Ética Na Nutrição Vivencia de Um Residente

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COMPLEXO ESCOLA PRIVADO AMOR E PAZ

ÉTICA DEONTOLOGIA PROFISSIONAL

ÉTICA NA NUTRIÇÃO VIVENCIA DE UM RESIDENTE

DOCENTE

_________________________
JOÃO KATUABI

LUANDA, OUTUBRO DE 2023

ÉTICA DEONTOLOGIA PROFISSIONAL


ÉTICA NA NUTRIÇÃO VIVENCIA DE UM RESIDENTE

GRUPO Nº 03

SALA: 10

CLASSE: 10ª

TURNO: MANHÃ

CURSO: ENFERMAGEM

INTEGRANTE DO GRUPO

1. ANDRÉ JOSÉ SAMUCUMBI MUZANZA


2. DAVID NEVES PINTO
3. EMÍLIA CONCEIÇÃO CANONGUEMBE BONGUE
4. MARIA DA CONCEIÇÃO TCHINGANDO
5. CLAUDIA CUSSAS SAORES
6. DOMINGOS BANGO
7. FILOMENA VAN-DUME
8. TERESA JÚNIOR

DEDICATÓRIA
A todos que sempre acreditaram nas nossas capacidades em especial os nossos
familiares, que desde sempre investiram e têm investido nas nossas formações, dando-nos
todo amor, carinho, afecto, e orientações para o caminho certo.

AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por nos ter concedido saúde e protecção para que este trabalho
se tornasse realidade, aos nossos pais por terem contribuído financeiramente. Agradecer em
especial o docente e todos aqueles que directas ou indirectamente contribuíram para que este
trabalho se realiza-se.

A todos o nosso muito obrigado!

ÍNDICE GERAL PÁGINAS


Dedicatória
Agradecimentos
Índice Geral

INTRODUÇÃO-----------------------------------------------------------------------------------------01

1. ÉTICA NA NUTRIÇÃO VIVENCIA DE UM RESIDENTE........................................02

1.1. Ética: ..........................................................................................................................02

1.2. Nutrição de Ética.........................................................................................................03

2. RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE NA PERSPECTIVA DO


SERVIÇO SOCIAL................................................................................................................05

3. SERVIÇO SOCIAL E O PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL


EM URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA......................................................................................06

4. ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA EM RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM


SAÚDE.....................................................................................................................................07

5. A RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE SOB A PERSPECTIVA DE


QUEM A
VIVE........................................................................................................................08

6. RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM ATENÇÃO À


SAÚDE............................09

7. ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO NA ATENÇÃO


BÁSICA............................................10

8. DESAFIOS DE ATUAÇÃO NO AMBIENTE


HOSPITALAR.......................................10

9. SAÚDE DO ADULTO E DO
IDOSO.................................................................................11

10. SAÚDE DA MULHER E RECÉM-


NASCIDO...............................................................11

11. SAÚDE DA
CRIANÇA.....................................................................................................12

CONCLUSÃO-------------------------------------------------------------------------------------------13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS--------------------------------------------------------------
14
INTRODUÇÃO

A Residência multiprofissional em saúde da família é um curso de pós-graduação latu- sensu


na modalidade de ensino-serviço destinadas à profissionais com nível superior. O profissional
nutricionista é muito importante nesse contexto, devido à alta incidência de portadores de
doenças crônicas (DCNT) (ALVES et al, 2020). Durante a pandemia do Coronavírus, a
Atenção Básica se destinou a oferecer um atendimento resolutivo com os casos leves e
identificação precoce dos casos graves que deveriam ser encaminhados para serviços
especializados.

Os residentes trabalharam na UAPS dois dias na semana, enquanto nos outros dias, eram
realizados outros trabalhos estilo home office. No que tange o serviço de Nutrição, foram
realizadas atividades de tele atendimento à pacientes encaminhados pelos agentes
comunitários de saúde (ACS), médicos, enfermeiros e residentes multiprofissionais da UAPS.
Esses atendimentos foram bastante proveitosos, visto que diante do cenário da pandemia, o
Conselho Federal de Nutrição (CFN) aprovou atendimentos online até o mês de
fevereiro/2021 (CFN, 2020). Assim, foi possível continuar realizando orientações nutricionais
e traçar metas com os pacientes neste novo modelo de atendimento.

Foi criado o grupo intitulado “Viva saudável”, por meio de reuniões semanais na plataforma
Google Meet. Este grupo tinha como objetivo promover reeducação alimentar com os
participantes por meio de diálogos e atividades realizadas de forma online. Ainda de forma
online, foi criado numa rede social (Instagram) um perfil da residência multiprofissional do
município. Outro projeto realizado foi a Tenda do Cuidado, um grupo terapêutico de
relaxamento composto pelas residentes de psicologia, nutrição e fisioterapia.

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1. ÉTICA NA NUTRIÇÃO VIVENCIA DE UM RESIDENTE

A ética constitui um tema que sempre esteve presente nas diferentes sociedades, culturas e
religiões desde a antiguidade. Actualmente tem sido um assunto muito discutido em diversas
actividades humanas, tornou-se um assunto corrente nos meios de comunicação, na vida
política, privada e pública, no convívio social, nas relações humanas, na formação académica
e no exercício das profissões sobretudo naquelas que tem como objecto o próprio ser humano.
O estudo da ética tornou-se significativamente importante para os profissionais de saúde; as
mais urgentes questões morais da nossa era estão sendo levantadas nos sectores de cuidados
de saúde, pois é neles que as pessoas se vêm cara a cara com as reais escolhas da saúde, vida e
morte.

1.1. Ética

A ética é o estudo da boa conduta, do bom carácter e das boas razões e está preocupada em
determinar o que é bom ou valioso para todas as pessoas. A ética como ciência normativa
sobre a rectidão dos actos humanos, tenta explicar questões como a liberdade, a natureza do
bem e do mal, a virtude, e a felicidade. O termo é de origem Grega, tendo duas géneses
possíveis:

 Éthos, que significa habito ou costume, semelhante ao termo Latino morus (moral);
 Êthos, que significa propriedades do carácter, sendo o princípio orientador do que
denominamos por ética.

Ambos os vocábulos são inseparáveis, segundo Aristóteles (384-322 a.C.), uma vez que a
personalidade ou modo de ser do indivíduo desenvolve-se a partir dos seus hábitos e
costumes. Foi o Aristóteles que abordou primeiro sobre a ética como ramo da filosofia
escrevendo “ética e Nicómaco”, a sua principal obra sobre o tema.

Nela expõe as suas principais concepções de racionalidade pratica, da virtude como mediana e
as suas considerações acerca do papel do hábito e da prudência na ética. Esta obra foi
traduzida para o Latim, tendo dado origem ao termo mos, moris (moral em português), que
equivale a habito ou costume.

2
1.2. Nutrição de Ética

O código de ética do nutricionista delimita a atuação profissional dos profissionais de


nutrição, estabelecendo princípios, responsabilidades, direitos e deveres que devem ser
praticados como a base de todas as áreas e atividades da nutrição, inclusive nas redes sociais,
na divulgação dos serviços nas redes sociais

Ética em nutrição: como garantir a confiança em suas escolhas?

Valorizar a ética em nutrição implica não apenas seguir o que determina o Código de Ética do
Nutricionista.

Na verdade, nutricionistas que exercem suas funções eticamente fazem muito mais do que
seguir normas estabelecidas. Por exemplo, se um profissional atende casos com perfil e
diagnóstico para o qual não foi preparado, pode colocar clientes em risco.

E pode, inclusive, agravar a enfermidade ou os problemas nutricionais deles. Portanto, é


fundamental assegurar que as intervenções em nutrição tragam resultados positivos, assim
como evitem riscos aos clientes.

A ética é baseada em vários princípios éticos.

Prossiga na leitura e saiba quais práticas você pode e deve incorporar ao seu dia a dia, de
acordo com os princípios éticos da profissão.

1. Não faça atendimentos de outras especialidades


2. Mantenha-se sempre atualizado e em aperfeiçoamento
3. Avance em seus conhecimentos e competências
4. Não faça atendimentos de outras especialidades

Um dos pontos mais importantes a serem observados no exercício da profissão de


nutricionista diz respeito às competências acumuladas.

1. Não faça atendimentos de outras especialidades

3
Nesse aspecto, profissionais que não tenham formação adequada ou estejam desatualizados
em relação a determinadas condutas, não devem atuar em casos que exijam alta
especialização e conhecimentos específicos. Por exemplo, não é ético um nutricionista atender
crianças se não é especializado em nutrição pediátrica.

Não somente a faixa etária exige especialização, mas também os tipos de problemas. Por
exemplo, se não é especializado em diabetes, o nutricionista não deve atender clientes com
essa enfermidade.

Em mais um exemplo, um especialista em nutrição esportiva pode não ser o mais indicado
para o cuidado nutricional de um paciente em hemodiálise. Além da não maleficência (não
fazer mal) e da beneficência (agir no melhor interesse do cliente), outro princípio da ética é a
vulnerabilidade.

Esta refere-se à fragilidade de um ser humano. Pessoas vulneráveis são aquelas cuja
autonomia, integridade e dignidade podem ser ameaçadas.

A condução de práticas nutricionais inadequadas ou não comprovadas como benéficas, em


indivíduos vulneráveis, fere ainda mais fortemente a ação com ética. Infelizmente, um dos
conflitos mais recorrentes no meio de nutricionistas é a inadequação da experiência
profissional para a necessidade da clientela.

Lembre-se: mesmo sem intenção, um nutricionista não capacitado e que promove risco à
saúde de um cliente, vulnerável ou não, está sujeito a processos éticos e judiciais.

2. Mantenha-se sempre atualizado e em aperfeiçoamento

Dentro do que diz a ética da profissão, é dever do nutricionista estar permanentemente


atualizado sobre métodos, práticas e legislação.

Dessa forma, estará garantindo o melhor atendimento possível, enquanto disponibiliza a


última palavra em intervenção para seus clientes e evita a exposição ao risco. É extremamente
importante que os nutricionistas usem os recursos para educar-se, manter-se como exemplos
de comportamentos éticos no decorrer da carreira.

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O nutricionista deve servir de exemplo para outros, quaisquer que sejam suas ocupações.
Então, é dever de todo nutricionista manter-se continuamente atualizado. Além de ser
obrigação profissional, evita transtornos com processos jurídicos e éticos.

3. Avance em seus conhecimentos e competências

Nada mais perigoso para clientes do que um nutricionista que se fecha dentro do que já sabe.
A nutrição, em diversos aspectos, está em constante evolução de técnicas, conhecimentos e
metodologias para direcionar as intervenções.

Uma conduta nutricional aplicada hoje poderá não ser adequada amanhã, em função de novas
evidências científicas que nos forçam a rever conceitos o tempo todo. Faz-se necessário,
portanto, honestidade em relação ao que já sabe.

E humildade para se posicionar como um eterno aluno. A honestidade também é um princípio


ético, com diversas facetas. Como você pôde perceber, a ética em nutrição envolve, acima de
tudo, o entendimento e a aplicação do conceito de responsabilidade.

Nutricionistas responsáveis colocam os interesses dos clientes à frente dos seus, garantindo,
pelo exemplo, a manutenção das boas práticas e, logo, o sucesso do cuidado em nutrição.

Ética envolve o equilíbrio das regras, dos objetivos e virtudes para alcançar a justificativa
moral de decisões no melhor interesse do indivíduo.

2. RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE NA PERSPECTIVA DO


SERVIÇO SOCIAL

A educação em saúde está articulada com as profissões da área da saúde, a comunidade e a


população, proporcionando conteúdos técnicos, políticos e científicos e visando a uma
formação crítico-reflexiva, com troca de experiências sobre os problemas de saúde.

As residências em saúde, multiprofissionais e integradas ao SUS, estão articuladas aos


princípios da “intersetorialidade do SUS e com as demais políticas que incidem nos
determinantes e condicionantes da saúde individual e coletiva e da equidade no acesso e no
direito à saúde” 2, possibilitando mudanças no trabalho e na formação dos profissionais de
saúde 3. A Lei n. 11.129/2005 define em seu art. 13 que os programas de residência

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multiprofissional e em área profissional da saúde constituem “modalidade de ensino de pós-
graduação lato sensu, voltada para a educação em serviço e destinada às categorias
profissionais que integram a área de saúde, excetuada a médica”.

A partir dessa premissa, a RMS/HUGO tem como sua área de concentração “urgência e
trauma”, visando a formar especialistas com visão humanista, reflexiva e crítica. Eles são
qualificados para atuar no atendimento integral ao paciente em situações de urgência e
emergência, em consonância com a Política Nacional de Atenção às Urgências (PNAU) e em
conjunto com a Rede de Atenção às Urgências (RUE).

A RMS/HUGO, conta com 6 núcleos de saberes: enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia,


nutrição, psicologia e serviço social. Sua proposta pedagógica é orientada pelo
desenvolvimento de prática multiprofissional e interdisciplinar, integrando núcleos de saberes
e práticas das diferentes profissões e englobando atividades teóricas, práticas e teórico-
práticas, com o intuito de promover a experiência da integralidade da atenção à saúde.

3. SERVIÇO SOCIAL E O PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL


EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

No atual contexto brasileiro, de crise estrutural, econômica e política, o residente assistente


social enfrenta desafios cotidianos relacionados aos instrumentos técnicometodológicos e às
ferramentas de enfrentamento das múltiplas expressões da questão social.

Na contemporaneidade, o serviço social apresenta-se como uma profissão analítica e


interventiva e tem como princípios fundamentais o reconhecimento da liberdade, democracia,
consolidação da cidadania, equidade e justiça social, visando a uma ordem societária sem
exploração de classe, etnia e gênero.

O serviço social é caracterizado como “uma especialização do trabalho coletivo, inscrito na


divisão sociotécnica do trabalho, que participa do processo de produção e reprodução das
relações sociais”, e tem por objeto a questão social “[...] apreendida como o conjunto das
expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura”.

O residente assistente social atua nas expressões da questão social, no âmbito das políticas
sociais e públicas em suas várias dimensões, com ênfase nas políticas de saúde, pautadas na

6
Lei de Regulamentação da Profissão, no Código de Ética Profissional e no Projeto Ético
Político Pedagógico da assistência social, dentre outros documentos.

Em seu art. 3º, a PNAU apresenta como componente fundamental a capacitação e a educação
continuada das equipes de saúde em todos os níveis de atenção, a partir de um enfoque
estratégico, abarcando toda a gestão e atenção pré-hospitalar fixa e móvel, hospitalar e pós-
hospitalar e envolvendo os profissionais com Ensino Superior e Ensino Médio técnico, de
acordo com as diretrizes do SUS e alicerçada nos polos de educação permanente em saúde
(EPS) 9. A RMS/HUGO também promove o aperfeiçoamento do profissional da saúde na
consolidação e efetivação da política de EPS 10.

A RMS/HUGO está articulada e organizada em conjunto com a RUE. Tem por finalidade
articular e integrar todos os equipamentos de saúde, objetivando ampliar e qualificar o acesso
humanizado e integral aos usuários em situação de urgência e emergência nos serviços de
saúde, de forma ágil e oportuna. As atividades teóricas, teórico-práticas e práticas da
RMS/HUGO devem ser organizadas por um eixo integrador transversal de saberes, comum a
todas as profissões envolvidas. Há, ainda, com um ou mais eixos integradores para a (s) área
(s) de concentração constituinte (s) do programa e eixos correspondentes aos núcleos de
saberes de cada profissão, para preservar a identidade profissional.

4. ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA EM RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL


EM SAÚDE

Devido a nova configuração da atenção à saúde baseada na atuação em equipe


multiprofissional, o Sistema Único de Saúde (SUS), responsável pela qualificação dos
recursos humanos, desenvolveu, através do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação,
os programas de Residência Multiprofissional e em área Profissional em Saúde. As
Residências visam a formação de recursos humanos qualificados para a reorganização
assistencial da saúde proposta pelo SUS.

Os Programas de Residência Multiprofissional em Saúde constituem uma pós-graduação lato


sensu oferecida às categorias profissionais que se relacionam com a saúde, caracterizada
essencialmente por educação em serviço.

Além disso o residente desempenha outras atribuições como avaliação e acompanhamento


nutricional, esses são realizados respectivamente por exame físico nutricional, exame

7
antropométrico, e verificação de exames bioquímicos, estabelecendo um diagnóstico
nutricional e uma conduta terapêutica de acordo com o grau de desnutrição a ser tratada, em
relação à antropometria de pacientes acamados é realizada com o uso de fórmulas de
estimativas de peso e altura de acordo com a referencias internacionais e especificidade de
cada paciente.

No acompanhamento nutricional é verificado a aceitabilidade do paciente em relação a dieta,


sendo essa adaptada sempre que houver rejeição ou incompatibilidade de consistência, ainda
no acompanhamento nutricional é feita a aferição do peso de forma periódica afim de
verificar ganhos ou perdas durante a estadia hospitalar.

No primeiro contato com a vivencia da residência surgiu o receio de não conseguir suprir as
demandas nutricionais dos pacientes atendidos, esse receio se dava pelas complexidades e
diversas patologias de base apresentadas pela população atendida, um outro fator que causou
esse efeito foi o grau de subnutrição e desnutrição apresentado pelos pacientes.

Dentre as principais dificuldades encontradas na atuação do residente pode-se destacar a falta


de estrutura apresentado pelo hospital universitário, visto que esse não disponibiliza de
materiais básicos para avaliação nutricional como balança, fita métrica e adipômetro, além
disso outras dificuldades de estrutura são encontradas como salas de aula sem manutenção,
biblioteca (centro de estudos) com livros desatualizados para pesquisas bibliográficas e
instalações físicas precárias.

5. A RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE SOB A PERSPECTIVA DE


QUEM A VIVE

A Residência Multiprofissional em Saúde (RMS) foi criada pela Lei nº n. 11.129, em 2005,
caracterizada como uma pós-graduação lato sensu, e que tem como prerrogativa a educação
em serviço. A carga horária semanal para residentes é de 60 horas, sendo dividida em 80% de
atividades práticas e 20% em atividades teórico-práticas, totalizando em dois anos a carga
horária de 5.760 horas.

O pagamento da bolsa é realizado por parceria entre o Ministério da Educação (MEC) e


Ministério da Saúde (MS). Algumas das ideias norteadoras para a criação das Residências são
a de qualificar os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), facilitar o fortalecimento
da equipe multiprofissional, criar uma ponte de comunicação e mediação entre a academia e

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os serviços da ponta, bem como ser um possível tensionador de mudanças da lógica dos
serviços prestados.

Diante desta proposta e condições para a realização da Residência, a atuação das residentes no
cotidiano dos serviços geralmente práticas cristalizadas no fazer profissional,
consequentemente trazem a possibilidade de nos espaços teóricos promover a reflexão e
crítica para que se modifique aquilo que está caracterizado e imposto nos espaços das RMS.

Segundo Ferreira e Olschowsky (2010, p. 28), a ideia inovadora do Programa está na


“valorização do trabalho em equipe multiprofissional, na ampliação do cuidado prestado à
saúde da população na rede básica de saúde, ultrapassando a assistência à saúde focada no
cuidado médico ao corpo biológico”.

O programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde (RIMS) é vinculado ao


Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago que, por sua vez, é vinculado à
Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC). A RIMS iniciou em 2010, com 12
profissionais dos cursos de Enfermagem, Nutrição, Farmácia, Odontologia, Serviço Social e
Psicologia nas ênfases Alta Complexidade e Urgência e Emergência.

6. RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM ATENÇÃO À SAÚDE

Com a finalidade de formar um profissional de saúde capaz de colocar o saber específico na


direção de um saber compartilhado e que, não abrindo mão da sua formação, possa estar
atento às diferenças, aos movimentos de inclusão e ao interprofissionalismo em todos os
níveis de atenção à saúde junto a indivíduos, famílias e redes sociais, a Universidade Federal
de São Paulo, Campus Baixada Santista (Unifesp), implantou, em 2010, o Programa de
Residência Multiprofissional em Atenção à Saúde. Esse programa assumiu como eixo
transversal a "Atenção à saúde do indivíduo, família e sua rede social" e oito eixos
perpendiculares (áreas profissionais). Tanto o eixo transversal quanto as perpendiculares
desenvolvem-se na atenção primária e terciária em saúde nas seguintes linhas de cuidado:
saúde do adulto e do idoso; saúde da mulher e do recém-nascido; saúde da criança e do
adolescente; e saúde mental.

O Programa firmou parceria com o Hospital Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de


Santos e com a Secretaria Municipal de Saúde da cidade. Ambos viabilizaram cenários de
prática aos residentes e funcionários como preceptores, constituindo pilares imprescindíveis

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da proposta de preparo de profissionais de saúde para o trabalho em equipe na perspectiva da
integralidade no cuidado e da contínua relação com as políticas de saúde locorregionais,
interligando o ensino e o serviço.

A carga horária semanal de 60 horas foi dividida ao longo da semana, sendo que de segunda a
quinta-feira aconteciam as atividades práticas nos cenários de atuação e, na sexta-feira, as
atividades teóricas na Unifesp, ambas das 7h às 19h. Com relação a estas últimas, as mesmas
eram divididas em discussões de casos, aulas multiprofissionais e encontros mensais com
tutores específicos de cada profissão.

7. ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA

A política nacional de atenção básica mais recente caracteriza-se por um conjunto de ações,
no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção, a proteção e a manutenção da
saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a redução de
danos com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e
autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes dessa situação nas coletividades.
Nesse aspecto, a proposta dos programas de Residência, além da formação de profissionais
recém graduados, é de ser uma política indutora para educação permanente dos trabalhadores
do SUS, os quais atuam como preceptores. Estes podem, a partir do encontro com os
residentes, rever seus processos de trabalho.

Nesse sentido, a proposta de atuação e vivência dos residentes nesse Programa de Residência
Multiprofissional em Atenção à Saúde da Universidade Federal de São Paulo, Campus
Baixada Santista (Unifesp), baseou-se, inicialmente, na atuação em UBS localizadas em
bairros com altos índices de violência, prostituição, uso e tráfico de drogas e vulnerabilidade
social. Inicialmente houve certa apreensão por parte dos residentes, porém após a inserção,
foram desenvolvidas formas de lidar com o contexto, como, por exemplo, deixar o local,
sempre que possível, na companhia dos agentes comunitários de saúde, com identificação ou
uso de jalecos, sempre em duplas ou com mais membros da equipe; além disso, foi
incentivada a criação de vínculos com os moradores e locais estratégicos da região, como
comércios e outros serviços.

8. DESAFIOS DE ATUAÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR

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As atividades da Residência Multiprofissional em Atenção à Saúde inseridas no ambiente
hospitalar da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Santos ocorreram nas enfermarias
que contemplam as linhas de cuidado: saúde do adulto e do idoso; da mulher e do recém-
nascido; e da criança. Esse hospital é uma instituição filantrópica, bem como um hospital
auxiliar de ensino, atendendo tanto pacientes do SUS quanto da saúde suplementar.
Entretanto, como o programa de Residência em questão era uma iniciativa para a formação de
profissionais para o SUS, assistia exclusivamente os pacientes dele oriundos.

Após um período de adaptação com o intuito de vivenciar a dinâmica de funcionamento de


cada unidade de internação, a equipe de residentes elaborava um plano de ações de acordo
com as especificidades da enfermaria e atuava por cerca de dois meses em cada uma das
linhas de cuidado. Embora os residentes multiprofissionais atuassem nas unidades de
internação, não eram responsáveis pelos pacientes nelas atendidos; essa responsabilidade era
do preceptor de cada área ou de outro profissional do serviço (preceptor de campo).

9. SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO

A enfermaria que contemplou essa linha de cuidado era composta por pacientes do gênero
masculino das vagas da Rede de Urgência e Emergência (RUE) e por pacientes da
neurocirurgia de ambos os gêneros oriundos do SUS. A Rede de Atenção às Urgências
prioriza as linhas de cuidado cardiovascular, cerebrovascular e traumatológica. A organização
da RUE tem a finalidade de articular e integrar todos os serviços de saúde, objetivando
ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de
urgência/emergência nos serviços de saúde de forma ágil e oportuna. As vagas são articuladas
pela referência da região e a secretaria que as coordenam é responsável pela administração e
encaminhamento dos pacientes aos referidos leitos.

10. SAÚDE DA MULHER E RECÉM-NASCIDO

As atividades da equipe de residentes na linha de cuidado de saúde da mulher e recém-nascido


foram realizadas com atendimentos às gestantes internadas com alguma patologia obstétrica e
às puérperas, acompanhadas de seus recém-nascidos.

As pacientes selecionadas para o atendimento pela equipe de residentes eram usuárias do SUS
(pois, nessa enfermaria, também havia pacientes atendidas na saúde suplementar),
primigestas/primíparas com até 16 anos, gestantes com patologias obstétricas, puérperas com

11
antecedentes pessoais de patologias (hipertensão arterial, diabetes, dentre outras), puérperas
com idade maior ou igual a 40 anos, pacientes indicados pelos profissionais da maternidade e
pacientes pertencentes ao território abrangente da UBS da região do Centro, local onde a outra
equipe de residentes estava atuando.

11. SAÚDE DA CRIANÇA

O atendimento na linha de cuidado de saúde da criança foi realizado em uma unidade de


internação a qual atendia desde crianças recém-nascidas até jovens com 14 anos, 11 meses e
29 dias. Os pacientes permaneciam internados acompanhados por seus responsáveis. A
seleção das crianças seguiu a indicação dos profissionais da unidade e as demandas
identificadas nos atendimentos específicos, abrangendo somente aqueles pertencentes ao
território da UBS da região do Centro.

As ações da equipe de residentes multiprofissionais foram atendimentos individualizados e/ou


compartilhados. Sempre que possível, houve reuniões com os profissionais da unidade de
internação para discutir os casos. A equipe de residentes buscou articulação com a rede de
cuidados, além de realizar atividades na sala de conforto dos acompanhantes da UTI
Pediátrica. Foram realizadas oficinas de brinquedos com materiais recicláveis, práticas
corporais com os acompanhantes, além de uma ação pontual de avaliação do crescimento e do
desenvolvimento neuropsicomotor em crianças previamente selecionadas menores de um ano
de idade

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CONCLUSÃO

Devido a nova configuração da atenção à saúde baseada na atuação em equipe


multiprofissional, o Sistema Único de Saúde (SUS), responsável pela qualificação dos
recursos humanos, desenvolveu, através do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação,
os programas de Residência Multiprofissional e em área Profissional em Saúde. As
Residências visam a formação de recursos humanos qualificados para a reorganização
assistencial da saúde proposta pelo SUS.

Além disso o residente desempenha outras atribuições como avaliação e acompanhamento


nutricional, esses são realizados respectivamente por exame físico nutricional, exame
antropométrico, e verificação de exames bioquímicos, estabelecendo um diagnóstico
nutricional e uma conduta terapêutica de acordo com o grau de desnutrição a ser tratada, em
relação à antropometria de pacientes acamados é realizada com o uso de fórmulas de
estimativas de peso e altura de acordo com a referencias internacionais e especificidade de
cada paciente.

O Programa de Residência Multiprofissional em Atenção à Saúde. Esse programa assumiu


como eixo transversal a "Atenção à saúde do indivíduo, família e sua rede social" e oito eixos
perpendiculares (áreas profissionais). Tanto o eixo transversal quanto as perpendiculares
desenvolvem-se na atenção primária e terciária em saúde nas seguintes linhas de cuidado:
saúde do adulto e do idoso; saúde da mulher e do recém-nascido; saúde da criança e do
adolescente; e saúde mental.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELLO L. Nilda.(2006). Fundamentos de enfermeria, part I. Ecimed, Habana. CANO C. A.


María. .(2005). História de la Enfermería. Editorial Ecimed, Havana.

________..(2005). Problemas éticos y legais en enfermeria. Editorial Ecimed:Havana.

JUNGES J. R. et al. .(2011). Reflexões legais e éticas sobre o final da vida: uma discussão
sobre a ortotanásia. Unisinos: São Leopoldo brasil 2011.

TCHIPESSE, M. F.(2019). Dimensão ética do Professor na Sala de Aula. Angola: Muenhu.

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ANDRADE NEVES, Denise Carmen; PIRES FAVARO, Tereza Cristina; GONÇALVES,


Carla Ágda. Pós-graduação e Residência Multiprofissional em Saúde HC-UFG: a produção
do Serviço Social. Revista Katálysis, Florianópolis, v. 20, n. 2, p. 225-233, jun. 2017. ISSN
1982-0259. Disponível em: . Acesso em: 25 nov. 2019. BOPSIN, Andressa Pires; MARTINS,
Dinaê Espíndola.

FORMAÇÃO E A RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE MENTAL: análise,


críticas e sugestões. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, ISSN 1984-2147, Florianópolis,
v.6, n.13, p.139, 2014.

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