ASTAXANTINA
ASTAXANTINA
ASTAXANTINA
SETOR DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE
BIOPROCESSOS E BIOTECNOLOGIA
VANESSA GHIGGI
CURITIBA
2007
VANESSA GHIGGI
CURITIBA
2007
AGRADECIMENTOS
“...Cada pessoa que passa em nossa vida é única. Sempre deixa um pouco de
si e leva um pouco de nós...”. Ao professor orientador Dr. Julio César de
Carvalho, que dedicou seu tempo, compartilhou experiências, soube ser
orientador e amigo, minha homenagem e gratidão.
Minha Gratidão também àqueles que repartiram os seus conhecimentos,
ensinando a arte de construir um hoje comprometido com o amanhã... Obrigada
a toda equipe de professores do PPGBIOTEC.
“...Existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples fato
de terem cruzado o nosso caminho...”. Minha gratidão aos amigos e colegas do
PPGBiotec, em especial Larissa e Luciana e a Profa Kazuko (PUC-PR) que
sempre me impulsionaram e me acolheram com muito carinho e amizade.
“...O destino nos apresenta outros amigos, que não sabiam que iam cruzar o
nosso caminho e que foram muito importantes ...”. A toda equipe da Ouro Fino
Microalgas, em especial Camila Suarez e João Marcus Uratani e da IMCOPA
(Susan e Adriana) pelo convívio, amizade, companheirismo.
“...Alguns amigos dão brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios, pulos
aos nossos pés e sentido à nossa vida...”., agradeço ao meu namorado,
Marcelo, pelo seu incentivo, as suas palavras, companhia e compreensão.
Ghandi
RESUMO
The microalga H. pluvialis, a potential source of astaxanthin, has been widely studied
in recent years because of its high intracellular pigment content, produced under
conditions of stress. Due to its attractive orange color and biological function as
antioxidant, astaxanthin has been used as a dietary supplement, food colorant and
as a pigment source in aquaculture.
We studied the culture conditions for biomass production and the factors responsible
for astaxanthin production induction, with the aim of optimizing the vegetative growth
and production of pigment. The physiological effects of different culture media, pHs,
salinities and light intensity were investigated, besides chemical extraction conditions
and astaxanthin stability. The best vegetative growth was observed on SAG medium
under light intensity of 2.7 klux and pH controlled at 7.0.
Several factors promoting astaxanthin formation in grown cultures have been
suggested. In our studies, the carotenogenesis was positively influenced by the
increase of light intensity (7.0 klux) and the salt concentration was beneficial up to
0.7% NaCl. The Sedmak et al. (1991) method of astaxanthin chemical extraction was
efficient for H. pluvialis cysts, and the best results of chemical extraction and stability
were obtained with the mixture of solvents dichloromethane:methanol (25:75, v/v)
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 9
1.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 10
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 11
1.3 SIGNIFICADO E IMPACTO DO ESTUDO ..................................................... 11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 12
2.1 CORANTES ................................................................................................... 12
2.2 LEGISLAÇAO NACIONAL E INTERNACIONAL DE CORANTES ................. 14
2.3 CAROTENÓIDES .......................................................................................... 17
2.4 ASTAXANTINA ............................................................................................... 19
2.4.1 Interesse Comercial da Astaxantina ............................................................ 22
2.4.2 Astaxantina Natural x Astaxantina Sintética ................................................ 25
2.5 MICRORGANISMOS PRODUTORES DE ASTAXANTINA................... ......... 27
2.5.1 Xanthophyllomyces dendrorhous ............................................................... 29
2.5.2 Haematococcus pluvialis ............................................................................. 33
2.5.2.1 Cepas comumente utilizadas ................................................................... 38
2.5.2.2 Meio de Cultivo de Haematococcus pluvialis .......................................... 39
2.5.2.3 Condições de Cultivo do Haematococcus pluvialis ................................. 48
2.5.2.4 Recuperação e Purificação do Pigmento Astaxantina ............................. 55
3 MATERIAIS E METODOS ............................................................................... 63
3.1 MICRORGANISMO ...................................................................................... 63
3.2 MEIOS DE CULTURA ................................................................................... 63
3.2.1 Meios de Cultivo para Haematococcus pluvialis SAG 34-1b ...................... 63
3.2.2 Meio de Manutenção para Haematococcus pluvialis SAG 34-1b ............... 65
3.3 CONDIÇÕES DE CULTIVO ........................................................................... 65
3.4 MÉTODOS ANALÍTICOS ............................................................................... 69
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 73
4.1 ESTUDO FISIO-MORFOLÓGICO .................................................................. 73
4.2 CINÉTICA DE CRESCIMENTO EM DIFERENTES MEIOS DE CULTIVO..... 77
4.3 CINÉTICA DE CRESCIMENTO COM DIFERENTES INTENSIDADES
DE LUZ ................................................................................................................. 81
4.4 COMPARAÇÃO DAS TÉCNICAS DE DETERMINAÇÃO DE BIOMASSA ..... 83
4.5 ANÁLISE DA INFLUENCIA DE DIFERENTES pHs INICIAIS ....................... 84
4.6 ANÁLISE DA INFLUENCIA DE DIFERENTES pHs CONTROLADOS .......... 87
4.7 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL COM DIFERENTES pHs E
SALINIDADES ..................................................................................................... 89
4.8 CINÉTICA DE CRESCIMENTO COM DIFERENTES LEDS E INFLUENCIA
SOBRE A PRODUÇÃO DE ASTAXANTINA. ....................................................... 95
4.9 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL COM DIFERENTES SALINIDADES E
INTENSIDADES DE LUZ....................................................................................... 98
4.10 TESTE DE SENSIBILIDADE A ANTIBIÓTICOS ............................................ 102
4.11 ANÁLISE DE MÉTODO QUÍMICO DE EXTRAÇÃO DA
ASTAXANTINA ..................................................................................................... 102
4.12 COMPARAÇÃO ENTRE SOLVENTES EXTRATORES ............................... 104
4.13 ALTERAÇÕES NO MÉTODO DE EXTRAÇÃO QUÍMICA .......................... 105
5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 107
6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................... 108
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 109
9
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 CORANTES
27%
42%
11%
20%
TABELA 1 - Corantes permitidos na União Européia para uso em alimentos, segundo a Directiva
94/36/EC (EUROPEAN COMMISSION, 2006):
TABELA 2 - Corantes de uso permitido em alimentos e bebidas pela legislação vigente no Brasil:
Corantes naturais:
Açafrão Clorofila, clorofila cúprica, Urzela:
Ácido carmínico sal de amônio de clorifilina Orceína, orceína sulfonada
Antocianinas cúprica, sal de potássio de Páprica
Cacau clorofilina cúprica, Riboflavina
Carmin sal de sódio de clorofilina Urucum
Carvão vegetal cúprica. Vermelho de beterraba
Carotenóides: Choconilha Xantofilas: cantaxantina,
α, β e γ-caroteno, bixina, Cúrcuma, Curcumina luteína, flavoxantina,
norbixina, capsantina, Hemoglobina criptoxantina, rodoxantina,
capsorubina, licopeno Índigo rubixantina, violaxantina.
Corantes sintéticos idênticos aos naturais:
β -caroteno Riboflavina Xantofilas: Cantaxantina,
Beta-apo-8'-carotenal Riboflavina-5-(Fosfato de luteína, flavoxantina,
Éster etílico do ácido sódio) criptoxantina, rodoxantina,
Beta-apo-8'-carotenóico rubixantina, violaxantina.
Corante caramelo:
Caramelos
Corantes inorgânicos:
Alumínio Dióxido de titânio Ouro
Carbonato de cálcio Óxidos e hidróxidos de ferro Prata
Corantes artificiais:
Amarelo Crepúsculo FCF Eritrosina Tartrazina
Azul brilhante FCF Indigotina Vermelho
Bordeaux S ou amaranto Ponceau 4R
Fonte: ANVISA (1988)
2.3 CAROTENÓIDES
Absorbância
2
1,8
1,6
1,4
1,2
0.8
0.6
0.4
0.2
0
350 370 390 410 430 450 470 490 510 530 550
Comprimento de Onda (nm)
FIGURA 2: Espectro de absorção dos carotenóides: astaxantina, β-caroteno e cantaxantina
(Adaptado de FONTANA, 2007).
Carotenos
Xantofilas
2.4 ASTAXANTINA
3S, 3`S
3R, 3`R
Síntese Química
Carophyll pink ®Lucantin Pink®
Síntese Biotecnológica
Haematococus pluvialis
Aquasand ®
Carophyll red and yellow ®
Síntese Biotecnológica
X. dendrorhous: Natuphill pink®
Síntese Biotecnológica
X. dendrorhous: Astanat®
Salmonídeos ~5
Plânctons ~ 60
Eufasídeos ~ 120
Camarões árticos ~ 1200
Xanthophyllomyces dendrorhous ~ 8000
Haematococcus pluvialis ~ 40,000
que todas as cepas desta levedura poderiam ser designadas X. dendrorhous, Fell et
al., (1999) observaram que este grupo de leveduras é muito mais complexo e que
provavelmente existem várias linhagens filogenéticas (FELL et al., 1999).
A figura 7 mostra a morfologia do X. dendrorhous em estado imperfeito ou
assexuado (chamado Phaffia rhodozyma). Esta levedura reproduz-se
assexuadamente em ótimas condições de crescimento enquanto, em condições
desfavoráveis (limitação de nitrogênio, baixas temperaturas, presença de poliálcoois
e deficiência de água) estimula a reprodução sexuada (estado teleomorfo ou
perfeito, chamado X. dendrorhous) figura 8 (CARLOS e JOHNSON, 2004).
naturais, alguns de elevado valor comercial (HENRIQUES et al., 1998). Além disso,
cultivos de algas são um meio de seqüestrar dióxido de carbono, purificação de
efluentes e produção de biocombustível (LORENZ e CYSEWSKI, 2000; DONG e
ZHAO, 2004).
Há mais de 10 mil espécies de microalgas reconhecidas, porém, poucas são
comercialmente cultivadas: as principais são Spirulina, Chorella, Dunaliella e
Haematococcus (DONG e ZHAO, 2004). As duas primeiras espécies são usadas
para suplementação alimentar, enquanto as duas últimas pelo seu conteúdo
pigmentar, betacaroteno e astaxantina (OLAIZOLA, 2003). Como resultado do alto
custo de produção, os produtos comerciais obtidos a partir de microalgas podem
chegar a altos preços (LORENZ e CYSEWSKI, 2000).
A microalga Haematococcus pluvialis tem recebido aumentado interesse
como uma fonte promissora para produção de astaxantina (SUH et al., 2006,
GARCIA-MALEA et al., 2006). O cultivo de H. pluvialis, tanto em laboratório quanto
em escala comercial, tem recebido muita atenção (CIFUENTES et al., 2003). A
produção comercial de astaxantina utilizando microalgas está obtendo sucesso em
algumas indústrias (LORENZ e CYSEWSKI, 2000) destacando-se, neste campo, a
microalga Haematococcus pluvialis, devido seu elevado poder carotenogênico.
O Haematococcus pluvialis é uma microalga verde (Chlorophyta), móvel,
unicelular, fotossintética e capaz de sintetizar e acumular o pigmento astaxantina em
resposta às condições ambientais (DONG e ZHAO, 2004). Seu habitat natural
característico são cavidades rochosas periodicamente preenchidas com água da
chuva. Este habitat natural é típico em banhos de pássaros, outros ornamentos de
jardim e recipientes contendo água da chuva (Figuras 10 e 11). Pode ser encontrada
também em piscinas rochosas, mas é pouco tolerante a altas salinidades.
Ocasionalmente, o H. pluvialis aparece em grande quantidade em rios ou às
margens de lagos, quando a seca expõe grandes áreas de rochas ricas em fissuras
(CANTER-LUND e LUND, 1995).
Esta alga, tanto em seu habitat natural ou artificial muitas vezes tem que
resistir a variáveis e freqüentes condições ambientais extremas (CANTER-LUND e
LUND, 1995). Quando as condições ambientais tornam-se adversas, como escassez
de nutrientes, ou as piscinas rochosas começam a secar e aumenta a exposição à
radiação solar, o H. pluvialis entra em fase de resistência com formação de cistos,
que o permite sobreviver por longos períodos, até que as condições voltem a ser
35
FIGURA 10: Banho de pássaros seco apresentando FIGURA 11: Banho de pássaros contendo
coloração por cistos de Haematococcus, no Reino Unido cistos de H. pluvialis. (Fonte: The Freshwater
(CANTER-LUND e LUND, 1995). Algal Flora of the British Isles ,2002)
FIGURA 12: (a) Crescimento vegetativo das células de H. pluvialis; (b) células de haematocistos.
(LORENZ e CYSEWSKI, 2000).
TABELA 6 - Composição dos meios de cultura autotróficos, heterotróficos e mixotróficos (mg/L de meio).
Componentes M1 Basal F1 BG- Hong M6 BBM Z8 KM1 MM1 MM2 OHM
11 Kong
CaCl2 . 2H2O 184 25 9,78 36 73 3676 25 - 20 20 20 110
Acetato de Sódio - - - - - - - - 1986 1986 1986 -
L-asparagina - - - - - - - - 405 - 405 -
Extrato de levedura - - - - - - - - 2000 - - -
FeCl3 - - - - - - - 16 - - - -
KNO3 500 10 410 - 300 - - - - - - 410
NaNO3 - - - 1500 - - 249 - - 466 - -
Na2HPO4 - - 30 - 30 1500 - - - - - 30
NaH2PO4 195 - - - 35,5 1778 - - - - - -
H3PO4 0.12 - - - - 12,37 - - - - - -
K2HPO4 - 75 - 40 - - 75 31 - 74 74 -
KH2PO4 - 175 - - - - 175 - - 175 175 -
NaCl - 2513 - - - - 25 - - - - -
KOH - 30,85 - - - - - - - - - -
H2SO4 - 0,99 - - - - - - - - - -
C6H5FeO7. 5H2O - - 2,21 - - - - - - - - -
FeSO4 .7H2O 20.9 4,976 - - 8,3 417 5 - 10 10 10 -
3
Fe citrato . H2O - - - - - - - - - - - 2,62
MgSO4.7H2O 61,6 4 16,41 75 24,6 1231 75 24 - - - 246
ZnSO4 0,72 0,0088 - - 0,014 71,89 - - - - - -
CuSO4.5H2O 0,62 1572 0,008 0,079 0,012 62,42 - - - - - 0,012
Na2MoO4. 2H2O 0,07 - 0,08 0,39 0,001 7,26 - - - - - 0,12
CoCl2. 2H2O 0,05 - 0,0078 - 0,0005 4,67 - - - - - 0,011
H3BO3 - 10.95 - 2,86 0,003 - - - - - - -
Cr2O3 - - 0,05 - - - - - - - - 0,075
SeO2 - - 0,036 - - - - - - - - 0,005
EDTA Na. 18600 49,34 - 1 6,7 372 45 30 - 45 45 -
Na2CO3 - - - 20 - - - 21 - - - -
NH4Fe(C6H5O7) - - - 6 - - - - - - - -
MnCl2 . 6 H2O - 1,445 0,66 1,81 - - - - 200 - - 0,98
ZnSO4.7H2O - - - 0,222 - - - - - - - -
Co(NO3)2. 6H2O - 0,389 - 0,049 - - - - - - - -
MnSO4. 7H2O 0,72 - - - 0,001 84,51 - - - - - -
Ca(NO3)2. 4H2O - 15 - - - - - 168 - - - -
Biotina - - - - - - - - - - - 25 μg/L
Tiamina - - - - - - - - - - - 17 μg/L
Vitamina B12 - - - - - - - - - - - 15 μg/L
Elementos traço* - - - - - - + + - + + -
* Os elementos traço consistem em sais de cobalto, cobre, molibdênio, níquel, iodeto a 0.05µM; tungstênio,
vanádio, cromo a 0.01 µM, zinco a 0.1 µM e manganês a 1,0 µM , segundo Renstrom et al., (1981).
Fonte: Adaptado de KAEWPINTONG et al., (2006), TRIPATHI et al., (1999), DONG e ZHAO (2004) e
FABREGAS et al., (2001).
40
Fontes de Carbono
Uma vez que as microalgas são microrganismos fotossintéticos, são capazes
de absorver e utilizar CO2 como a principal fonte de carbono no processo de
crescimento, podendo tolerar até 12% de CO2 a temperatura de 35ºC (DONG e
ZHAO, 2004). Porém, ao contrário de outras algas, o H. pluvialis pode utilizar
também algumas fontes de carbono orgânicas em pequena quantidade (DONG e
ZHAO, 2004). Como é o caso do acetato que tem sido frequentemente usado e/ou
testado como fonte orgânica complementar em alguns trabalhos (KOBAYASHI et al.,
2001; OROSA et al., 2005; HARKER et al., 1996; CIFUENTES et al., 2003, GONG e
CHEN, 1998).
O acetato parece ser importante fonte de carbono, melhorando crescimento e
carotenogênese, uma vez que, promove o encistamento celular e melhora a
formação de astaxantina (OROSA et al., 2005, HARKER et al., 1996; BOROWITZKA
et al., 1991; KOBAYASHI et al., 1993). Jeon et al. (2006) observou que um nível
próprio de acetato pode melhorar a produtividade volumétrica de biomassa de H.
pluvialis quando a luz é simultaneamente suprida. Assim, o acetato poderia
promover o crescimento celular, mas a concentração de acetato seria controlada
num nível apropriado para evitar inibição pelo mesmo. Quando acetato foi
suplementado mais que 50 mM, a cor das células desapareceu e estas depois
morreram. No entanto, aproximadamente 30 mM de acetato não causou
branqueamento celular e ainda ajudou as células a manterem o estado vegetativo
sob baixa intensidade de luz.
42
Fontes de Nitrogênio
Segundo Harker et al. (1996) variando a concentração de nitrato do meio a
alga poderia ser manipulada com relação tanto ao crescimento quanto à formação
de astaxantina. O principal problema da deficiência de nitrogênio é a redução da
velocidade de crescimento (OROSA et al., 2005).
43
• Deficiência de Nitrogênio
Alguns pesquisadores (OROSA et al., 2005; HAGEN et al.., 1993) têm
relatado que a exposição a meios deficientes em nitrogênio tem sido uma condição
eficiente para aumento do acúmulo de astaxantina no H. pluvialis.
Sarada et al. (2002) testaram a influência da fonte de nitrogênio (Ca(NO3)2,
KNO3, NH4NO3 e NaNO3) na produção de astaxantina e observaram que o conteúdo
de carotenóide total e produtividade de astaxantina foi maior nas culturas que
cresceram em meio com nitrato de sódio e menor em nitrato de amônio e potássio.
Observou-se um aumento (3x) significante na produtividade de astaxantina em
culturas com nitrato de cálcio comparado com outros meios com nitrato, sugerindo a
possível influência das condições de cultura na produção de astaxantina por stress
induzido.
Orosa et al. (2005), testou diferentes concentrações de NaNO3 (0, 0.15, 0.25,
0.5, 0.75 e 1g/L) para determinar as condições ótimas para a produção de
astaxantina e relataram que a concentração ótima de nitrato para obter astaxantina e
evitar a inibição da divisão celular foi 0.15g/L NaNO3. Orosa et al. (2005) relatou
ainda que em presença de nitrato no meio a relação entre a quantidade de clorofila e
de carotenóide foi maior que 4, no entanto esta relação decaiu sob deficiência de
nitrogênio. Em meio sem nitrogênio este decréscimo foi observado logo no primeiro
dia e nas culturas com 0.15 e 0.25 g/L NaNO3 o decréscimo ocorreu após o 9º e 11º
dia, respectivamente.
Segundo Orosa et al. (2005) a deficiência de nitrogênio é uma forma efetiva
de melhorar o acúmulo de astaxantina em Haematococcus, mas a densidade celular
é baixa devido à inibição da divisão celular. Uma solução para este problema seria o
uso de baixa concentração de nitrato, assim, em poucos dias o nitrato presente no
meio seria exausto, mas permitindo obter uma maior densidade celular (OROSA et
al., 2005). Segundo Orosa et al. (2005) a síntese de astaxantina requer nitrogênio
refletindo a necessidade de síntese contínua de proteína com o objetivo de suportar
o acúmulo massivo de pigmento.
relativa de cistos, de 0.42% (cultura controle) para 8.7% (cultura com12nM acetato)
a 35 µmol fótons. m-2.s-1. Um menor aumento de cistos foi obtido a 85 µmol fótons.
m-2.s-1, de 1,9% (cultura controle) para 3.0% (cultura com 12mM acetato).
Orosa et al. (2005), estudou a formação de carotenóide em H. pluvialis sobre
diferentes concentrações de acetato (0%, 0.25%, 0.5%, 1% e 2% p/v) e também
usando outra fonte de carbono (malonato), nas mesmas concentrações, com o
objetivo de encontrar a concentração ótima para o máximo acúmulo de astaxantina.
Com a suplementação de acetato nas culturas, o H. pluvialis foi induzido a formar
cistos celulares, o qual foi associado com um aumento concomitante no conteúdo de
astaxantina na célula. O acetato também afetou a quantidade de clorofila presente.
O máximo conteúdo de clorofila por célula foi detectado nas culturas sem acetato no
meio. O acetato melhorou o acúmulo de carotenóides totais celular com valores 3
vezes maior que em culturas autotróficas. No entanto, o maior acúmulo ocorreu nas
culturas com 2% de acetato o qual apresentou inibição do crescimento
acompanhado por encistamento celular. As análises em HPLC mostraram que
acetato induziu principalmente o acúmulo de ésteres de astaxantina (quase 90% dos
carotenóides totais) e redução dos carotenóides primários, sendo que a quantidade
de luteína por célula foi mais que 5 vezes menor nas culturas com 2% de acetato
que nas culturas controle. Logo, o efeito do acetato foi dependente da concentração,
maiores concentrações inibiram o crescimento, mas aumentaram consideravelmente
o conteúdo de astaxantina por célula. O mesmo efeito foi observado com as culturas
com malonato, onde as células acumularam mais astaxantina em menos tempo que
nas culturas sem este composto ou ainda nas culturas com acetato. A quantidade de
astaxantina por célula já na menor concentração de malonato testada foi pelo menos
duas vezes maior que nas culturas controle.
• Adição de ferro
Kobayashi et al. (1993) desenvolveram um meio rico em Fe2+, com acetato
como fonte de carbono para melhorar a produção de astaxantina. Neste meio de
crescimento heterotrófico, uma mudança rápida na morfologia, formando-se cistos,
foi observada após 6 dias de cultivo (KOBAYASHI et al., 1993) o que levaria várias
semanas sob condições autotróficas (BOROWITZKA et al., 1991). Além da formação
de cisto, a produção de astaxantina teve melhor resultado pela adição de acetato e
Fe2+ que pela adição de acetato sozinho. A melhora na carotenogênese pela Fe2+ foi
46
Quanto ao fotobioreator
Tanto no estado de crescimento vegetativo, quanto de encistamento é
possível usar-se com sucesso inúmeros modelos de bioreatores (tanque agitado,
coluna de bolhas e bioreator airlift, bioreator tubular, sistema de bolsas, etc.)
(BOUSSIBA et al., 2000; KIN et al., 2006), mas basicamente dividem-se em
sistemas aberto ou fechado. As vantagens e desvantagens de alguns
fotobioreatores são relatados por algumas empresas e autores. Na Suíça,
fotobioreatores completamente fechados (com luz artificial) estão sendo usados para
a produção comercial de astaxantina; no Havaí, uma combinação de fotobioreatores
fechados e tanques de cultura abertos estão sendo usados com êxito para
produção, em larga escala, de H. pluvialis (LORENZ e CYSEWSKI, 2000).
No cultivo de células fotossintéticas, o design dos fotobioreatores para uma
iluminação efetiva é essencial para reduzir o custo de produção. Enquanto a luz
solar é a fonte de luz mais barata disponível, sua intensidade não é constante e
varia durante o dia e a região, e a intensidade de energia é limitada (KATSUDA et
al., 2004). Para alcançar condições de cultivo controladas e alta produtividade, um
mecanismo de iluminação elétrica com alta eficiência e que emite luz com efeito
fisiológico favorável nas células fotossintéticas devem ser usadas em sistemas de
fotobioreatores (KATSUDA et al., 2004).
Devido à baixa velocidade de crescimento, suscetibilidade a contaminação e
preferência por baixa temperatura de crescimento (HARKER et al., 1996), o cultivo
49
aberto (“outdoor”) tem sido geralmente mal sucedido (KAEWPINTONG et al., 2006),
no entanto, segundo Boussiba et al. (2000) é o sistema mais econômico e mais
utilizado por grandes produtoras de astaxantina por H. pluvialis.
Segundo Garcia-Malea et al. (2006) o uso de acetato de sódio aumenta os
riscos de contaminação e normalmente obriga que a produção seja realizada em
modo descontínuo, levando a baixos rendimentos. Com o objetivo de aumentar o
rendimento da produção de astaxantina, a produtividade de células verdes no
primeiro passo de produção deveria ser realizada continuamente em fotobioreatores
abertos (outdoor) sob condições autotróficas. Garcia-Malea et al., 2006 realizaram
cultivo sob saturação de nitrato e os resultados mostraram que a produção contínua
autotrófica de células vegetativas é possível. Observaram que a produção de células
verdes de H. pluvialis sob condições autotróficas outdoor é possível com velocidade
de crescimento e produtividade substancialmente maiores que as observadas em
condições heterotróficas e mixotróficas. A ausência de fontes orgânicas de carbono
permitiram com que a cultura opere por um longo período de tempo sem
contaminação, ainda que a esterilização do meio de cultura seja realizada apenas
por filtração como é o caso dos fotobioreatores abertos. Além disso, a alta irradiação
na superfície do reator ao meio-dia não danificou drasticamente as células. A alta
produtividade de biomassa e não indução de produção de astaxantina na cultura
contínua realizada por Garcia-Malea et al. (2006) foi devida à manutenção de
suprimento de nitrato suficiente para evitar a limitação de nitrogênio durante o
experimento.
FIGURA 14: Fotobioreator fechado com estruturas tubulares cilíndricas e transparentes (Fishace Ecological
Engineering, 2007).
52
Quanto ao pH do meio
O pH para cultivo de H. pluvialis tem sido em torno de, pH 6.5±0.5 (SUH et al.,
2006; KIM et al., 2006; CIFUENTES et al., 2003; HARKER et al., 1996; KOBAYASHI
et al., 1993; OROSA et al., 2005).
A influência do pH no crescimento vegetativo do H. pluvialis foi determinada
por Sarada et al., 2002 em meio basal com pH ajustado em 5.0, 6.0, 7.0, 8.0 e 9.0, a
temperatura e intensidade de luz constantes e observaram maior contagem celular
em pH 7.0, menor contagem celular em pH 9.0, não havendo crescimento em pH
5.0.
Quanto à iluminação
A produção de células vegetativas verdes do H. pluvialis não tolera alta
irradiação e, logo, deve ser cultivada em condições de baixa intensidade de luz
(BOUSSIBA et al., 2000), no entanto este regime de pouca luz resulta em baixa
velocidade de crescimento requerendo a adição de fontes orgânicas de carbono
para melhorar ao crescimento (GARCIA-MALEA et al., 2006).
Segundo Boussiba et al. (2000) a intensidade de luz ótima para a fase de
crescimento celular está na faixa de 60-110 µmol fótons m-2s-1. Schoefs et al. (2001)
cultivou H. pluvialis em bioreator airlift com fluxo de fótons na superfície do bioreator
de aproximadamente 50 µmol fótons m-2s-1 e temperatura de cultivo constante em
20±1ºC, mantendo a cultura em alta e constante taxa de divisão celular. Por outro
lado, Kaewpintong et al. (2006) relataram que a ótima intensidade de luz para
crescimento de H. pluvialis foi de 20 µmol fótons m-2s-1.
Kaewpintong et al. (2006) testaram diferentes intensidades de luz na
superfície de um bioreator airlift e observaram aumento da densidade celular e da
velocidade específica de crescimento com o aumento da intensidade de luz até 20
µmol fótons m-2s-1 enquanto quando a intensidade da luz aumentou para 60 µmol
fótons m-2s1 não foi observado crescimento celular. Sob intensidade de luz menor
que 40 µmol fótons m-2s-1 quase todas as células estavam na forma vegetativa e em
intensidade acima de 50 µmol fótons m-2s-1 observou-se ausência de divisão celular.
Katsuda et al. (2004) estudou os efeitos do comprimento de onda no
crescimento celular do Haematococcus pluvialis sobre iluminação com LEDs
emitindo luz vermelha (λmax=625nm), verde (λmax=525nm), azul (λmax=470nm), azul-
violeta (λmax=410nm) e violeta (λmax=380nm) e lâmpada fluorescente e observaram
53
• pH do meio de cultura
Segundo Sarada et al. (2002) a produção de carotenóide é significantemente
afetada pelo pH do meio. A influência do pH na produção de astaxantina foi
determinada por esses autores através da indução de stress nutricional em meio
basal com diferentes pHs (5.0, 6.0, 7.0, 8.0 e 9.0), que levou a concentração de
pigmento (clorofila e carotenóide) alta em pH 7.0-8.0 e significantemente menor em
pH 6.0. No entanto, culturas que cresceram em pH 7.0 apresentaram maior
produção de astaxantina que aquelas que cresceram em pH 6.0, 8.0 e 9.0. Os
resultados indicaram que a resposta ao stress varia com o pH do meio e que pH 7.0
foi o melhor em termos de produção de astaxantina.
• Alta Temperatura
Segundo Boussiba et al. (2000) para o estado de encistamento o limite
máximo de temperatura poderia ser de até 35OC, enquanto o limite mínimo poderia
ser tão baixo quanto 2oC. Os melhores resultados foram obtidos quando a
temperatura foi mantida em 32oC.
Extração
Segundo Olaizola (2003), as revisões de diferentes técnicas de colheita
disponíveis para obtenção de microalgas, incluindo floculação, filtração,
centrifugação e flotação com ar têm indicado que a centrifugação é possivelmente a
técnica mais confiável e apenas ligeiramente mais cara que outras técnicas, em
escala industrial. A biomassa de H. pluvialis é comumente obtida em escala
laboratorial, por centrifugação (GUERIN et al., 2003; KIM et al., 2005; KATSUDA et
al., 2004; OROSA et al., 2006; KAMATH et al., 2005, MIAO et al., 2006).
Devido os haematocistos serem mais densos que a água a obtenção dos
haematocistos em escala industrial é facilmente realizada por sedimentação e
subseqüente centrifugação (BOUSSIBA et al., 2000, LORENZ e CYSEWSKI, 2000)
ou filtração a vácuo (BOUSSIBA et al., 2000). Segundo Olaizola (2003), no caso da
56
Análises
A análise de astaxantina tem sido realizada em experimentos laboratoriais por
HPLC com alta eficiência e sensibilidade (FABREGAS et al., 2001; SARADA et al.,
2002; CIFUENTES et al., 2003; SCHOEFS et al., 2001; GARCIA-MALEA et al.,
2006; OROSA et al., 2005; DONG e ZHAO, 2004) ou pela medida da absorbância
com espectrofotômetro (SARADA et al., 2002; SUH et al., 2006; KIM et al., 2005;
KAMATH et al., 2005; OROSA et al., 2005). A astaxantina tem sido determinada em
vários experimentos entre 474-480 nm (SARADA et al., 2002; OROSA et al., 2005;
CIFUENTES et al., 2003; SCHOEFS et al., 2001; KAMATH et al.., 2005;
KOBAYASHI et al., 1993; DONG e ZHAO, 2004) que é a faixa do máximo de
absorção da astaxantina (MIAO et al., 2006). Alguns autores têm utilizado o HPLC
equipado com detector PDA (matriz de fotodiodos) para a análise qualitativa e
quantitativa dos carotenóides (OROSA et al., 2005; BRINDA et al., 2004; KATSUDA
et al., 2004).
Diversas fases móveis para eluição têm sido usadas, por exemplo, solvente
isocrático consistindo de acetonitrila, metano e água (75:25:10) (SARADA et al.,
2002), ou a seqüência metanol 100%/acetonitrila:água (90:10)/ acetato de etila
100% (CORDERO et al., 1996), metanol puro (KATSUDA et al., 2004), etc.
Purificação
A complexidade da composição de pigmentos no extrato da alga faz com que
seja difícil separar todos os pigmentos numa única corrida cromatográfica, bem
59
como é difícil separar todos os ésteres de astaxantina (YUAN e CHEN, 1998; MIAO
et al., 2006). Segundo Yuan e Chen (1998), apesar de inúmeros métodos de HPLC
para separação de pigmento do H. pluvialis serem reportados, poucos são
apropriados para a separação simultânea de astaxantina, isômeros de astaxantina,
ésteres de astaxantina, outros carotenóides e clorofilas na alga.
• Saponificação
Segundo Yuan e Chen (2000) para a obtenção de astaxantina purificada a
partir de ésteres de astaxantina (presente em grande quantidade no H. pluvialis) é
necessário inicialmente fazer-se a saponificação do extrato para hidrólise dos
ésteres. O processo de saponificação descrito Yuan e Chen, 2000 por consiste
basicamente na hidrólise do extrato bruto de astaxantina com uma solução
previamente preparada de NaOH 0,107M dissolvido em metanol. O processo é
realizado sob atmosfera de nitrogênio e a seguir a mistura é evaporada e
concentrada sob nitrogênio e novamente adicionado NaOH e então é mantido 12
horas em banho de água, no escuro e sob nitrogênio.
Segundo Yuan e Chen (1999) alta temperatura favorece a hidrolise dos
ésteres de astaxantina mas também promove a degradação da astaxantina. Logo
com o objetivo de estudar o efeito da temperatura na hidrolise dos ésteres de
astaxantina e a na degradação da astaxantina durante a saponificação Yuan e Chen
(2000) monitoraram diferentes temperaturas (5, 10 e 15ºC) observando que a alta
temperatura (ex. 15ºC) a velocidade inicial de hidrólise é maior (8h), mas a
concentração final de astaxantina livre é menor, apresentando maior degradação,
enquanto em baixa temperatura (5ºC) a velocidade de hidrólise foi mais lenta, mas a
concentração final de astaxantina livre foi maior (94,3% de astaxantina livre após
12horas de saponificação).
A concentração da solução metanólica de NaOH é importante para promover
a hidrolise e minimizar a degradação da astaxantina durante esta etapa (YUAN e
CHEN, 1999). Yuan e Chen (2000) também avaliaram diferentes concentrações de
NaOH (0.018, 0.021, 0.026, 0.032 M) na reação a 5ºC e observou que a 0.021M foi a
concentração ótima para completa hidrólise após 12horas sem causar degradação
da trans-astaxantina a 5ºC. Com este método e saponificação ésteres de trans-
astaxantina no extrato de pigmento foi quase completamente hidrolisado e 94.4% de
60
• Separação
Após a saponificação o extrato passa pela etapa de separação. Yuan e Chen
(1998) descreveram um método de HPLC em gradiente de fase reversa usando uma
coluna semipreparativa 250x10mm Beckman Ultrasphere C18 (5μm) a 25ºC e a fase
móvel descrita na tabela 7, para separação dos ésteres de astaxantina e isômeros
de astaxantina a partir de extratos saponificados e insaponificados do pigmento em
Haematococcus pluvialis. Observou-se que em comparação com os ésteres de
astaxantina, a astaxantina e a luteína são pouco retidos por colunas C18
comercialmente disponíveis, sendo estes dificilmente separados, o que poderia ser
melhorado pelo ajuste da proporção de água, metanol e acetonitrila. Os resultados
mostraram que 4 tipos de isômeros de astaxantina e ésteres de astaxantina,
(3S,3`S)-trans-astaxantina, (3S,3`S)-9-cis-astaxantina, (3S,3`S)-13-cis-astaxantina,
(3R,3`R)-trans-astaxantina e seus ésteres foram separados e identificados. Ainda
estabeleceram um método cromatográfico de purificação para obtenção preparação
de trans-astaxantina natural a partir do extrato saponificado de H. pluvialis isolando
3.7mg de astaxantina de 1g de biomassa seca de H. pluvialis. A astaxantina
purificada continha aproximadamente 97,7% de trans-astaxantina, 1,1% de cis-
astaxantina e 1,2% de impurezas.
Posteriormente, Yuan e Chen (2000) usaram um método cromatográfico
semipreparativo para purificação da trans-astaxantina usando coluna
semipreparativa 250x10mm Beckman Ultrasphere ODS (5μm) e a fase móvel
descrita na tabela 7. Os resultados indicaram que trans-astaxantina e cis-astaxantina
foram bem separadas na coluna de fase reversa e os carotenóides cantaxantina,
echinenona, e betacaroteno foram rapidamente eluídos pelo solvente B.
61
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MICRORGANISMO
A cepa foi mantida em meio inclinado ESP com incubação a 25±1ºC por 15
dias e em seguida refrigerado. Os repiques foram realizados mensalmente.
O pH inicial foi ajustado em 6.0 utilizando-se soluções 0,1N NaOH e/ou 0,1N
HCl e em seguida, o meio foi esterilizado em autoclave a 121°C/1 atm, por 20
minutos.
* Preparo do Extrato de Solo:
64
• Meio mixotrófico
O cultivo mixotrófico foi realizado pela adição de 2g/L de acetato de sódio ao
meio de cultivo MBBM. O pH inicial foi ajustado em 6.0 utilizando-se soluções 0,1N
NaOH e/ou 0,1N HCl e em seguida, o meio foi esterilizado em autoclave a 121°C/1
atm, por 20 minutos.
FIGURA 15: Tubos com meio inclinado ESP com colônias de H. pluvialis.
• Temperatura
A temperatura foi mantida constante em todos os experimentos a 25 ±1˚C.
• Aeração
Os experimentos realizados em fotobioreator foram mantidos sob aeração de
por borbulhamento de ar de 400ml/min (0,08 vvm). Nos experimentos realizados em
erlenmeyer, os frascos foram agitados manualmente uma vez ao dia.
66
• Fotobioreator:
Desenvolveu-se um fotobioreator vertical (figura 16) com 5 lâmpadas
fluorescentes brancas independentes entre si, para que fosse possível manipular as
condições de crescimento vegetativo (baixa intensidade de luz) e indução de strees
(alta intensidade de luz) à cultura. O cultivo foi realizado em garrafões de 15L, com
5L de meio de cultura. A indução de stress por alta intensidade de luz foi realizada
pela adaptação de lâmpadas fluorescentes brancas junto às paredes do garrafão de
cultivo.
• Fotoperíodo
Todos os experimentos foram realizados sob fotoperíodo de 12:12h.
• Iluminação
As iluminações usadas para os diferentes experimentos foram:
1º) Cinética de crescimento do H. pluvialis com diferentes meios de cultivo:
Lâmpada fluorescente, intensidade de 1,5 Klux;
2º) Cinética de crescimento do H. pluvialis com diferentes intensidades de luz:
Lâmpada fluorescente, intensidade de 1,5 Klux e 2,7Klux;
3º) Estudo do ciclo evolutivo e alterações morfológicas das células do H.
pluvialis:
Crescimento vegetativo: Lâmpada fluorescente, intensidade de 1,5 Klux;
Indução da produção de astaxantina: Lâmpada fluorescente, intensidade de
4,2 Klux
67
• LEDs
Foram adaptados 6 LEDs de cada cor (vermelha, laranjada, branca, violeta
verde e azul) às paredes de frascos erlenmeyer de 1L contendo 300ml de meio de
cultura. Os frascos foram colocados em uma caixa com divisórias para evitar a
passagem de luz de um frasco para outro e recoberto com papel alumínio para
aumentar a intensidade da iluminação, conforme mostra a figura 17.
68
• pH
Os experimentos de análise da influência do pH (4º, 5º e 7º) foram ajustados
inicialmente (4º) ou continuamente (5º e 7º) em pH 5.0, 6.0, 7.0, 8.0 e 9.0 com a
adição diária de soluções 0,1N NaOH e/ou 0,1N HCl.
• Salinidade
A salinidade foi ajustada nos experimentos com diferentes concentrações de
sal, pela adição de NaCl.
• Inóculo
Os inóculos foram obtidos pela inoculação com suspensão de microalgas
(obtida pela adição de água estéril à cultura em meio inclinado ESP) em erlenmeyer
contendo meio SAG e incubados de 8-10 dias, para que estivessem em fase de
crescimento vegetativo. Os inóculos foram utilizados na proporção de 10% em
relação ao volume de meio de cultivo.
• Antibióticos:
O teste de sensibilidade a antibióticos foi realizado em placas de Petri com
discos de papel comerciais nas concentrações de antibióticos padronizados pela
OMS e FDA para uso humano. Utilizou-se os antibióticos descritos na tabela 7:
• Análise de Biomassa
A análise da biomassa foi realizada por coleta diária de amostra, em
duplicata, para determinação da turbidez, peso seco e densidade celular.
Através da absorbância:
Coletou-se 2 ml de amostra e determinou-se medida da absorbância nos
comprimentos de onda de 550nm (JEON et al., 2006), 680nm e 750nm (KATSUDA
et al., 2004), utilizando-se espectrofotômetro (Shimadzu, UV-1601PC, Kyoto, Japan).
A partir dos resultados obtidos pela análise turbidimétria a 680nm e 750nm
pode-se calcular o peso seco pelo método de Katsuda et al. (2004) a partir da
fórmula:
Peso Seco:
Foram centrifugados 10ml de amostra, a 3500rpm (2034 x g) por 20minutos.
O sobrenadante foi descartado e o sedimento foi seco em estufa a 100ºC por 24h.
Contagem de Células:
O número de células foi estimado por contagem em câmara de Neubauer,
sendo:
no de células/ml = no total de células contadas x fator de diluição x 10.000
no de quadrantes contados
• Análise de Pigmento
Extração
Foram centrifugados 2ml de amostra em tubo Falcon a 3500rpm (2034 x g)
por 5 minutos. Descartou-se o sobrenadante e o pigmento foi extraído do sedimento
70
Através da absorbância:
Foi realizada a medida da absorbância no comprimento de onda de 480nm,
para determinação da astaxantina e 680nm, para determinação da clorofila (MIAO et
al., 2006), utilizando-se espectrofotômetro (Shimadzu, UV-1601PC, Kyoto, Japan). A
análise de astaxantina foi realizada em ambiente escuro para evitar a sua
degradação.
Microscópica
A produção de pigmento, mudança de morfologia e eficiência da extração
foram avaliados microscopicamente.
• Tratamento de Dados
Todos os experimentos foram realizados em duplicata e os resultados
apresentados correspondem à média dos valores obtidos de cada amostra.
71
µ =1/X . dX/dt
b) Velocidade de encistamento:
A partir dos dados obtidos de um modelo de regressão polinominal, calculou-
se a velocidade de encistamento celular através da formula:
µencistamento = dAx:chl/dt
d) Planejamento experimental:
Para a confecção dos gráficos de planejamento experimental transferiu-se os
dados tabulados no software Microsoft Excel 2007 para o Software Statistica 4.3
(STASOFT).
73
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Citoesqueleto Vacúolo
Astaxantina
Reticulo Endoplasmático Liso
Complexo de Golgi
Ribossomo
Flagelos
Mitocondria
FIGURA 18: Corte esquemático da Célula vegetativa de Haematococcus pluvialis (LGPM, 2007).
1
4
3 5
Parede Celular
Flagelo
Material
Gelatinoso
Citoplasma
Nos dias subseqüentes (18º - 20º dia), algumas células iniciaram a produção
de astaxantina, o que foi observado pelo conteúdo celular vermelho no citoplasma
celular. Nota-se que a formação da astaxantina se inicia na região central e se
expande para o resto da célula radialmente, demonstrado na figura 22.
No 23º dia de cultivo foi realizada a indução de stress por alta intensidade de
luz, observando-se a formação de cistos vermelhos após o 5º dia de indução (Figura
23). No entanto, têm se relatado diferentes tempos de indução da formação de
cistos, variando com as condições de stress (OROSA et al., 2005, HARKER et al.,
1996, CIFUENTES et al., 2003). Segundo Lorenz e Cysewski (2000) dentro de 2 a 3
dias após o stress da cultura os haematocistos são formados e dentro de 3 a 5 dias
após a formação dos haematocistos, eles estão prontos para colheita. Segundo
Canter-Lund e Lund (1995) a formação de astaxantina é um indicativo de condições
76
FIGURA 24: (a) morte celular, com completa degradação da clorofila (100x). (b) e (c) degradação
celular em aumento de 100 e 40x, respectivamente.
FIGURA 26: Resultados da cinética de crescimento em meio SAG e MBBM, obtidos pela análise da
turbidez, no comprimento de onda de 550nm.
78
FIGURA 27: Resultados da cinética de crescimento em meio SAG e MBBM, obtidos por
contagem celular.
FIGURA 28: Resultados da cinética de crescimento em meio SAG e MBBM, obtidos pela
determinação do peso seco.
FIGURA 29: Resultados da cinética de crescimento em meio SAG e MBBM, obtidos pelo cálculo do
peso seco com o método de Katsuda et al. (2004).
(a) (b)
FIGURA 30: (a) Gráfico do logaritmo do peso seco (g/L) em função do tempo, obtido em meio de
cultivo SAG; (b) Curva de velocidade específica de crescimento em meio de cultivo SAG,
baseado na determinação do peso seco.
(a) (b)
FIGURA 31: (a) Gráfico do logaritmo do peso seco (g/L) em função do tempo, obtido em meio de
cultivo MBBM; (b) Curva de velocidade específica de crescimento em meio de cultivo
MBBM, baseado na determinação do peso seco.
(a) (b)
FIGURA 32: (a) Gráfico da absorbância a 550nm em função do tempo em cultivos sob diferentes
intensidades de luz; (b) Gráfico do peso seco calculado (método de Katsuda et al., 2004)
em função do tempo, em cultivos sob diferentes intensidades de luz.
.
A partir de modelos criados com os dados da determinação do peso seco,
obteve-se as seguintes equações:
(a) (b)
FIGURA 33: (a) Gráfico do logaritmo do peso seco em função do tempo, obtido em meio de cultivo
SAG 2,7 Klux. (b) Gráfico logaritmo do peso seco em função do tempo, obtido em meio
de cultivo SAG 1,5 Klux .
Relação entre Peso Seco e Núm ero de Relação entre Peso seco e a absorbância
Células/m l (550nm )
0,8 0,8
0,7 0,7
0,6 0,6
0,5 0,5
g/L
0,4
g/L
0,4
0,3 0,3
0,2 0,2
0,1 0,1
0 0
0 100000 200000 300000 0,000 0,200 0,400 0,600 0,800
Células/m l Absorbância
0,8
0,7
0,6
0,5
g/L
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0,000 0,200 0,400 0,600 0,800
g/L`
Figura 34: Relação entre as técnicas de determinação da produção de biomassa
FIGURA 35: Resultados da determinação do peso seco calculado em função do tempo, em meios
com diferentes pHs iniciais.
FIGURA 36: Curva logarítmica do peso seco calculado (g/l) em função do tempo, em meios com
diferentes pHs iniciais.
FIGURA 37: Mudança do pH durante o cultivo em meios de cultura com diferentes pHs iniciais.
(a) (b)
FIGURA 39: Gráfico de crescimento vegetativo, obtido pela determinação do peso seco em função do
tempo, em meios de cultivo com diferentes pHs controlados.
FIGURA 40: Gráfico do logaritmo do peso seco em função do tempo, em meios de cultivo com
diferentes pHs controlados.
FIGURA 41: Da esquerda para direita estão os cultivos em pH 5.0, 6.0, 7.0, 8.0 e 9.0,
respectivamente, após a indução de stress por alta intensidade de luz.
Figura 42: Gráfico da concentração de biomassa em função do tempo, para diferentes pHs e
concentrações de NaCl durante o cultivo. Utilizou-se a escala secundária para os cultivos
em pH 5.0/1,0% NaCl, pH 7.0/0,4% NaCl e pH 9.0/1,0% NaCl.
Biomassa
estimada (g/L)
Figura 43: Relação entre a biomassa estimada e a biomassa real para todos os modelos, indicando
boa correlação entre valor real e estimado.
91
0,036
,400% 0,072
0,108
0,144
0,18
0,215
0,251
,100% 0,287
0,323
0,359
0,000%
4,5 5,5 6,5 7,5 8,5 9,5 above
PH
0,064
,400% 0,128
0,192
0,257
0,321
0,385
0,449
,100% 0,513
0,577
0,642
0,000%
4,5 5,5 6,5 7,5 8,5 9,5 above
PH
SAL ,400%
0,005
0,01
0,015
0,02
0,025
0,03
0,035
,100% 0,039
0,044
0,049
0,000%
4,5 5,5 6,5 7,5 8,5 9,5 above
PH
Figura 47: Gráfico da absorbância a 480nm em função do tempo, sob diferentes condições de pH e salilidade
93
Figura 48: Gráfico da relação 480:680nm (proporcional a relação Ax/Chl) em função do tempo, sob
diferentes condições de pH e salinidades.
A partir dos dados de produção de astaxantina, razão abs 480/ abs 680
(proporcional a relação Ax/Chl) e a velocidade de variação dessa razão, descritos na
tabela 9, foram criados modelos utilizados para gerar gráficos 3D no Statistica, que
são visualizados nas figuras 49, 50 e 51.
FIGURA 52: Gráfico de crescimento vegetativo, obtido pela determinação do peso seco calculado,em
meios sob iluminação com diferentes LEDs.
(a) (b)
FIGURA 53: (a) Gráfico do logaritmo do peso seco calculado, obtido em cultivo sob iluminação de LED branco;
(b) Curva de velocidade específica de crescimento em cultivo sob iluminação de LED branco,
baseado na determinação do peso seco calculado.
(a) (b)
FIGURA 54: (a) Gráfico do logaritmo do peso seco calculado obtido em cultivo sob iluminação de LED vermelho;
(b) Curva de velocidade específica de crescimento em meio de cultivo sob iluminação de LED
vermelho, baseado na determinação do peso seco calculado.
97
(a) (b)
FIGURA 55: (a) Gráfico do logaritmo do peso seco calculado, obtido em cultivo sob iluminação de
LED azul; (b) Curva de velocidade específica de crescimento em meio de cultivo sob
iluminação de LED azul, baseado na determinação do peso seco.
Abs.
0,5 7 klux, 0% sal
7 klux, 0,2% sal
0,45 7 klux, 0,4% sal
0,4 7 klux, 0,8% sal
7 klux, 1% sal
0,35 5,3 klux, 0% sal
0,3 5,3 klux, 0,2% sal
5,3 klux, 0,4% sal
0,25 5,3 klux, 0,8% sal
0,2 5,3 klux, 1% sal
3,5 klux, 0% sal
0,15 3,5 klux, 0,2% sal
0,1 3,5 klux, 0,4% sal
3,5 klux, 0,8% sal
0,05 3,5 klux, 1% sal
0 Tempo de
0 1 2 3 4 5 6 Indução (dias)
Figura 56: Gráfico da absorbância a 480nm em função do tempo, sob diferentes condições de
irradiação e salinidade.
99
Figura 57: Gráfico da absorbância a 680nm em função do tempo, sob diferentes condições de
irradiação e salinidade.
Figura 58: Gráfico da relação Ax/Chl em função do tempo, sob diferentes condições de irradiação e
salinidade.
A partir dos dados acima, criou-se modelos que foram utilizados para gerar
superfícies de resposta, por regressão, no Statistica, da absorbância 480nm, 680nm
e relação Ax/Chl em função da salinidade e intensidade de luz que são visualizados
nas figuras 59, 60 e 61.
100
(a) (b)
FIGURA 62: (a) Cisto integro de H. pluvialis; (b) Cisto de H. pluvialis durante extração pelo método de
Sedmak.
FIGURA 63: Células de H. pluvialis após a primeira extração pelo Método de Sedmak, utilizando
acetona como solvente extrator
104
FIGURA 64: Gráfico da extração da astaxantina com diferentes solventes (amostra diluída 1:2).
105
FIGURA 65: Comparativo entre o método de Sedmak e Sedmak modificado utilizando acetona como
solvente extrator (amostra diluída 1:2).
5 CONCLUSÃO
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