Caso Prático N.º 3 - Direitos Reais

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LICENCIATURA EM DIREITO

ANO LECTIVO: 2023/2024


DIREITOS REAIS – 3.º ANO – TURMA B
REGÊNCIA: PROFESSOR DOUTOR JOSÉ ALBERTO VIEIRA
SUBTURMAS: 13 E 16

Caso Prático N.º 3

(Efeito Atributivo do Registo)

Considere as seguintes hipóteses:

António decide vender a sua moradia da Lapa a Bento, em Novembro de 1988, tendo sido
lavrada escritura pública.

Bento era emigrante e apenas pretendia ir viver para a moradia, quando se reformasse, não
tendo o facto aquisitivo sido registado.

António decide constituir, em Dezembro de 1988, um usufruto oneroso a favor de Carlos,


relativamente à moradia da Lapa, tendo Carlos, por contrapartida, lhe dado uma tiara de
diamantes. Carlos regista o facto aquisitivo a seu favor, passando a residir no imóvel.

Em 2021, Bento regressa a Portugal para gozar a sua reforma, vendo que Carlos residia no
imóvel, decidindo, de imediato, intentar acção de reivindicação contra este.

1- Quid juris ?

2- Por referência ao caso acima referenciado, imagine agora que Carlos tinha adquirido o
imóvel em venda executiva (depois da penhora da moradia em virtude das dívidas de
Carlos). Qual seria a sua resposta ao caso ?

3- Por referência ao caso acima referenciado, imagine agora que Bento sempre residira
no imóvel desde Novembro de 1988 e que Carlos registara, também o seu facto
aquisitivo.
Qual seria a sua resposta ao caso ?

II

Abel, que cuidava de Berta, interditada por anomalia psíquica de 1990, decide levar a cabo
uma tramoia para passar a propriedade do palacete do Estoril a seu favor.

Para tal, decide ir ter com Carlota, notária em Cascais, que lavra uma escritura para o efeito,
sem o conhecimento de Berta, tendo o facto aquisitivo sido registado a favor de Bento.

Bento, em 2015, acaba por vender o imóvel a Daniel.

Em 2018, Berta morre, tendo deixado todos os bens a seu único sobrinho, Ernesto.

Ernesto, que nunca se dera com a sua tia, mas sabendo da existência do Palacete do Estoril,
decide investigar o que se passou, acabando por descobrir a tramoia perpetrada por Abel.

Ernesto, decide, de imediato, requer a nulidade do contrato de compra e venda entre Berta e
Abel.

Quid juris ?

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