PGER - Escala de Depressão Geriatrica Forma Reduzida
PGER - Escala de Depressão Geriatrica Forma Reduzida
PGER - Escala de Depressão Geriatrica Forma Reduzida
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Na página oficial da GDS, os autores consideram que se trata de um instrumento no domínio público
(https://web.stanford.edu/~yesavage/GDS.html).
A correspondência relativa a este artigo deverá ser enviada para: Ana João Santos, Departamento de
Epidemiologia, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Avenida Padre Cruz, 1600-016 Lisboa,
Portugal. E-mail: [email protected]
405
comorbilidades, pelo facto de o limiar dos níveis de depressão relevantes para a condição psiquiátrica
poderem ser diferentes em pessoas com outras patologias (Telles-Correia & Barbosa, 2009).
Em grupos etários mais avançados, acresce ainda o facto da depressão se apresentar, muitas
vezes, através de queixas somáticas e funcionais que podem reproduzir outras patologias médicas
(Pocinho, Farate, Dias, Lee, & Yesavage, 2009). Além disso, os sinais e sintomas da depressão
manifestados pela população idosa podem ser diferentes dos comummente apresentados na
população adulta, aspetos que contribuem para a sua subnotificação (Baldwin, 2004; Roman &
Callen, 2008).
O rastreio de sintomatologia depressiva na população idosa com os instrumentos de avaliação
desenvolvidos para o efeito poderá auxiliar a identificação e tratamento.
406
de 181 pessoas sem défice cognitivo (avaliado clinicamente), às quais foi administrada a GDS15,
a GDS5; e que foram alvo de uma avaliação neuropsicológica geriátrica incluindo a avaliação
clínica da depressão de acordo com os critérios da 4ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico
de Transtornos Mentais (DSM-IV) (Rinaldi et al., 2003).
Esta versão mostrou boa sensibilidade (94% dos indivíduos diagnosticadas com os critérios do
DSM-IV apresentaram um score indicativo da presença de sintomas depressivos) e boa
especificidade (81% dos indivíduos não diagnosticadas com os critérios do DSM-IV apresentaram
um score não indicativo da presença de sintomas depressivos) (Rinaldi et al., 2003). Através da
validade concorrente (comparando resultados da GDS5, GDS15 e diagnóstico clínico da
depressão), Rinaldi e colaboradores estabeleceram o valor de corte em 1/2 como indicativo da
presença de sintomas depressivos. Um estudo inicial de validação foi também conduzido em
Espanha e os resultados vão ao encontro do que já tinha sido encontrado na amostra americana,
apresentando boa sensibilidade (81%, IC=73.1-89.1) e especificidade (73.2%, IC=66.3-80.1) (de
la Iglesia et al., 2005).
A relevância da validação da versão de 5 itens, e do desenvolvimento de versões curtas prende-
-se com a utilidade de uma ferramenta para a investigação e para o contexto clínico. Se no âmbito
da investigação epidemiológica onde o número de perguntas é um aspeto central para a
participação dos respondentes, no contexto da prática clínica, escalas de rastreio validadas, mas
de fácil aplicação, podem auxiliar os profissionais que trabalham com pessoas idosas a identificar
situações que requerem mais atenção para o diagnóstico clínico. Escalas reduzidas, mas que
mantenham validade e capacidade discriminativa, cumprem estes objetivos e deverão ser
valorizadas (Hagtvet & Sipos, 2016).
Neste âmbito, o presente artigo apresenta os resultados de dois estudos conduzidos para avaliar
as propriedades psicométricas da versão de 5 itens da GDS para a população portuguesa. A partir
de uma amostra de conveniência analisou-se a sensibilidade e especificidade contra o Inventário
de Depressão de Beck (IDB-II). O segundo estudo, conduzido numa amostra de base populacional,
avaliou a fiabilidade e a estrutura fatorial.
A escolha do IDB-II decorreu da necessidade de selecionar uma escala de autorrelato para
avaliação da sintomatologia depressiva, dado não haver possibilidade, no âmbito do estudo, de
inclusão de uma avaliação para diagnóstico clínico. Esta escala, desenvolvida por Aaron Beck em
1961, é um instrumento de medida construído segundo a metodologia proposta por Likert, com
vinte e um itens referentes a sintomas ou grupos sintomatológicos medidos numa escala de quatro
pontos (de 0 a 3 consoante o grau de gravidade) (Campos & Gonçalves, 2004; Canavarro, Pereira,
Simões, Pintassilgo, & Ferreira, 2008; Oliveira-brochado & Oliveira-brochado, 2008).
Apesar de ser preferencial a utilização de diagnóstico clínico enquanto gold standard na
avaliação da validade concorrente de doenças e síndromes, a utilização de um instrumento que
avalia o mesmo constructo é também comum quando se deseja substituir um instrumento por
outro mais simples, mais barato ou menos invasivo (Streiner & Norman, 1995). Adicionalmente,
alguns estudos têm vindo a demonstrar a aplicabilidade do IDB-II junto da população idosa
(Argimon, Paloski, Farina, & Irigaray, 2016). A sua adequabilidade para o objetivo proposto,
prende-se também com o facto de ser uma das escalas de autorrelato que melhor reflete os critérios
de diagnóstico do DSM-V, sendo considerada como o gold standard entre as escalas de autorrelato
para avaliação da depressão (Wang & Gorenstein, 2013). Utilizada anteriormente em estudos de
validade da GDS, na sua versão original, os resultados mostraram correlações elevadas entre o
IDB e a GDS (Olin, Schneider, Eaton, Zemansky, & Pollock, 1992), bem como valores de
sensibilidade e de especificidade aceitáveis (Ferraro & Chelminski, 1996; Kiernan, Wilson, Suter,
Naquin & Meltzen, 1986; Scogin, 1987). Estes valores tendem a decrescer em populações clínicas,
sugerindo que ambas as escalas funcionarão melhor junto da população em geral (Olin et al.,
1992).
407
Os dois estudos apresentam resultados relativos ao ponto de corte mais favorável da GDS5, de
acordo com os valores de sensibilidade e de especificidade, relativos à fiabilidade e à estrutura
fatorial da escala.
Método
Desenvolveram-se dois estudos, que se apresentam em seguida. O Estudo 1 teve como objetivo
avaliar a validade concorrente da GDS5 utilizando o IDB-II como gold standard. Junto de uma
amostra de conveniência (Amostra A) avaliou-se o ponto de corte mais favorável, a sensibilidade
e a especificidade. O Estudo 2, conduzido numa amostra de base populacional (Amostra B)
permitiu examinar a fiabilidade e a estrutura fatorial da GDS5.
Participantes
A população-alvo dos dois estudos realizados foi constituída por pessoas com idade igual ou
superior a 60 anos residentes em Portugal, em domicílios particulares, há pelo menos 12 meses.
A amostra A (Estudo 1) foi constituída por pessoas com 60 e mais anos e incluiu 71 participantes
(Tabela 1), sendo mais de metade mulheres (70% mulheres e 30% homens), com idades
compreendidas entre os 60 e os 82 anos (M=70.16, DP=6.24). Considerando apenas os indivíduos
sem valores omissos em todos os itens das 2 escalas avaliadas obteve-se um total de 66
participantes.
Tabela 1
Distribuição do sexo e idade nas duas amostras
Amostra A (N=71) Amostra B (N=1123)
Sexo Mulheres % (n) 69.6% (49) 67.3% (693)
Homens % (n) 30.4% (22) 32.7% (337)
Intervalo de idades 60-82 60-92
(M, Dp) (70.16; 6.24) (70.92; 7.06)
A amostra B (Estudo 2) obteve-se a partir do inquérito via telefone a uma amostra representativa
da população portuguesa de pessoas a residir na comunidade com 60 ou mais anos. A amostra foi
composta por 1123 participantes, dos quais 67% eram mulheres e 32% eram homens, com idades
compreendidas entre os 60 e os 92 anos (M=70.92, DP=7.06). Considerando apenas os
participantes sem valores omisso na GDS5, obteve-se um total de 1030 participantes.
Instrumento
Para o desenvolvimento da versão reduzida da GDS5 para Portugal, os autores utilizaram os
itens que integraram a versão original de 5 itens em língua inglesa (Hoyl et al., 1999). Os cinco
itens correspondentes em português (itens 1, 4, 10, 12 e 17) à versão desenvolvida em língua
inglesa foram selecionados a partir da versão portuguesa da GDS30 já traduzida e validada para
o contexto nacional (Barreto, Leuschner, Santos, & Sobral, 2008). Aos participantes foi lida a
seguinte introdução: “Por favor responda Sim ou Não a cada uma das seguintes frases quanto à
forma como se tem sentido de há uma semana para cá”: (1) Satisfeito(a) com a sua vida?; (2)
Muitas vezes aborrecido(a)?; (3) A sentir-se muitas vezes desamparado(a)?; (4) A preferir ficar
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em casa, em vez de sair e fazer coisas novas?; e (5) A sentir-se inútil?. O score total corresponde
à soma de cada um dos itens, sendo 1 ponto atribuído para a resposta “sim” e 0 pontos para a
resposta “não”, exceto nos itens invertidos.
No caso do IDB-II considerou-se o valor de corte superior a 13 para a presença de sintoma-
tologia depressiva, uma vez que em estudos de validação em Portugal, os resultados sugerem
valores inferiores ou iguais a 13 para os indivíduos sem sintomatologia depressiva e valores
superiores a 13 para indivíduos com sintomatologia depressiva (Campos & Gonçalves, 2004;
Oliveira-brochado & Oliveira-brochado, 2008).
Procedimento
Resultados
Estudo 1
Validade concorrente
O estudo sobre a validade de critério, conduzido na Amostra A (N=66), foi obtido através do
IDB-II. O poder discriminativo foi avaliado a partir da área sob a curva ROC (AUC – Area Under
the Curve). Considerou-se valores aceitáveis quando se obteve curvas ROC com valores superiores
a .70 (Aguiar, 2007; Hosmer, Lemeshow & Sturdivant, 2013). A sensibilidade e a especificidade
foram calculadas considerando o nível de confiança de 95%, utilizando o IDB-II como critério
(gold standard). O ponto de corte foi selecionado de acordo com a maximização dos valores
obtidos tanto para a especificidade, como para a sensibilidade (Hosmer et al., 2013).
Os resultados indicam que, com uma precisão de 85%, o valor de corte mais adequado em
termos de sensibilidade (70.0%) e especificidade (85.3%) é de igual ou superior a 2 (Tabela 2).
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Tabela 2
Sensibilidade e especificidade da GDS5 face ao IDB-II
GDS5 * IDB-II
Valor de corte Sensibilidade Especificidade
(>=0) 100.00% 000.00%
(>=1) 090.00% 052.94%
(>=2) 070.00% 085.29%
(>=3) 050.00% 097.06%
(>=4) 030.00% 100.00%
(>=5) 020.00% 100.00%
(>5) 000.00% 100.00%
Área ROC (IC95%) 84.41 (69.9-93.4)
Estudo 2
Fiabilidade
A fiabilidade da GDS5, através da consistência interna foi obtida junto da Amostra B (N=1030).
O Alfa de Cronbach foi de .69, valor abaixo do usualmente utilizado para classificar a fiabilidade
como adequada (α=.70). Note-se, ainda, no que respeita aos diferentes itens que compõem a escala,
o valor do Alfa de Cronbach para escala é ligeiramente superior (α>.71) no caso de eliminação do
item 4 (“A preferir ficar em casa, em vez de sair e fazer coisas novas?”).
Validade
A avaliação da validade fatorial do instrumento foi realizada com uma Análise Fatorial
Confirmatória (AFC), considerando o modelo unifatorial, uma vez que a unidimensionalidade da
escala pode ser encontrada consistentemente em estudos da GDS5 para outros países (de la Iglesia
et al., 2005; Hoyl et al., 1999; Rinaldi et al., 2003). Optou-se pela análise fatorial das correlações
tetracóricas por ser a mais apropriada para avaliar variáveis dicotómicas e pelo grande número de
participantes na amostra (N=1030) (Savalei, Bonett, & Bentler, 2015).
Na Tabela 3 são apresentadas as intercorrelações entre os itens. As correlações variam entre
.37 e .80 sendo o item 4 aquele que apresenta valores de correlação menos elevados, o que vai ao
encontro da análise da fiabilidade obtida através do Alfa de Cronbach. Os valores de correlação
dos itens da GDS5 são todos positivos, uma vez que o único item com uma cotação invertida
(“Satisfeito com a sua vida?”) foi corrigido antes da análise.
Tabela 3
Correlações tetracóricas dos itens da GDS5
GDS_1 GDS_2 GDS_3 GDS_4 GDS_5
GDS_1 Satisfeito(a) com a sua vida? 1
GDS_2 Muitas vezes aborrecido(a)? .8004 1
GDS_3 A sentir-se muitas vezes desamparado(a)? .5514 .7351 1
GDS_4 A preferir ficar em casa, em vez de sair e fazer coisas novas? .3738 .3763 .3982 1
GDS_5 A sentir-se inútil? .4590 .5786 .4684 .4305 1
Nota. Estudo 2, Amostra B (N=1030).
410
Na análise da estrutura fatorial, foram utilizados os 5 itens do instrumento, numa AFC, recor-
rendo à versão 15 do programa estatístico Stata. Conforme indicado por alguns autores, foram
utilizados três índices para verificar o ajustamento do modelo (Bentler & Bonnet, 1980; Pilati &
Laros, 2007). O índice absoluto – χ2 do ajustamento (χ2/gl); índice relativo – CFI (Comparative
Fit Index) e índice de discrepância populacional – RMSEA (Root Mean Square Error of
Aproximation). Os indicadores de ajustamento do modelo permitem perceber um fraco ajustamento
do modelo (χ2/gl=10.824, CFI=.942 e RMSEA=.117). Os coeficientes de ponderação fatorial dos
itens para o modelo original (GDS5) mostram o menor peso do item 4, que apresenta uma variância
única de 84%, sendo que os restantes apresentam coeficientes elevados (Tabela 4). Considerando-
-se o potencial menor poder discriminativo deste item e de modo a encontrar um modelo com
ajustamento adequado, procedeu-se à sua eliminação.
Tabela 4
Coeficientes de ponderação fatorial e variância de dois modelos confirmatórios da Escala de
Depressão Geriátrica (GDS5 e GDS4)
GDS5 GDS4
β (ep) Var β (ep) Var
GDS_1 1 .341 1 .127
GDS_2 1.211(.034)*** .034 1.152(.075)*** .001
GDS_3 0.919(.038)*** .442 0.723(.053)*** .135
GDS_4 0.492(.036)*** .839
GDS_5 0.729(.032)*** .649 0.492(.045)*** .128
2
χ (5)=54.12, p<.0001 χ2(5)=8.42, p<0.05
Nota. Estudo 2, Amostra B (N=1030); β=coeficiente de ponderação fatorial; ***p<.0001; **p<.005; Var= variância única
explicada.
Discussão
411
A sensibilidade (70%) e especificidade (85%) da versão com 5 itens não sendo elevada é
aceitável considerando não só o número de itens, como o número de participantes da amostra (A,
N=66). Outras versões obtiveram, contra diagnóstico clínico (DSM-IV ou CID-10) valores de
sensibilidade entre os 81% e os 94% para a GDS5 e de especificidade entre 73% e 81% (de la
Iglesia et al., 2005; Rinaldi et al., 2003). Estes resultados sugerem uma capacidade discriminativa
semelhante entre as versões curtas desta escala em diferentes países.
Em relação ao valor de corte escolhido (2), de acordo com o valor máximo de sensibilidade e
especificidade, este é igual ao que tem sido proposto por outros estudos (Almeida & Almeida,
1999; de la Iglesia et al., 2005; Hoyl et al., 1999; Pocklington et al., 2016; Rinaldi et al., 2003).
O resultado de consistência interna (α=.69) não vai ao encontro do desejado, ainda que se
aproxime do que é usualmente considerado um valor aceitável na literatura em termos de
confiabilidade da escala (α>.70). Porém, importa referir que, dado que o valor da correlação poderá
ser influenciado pelo número de itens, se a escala for constituída por um número reduzido os
valores acima dos .60 podem ser considerados aceitáveis (Ribeiro, 2010). Do mesmo modo, na
mensuração de constructos complexos, um Alfa de Cronbach de 0.60 pode ser considerado
aceitável, ainda que requerendo uma interpretação cautelosa (DeVellis, 2003).
Outros estudos de validação tendem a apresentar valores mais elevados nas versões com um
maior número de itens (GDS 30, 15 e 10), tanto em Portugal (Apóstolo et al., 2014; Pocinho et
al., 2009) como noutros países (Kim et al., 2013; Pocklington et al., 2016). No caso das versões
mais curtas, os valores de fiabilidade obtidos são, usualmente, mais baixos (Kim et al., 2013;
Pocklington et al., 2016).
Com o recurso a procedimentos de análise confirmatória, os resultados de validade sugerem
um modelo de ajustamento fraco (χ2/gl=10.824, CFI=.942 e RMSEA=.117), ainda que os valores
de correlações entre os itens sejam aceitáveis. Também os coeficientes de ponderação fatorial
mostram a elevada contribuição da grande maioria dos itens para a dimensão, sendo o item 4 (A
preferir ficar em casa, em vez de sair e fazer coisas novas) aquele que apresenta uma saturação
menos elevada e um valor de variância única mais elevado. Assim, um novo modelo eliminando
o item 4 apresentou valores de ajustamento mais aceitáveis (χ2/gl=4.210, CFI=.991 e
RMSEA=.055). Este item apresentou valores de correlação menos elevados e na escala, o valor
de consistência interna é mais elevado com a sua eliminação. Apesar de estes resultados irem ao
encontro do que já foi observado num estudo espanhol, em que das duas versões avaliadas (de 4
e 5 itens), a GDS de 4 itens sugeriu melhores resultados (de la Iglesia et al., 2005), há que
considerar que existem sempre fatores aleatórios nos dados que podem promover o comportamento
flutuante de alguns itens. Além disso, é importante considerar que estes resultados podem decorrer
de algumas limitações do próprio estudo.
Em primeiro lugar os itens utilizados no desenvolvimento da versão curta foram extraídos da
versão original e não validados através de um estudo exploratório de uma versão portuguesa mais
longa do instrumento. De facto, têm sido desenvolvidas várias versões diferentes relativamente
aos itens incluídos, sendo que nenhuma versão é exatamente igual entre si, relativamente aos itens
selecionados a partir da GDS15 ou da GDS10 (Pockington et al., 2016). Além disso os diversos
estudos utilizam diferentes tipos de populações (por exemplo, clínicas e não clínicas) o que
dificulta a comparabilidade dos resultados e tem levado alguns autores a afirmarem maior
evidência da GDS15 face a versões mais reduzidas e a necessidades de futuros estudos para as
versões mais curtas (Pocklington et al., 2016).
Também a amostra de conveniência obtida além das implicações implícitas, é pequena e requer
alguma cautela na leitura dos resultados. Ainda assim, a análise do comportamento da escala junto
de uma amostra representativa desta população permite analisar a adequabilidade dos resultados
encontrados, nomeadamente, no que respeita ao valor de corte aceitável e que vai ao encontro do
que tem sido observado noutros países.
412
Conclusões
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