Manual 345 Politica de Gestao de Stock MANUAL PRINCIPAL
Manual 345 Politica de Gestao de Stock MANUAL PRINCIPAL
Manual 345 Politica de Gestao de Stock MANUAL PRINCIPAL
Aprendizagem
MODALIDADE:
1
AÇÃO Nº:
0345
UFCD:
DURAÇÃO 50 horas
UFCD:
05/11/2012
DATA INICIO:
25/10/2014
DATA FIM:
Manual
POLÍTICA DE GESTÃO DE STOCKS
1 FUNÇÃO E OBJECTIVOS DA GESTÃO DE STOCKS
O que é o stock?
Stock ou stocks é o conjunto de materiais consumíveis ou de produtos ou de
mercadorias acumulados, à espera de uma utilização posterior, mais ou menos
próxima, e que permite assegurar o fornecimento aos utilizadores quando necessário.
São os elementos patrimoniais classificados e valorizados em existências.
A gestão de stocks deverá manter o volume dos stocks no nível mais baixo
possível, sem deixar de assegurar o fornecimento regular aos utilizadores, isto é,
sem roturas.
Além disso, devem ser tomadas todas as medidas para evitar que os stocks
se deteriorem e para reduzir ao mínimo os encargos relativos à sua conservação.
Estes são atributos da subfunção armazenagem.
A gestão de stocks terá de ponderar as desvantagens e as vantagens de
constituir stocks e tomar as decisões económicas
Manual l1
Fatores mais relevantes que levam as organizações a constituir stock:
Para assegurar o consumo regular de um produto em caso de a sua produção
ser irregular;
Geralmente, na compra de grandes quantidades beneficia-se de uma redução
do preço unitário;
Não sendo prático o transporte de produtos em pequenas quantidades, opta-se
por encher os veículos de transporte no intuito de economizar nos custos de
transporte, o que se traduz numa constituição de stock;
Principais inconvenientes na constituição de stocks:
Certos produtos não possuem condições de serem mantidos em stock ou
poderão ser mantidos em períodos muito curtos;
O custo de posse traduz-se no facto de existir material não vendido que vai
acabar por imobilizar capital sem acrescentar valor;
A rutura apresenta-se como um enorme inconveniente, visto que a ocorrência
desta irá provocar vendas perdidas e em casos extremos poderá levar à perda de
clientes.
Classificação dos Stocks
Numa empresa podemos classificar os stocks de acordo com a respectiva
utilização no processo produtivo. Assim, teremos:
Matérias-primas
• Matérias-primas - Materiais utilizados na fabricação de componentes dos
produtos acabados.
Componentes
• Componentes - Materiais ou partes elementares que já não sofrem qualquer
transformação na empresa e se destinam a ser incorporados nos produtos acabados.
Produção em curso
• Produção “em curso” - Produtos que se encontram em certa fase ou
operações intermédias do processo de transformação, não tendo atingido o fim de
fabrico.
Semiacabados
• Semiacabados - Subconjuntos ou partes de produtos que já sofreram
operações de transformação e que aguardam a montagem (do produto acabado).
Produtos acabados
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• Produtos acabados – Bens resultantes do processo produtivo destinados a
serem vendidos a cliente(s) que os utilizarão.
Subprodutos
• Subprodutos - Produtos resultantes do processo de transformação, mas que
não são incorporados no produto acabado. Normalmente, são vendidos a baixo valor.
Matérias ou materiais subsidiários
Materiais subsidiários - Materiais necessários à produção, mas que não são
incorporados nos produtos acabados.
Materiais de embalagem primária, secundária, terciária
• Materiais de embalagem - Materiais necessários ao acondicionamento,
agrupamento e transporte de produtos e componentes.
Exemplo: paletes para o transporte (embalagem terciária) de 10 caixas de
cartão canelado (embalagem secundária) para contenção e agrupamento de 20
unidades de venda (embalagem primária).
Numa empresa industrial a classificação distinta dos vários tipos de materiais é
muito importante, na medida em que se encontra associada à natureza da procura.
Por exemplo, os stocks de produtos acabados são destinados a muitos
clientes, daí que a soma das várias encomendas por períodos de tempo pode resultar
numa informação histórica para posterior análise estatística.
Para estes stocks (de produtos acabados) é possível construir um modelo de
base estatística que permite estabelecer previsões da procura, baseadas na
extrapolação da informação histórica.
É de notar que a classificação dos stocks apresentada é função da natureza da
empresa ou fase de transformação, por quanto um produto acabado para uma certa
empresa, pode constituir uma matéria prima para outra ou até uma mercadoria e
mesmo um produto semiacabado.
Classificação de Produtos
Os produtos podem ser bens tangíveis (materiais) ou bens intangíveis
(serviços).
Bens tangíveis
Os bens tangíveis podem classificar-se nos domínios seguintes:
1. Bens de consumo
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a. Bens não duradouros ou bens de grande consumo corrente
• Consumo regular (Ex.: leite; água de distribuição comunitária – “Utility”)
• Consumo de emergência (Ex.: antibiótico)
• Consumo de impulso (Ex.: pipocas)
• Consumo sazonal (Ex.: protector solar)
b. Bens duradouros
• Consumo regular (Ex.: electrodoméstico)
• Consumo sazonal (Ex.: fato de banho)
Bens ou produtos industriais (utilizados na produção de outros produtos) ou
recursos materiais
a. Matérias primas
b. Componentes
c. Subconjuntos e produtos intermédios (semiacabados)
d. De suporte:
• Instalações
• Bens de equipamento fabril (fixos e móveis, pesados e ligeiros)
• Bens de equipamento de escritório
• Ferramentas e instrumentação.
Pode, ainda, classificar-se os produtos industriais nos domínios seguintes:
• Produtos não diferenciados;
• Produtos diferenciados;
• Produtos normalizados;
• Produtos especializados.
Baseado na sua utilidade, os stocks podem ainda ser colocados numa destas
categorias
Stock em lotes - constitui o stock adquirido no sentido de antecipar as
exigências, nesse sentido, é feita uma encomenda em lotes numa quantidade maior
do que o necessário;
Stock de segurança - é o stock destinado a fazer face a incertezas tanto do
ponto de vista do fornecimento como das vendas;
Stock sazonal - trata-se do stock constituído para afrontar picos de procura
sazonais, ou ruturas na capacidade produtiva.
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Stock em trânsito - são artigos armazenados com vista a entrarem no
processo produtivo;
Stock de desacoplamento - trata-se do stock acumulado entre actividade da
produção ou em fases dependentes
A função aprovisionamento
A função aprovisionamento compreende o conjunto de operações que
permitem pôr à disposição da empresa em tempo oportuno, na quantidade e na
qualidade definidas, todos os recursos materiais e serviços, necessários ao seu
funcionamento, ao menor custo.
Para levar a bom termo o conjunto destas operações, é necessário, antes de
mais, definir de forma precisa as necessidades:
• Em qualidade (especificações/requisitos);
• Em quantidade (económica);
• Em prazo (útil).
Para satisfazer aquelas necessidades, nas melhores condições, deve efectuar-
se a pesquisa sistemática das possibilidades oferecidas pelo mercado.
Convém, no entanto, que essa pesquisa seja feita em tempo oportuno, isto é,
que os fornecedores sejam seleccionados criteriosa e antecipadamente (antes da
necessidade imediata ocorrer) e que com eles sejam estabelecidos contratos que
ofereçam vantagens para as partes.
Atribuições da função aprovisionamento
Para além das actividades de selecção e qualificação de fornecedores, de
negociação, de contratação e de compra de recursos materiais e serviços, de gestão
de stocks, a função aprovisionamento ainda inclui nas suas atribuições: a recepção de
materiais, a armazenagem, o aviamento de requisições e o envio/transporte de
materiais para estaleiros onde decorrem obras ou a expedição para subempreiteiros
Filosofia Just-In-Time
O ideal seria que os fornecedores aceitassem fornecer em quantidade e na
qualidade desejadas o que é necessário à empresa, no momento exacto em que cada
necessidade ocorre e ao menor custo. Aliás, este é um dos princípios inerentes à
filosofia de gestão JIT (Just-In-Time).
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Na prática, a empresa normalmente tem de constituir stocks de muitos dos
materiais (consumíveis) que utiliza, pelo que tem de realizar a gestão de stocks.
Importância do aprovisionamento
A função aprovisionamento compreende o conjunto de operações que
permitem pôr àdisposição da empresa em tempo oportuno, na quantidade e na
qualidade definidas, todos osrecursos materiais e serviços necessários ao seu
funcionamento, ao menor custo.
Pode deduzir-se a importância da função aprovisionamento não apenas pelo
valor do capital aplicado em stocks, mas pela importância estratégica desta função.
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O U.S. Council of Logistics Management adoptou a definição seguinte:
Logística é o processo estratégico (porque gera valor reconhecido pelos
clientes, criando vantagem competitiva, sustentada na medida em que acrescenta
diferenciação, aumenta a produtividade e a rendibilidade) de planeamento,
organização e controlo, eficaz e eficiente, dos fluxos e armazenagem de materiais
(matérias primas, componentes, produção em curso, produtos semiacabados e
acabados) e de informação relacionada, desde a origem (fornecedores) até ao destino
final (consumidores) visando maximizar a satisfação das necessidades dos clientes,
externos e internos.
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• As Compras processam as encomendas e asseguram o cumprimento dos
contratos com os fornecedores;
• A Recepção e Armazenagem asseguram a gestão e organização física dos
materiais.
Nas empresas de maior dimensão, estas atribuições repartem-se por diferentes
órgãos da estrutura, mas nas pequenas empresas é frequente encontrar estas
atribuições concentradas em duas ou três pessoas, assumindo frequentemente o
empresário ou o gerente algumas delas.
A gestão de stocks deverá manter o volume dos stocks no nível mais baixo
possível, sem deixar de assegurar o fornecimento regular aos utilizadores, isto é, sem
ruturas.
Além disso, devem ser tomadas todas as medidas para evitar que os stocks se
deteriorem e para reduzir ao mínimo os encargos relativos à sua conservação. Estes
são atributos da subfunção armazenagem.
A gestão de stocks terá de ponderar as desvantagens e as vantagens de
constituir stocks e tomar as decisões económicas.
Exemplos
Um maior volume de stocks representa, na perspectiva financeira, as
desvantagens seguintes:
• Maior custo de posse;
• Maior necessidade de fundo de maneio;
• Maior risco de perda por obsolescência (monos);
A Procura
As necessidades logísticas na empresa são desencadeadas pela procura dos
seus produtos no mercado.
A procura dos produtos activa os fluxos de informação e de materiais em toda a
cadeia logística.
Uma previsão do crescimento das vendas, incentiva um aumento da actividade
da função aprovisionamento, que deve responder em conformidade com a expectativa
de crescimento das necessidades de materiais.
Conceito de Procura
Do ponto de vista “económico”, a procura de um produto é definida pela
intenção de compra desse produto no mercado, ou procura é a expressão dinâmica
de um mercado que corresponde a medidas qualitativas e quantitativas dos
consumidores, que desejam e podem adquirir um produto.
A procura é uma percentagem do mercado total, podendo associar-se a um
grupo homogéneo de clientes.
Tipos de Procura
A procura pode apresentar diferentes tipos, consoante a fase do ciclo de vida
do produto/serviço e consoante a incidência de variáveis que a afectam directamente.
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Como principais tipos de procura podem considerar-se os seguintes:
• Quanto à incidência da procura no ciclo de vida do produto/serviço:
- Procura aleatória - quando as vendas são dispersas no tempo e nos pontos
de venda, não se podendo encontrar qualquer modelo estatístico que as reproduza.
Este comportamento das vendas é típico quando o produto/serviço se encontra na
fase de lançamento do seu ciclo de vida.
- Procura uniforme - quando já é possível definir um modelo estatístico que
mostre a evolução das vendas no tempo. Neste tipo de procura pode distinguir-se três
categorias:
• De tendência crescente - as vendas encontram-se em ascensão progressiva,
característica de um produto/serviço em fase de crescimento do seu ciclo de vida;
• De tendência constante - as vendas encontram-se estabilizadas, com
pequenas oscilações, o que permite prever o seu comportamento temporal com
elevada fiabilidade.
Esta constância comportamental é sintomática quando os produtos atingem a
fase de maturidade do ciclo de vida;
• De tendência decrescente - as vendas encontram-se em queda nítida, o que
identifica claramente a fase de declínio de um produto/serviço.
Quanto às variáveis exógenas:
- Procura sazonal - se o produto tem maiores vendas em determinadas épocas
do ano. Estas vendas anormais, na realidade são cíclicas, mantendo-se ocasionais e
fracas fora da época alta.
Exemplo - As vendas de produtos para emagrecimento aumentam mais na
primavera.
- Procura decorrente - resulta da aplicação de um fator de correcção a uma
procura bem caracterizada, transformando a na procura pretendida.
Exemplo
2. Uma empresa de estética faz depilações, no entretanto, a empresa
negociou, com um fabricante de ceras para depilação, o fornecimento exclusivo de
certo tipo de cera destinado a outro segmento (exemplo adolescentes).
Exemplo
3. Uma campanha promocional com redução do preço de venda induz um
aumento previsional de vendas.
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Características da Procura
A procura pode caracterizar-se pelos factores seguintes:
• Unidade de medida - Métrica quantitativa
Exemplos
Número de embalagens: 50
Unidade de volume: m3
Unidade de massa: Kg
Unidade de comprimento: m
• Frequência das Encomendas
Exemplos
Encomendas semanais
Encomendas mensais
Encomendas trimestrais
• Diferência de Encomendas
Exemplo: Encomenda diferida uma semana após negociação
• Risco da Previsão
Exemplo: Elevada probabilidade da ocorrência de um facto previsto aumenta o
respectivo risco, isto é, grande probabilidade de forte procura aumenta o risco de
rotura.
Os custos
Associado à gestão de stocks consideram-se vários tipos de custos:
Tipos de custo:
• O custo de posse (Cp) que é o custo associado à manutenção do stock;
• O custo de efectivação das encomendas (Ce) que é o custo administrativo do
processamento das encomendas de um artigo;
• O custo de aquisição do material (Cm) que é o custo do material,
encomendado ao exterior, à entrada da empresa (custo de fornecimento, de
transportes, de seguros, ...);
• O custo de fabricação (Cf) que é o custo do material encomendado
internamente, através de ordem de fabrico;
• O custo de rutura de stock (Cr) que é o custo associado a uma solicitação ou
requisição de material de stock, não atendida totalmente pelo armazém.
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O custo de posse pode incluir várias parcelas:
• Os custos de armazenagem onde se considera
- Os custos de amortização do edifício/armazém(s), do equipamento fixo
(exemplo: estantes) e do equipamento móvel (exemplo: empilhadores),
- Os encargos com o pessoal do(s) armazém(s),
- Os custos energéticos (iluminação, climatização, ...) do armazém(s),
• Os custos dos seguros (prémios das apólices de incêndio, roubo, ...);
• Os custos de obsolescência (monos) e deterioração do material;
• O custo do capital imobilizado, que é um custo de oportunidade, isto é, o
custo inerente à aplicação do capital em stock em lugar de aplicações alternativas
rentáveis.
Este custo é, normalmente, importante e calcula-se segundo um critério
definido que pode ser o da taxa de rendibilidade dos capitais próprios ou da melhor
taxa de mercado para aplicação de risco correspondente (risco baixo, pois o stock
tem elevado grau de liquidez).
Os prazos
Na gestão de stocks um dos prazos a considerar é o prazo de
aprovisionamento ou prazo de disponibilização do material.
Parcelas do prazo de aprovisionamento
No prazo de aprovisionamento (pa) pode considerar-se quatro parcelas:
• O prazo administrativo de preparação e lançamento da encomenda
(circulação e tratamento de informação na empresa);
• O prazo de recepção pelo fornecedor, que pode desprezar-se se for usado fax
ou EDI (Electronic Data Interchange);
• O prazo de entrega do fornecedor que inclui o prazo de transporte ou trânsito;
• O prazo de receção e armazenagem na empresa.
As Necessidades Logísticas
As necessidades logísticas que têm a sua principal origem na procura,
repercutem-se a toda a cadeia logística, através do fluxo de informação.
Em termos gerais podemos definir:
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Necessidade logística - É toda a solicitação de natureza material ou de serviço,
que visa satisfazer quantitativa, qualitativa e temporalmente, qualquer requisito de
carência a jusante do fluxo material, no cumprimento de um objectivo organizacional.
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2 Política de stocks
Administração ou a Gerência de uma empresa deverão definir, em relação à
Gestão de Stocks:
Os objetivos a serem atingidos.
Os parâmetros e as diretrizes de base.
Os critérios para medir a respetiva performance.
Em regra, a Política de Gestão de Stocks de uma organização é constituída
pelo seguinte conjunto de diretrizes:
a) As metas da empresa quanto ao tempo de entrega das encomendas aos
clientes.
b) A definição do número de armazéns a instalar, e da lista de materiais a
serem estocados em cada um deles.
c) .Os níveis de stock para o atendimento de situações de pico ou de quebra
de vendas, ou para alterações de consumo.
d) Até que ponto será permitida a compra antecipada com preços mais baixos,
ou a compra de uma quantidade maior do que a necessária para a
obtenção de descontos.
e) A definição da rotação dos stocks.
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Ao nível do Serviço de Compras, a passagem (lançamento) de uma
encomenda ocasiona despesas administrativas relativas à procura de possíveis
fornecedores, à negociação e redação das encomendas e ao relance dos
fornecedores em atraso. O custo anual de lançamento das encomendas inclui:
O custo de funcionamento dos serviços de compra (salários, alugueres,
mobiliário de escritório, etc.).
Os custos de impressos, correio e telefone.
Os custos de deslocações dos compradores.
O custo das receções, ensaios e análises.
O custo dos procedimentos realizados pelos serviços utilizadores.
O custo dos procedimentos contabilísticos: conferência das faturas,
classificação e registo, pagamentos.
O conhecimento deste custo permite calcular o custo médio de lançamento de
uma encomenda.
Sendo:
a Custo de passagem da encomenda de um determinado artigo
Q Quantidade de cada encomenda desse artigo.
S Consumo anual do artigo
Então o custo médio anual de lançamento das encomendas, para um
determinado artigo, obtém--se multiplicando o número de aprovisionamentos anuais
(S/Q) desse artigo pelo custo unitário de passagem, isto é
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É um elemento dominante entre as despesas de posse. É ao Departamento
Financeiro que o compete determinar, pois está ligado à política de investimento da
empresa.. Com efeito, o capital imobilizado no stock não está disponível para outros
investimentos, tais como o aumento do parque de máquinas, a modernização dos
meios de produção, a publicidade, etc. Só o Departamento Financeiro Financeira
pode avaliar o rendimento médio que espera desses investimentos.
b) Custo dos Seguros
O seu montante é diretamente proporcional ao valor stock e à classe de risco
dos materiais em armazém.
c) Custo de Funcionamento do Armazém
Na prática, divide--se o montante global da amortização e das despesas anuais
de funcionamento do armazém pelo (salários, alugueres, eletricidade, manutenção,
etc.) pelo valor do stock.
d) Custo de Obsolescência e Depreciação
Na prática, o melhor método consiste em evitá-lo, limitando a quantidade de
encomendas dos artigos suscetíveis de obsolescência ou de depreciação.
e) Custo das Perdas por Deterioração
Percentagem calculada por estatística, a seguir aos inventários físicos. Visa
fazer face a perdas que acontecem, devido a deficiente manipulação ou
acondicionamento e a possíveis roubos.
Determinação do Custo Anual de Posse do Stock
Se u é o valor unitário de um artigo e t a taxa anual de posse do stock, então
u.t representa o custo anual de posse de uma unidade. Ligue--se, então, esta noção à
quantidade encomendada. Coloquemo-nos na hipótese de um nível de stock
decrescer linearmente desde Q até 0, sendo reaprovisionado instantaneamente com
uma quantidade Q.
Sabemos, naturalmente, que o stock médio será Q/2 e o custo anual de posse
do stock será, assim:
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1.3.3 Custo de Rutura
A rutura pode verificar--se nas seguintes duas atividades industriais:
Fabricação: Falta de materiais para dar continuidade ao processo produtivo.
Manutenção: Falta de uma peça que origina paragem de fabrico e cuja
produção não pode ser recuperada. não pode ser recuperada.
No primeiro caso (fabricação) podemos considerar duas espécies de rutura:
Rutura Potencial
Detetada antes do lançamento em fabricação, origina custos e custos
comerciais.
Real Rutura
Detetada só após o lançamento em fabricação, gera custos de outra natureza,
seja o custo de posse de stock de produtos em curso, seja o custo associado ao não
cumprimento de prazos (perda da venda do produto/custo de oportunidade).
Por outro lado, o custo da rutura em manutenção é devido à falta de uma peça
de substituição o que dá origem a um conjunto de consequências financeiras que
depende da peça e da máquina, da taxa de utilização da máquina e das
possibilidades de reparação. O custo de rutura tem em conta o tempo suplementar,
entre o tempo de, entre o tempo de reparação t1 com a peça a existir em stock e o
tempo t2 para arrancar apara arrancar a instalação quando a peça não existe em
stock. Durante este tempo (t2 –t1), para além do custo de posse dos produtos em
curso de fabrico e do suplemento de desperdícios, a perda de produção expressa em
margem bruta:
Custo de rutura=
Ph -Produção horária;
PV-Preço de venda;
Cv -Custos Variáveis
Entidades intervenientes:
O Controlo Operacional do Armazém
Para que os produtos possam fluir eficientemente através do armazém, tem de
existir informação que ajude a dirigir as atividades do próprio armazém e a medir a
eficiência da utilização dos seus recursos.
O processo de informação inclui: o desenvolvimento do orçamento anual, a
preparação de mapas mensais ou trimestrais dos recursos, a programação diária e
semanal das atividades do armazém e relatórios sobre as operações e as atividades a
decorrer no armazém.
Para uniformizar e simplificar a descrição do sistema de informação de gestão
de stocks cito as entidades intervenientes num processo de aquisição de um bem, de
um modo único e genérico, se bem que na realidade os nomes possam variar
consoante a nomenclatura usada em cada organismo.
Serviço – Entidade pertencente a um Organismo e que consome bens.
Fornecedor – Entidade designada para fornecer, ou já fornecedora, de um
bem.
Firma – Entidade passível de consulta para fornecimento e que pode vir a ser
Fornecedor.
Economato – Serviço que gere o material em armazém e a sua entrega aos
outros Serviços de um Organismo.
Compras – Serviço que efetua e gere o processo de aquisição de um bem.
Armazém – Serviço ou espaço onde são depositados, de um modo provisório,
os bens adquiridos pelo Organismo.
Com estes intervenientes definidos, as várias fases que integram o
fornecimento, de um bem a um Serviço, podem descrever-se do seguinte modo:
1. Quando um serviço necessita de um bem pede-o à secção de Economato
através de uma Requisição interna.
2. O Economato verifica a existência do bem em armazém.
3. Se houver no Armazém o bem pretendido este é entregue ao Serviço
acompanhado de uma Guia de entrega.
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4. Se não houver no Armazém, dá-se início a um processo de aquisição
através de um pedido à secção de Compras.
5. A secção de Compras efetua o processo de consulta ao mercado e é tomada
uma decisão de aquisição de um bem a uma dada Firma, a qual é formalizada por
uma Requisição oficial ou Nota de encomenda.
6. O Fornecedor, após a receção da Requisição oficial ou Nota de encomenda,
entrega o bem ao Organismo. A entrega, dependendo do tipo de bem, pode ser no
Armazém ou no Serviço. No entanto, quem acusa a receção do bem é o Economato
através da receção da Guia de remessa/Fatura do Fornecedor.
7. Após entendimento de boa receção do bem, este é passível de pagamento.
Critérios Valorimétricos
A valorização de qualquer elemento do Ativo do Balanço de uma empresa tem
reflexos naturais ao nível dos seus Resultados, pelo que os critérios de, pelo que os
critérios de valorização dos stocks têm de ser ponderados com toda a prudência. Os
critérios de valorização mais utilizados são os seguintes:
Custo Médio Ponderado
A avaliação feita através do custo médio ponderado é a mais frequente, tendo
como base que o preço de cada saída é o preço médio de todas as compras de um
determinado artigo em stock. Este tipo de avaliação equilibra as flutuações dos preços
de aquisição reflete os preços reais das compras do material. O custo médio
ponderado é calculado através da seguinte expressão:
Em que:
X-Custo médio.
Y-Preço em Euros de cada compra.
N-Quantidade total de material aprovisionado.
Exemplo de Aplicação
Vejamos a seguinte ficha de movimentos de armazém:
Ano Nº de
Entradas Saídas Saldo
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2012 movimentos Quant Preço Preço Quant Preço Preço Quant Preço Preço
Data (uni) (unit) Total (uni) (unit) Total (uni) Total Médio
7-5 1 500,00 15,00 7.500,00 500 7.500,00 15,00
8-5 2 500,00 20,00 4.000,00 700 11.500,00 16,43
23-7 3 150 16,43 2,464,50 550 9.036,50 16,43
Custo Standard
É fixado um valor standard para cada artigo em stock.
Todos os movimentos se processam com base no valor estabelecido para o
período de referência (normalmente 1 ano).
Os desvios entre os valores reais e o standard fixado vão à conta de desvios
estão regularizados no final do exercício. É, também, um método muito utilizado.
Método PEPS (FIFO)
A avaliação por este método é realizada pela ordem cronológica de entradas
(Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair -First In, First Out).
Sai o material que primeiro foi recebido no armazém, sendo substituído pela
mesma ordem cronológica em que foi recebido e devendo ser aplicado sempre o
preço real de cada compra.
As existências têm tendência a ser sobreavaliadas e as imputações aos
produtos conduzem, tendencialmente, à sua subvalorização.
Exemplo de Aplicação
Numa empresa entraram em armazém, no dia 06/08/2012, 100 unidades de um
determinado artigo ao preço de 15,00 Euros cada uma; no dia 07/08/2012 entraram
mais 150 unidades ao preço de 20,00 Euros cada uma; no dia08/08/2012 saíram 150
unidades, como se pode observar na ficha de movimentos a seguir:
Ano Nº de
Entradas Saídas Saldo
2012 movimentos
Quant Preço Preço Quant Preço Preço Quant Total
Data
(uni) (unit) Total (uni) (unit) Total (uni) Euros
6-8 1 100 15,00 1.500,00 100 1.500,00
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7-8 2 150 20,00 3.000,00 250 4.500,00
8-8 3 100 15 1.500,00 150 3.000,00
50 20 1.000.00 100 2.000,00
Ano Nº de
Entradas Saídas Saldo
2012 movimentos
Quant Preço Preço Quant Preço Preço Quant Total
Data
(uni) (unit) Total (uni) (unit) Total (uni) Euros
6-8 1 100 15,00 1.500,00 100 1.500,00
7-8 2 150 20,00 3.000,00 250 4.500,00
8-8 3 100 20 3.000,00 100 1.500,00
Inventários
Existem diversos tipos de inventários. Vai referir-se os mais correntes:
Manual l33
1. Inventário permanente;
2. Inventário programado;
3. Inventário físico intermitente;
4. Inventário físico rotativo;
5. Inventário físico permanente
Inventário Permanente
A partir do ficheiro de materiais pode efetuar-se uma listagem que contem
todos os itens em armazém e as respetivas quantidades físicas num dado instante.
Se esta listagem for atualizada no ato de cada movimento de entrada e de
saída, e aplicado o adequado critério valorimétrico, é possível saber em cada
momento o que existe no(s) armazém(s) da empresa em quantidade e valor
monetário. Esta listagem é designada por inventário permanente.
O inventário permanente é universalmente utilizado nas empresas. Quando
existem centenas ou milhares de artigos, só com um sistema informático é possível
geri-lo eficientemente e saber para cada artigo a quantidade correta em cada
momento.
Inventário Programado
Este inventário permite, não só ter conhecimento dos stocks teóricos de
materiais, durante os próximos períodos de controlo, mas, também das entradas
programadas (provenientes das encomendas emitidas), das previsões de saída, isto
é, saber em que data se processa qual movimento. É neste pormenor que difere o
inventário comum de materiais do inventário programado.
Inventário Físico Intermitente
Consiste no encerramento periódico do armazém, durante alguns dias, a fim de
fazer um balanço (contagem) dos diferentes artigos.
Inventário Físico Rotativo
Este sistema é uma variante do anterior, no entanto não é necessário encerrar
o armazém, processando-se da seguinte forma:
• Dividem-se os artigos, de acordo com o número de movimentos, nas
categorias A, B e C;
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• Os artigos A são contados de forma cíclica e uma vez em cada trimestre,
enquanto os B são contados semestralmente e os C anualmente;
• No início de cada dia de trabalho são controlados os movimentos dos artigos
entrados e saídos, no dia anterior.
Inventário Físico Permanente
Este sistema consiste em contar diariamente, no fim de cada dia de trabalho,
apenas os artigos que tenham tido movimento durante esse dia. Assim, se houver
qualquer erro, terá apenas que se verificar esse dia, simplificando-se a tarefa de
correção.
2.3 Gestão Económica de Stock
Objetivo:
Racionalizar o aprovisionamento por forma a minimizar o custo total de cada
produto à saída do armazém, (custo que incluí o preço pago ao fornecedor e os
custos de efetivação da encomenda, transporte e armazenagem).
Baseia-se:
Nas previsões de consumos em cada período.
Nos prazos de aprovisionamento.
Nas variações de preços por níveis de encomenda.
Nos custos de efetivação das encomendas.
Nos custos de transporte
Nos custos de armazenagem, função do espaço ocupado e período de
estacionamento.
Nos custos provocados por ruturas de stock.
Manual l35
c) Redução das ruturas
Taxa de rotação=
Traduz o número de vezes que o stock se renova. Quanto mais elevada for
esta taxa tanto melhor é a gestão adotada. Este indicador pode apresentar valores
que se situam num intervalo muito largo, que pode ir de valores inferiores à unidade
até 100, dependendo do tipo de artigos e da indústria de referência. Todavia, é
considerado positivo um rácio superior a 5 para uma indústria tradicional.
Se o consumo anual de um artigo for de 60.000,00 € e se o stock médio no
período foi de 15.000,00€, a taxa de rotação será igual a 4 o que significa que o stock
se renova quatro vezes por ano ou de 3 em 3meses.
Taxa de Cobertura =
Taxa de rutura=
É difícil definir um valor ótimo para esta taxa, dado que é função de um elevado
número de variáveis.
Todavia, poderemos considerar como valores razoáveis para a taxa de rutura
os que se encontrarem compreendidos num intervalo entre os 2%e os 4 %, para o
stock global.
Manual l36
3 Conceitos fundamentais utilizados na gestão de stocks
Para melhor se entenderem as metodologias utilizadas na gestão de stocks,
vamos introduzir alguns conceitos que se revelam fundamentais.
Gráfico Representativo da Movimentação dos Stocks
A representação da movimentação (entradas e saídas) de um stock pode ser
feita através de um gráfico, no qual a abcissa é o tempo de consumo T geralmente
expresso em meses, e a ordenada é a quantidade Q em unidades de um ou mais que
um artigo em stock, no intervalo de tempo T.
Este gráfico, conhecido como Gráfico Dente de Serra, é apresentado na figura
seguinte:
Como se pode observar o stock iniciou com 140 unidades e foi consumido,
num determinado período de tempo, até atingir o ponto zero.
Quando isso aconteceu, deu entrada no armazém uma reposição de
140unidades que o levou de novo à posição inicial.
Este ciclo será sempre repetitivo e constante, desde que se verifiquem os
seguintes pressupostos:
Inexistência de alterações de consumo durante o período de tempo T
Inexistência de falhas administrativas (por exemplo, esquecimento ou
atraso no lançamento dos pedidos de aprovisionamento ou das ordens
de compra).
Manual l37
Inexistência de atrasos por parte dos fornecedores.
Inexistência de rejeições por parte do Controle de Qualidade.
A prática demonstra que estas quatro condições não são, em regra, cumpridas
com regularidade, pelo que deve ser criado um sistema que absorva as anomalias e
que diminua o risco do stock ficar a zero durante um determinado período de tempo,
com consequências normalmente graves para a empresa a par dos respetivos custos
adicionais, tais como:
Paralisação de um ou mais sectores produtivos.
Incumprimento dos prazos de entrega de encomendas.
Deterioração da imagem no mercado.
Redução dos volumes de vendas e de faturação.
Diminuição da produtividade global.
Manual l38
4 - A Procura
Os produtos em stock estão sujeitos a diferentes tipos de procura a saber:
Procura Independente
A procura de produtos finais é originada na envolvente exterior ao sistema
produtivo e possui um comportamento aleatório. Os produtos finais possuem, então,
um padrão de procura independente
Os stocks de produtos acabados (ou stocks de distribuição) destinam--se a a
vários clientes, sendo esta procura independente de qualquer fator interno da
empresa. A soma das várias encomendas pode originar um padrão de procura
homogeneizado e regular ao longo do tempo .
Procura Dependente
Os componentes e os subconjuntos, ao serem incorporados na produção dos
produtos finais, possuem uma procura dependente da procura de um outro produto
não sendo, por isso, diretamente influenciada pelo mercado. Só existe procura de um
componente ou subconjunto quando é desencadeado o fabrico de um lote do produto
final.
Assim e até ao fabrico do próximo lote, a procura desse componente ou
subconjunto é nula. Os stocks de fabricação resultam, então, do plano de produção
produtos acabados. A procura resulta, assim, das decisões da empresa em relação à
fabricação, estando delas dependente.
A procura dependente apresenta algumas características particulares:
Não é regular, na medida em que apresenta picos na altura da entrada na
fabricação.
Não é aleatória, já que é perfeitamente conhecida a partir do momento em que
o programa de produção dos produtos acabados é estabelecido
Além disso, as necessidades dos componentes são independentes entre si,
sendo certo que um mesmo componente pode ser necessário à produção de vários
produtos acabados.
A fabricação de um produto final obriga à disponibilidade de todos os
componentes que o constituem.
Deste modo, uma mesma peça pode impedir a produção de vários produtos
acabados, o que obriga a uma gestão apertada do stock com reduzidos níveis de
rutura.
Manual l39
A procura é o fator mais importante em todo o planeamento de um sistema de
Gestão de Stocks.. O seu correto conhecimento e estudo podem facilitar, de
sobremaneira, todo o processo maximizando a eficácia desta função da empresa.
Manual l40
Este grupo de artigos possui o menor valor de consumo anual, embora
represente um elevado número de referências: 60 a 65 % do número total de artigos
correspondem a 5 a 10 % do valor do consumo anual total de todos os artigos.
Manual l41
Em termos de Gestão de Stocks a distribuição dos artigos pelas classes A, B e
C obedece, em regra, ao seguinte critério:
Classes Participação Percentual Acumulada
A Até 75%
B De 75,1% até 95%
C Acima de 95%
Fábrica de calçado
Materiais Preço unitário Consumos anuais Valores de consumos
(euros) (unidades) anuais (euros)
Cola 1€ uni 10.000 10.000,0
Pelaria Bufalino 12 € m² 12.000 122,400,00
Manual l42
Ordenando os materiais por ordem decrescente dos respetivos valores de
consumo e aplicando o algoritmo da classificação ABC, teremos
Materiais Valores de Valor de Consumo Participação do valor Classe
consumos anuais anual (euros) total de consumo (%)
(euros)
Pelaria Anilina 270.000,00 270.000,00 46,1 A
Pelaria 122.400,00 392.400,00 67 A
Bufalino
Solas 70,000,00 462.400,00 78,9 B
Saltos 27.000,00 489.400,00 83,5 B
Parafusos 25.000,00 514.600,00 87,8 B
Palmilhas 24.000,00 538,600,00 91,9 B
Líquidos 22.400,00 561.000,00 95,7 C
Cola 10.000,00 571.000,00 97,4 C
Aglomerado 7.800,00 578.800,00 98,8 C
Aplicações 7.200,00 586.000,00 100 C
Manual l43
Para tal, é traçado um sistema de eixos no qual a abcissa representa a
percentagem acumulada de artigos e ordenada a participação percentual acumulada
dos seus valores anuais de consumo, como mostra o gráfico seguinte:
Curva ABC
% acumulada no Valor Total anual de consumo
120
%
100
%
80%
40%
20%
0%
% acumulada de artigos
Manual l45
:5- Modelos de cálculo das necessidades de stocks
É impossível prever o consumo ou a necessidade de um dado artigo com uma
precisão perfeita. Isto significa que, variações devidas a erros de previsão ou a
acontecimentos excecionais, introduzem fatores suplementares que afetam a
planificação. Para antecipar flutuações que não se podem prever, é usual introduzir
determinadas quantidades (stocks) nos sistemas operacionais, que, permitem
compensar todas as variações dentro das previsões efetuadas.
Para planificar um stock deve saber— se quando é que o material deverá ser
armazenado e quantas unidades é necessário armazenar. Para tal, deve prever--se
ose o consumo médio e a variância (desvio padrão) variância associada, no modelo
de stock considerado de modo a que, respondendo às solicitações em prazo e em
volume, se minimize o custo médio envolvido.. O controlo dos stocks, em particular
para o curto prazo é, em muitos casos, um meio mais prático e mais barato de tomar
em consideração o problema das flutuações dos pedidos do que os métodos de
previsão muito sofisticados.
Neste sentido, o gestor tem de escolher entre três soluções:
Uma previsão grosseira que, naturalmente, conduzirá à constituição de stocks
acima da média com forte possibilidade de acontecerem ruturas.
Um método de previsão elaborado, que pode conduzir a um baixo nível de
stocks.
Um sistema de aprovisionamento relacionado diretamente com o consumo, no
conceito de Just--in--Time.
A arbitragem entre estas três soluções deve fazer--se na base:
Do valor relativo de cada item.
Da lei que rege o seu comportamento no passado.
Do custo associado.
Da precisão do método utilizado
No entanto, a teoria dos stocks assenta sempre sobre a análise dos registos do
passado. Daí que a aplicação dos métodos de gestão deva incidir em particular nos
artigos das classes B e C. Os artigos da classe A deverão ser objeto de um de um
tratamento específico, não devendo estar completamente dependentes de leis
estatísticas.
5.1 Modelos de Previsão
O objetivo central das metodologias de previsão consiste em isolar o melhor
possível a lei dos consumos que caracteriza a sua utilização. Podem ser usadas três
formas de abordagem:
:1) Análise do passado como base das projeções a fazer para o futuro
Manual l47
2) Análise do futuro a partir da pesquisa de informações exteriores à empresa,
relacionadas com o mercado, a evolução conjuntural e as tendências tecnológicas.
3) Uma mistura das duas abordagens, que consta essencialmente numa
correção das previsões baseadas nas expectativas do futuro, a partir das projeções
do histórico de consumos.
Como técnicas mais utilizadas, temos as seguintes:
Método da Média Móvel Ponderada
Método da Média com Ponderação Exponencial
Método da Reta de Tendência
Manual l48
Qual deverá ser o consumo previsto para 2013, considerando--se os valores de
consumo dos últimos três anos?
Atribuindo coeficientes de ponderação aos valores registados em cada um dos
anos, teremos:
2009 --5 % .72 ton.
2010 -20% .60 ton.
2011 - 35 % 63 ton.
2012 -40 % .66 ton.
Aplicando a fórmula da média móvel ponderada, o consumo previsto para 2013
será então: X = [(1,20 x 60) + (1,35 x 63) + (1,40 x 66)] / 3,95 = (72 + 85,05 + 92,4)//
3,95 <=> 63,2 ton.
A Constante de Amortecimento
K pode ser calculada por intermédio de técnicas matemáticas e estatísticas,
situando--se os respetivos valores entre 0,01 e 0,4.típicos entre 0,01 e 0,4. Os valores
baixos de K diminuem a probabilidade de variação dos consumos, enquanto que os
Manual l49
valores altos são mais suscetíveis às mudanças nas tendências de consumo
(introdução de novas matérias primas, de novos produtos, etc.) Em termos de Gestão
de Stocks utilizam--se, geralmente, valores situados entre 0 e 1, em regra dentro do
intervalo [0,1 --0,3]
Pode calcular--se a Constante de Amortecimento (k) com uma margem mínima
de erro e para uma média móvel de n períodos, através da seguinte expressão:
K = 2 / (n + 1)
Exemplo de Aplicação
Em 2011 a previsão de consumo de um determinado artigo foi de 230
unidades, tendo sido utilizada para o ajustamento uma constante de amortecimento
de 0,1.amortecimento. Em 2012, o consumo efetivo foi de 210 unidades. Pretende
calcular--se a previsão de consumo para o ano de 2013.Aplicando a fórmula para o
cálculo da Média com Ponderação Exponencial, teremos:
X = 0,1 x 210 + (1 -0,1) x 230 = 21 + 207 = 228 unidades
Manual l50
Em que:
b=
Sendo:
b -Ordenada na origem
a - Inclinação da reta
Q médio -Média dos valores de consumo tomados em ordenadas
t médio - Média dos valores de tempo considerados nas abcissas
n -Número de pontos considerados na série em estudo
t- Abcissa considerada
Q -Ordenada em cada ponto
Exemplo de Aplicação
Na fábrica XPTO verificaram--se os seguintes consumos de resina: Março 500
kg, Abril 550, Maio -550 kg, Junho 600 kg, Julho 630 kg e Agosto 650 kg Qual a
previsão de consumo para os meses de Setembro, Outubro e Novembro?
t Q (consumo) t² Qxt
n=6
=29,71
Manual l51
Consumo previsto para Outubro (t=8)
Q=29,71x8+476=713,71Kg
Manual l52
1 -Tempo de Emissão do Pedido de Compra (T1): Espaço de tempo que
decorre: Espaço de tempo que decorre desde a emissão da ordem de compra até à
sua efetiva receção pelo fornecedor.
2 -Preparação do Pedido de Compra (T2): Espaço de tempo que decorre
entre a preparação do material por parte do fornecedor (fabricação, embalagem,
emissão da fatura, etc.), e a sua disponibilidade para expedição.
3 -Transporte (T3): Espaço de tempo que decorre entre a saída do fornecedor
e a receção efetiva do material no armazém do comprador.
TR=T1+T2+T3
Em face da sua elevada importância na parametrização de um modelo de
gestão de stocks, o Tempo de Reposição deve ser calculado da forma mais realista
possível, dado que eventuais variações que ocorram podem alterar toda a estrutura
do sistema de stocks.
Manual l53
Na prática e em termos operacionais de Gestão de Stocks, o Stock Médio é
definido como o nível médio do stock que serve de base ao sistema de gestão,
calculado pela respetiva média aritmética num determinado período
Dado que os modelos de Gestão de Stocks utilizam o conceito de Stock
Disponível, o stock médio será expresso pela respetiva média aritmética referente ao
período em análise.
Manual l54
Assim, lançar-se-á a encomenda de modo a que esta entre em armazém, não
quando o stock é nulo mas quando tiver atingido um nível chamado Stock de
Segurança.
Em que:
Manual l56
Ce Consumo efetivo mensal ou semanal.
m Consumo Médio Mensal ou Semanal.
n Número de períodos (meses ou semanas).OO
Desvio--Padrão (Dp) indica o grau de variação do consumo no período que
está a ser analisado.
É, também, uma medida estatística calculada pela raiz quadrada da Variância,
isto é:
Em que:
K Fator Nível de Serviço
TR Tempo de Reposição
p Período de Revisão ou de Aprovisionamento
Período de Revisão ou de Aprovisionamento
V Variância da média de consumo.
Exemplo de Aplicação
Suponhamos que um determinado material teve os consumos mensais em
unidades assinalados no quadro seguinte, durante um período de oito meses.
Pretende calcular-se o stock de segurança para um nível de serviço de 95 %, sendo o
período de revisão uma vez por mês e o tempo de reposição do material de três
meses.
Mês Consumos mensais (Ce) Ce - m (Ce-m)²
Manual l57
Calculando o consumo médio mensal, teremos:
m=3.792/8=474 unidades/mês
Aplicando a fórmula de cálculo da Variância, ficará:
V= 67.216/ (8-1)=67.216/ 7=9.602,28
Podemos então calcular o stock de segurança pelo que, aplicando a respetiva
fórmula, teremos:
=
Manual l58
Calcula--se da seguinte forma:
O custo anual global de um artigo é a soma:
Do valor anual do consumo u.S
Do custo anual de lançamento das encomendas (S / Q).a
Do custo anual de posse do stock (Q / 2) u.t
Será então:
Manual l59
Exemplo de Aplicação
Uma determinada peça tem um consumo médio mensal de 30unidades, sendo
o seu tempo de reposição de dois meses.
Qual será o Ponto de Reposição, admitindo que o stock de segurança deverá
ser um mês de consumo e que o período de revisão é de uma vez por mês?
Aplicando a fórmula, teremos:
PR = 30 x (1 + 2) + 30 = 120 unidades
Manual l60
Exemplo de aplicação
Calcular a quantidade a comprar (aprovisionar) de um artigo com o seguinte
perfil:
u=3
S = 2000 un.
a = 15€
t = 20 %
TR = 20 dias
Existência Física = 500 un
Saldo de Fornecimento = 50 un.
Reservas = 450 un.
Ss = 10 un.
Manual l61
Este modelo é usado quando a um mesmo fornecedor compramos diversos
materiais e pretendemos que o seu reaprovisionamento seja simultâneo, para reduzir
custos de lançamento da encomenda, custos de transporte, etc.
A primeira questão que se nos coloca é quando encomendar? Ou seja, de
quanto? Ou seja, de quanto em quanto tempo é que fazemos a encomenda?
A segunda questão é a quantidade a encomendar?
Manual l63
para derivar um de plano para as ordens de produção ou de encomenda para cada
subproduto constituinte do produto final.
Este plano identifica o que produzir, quanto produzir e quando produzir (ou
encomendar), de forma a satisfazer a procura independente ditada diretamente pelo
mercado.
6 A Gestão JIT
Uma empresa pode adotar os princípios da filosofia JIT desenvolvida, na
década de 60, no Japão pelo hoje lendário Taiichi Ohnawas.
JIT3 (Just-In-Time) é uma filosofia de gestão global, centrada no mercado, cujo
princípio fundamental é "produzir quando e apenas o que o cliente necessita ou
deseja e aprovisionar quando e apenas o necessário e suficiente para garantir aquela
produção”.
A gestão JIT propõe-se alcançar os 6 objectivos seguintes:
• Zero existências em armazém;
• Zero defeitos durante a fabricação;
• Zero avarias dos equipamentos em produção;
• Zero acidentes com o pessoal;
Manual l64
• Zero atrasos e prazos curtos;
• Zero papel em circulação;
e tem-se mostrado geradora de competitividade.
A aplicação da filosofia JIT não exige produção repetitiva, nem dimensão
mínima da empresa, nem investimento excessivamente elevado em novas
tecnologias, mas uma "atitude económica".
Manual l67
Exemplos de nota de encomeda
Manual l68
Exemplo de guia de remessa
Manual l69
Exemplo de guia de entrada
Manual l70
Exemplo de ficha de artigos em stock
Manual l71
Exemplo de ficha de gestão de stocks
Manual l72
9 Stocks de segurança
Como já foi referido anteriormente o stocks de segurança, representa o stock
adicional às existências normais que permite minimizar os impactes de um
aumento inesperado da procura por parte dos clientes e um atraso não previsto no
fornecimento dos fornecedores, ou seja um aumento do seu prazo de entrega. Tem
por finalidade principal evitar uma rotura de stocks.
O stock de segurança é a quantidade de produtos equivalente ao número de
dias de vendas (número de produtos vendidos por dia em média) a considerar para
conseguir satisfazer as encomendas no caso de falhas ou atrasos por parte dos
fornecedores.
Existem várias formas de calcular o stock de segurança:
Fórmula simples: Depende da variação do consumo médio mensal para cada
período; esta fórmula utiliza-se para empresas com forte componente sazonal nas
vendas;
Fórmula Vicente/Santos: Depende dos acréscimos previsíveis tanto do
consumo como dos prazos de entrega; leva a um stock de segurança entre 10 a 20%
superior ao consumo médio mensal;
Fórmula de Battersby: Depende da amplitude das vendas em determinados
períodos (meses);
Fórmula inglesa: Depende do consumo médio mensal, do prazo de entrega e
da constante do nível de serviço (ou seja, o inverso da rutura admissível, um valor
definido pela empresa).
O Stock de segurança permite a proteção contra:
Procura instável;
Entregas de mercadorias com defeito por parte dos fornecedores; prazos de
aprovisionamento que não estejam a ser cumpridos.
10 Custos de stocks
Todos os stocks incorrem em custos.
Existem 4 tipos de custos inerentes à gestão económica dos stocks:
(CA) Custo de aquisição (custo de compra)- engloba custos de transporte,
inspeção, receção, etc.
(CE) Custo de lançamento ou efetivação da encomenda
Manual l73
(CP) Custo de posse- com a manutenção dos stocks, conservação, etc.
Custos de rutura de stocks- quando o armazém não satisfaz a procura.
CT = CA + CE + CP
Custo de aquisição (CA):
Inclui
▪A preparação das requisições;
A seleção de fornecedores;
▪ A negociação;
▪ Os transportes;
Custo de Rutura
A rutura pode verificar-se nas duas atividades de produção:
Fabricação: falta de materiais para dar continuidade ao processo produtivo
Manutenção: falta de uma peça que origina paragem de fabrico e cuja
produção não pode ser recuperada.
Manual l76
Bibliografia
Gestão comercial – textos de apoio Drª Elisabeth Pereira
ASSIS, Rui, FIGUEIRA, Mário. MICROSTOCK - Apoio à Decisão em Gestão
Económica de Stocks. Lisboa, IAPMEI, 1991.
ZERMATI, Pierre. A Gestão de Stocks. Lisboa, Editorial Presença, 1986.
Oliveira, Rui Carvalho; Introdução aos modelos de gestão de stocks.
Manual l77