a vida.

Além disso, é importante que a higienização seja realizada


ou supervisionada pelo responsável sempre após as refeições, para
proteger contra possíveis doenças que possa acometer os dentes.
Além de estimular hábitos que favorecem a saúde da criança.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO LATINOAMERICANA DE ODONTOPEDIATRIA.


Guia de Saúde Bucal para pediatras. 2017. Disponível em:
https://www.revistaodontopediatria.org/publicaciones/Guias/
Guia-de-salud-bucal-infantil-para-pediatras-Imprenta-Portugues.
pdf. Acesso em: 16 jul. 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.


Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: Aleitamento
Materno e Alimentação Complementar. Cadernos de Atenção

Capa | Sumário | 39
Básica, n. 23. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. 2. ed. Brasília: Ministério da
Saúde, 2015.

DUQUE, C.; CALDO-TEIXEIRA, A. S.; RIBEIRO, A. A.; AMMARI, M.


M.; ABREU, F. V.; ANTUNES, L. A. A. Odontopediatria: uma visão
contemporânea. São Paulo: Santos, 2013.

FERREIRA, G. C.; MIZAEL, V. P.; ARAUJO, T. G. F. Utilização do


diário alimentar  no diagnóstico do consumo de  sacarose em
odontopediatria:  revisão de literatura. Revista da Faculdade de
Odontologia - RFO, Passo Fundo, v. 23, n. 1, p. 68-72, 2018.

OLIVEIRA, E. S.; SOUZA, I. F. S. Correlação das condições


de saúde bucal e hábitos alimentares de crianças atendidas
na clínica escola da Universidade Federal de Sergipe. 2018.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) -
Universidade Federal de Sergipe, Lagarto, 2018.

ASSIS DE PAULA, B.; FREIRE-MAIA, J.; ANTÔNIO MARTINS


JÚNIOR, P.; BARTOLOMEO FREIRE-MAIA, F. Introdução precoce
da sacarose está associada à presença de cárie dentária em
bebês. Arquivos em Odontologia, Belo Horizonte, v. 55, 2019.

SILVA, C. M.; BASSO, D. B.; LOCKS, A. Alimentação na primeira


infância: abordagem para a promoção da saúde bucal. Revista
Sul-Brasileira de Odontologia, Joinville, v. 7, n. 4, p. 458-465, 2010.

Capa | Sumário | 40
Capítulo 8
ALTERAÇÕES ORAIS EM
RECÉM-NASCIDOS

Beatriz de Lima Batista Neta


José Gabriel Victor Costa Silva
Simone Alves de Sousa
Isabela Albuquerque Passos Farias
Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes
Visando a manutenção da saúde bucal da criança, é importante
realizar o acompanhamento com um cirurgião-dentista ou
odontopediatra desde os primeiros meses de vida do bebê. Os bebês
podem apresentar algumas alterações orais, que necessitam de um
diagnóstico clínico para que informações sobre tratamento sejam
concedidas aos pais/responsáveis.

As anormalidades orais que afetam os bebês podem estar


associadas a algumas alterações sistêmicas, como infecções, alterações
no sangue, no sistema respiratório e no sistema gastrointestinal, por
exemplo. Pesquisas mostram que dentre as alterações orais mais
prevalentes em recém-nascidos estão: pérolas de Epstein, nódulos
de Bohn, dentes natais e neonatais, anquiloglossia (língua presa) e
as fissuras orais, detalhadas a seguir.

Pérolas de Epstein

As pérolas de Epstein são pequenas lesões de cor amarelo-


esbranquiçada localizadas no palato (céu da boca) do bebê. Elas
possuem uma consistência dura, podendo ser encontradas isoladas
ou agrupadas no palato.

Essas pequenas lesões não incomodam e não têm


consequências para os bebês. Apesar da preocupação dos pais/
responsáveis, é importante ressaltar que o tamanho delas não
aumenta e não é necessário realizar nenhum tratamento, já que a
maioria diminui, sendo dificilmente observadas após o bebê completar
3 meses.

Capa | Sumário | 42
Nódulos de Bohn

Os nódulos de Bohn aparecem como bolinhas brancas de


coloração branca, frequentemente encontrados no local onde os
dentes irão nascer.

Apesar dos nódulos de Bohn poderem aumentar de tamanho,


tratamentos mais invasivos são desnecessários, visto que essas
lesões se rompem e desaparecem por volta do terceiro mês de vida.

Dentes natais e neonatais

Dentes natais e neonatais são dentes que aparecem muito


cedo. Os dentes natais já estão presentes na boca do bebê ao
nascer, e os dentes neonatais aparecem nos primeiros 30 dias após
o nascimento do bebê. Esses dentes frequentemente aparecem na
região dos dentes inferiores, raramente surgindo em outras regiões
das arcadas dentárias.

Algumas complicações são provocadas pela presença precoce


desses dentes, uma delas refere-se à formação de uma ferida na
língua, que é chamada de doença de Riga-Fede, que gera incômodo
no bebê. Além disso, podem causar problemas na amamentação e
machucados nas mamas da mãe.

Diante desses problemas, é necessário buscar o atendimento


de um profissional da área para realizar o tratamento, se for necessário.
Após realização de exame radiográfico, o dente poderá ser mantido,
extraído, ou pode ser realizado o alisamento do dente para que não
provoque ferimentos.

Capa | Sumário | 43
Anquiloglossia

A anquiloglossia é conhecida popularmente como língua


presa. A causa desta condição ainda é desconhecida, mas há estudos
que trazem a possível ligação com a herança familiar.

O diagnóstico é de extrema importância para a mãe e o recém-


nascido, visto que esse defeito traz consigo diversas consequências.
No bebê pode comprometer a amamentação, gerando perda de
peso e desmame precoce. Para as mães, o movimento inadequado
de sucção do bebê causa desconforto durante as mamadas.

Se essa alteração não for corrigida no bebê, haverá prejuízos


na fala, mastigação, deglutição e desenvolvimento dos dentes, assim
como poderá acarretar problemas no desenvolvimento pessoal e
aquisição de autoconfiança da criança.

Diante disso, o projeto de lei nº 4.832/12 que “obriga a


realização do protocolo de avaliação do frênulo da língua em bebês,
em todos os hospitais e maternidades do Brasil” foi sancionado
pela Presidência da República e se converteu na lei nº 13.002, de 20
de junho de 2014. No ano seguinte, o “teste da linguinha” passou a
ser obrigatório na rede pública de atenção à saúde, trazendo assim
benefícios para os recém-nascidos, viabilizando o diagnóstico precoce
e possível intervenção cirúrgica, evitando a presença dos prejuízos
que essa alteração proporciona.

O tratamento é feito por meio de um procedimento cirúrgico


simples, denominado frenectomia. Se for necessário, podem ser
realizados atendimentos fonoaudiológicos, como forma de tratamento
complementar.

Capa | Sumário | 44
Fissuras orais

As Fissuras labiopalatinas são malformações que ocorrem


durante a formação e desenvolvimento do feto. Elas alteram estruturas
da face e da boca e representam a mais comum doença observada já
no nascimento que envolve a face, podendo afetar lábio e/ou palato
(céu da boca).

A causa não é bem definida, mas estudos  indicam fatores


como a hereditariedade, dieta da mãe, exposição a raios X, consumo
de álcool e drogas como determinantes.

O diagnóstico pode ser dado por meio da ultrassonografia no


pré-natal a partir da 26ª semana de gestação. Na ultrassonografia
morfológica em 3D, observa-se com mais nitidez essas deformidades,
em especial quando envolvem o palato. Há diagnósticos que por vezes
são dados apenas no período pós-natal, e para esses a justificativa
encontrada é mal execução dos exames e o uso de aparelhos antigos.
Os indivíduos e a família dos acometidos por essa deformidade sofrem
com problemas na qualidade de vida e relacionamentos sociais, visto
que essa alteração repercute desde a amamentação do bebê como
nas funções como respiração e fala. Além disso, esses pacientes
apresentam alguns problemas odontológicos.

O tratamento é realizado por uma equipe multiprofissional


que vai desde pediatra, otorrinolaringologista, enfermeiro, cirurgião-
dentista em suas diversas especialidades, psicólogo, fonoaudiólogo e
nutricionista. Esses desempenham papel importante na reabilitação
do quadro dos acometidos.  Os procedimentos cirúrgicos realizados
desde os primeiros meses de vida têm como objetivo minimizar o
preconceito com a fissura, restabelecer funções normais desde a

Capa | Sumário | 45
alimentação, fala e audição e promover o crescimento normal e o
desenvolvimento psicossocial do indivíduo.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, T. R.; BARBOSA, I. S.; NASCIMENTO, A. C. C.;


OLIVEIRA, L. L.; ARAÚJO, M. A. V.; JARDIM, J. F. Anquiloglossia:
causas, consequências e tratamento. Jornada Odontológica dos
Acadêmicos da Católica, Quixadá, v. 2, n. 2, 2016.

BRASIL. Presidência da República. Lei n° 13.002, de 20 de junho


de 2014. Obriga a realização do Protocolo de Avaliação do Frênulo
da Língua em Bebês. Diário Oficial da União. Brasília, DF; 23 jun.
2014. Seção 1, p. 4. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13002.htm. Acesso em:
24 jul. 2020.

BULUT, G.; BULUT, H.; ORTAC, R. A comprehensive survey of


natal and neonatal teeth in newborns. Nigerian Journal of Clinical
Practice, Nnewi, v. 22, n. 11, p. 1489-1494, 2019.

DIAZ DE ORTIZ, L. E.; MENDEZ, M. D. Epstein Pearls. Treasure


Island: StatPearls Publishing, 2020.

FERREIRA, L. S. R.; ROSALVO, J. B. N.; ABREU, L. M. S.;


LACERDA, M. C. F. V.; SILVA, M. F. B. C.; RIBEIRO, E. L.
Anquiloglossia: Revisão de Literatura. Caderno de Graduação-
Ciências Biológicas e de Saúde-UNIT PERNAMBUCO, Recife,
v. 3, n. 3, p. 93-98, 2018.

Capa | Sumário | 46
GUPTA, N.; RAMJI, S. Bohn’s nodules: an under-recognised entity.
Archives of Disease in Childhood - Fetal Neonatal Edition,
Londres, v. 93, n. 5, p. F464, 2013.

PADOVANI, M. C.; SANTOS, M. T.; SANT’ ANNA, G. R.; GUARÉ,


R. O. Prevalence of oral manifestations in soft tissues during
early childhood in Brazilian children. Brazilian Oral Research,
São Paulo, n. 28, v. 1, p. 1-7, 2014.

PALMEIRA, M. T.; CARVALHO, M. S. R.; SERRANO, F. L.;


OLIVEIRA, L. M. C. Dente natal e neonatal: Diagnóstico e conduta
terapêutica. Revista de Odontologia da Universidade da Cidade
de São Paulo, São Paulo, v. 29, n. 2, p. 149-153, 2017.

PEREZ-AGUIRRE, B.; SOTO-BARRERAS, U.; LOYOLA-


RODRIGUEZ, J. P.; REYES-MACIAS, J. F.; SANTOS-DIAZ, M. A.;
LOYOLA-LEYVA, A.; GARCIA-CORTES, O. Oral findings and
its association with prenatal and perinatal factors in newborns.
Korean journal of pediatrics, Seul, v. 61, n. 9, p. 279–284, 2018.

DIÓGENES, M. A. R.; ARAÚJO, E. F.; CASTRO, F. T. L.;


ALBUQUERQUE, F. E. F. F.; MARTINS, M. N. B.; JARDIM, J. F. Um
estudo sobre fissuras labiopalatinas. Jornada Odontológica dos
Acadêmicos da Católica, Quixadá, v. 3, n. 1, 2017.

MORETTO, M. J.; FERNANDES, S. L.; LEMES, A. T. A.; FERREIRA,


E. S.; SALES, C. F. R. Tratamento multidisciplinar na reabilitação
de pacientes portadores de fissura de lábio e/ou palato. Journal of
Multidisciplinary Dentistry, Piratininga, v. 10, n. 1, p. 3-8, 2020.

SANTOS, R. S.; JANINI, J. P.; OLIVEIRA, M. S. A transição na


amamentação de crianças com fenda labial e palatina. Escola
Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 23, n. 1, e20180152, 2019.

Capa | Sumário | 47
NASCIMENTO, E. R. V.; ASSIS, V. K. S.; CARDOSO, F. L.;
OLIVEIRA, K. C. F.; OLIVEIRA, P.; SIMÃO, N. R. Fissura lábio-
palatina: a importante atuação do cirurgião dentista. Anais do
Seminário Científico do UNIFACIG, Manhuaçu, n. 5, 2019.

Capa | Sumário | 48
Capítulo 9
CANDIDÍASE ORAL EM BEBÊS

Éllen Caroline Araújo da Silva


Amanda Medeiros Gomes
José Gabriel Victor Costa Silva
Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes
Isabela Albuquerque Passos Farias
A Candidíase é uma infecção causada por fungo. Em bebês,
a forma mais comum é a candidíase oral ou “sapinho”, como é
mais conhecida popularmente. O sapinho é caracterizado pelo
aparecimento de placas branco-amareladas na cavidade oral dos
bebês, com aspecto de leite coagulado. Essas lesões são bem
doloridas e costumam dificultar a alimentação.

O fungo causador da candidíase é o Candida albicans, que


vive normalmente no sistema digestivo dos indivíduos, em harmonia,
sem causar nenhum sintoma. Porém, ele se manifestará em algumas
situações como:

1. Imunidade baixa;

2. Imaturidade do sistema imunológico;

3. Deficiências nutricionais;

4. Utilização de antibióticos;

5. Diminuição na produção de saliva;

6. Higiene bucal precária;

7. Alterações hormonais;

8. Portadores de diabetes e HIV

Geralmente, acomete principalmente bebês de até 6 meses de


vida, por apresentarem um sistema imunológico pouco desenvolvido.

O fungo pode ser transmitido pela própria mamãe através do


parto normal (pelo contato com o canal vaginal, caso a mãe esteja
com candidíase vaginal), durante a amamentação e, principalmente,

Capa | Sumário | 50
por algum objeto contaminado levado à boca (bicos de mamadeira,
chupetas, mordedores ou brinquedos contaminados).

Essas lesões podem aparecer na língua, gengiva, palato (céu


da boca), parte interna das bochechas e amígdalas, podendo ser
confundidas com restos de leite na boca do bebê. É importante
destacar que o leite some espontaneamente depois de algum tempo,
ao contrário da candidíase.

Os sintomas mais comuns nos bebês são: febre acima de 38°C,


dor (em alguns casos), irritabilidade, falta de apetite e dificuldade para
deglutir, que podem ocasionar perda de peso.

O diagnóstico é feito pelo odontopediatra, que é o dentista


especializado em atendimento infantil ou o médico pediatra, e após
a avaliação clínica, o tratamento realizado é medicamentoso a base
de antifúngicos em forma de líquido, creme ou gel. O tratamento
também inclui orientações de higiene oral para o bebê utilizando soro
fisiológico e uma fralda limpa, além de higienização da mama da mãe
antes e após a amamentação para diminuir o risco de contaminação.

Para prevenir o “sapinho” é importante sempre higienizar


as mãos antes de entrar em contato com o bebê e evitar beijar na
boca da criança.

É importante também manter sempre limpos as chupetas,


talheres, mamadeiras ou mordedores após o uso para evitar a
colonização de fungos.

Capa | Sumário | 51
REFERÊNCIAS

GAMA, M. R. D.; SILVA, T. F. N.; CALIXTO, I. F. A. P. M.; BRAGA,


F. B.; RIBEIRO, C. M. B. Candidíase Pseudomembranosa Oral em
Neonato: Relato de Caso. Revista da ACBO, Rio de Janeiro, v. 27,
n. 1, p. 116-120, 2018.

TINOCO-ARAUJO, J. E.; ARAÚJO, D. F. G. BARBOSA, P. G.;


SANTOS, P. S. S.; MEDEIROS, A. M. C. Candidíase invasiva e
alterações bucais em recém-nascidos prematuros. Einstein,
São Paulo, v. 11, n. 1, p. 71-75, 2013.

NEVILLE, B. W.; DAMM, D. D.; ALLEN, C. M.; BOUQUOT, J. E.


Patologia Oral e Maxilofacial. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

Capa | Sumário | 52
Capítulo 10
HÁBITOS DELETÉRIOS

Thays Matias Ribeiro


Rayssa Lucena Wanderley
José Gabriel Victor Costa Silva
Franklin Delano Soares Forte
Eliane Batista de Medeiros Serpa
A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é
que o aleitamento materno exclusivo seja praticado até o sexto mês
vida da criança, porque diminui a mortalidade infantil e promove
qualidade de vida.

O aleitamento materno atende às necessidades nutricionais


e emocionais da criança, ele também proporciona o correto
desenvolvimento das estruturas orais e faciais da criança, o que
favorece a mastigação, a deglutição, a fala e a respiração. Crianças que
não foram amamentadas ou que foram introduzidas ao aleitamento
artificial precocemente, tendem a adquirir hábitos orais deletérios,
pois começam a utilizar objetos e/ou o próprio corpo para saciar seu
desejo por sucção.

Mas e o que são os hábitos orais deletérios? Os hábitos orais


podem ser classificados como normais ou deletérios. Os hábitos
orais normais são aqueles que contribuírem para o desenvolvimento
de uma oclusão normal, a qual favorece o crescimento facial em
harmonia: a respiração nasal, a deglutição e a mastigação, que são
consideradas hábitos fisiológicos e funcionais. Já o hábito deletério
é aquele que dependendo do tempo, da intensidade e da duração
que acontece causa um desenvolvimento orofacial alterado, como
por exemplo,  realização da sucção digital e o uso da chupeta e a
criança ficar “dentuça” ou os dentes não se tocarem.

Há relatos na literatura que associam o uso da chupeta a


dificuldades na amamentação. A sucção da chupeta também pode
estar associada à pausa do aleitamento materno exclusivo, por conta
da “confusão de bicos”.

Capa | Sumário | 54
No caso da sucção digital, também conhecida como “chupar
dedo”, é um reflexo normal do desenvolvimento da criança que
aparece nos estágios iniciais da vida e desaparece durante o
crescimento entre 1-3 anos de idade. É o hábito sem fim nutritivo
mais frequentemente encontrado nas crianças.

Geralmente o dedo escolhido é o polegar e essa sucção


gera uma sensação prazerosa e satisfatória na criança e também
satisfaz a necessidade de afeto.

Por conta da dificuldade da remoção do “chupar dedo ou


chupeta”, este hábito pode resultar em maiores efeitos danosos.
Associando tudo isso aos fatores genéticos, então é determinada
a ocorrência, o tipo e a gravidade das alterações faciais, oclusais,
fonéticas e musculares.

E é importante saber que o “chupar dedo” ou “chupar


chupetas” promove diversas alterações na dentição, na musculatura
da boca e na mordida da criança. Então, é essencial a colaboração
de toda a família para a remoção correta do hábito, como também
a criança precisa se sentir segura e acolhida.

Não se aconselha o uso de medidas drásticas como amarrar


o dedo da crianças, mas sim muito diálogo, cautela e ajuda de
profissionais.

A participação multidisciplinar, integrando o odontopediatra,


o ortodontista, juntamente com o psicólogo e o fonoaudiólogo, é de
extrema importância para um correto tratamento. No entanto, em
alguns casos, torna-se inevitável recorrer aos aparelhos ortodônticos
para interromper o hábito vicioso.

Por isso é muito importante o acompanhamento preventivo!

Capa | Sumário | 55
REFERÊNCIAS

CARVALHO, C. M.; CARVALHO, L. F. P. C.; FORTE, F. D. S.;


ARAGÃO, M. S.; COSTA, L. J. Prevalência de mordida aberta
anterior em crianças de 3 a 5 anos em Cabedelo/PB e relação
com hábitos bucais deletérios. Pesquisa Brasileira em
Odontopediatria e Clínica Integrada, Campina Grande, v. 9, n.2, p.
205-210, 2009.

BOECK, E. M.; PIZZOL, K. E. D. C.; BARBOSA, E. G. P.; PIRES, N.


C. A.; LUNARDI, N. Prevalência de má oclusão em crianças de
3 a 6 anos portadoras de hábito de sucção de dedo e/ou chupeta.
Revista de Odontologia da UNESP, Araraquara, v. 42, n. 2, p. 110-
116, 2013.

BUCCINI, G. S.; PÉREZ-ESCAMILLA, R; PAULINO, L. M.; ARAÚJO,


C. L.; VENANCIO, S. I. Pacifier use and interruption of exclusive
breastfeeding: Systematic review and meta-analysis. Maternal &
Child Nutrition, [S.l.], v. 13, n. 3, p. 1-19, 2016.

GARBIN, C. A. S.; GARBIN, A. J. I.; MARTINS, R. J.; DE SOUZA,


N. P.; MOIMAZ, S. A. S. Prevalence of non-nutritive sucking habits
in preschoolers and parents’ perception of its relationship with
malocclusions. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 19,
n. 2, p. 553-558, 2014.

GARDE, J. B.; SURYAVANSHI, R. K.; JAWALE, B. A.; DESHMUKH,


V.; DADHE, D. P.; SURYAVANSHI, M. K. An epidemiological study
to know the prevalence of deleterious oral habits among 6 to 12
year old children. Journal of International Oral Health, Mumbai,
v. 6, n. 1, p. 39-43, 2014.

Capa | Sumário | 56
GISFREDE, T. F.; KIMURA, J. S.; REYES, A.; BASSI, J.;
DRUGOWICK, R.; MATOS, R.; TEDESCO, T. K. Hábitos bucais
deletérios e suas consequências em Odontopediatria. Revista
Brasileira de Odontologia, Rio de Janeiro, v. 73, n. 2, p. 144-149,
2016.

MONGUILHOTT, L. M. J.; FRAZZON, J. S.; CHEREM, V. B. Hábitos


de Sucção: como e quando tratar na ótica da Ortodontia x
Fonoaudiologia. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia
Facial, Maringá, v. 8, n. 1, p. 95-104, 2003.

MAFFEI, M. S.; SOUZA, R. S.; MELLO, A. S.; SOUZA, J. G. M.


V.; CERANTO-BOLETA, D. C. F. Relação do desmame precoce
com hábitos bucais deletérios na primeira infância. Odontologia
Clínico-Científica, Recife, v. 15, n. 4, p. 253-258, 2016.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Indicadores para


avaliar práticas de alimentação de bebês e crianças pequenas.
WHO; 2008.

SUHANI, R. D.; SUHANI, M. F.; MUNTEAN, A.; MESAROS M.;


BADEA, M. E. Deleterious oral habits in children with hearing
impairment. Clujul Medical, Cluj-Napoca, v. 88, n. 3, p. 403-407,
2015.

Capa | Sumário | 57
Capítulo 11
TRAUMATISMO DENTÁRIO
EM DENTES DECÍDUOS

Amanda Medeiros Gomes


Éllen Caroline Araújo da Silva
Simone Alves de Sousa
Eliane Batista de Medeiros Serpa
O traumatismo dentário é comum na primeira infância,
principalmente entre 3 e 5 anos de idade, ocorrendo com maior
frequência nos incisivos centrais (dentes anteriores). O trauma pode
ocasionar desde uma pequena fratura no dente até a sua perda
definitiva.

As principais causas dos traumas são as quedas da própria


altura (andando, correndo ou até mesmo brincando), prática de
esportes e os acidentes automobilísticos.

A melhor forma de prevenir o traumatismo dentário é tendo


uma atenção especial aos acidentes que podem ocorrer com as
crianças:

1. Para os bebês que estão aprendendo a andar/correr


procure estar sempre por perto dele nesta fase. Colocar
protetores de quinas nos móveis, evitar deixá-los sozinhos
em móveis altos como trocadores, rede ou cama de dormir.

2. Durante a prática de esportes, é importante que a criança


esteja devidamente protegida com os equipamentos de
proteção, como capacetes e protetores bucais.

3. Crianças sempre devem utilizar o cinto de segurança,


respeitando os limites de peso e idade para cada tipo de
cadeirinha de automóvel, pois os acidentes automobilísticos
são uma das causas do traumatismo.

4. Estejam sempre atentos a crianças brincando perto de


bordas de piscina, pisos molhados e quinas de móveis, pois
também podem ocorrer acidentes nessas situações.

Capa | Sumário | 59
Alguns aspectos negativos que podem estar associados ao
trauma são: dor, problemas estéticos, dificuldade para mastigar ou
falar e problemas psicológicos ligados ao bullying praticado por
outras crianças. As crianças que sofreram algum trauma na dentição
decídua (dentes de leite) têm mais chance de apresentarem algum
problema nos dentes permanentes como: alteração da coloração do
dente; malformação do dente permanente; alteração no período de
erupção e até interrupção deste processo.

Após o trauma, o que fazer?

É importante que logo após o trauma, a criança seja levada a


um dentista para que ele possa fazer uma avaliação imediatamente!

No caso de quebrar uma parte do dente e for encontrado,


coloque-o em um recipiente com soro fisiológico ou leite e leve
imediatamente para o dentista, pois algumas vezes é possível fazer
a colagem da parte fraturada.

Se a criança apresenta algum tipo de hábito de sucção como:


chupar chupeta, chupar o dedo ou mamadeira ele deve ser retirado.

É muito comum ocorrer sangramento nos acidentes que


envolvem a boca dos bebês, nesses casos deve-se higienizar o local
com cuidado e fazer aplicação de gelo;

Atenção: após o trauma é fundamental que a criança seja acompanhada


pelo dentista, de preferência um odontopediatra que é especialista
no atendimento odontológico infantil para uma completa avaliação
clínica e radiográfica dos dentes envolvidos e tecidos ao redor.
Essa avaliação é importante principalmente nos casos onde há a

Capa | Sumário | 60
perda total do elemento, para controle e manutenção de espaço na
dentição decídua e acompanhamento do processo de erupção do
dente permanente sucessor.

REFERÊNCIAS

SERVAT, R. L.; SCHISTEL, L. C.; MASSIGNAN, C. Conhecimento


de responsáveis sobre traumatismo dentário em crianças. Revista
da Faculdade de Odontologia-UPF, Passo Fundo, v. 24, n. 2,
p. 220-228, 2019.

WANDERLEY, M. T.; WEFFORT, I. C. C.; KIMURA, J. S.;


CARVALHO, P. Traumatismos nos dentes decíduos: entendendo
sua complexidade. Revista da Associação Paulista de
Cirurgiões-Dentistas, São Paulo, v. 68, n. 3, p. 194-200, 2014.

COSTA, L. E. D; QUEIROZ, F. S.; NÓBREGA, C. B. C.; LEITE, M. S.;


NÓBREGA, W. F. S.; ALMEIDA, E. R. Trauma dentário na infância:
avaliação da conduta dos educadores de creches públicas de
Patos-PB. Revista de Odontologia da UNESP, Araraquara, v. 43,
n. 6, p. 402-408, 2014.

TRAEBERT, J.; CLAUDINO, D. Epidemiologia do Traumatismo


Dentário em Crianças: A Produção Científica Brasileira. Pesquisa
Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada, Campina
Grande, v. 12, n. 2, p. 263-272, 2012.

MOTA, L. Q.; TARGINO, A. G. R.; LIMA, M. G. G. C.; FARIAS, J. F. G.;


SILVA, A. L. A.; FARIAS, F. F. G. Estudo do Traumatismo Dentário
em Escolares do Município de João Pessoa, PB, Brasil. Pesquisa
Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada, Campina
Grande, v. 11, n. 2, p. 217-222, 2011.

Capa | Sumário | 61
Capítulo 12
PRIMEIRA CONSULTA
ODONTOLÓGICA DO BEBÊ

Thayana Maria Navarro Ribeiro de Lima


Juliane Evelyn Moreira de Azevedo
José Gabriel Victor Costa Silva
Franklin Delano Soares Forte
Eliane Batista de Medeiros Serpa
A primeira consulta odontológica do bebê tem por objetivo
fazer orientações importantes aos pais e cuidadores sobre temas de
manutenção da saúde desde cedo. O ideal é que seja realizada antes
do primeiro ano de vida, quando o bebê ainda não tem dentes para
o acompanhamento do desenvolvimento dentário, das estruturas ao
redor, bem como avaliar sua condição de saúde bucal e sensibilização
da família para temáticas como a importância dos dentes decíduos
na nutrição do bebê, no desenvolvimento da voz e da face.

Na consulta, especialmente durante a anamnese, é feita uma


conversa com o responsável para avaliação particular do bebê para
risco de desenvolvimento de cárie dentária com instruções de higiene
oral por atividades educativas como a escovação supervisionada. Esse
momento é feito pelo cirurgião-dentista para orientar sobre a forma
correta de escovação, uso do fio dental, erupção dentária, importância
da amamentação, dieta e controle do consumo de açúcar, além do
uso de creme dental fluoretado. Além de serem realizados registros
da história médica e odontológica do paciente.

A intenção é que se crie um elo de confiança entre a família


e o profissional que facilite a introdução do bebê ao ambiente
odontológico. É importante ressaltar que o choro é algo natural
durante a primeira consulta porque é a forma como se expressa os
sentimentos nos primeiros meses de vida. O cirurgião-dentista que
atende bebês é preparado para acolher e tem experiência para fazer
esse público de pacientes se acostumar gradativamente ao ambiente
odontológico.

No exame clínico do bebê é muito importante a participação


do responsável. O atendimento pode acontecer em uma posição
chamada joelho a joelho, em que o bebê é posicionado entre o colo

Capa | Sumário | 63
de uma pessoa da família e do profissional (Ver figura no início do
capítulo). Essa forma de examinar é vantajosa porque o responsável
fica perto da criança e o bebê pode se sentir mais confortável. Existem
outras maneiras de atendimento ao bebê por adaptadores da cadeira
odontológica do tipo bebê-conforto. O exame do bebê acontece em
duas partes: exame da região de fora da boca e exame da boca.

O cirurgião-dentista analisa as estruturas faciais e os dentes,


buscando alterações que podem ser por doenças ou anormalidades
genéticas nesse exame inicial e se um acompanhamento odontológico
for inserido desde cedo, as condições bucais do bebê podem ser
tratadas utilizando protocolos clínicos minimamente invasivos como
o Tratamento Restaurador Atraumático.  Aplicações de flúor tópico,
principalmente, na forma de verniz fluoretado também são realizadas,
quando necessário, para prevenção e tratamento da cárie dentária.

Quanto mais cedo a criança for levada ao dentista, mais chance


ela terá de não apresentar problemas bucais com sintomatologias
dolorosas que necessitem de tratamentos mais complexos.

Crianças com dentes de leite bem cuidados têm grande


chance de se tornarem adultos sem cárie.

REFERÊNCIAS

BRECHER, E. A.; LEWIS, C. W. Infant Oral Health. Pediatric Clinics


of North America, Maryland Heights, v. 65, n. 5, p. 909-921, 2018.

Capa | Sumário | 64
DUQUE, C.; CALDO-TEIXEIRA, A. S.; RIBEIRO, A. A.; AMMARI, M.
M.; ABREU, F. V.; ANTUNES, L. A. A. Odontopediatria: uma visão
contemporânea. São Paulo: Santos, 2013.

FIGUEIREDO, M. C.; GUARIENTI, C. A.; SAMPAIO, M. S.; MICHEL,


J. A.; RUIZ DIAZ, B. G. La importancia de  incluir a los niños en el
primer año de vida en los proyectos de salud pública: evaluación
de los resultados de una clínica de bebés. Revista Facultad de
Odontología Universidad de Antioquia, Medelín, v. 19, n. 2, p.5-12,
2008.

FRAIZ, F. C.; BEZERRA, A. C. B.; WALTER, L. R. F. Asistencia


odontológica al bebé: Enfoque em caries dental. In: ASOCIACIÓN
LATINOAMERICANA DE ODONTOPEDIATRÍA – ALOP. Manual
de Referencia para Procedimientos en Odontopediatría. São
Paulo: Santos, 2010. Capítulo 12. p. 95-100. Disponível em: https://
www.revistaodontopediatria.org/publicaciones/manuales/
referencia-para-procedimientos-en-odontopediatria/. Acesso em:
24 jul. 2020.

GIONGO, F. S.; BAVARESCO, C. S. Protocolo de atendimento


à saúde bucal de bebês em Atenção primária à saúde. Revista
de APS - Atenção Primária à Saúde, Juiz de Fora, v. 17, n. 4, p.
544-553, 2014.

GUIMARÃES, A. O.; COSTA, I. C. C.; OLIVEIRA, A. L. S. As origens,


objetivos e razões de ser da odontologia para bebês. Jornal
Brasileiro de Odontopediatria & Odontologia do Bebê, Curitiba,
v. 6, n. 29, p. 83-86, 2003.

Capa | Sumário | 65
SOBRE OS AUTORES

Eliane Batista de Medeiros Serpa

Possui graduação em Odontologia pela Universidade de Pernambuco


(FOP-UPE, 1999), Especialização em Odontopediatria pela Associação
Paulista dos Cirurgiões-Dentistas (APCD-Bauru, 2001), Mestrado
e Doutorado em Odontologia (Odontopediatria) pela Universidade
de Pernambuco (2003) e (2006). Atualmente é Coordenadora da
Disciplina de Odontologia Infantil II na Universidade Federal da
Paraíba (UFPB). Tem experiência na área de Odontopediatria atuando
principalmente nos seguintes temas: epidemiologia, maus-tratos
infantis, estomatologia pediátrica.

Franklin Delano Soares Forte

Sou Professor da Universidade Federal da Paraíba, Instituição Pública


e de Qualidade. Mestrado em Odontopediatria pela Universidade
Federal de Santa Catarina (1999) e Doutorado em Odontologia
Preventiva e Social pela Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho (2003); Pós-Doutorado pela Faculdade de Ciências
Médicas Universidade Estadual de Campinas (2017), Especialização
em Ativação de processos de mudança na formação profissionais
de saúde ENSP-FIOCRUZ (2010). Especialização pelo Programa
de desenvolvimento docente para educadores das profissões da
saúde pelo Instituto Regional de Educação Médica FAIMER Instituto
Regional BRASIL - Universidade Federal do Ceará (2012). Atualmente
é Professor Associado IV da Universidade Federal da Paraíba. Tem
experiência na área de saúde bucal coletiva e Saúde Coletiva, com
ênfase: atenção básica, saúde da família, cárie dentária, fluoretos,
formação em saúde, interprofissionalidade.

Isabela Albuquerque Passos Farias

Doutorado em Biotecnologia em Saúde pela Rede Nordeste de


Biotecnologia - ponto focal Universidade Federal da Paraíba (2017).
Mestrado em Odontologia Preventiva e Infantil pela Universidade
Federal da Paraíba (2007). Graduação em Odontologia pela
Universidade Federal da Paraíba (2005). Atua como docente
categoria Adjunto II do Departamento de Odontologia Restauradora
do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba
(UFPB). Pesquisadora na área de microbiologia e biotecnologia em
saúde, principalmente nos seguintes temas: estudo de atividade
antimicrobiana de produtos naturais e nanopartículas; diagnóstico
e tratamento de doenças bucais. Líder do Grupo de Pesquisa
Epidemiologia e Biotecnologia em Saúde.

Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes

Possui Graduação em Odontologia pela Universidade Federal da


Paraíba (2007). Possui Pós-Graduação na Universidade Federal da
Paraíba, nível Mestrado, com área de concentração em Odontologia
Preventiva e Infantil. Doutora em Odontopediatria pela Faculdade de
Odontologia de Pernambuco, Universidade de Pernambuco (2015).
Atualmente, é Professora Adjunta dos Componentes Curriculares
Cariologia, Cariologia Clínica, Pesquisa Aplicada à Odontologia e
Estágios em Saúde Coletiva na Universidade Federal da Paraíba.
Tem experiência na área de Odontologia, com ênfase em Cariologia,
Odontopediatria e Odontologia em Saúde Coletiva.

Leylliane de Fátima Leal Interaminense de Andrade

Possui graduação em Nutrição pela Universidade Federal de


Pernambuco (2004), mestrado em Ciências Biológicas (Fisiologia) pela
Universidade Federal de Pernambuco (2007) e doutorado em Inovação
Terapêutica pela Universidade Federal de Pernambuco. É docente
na Universidade Federal da Paraíba onde leciona as disciplinas de
Dietética, Nutrição e Esporte e Prática de Unidades de Alimentação
e Nutrição. Coordena o projeto de extensão Nutrindo com Alegria:
Usando o lúdico para promoção de uma alimentação saudável, onde
o seu principal objetivo é desenvolver nas crianças o senso crítico
para o despertar das boas práticas alimentares.

Simone Alves Sousa

Possui graduação em Odontologia pela FOP - UPE (1998),


Especialização em Odontopediatria pela FOP - UPE (1999), Mestrado
em Odontologia pela FOP - UPE (2003) e Doutorado em Odontologia
pela FOP - UPE (2005). Atualmente, é Professora Associada Nível I
do Departamento de Clínica e Odontologia Social da Universidade
Federal da Paraíba. Tem experiência na área de Odontologia, com
ênfase em Odontopediatria, atuando principalmente nos seguintes
temas: diagnóstico, criança, cárie e prevenção.

Amanda Medeiros Gomes

Graduanda do curso de Odontologia da Universidade Federal da


Paraíba; Extensionista da Liga Acadêmica de Odontologia para Bebês
do curso de Odontologia da UFPB.

Beatriz de Lima Batista Neta

Graduanda do curso de Odontologia da Universidade Federal da


Paraíba; Extensionista da Liga Acadêmica de Odontologia para Bebês
do curso de Odontologia da UFPB.

Clara Ramalho Vieira De Lucena

Graduanda do curso de Odontologia da Universidade Federal da


Paraíba; Extensionista da Liga Acadêmica de Odontologia para Bebês
do curso de Odontologia da UFPB.

Éllen Caroline Araújo Da Silva

Graduanda do curso de Odontologia da Universidade Federal da


Paraíba; Extensionista da Liga Acadêmica de Odontologia para Bebês
do curso de Odontologia da UFPB.
José Gabriel Victor Costa Silva

Graduando do curso de Odontologia da Universidade Federal da


Paraíba; Extensionista bolsista da Liga Acadêmica de Odontologia
para Bebês do curso de Odontologia da UFPB.

Juliane Evelyn Moreira de Azevedo

Graduanda do curso de Odontologia da Universidade Federal da


Paraíba; Extensionista da Liga Acadêmica de Odontologia para Bebês
do curso de Odontologia da UFPB.

Luana Ribeiro Lage

Graduanda do curso de Odontologia da Universidade Federal da


Paraíba; Extensionista da Liga Acadêmica de Odontologia para Bebês
do curso de Odontologia da UFPB.

Raiana Gurgel de Queiroz

Graduanda do curso de Odontologia da Universidade Federal da


Paraíba; Extensionista da Liga Acadêmica de Odontologia para Bebês
do curso de Odontologia da UFPB.
Rayssa Lucena Wanderley

Graduanda do curso de Odontologia da Universidade Federal da


Paraíba; Extensionista da Liga Acadêmica de Odontologia para Bebês
do curso de Odontologia da UFPB.

Renata Praxedes Fernandes

Graduanda do curso de Odontologia da Universidade Federal da


Paraíba; Extensionista da Liga Acadêmica de Odontologia para Bebês
do curso de Odontologia da UFPB.

Thayana Maria Navarro Ribeiro de Lima

Graduanda do curso de Odontologia da Universidade Federal da


Paraíba; Extensionista da Liga Acadêmica de Odontologia para Bebês
do curso de Odontologia da UFPB.

Thays Matias Ribeiro

Graduanda do curso de Odontologia da Universidade Federal da


Paraíba; Extensionista da Liga Acadêmica de Odontologia para Bebês
do curso de Odontologia da UFPB.
Este livro foi
diagramado pela
Editora UFPB em 2020.

Você também pode gostar