07 - A Genese Da Maçonaria No Brasil
07 - A Genese Da Maçonaria No Brasil
07 - A Genese Da Maçonaria No Brasil
A∴R∴L∴S∴GUERREIROS DA LUZ – N° 01
BANCA EXAMINADORA
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Origens e paradigmas
As Lojas e as Obediências
Os locais onde os maçons se reúnem e periodicamente realizam suas sessões
são denominados Templos. O termo Loja também pode ser utilizado para a
identificação desses locais, no entanto, na Maçonaria a palavra Loja deve ser
entendida como um grupamento particular de maçons, uma entidade coletiva
definida, que tem sua vida própria, seu espírito particular (BOUCHER, 1997).
Uma Loja tem de ser constituída por, pelo menos, sete Maçons colados no grau
de Mestre (GRANDE ORIENTE DO BRASIL, 2001a). Cada Loja Maçônica elege,
entre seus membros, e para um determinado período, o Venerável Mestre, que
então preside os trabalhos da mesma. Além do Venerável Mestre, outros Irmãos
ocupam cargos na administração da Loja, tais como o 1º Vigilante, o 2º Vigilante,
o Orador, o Secretário, entre outros (GRANDE ORIENTE DO BRASIL, 2001b).
As Lojas Maçônicas por sua vez se aglutinam em federações de Lojas, ou seja,
em Obediências ou Potências Maçônicas, em geral denominadas de Grande
Loja, Grande Oriente ou simplesmente Ordem Maçônica. Um Grande Oriente é
uma federação que agrupa diverso Ritos, enquanto uma Grande Loja é uma
federação de Lojas que trabalham no mesmo Rito, apesar de no Brasil essa
normativa não estar sendo seguida à risca (BOUCHER, 1997; JAKOBI, 2007).
Essas unidades administrativas agrupam
Ritos e Graus
A Maçonaria divide-se num certo número de Ritos que diferem entre si
por alguns detalhes particulares (BOUCHER, 1997). E é nos rituais que se
pode encontrar a expressão da tradição, bem como as formas de transmissão
que asseguram a filiação iniciática (LEPAGE, 1997). O Rito Maçônico é o
alicerce ou a espinha dorsal da Maçonaria, em qualquer de suas ramificações.
Há Ritos que possuem uma estrutura mais complexa de liturgia, simbolismo e
ritualística, enquanto outros são bastante simples (CARVALHO, 1993a). Os
Ritos ou procedimentos ritualísticos são métodos utilizados para a transmissão
dos ensinamentos e organização das cerimônias maçônicas, que são sempre
praticadas em locais apropriados. Seja de que Rito for, um maçom é
considerado irmão de todos os demais maçons do planeta. Entre os principais
ritos, destacam-se: Rito Escocês Antigo e Aceito, Rito de York, Rito de Schröder,
Rito Moderno, Rito Brasileiro e Rito Adonhiramita. Atualmente, são praticados
mais de 200 ritos, sendo que o Rito de York e o Rito Escocês Antigo e Aceito
são os mais utilizados no mundo (PELLEGRINO NETO, 2010). Há também
outros ritos maçônicos, menos comuns, que se destacam por abordagens mais
esotéricas e espiritualistas. Estre esses, está o Rito Misraim e também o Rito de
Memphis (SANTOS, S. D., 1984a).
Em todos os países onde está instalada, a Maçonaria utiliza um sistema de graus
para transmitir seus ensinamentos aos iniciados, sendo isso feito por meio de
símbolos, gestos e palavras. Assim é que também se pode dizer que a Revista
Intellectus Ano VII | Nº. 17 142 ISSN 1679-8902 Maçonaria é um sistema peculiar
de Moral, oculto por alegorias e ilustrado por símbolos (KNIGHT; LOMAS, 2004).
A Maçonaria compreende três graus simbólicos: Aprendiz, Companheiro e
Mestre. Esses três primeiros graus são obrigatórios e estão previstos nos
chamados Landmarks da Ordem. Dependendo do rito adotado, há um conjunto
de outros graus de aperfeiçoamento, denominados Graus Filosóficos, em geral
de caráter optativo. O número de graus superiores pode ser maior ou menor,
variando de um rito para outro (COSTA, 1994). O Rito Escocês Antigo e Aceito,
por exemplo, prevê um sistema com 33 graus; já no Rito de York, são apenas
13. A Lista abaixo ilustra o sistema de Graus dos vários Ritos praticados no
Brasil.
As primeiras Lojas
Retornando ao tema do surgimento da maçonaria brasileira, deve-se assinalar
que alguns historiadores também consideram o Areópago de Itambé, fundado
em Pernambuco, em 1796, como sendo a primeira agremiação maçônica
brasileira. Essa corporação teria sido fundada por Manuel de Arruda Câmara,
intelectual brasileiro que havia estudado em Coimbra e também na França, em
Montpellier. Embora sua existência seja contestada por alguns historiadores, as
biografias de alguns personagens daquele período reconhecem ter existido uma
agremiação onde eram promovidas reuniões para difusão de ideias libertárias e
republicanas. Também desse período, outros estudiosos maçônicos citam a Loja
Cavaleiros da Luz (ou Cavalheiros da Luz), que teria sido fundada em Salvador,
por volta de 1797. Consta que, entre os membros dessa Loja, estaria Cipriano
José Barata de Almeida, médico competente, ardoroso patriota, figura respeitada
e destacada em vários movimentos de seu tempo. Consta também que os
membros dessas duas agremiações participaram ativamente da Conjuração
Baiana, de 1798, bem como da Revolução Pernambucana, de 1817 (NAME,
2009).
Morel e Souza (2008) ainda assinalam a opinião de historiadores que
consideram a Loja Reunião, no Rio de Janeiro, como sendo a primeira Loja
regular no Brasil, criada em 1801. Mas há ainda, segundo os mesmos autores,
registros vagos da Loja União, também na mesma cidade, em 1800. Em 1803
ou 1804, teriam sido criadas, pelo Grande Oriente de Portugal, no Rio de Janeiro,
duas outras associações: a Loja Constância e a Loja Filantropia. Na Bahia, teria
surgido, em 1802, a Loja Virtude e Razão, reerguida posteriormente com o nome
de Loja Humanidade. Na região norte fluminense, em Campos dos Goytacases,
também foram instaladas três associações maçônicas: Loja Filosofia e Moral,
Loja União Campista e Loja Firme União.
Em 1812, em Niterói, RJ, também se registrou a presença da Loja Distintiva,
essa já com a presença de um dos irmãos Andrada, o Antonio Carlos. Também
há registros da fundação, em novembro de 1815, da Loja Comércio e Artes,
fundada por maçons comprometidos com o propósito de promover a
independência política do Brasil. A Loja, criada por nove homens, é considerada
como o embrião do Grande Oriente Brasileiro, criado em 1822.
Tendo em vista que o Alvará Régio de 30 de março de 1818 proibiu o
funcionamento no Brasil de sociedades secretas, esta Loja foi fechada e todos
os seus livros queimados, conforme registrado na ata da sessão de reinstalação.
O reerguimento de colunas foi realizado em 24 de junho de 1821, constando da
ata que a Loja passaria a adotar o título distintivo de Comércio e Artes na Idade
do Ouro (FRANCIO, 2008; MOREL; SOUZA, 2008).
Conclusão:
Ao termino da minha pesquisa tive minhas impressões individuais, onde é
importante entender qual é o contexto histórico que a Maçonaria chegou no
Brasil. No Século XVIII se deu início ao movimento cultural europeu e última fase
do classicismo, que começou a originar nos primeiros focos do movimento de
conspiração no Brasil, foram fundadas academias literárias que tinham como
objetivo culto a poesia e literatura, porém estes grupos de intelectuais com o
pretexto de produzir e divulgar a cultura, conspiravam contra a monarquia
guiados por ideais iluministas e republicanos, devido as grandes desigualdades
que imperavam no regime, visando assim, quem sabe repetir revoluções que
aconteciam no mesmo século na França e Estados Unidos.
Bibliografia
ASLAN, N. (1997). História Geral da Maçonaria. LONDRINA: A TROLHA.
FILHO, R. P. (Ano VII | Nº. 17). BREVE HISTÓRICO DA MAÇONARIA NO BRASIL. Intellectus, 136-
166.