Aula 11 - CONTEXTO II - Bauhaus
Aula 11 - CONTEXTO II - Bauhaus
Aula 11 - CONTEXTO II - Bauhaus
laura bahia
1860 1870 1880 1890 1900 1905 1910 1915 1920 1925 1930 1935 1940
Depois de William Morris (Arts and Crafts), outros artistas passaram a compreender que
a máquina não era a única “culpada” pela baixa qualidade dos produtos da época e
passaram a estabelecer uma nova relação entre o artesão e a indústria. Tais inquietações
resultaram em uma busca por relacionar processos artesanais aos processos da
fabricação industrial, revelando que os procedimentos do artesanato poderiam ser
adaptados à produção em série da indústria, bastando para isso que o artesão desejasse
aprender com a máquina e retirar o melhor dela. Esse desafio de renovação cultural
influenciou Walter Gropius ao fundar a Bauhaus e esse exercício foi particularmente
desenvolvido pela escola.
Walter Gropius tinha como ideia fundamental a utilização do artesanato não como um
ideal romântico, assim como Morris o fez, mas como uma metodologia didática, com o
objetivo de preparar os projetistas modernos para produzirem produtos industriais com
uma orientação formal e não apenas focados no uso. A nova divisão de trabalho então
estabelecida na indústria, onde cada trabalhador participava de uma única etapa da
produção, ao contrário do artesanato, alterou a posição do homem moderno diante do
mundo.
Os principais nomes: Josef Albers, Hinnerk Scheper, Georg Muche, László Moholy-Nagy, Herbert Bayer,
Joost Schmidt, Walter Gropius, Marcel Breuer, Wassily Kandinsky, Paul Klee, Lyonel Feininger, Gunta
Stölzl e Oskar Schlemmer.
Weimar - Alemanha
Bauhaus é uma das mais influentes escolas de design do mundo. Sua forte inspiração
modernista tentou unir de forma definitiva a arte com a indústria.
Foi uma escola de design, artes plásticas e arquitetura de vanguarda, se tornando uma das
maiores e mais importantes expressões do que é chamado Modernismo no design e na
arquitetura, sendo uma das primeiras escolas de design do mundo.
Objetivos da Bauhaus
Gropius acreditava que o projetista de sua geração tinha uma imensa missão a cumprir e
que era preciso, antes de tudo, demarcar o campo de atuação deste novo profissional e
suas atividades neste cenário que então se apresentava. Era necessário que uma nova
geração de designers fosse formada em uma escola pioneira como a Bauhaus, que unisse
os modernos meios de produção com a capacidade criativa dos artistas. A boa produção
deveria estar em sintonia com a vida da época e, para isso, era necessário o
conhecimento íntimo das questões sociais, técnicas e artísticas. Considerando igualmente
a satisfação das necessidades psíquicas tão importante quanto a das materiais, a
proposta da Bauhaus era por fim restabelecer a relação entre o artista criador e o mundo
real do trabalho, unindo-os em torno de um objetivo comum: a qualidade de vida.
“Quero que o jovem arquiteto seja capaz de encontrar seu próprio caminho,
quaisquer que sejam as circunstâncias, que ele crie independentemente formas
autênticas, a partir de condições técnicas, econômicas e sociais a ele dadas, em vez
de impor uma fórmula aprendida a um ambiente que talvez exija uma solução
completamente diversa. Não pretendo ensinar um dogma acabado, mas sim uma
atitude perante os problemas de nossa geração, uma atitude não preconcebida,
original e maleável.”
"Não há diferença fundamental entre o artesão e o artista... Mas todo artista deve
necessariamente possuir competência técnica. Aí reside sua verdadeira fonte de
inspiração criadora... Formaremos uma escola sem separação de gêneros que criam
barreiras entre o artesão e o artista. Manifesto Bauhaus - 1919 Walter Gropius
A solução para o problema da indústria seria o trabalhador conhecer todas as fases do trabalho
e perceber o seu próprio trabalho, no quadro geral. A metodologia de Gropius visava levar a
questão formal para o campo da atividade produtiva. O trabalho artístico não teria por
finalidade inventar uma forma, mas sim modificar através dessa forma o curso da vida cotidiana.
Morris havia dito “arte do povo para o povo”. Gropius deu um sentido prático a essa frase
teórica.
O processo de ensino era baseado principalmente no equilíbrio entre
teoria e prática, arte e artesanato
As aulas eram sempre conduzidas por um artista (imaginação) e um artesão (técnica).
Segundo Gropius, ainda não haviam profissionais capacitados para atender as duas áreas.
“Uma nova geração tinha que ser treinada primeiro, de forma a poder aliar os dois talentos.”
A principal tarefa das belas artes era embelezar edifícios, separando os artistas que não
se interessavam pelo edifício como um todo dos outros profissionais, envolvidos na
construção, arquitetos ou engenheiros. Gropius acreditava que o artista poderia ser
resgatado para a sociedade apenas pelo esforço cooperativo dos artesãos. Arquitetos,
designers, escultores e pintores deveriam entender o caráter de todas as criações, tanto
como uma unidade como em suas partes separadas. Apenas assim seu trabalho estaria
imbuído do espírito artístico perdido no início da era industrial.
Georg Muche
As antigas escolas de artes eram incapazes de realizar essa unidade e a proposta de
Gropius era justamente a união das belas artes às oficinas. O mundo do desenho e
da pintura, do designer e do artista deveria ser o mundo da construção e a Bauhaus
seria o local onde a unificação de todas as artes aplicadas aconteceria.
O jovem artista que começasse sua vida profissional aprendendo um ofício teria sua
habilidade aprimorada, podendo atingir a excelência no mundo da produção.
Gropius propôs uma educação dupla, com dois mestres, um de teoria e outro de
prática, permitindo que a nova geração se adequasse a todas as formas de trabalho
criativo, formando projetistas da nova civilização.
• Dar a ideia de vocação para um material ou técnica, e não para uma função na
sociedade;
Em resumo, a Bauhaus de Gropius tinha três aspirações principais: resgatar todas as artes
do isolamento em que elas se encontravam, encorajando os artistas e artesãos a
trabalharem juntos e trocarem suas habilidades; elevar todos os produtos produzidos
pelos artesãos ao mesmo nível dos produtos produzidos pelos artistas; e estabelecer uma
ligação direta com a indústria, para que o design então desenvolvido passasse da condição
de protótipo à de produto produzido em série.
Fase Expressionista 1919 a 1925 – Weimar
Walter Gropius
Nesse período de transição, a Bauhaus produziu duas casas modelos. Elas foram
construídas e mobiliadas em grande parte pelos ateliês e oficinas da escola.
Gropius e Meyer projetaram a Casa Sommerfeld, construída entre 1920 -21, e Muche e
Meyer projetaram a Casa Experimental Bauhaus - Am Horn - para a Exposição Arte e
Tecnologia, da Bauhaus, em 1923.
A planta era inovadora, quase não havia corredores, os quartos estavam dispostos à volta
da sala maior: a sala de estar. A casa de banho podia ser alcançada a partir do quarto. A
cozinha e a sala de jantar estavam juntas, sendo a cozinha planejada exclusivamente como
local de cozinhar, enquanto a sala de jantar era suficientemente espaçosa para conter
uma mesa e 6 a 8 cadeiras. A cozinha foi a primeira cozinha moderna: com uma bancada
contínua à frente da janela, cadeiras que podiam ser encaixadas sob a mesa para poupar
espaço, e superfícies fáceis de limpar.
As opiniões sobre a casa experimental foram divergentes: seu exterior foi muito
criticado, enquanto a cozinha e demais dependências interiores foram melhor aceitas. A
crítica final considerou a casa como “importante e significativa” apesar das graves
deficiências, tais como o fato de que não havia um acesso direto à cozinha e aos quartos,
a não ser através de outras dependências.
Fase Formal 1925 a 1932 – Dessau
Walter Gropius
Hannes Meyer
Mies Van Der Rohe
Ameaçada de ser diluída pela forte oposição dos conservadores, a escola mudou-se para
Dessau. Lá, Gropius cria um prédio para abrigá-la que era, em si próprio, um manifesto da
arquitetura moderna, e um dos mais importantes do século XX.
A maior ligação entre arte e produção industrial teve-se com a mudança para Dessau em
1925. No complexo de edifícios projetados por Gropius podemos ver as principais
características Bauhaus:
Maçaneta da porta
Jogo de Hartwig
“Ao assumir a escola, em setembro de 1930, Mies declarou que os estatutos anteriores da
escola eram ineficazes, implementando uma nova ordem.
O novo diretor obrigou os 170 alunos a passarem por um processo de readmissão,
expulsou cinco alunos estrangeiros fiéis a Meyer, excluiu os representantes dos alunos do
Conselho de Mestres, mandou que os alunos-residentes deixassem os 26 apartamentos-
estúdio imediatamente, proibiu qualquer atividade política e proibiu até que se fumasse
na escola. Os novos estatutos entraram em vigor em 21 de outubro de 1930 e a autoridade
estava nas mãos de Mies.
Mies transformou a Bauhaus em uma escola de arquitetura com a intenção de salvá-la dos
ataques nazistas que consideravam a escola “judaica e oriental”, e pressionavam seus
alunos e professores a deixá-la, acusando seus trabalhos de decadentes.
Os subsídios à escola foram cortados pela metade nos anos de 1930 e 1931, devido às
pressões políticas dos nacional-socialistas. A Bauhaus foi obrigada a sobreviver da renda
proveniente das taxas das licenças pagas pelas empresas que fabricavam os produtos
desenvolvidos pela escola. A Bauhaus chegou a comprar novos modelos dos seus alunos
para garantir ganhos futuros.
Em 1932, com a chegada dos nazistas em Dessau, a escola foi transferida para Berlim, onde
fechou oficialmente em 1933. Mas o estilo Bauhaus já havia se difundido pelo mundo, essa
difusão tornou-se ainda maior quando os mestres da escola , devido a perseguições
nazistas, migraram para os EUA e Inglaterra.”
Giulio Carlo Argan
Características da Bauhaus:
• Trabalho em equipe;
• Vida comunitária;
• Unidade entre Teoria e Prática;
• Abertura à sociedade através de conferências, debates, etc;
• Preocupação de aliar a função ao homem;
• Exploração e desenvolvimento das diferentes áreas artísticas como por exemplo:
▫ Pintura
▫ Design
▫ Arquitetura
▫ Escultura
▫ Fotografia
▫ Publicidade
▫ Tipografia
Fator Estético e Funcional
• Peter Behrens
• Victor Bourgeois
• Le Corbusier e Pierre Jeanneret
• Josef Frank
• Walter Gropius
• Ludwig Mies van der Rohe
• Bruno Taut
• Max Taut
https://www.youtube.com/watch?v=CJosfblKMdE
https://mailab.biz/wp-content/uploads/WEISSENHOF_fold/Weissenhofsiedlung%20LIBRO%20MUSEO.pdf
O Deutscher Werkbund organizou essa exposição que hoje é um monumento à
arquitetura do século XX. No bairro Weissenhofsiedlung de Stuttgart foram construídos
vários prédios e núcleos habitacionais, para demonstrar a todo o mundo as virtudes da
arquitetura do Modernismo.
Pela primeira vez na história da arte, da arquitetura e do design, demonstrou-se aqui que
o objetivo não era produzir para as elites, mas para todos. Uma aspiração claramente
progressista, uma nova forma de trabalhar com metas humanas e sociais.
A Weissenhofsiedlung foi concebida como um bairro urbano onde as ruas davam acesso a
áreas verdes de acesso público e onde as casas formavam tipos habitacionais: unifamiliar,
isolado, geminado e em banda e blocos de apartamentos.
Os interiores são demonstrações de espaços flexíveis com partições móveis e em planta livre e
o mobiliário foi projetado de acordo com os novos programas e materiais.