Apostila III - DF Convi
Apostila III - DF Convi
Apostila III - DF Convi
APOSTILA III
DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA
DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR
Arts. 19 A 52-D.
É o direito a ter relação familiar e, especialmente, permanecer no meio a que
pertence. Garantia ao máximo de manutenção na família natural (Art. 19, § 3º, ECA) e
convivência ou manutenção na família extensa.
Lei nº 12.010/09, elegeu a família natural como prioridade (art. 1º, § 2º), entidade a
qual a criança e o adolescente devem permanecer, ressalvada a absoluta
impossibilidade, devendo existir decisão judicial fundamentada.
O Direito à Convivência Familiar reflete a importância de crianças e adolescentes
crescerem em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral, ou seja, que garanta
este e todos os demais direitos fundamentais.
Evita-se acolhimentos.
Caso não seja possível com a família natural -> família substituta.
Vide art. 19.
DEVERES DESTINADOS AOS PAIS: Sustento, guarda e educação dos filhos com
menos de 18 anos (art. 22) e mais os requisitos do art. 1.634, do CC.
SUSPENSÃO PERDA
Temporária Permanente
APADRINHAMENTO SOCIOAFETIVO
Trata-se de um programa. Artigo 19-B, incluído pela Lei nº. 13.509/17.
Afilhados: crianças e adolescentes em acolhimento institucional ou familiar.
Prioridade: para aqueles com possibilidades remotas de reintegração à família ou
colocação em família substituta pela modalidade da adoção.
Padrinhos: pessoas maiores de 18 anos não inscritas nos cadastros de adoção / ou
pessoas jurídicas (§§ 2º e 3º). Outros requisitos podem ser impostos pela equipe do
programa.
Objetivo: estabelecer vínculos externos ao acolhimento (§ 1º) - convivência
comunitária.
FAMÍLIA SUBSTITUTA
Família substituta é medida de proteção (art. 101, inciso IX, ECA). Trata-se de
qualquer outra pessoa que não os pais. Para colocação em família substitua independe
da situação jurídica da criança ou do adolescente (art. 28, ECA).
Família
natural
Impossibilidade de
manutenção
Colocação em família
substituta
GUARDA
Guarda é um instituto só! CC: pais (decorre do poder familiar) x Estatuto: terceiros
que não os pais; CC: especialmente para pais que não convivam sob o mesmo teto x
Estatuto: medida de proteção.
A guarda é um dever. Obriga a prestação de assistência material, moral e
educacional à criança ou adolescente, trazendo a relação de dependência (art. 33). O
guardião tem o direito de se opor a terceiros, inclusive os pais (art. 33).
Visa regularizar a posse de fato (§ 1º). Posse x Guarda.
Pode ser também deferida nos procedimentos de tutela e adoção liminar ou
incidentalmente, desde que não se trate de adoção internacional (§ 1º). Não é medida
indicatória de preparação para adoção. Não pressupõe, necessariamente, a destituição
ou suspensão do poder familiar. Não impede visita dos pais nem suspende dever de
prestar alimentos (§4º). Salvo decisão fundamentada ou quando houver preparação para
adoção.
A guarda não faz coisa julgada sob o aspecto material, ocorrendo trânsito em
julgado apenas sob o aspecto meramente formal (para encerrar os autos daquele
processo específico), podendo ser revista a qualquer tempo (art. 35).
Confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e
efeitos de direito, inclusive previdenciários (§ 3º).
TUTELA
A tutela resguarda os interesses de pessoa de até 18 anos incompletos, com o
intuito de proteger estes e os seus bens, em decorrência (arts. 28 e 36, § único, do
Estatuto e arts. 1.728 e 1.734, do Código Civil):
Do falecimento dos pais;
Por serem os pais julgados ausentes;
Ou em caso de os pais estarem suspensos ou decaírem do poder familiar.
Se o juiz não nomear tutor, serão incluídos em serviços de colocação familiar (art.
1.734, CC).
ADOÇÃO
CONCEITO
Arts. 39 ao 52-D, do ECA.
No sentido formal, trata-se de modalidade de medida de proteção para colocação
de criança ou adolescente em família substituta (art. 101, inc. IX, do Estatuto), gerando
vínculos jurídicos de filiação. Além do sentido formal, a adoção possui cunho moral na
garantia de direitos. É uma das formas de criança ou adolescente ter garantido o Direito
à Convivência Familiar, tornando-se membro da nova família, tornando-se filho(a) para
todos fins.
É a mais completa das modalidades de família substituta: concede o poder familiar,
enquanto as demais limitam-se a conceder ao responsável alguns dos atributos do poder
familiar.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
EXCEPCIONAL: apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança
ou adolescente na família natural ou extensa (art. 39, §1º);
IRREVOGÁVEL: atribui a condição de filho, com os mesmos direitos e deveres,
inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes de origem,
ressalvando apenas os impedimentos matrimoniais (arts. 39, §1º e 41);
PERSONALÍSSIMA: vedada a adoção por procuração (art. 39, §2º);
FORMAL: o vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial (art. 47).
Pessoas + Diferença de
maiores de 18 idade mínima de 16
anos anos (art. 42, §3º)
QUEM Pessoas solteiras
PODE Adoção
ADOTAR individual
(art. 42) Pessoas casadas ou
conviventes
Independente
do Estado Pessoas casadas ou
Civil conviventes (art. 42, O estágio de convivência
§ 2º) ter se iniciado na
constância do casamento
Adoção Pessoas ou da união estável
conjunta divorciadas,
separadas
judicialmente ou Haver acordo sobre
guarda e convivência
ex-companheiros
(art. 42, § 4º) Existência de vínculos de
afinidade e afetividade
entre o adotando e quem
não ficará com a guarda
IMPEDIDOS DE ADOTAR
Ascendentes do adotando
IMPEDIDOS DE ADOTAR (art.
42, § 1º)
Irmãos do adotando
Participantes do programa
IMPOSSIBILIDADE
de apadrinhamento
TEMPORÁRIA
socioafetivo (art. 19-B, § 1º)
ENTREGA VOLUNTÁRIA
Procedimento caso a gestante ou mãe manifeste interesse de entregar o filho à
adoção (art. 19-A,ECA) – antes ou logo após o nascimento.
Encaminhamento Encaminhamento da gestante
Oitiva por equipe ou mãe, com sua expressa
da gestante ou
interprofissional, concordância, à rede pública
mãe à Justiça da de saúde e assistência social
que apresentará
Infância e para atendimento
relatório ao Juiz
Juventude especializado
MODALIDADES DE ADOÇÃO
NACIONAL: É aquela na qual o pretendente à adoção possui residência habitual
em um país e deseja adotar criança ou adolescente que está no cadastro nacional de
adoção do mesmo país.
INTERNACIONAL: Aquela na qual o pretendente possui residência habitual em um
país e deseja adotar criança ou adolescente em outro (art. 51 – obs.: o Estatuto se reporta
à adoção de países-partes da Convenção).
ADOÇÃO NACIONAL
ESTÁGIO DE CONVIVÊNCIA
Período de adaptação entre adotando e adotante, avaliação da compatibilidade,
devidamente acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância
e da Juventude (art. 46, § 4º e art. 167, caput).
O adotando é entregue através de termo de responsabilidade (art. 167, § único) ou
guarda.
Em regra: o estágio é obrigatório. Exceção: pode ser dispensado se o adotando já
estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja
possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo (art. 46, §§ 1º e 2º).
Nacional
ADOÇÃO INTERNACIONAL
Como se dão os cadastros?
CADASTRO DE PRETENDENTES: O cadastro dos pretendentes residentes fora
do pais é separado do cadastro dos nacionais. O cadastro dos internacionais é subsidiário
e que somente serão consultados na inexistência de postulantes nacionais habilitados
nos cadastros (art. 50, § 6º).
CADASTRO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DISPONÍVEIS: Verificada a
ausência de pretendentes habilitados residentes no país com perfil compatível e interesse
manifesto pela adoção de criança ou adolescente inscrito nos cadastros existentes, será
realizado o encaminhamento da criança ou adolescente à adoção internacional (art. 50,
§ 10 e art. 51, § 1º).
Atenção: Adolescente deve ser consultado. Não cabe guarda. Antes de transitada
em julgado a decisão que concedeu a adoção internacional, não poderá sair o adotando
do território nacional (art. 52, § 8°, ECA).
VERONESE, Josiane Rose Petry; ROSSATO, Luciano Alves; LÉPORE, Paulo Eduardo. Estatuto da
criança e do adolescente: 25 anos de desafios e conquistas. São Paulo: Saraiva, 2015.
VERONESE, Josiane Rose Petry; VERONESE, Valdemar P. da Luz (Coord.). Direito da criança e do
adolescente, v. 5. Florianópolis: OAB/SC Editora, 2006. P. 9-10.