Apostila de Metodologia Da Pesquisa
Apostila de Metodologia Da Pesquisa
Apostila de Metodologia Da Pesquisa
Coordenação Editorial
Denise Aparecida Bunn
Ficha Catalográfica
Conselho Editorial
Titulares
Fabrício Menezes Ramos
Jeferson Gabriel da Encarnação Coutinho
Guillermo Alberto Lopez
Celso Eduardo Brito
Manoel Nunes Cavalcanti Junior
Deise Danielle Neves Dias Piau
Durval de Almeida Souza
Mariana Rocha Santos Costa
Tereza Kelly Gomes Carneiro
Suplentes
Adriana Vieira dos Santos
Eliana Evangelista Batista
Mauricio Andrade Nascimento
Catarina Ferreira Silveira
Valter de Carvalho Dias
Flávio de Ligório Silva
GESTÃO FORTEC
Diretoria
Shirley Virgínia Coutinho (PUC-Rio) – Presidente
Gesil Sampaio Amarante Segundo (UESC) – Vice-Presidente
Ana Lúcia Vitale Torkomian (UFSCar) – Diretora-técnica
Angelo Luiz Maurios Legat (UEPG) – Diretor-técnico
Marli Elizabeth Ritter dos Santos- Diretora-técnica
Noélia Lúcia Simões Falcão (INPA/MCTIC) – Diretora-técnica
Wagna Piler Carvalho dos Santos (IFBA) – Diretora-técnica
Conselho Consultivo
Edilson da Silva Pedro (MCTIC)
Maria Celeste Emerick (FIOCRUZ)
Maria das Graças Ferraz Bezerra (REDENAMOR/MCTIC)
Maria Rita de Morais Chaves Santos (UFPI)
Newton Frateschi (Inova Unicamp)
Paulo Rogério Pinto Rodrigues (UNICENTRO)
Rubén Dario Sinisterra (UFMG)
Conselho Fiscal
Irineu Afonso Frey (UFSC) – Conselheiro Titular
Ricardo Fialho Colare (UNIFOR) – Conselheiro Titular
Sabrina Carvalho Verzola (UNIFAP) – Conselheiro Titular
Adriano Leonardo Rossi (UFRGS) – 1º Suplente
Tatiane Luciano Baliano (UFAL) – 2º Suplente
Joaquim Manoel da Silva – 3° Suplente
Secretaria Executiva
Lygia Magacho – Tríade Gestão Empresarial Ltda.
Região Nordeste
Vivianni Marques Leite dos Santos – Coordenadora Regional
Sérgio Ribeiro de Aguiar – Vice-Coordenador Regional
José Nilton Silva – Suplente
Região Centro-Oeste
Olivan da Silva Rabelo – Coordenador Regional
Paulo Gustavo Barboni Dantas Nascimento – Vice-Coordenador Regional
Ana Paula Duarte Avena de Castro – Suplente
Região Sudeste
Anapatrícia Morales Vilha – Coordenadora Regional
Marcelo Gomes Speziali – Vice-Coordenador Regional
Ricardo Pereira – Suplente
Região Sul
Luiz Henrique Castelan Carlson – Coordenador Regional
Alexandre Donizete Lopes de Moraes – Vice-Coordenador Regional
Danubia Bueno Espíndola –Suplente
GESTÃO PROFNIT
Prefácio..................................................................................................17
Apresentação........................................................................................21
Volume I
14 Sumário
Índice Remissivo...................................................................314
Sobre os Autores...................................................................317
Volume I
Prefácio
Volume I
Apresentação
Volume I
24 Apresentação
Estevão Freire
Resumo: Conhecer a natureza e a realidade que nos cerca é natural do ser humano.
O conhecimento pode ser classificado de acordo com diversos pontos de vista e com graus
de profundidade em relação ao objeto. Pelo conhecimento, o homem penetra em diversas
áreas da realidade para dela tomar posse. No conhecimento científico, por exemplo, o
pensar deve ser sistemático, verificando uma hipótese ou conjunto de hipóteses, por isso,
dependendo do objeto e da natureza da pesquisa, é necessário selecionar o método de
abordagem que seja mais adequado para a investigação científica proposta. Neste capítulo,
serão abordados os diferentes tipos de conhecimento já referenciados na literatura e as
relações complexas entre ciência, tecnologia e seu papel na sociedade. Ao final, serão
analisados e discutidos os principais métodos científicos que auxiliam o pesquisador a
direcionar e a organizar os caminhos da investigação e a construção do conhecimento.
Abstract: Knowing the nature and the reality surrounding it is part of human nature.
Knowledge can be classified according to the various points of view and degrees of depth
in relation to the object. Through knowledge, man penetrates into various areas of reality
to take possession of it. Depending on the purpose and nature of the research, one should
select the method of approach that is most appropriate for the proposed scientific research.
In this chapter, the different types of knowledge already mentioned in the literature and
the complex relations between between science and technology and their role in society
are discussed. Finally, the main scientific methods that help to organize the paths of
research and the construction of knowledge are analyzed and discussed.
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
26 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Introdução
A disciplina Metodologia da Pesquisa Científico-Tecnológica
e Inovação deve orientar os alunos em seus Trabalhos de
Conclusão de Curso, respaldando e sistematizando as pesquisas em
procedimentos metodológicos pertinentes. Neste capítulo, estão
apresentados alguns conceitos e procedimentos metodológicos
para o desenvolvimento de uma pesquisa.
Inicia-se com a apresentação e a discussão dos tipos
de conhecimento encontrados na literatura. A produção do
conhecimento científico exige o conhecimento e o uso de algumas
regras e de métodos imprescindíveis para a realização de um trabalho
relevante, portanto, é isso que a Metodologia Científica explica
detalhadamente. É importante identificar o tipo de pesquisa que
será empregado e as etapas a serem realizadas. No conhecimento
científico, o pensar deve ser sistemático, verificando uma hipótese
ou um conjunto de hipóteses, utilizando o rigor dos métodos
científicos.
Por método pode-se entender um caminho que deve ser
trilhado para se alcançar um determinado fim com o intuito de se
atingir um objetivo. Dessa forma, o trabalho científico configura-
se em uma produção elaborada a partir de questões específicas de
estudo e que esteja orientada por métodos adequados. Um método
científico pode ser definido como uma série de regras básicas, as quais
devem ser executadas na geração de conhecimento. Dependendo do
objeto e da natureza da pesquisa, deve-se selecionar o método de
abordagem que seja mais adequado para a investigação científica
proposta. O método, quando incorporado a uma forma de trabalho
ou de pensamento, leva o indivíduo a adquirir hábitos e posturas
diante de si mesmo, do outro e do mundo. Neste capítulo serão
apresentados os conceitos e a tipologia dos métodos científicos
descritos na literatura, referenciando os principais autores na área.
Conceituação de Conhecimento
Conhecimento pode ser definido como uma relação que
se estabelece entre o sujeito que se conhece e o objeto conhecido.
O conhecimento sempre implica uma dualidade de realidades: de
um lado, o sujeito cognoscente e, de outro, o objeto conhecido, que
pode, às vezes, fazer parte do sujeito que se conhece (MARCONI;
LAKATOS, 2003). O conhecimento, assim como o ato de conhecer,
existe como forma de solução de problemas comuns à vida, sendo
um processo dinâmico e inacabado, servindo como referencial para
pesquisas das relações sociais e nas ciências exatas (GERHARDT;
SILVEIRA, 2009).
Pelo conhecimento, o homem penetra nas diversas áreas da
realidade para dela tomar posse. Como a própria realidade apresenta
níveis e estruturas diferentes, a partir de um fato ou de um fenômeno
isolado, pode-se atingir graus de profundidade e de complexidade
que ditarão formas diferentes de apropriação por parte do sujeito
cognoscente. Essas formas irão configurar os diversos níveis de
conhecimento segundo o grau de penetração do conhecimento e da
consequente posse mais ou menos eficaz da realidade, considerando
a área ou a estrutura que se tem (MARCONI; LAKATOS, 2003).
De acordo com o movimento que orienta e organiza a atividade
humana, conhecer, agir e aprender ocorrem em níveis diferenciados
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
28 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Método
Ciência Pesquisa Inovação
Informação Conhecimento
Fonte:Fonte: Adaptada
Adaptada de Pereirade(2018)
Pereira (2018)
CIÊNCIA
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
30 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Tipos de Conhecimento
De acordo com Marconi e Lakatos (2003) e Cervo e Bervian
(2002), há quatro tipos de conhecimento: popular, científico,
filosófico e religioso.
Conhecimento Popular
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
32 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Conhecimento Científico
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
34 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Conhecimento Filosófico
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
36 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Conhecimento Religioso
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
38 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
40 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
42 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
44 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Tecnologia Social
Se, por um lado, o avanço da tecnologia trouxe uma série de
benefícios à humanidade, como a cura para várias enfermidades e
avanços tecnológicos para diversos segmentos, por outro lado, a
fome, o desemprego e o caos social ainda persistem em uma grande
parte da sociedade (NASCIMENTO; BINOTTO; BENINI,
2018).
Diante de tais contradições, a Tecnologia Social (TS) surge
como um movimento que orienta o desenvolvimento de produtos,
processos, técnicas ou metodologias, pensadas a partir da necessi-
dade dos usuários, por meio da união do conhecimento tradicional
das comunidades com o conhecimento técnico, acadêmico e cientí-
fico, tendo como principal objetivo a inclusão social de determina-
dos grupos não contemplados pela Tecnologia Convencional (TC)
– que é fomentada por grandes corporações (NASCIMENTO;
BINOTTO; BENINI, 2018).
CIÊNCIA
TECNOLOGIA SOCIEDADE
MEIO AMBIENTE
Fonte:
Fonte: Adaptada
Adaptada de Pereira
de Pereira al. (2018)
et al.et(2018)
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
46 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Método Científico
A palavra método vem do grego, methodos, composta de metá
(reflexão, raciocínio, verdade) e de hódos (via, caminho). Servir-se
de um método é, antes de tudo, tentar ordenar o trajeto por meio
do qual se possa alcançar os objetivos previstos. Méthodes refere-se
a um certo caminho que permite chegar a um fim (DICIONÁRIO
ETIMOLÓGICO, 2019).
O termo metodologia vem de methodos, que significa
organização, sugere um caminho, a ser trilhado e logos, estudo
sistemático, pesquisa, investigação. Etimologicamente, significa o
estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma
pesquisa científica (GERHARDT; SILVEIRA, 2009; HAYASHI;
SOUSA; ROTHBERG, 2011).
A metodologia se interessa pela validade do caminho
escolhido para se chegar ao fim proposto pela pesquisa; portanto,
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
48 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
50 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Método Dedutivo
Método proposto por Descartes, Spinoza e Leibniz
(QUIROGA, 2013) que pressupõe que só a razão é capaz de
levar ao conhecimento verdadeiro. O raciocínio dedutivo tem o
objetivo de explicar o conteúdo das premissas. Por intermédio de
uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise do geral
para o particular, chega-se a uma conclusão. Usa-se o silogismo,
Método Indutivo
Método proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke
e Hume (BATISTA, 2010) e que considera que o conhecimento
é fundamentado na experiência, sem considerar princípios
preestabelecidos. No raciocínio indutivo, a generalização deriva
de observações de casos da realidade concreta e as constatações
particulares levam à elaboração de generalizações (GIL, 2008;
MARCONI; LAKATOS, 2003). Portanto, o objetivo dos
argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é
muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
52 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
José é mortal.
João é mortal.
Paulo é mortal.
Ora, José, João e Paulo são homens.
Logo, todos os homens são mortais.
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
54 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Método Hipotético-Dedutivo
Segundo Gil (2008), quando os conhecimentos disponíveis
sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação de
um fenômeno, surge o problema. Para tentar explicar a dificuldades
expressas no problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das
hipóteses formuladas, deduzem-se consequências que deverão ser
testadas ou falseadas. Falsear significa tornar falsas as consequências
deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo se procura
a todo custo confirmar a hipótese, no método hipotético-dedutivo,
ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la.
Portanto, o método hipotético-dedutivo inicia-se com um
problema ou uma lacuna no conhecimento científico, passando pela
formulação de hipóteses e por um processo de inferência dedutiva,
o qual testa a predição da ocorrência de fenômenos abrangidos pela
referida hipótese (MARCONI; LAKATOS, 2003). No método
hipotético-dedutivo, de acordo com Popper (1975), por meio
de uma observação cuidadosa e intuição científica, se alcança um
conjunto de postulados que governam os fenômenos que estão
sendo submetidos à análise, deduz-se as consequências por meio
de experimentação e refutam-se os postulados, substituindo-os,
quando necessário, por outros, e assim em diante.
A indução, no entender de Popper (1975), não se justifica, pois
o salto indutivo de “alguns” para “todos” exigiria que a observação de
fatos isolados atingisse o infinito, o que nunca poderia ocorrer, por
maior que fosse a quantidade de fatos observados. Outro argumento
do autor é o de que a indução cai invariavelmente no “apriorismo”.
A indução parte de uma coerência metodológica porque é justificada
Método Dialético
Fundamenta-se na dialética proposta por Hegel (UTZ,
2005), na qual as contradições se transcendem dando origem a
novas contradições que passam a requerer uma solução. Consiste
em um método de interpretação dinâmica da realidade. Esse
método considera que os fatos não podem ser estimados fora de um
contexto social, político, econômico, etc., sendo muito utilizado em
pesquisa qualitativa (GIL, 1999; MARCONI; LAKATOS, 2003).
Portanto, para a dialética, as coisas não são analisadas na
qualidade de objetos fixos, mas em movimento: nada está “acabado”,
encontrando-se sempre em vias de se transformar, se desenvolver;
o fim de um processo é sempre o começo de outro. Por outro
lado, as coisas não existem isoladas, separadas uma das outras e
independentes, mas formando um ente unido e coerente. Tanto a
natureza quanto a sociedade são compostas de objetos e fenômenos
organicamente ligados entre si, dependendo uns dos outros e, ao
mesmo tempo, condicionando-se reciprocamente. Por exemplo,
uma planta não existe a não ser em unidade e ação recíproca com o
meio ambiente – o solo, a luz solar, o ar. Ou seja, todos os aspectos
da realidade (da natureza ou da sociedade) prendem-se por laços
necessários e recíprocos. Essa lei leva à necessidade de avaliar uma
situação, um acontecimento, uma tarefa, uma coisa, do ponto
de vista das condições que os determinam e, assim, os explicam
(MARCONI; LAKATOS, 2003).
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
56 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
58 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Método Fenomenológico
No método fenomenológico, existe a preocupação com
a descrição direta da experiência tal como ela é. Nesse método
considera-se que a realidade não é única, existindo diversas
interpretações. O sujeito tem uma importância fundamental no
processo de construção do conhecimento; é um método usado
comumente em pesquisas qualitativas (SILVA; MENEZES, 2005).
O método fenomenológico, tal como apresentado por
Edmund Husserl (TOURINHO, 2017), tem como primeira e
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
60 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Método Comparativo
Nas ciências sociais, a análise comparativa busca descrever
e explicar semelhanças e diferenças de aspectos entre as unidades
sociais de grande escala, como regiões, nações, sociedades e culturas
ao longo do tempo (GIL, 2008). A comparação permite a obtenção
de explicações de causa e efeito, identificando os seus mecanismos.
As explicações dos fenômenos locais somadas à identificação do
mecanismo causal que está por trás levam a geração de hipóteses
generalizantes (ALVES; SAHR, 2014).
É necessário saber se uma coisa é claramente comparável a
outra em algum aspecto (propriedades e características). Adota-se
então a melhor estratégia comparativa, destacando as semelhanças
e as diferenças, tanto em contextos similares ou em sistemas
diferentes. Assim como o método experimental, o estatístico e o
histórico, o método comparado é uma técnica de verificação das
ciências humanas (ALVES; SAHR, 2014).
Método Clínico
O método clínico pode ser definido como um método que
permite a abordagem do outro nas relações interindividuais e nas
relações sociais (DINIZ, 2019). Em sua origem, o termo “clínica”
diz respeito à observação que se faz à cabeceira do doente. Essa
observação gera questões e formula hipóteses, tentando verificá-
las conforme certas regras. Na posição deitada, o doente está
involuntária e passivamente impotente, deixando-se observar pelo
médico (AGUIAR, 2001).
O método clínico tornou-se um dos mais importantes na
investigação psicológica, sobretudo depois dos trabalhos de Freud
(AGUIAR, 2001). Sua contribuição para a psicologia tem sido
muito significativa, particularmente no que se refere ao estudo
dos determinantes inconscientes do comportamento. Todavia, o
pesquisador que adota o método clínico deve cercar-se de muitos
cuidados ao propor generalizações, visto que esse método se apoia
em casos individuais e envolve experiências subjetivas (GIL, 2008).
Método Estatístico
Este método é baseado na aplicação da teoria estatística da
probabilidade e consiste em uma ferramenta importante para as
pesquisas em ciências sociais. Entretanto, deve-se considerar que os
resultados obtidos mediante a utilização desse método não podem
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
62 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Método Experimental
O método experimental consiste essencialmente em submeter
o objeto de estudo ou um sistema à influência de variáveis, em
condições ambientais controladas e conhecidas pelo pesquisador
e, a partir daí, observar e analisar os resultados obtidos (GIL,
2008). Na verdade, os métodos experimentais são pouco utilizados
em pesquisas sociais, haja vista que, de forma geral, o pesquisador
não possui o poder de introduzir modificações nos fenômenos
que pretende pesquisar. Entretanto, é importante saber se o
experimento controlado é realmente indispensável para a obtenção
de resultados cientificamente aceitáveis. Deve-se deixar claro que o
objeto de estudo das ciências humanas é o próprio homem, que vive
em sociedade, ou seja, é um objeto construído historicamente pelo
ator social homem e está em constante estado de transformação.
Desse modo, ele se diferencia do objeto de estudo das ciências
naturais, pois a natureza é uma realidade dada, exterior ao homem,
sendo percebida pelos sentidos e experimentada nos laboratórios
(CHAUÍ, 2000).
Método Histórico
No método histórico, o foco está na investigação de
acontecimentos ou instituições do passado para verificar e
compreender o papel que desempenham na sociedade de hoje.
É um método aplicável aos estudos qualitativos (PRODANOV;
FREITAS, 2013). O método histórico tem como premissa básica a
crença na história que é capaz de explicar estruturas e acontecimentos,
notadamente os de foro político-econômico. O fenômeno histórico
proveria, nesse sentido, um contexto para a compreensão das ligações
entre organizações e sociedade (SAUERBRONN; FARIA, 2019).
O uso do método histórico em administração tem sido
recomendado principalmente em pesquisas em gerência estratégica.
Outra frente de aplicação do método histórico em administração
encontra-se na sociologia das organizações. Seguindo os passos
dessas duas principais inspirações para o uso do método em
administração, problemas de pesquisa podem ser estudados usando
evidências do passado para seleção e avaliação de fontes de dados,
seleção e avaliação de variáveis, construção de teoria e geração de
hipóteses (SAUERBRONN; FARIA, 2019).
Método Observacional
Os métodos observacionais são métodos aplicáveis para a
aquisição de comportamentos e acontecimentos no exato momento
em que eles são gerados, sem sofrer interferências externas ao
fenômeno observado. Em estudos na área de administração, alguns
pesquisadores utilizam como procedimento de coleta de dados os
métodos de observação. Outro aspecto do método é o realismo
da situação estudada. Esse método é, portanto, o mais adequado
para analisar comportamentos espontâneos e atitudes não verbais,
podendo ser simples ou exigindo a utilização de instrumentos. Além
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
64 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Método Sistêmico
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
66 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Considerações Finais
Diversos autores e filósofos propuseram métodos
científicos que, ao longo da história, sofreram críticas e foram
modificados. É importante que se tenha a compreensão de que
os fenômenos científicos apresentam características diferentes
dos fenômenos sociais e devem ser analisados apartir de métodos
diferentes. Existem novas visões a respeito do desenvolvimento
científico e tecnológico, suportadas e influenciadas por aspectos
sociais e pelo ambiente. O enfoque CTS considera a dimensão
Agradecimento
Agradeço ao professor Eduardo Gonçalves Serra, da UFRJ,
pelas excelentes contribuições na elaboração deste capítulo.
Referências
AGUIAR, F. Método Clínico: método clínico? Psicologia:
Reflexão e Crítica, [s.l.], v. 14, n. 3, p. 609-616, 2001.
ALVES, T. T.; SAHR, C. L. L. O método comparativo em estudos
regionais. Geoingá: Revista do Programa de Pós-Graduação em
Geografia, Maringá, v. 6, n. 2, p. 3-19, 2014.
ANDRADE, A. L. et al. Pensamento sistêmico: caderno de
campo – o desafio da mudança sustentada nas organizações e na
sociedade. Porto Alegre: Bookman, 2000.
AZZI, S. Trabalho docente: autonomia didática e construção
do saber pedagógico. In: PIMENTA, S. G. (org.). Saberes
pedagógicos e atividade docente. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
p. 35-60.
BARBETTA, P. A. Estatística Aplica às Ciências Sociais. 5. ed.
Florianópolis: EdUFSC, 2004.
BATISTA, G. A. Francis Bacon: para uma educação científica.
Revista Teias, [s.l.], v. 11, n. 23, p. 163-184, set.-dez. 2010.
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
68 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
70 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Volume I
Conceituação de Conhecimento – Tipos de Conhecimento –
72 Ciência, Tecnologia e Sociedade – Método Científico
Estevão Freire
Abstract: This chapter presents different strategies, methods and research techniques.
Its application presupposes recognition of the research problem to be studied and
requires the full knowledge of human, material and financial resources available. The
classification of the research for its purpose, that is, exploratory, descriptive, explanatory
and mixed is discussed in this chapter. Several research techniques are presented, which
will be used according to the qualitative or quantitative approach provoked by the
problem and research hypotheses. The research procedures are presented, not in an
exhaustive way, but sufficiently so that the reader can later deepen each technique. In this
chapter the types of documentary, bibliographical, case study, survey, action research,
ethnographic, experimental and ex-post-facto techniques are presented. Some techniques
of data collection are presented, such as interview and questionnaire, their importance,
limitations and applications.
74 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Introdução
Este capítulo tem como objetivos apresentar diferentes
estratégias, métodos e técnicas de pesquisa. Ao terminar sua
leitura, o leitor deverá ter adquirido as habilidades básicas
necessárias para a execução do trabalho científico no que se refere
ao conhecimento sobre os tipos de pesquisa e saber aplicá-las
em suas próprias pesquisas. Neste capítulo serão esclarecidos os
procedimentos técnicos mais conhecidos que poderão ser utilizados
no desenvolvimento do trabalho de pesquisa. As estratégias, os
métodos e as técnicas de Pesquisa aqui apresentados representam
etapas mais concretas da investigação, com uma finalidade mais
restrita em termos de explicação geral dos fenômenos. Sua aplicação
pressupõe uma atitude concreta em relação ao fenômeno estudado
e estão limitados, no caso geral, a um domínio particular. Assim, é
necessário que se faça um recorte de tipos de pesquisa existentes,
os mais usuais, para que se possa, com base nos objetivos fixados,
definir e delinear, de maneira mais criteriosa, a pesquisa que se
pretende realizar e escolher o que mais se adapta à necessidade do
pesquisador para atingir os objetivos previamente definidos para o
seu trabalho. Para Thums (2003), toda pesquisa deve se enquadrar
dentro de um campo teórico (quadro de referência), possibilitando
a adequada definição de termos e conceitos de hipóteses, variáveis e
metodologia.
Quanto ao objetivo da pesquisa, pode-se defini-lo como
exploratório, descritivo ou explicativo, esses objetivos podem ser
buscados com a utilização das abordagens qualitativa, quantitativa
e quali-quantitativa, com suas respectivas técnicas. Quanto aos
procedimentos, as pesquisas podem utilizar os tipos documental,
bibliográfico, estudo de caso, levantamento (censo, survey),
pesquisa-ação, etnográfico e experimental.
Diferentemente do que foi estudado no Capítulo 1 quanto
aos tipos de abordagem, os tipos de procedimento, muitas vezes, são
O Problema de Pesquisa
O verbo “pesquisar” pode significar, de uma forma bem
simples, buscar respostas para indagações propostas, ou em um
sentido amplo, procurar uma informação que não se sabe de
antemão e que é necessário saber. Consultar livros, periódicos e
documentos e fazer entrevistas com especialistas no assunto – todas
são formas de pesquisa. Esse sentido amplo de pesquisa se opõe
ao conceito de pesquisa como investigação científica que tem por
objetivo comprovar uma hipótese levantada, por meio do uso de
metodologias científicas (PRODANOV; FREITAS, 2013).
A pesquisa consiste, portanto, em um conjunto de ações
propostas para encontrar a solução para um problema, seguindo
procedimentos racionais e sistemáticos. Sendo assim, envolve
planejamento, que deve considerar o tempo disponível para a
realização da pesquisa, o local onde será realizada, os recursos
materiais e humanos necessários (PRODANOV; FREITAS,
2013). É preciso ter em mente a importância do fenômeno a ser
pesquisado e quais pessoas ou grupos se beneficiarão com os seus
resultados (GIL, 2008).
Volume I
76 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
O Tema de Pesquisa
O tema de pesquisa é o assunto que se deseja estudar e
pesquisar. Na escolha do tema de pesquisa, deve-se selecionar
um assunto de acordo com as inclinações, as possibilidades, as
aptidões e as tendências de quem se propõe a elaborar um trabalho
científico; e encontrar um objeto de estudo que tenha relevância
social, econômica ou ambiental e que tenha condições de ser
formulado e delimitado em função da pesquisa. Ou seja, o assunto
escolhido deve ser exequível e adequado à duração da pesquisa e útil
para a sociedade. A qualificação dos pesquisadores, em termos de
background da formação universitária, também é importante.
Como apontam Marconi e Lakatos (2003), o tema de
pesquisa escolhido deve ser bem delimitado:
Volume I
78 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Hipóteses
Hipótese é uma proposição que se faz na tentativa de verificar
a validade de resposta existente para um problema. É uma suposição
que antecede a constatação dos fatos e tem como característica
uma formulação provisória: deve ser testada para determinar sua
validade. Correta ou errada, de acordo ou contrária ao senso comum,
a hipótese sempre conduz a uma verificação empírica (MARCONI;
LAKATOS, 2003).
Volume I
80 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Abordagem Quantitativa
Essa abordagem caracteriza-se pela quantificação, realizada
tanto no processo de coleta de informações como no tratamento
destas por meio de técnicas estatísticas e procedimentos matemáticos.
Representa a intenção de garantir a precisão dos resultados ao evitar
distorções de análise e de interpretações. Essa abordagem permite
aumentar a margem de segurança na comprovação das hipóteses
formuladas, nos casos em que seu uso é possível (MEZZOROBA;
MONTEIRO, 2003).
A abordagem quantitativa possibilita, portanto, que hipóteses
– relações de causa e efeito de um fenômeno não comprovadas –
sejam testadas com o uso do ferramental estatístico. A abordagem
quantitativa analisa a realidade, permitindo que deduções sejam
realizadas para a comprovação da(s) hipótese(s) formulada(s)
(TERENCE; FILHO, 2006).
Entre os benefícios e as vantagens de seu uso estão a
generalização de resultados, a descrição mais completa dos
fenômenos, a precisão das medidas, a possibilidade de replicação
dos experimentos e de realização de exercícios de previsão sobre a
evolução dos fenômenos (AUGUSTO et al., 2013).
Abordagem Qualitativa
Essa abordagem pode ser aplicada a diferentes tipos de
pesquisa, já que utiliza conceitos a serem verificados a partir da
interpretação do material pesquisado (DENZIN; LINCOLN,
2006). Por exemplo, no caso de utilização de entrevistas não
Volume I
82 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Pesquisa Exploratória
Volume I
84 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Pesquisa Descritiva
Pesquisa Explicativa
Pesquisa Documental
Volume I
86 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Pesquisa Bibliográfica
Volume I
88 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Estudo de Caso
Levantamento
Volume I
90 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Pesquisa-ação
Pesquisa Experimental
Volume I
92 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
ou seja, pelo menos uma das variáveis deve poder ser manipulada
para que seja verificado como, porque ou de que forma o fato ou os
fatos ocorrem. O pesquisador precisa, também, introduzir um ou
mais elementos de controle na situação experimental (GIL, 2008).
É bastante frequente o uso da técnica da escolha ou a
designação de um grupo de controle, em paralelo à escolha
de um grupo experimental, uma alternativa bastante usada.
O grupo de controle é o grupo que receberá o efeito “placebo”
ou falso estímulo, e o grupo experimental é aquele que receberá
o estímulo experimental. É importante ressaltar que a escolha ou
designação dos elementos que comporão os grupos experimental e
de controle deve ser feita aleatoriamente (GIL, 2008).
Assim, temos, nos experimentos, o uso de uma relação Causa
(variável independente, X) versus Efeito (variável dependente, Y).
A variável independente é a que se considera a suposta causa em
uma relação entre variáveis, é a condição antecedente, e o efeito
provocado por essa causa é denominado de variável dependente
(consequente). Deve ser feita a medida do efeito que a variável
independente tem na variável dependente. A medição deverá ser
válida e confiável, pois se não pudermos garantir que medimos de
maneira adequada, os resultados não servirão e o experimento será
desperdiçado (GIL, 2008).
Todos os requisitos de controle e validade interna devem
ser cumpridos. O termo controle trata da capacidade de gestão do
pesquisador sobre o ambiente, enquanto a validade trata do nível de
segurança que se tem dos resultados (THUMS, 2003).
Como exemplos de experimentos, podem ser citados
os efeitos de drogas ou alimentos sobre o organismo humano.
A relação ingestão de sal versus pressão sanguínea pode ser aferida
com a administração de doses maiores de sal na alimentação de um
grupo escolhido – o grupo experimental – por algumas semanas,
ao passo que o segundo grupo – o grupo de controle – mantêm sua
Pesquisa ex-post-facto
Pesquisa Etnográfica
Volume I
94 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Volume I
96 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Entrevista
A entrevista é um procedimento utilizado para a coleta de
dados que muitos autores consideram como o instrumento por
Volume I
98 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Questionário
Questionário é um instrumento de coleta de dados que consiste
em uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por
escrito e sem a presença do entrevistador. Junto com o questionário
deve-se enviar uma nota ou carta de encaminhamento, explicando
a natureza, suas razões e sua importância. É preciso deixar claro
que as respostas serão utilizadas exclusivamente para a pesquisa em
questão e que o respondente não será identificado. Muitas vezes,
pode-se oferecer ao respondente o resultado global da pesquisa
para a qual ele contribuiu. Em média, os questionários expedidos
pelo pesquisador alcançam 25% de devolução (LÜDKE; ANDRÉ,
1986).
Como toda técnica de coleta de dados, o questionário
também apresenta uma série de vantagens e de desvantagens. Como
vantagens, a aplicação de questionários economiza tempo e recursos
financeiros; consegue obter um maior número de pessoas, podendo
atingir pessoas localizadas em qualquer parte do mundo; pode
resultar em maior liberdade nas respostas, em razão do anonimato
dos respondentes; não há influência do pesquisador; permite
flexibilidade de tempo ao respondente e finalmente resulta em
maior uniformidade na avaliação, em virtude da natureza impessoal
do instrumento (GIL, 2008; MARCONI; LAKATOS, 2003).
Como desvantagens, constata-se comumente que o percentual
de respostas é baixo, como já foi citado; há a impossibilidade de
auxíliar os respondentes sobre dúvidas em relação às questões (e
por isso elas devem apresentar clareza em sua formulação); nem
sempre a pessoa escolhida para responder é a que responde ao
questionário, invalidando, portanto, as respostas; as respostas
podem vir incompletas, dificultando a comparação dos resultados
e sua quantificação (GIL, 2008; MARCONI; LAKATOS, 2003).
Volume I
100 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Volume I
102 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Análise de Conteúdo
A análise de conteúdo consiste em um conjunto de técnicas de
análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e
objetivos de descrição do conteúdo das mensagens. Nesse contexto, a
descrição analítica é utilizada para tratar as informações contidas nas
mensagens, ou seja, os mais distintos significados que apresentam, e
compreender o seu conteúdo manifesto e as significações explícitas
ou ocultas. Portanto, a análise de conteúdo é uma técnica que
trabalha os dados coletados, tendo como objetivo a identificação do
que está sendo dito a respeito de determinado tema; isto faz com
que seja necessário a descodificação do que está sendo comunicado
(RICHARDSON, 2012).
A análise deve estar pautada em regras, homogêneas, exaus-
tivas, exclusivas, objetivas e adequadas ou pertinentes. As inferên-
cias são feitas pelo pesquisador, a partir de seus conhecimentos, e
ele pode então deduzir informações, estabelecer como surgiu algo,
quais foram as causas ou quais foram suas consequências/efeitos
(RICHARDSON, 2012).
Existem diversas formas de documentação do material
coletado, a maioria consiste em material textual – notas de campo,
diário de pesquisa, fichas de documentação, transcrição, etc. Além
dessas formas, o material também pode ser documentado por meio
de fotos, filmes ou áudios, tendo todos esses materiais relevância no
processo de pesquisa (MOZZATO; GRZYBOVSKI, 2011).
As etapas da técnica de análise de conteúdo, segundo Bardin
(2006), estão organizadas em três fases:
Análise de Narrativa
A narrativa e sua análise é um instrumento utilizado em
pesquisas de cunho qualitativo que tem sido amplamente aplicado
como forma de capturar circunstâncias nas quais o pesquisador
Volume I
104 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Volume I
106 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Triangulação
A triangulação é um procedimento que combina diferentes
métodos de coleta de dados, distintas populações ou amostras,
diversas perspectivas teóricas e vários momentos no tempo, para
consolidar conclusões a respeito do fenômeno que está sendo
investigado. Pode-se dizer que o método da triangulação envolve
corroborar, elaborar ou iluminar o problema de pesquisa a partir
de informações advindas de diferentes ângulos, a partir de mais de
uma fonte de dados, aumentando a generalização de um estudo
(MINAYO, 2001).
A vantagem da técnica consiste no uso de diversos métodos
que podem ajudar a descobrir dimensões desviantes do fenômeno.
Diferentes pontos de vista podem produzir alguns elementos
que não se ajustam a uma teoria ou modelo; portanto, pode levar
também a uma síntese ou integração de teorias. Seu objetivo é
contribuir não apenas para o exame do fenômeno sob o olhar de
múltiplas perspectivas, mas também enriquecer a compreensão desse
fenômeno. Segundo Vergara (2005), a triangulação pode ser vista
como uma estratégia que contribui com a validade de uma pesquisa;
e como uma alternativa para a obtenção de novos conhecimentos,
por meio de novos pontos de vista.
O método pode abranger coleta de dados, teorias,
pesquisadores e métodos. No que tange à coleta de dados, a
triangulação permite que o pesquisador possa lançar mão de três
técnicas ou mais com vistas a ampliar o universo informacional
em torno de seu objeto de pesquisa, utilizando-se, para isso, por
exemplo, do grupo focal, entrevista, aplicação de questionário,
entre outros. Nesse sentido, a triangulação de dados é a coleta de
dados em diferentes momentos e fontes; a triangulação da teoria
é o empréstimo de modelos de uma disciplina para usar em outras,
ou a aplicação de várias abordagens para o mesmo fenômeno; a
Volume I
108 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Considerações Finais
O desenvolvimento de toda pesquisa se dará de modo
satisfatório se no início o pesquisador tiver o tema definido e o
problema de pesquisa bem formulado. As hipóteses se constituem
em proposições fundamentais para a validação das possíveis
respostas para o problema estudado. A escolha apropriada dos
métodos e das técnicas de pesquisa está diretamente relacionada
com o problema a ser estudado, podendo se ter uma abordagem
qualitativa, quantitativa ou mista. Para cada tipo de abordagem, faz-
se uso de diversos métodos de procedimento, sendo que a escolha do
método dependerá do objeto da pesquisa, do tempo disponível, de
recursos humanos e materiais. Em todos os casos, é importante que
o pesquisador tenha bom conhecimento da técnica a ser empregada
para que os resultados da pesquisa sejam de fato relevantes.
Agradecimento
Agradeço ao professor Eduardo Gonçalves Serra, da UFRJ,
pelas excelentes contribuições na elaboração deste capítulo.
Referências
ALVES, M. A.; BLIKSTEIN, I. Análise de Narrativas. In:
GODOI, Christina Kleinübig; RODRIGO BANDEIRA-
DE-MELO, Anielson B. Silva. (org.). Pesquisa Qualitativa em
Estudos Organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. São
Paulo: Editora Saraiva, 2006. p. 403-428.
Volume I
110 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Volume I
112 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Volume I
114 Conceituação de Tipos e Metodologias de Pesquisa
Introdução
Os trabalhos acadêmicos por sua natureza exigem a
padronização na apresentação de seus resultados. Além de serem
inéditos, devem possibilitar a ampliação do conhecimento ou
a compreensão de determinados problemas e, ainda, devem
servir de referência para o desenvolvimento de outros trabalhos
(MARCONI; LAKATOS, 2003).
Para isso, torna-se necessário o estabelecimento de
normas e de orientações técnicas que guiem a escrita científica.
Independentemente da área do conhecimento, o emprego das
normas para estruturação e formatação dos trabalhos acadêmicos
é fundamental para a correta comunicação dos resultados obtidos.
No Brasil, o órgão responsável pela elaboração das normas,
que permitem padronizar e sistematizar o conhecimento científico,
é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), entidade
privada e sem fins lucrativos, fundada em 28 de setembro de 1940
(ABNT, 2019).
A ABNT, por meio dos seus Comitês Brasileiros (CB),
Organismos de Normalização Setorial (ONS) e Comissões de
Estudos Especiais (CEE), é responsável não apenas pela elaboração
das normas, mas também por suas revisões. O órgão, desde a década
de 1950, atua também na avaliação de conformidade e dispõe de
programas específicos para certificação de produtos, sistemas e
rotulagem ambiental. Tal atividade está alicerçada em guias e em
princípios técnicos internacionalmente aceitos e embasados em
uma estrutura técnica e de auditores multidisciplinares, garantindo
credibilidade, ética e reconhecimento dos serviços prestados
(ABNT, 2019).
Neste capítulo, serão abordadas algumas dessas normas,
que estabelecem as regras gerais para confecção de trabalhos
Volume I
118 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
Volume I
120 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
a) Introdução.
b) Desenvolvimento.
c) Conclusão.
a) Referências (obrigatório).
b) Glossários (opcional).
c) Apêndice(s) (opcional).
d) Anexo(s) (opcional).
e) Índice(s) (opcional).
Elementos Pré-Textuais
Volume I
122 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
Volume I
124 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
LISTA DE TABELAS
Elementos Textuais
Volume I
126 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
Elementos Pós-Textuais
Volume I
128 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
Volume I
130 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
Ano de
NBR Objetivo Escopo
publicação
Especifica as normas para
6027 Sumário apresentação do sumário em 2012
qualquer tipo de documento.
Especifica as normas para
Resumo e
6028 apresentação do Resumo e do 2003
Abstract
Abstract.
Estabelece os princípios gerais
Numeração de um sistema de numeração
progressiva progressiva para as seções de um
6024 das seções documento, de forma a expor em 2012
de um uma sequência lógica o inter-
documento relacionamento da matéria e a
permitir sua localização.
Esta Norma estabelece os
requisitos de apresentação e os
6034 Índice 2004
critérios básicos para a elaboração
de índices.
Fonte: Elaborado pela autora deste capítulo (2019)
Dissertação
Volume I
132 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
Artigos Científicos
Volume I
134 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
Elementos Pré-Textuais
Título: o título do artigo e o subtítulo, caso haja subtítulo,
devem aparecer na página inicial do artigo separado por dois pontos
(:) e no idioma do texto. Ocasionalmente, pode ser necessária a
inserção do título em outro idioma.
Autor: este é um item que deve ser inserido de forma direta.
Quando houver mais de um autor, os nomes podem ser grafados
na mesma linha, separados por vírgula, ou em linhas distintas.
Logo após, deve-se informar o currículo sucinto de cada autor, com
vinculação corporativa e endereço de contato.
Hoje, por orientação de vários indexadores, os nomes devem
estar vinculados com suas respectivas instituições, o breve currículo
deve ser indicado no final do artigo, assim como e-mail para contato
e endereço profissional dos autores.
Resumo: deve ser elaborado conforme prevê a NBR
6028:2003. Caso haja o resumo em outro idioma, este deve estar na
sequência do resumo em língua vernácula.
Data de submissão e aprovação: corresponde à indicação das
datas de submissão e de aprovação do artigo para publicação. Com
essa informação, é possível determinar o tempo decorrido entre a
submissão e a publicação do manuscrito.
Indicação e disponibilidade: este item é opcional, refere-se à
indicação do endereço eletrônico, DOI (Digital Object Identifier),
suportes e outras informações que facilitem o acesso ao documento,
como links, endereços eletrônicos, sites e outros.
Elementos Textuais
Introdução: a introdução é parte inicial do artigo na qual
devem constar a delimitação do assunto tratado, os objetivos da
pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema do artigo.
Elementos Pós-Textuais
Referências: conforme disposto no Quadro 2, a lista das
referências utilizadas em um trabalho é elemento obrigatório.
Sua inserção no texto deve ser realizada conforme prega a NBR
6023:2018.
Glossário: é um elemento opcional a ser elaborado em ordem
alfabética. É inserido quando se faz uso, no decorrer do trabalho, de
palavras ou de expressões que são exclusivas do âmbito do assunto
explorado, ou das expressões técnicas de uso restrito, conforme já
mencionado.
Apêndice: este elemento deve ser identificado na seguinte
ordem: a palavra “Apêndice” seguida de letras maiúsculas
consecutivas, travessão e respectivo título, com o mesmo destaque
tipográfico das seções primárias e centralizado, conforme prevê
a NBR 6024:2003. Utilizam-se letras maiúsculas dobradas na
identificação dos apêndices quando esgotadas as letras do alfabeto.
Anexo: deve aparecer no trabalho da seguinte forma: a
palavra “Anexo” seguida de letras maiúsculas consecutivas, travessão
e respectivo título, com o mesmo destaque tipográfico das seções
primárias e centralizado, conforme a NBR 6024:2003. Assim,
Volume I
136 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
Volume I
138 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
Exemplo:
Para o autor, “[...] é impróprio, pois há setores não éticos
no chamado direito moral, e é incorreto, pois foi importado sem
tradução da língua francesa.” (ASCENSÃO, 1997, p. 593).
Citações diretas com mais de três linhas devem ser destacadas
com recuo de 4 cm da margem esquerda, com fonte menor do que a
utilizada no texto e sem as aspas.
Exemplo:
Exemplo:
No texto: “Os poetas selecionados contribuíram para a
consolidação da poesia no Rio Grande do Sul [...]” (em fase de
elaboração)1.
No rodapé da página:
_________________________________________
1
Poetas rio-grandenses, de autoria de Elvo Clemente, a ser editado pela
EDIPUCRS (2002).
Volume I
140 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
Organizando as Referências
Um item fundamental em qualquer trabalho acadêmico é a
lista de referências. Nela são inseridas todas as obras que serviram
ou ajudaram a embasar a discussão do texto. A norma que estabelece
quais elementos devem ser incluídos nas referências e a ordem deles
é a NBR 6023:2018. Ressalta-se que essa norma foi publicada
inicialmente em 2002, mas foi atualizada em 2018 após revisão
técnica.
Volume I
142 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
Exemplo:
BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil)
BIBLIOTECA NACIONAL (Portugal)
Quanto ao título e ao subtítulo que está sendo referenciado,
eles devem ser reproduzidos conforme está no documento, separados
por dois pontos.
Exemplo:
PASTRO, Cláudio. Arte sacra: espaço sagrado hoje. São
Paulo: Loyola, 1993. 343 p.
A edição, se constar no documento, deve ser transcrita pelas
abreviaturas do numeral ordinal e da palavra edição, ambas no
idioma da publicação.
Exemplo:
2. ed. (português)
2 nde ed. (inglês)
No caso da Editora, entre outras instituições responsáveis pela
publicação, o nome deve ser indicado como aparece no documento,
suprimindo-se as palavras que designam a natureza jurídica ou
comercial.
Exemplo:
DAGHLIAN, Jacob. Lógica e álgebra de Boole. 4. ed. São
Paulo: Atlas, 1995.
O local de publicação deve ser indicado como consta no
documento. Na ausência do nome da cidade, pode ser indicado
o estado ou o país, desde que conste no documento. No caso de
cidades homônimas, acrescenta-se ainda a sigla do estado ou o nome
do país, separados por vírgula.
Exemplo:
Viçosa, MG
Viçosa, RN
Toledo, PR
Toledo, Espanha
Outro elemento que deve ser indicado é a data da publicação
da obra, a qual deve ser escrita em algarismos arábicos sem ponto ou
espaços entre eles.
Exemplo:
2009
Caso não seja localizado o ano de publicação da obra, deve
ser indicado um ano, seja do copirraite (precedido da letra c em
minúsculo e sem espaço), da distribuição, da impressão, ou de
outros.
Exemplo:
CIPOLLA, Sylvia. Eu e a escola 2ª série. São Paulo: Paulinas,
c1993.
Em situações em que nenhum ano de publicação, distribuição,
copirraite, impressão, entre outros for localizado no documento,
deve-se indicar uma data entre colchetes.
Exemplos:
[1971 ou 1972] um ano ou outro
[1969?] ano provável
[1973] ano certo, não indicado no item
[entre 1906 e 1912] usar intervalos menores de 20 anos
[ca. 1960] ano aproximado
[197-] década certa
[197-?] década provável
Volume I
144 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
a) Livros
AUTOR DA OBRA. Título da obra: subtítulo. Número
da edição. Local de Publicação: Editor, ano de publicação.
Número de páginas ou volume. (Série). Notas.
Exemplo:
AULETE, F. J. Dicionário Caldas Aulete da língua
portuguesa: edição de bolso. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ:
Lexikon; Porto Alegre: L&PM, c2007. 1.022 p.
b) Dissertações e Teses
AUTOR. Título da obra: subtítulo. Ano de apresentação.
Número de folhas, de páginas ou de volumes. Categoria
(Grau e área de concentração) – Instituição, local, ano.
Exemplo:
RODRIGUES, M. V. Qualidade de vida no trabalho.
1989.180 f. Dissertação (Mestrado em Administração) –
Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal
de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1989.
c) Normas técnicas
ORGÃO NORMALIZADOR. Título: subtítulo,
número da Norma. Local, ano, volume ou página(s).
Exemplo:
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS. NBR 6028: resumos. Rio de Janeiro, 2003.
3 p.
d) Congressos, Conferências, Simpósios, Workshops, Jornadas e
outros Eventos
NOME DO CONGRESSO. Número, ano, cidade onde
foi realizado o evento. Título [...]. Local de publicação:
Editora, data de publicação. Número de páginas ou volume.
Exemplo:
WORKSHOP DE DISSERTAÇÕES EM
ANDAMENTO, 1., 1995, São Paulo. Anais [...]. São
Paulo: ICRS, USP, 1995. 39 p.
e) Partes de monografia
AUTOR da parte. Título da parte. Termo In: Autor
da obra. Título da obra. Número da edição. Local de
publicação: Editor, ano de publicação. Número ou volume,
se houver, páginas inicial-final da parte, e/ou isoladas.
Exemplo:
NOGUEIRA, D. P. Fadiga. In: FUNDACENTRO.
Curso de médicos do trabalho. São Paulo, 1974. v. 3, p.
807-813.
f ) Publicações periódicas (on-line)
TÍTULO DA PÚBLICAÇÃO. Local (cidade): Editora,
volume, número, mês, ano. Disponível em: endereço.
Acesso em: dia, mês e ano.
Exemplo:
Volume I
146 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
Considerações Finais
Ao longo deste capítulo, foi dada ênfase para a estruturação e
a formatação de trabalhos acadêmicos, utilizando como referência
o conjunto de normas técnicas (NBRs) estabelecidas para esse fim
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A NBR 14724:2011 é a que especifica as normas gerais de
trabalhos acadêmicos, conforme já mencionado, sejam eles de
pesquisa e/ou de inovação tecnológica. Porém, outras normas são
necessárias como complementares a essa para melhor adequação
do trabalho, como a NBR 6023:2018, que orienta a inserção das
referências usadas no decorrer da pesquisa.
No caso de dissertações e de teses, o uso adequado das
normas é condição obrigatória, já que a falta de alguma fonte pode
influenciar no processo de avaliação do trabalho. Portanto, saber
empregá-las e conhecer suas determinações são fundamentais para
qualquer pesquisador.
Contudo, há que se ressaltar que pode haver exceções quanto
à padronização de trabalhos acadêmicos, mais precisamente no
caso de artigos científicos, já que cada periódico apresenta suas
orientações quanto à elaboração dos manuscritos para a submissão.
Referências
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS. NBR 14724: informação e documentação –
trabalhos acadêmicos – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT,
2011. 7 p. Disponível em: https://www.ufjf.br/ppgsaude/
files/2008/10/nbr_14724_apresentacao_de_trabalhos.pdf. Acesso
em: 10 jun. 2019.
Volume I
148 Estrutura e Normas Técnicas para Formatação de Trabalhos Acadêmicos
Volume I
Metodologia de Pesquisa
Bibliográfica em Acervos Físicos e
em Plataformas Virtuais
Abstract: Finding and obtaining trustworthy and reliable information is imperative for
building a solid knowledge. Currently, digital information is widely available, and it is up
to the researcher to select the safe sources and to dominate the search tools to access the
information that is the target of their research. The objective of this chapter is to bring to
the knowledge of the researcher the specificities, limits, and potentialities of the physical
and virtual collections existing, mainly, as to their structures and search mechanisms.
Databases from various areas of knowledge and roadmaps are presented on specific data
platforms, with step-by-step examples of their exploitation. In this way, the researcher
is inserted in the universe of digital information, presenting methods, techniques, and
resources that facilitate the search of documents, providing subsidies to search for reliable,
updated scientific information, quickly and effectively.
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais 151
Introdução
Independentemente dos métodos de pesquisa adotados para
a elaboração de um trabalho científico, a revisão de literatura é uma
etapa que não cessa de ser acionada até o final do trabalho. É por
meio da revisão de literatura que se pressupõe o conhecimento
do estado da arte, as lacunas e as contradições, permitindo situar
o trabalho no contexto das pesquisas em andamento no âmbito
local (instituição, país) e mundial (grupos de pesquisa, outras
universidades).
Um trabalho científico que pretenda contribuir para a criação
de conhecimento novo deve se apropriar do conteúdo já produzido
sobre o tema, o que permite um melhor enunciado do problema e a
melhor definição dos objetivos e, portanto, bases mais sólidas para
o delineamento metodológico.
A pesquisa do material contendo informação científica
fidedigna, uma vez publicada e disponibilizada, é etapa fundamental
para aquisição do conhecimento que vai caracterizar o estado de arte,
quando a finalidade é a tomada de decisão competente e consciente
para o desenvolvimento de inovação tecnológica consubstanciada.
Entende-se, aqui, por revisão de literatura a que pode ser
construída de duas formas: a revisão bibliográfica tradicional (ou
narrativa) e a revisão bibliográfica sistemática. A primeira descreve o
estado da arte de determinado assunto, sob o ponto de vista teórico ou
contextual, sem fornecer a metodologia para a busca das referências,
nem as fontes de informação utilizadas, ou os critérios usados na
avaliação e na seleção dos trabalhos. Constitui-se, basicamente, da
análise da literatura, da interpretação e da análise crítica pessoal do
pesquisador (BERNARDO; NOBRE; JANETE, 2004). A segunda
é uma revisão planejada para responder a uma pergunta específica
e que utiliza métodos explícitos e sistemáticos para identificar,
selecionar e avaliar criticamente os estudos, e para coletar e analisar
Volume I
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
152 Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais
Volume I
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
154 Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais
Quadro 1 – Bases de dados para pesquisas de acesso restrito ou livre (indicadas com *)
Periódicos Capes: mais de 15 mil periódicos
em texto completo de abrangência nacional e
internacional. Possui metabuscador.
Volume I
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
156 Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais
Volume I
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
158 Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais
Volume I
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
160 Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais
Operadores Booleanos
Volume I
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
162 Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais
Acervos Físicos
Os campos são:
Volume I
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
164 Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais
(A)
(B)
(C)
(D)
Volume I
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
166 Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais
(E)
(F)
Acervos Virtuais
São inúmeros os acervos virtuais encontrados no sistema
global de redes de computadores ou na internet, conforme
elencados no Quadro 1, mas neste capítulo serão discutidas as
buscas aos acervos da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações,
Portal Periódico Capes, Scientific Electronic Library Online
(SciELO) e Science Direct da Elsevier.
O portal da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações é
mantido pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (IBICT) e reúne os sistemas de informação de teses
e dissertações existentes no país, possibilitando uma forma única
de busca e o acesso a esses documentos na íntegra. Nesse portal,
as instituições de ensino e pesquisa atuam como provedores de
dados (metadados e o documento integral), e o IBICT opera como
agregador, coletando metadados (“Título”, “Autor”, “Assunto”,
“Resumo Português”, “Resumo Inglês”, “Editor”, “Ano de Defesa”)
de teses e dissertações dos provedores, ou seja, a qualidade dos
metadados coletados e o acesso ao documento integral são de inteira
responsabilidade da instituição de origem (IBICT, 2020).
Um exemplo de busca no portal da Biblioteca Digital de
Teses e Dissertações é ilustrado na Figura 3.
A consulta ao portal da Biblioteca Digital de Teses e
Dissertações é realizada por meio do sítio http://bdtd.ibict.br/
vufind/ (Figura 3A). Inicialmente, deverá ser dado um clique em
“Todos os campos” (Figura 3A), então uma busca genérica poderá
ser realizada por uso dos metadados (“Título”, “Autor” ou “Assunto),
ou ainda, se escolhido “Todos os campos”, a busca se realizará
pelos três critérios permitidos (IBICT, 2020). O portal também
permite uma busca mais pormenorizada, por meio da ferramenta
Volume I
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
168 Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais
(A)
(B)
Volume I
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
170 Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais
(C)
(D)
Fonte: IBICT (2020)
Volume I
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
172 Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais
(A)
(B)
(C)
Volume I
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
174 Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais
(D)
Fonte: CAPES (2019)
Volume I
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
176 Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais
(A)
(B)
(C)
Volume I
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
178 Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais
(A)
(B)
(C)
(D)
Considerações Finais
No cenário atual, no qual as informações digitais estão
disponíveis de forma ampla aos pesquisadores interessados, entende-
se que ler, pesquisar e buscar informações científicas são atividades
fundamentais para a produção de conhecimento, o incremento de
competências e o aprimoramento de habilidades.
Este capítulo cumpriu o propósito de subsidiar a inserção do
pesquisador no universo das informações digitais, apresentando
métodos, técnicas e recursos que facilitam a busca de documentos.
Seu conteúdo não se esgota nos itens apresentados, mas
evidencia um caminho inicial para que o pesquisador busque
informação científica fidedigna, atualizada, de forma rápida e eficaz,
o que constitui uma atividade imperativa para a prática profissional.
Volume I
Metodologia de Pesquisa Bibliográfica em
180 Acervos Físicos e em Plataformas Virtuais
Referências
BASES DE DADOS BIBLIOGRÁFICAS. Universidade Federal
do Rio Grande do Sul. [2019]. Disponível em: https://www.
ufrgs.br/bibeng/bases-de-dados-bibliograficas. Acesso em: 1º set.
2019.
BERNARDO, W. M.; NOBRE, M. R. C.; JANETE, F. B.
A prática clínica baseada em evidências. Parte II: buscando as
evidências em fontes de informação. Revista da Associação
Médica Brasileira, São Paulo, v. 50, n. 1, p. 1-9, 2004.
BOTELHO, L. L. R.; CUNHA, C. C. A.; MACEDO, M.
O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais.
Gestão e Sociedade, [s.l.], v. 5, n. 1, p. 121-136, 2011.
CAPES – COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE
PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR. Portal Periódicos CAPES.
[2019]. Disponível em: http://www.periodicos.capes.gov.br/.
Acesso em: 12 fev. 2020.
ELSEVIER. ScienceDirect: Elsevier. [2019]. Disponível em:
https://www.elsevier.com/pt-br/solutions/sciencedirect. Acesso
em: 6 ago. 2019.
HIRATA, N. S. T. Álgebra Booleana e Aplicações: notas de aula.
São Paulo: IME/USP, 2006. 117p.
IBICT – INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO
EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Base de dados. [2020].
Disponível em: http://www.ibict.br/. Acesso em: 18 abr. 2020.
PENROSE, E. The theory of the growth of the firm. New York:
Oxford University Press, 1959.
PENROSE, E. A teoria do crescimento da firma. Campinas:
Editora da Unicamp, 2006.
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos
Físicos e Virtuais em Bases de Dados
de Patentes, Marcas e Desenhos
Industriais
Introdução
A definição de metodologia de pesquisa em acervos físicos
e virtuais de ativos de propriedade intelectual corresponde a um
elemento de grande relevância para a realização de prospecções
tecnológicas. Em função do grande volume de informações
armazenadas nas bases de dados, é importante que haja aplicação de
técnicas específicas para extrair as informações que interessam em
cada contexto.
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais 183
a) previsão tecnológica;
b) identificação de tecnologias emergentes;
c) identificação dos “atores” em tecnologia; e
d) ordenação dos fluxos tecnológicos com o exterior.
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
184 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
186 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
188 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
190 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
192 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
194 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
196 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
198 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
200 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Fonte: Elaborada pelos autores deste capítulo com base nos resultados
do INPI (2019b)
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
202 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
204 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
206 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
208 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
210 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
212 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
214 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Considerações Finais
A definição da estratégia de busca nas bases de marcas,
patentes e desenho industrial é fundamental para a obtenção de
informações tecnológicas precisas e confiáveis. Conforme discutido,
a delimitação da metodologia de busca depende essencialmente dos
objetivos a serem atingidos na prospecção tecnológica, podendo ser
realizada de forma mais aberta (com resgate de informações mais
amplas) ou específica (com resgate de informações mais precisas e
pontuais).
Técnicas de buscas baseadas em semânticas vêm sendo
gradativamente implementadas com sucesso em algumas bases de
buscas de propriedade intelectual gratuitas e pagas, permitindo
associar automaticamente as palavras buscadas aos termos de
significados similares, de forma a otimizar a estratégia de busca feita
pelos usuários.
Em paralelo, tecnologias baseadas em aprendizado de
máquina, desenvolvidas a partir de técnicas de reconhecimento de
padrões, também vêm sendo desenvolvidas com sucesso e poderão
no futuro serem integradas às ferramentas de busca, otimizando o
processo de resgate de informações de forma automática, a partir de
termos específicos.
Registra-se que, para o sucesso nos resultados, é importante a
utilização de Ferramentas para Análise e Tratamento dos Dados de
Prospecção Tecnológica, conforme detalhado no capítulo do livro
da série Prospecções Tecnológicas, de Uchoa, Santos e Balliano
(2019), como já mencionado.
Volume I
Estratégia de Busca em Acervos Físicos e Virtuais em
216 Bases de Dados de Patentes, Marcas e Desenhos Industriais
Referências
DERWENT. Derwent Innovations Index. [2019]. Disponível
em: http://apps-ebofknowledge.ez9.periodicos.capes.gov.br/
Acesso em: 14 nov. 2019.
EPO. Searching for patents. [2019]. Disponível em: https://
www.epo.org/searching-for-patents.html. Acesso em: 14 nov.
2019.
GOOGLE. Google Patentes. [2019]. Disponível em: https://
patents.google.com/. Acesso em: 14 nov. 2019.
IBCT – INSTITUTO BRASILEIRO DE CIÊNCIA,
INFORMAÇÃO E TECNOLOGIA. Programa de Comutação
Bibliográfica (Comut). [2019]. Disponível em: http://www.ibict.
br/informacao-para-a-pesquisa/comut. Acesso em: 14 nov. 2019.
INPI – INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE
INDUSTRIAL. Guia Prático para Buscas de Patentes.
[2019a]. Disponível em: http://www.inpi.gov.br/menu-
servicos/informacao/guia-pratico-para-buscas-de-patentes. Acesso
em: 14 nov. 2019.
INPI – INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE
INDUSTRIAL. Ministério da Economia: Acesso. [2019b].
Disponível em: http://www.inpi.gov.br/. Acesso em: 25 out. 2019.
LIMA, E. P. Protótipo de programa de computador para
monitoramento de depósito de patentes na base do INPI.
2019. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação
em Transferência de Tecnologia e Inovação, Ponto Focal UFAL,
Alagoas, 2019.
LATIPAT. Base de patentes latina. [2019]. Disponível em:
https://lp.espacenet.com/. Acesso em: 14 nov. 2019.
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais,
Jurídicos e de Comércio Exterior e
sua Confiabilidade
Cristina M. Quintella
Ibsen Mateus Bittencourt
Irineu Afonso Frey
Márcia Rosane Frey
Guilherme da Mata Quintella
Resumo: Este capítulo está focado em conteúdos de pesquisas de acervos virtuais que
ainda não são usuais nas disciplinas de metodologia no Brasil de 2019. No entanto,
considera-se que tais informações devem ser disseminadas nos cursos de todas as áreas,
ampliando as bases tradicionalmente acessadas de artigos e de patentes com o propósito
de fornecer informações que aumentam a completeza do panorama da pesquisa.
Inicialmente, são apresentadas considerações sobre a confiabilidade da informação e sobre
seus usos potenciais. Depois, o leitor é levado, por meio de acesso a fontes selecionadas
de informação, a realizar um aprendizado gradativo que permite aumentar o seu senso
crítico. A base de dados na qual podem ser obtidos os tipos específicos de informação
é mostrada como exemplo para orientar o leitor. Este capítulo está focado em bases de
dados de demonstrativos financeiros e contábeis, balanços de empresa, mercado de valores
imobiliários, balanços sociais, jurisprudências, páginas de internet das organizações e
dados de importação e de exportação de comércio exterior.
Abstract: This chapter focuses on research content in virtual collections that is not
yet usual in the Brazilian methodology disciplines of 2019 but which we believe should
be disseminated in all courses in all areas, extending the traditionally accessed bases of
articles and patents, obtaining information that increases the completeness of the research
landscape. Initially, considerations are presented about the reliability of the information
and its potential uses. Then the reader is led, through access to selected sources of
information, to gradual learning that allows him to increase his critical sense. The database
where specific types of information can be obtained is shown as an example to guide the
reader. It focuses on databases of financial and accounting statements, company balance
sheets, real estate market, social statements, case law, websites of the organizations and
data on import and export of foreign trade.
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
Comércio Exterior e sua Confiabilidade 219
Introdução
Este capítulo foca em conteúdos de pesquisa de acervos
virtuais que ainda não são usuais nas disciplinas de metodologia no
Brasil de 2019, mas que devem ser disseminados nos cursos de todas
as áreas, ampliando as bases tradicionalmente acessadas de artigos e
de patentes com o intuito de fornecer informações que aumentam a
completeza do panorama da pesquisa. Esses conhecimentos são úteis
a todas as áreas do conhecimento, inclusive àqueles voltados para a
inovação, pois permitem diagnosticar as realidades multifacetadas
da sociedade em que todos os conhecimentos são necessários para
melhorar as condições de vida da humanidade.
Inicialmente, são apresentadas considerações sobre a
confiabilidade da informação e sobre seus usos potenciais. Depois,
o leitor é levado, por meio do acesso a fontes selecionadas de
informação, ao aprendizado gradativo que permite aumentar o
seu senso crítico. A base de dados na qual podem ser obtidos tipos
específicos de informação é mostrada como exemplo para orientar
o leitor.
Este capítulo está focado em bases de dados de demonstrativos
financeiros, relatórios de empresa, mercado de valores imobiliários,
relatórios de sustentabilidade, marcos legais, jurisprudências,
páginas de internet das organizações e dados de comércio exterior.
Ao final, o leitor terá conhecimento de algumas ferramentas de
busca em acervos físicos e virtuais de dados empresariais, legais e de
mercado, e obterá competência para interpretar os dados acessados.
Poderá ainda relacionar os dados empresariais e legais do desempenho
empresarial em suas várias interfaces a outras informações comple-
mentares de prospecção tecnológica e de mapeamentos do estadoda
arte e da técnica (QUINTELLA et al., 2018a; QUINTELLA et al.,
2018b), além de visões de futuro (ANTUNES et al., 2018), por exem-
plo, mapas tecnológicos (BORSCHIVER, 2019).
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
220 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
222 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
224 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
226 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
FONTES PESSOAIS
EXTERNAS
• Amigos/conhecidos/familiares
• Clientes
INTERNAS • Concorrentes
• Empresários/Executivos • Parceiros/Fornecedores/Distribuidores
(nível estratégico) • Funcionários de órgãos públicos/governo
• Diretores/Gerentes • Empresários/Executivos de outras empresas
(nível tático) • Consultores/Analistas/Profissionais Liberais/
• Demais empregados Advogados/Publicitários/Universidades
(nível operacional) • Ex-funcionários de empresas diversas/
concorrentes
• Associações comerciais/empresariais/de classe
• Bancos/Agentes financeiros / Bolsa de Valores
FONTES IMPESSOAIS/DOCUMENTAIS
INTERNAS EXTERNAS
• Atas de reuniões • Bibliotecas públicas/de empresas
• Relatórios, projetos • Jornais e Revistas
e pesquisa de setores • Periódicos de negócios/artigos/teses/
da empresa monografias
• Memorandos/circulares/ • Relatórios de negócios/financeiros/de mercado
minutas/políticas (pesquisa)
e normas • Publicações Governamentais
• Clipings/Press releases • Leis e regulamentações/patentes/
• Biblioteca/ normas técnicas
Centro de Doc. e • Material promocional de empresas/concorrentes
Informação interno • Congressos, feiras, eventos (anais)
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
228 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
230 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Fonte: Elaborado pelos autores deste capítulo com base em B3 – Bolsa Balcão (2018b)
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
232 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Figura 2 – Evolução temporal das cotações da Ambev S. A. nos últimos cinco anos
Figura 3 – Procedimento para acessar o histórico das cotações da Ambev S.A. e obter o
Resumo Mensal de Negócios
Fonte: Elaborada pelos autores deste capítulo com base em B3 Empresas Listadas (2018)
e em B3 AMBEVE (2018)
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
234 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
a) Acordo de Acionistas.
b) Assembleia.
c) Aviso aos Acionistas.
d) Aviso aos Debenturistas.
e) Comunicado ao Mercado.
f ) Dados Econômico-Financeiros.
g) DFP.
h) Escrituras e aditamentos de debêntures.
i) Estatuto Social.
j) Fato Relevante.
k) Formulário Cadastral.
l) Formulário de Referência.
m) Informação Prestada às Bolsas Estrangeiras.
n) Informe do Código de Governança.
o) ITR.
p) Plano de Remuneração Baseado em Ações.
q) Política de Divulgação de Ato ou Fato Relevante.
r) Reunião da Administração.
s) Valores Mobiliários negociados e detidos (art. 11 da
Instrução CVM n. 358).
Relatórios de Sustentabilidade
Vários são os modelos de relatórios de sustentabilidade pro-
postos e elaborados pelas empresas para medir e divulgar informa-
ções sistematizadas sobre os impactos socioambientais causados
pelas suas atividades, sejam eles positivos ou negativos, envolvendo
o meio ambiente, a sociedade e a economia. Inicialmente, um mo-
delo, numa estrutura mais simplificada foi denominada de Balanço
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
236 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
238 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Padrões Tópicos
GRI 101 – Fundamentos
Padrões Universais (Universal Standards) GRI 102 – Divulgações gerais
GRI 103 – Abordagem de gestão
GRI 200 – Tópicos econômicos
Padrões de Tópicos Específicos
GRI 300 – Tópicos ambientais
(Topic-specifc Standards)
GRI 400 – Tópicos sociais
Fonte: GRI (2020c)
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
240 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Comércio Exterior
No Brasil, em 2018, as estatísticas oficiais estão sob a
responsabilidade do Ministério da Indústria, Comércio Exterior
e Serviços. A Figura 4 mostra o saldo acumulado da Balança
Comercial Brasileira entre 2007 e 2017 (MDIC, 2018).
a) Balança Comercial;
b) Comex Vis;
c) Siscomex.
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
242 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
244 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Fonte: Elaborada pelos autores deste capítulo com base em MDIC (2018d)
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
246 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Jurisprudências
A jurisprudência consiste no conjunto das decisões, aplica-
ções e interpretações das leis, isto é, as decisões anteriores de juízes
devem ser respeitadas pelos juízes posteriores que tiverem que julgar
causas similares ou iguais.
Nos sites do Portal da Justiça (2018), do Supremo Tribunal
Federal (STF), do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal
Superior do Trabalho (TST), também é possível obter:
a) Data da Publicação;
b) Órgão Julgador;
c) Inteiro teor;
d) Ementa;
e) Acórdão; e
f ) Página do acordão.
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
248 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Fonte: Elaborada pelos autores deste capítulo com base em Portal da Justiça (2018),
Jurisprudência (2018) e Marca (2018)
Atividade Proposta
A atividade proposta pretende, de modo rápido, iniciar os
participantes nos acessos e nas navegações das páginas para que
tenham, como produto final, uma lista de anotações e de informações
que poderão ser aprofundadas.
Recomenda-se que:
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
250 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
• [https://portaljustica.com.br/
jurisprudencias?busca=marca&orgaos=STF%20
STJ%20TST. Acesso em: 2 nov. 2018].
12. Acidentes: faça uma busca sobre um acidente pertinente
ao tema escolhido e relacione com tecnologias para preve-
nir esse acidente.
13. Mapas tecnológicos: use as informações que conseguiu
sobre um acidente com o tema escolhido e relacione com
Mapas tecnológicos que visam a desenvolver tecnologias
para prevenir esse acidente.
14. Rever o que anotou e anotar qual a sua opinião sobre a
confiabilidade de cada uma das fontes utilizadas e das
informações de interesse que conseguiu.
15. Partilhe com os outros membros do grupo as informações
obtidas que anotou nesta atividade.
Referências
ANTUNES, A. M. S. et al. Métodos de Prospecção Tecnológica,
Inteligência Competitiva e Foresight: principais conceitos
e técnicas. In: RIBEIRO, Núbia Moura. (org.). Prospecção
Tecnológica. 1. ed. Salvador, BA, Brasil: Editora do Instituto
Federal da Bahia (EDIFBA), 2018. v. 1, p. 19-108.
ARAÚJO, A. C. et al. Método Prático para Transferência de
Tecnologia em Instituições de Ensino Superior. In: RUSSO,
Suzana Leitão Russo et al. (org.). Rede NIT NE: textos de
referência em Inovação Tecnológica & Empreendedorismo. 1.
ed. Aracaju, SE, Brasil: Associação Acadêmica de Propriedade
Intelectual, 2017. v. 1, p. 243-266. Disponível em: http://api.org.
br/wp-content/uploads/2017/11/Livro-Rede-NIT.pdf. Acesso
em: 7 out. 2018.
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
252 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
254 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
256 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
258 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
260 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Figura E – Página do portal da bolsa de valores dos Estados Unidos da América do Norte
– National Association of Securities Dealers Automated Quotations (NASDAQ)
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
262 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Volume I
Acervos Virtuais Empresariais, Jurídicos e de
264 Comércio Exterior e sua Confiabilidade
Volume I
Metodologia de Cálculo de
Índices de Inovação Brasileiros e
Internacionais
Abstract: This chapter aims to understand what are the main indicators, how they are
measured, and who performs such methodologies. It aims to present, in a synthetic
way, the main innovation indicators used in Brazil and internationally, presenting its
calculation methodologies, uses and differences. Because it is a dynamic theme, there is
no intention to exhaust the discussion, so little is characterized as a definitive study on
these methodologies. Thus, the main methodologies will be highlighted, such as: i) the
innovation map from the Oslo Manual; ii) the main parameters for the calculation of
the innovation index; iii) the innovation research methodology in Brazil (PINTEC);
iv) the methodology of calculation of innovation in Brazil (IPEA); v) the methodology
for calculating Brazil’s Innovation Index and, finally, vi) the Global Innovation Index
(WIPO).
Introdução
Ao longo das duas últimas décadas, o Brasil vem sofisticando
sua matriz institucional com o propósito de promover o estímulo
Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais 267
Volume I
268 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Volume I
270 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
A quarta edição, por sua vez, avança nos aspectos das principais tendências,
tais como: o papel das cadeias globais de valor; as novas tecnologias
de informação e como elas influenciam novos modelos de negócios; a
importância crescente do capital baseado no conhecimento; bem como
o progresso alcançado na compreensão dos processos de inovação e
seu impacto econômico. Sua orientação procura contribuir para medir
o processo de transformação digital e, portanto, apoia os objetivos da
iniciativa Going Digital da OCDE. (OECD, 2018, p. 3, tradução livre)
Volume I
272 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
2
Sistemas de Inovação são definidos como uma rede de organizações e de
instituições nos setores público e privado e as relações entre eles, cujas atividades
e iniciativas de interação importam, modificam e difundem novas tecnologias
(FREEMAN, 1987; NELSON, 1993; EDQUIST, 2005). Sistemas nacionais
ou regionais de inovação são essencialmente delineados em uma base espacial
assumindo que eles são em grande parte determinados por organizações e
instituições caracterizadas por uma determinada esfera territorial de influência e
interação (MARKAD; TRUFFER, 2008).
Condições Estruturais
Volume I
274 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Fatores de Transferência
Volume I
276 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Dínamo da Inovação
Quadro 1 – Resumo dos elementos de cada fator dos domínios para o campo das
Políticas de Inovação
Fatores Sistema Educacional
institucionais e Infraestrutura de comunicações
estruturais nacionais Instituições financeiras
Condições
que estabelecem as Contexto legal e macroeconômico
estruturais
regras e a gama de Acessibilidade ao mercado
oportunidades de Estrutura da indústria
inovação Ambiente competitivo
Volume I
278 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Volume I
280 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Volume I
282 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Volume I
284 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Volume I
286 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Volume I
288 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Figura 4 – Esforço inovativo e taxas de inovação nos setores analisados pela PINTEC
Volume I
290 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Volume I
292 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
R$ (mil)
Dispêndio com máquinas e
IAI ME PINTEC 34
Dimensão dos Esforços (IAE)
equipamentos
TR Dispêndio com treinamento PINTEC 35
Dispêndio com lançamento de
LP PINTEC 36
produto
PR Dispêndio com projeto industrial PINTEC 37
Total de graduados ocupados em PINTEC 48,
GR
P&D 53 e 58
PINTEC 47, Unidades
IRH MT Total de mestres ocupados em P&D
52 e 57
Total de doutores ocupados em PINTEC 46,
DR
P&D 51 e 56
Receita de vendas com produtos PINTEC 85
RE
novos para a empresa e 89
Dimensão dos Resultados (IAR)
R$ (mil)
período de 2001-2003
IPT INPI
Total de patentes concedidas no
PC
período de 1994-2003
Cálculo do IBI
A fórmula de cálculo para o Índice Brasil de Inovação é
apresentada no Quadro 4. A legenda e as demais informações
necessárias, como os pesos na composição do índice, estão
apresentadas no Quadro 5.
Volume I
294 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
(0,40+0,60=1)
(0,35+0,65=1)
(0,60+0,40=1)
(0,40+0,40+0,20=1)
1º nível (Macro)
Indicador Agregado de
1o niv.
macro
PI PE OC ME TR LP PR GR MT DR RE RN RM PD PC
Escala
Volume I
296 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
IPT =
IAI = 0,75 IRH = 0,25 IRV = 0,60
0,40
PI PE OC ME TR LP PR GR MT DR RE RN RM PD PC
0,30 0,15 0,10 0,15 0,05 0,10 0,15 0,15 0,35 0,50 0,10 0,40 0,50 0,50 0,50
Interpretação do IBI
Após o cálculo do índice, sua análise pode ser feita, por
exemplo, estabelecendo rankings de desempenho. Os procedimentos
de ponderação e normalização permitem comparar empresas de
diferentes tamanhos e setores em uma mesma base. O quadrante
do IBI (Figura 7), proposto por Inácio Jr. et al. (2007), auxilia na
Volume I
298 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Volume I
300 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Pesquisa e Desenvolvimento
Tecnologias de informação e
comunicação Avalia infraestrutura de
Infraestrutura comunicação, transporte
Infraestrutura geral
e energia
Sustentabilidade ecológica
Crédito
Condições do mercado
Sofisticação do Investimentos
e do nível total de
mercado Comércio, concorrência e escala do transações
mercado
Volume I
302 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Pilares Subpilares
Criação de conhecimento Abrange todas
Resultados de atividades inovadoras em
Subíndice de Produtos de Inovação
Ativos intangíveis
Pilar de Produtos Enfatiza a medição da
Bens e serviços criativos
criativos criatividade
Criatividade on-line
Considerações Finais
O presente capítulo abordou as principais metodologias
utilizadas para o cálculo de indicadores de inovação no contexto
brasileiro e internacional. Inicialmente, introduziu-se uma breve
contextualização quanto à necessidade e relevância de consolidar
esses índices, considerando a necessidade da avaliação de políticas e
de programas em prol da inovação.
Considerando as metodologias apresentadas, iniciou-se com
uma introdução ao Mapa de Inovação, baseado no Manual de Oslo,
importante fonte de informações e uma das principais referências
para embasar as demais metodologias e seus cálculos. Nesse item,
abordou-se o mapa conceitual de inovação em que os principais
fatores que têm relação primária com a inovação são relacionados.
Foram apresentadas as categorias ou domínios de fatores que
compõem essa aplicação, que são: as condições estruturais, a base
de ciência e engenharia, os fatores de transferência e o dínamo da
inovação.
Na sequência, foram apresentados os principais parâmetros
para o cálculo do Índice de Inovação no Brasil e no exterior,
destacando o Índice Brasil de Inovação (IBI) e a metodologia IPEA
de índice de inovação em empresas, e, em âmbito internacional,
o Índice de Inovação Global, proposto pela WIPO. Em especial,
foram destacados os principais parâmetros para avaliar inovação,
considerando os inputs e outputs que compõem esses parâmetros e
exemplos de indicadores.
A metodologia de pesquisa de inovação no Brasil, conhecida
como PINTEC, com os indicadores setoriais, nacionais e
regionais das atividades de inovação foram apresentados, bem
como suas principais definições, estrutura de coleta de dados e
as edições publicadas (séries de dados apresentadas pelo IBGE).
Complementarmente, a metodologia de cálculo do Índice Brasil
Volume I
304 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Referências
DE NEGRI, F.; CAVALCANTE, L. R. Índices compostos de
inovação: uma proposta de cálculo de ratings para empresas e
projetos. Nota Técnica, n. 13, IPEA, Brasília, DF, julho de 2013.
22p.
EDQUIST, C. Systems of Innovation: Perspectives and
Challenges. In: FAGERBERG, J.; MOWERY, D.; NELSON,
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University Press, 2005. p. 181-208.
Volume I
306 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
em: https://drive.google.com/file/d/1J0wVOCOsmQF5pTBO-
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and the multi-level perspective: Towards an integrated framework.
Research Policy, [s.l.], v. 37, n. 4, p. 596-615, may 2008.
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INOVAÇÕES E COMUNICAÇÕES. Indicadores Nacionais
de Ciência, Tecnologia e Inovação 2018. [2018]. Disponível
em: http://www.mctic.gov.br/mctic/export/sites/institucional/
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Analysis. New York; Oxford: Oxford University Press, 1993.
OCDE – ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Manual de Oslo:
Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação. 2.
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OCDE – ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Manual de Oslo:
Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação. 3.
ed. OCDE, Eurostat, 2005. Tradução FINEP, 2006.
OECD – ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-
OPERATION AND DEVELOPMENT. About the OECD.
2005. Disponível em: http://www.oecd.org/about/. Acesso em:
10 nov. 2018.
OECD/EUROSTAT. Oslo Manual 2018: Guidelines for
Collecting, Reporting and Using Data on Innovation. 4th. ed.
Paris/Eurostat, Luxembourg: OECD Publishing, 2018.
Volume I
308 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
1 Instituições
1.1 Ambiente político
1.1.1 Estabilidade política e segurança*
1.1.2 Eficácia do governo*
1.2 Ambiente regulatório
1.2.1 Qualidade regulatória*
1.2.2 Estado de direito*
1.2.3 Custo de demissão por redundância, semanas de salário
1.3 Ambiente de negócios
1.3.1 Facilidade para abrir uma empresa*
1.3.2 Facilidade de resolução de insolvência*
1.3.3 Facilidade de pagamento de impostos*
2 Capital humano e pesquisa
2.1 Educação
2.1.1 Gastos com educação, % PIB
2.1.2 Gastos gov./aluno, secundário, % PIB/cap.
2.1.3 Expectativa de vida escolar, anos
2.1.4 Escalas PISA em leitura, matemática e ciências
2.1.5 Razão aluno-professor, secundário
2.2 Ensino superior
2.2.1 Matrículas no ensino superior, % bruto
2.2.2 Graduados em ciência e engenharia, %
2.2.3 Mobilidade de estudantes do ensino superior, %
2.3 Pesquisa e desenvolvimento (P&D)
2.3.1 Pesquisadores, ETI/milhão hab.
Volume I
310 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Volume I
312 Metodologia de Cálculo de Índices de Inovação Brasileiros e Internacionais
Volume I
Índice Remissivo
A C
ABNT 6, 115, 116, 117, 125, 131, Ciência e Tecnologia 39, 41, 127, 158,
133, 141, 145, 147, 148, 149, 156 162, 167, 180, 267, 272, 274, 278,
282, 283, 318, 319
Abordagem qualitativa 73, 81, 82,
105, 108 Comércio Exterior 14, 18, 22, 218,
219, 240, 241, 243, 244, 253, 255
Abordagem quantitativa 75, 81, 94,
95, 114 Comex Vis 240, 243, 250, 255
Análise de conteúdo 12, 101, 102, Confiabilidade 14, 18, 22, 87, 218,
109, 112, 211 219, 220, 221, 222, 223, 224, 227,
246, 251, 256, 281, 284
Artigo 131, 132, 133, 134, 135, 136,
137, 146, 148, 163, 175, 199 Conhecimento científico 11, 25, 26,
28, 33, 34, 35, 43, 54, 68, 70, 71, 116,
Artigos 13, 71, 87, 96, 109, 115, 117, 221, 274, 278
118, 123, 130, 131, 132, 133, 146,
147, 153, 156, 160, 163, 175, 179, Conhecimento popular 11, 31, 34
185, 218, 219, 226, 282, 298, 310, 320
CVM 233, 234, 235, 249, 252, 253,
259, 260, 261
B
B3 229, 230, 231, 232, 233, 246, 249, D
252
Dissertação 13, 72, 121, 130, 131,
Balança Comercial 240, 241, 242, 132, 133, 144, 168, 216
243, 255
DVA 228, 250
Balanços 218, 236, 246, 249
Balanço social 235, 236, 258
E
Base de dados 14, 155, 156, 157, 158,
159, 160, 161, 177, 180, 181, 184, Enfoque CTS 44, 45, 66
188, 190, 191, 192, 194, 195, 200, Entrevista 12, 73, 96, 97, 98, 105,
201, 203, 204, 207, 209, 210, 211, 106, 109, 287
212, 213, 214, 218, 219, 236, 241,
253, 262 Estratégia de busca 14, 22, 182, 183,
188, 189, 190, 194, 198, 210, 215
Base EPO 209
Estudo de caso 12, 69, 71, 73, 74, 85,
Base WIPO 202, 203, 205, 206, 207, 88, 89, 93, 113, 114
208
Biblioteca Digital de Teses e
Dissertações 157, 167, 169
Índice Remissivo 315
J
H Jurisprudência 246, 248, 250, 254
Hipóteses de pesquisa 73
M
I Manual de Oslo 15, 266, 268, 269,
Ibovespa 229 270, 271, 274, 278, 279, 286, 299,
303, 306
IbrX 229, 230
Maturidade 21, 23, 153, 221, 222, 256
IbrX-50 229
MDIC 240, 241, 243, 244, 245, 250,
Indicadores 15, 86, 103, 208, 225, 253, 255
236, 266, 267, 268, 271, 281, 282,
283, 284, 285, 286, 287, 289, 290, Método dedutivo 50, 51, 54, 55
291, 296, 297, 299, 300, 301, 302,
303, 304, 306, 307, 308 Método indutivo 51, 52, 53
Índice de Inovação Global 15, 266, Metodologia Científica 21, 26, 68, 70,
268, 280, 298, 303, 304 71, 111, 112, 113, 149
Índices de Inovação 15, 22, 127, 266, Metodologia de busca 14, 183, 188,
280, 282, 284 215
Informação 14, 18, 28, 29, 30, 42, 51, Metodologias de cálculo 266, 268,
70, 75, 90, 95, 105, 121, 129, 134, 136, 280
138, 141, 146, 147, 148, 149, 150,
151, 152, 153, 154, 156, 158, 159,
162, 163, 167, 171, 179, 180, 184, N
185, 194, 216, 218, 219, 220, 221, Normas técnicas 13, 18, 22, 115, 116,
222, 224, 226, 227, 234, 256, 259, 117, 128, 129, 141, 145, 147, 148,
271, 285, 289, 298, 301, 309, 320 149, 171, 226
Volume I
316 Índice Remissivo
P Q
Patentes 14, 18, 22, 138, 152, 155, Questionário 12, 73, 99, 100, 106,
157, 171, 182, 189, 190, 191, 193, 127, 286
194, 195, 196, 197, 200, 202, 203,
204, 205, 206, 208, 209, 210, 211,
213, 214, 215, 216, 217, 218, 219, S
222, 226, 228, 282, 291, 292, 297,
310, 318, 321 Scientific Electronic Library Online
167, 175, 181
Periódicos CAPES 155, 180
Siscomex 240, 244, 245, 255
Pesquisa 6, 7, 10, 12, 13, 15, 17, 18,
21, 22, 23, 25, 26, 29, 33, 34, 46, 47,
48, 49, 50, 55, 58, 59, 60, 63, 64, 68,
69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, T
79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, Tecnologia Social 11, 44, 69, 71
89, 90, 91, 93, 94, 95, 97, 99, 100, 101,
102, 104, 105, 106, 108, 109, 110, Tese 121, 131, 132, 133, 168, 317,
111, 112, 113, 114, 125, 126, 127, 322
131, 134, 136, 138, 147, 150, 151, Tipos de conhecimento 11, 18, 22,
152, 153, 154, 155, 157, 160, 161, 25, 26, 31, 37
162, 163, 167, 175, 177, 179, 181,
182, 183, 190, 194, 196, 197, 198, Trabalho Acadêmico 72, 113, 117,
199, 203, 204, 211, 213, 216, 217, 118, 119, 120, 122, 128, 130, 131,
218, 219, 225, 226, 235, 239, 253, 140, 141, 146
266, 267, 268, 277, 278, 280, 282, Triangulação 12, 41, 106, 107, 108,
283, 285, 288, 289, 291, 298, 301, 109, 111
303, 305, 308, 310, 317, 319, 320,
321, 322 TRL 21, 221, 222, 223, 256, 258
Pesquisa-ação 12, 73, 74, 85, 90, 91,
114
W
Pesquisa documental 12, 85, 97
WIPO 14, 15, 182, 186, 201, 202,
Pesquisa experimental 12, 91 203, 204, 205, 206, 207, 208, 209,
217, 266, 268, 280, 298, 300, 303,
PINTEC 15, 111, 266, 268, 280, 284, 307, 308
285, 286, 287, 288, 289, 291, 292,
303, 304, 305
Estevão Freire
Doutor em Engenharia pelo Programa de Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2007). Mestre em Ciência e Tecnologia
de Polímeros pelo Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano da UFRJ (1992).
Graduado em Engenharia Química pela Escola de Química da UFRJ (1987). É Professor-
Adjunto na Universidade Federal do Rio de Janeiro, lotado no Departamento de Processos
Orgânicos da Escola de Química. Atua no ensino de graduação e pós-graduação no
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos e no
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da UFRJ. Coordena o Projeto
Radar da Pró-Reitoria de Graduação da UFRJ. É docente do corpo permanente do
Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia
para a Inovação (PROFNIT), sendo coordenador da disciplina Metodologia Científico-
Tecnológica e Inovação no Ponto Focal UFRJ. É coadvisor do UFRJ Green Chemistry
ACS Student Chapter. Seus principais interesses em pesquisa são prospecção tecnológica,
gestão e inovação tecnológica na indústria química, estudo de cadeias produtivas com foco
em tecnologias verdes e identificação de oportunidades de agregação de valor de resíduos
industriais.
E-mail: [email protected]
Volume I
320 Sobre os Autores
Volume I
322 Sobre os Autores