MAT UC Completa Como Usar A Matematica para Entender e Atuar No Mundo Do Trabalho Na Amazonia

Matemática
e suas Tecnologias
Como usar a Matemática para entender e

atuar no mundo do trabalho na Amazônia
REALIZAÇÃO:
PARCERIA:
itinerariosamazonicos.org.br
FICHA TÉCNICA
REALIZAÇÃO CONCEPÇÃO DO PROGRAMA

INSTITUTO IUNGO Equipe
ALCIELLE DOS SANTOS
Presidente ANTONIO CARLOS OSCAR JÚNIOR
PAULO EMÍLIO DE CASTRO ANDRADE CARLOS GOMES DE CASTRO
CAROLINA MIRANDA
Diretora de educação CLÉA FERREIRA
ALCIELLE DOS SANTOS CYNTHIA SANCHES
FABIANA CABRAL SILVA
Diretora de estratégia e implementação FERNANDA RENNÓ
JOANA RENNÓ GRAZIELA SANTOS
IZADORA RIBEIRO PERKORKI
INSTITUTO REÚNA JEFFERSON SODRÉ MENESES
JOANA RENNÓ
Diretora-Executiva JULIANA FRIZZONI CANDIAN
KÁTIA STOCCO SMOLE KÁTIA STOCCO SMOLE
LÉA CAMARGO
UMA CONCERTAÇÃO PELA AMAZÔNIA MARISA BALTHASAR
MICHELE BORGES
Secretaria Executiva PAULO EMÍLIO DE CASTRO ANDRADE
FERNANDA RENNÓ REGINA TUNES
LÍVIA PAGOTTO RENATA ALENCAR
RENATA MONACO
SAMUEL ANDRADE
PARCERIA THAMARA STRELEC
BNDES Gestores, técnicos e educadores de redes de ensino

INSTITUTO ARAPYAÚ ALDEVÂNIA BARRETO DE MATOS - SEED RORAIMA
MOVIMENTO BEM MAIOR ALISSON THIAGO PEREIRA - SEDUC AMAZONAS
ANTONIO FONSECA DA CUNHA - SEDUC PARÁ
CARMEM LÚCIA SOUZA - SEDUC AMAZONAS
PROGRAMA ITINERÁRIOS CLEIBERTON SOUZA - SEED AMAPÁ
AMAZÔNICOS DARLETE SOUZA DO NASCIMENTO - SEED RORAIMA
EDILMA DA SILVA RIBEIRO - SEED RORAIMA
STELLA DAMAS - SEED RORAIMA
IRENE PEREIRA - SEED RORAIMA
IDEALIZAÇÃO E COORDENAÇÃO LUCIA REGINA ANDRADE - SEDUC AMAZONAS
MELINA TONINI - SEDUC RONDÔNIA
Idealização
MONALISA SANTOS SILVA - SEDUC MARANHÃO
FERNANDA RENNÓ (Uma Concertação pela Amazônia)
REGINA PEREIRA - SEDUC MARANHÃO
JOANA RENNÓ (Instituto iungo)
RICARDO SANTA CRUZ - SEED RORAIMA
PAULO EMÍLIO DE CASTRO ANDRADE (Instituto iungo)
SALOMÃO SOUZA ALENCAR - SEDUC AMAZONAS
SIMONE BATISTA - SEED RORAIMA
Coordenação geral
SAMUEL ANDRADE
Jovens amazônicos
BRUNA LIMA - RIO BRANCO | ACRE
Equipe pedagógica
INGRID MARIA AVIZ DE ARAÚJO - ANANINDEUA | PARÁ
CARLOS GOMES DE CASTRO
KARINA PENHA - SÃO JOSÉ DE RIBAMAR | MARANHÃO
CAROLINA MIRANDA
ODENILZE RAMOS - CARÃO, BAIXO RIO NEGRO | AMAZONAS
CYNTHIA SANCHES (Coordenadora)
OREME IKPENG - XINGU | MATO GROSSO
REGINA TUNES (Coordenadora)
PEDRO ALACE - AGROVILA ITAQUI, CASTANHAL | PARÁ
Coordenação de produção
Especialistas em educação
THAMARA STRELEC
ANA LUÍSA GONÇALVES
FERNANDA SAEME
Coordenação Instituto Reúna
NÁDIA CARDOSO
DANIEL CORDEIRO
PAULO CUNHA
THIAGO HENRIQUE
Apoio à coordenação
CAMILLY LIMA
Mobilização de jovens
STEFANNY LOPES
RICARDO PENIDO
VANESSA COSTA TRINDADE
Mapeamento de tecnologias educacionais
PORVIR
Convidados do seminário de
aprofundamento temático
DILSON GOMES NASCIMENTO - SEDUC AMAZONAS
MAICKSON SERRÃO - SEDUC AMAZONAS
TATIANA SCHOR
COMUNICAÇÃO E DESIGN
Coordenadora de Comunicação
ANGELA MARIS DO NASCIMENTO
Produção de conteúdo - Comunicação

ANA CATARINA PARISI PINHEIRO
CAMILA SARAIVA GONÇALVES
Identidade visual e projeto gráfico

CLÁUDIO VALENTIN
DENIS LEROY
RENAN DA SILVA ARAÚJO
Assessoria para arquitetura da informação

PORVIR
Plataforma digital
PORVIR (Produção executiva)
SINTRÓPIKA (Design e desenvolvimento)
PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Coordenação Apoio à concepção - Técnicos e
LUCIANA TENUTA (Mathema) educadores de redes de ensino
DIONÍSIO JOSÉ DA COSTA SÁ - SEED RORAIMA
Concepção e redação HELLEN GRACE MELO GOMES - SEDUC AMAZONAS
ALINE MENDES GERALDI OSVAIR MUSSATO - SEED RORAIMA
MARIA IGNEZ DINIZ (Mathema) SOLANGE MUSSATO - SEED RORAIMA
RODRIGO BLANCO MOROZETTI (Mathema)
Especialista temático
Leitura crítica LAERCIO FURQUIM JUNIOR
ANSELMO LUIS CORREA DA SILVA - SEDUC AMAZONAS
CAMILA TRIBESS Produção de infográfico
CÉLIO DE MELO SOUZA - SEE ACRE CAMILA TRIBESS
HELENA SCHMID
MICHELE ANDRÉIA BORGES Edição de texto e revisão ortográfica
RODRIGO CAPPARELLI FONSECA ANA ELISA FARIA DO AMARAL
DIOGO DA COSTA RUFATTO
Edição pedagógica JAQUELINE COUTO KANASHIRO
CAMILA TRIBESS LUCAS TADEU DE OLIVEIRA
HELENA SCHMID MARCIA GLENADEL GNANNI
MARIANE GENARO
Apoio à concepção - Jovem amazônica
RAIANE DA SILVA Diagramação
NATÁLIA XAVIER
RENAN DA SILVA ARAÚJO
VICTOR SOARES
WELLINGTON TADEU
SUMÁRIO
Como usar a Matemática para entender e atuar no mundo do trabalho na Amazônia
Ementa da unidade curricular...................................................................................................................................................... 6
Módulo - Tipos de ocupação na Amazônia: usando a Matemática para pensar o futuro
Ementa do módulo............................................................................................................................................................................12
Infográfico............................................................................................................................................................................................16
Etapa 1: Conhecendo os tipos de trabalho e de ocupações na Amazônia..................................................................18
Etapa 2: Fazendo projeções sobre uma atividade de trabalho......................................................................................36
Etapa 3: Apresentando resultados...........................................................................................................................................49
Referências.......................................................................................................................................................................................... 53
Módulo - Educação financeira para empreender na Amazônia
Ementa do módulo...........................................................................................................................................................................56
Infográfico......................................................................................................................................................................... .................60
Etapa 1: Quanto custa implementar um negócio na Amazônia?....................................................................................62
Etapa 2: Buscando parcerias para projetar um negócio na Amazônia.........................................................................71
Referências..........................................................................................................................................................................................79
Módulo - Organização financeira: Matemática no dia a dia e no planejamento de futuro
Ementa do módulo...........................................................................................................................................................................83
Infográfico...........................................................................................................................................................................................86
Etapa 1: Organizando a vida financeira....................................................................................................................................88
Etapa 2: Elaborando um manual.................................................................................................................................................95
Material do estudante.....................................................................................................................................................................99
Referências.........................................................................................................................................................................................101
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Como usar a Matemática para entender e

atuar no mundo do trabalho na Amazônia
EMENTA DA UNIDADE CURRICULAR
Tema
Economias da Amazônia
Área do conhecimento
Matemática e suas Tecnologias
Perfil docente
Docentes da área de Matemática e suas Tecnologias
Carga horária média sugerida

80 horas
Resumo
Nesta unidade curricular, os estudantes têm a oportunidade de investigar diferen-
tes ocupações formais e informais exercidas pelos moradores da região amazônica,
além de identificar quais delas estão pautadas nos princípios da sustentabilidade e
quais não estão. Ademais, os estudantes podem reconhecer quais são as formas de
produção que protegem o meio ambiente e promovem inclusão, geração de renda
e qualidade de vida para as pessoas. No primeiro módulo, eles coletam dados e
informações em diferentes fontes, de preferência nas oficiais de censos demográfi-
cos, e, usando ajustes de curvas, fazem projeções futuras sobre aspectos relativos a
determinados tipos de atividade de trabalho exercidos pelos moradores locais. No
segundo módulo, são utilizadas ferramentas matemáticas de educação financeira
para analisar os custos a fim de empreender e sustentar projetos e negócios na Ama-
zônia. No terceiro módulo, os estudantes utilizam a Matemática para fazer estudos
que possam orientá-los na organização da sua vida cotidiana e da sua trajetória no
mundo do trabalho, considerando o contexto em que vivem.
itinerariosamazonicos.org.br 6
COMO USAR A MATEMÁTICA PARA ENTENDER E ATUAR NO MUNDO DO
TRABALHO NA AMAZÔNIA
Objetivos de aprendizagem
• Investigar, coletar e organizar informações relativas a variáveis estatísticas ob-
servadas em seu meio social, garantindo clareza e coerência na disposição dos
dados coletados.
• Utilizar recursos estatísticos, como medidas de tendência central e dispersão,
para investigar recortes de atuação social, em especial o recorte do mundo do
trabalho na Amazônia.
• Construir e aplicar, corretamente, o uso de gráficos na apresentação de dados e
medidas estatísticas referentes às variáveis que envolvem o mundo do trabalho
na Amazônia.
• Analisar, criticamente, dados e informações sobre o mundo do trabalho divul-
gados em redes sociais e mídias jornalísticas, muitas vezes elaborados de forma
imprópria e induzindo ao erro, como generalizações equivocadas de resultados
de pesquisa e uso inadequado de amostragem.
• Avaliar situações que envolvam os conceitos de capital, montante e juros, fazen-
do previsões que impactem um possível empreendimento.
• Coletar e utilizar, em contextos diversos, informações sobre taxas e impostos in-
cidentes em negócios de pequeno e médio porte.
• Refletir, criticamente, sobre impostos relativos a diferentes esferas federais e de
ramos de atividades, utilizando-os para elaboração de um plano de negócios.
• Analisar movimentações financeiras ao longo do tempo que possam ser modela-
das por funções exponenciais, visando ao apoio da tomada de decisões.
• Avaliar situações que envolvam os conceitos de investimentos, empréstimos e
financiamentos que apoiem a construção dos projetos de vida dos jovens.
• Criar estratégias de comunicação que transmitam, de forma compreensível, in-
formações e argumentos relativos ao mundo do trabalho na Amazônia.
Competências gerais da BNCC

CG 1, CG 2, CG 4, CG 6, CG 7 e CG 9
EIXOS ESTRUTURANTES
Investigação científica
Empreendedorismo
Processos criativos
HABILIDADES DOS EIXOS ESTRUTURANTES

(EMIFMAT01) Investigar e analisar situações-problema identificando e selecionando conhecimentos mate-
máticos relevantes para uma dada situação, elaborando modelos para sua representação.
(EMIFMAT02) Levantar e testar hipóteses sobre variáveis que interferem na explicação ou resolução de
uma situação-problema elaborando modelos com a linguagem matemática para analisá-la e avaliar sua
adequação em termos de possíveis limitações, eficiência e possibilidades de generalização.
(EMIFMAT03) Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, exploratória,
de campo, experimental etc.) em fontes confiáveis, informações sobre a contribuição da Matemática na
explicação de fenômenos de natureza científica, social, profissional, cultural, de processos tecnológicos,
identificando os diversos pontos de vista e posicionando-se mediante argumentação, com o cuidado de
citar as fontes dos recursos utilizados na pesquisa e buscando apresentar conclusões com o uso de dife-
rentes mídias.
(EMIFMAT05) Selecionar e mobilizar intencionalmente recursos criativos relacionados à Matemática para
resolver problemas de natureza diversa, incluindo aqueles que permitam a produção de novos conhe-
cimentos matemáticos, comunicando com precisão suas ações e reflexões relacionadas a constatações,
interpretações e argumentos, bem como adequando-os às situações originais.
(EMIFMAT06) Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras para problemas reais, con-
siderando a aplicação dos conhecimentos matemáticos associados ao domínio de operações e relações
matemáticas simbólicas e formais, de modo a desenvolver novas abordagens e estratégias para enfrentar
novas situações.
(EMIFMAT10) Avaliar como oportunidades, conhecimentos e recursos relacionados à Matemática podem
ser utilizados na concretização de projetos pessoais ou produtivos, considerando as diversas tecnologias
disponíveis e os impactos socioambientais.
(EMIFMAT11) Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos da Matemática para de-
senvolver um projeto pessoal ou um empreendimento produtivo.
(EMIFMAT12) Desenvolver projetos pessoais ou produtivos, utilizando processos e conhecimentos mate-
máticos para formular propostas concretas, articuladas com o projeto de vida.
Objetos de conhecimento
Gráficos e diagramas estatísticos; medidas de tendência central (média, moda e
mediana); medidas de dispersão (amplitude, desvio padrão e coeficiente de vari-
ância); estudo gráfico de funções; taxa de variação de uma função (crescimento/
decrescimento); Matemática financeira (juros simples e compostos, cálculo de ín-
dices, taxas e impostos).
MÓDULOS
Módulo: Tipos de ocupação na Amazônia: usando a Matemática para pensar o futuro
Carga horária média sugerida: 40 horas
Foco do módulo: Em grupos, os estudantes investigam os diferentes tipos de ocupação e de trabalho for-
mais e informais na Amazônia (considerando as variadas formas de trabalho presentes no território ligadas
a cooperativas, associações e empreendimentos diversos). Busca-se analisar questões de sustentabilidade
dessas atividades com foco em temas relacionados ao mundo do trabalho, bem como a seus impactos,
suas oportunidades e seus desafios. De acordo com o interesse em pesquisar mais profundamente uma
das ocupações investigadas, os estudantes se agrupam para fazer projeções que permitam responder à
seguinte pergunta: “De que maneira posso usar a Matemática para prever como essa ocupação estará nos
próximos anos?”. Para isso, eles pesquisam sobre média de rendimentos (salários) ou ganhos financeiros
informais ao longo do tempo, quantidade de pessoas ocupadas em determinado período e território de
atuação, entre outros aspectos. Com base nos dados levantados e por meio de ajustes de curvas, os estu-
dantes fazem projeções relativas a diferentes atividades de trabalho, considerando, inclusive, os limites das
projeções pautadas apenas pela aplicação matemática, uma vez que muitos outros fatores podem alterar
os resultados analisados. Os resultados da investigação e as análises críticas dos dados obtidos são apre-
sentados de modo criativo e diverso (relatórios, infográficos etc.), levando em conta o desenvolvimento
das habilidades de elaboração de gráficos e tabelas, além de recursos estatísticos que apoiam na interpre-
tação e na comunicação desse tipo de investigação.
Módulo: Educação financeira para empreender na Amazônia

Foco do módulo: Em grupos, os estudantes investigam a diferença entre trabalho precário, informal, em-
preendedor e empresarial, cooperativismo e associativismo, conhecendo os mecanismos legais, as condi-
ções de trabalho e os aspectos sociais e econômicos dessas atividades. Em seguida, fazem um estudo acer-
ca do custo para implementar e manter uma atividade na região amazônica que tenha, em sua natureza, a
conservação da Amazônia e a inclusão e a geração de renda, visando à qualidade de vida dos povos que ali
habitam. Cada grupo escolhe um tipo de negócio a ser pesquisado, de modo a contemplar, entre a turma,
a maior diversidade possível de organizações de trabalho na Amazônia: trabalho informal, empreendedor,
empresarial, cooperativas, associações, entre outras. Usando ferramentas matemáticas de educação finan-
ceira, os grupos se debruçam sobre questões como custos de um negócio, carga tributária e precificação
de produtos e serviços. Com base nas pesquisas realizadas, os estudantes são convidados a elaborar um
plano de negócio sustentável e a criar uma apresentação para convencer possíveis parceiros a apostar na
sua execução.
Módulo: Organização financeira: Matemática no dia a dia e no planejamento de futuro

Foco do módulo: Os jovens fazem um estudo sobre questões financeiras que devem ser levadas em consi-
deração para que eles se mobilizem em direção a seus anseios profissionais, considerando o contexto em
que vivem. Para responder à questão “Como a Matemática financeira pode ajudar um jovem no planeja-
mento e na organização da sua vida cotidiana e da sua trajetória no mundo do trabalho?”, são feitos estu-
dos relativos a empréstimos, financiamentos, bolsas de instituições públicas ou do Terceiro Setor, editais
de fomento para projetos sociais, culturais e econômicos, investimentos, reserva financeira etc. Objetivando
contribuir para que outros jovens usufruam das análises e das conclusões e reflitam sobre a relação desse
conhecimento com suas projeções futuras, os grupos definem o formato – vídeo, podcast, manual, fanzine
ou rodas de conversas, por exemplo – e produzem sistematizações de seus estudos.
Estratégias de ensino e aprendizagem

• Aprendizagem baseada em projetos: os estudantes trabalham para configurar um
problema, idear, planejar e executar soluções.
• Trabalho colaborativo: situações de aprendizagem desafiadoras, com exigência de
cooperação, negociações de pontos de vista e organização do trabalho em grupo.
• Planejamento e execução de pesquisa sobre questões relevantes para o desenvolvi-
mento de cada módulo.
• Produções multimídia: uso e produção de planilhas eletrônicas, manuais, vídeos, en-
tre outros, promovendo o desenvolvimento de habilidades relativas a multiletramen-
tos e comunicação.
Avaliação
O processo de avaliação será contínuo ao longo das atividades de cada módulo, com
observação e registro das seguintes dimensões da aprendizagem: engajamento nas
atividades, organização das produções, comunicação com os colegas da turma, pro-
dução individual dos estudantes e apresentações ao final de cada módulo. Os indícios
de aprendizagem relacionados às habilidades e aos objetos de conhecimento tratados
podem ser coletados e registrados pelo professor e pelos estudantes ao longo de todo
o percurso. Para isso, serão utilizados instrumentos, tais como portfólio, rubricas avalia-
tivas, autoavaliação, diário de bordo, entre outros.
MÓDULO
TIPOS DE OCUPAÇÃO NA AMAZÔNIA: USANDO A
MATEMÁTICA PARA PENSAR O FUTURO
Tipos de ocupação na Amazônia: usando

a Matemática para pensar o futuro
EMENTA DO MÓDULO

40 horas
Resumo
O módulo abordará diferentes tipos de atividades existentes na Amazônia, consideran-
do as variadas formas de trabalho formais e informais presentes no território, ligadas a
cooperativas, associações e empreendimentos diversos, a fim de identificar os respec-
tivos impactos, desafios e oportunidades gerados para a região. Por meio de pesquisas
qualitativas e quantitativas, os estudantes identificam quais formas de trabalho estão
pautadas ou não nos princípios da sustentabilidade e se promovem inclusão, geração
de renda e qualidade de vida para as pessoas. Os resultados encontrados serão apre-
sentados para a turma por meio de gráficos e de relatos de entrevistas. Os estudantes
escolhem uma ocupação formal ou informal em que querem aprofundar suas investi-
gações com base na seguinte pergunta: “Como posso usar a Matemática para prever
como essa ocupação estará nos próximos anos?”. Usando ferramentas matemáticas,
os estudantes fazem projeções considerando média de ganhos financeiros ao longo
do tempo, quantidade de pessoas ocupadas em determinado período e território de
atuação, entre outros aspectos. Os resultados encontrados são comunicados de forma
criativa por meio de relatórios, utilizando recursos estatísticos, tais como gráficos, info-
gráficos, tabelas etc.
Expectativas de aprendizagem
• Compreender formas de estruturação e de organização do mundo do trabalho na
Amazônia.
• Identificar e diferenciar atividades pautadas ou não na sustentabilidade.
• Identificar e diferenciar atividades que promovem inclusão, geração de renda e qua-
lidade de vida.
• Identificar taxas e índices de natureza socioeconômica de diferentes atividades de
MÓDULO - TIPOS DE OCUPAÇÃO NA AMAZÔNIA: USANDO A MATEMÁTICA
PARA PENSAR O FUTURO
• Avaliar, entre diferentes tipos de gráficos estatísticos, o mais adequado para repre-
sentar uma característica desejada de um conjunto de dados.
• Utilizar a representação gráfica de funções para identificar regularidades e fazer
generalizações e projeções.
• Construir gráficos, infográficos e tabelas para relacionar variáveis, explicar o com-
portamento dos fenômenos e comunicar resultados e projeções realizadas.
• Utilizar medidas de tendência central e medidas de dispersão como ferramentas de
leitura e de interpretação de dados de uma pesquisa estatística.
CG 1, CG 2, CG 4, CG 6, CG 7 e CG 9
EIXOS ESTRUTURANTES
Empreendedorismo
Processos criativos
OBJETOS DE CONHECIMENTO
Gráficos e diagramas estatísticos; medidas de tendência central (média, moda e media-
na); medidas de dispersão (amplitude, desvio padrão e coeficiente de variância); escala
Likert; estudo gráfico de funções; taxa de variação de uma função (crescimento/decres-
cimento).
HABILIDADES DA ÁREA DO CONHECIMENTO

(EM13MAT101) Interpretar criticamente situações econômicas, sociais e fatos relativos às Ciências da Na-
tureza que envolvam a variação de grandezas, pela análise dos gráficos das funções representadas e das
taxas de variação, com ou sem apoio de tecnologias digitais.
(EM13MAT102) Analisar tabelas, gráficos e amostras de pesquisas estatísticas apresentadas em relatórios

divulgados por diferentes meios de comunicação, identificando, quando for o caso, inadequações que pos-
sam induzir a erros de interpretação, como escalas e amostras não apropriadas.
(EM13MAT202) Planejar e executar pesquisa amostral sobre questões relevantes, usando dados coletados
diretamente ou em diferentes fontes, e comunicar os resultados por meio de relatório contendo gráficos e
interpretação das medidas de tendência central e das medidas de dispersão (amplitude e desvio padrão),
utilizando ou não recursos tecnológicos.
(EM13MAT406) Construir e interpretar tabelas e gráficos de frequências com base em dados obtidos em
pesquisas por amostras estatísticas, incluindo ou não o uso de softwares que inter-relacionem estatística,
geometria e álgebra.
(EM13MAT407) Interpretar e comparar conjuntos de dados estatísticos por meio de diferentes diagramas e
gráficos (histograma, de caixa (box-plot), de ramos e folhas, entre outros), reconhecendo os mais eficientes
para sua análise.
(EM13MAT510) Investigar conjuntos de dados relativos ao comportamento de duas variáveis numéricas,

usando ou não tecnologias da informação, e, quando apropriado, levar em conta a variação e utilizar uma
reta para descrever a relação observada.

(EMIFMAT01) Investigar e analisar situações-problema identificando e selecionando conhecimentos mate-
máticos relevantes para uma dada situação, elaborando modelos para sua representação.
(EMIFMAT02) Levantar e testar hipóteses sobre variáveis que interferem na explicação ou resolução de uma
situação-problema elaborando modelos com a linguagem matemática para analisá-la e avaliar sua adequa-
ção em termos de possíveis limitações, eficiência e possibilidades de generalização.
(EMIFMAT03) Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, exploratória, de
campo, experimental etc.) em fontes confiáveis, informações sobre a contribuição da Matemática na explica-
ção de fenômenos de natureza científica, social, profissional, cultural, de processos tecnológicos, identifican-
do os diversos pontos de vista e posicionando-se mediante argumentação, com o cuidado de citar as fontes
dos recursos utilizados na pesquisa e buscando apresentar conclusões com o uso de diferentes mídias.
(EMIFMAT05) Selecionar e mobilizar intencionalmente recursos criativos relacionados à Matemática para re-
solver problemas de natureza diversa, incluindo aqueles que permitam a produção de novos conhecimentos
matemáticos, comunicando com precisão suas ações e reflexões relacionadas a constatações, interpretações
e argumentos, bem como adequando-os às situações originais.
(EMIFMAT10) Avaliar como oportunidades, conhecimentos e recursos relacionados à Matemática podem ser
utilizados na concretização de projetos pessoais ou produtivos, considerando as diversas tecnologias dispo-
níveis e os impactos socioambientais.
FOCO DAS ETAPAS

Etapa 1: Conhecendo os tipos de trabalho e as ocupações na Amazônia
Nas atividades desta etapa, os estudantes:
• Definem até três tipos de atividades de trabalho formais ou informais existentes na Amazônia para, em
grupos, pesquisarem dados e fazerem entrevistas.
• Utilizam a escala Likert para saber como as pessoas percebem os princípios da sustentabilidade rela-
cionados a essas atividades de trabalho.
• Investigam as contribuições dessas atividades de trabalho para a Amazônia, seus impactos socioam-
bientais para as distintas populações que habitam o território amazônico e as oportunidades e os de-
safios que geram na região.
Etapa 2: Fazendo projeções sobre uma atividade de trabalho

• Escolhem uma atividade de trabalho formal ou informal, entre as pesquisadas na etapa anterior, com a
finalidade de prever como tal atividade estará nos próximos anos.
• Investigam e observam os campos de atuação da atividade, a média de rendimentos ou os ganhos finan-
ceiros e a quantidade de pessoas ocupadas ao longo do tempo.
• Fazem previsões por meio de ajustes de curvas em gráficos de dispersão, analisando, de forma crítica, as
diferenças de uma previsão de curto e longo prazos, considerando que, além da aplicação matemática,
envolvem aspectos econômicos e sociais.
Etapa 3: Apresentando resultados

• Apresentam os resultados por meio de relatórios, infográficos e outros recursos criativos, utilizando re-
cursos digitais, se necessário.

• Aprendizagem baseada em projetos: os estudantes trabalham em grupos para configurar um problema,
idear, planejar e executar soluções com o apoio e a mediação do professor.
• Planejamento e execução de pesquisa sobre questões relevantes para o desenvolvimento do módulo.
• Diferentes metodologias ativas: ao longo das três etapas, serão sugeridas, por exemplo, sala de aula in-
vertida e rotação por estações.
• Painel colaborativo para exposição coletiva, utilizando diferentes recursos (cartazes, mapa mental, um
site colaborativo ou qualquer outro formato que propicie a conexão de informações).
Avaliação
A avaliação se dará de forma processual, individualmente ou em grupos, a cada etapa
desenvolvida, com devolutivas que permitam aos estudantes aprimorarem seus trabalhos
até o momento da entrega final. Para isso, será elaborado um portfólio das atividades re-
alizadas ao longo do módulo (relato das entrevistas, sistematização dos achados da pes-
quisa, apresentação dos resultados e das projeções feitas). A avaliação do produto final
será realizada por meio de uma rubrica contendo os critérios de avaliação do trabalho, a
qual será compartilhada previamente com os estudantes para que possam desenvolver
seu trabalho de acordo com o que é esperado deles. A autoavaliação será feita por meio
de questões simples sobre o que e o quanto aprenderam, além de competências e habi-
lidades que desenvolveram.
Qual a relação entre o mundo do trabalho e a

sustentabilidade na Amazônia e qual o futuro
de determinadas profissões nessa região?
Os estudantes vão conhecer diversos tipos de ocupação e trabalho na Amazônia, por meio de
pesquisas práticas, com aplicação de entrevistas e de questionários, mobilizando a Matemática para
relacionar essas formas de trabalho à sustentabilidade. O objetivo é entender as relações de
ocupação e de trabalho no contexto amazônico, e se envolver com produções criativas, para
apresentar esses conhecimentos de forma engajada.
REPRESENTAÇÕES
GRÁFICAS TIPOS DE
OCUPAÇÃO NA
AMAZÔNIA
Discutir mundo
do trabalho na
Amazônia, em
Matemática,
RELAÇÕES COM A
SOCIOBIODIVERSIDADE
envolve... LEVANTAMENTO
E ANÁLISE DE
DADOS
E por quê?
REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS TIPOS DE OCUPAÇÃO NA AMAZÔNIA

São ferramentas matemáticas Serão analisados por meio de pesquisa
mobilizadas no trabalho do módulo de campo.
para sistematização e apresentação
de resultados.
RELAÇÕES COM A SOCIOBIODIVERSIDADE LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS

Serão compreendidas com base em Serão mobilizados pelos estudantes para
como os tipos de ocupação afetam desenvolvimento da pesquisa.
diretamente as questões sociais e
ambientais.
MÓDULO - TIPOS DE OCUPAÇÃO NA AMAZÔNIA: USANDO A MATEMÁTICA PARA PENSAR O FUTURO
Agora, qual o foco das etapas do módulo

para organizar o percurso de aprendizagem?
a a a
1 ETAPA
Aplicar a Matemática para

2 ETAPA
Análise de dados para gerar

3 ETAPA
Sistematização dos
investigar as diferentes conclusões de como esses conhecimentos por meio de
formas de trabalho e trabalhos se comportaram, ao produções criativas para
ocupações nas Amazônias e longo do tempo, em relação divulgação acerca do mundo
como se relacionam com a aos fatores de do trabalho na região
sustentabilidade. sustentabilidade. amazônica.
Tudo isso caminha lado a lado

com os eixos estruturantes
EM DIÁLOGO COM A
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
Amazônia
Os estudantes realizam pesquisa As etapas deste módulo fazem um mergulho nas
de campo, com aplicação de diversas formas de organização das ocupações e
entrevistas e de questionários, dos trabalhos da região amazônica, desde as
levantam e testam hipóteses, associações de artesãos e de grupos extrativistas
além de selecionarem os até as diversas formas de trabalho formal e informal.
conhecimentos matemáticos Além disso, buscam compreender, com os
+ para coleta e análise de dados e
comunicação de resultados.
conhecimentos matemáticos, como essas
ocupações impactam no contexto socioambiental
da região e fazer previsões acerca do futuro dessas
PROCESSOS CRIATIVOS profissões na Amazônia.
Os estudantes desenvolvem
recursos criativos para
representar os dados obtidos na
pesquisa.
Navegar por este Compreendam as diversas formas de organização

do mundo do trabalho na Amazônia.
percurso contribui para Investiguem a relação do trabalho com a susten-
que os estudantes tabilidade.
Realizem uma pesquisa de campo com coleta e
análise de dados quantitativos.
Utilizem gráficos, infográficos, tabelas e outros
instrumentos para analisar e comunicar os dados
coletados.
REALIZAÇÃO:
ETAPA 1: CONHECENDO OS TIPOS

DE TRABALHO E DE OCUPAÇÕES NA
AMAZÔNIA
CARGA HORÁRIA MÉDIA SUGERIDA: 20H
ACONTECE NA ETAPA
Pesquisas sobre as diferentes modalidades de trabalho existentes em
nosso país.
Entrevistas com diferentes trabalhadores amazônicos.
Análise das modalidades de trabalho que estão pautadas ou não na
sustentabilidade.
Produção de painel colaborativo para sistematização das entrevistas.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
CARGA HORÁRIA MÉDIA SUGERIDA: 10 horas

Esta situação de aprendizagem convida os estudantes a compreender, a reconhecer
e a valorizar o mundo do trabalho no território amazônico. Eles se aproximam dessas
realidades com base em investigações orientadas pelo professor e com o planejamen-
to de uma pesquisa de campo, na qual deverão testar suas hipóteses sobre como é
possível aplicar os conhecimentos matemáticos para investigar as diferentes formas
de trabalho e ocupações – formais e informais – presentes nas Amazônias e como
se relacionam a aspectos econômicos, profissionais, culturais e socioambientais. Os
estudantes estarão envolvidos em atividades de pesquisa, levantamento de conheci-
mentos prévios sobre profissões e formas de trabalho, análise de dados, produções
colaborativas, debates e trocas entre pares.
Diálogos entre unidades curriculares

Este módulo dialoga com os módulos Juventudes empreendedoras e Práticas para
promover em nossa comunidade um ecossistema empreendedor, da área de Lingua-
gens. Caso, em sua escola, esses módulos de Linguagens já tenham sido desenvolvi-
dos com os estudantes, ou caso estejam sendo trabalhados, converse com seu colega,
a fim de estabelecer interações entre as práticas pedagógicas e as aprendizagens.
Os dois módulos, ainda que independentes, integram a unidade curricular da área de

Linguagens “O mundo do trabalho e as diferentes linguagens para empreender”. Você
pode acessar a unidade completa em: www.itinerariosamazonicos.org.br.
Saiba mais
Para aprofundar conhecimentos sobre os princípios da área do conhecimento no con-
texto do Ensino Médio, sugerimos que realize a Trilha de Aprendizagem do compo-
nente Matemática e suas Tecnologias | Programa Nosso Ensino Médio.1
PONTO DE PARTIDA
1. Para iniciar, é importante apresentar as expectativas de aprendizagem aos estudan-

tes. O infográfico do módulo pode apoiar esse momento de mediação. Assim, além de
expor o percurso de atividades que será proposto, culminando no planejamento de
uma pesquisa, explicite que essa situação deve levá-los à aprendizagem de importan-
tes procedimentos estatísticos, como coletar, organizar e analisar dados quantitativos
e qualitativos e interpretar os resultados alcançados. Ao discutir e planejar os questio-
nários qualitativos e quantitativos e as formas de tabular os dados, eles vão aprender
a definir e a ordenar as etapas de uma pesquisa (entendendo o papel de cada uma
delas), além de selecionar e classificar variáveis que forneçam informações significa-
tivas sobre a situação que será analisada, e avaliar a confiabilidade de um resultado
estatístico com base na estratégia utilizada na definição da amostra.
Atente-se ao boxe “Avaliação em processo” ao final dessa situação de aprendizagem

para o planejamento de momentos, instrumentos e estratégias que poderão compor a
avaliação, a fim de que ela ocorra de maneira processual, com foco nas aprendizagens
e no protagonismo dos estudantes. É possível compartilhar, previamente, com a turma
como vai ser a avaliação, se notas serão atribuídas e como serão geradas as evidên-
cias de aprendizagem. Os jovens também poderão colaborar e dar sugestões para o
delineamento do processo avaliativo.
Após a exposição inicial, sensibilize a turma para o tema “Mundo do trabalho”, com
base em um relato de um jovem e suas perspectivas futuras.
Veja um exemplo de relato a seguir:
Eu sou Rhenan Cauê, tenho 14 anos e moro em Araguatins, Tocantins. Comecei a

me engajar na causa ambiental desde muito pequeno, quando eu morava em uma
chácara, aqui na zona rural, e, por um incidente, ela pegou fogo. Queimou todinha,
e os animais que viviam nela saíram para a estrada, para o quintal da casa. Eles
estavam todos machucados, com queimaduras, e eu acho que esse foi o primeiro
contato com a natureza que me emocionou bastante. Desde então, eu fui buscar
meios para ajudar a natureza, ajudar aqueles animais a terem a casa deles de volta.
Surgiu uma oportunidade: os professores desafiaram os alunos a criarem um proje-
to ambiental para participar na 5ª Conferência Infanto-juvenil pelo Meio-ambiente.
Daí, eu criei um projeto de revitalização e recuperação do Córrego Brejinho, aqui
em Araguatins, que é de extrema importância, pois corta a cidade e deságua no Rio
Araguaia, uma das principais bacias hidrográficas do Brasil. Eu fui escolhido para
representar a escola na conferência [...]. Depois, fui para a etapa nacional, apren-
der a ser um mobilizador de jovens com Edgar Gouveia. [...] Ele me ensinou, com
1
Todos os links indicados neste material foram acessados em fevereiro de 2023.
método divertido, que a gente consegue mudar o mundo com o poder da união.
Eu, com meu projeto de vida, gosto muito de ter contato com a natureza, ajudar a
natureza. Se eu continuar nessa rota do meio ambiente, a minha profissão pode ser
engenheiro ambiental ou biólogo ambiental. (INSTITUTO IUNGO, Relatório anual
2020, p. 40).
Se preferir, é possível se inspirar em relatos de seu cotidiano e elaborar um que se

aproxime mais da realidade da sua turma. Esse é um momento de engajamento ini-
cial para as próximas atividades que serão propostas no módulo, que vão ampliar as
concepções e as perspectivas dos estudantes sobre o mundo do trabalho, especifica-
mente, na região amazônica.
Incentive a interpretação e a argumentação das dimensões pessoal, social e profissio-

nal presentes no relato, de modo que os estudantes reconheçam como essas dimen-
sões se conectam. Nesse sentido, podem ser mobilizados os seguintes temas com os
estudantes:
• O que a escolha profissional do Rhenan diz sobre a história de vida dele? O que
o leva a fazer essa escolha?
• E vocês, estudantes, percebem que essa vivência e escolha profissional do
Rhenan é também social? O que indica essa vivência e escolhas dele serem
sociais?
• O que mais vocês observam no texto do relato de Rhenan?
Diálogos Amazônicos
Para sensibilizar ainda mais os estudantes para o tema dos tipos de trabalho e ocu-
pações na Amazônia, sugerimos que você aprecie e discuta com eles a intervenção
“Folha do Ver-o-Peso”, da fotógrafa Paula Sampaio. Trata-se de um impresso, em que
trabalhadores e frequentadores do mercado Ver-o-Peso, em Belém – PA, falam so-
bre memórias familiares e ofícios, cotidiano de trabalho, relações interpessoais en-
tre donos de bancas, vendedores e fregueses, meio ambiente, questões econômicas,
mudanças históricas e sociais, entre outros temas. O mercado é um lugar em que se
encontram diferentes atividades ligadas ao mundo do trabalho, além de revelar face-
tas socioculturais amazônicas. Baixe o impresso em Projeto Folhas impressas | Paula
Sampaio | Site (Projeto Ver-o-Peso). Para sua mediação, sugerimos algumas pergun-
tas disparadoras:
• Qual a importância desse tipo de intervenção artística na opinião de vocês?
• O que o impresso busca expressar?
• Quais histórias dos trabalhadores retratados no impresso trazem aspectos liga-
dos à transmissão de conhecimentos entre gerações?
• Quais tipos de transformação de trabalho no mercado os entrevistados indi-
cam?
• O que o impresso expressa sobre trabalho e trabalhadores na Amazônia Legal?
2. Convide os estudantes a apresentarem seus conhecimentos prévios sobre as dife-

rentes formas e regimes de trabalho que conhecem, que observam em seus contextos
familiares, ou até mesmo em que já atuam, se na turma houver estudantes inseridos no
mercado de trabalho (por exemplo: trabalho formal, trabalho informal, CLT, autônomo,
empreendedor etc.). Primeiramente, eles fazem uma lista individual do que já sabem
sobre o tema; depois, debates com uma dupla; e, para finalizar, selecionam ideias que
gostariam de compartilhar com a turma. Faça o registro dessas ideias iniciais dos es-
tudantes, para que sejam retomadas posteriormente, garantindo, assim, um primeiro
conjunto de informações que possam compor um portfólio e apoiá-lo no processo de
avaliação da aprendizagem. Para isso, é possível registrá-las em um cartaz que fica-
rá exposto na sala (um mural de conhecimentos cotidianos) ou um em mural virtual,
como o Padlet. Organize, no mural, um espaço para os registros dos conhecimentos
prévios e reserve um outro espaço a ser utilizado nas próximas atividades para o com-
partilhamento de pesquisas realizadas pelos estudantes.
De olho nas estratégias

Um dos recursos digitais disponíveis para a criação de murais interativos e colabora-
tivos é o Padlet. Ele permite a criação de diferentes formatos de murais que podem
ser acessados em tempo real pela turma e que incluirão ideias, registros, opiniões,
imagens e vídeos, por exemplo. Para saber mais sobre como criar murais virtuais com
o Padlet, acesse o tutorial Padlet: como criar um mural virtual colaborativo| Tríade
Educacional | YouTube.
3. Convide a turma a focar em algumas formas de trabalho ou em ocupações pre-

sentes na região amazônica. Apresente o infográfico Uma fotografia do mercado de
trabalho na Amazônia Legal | Amazônia 2030. Realize a leitura das informações com
os estudantes, questione-os sobre o que eles já sabem das temáticas. Pergunte se eles
sabem o que caracteriza um tipo de trabalho ou ocupação como formal ou informal;
se conhecem formas de trabalho ou de ocupação com essas características, inclusive
nas ideias que debateram e registraram no mural da turma anteriormente; o que mais
lhes chama a atenção sobre os dados e os gráficos apresentados no material; o que
pensam sobre isso; quais são os maiores desafios indicados no infográfico acerca do
mercado de trabalho na Amazônia Legal. Se houver tempo, proponha uma dinâmica
para que eles discutam e respondam a essas questões em duplas ou trios, registrando
suas respostas. Esses registros também devem compor o portfólio para avaliação e
serem compartilhados para discussão coletiva.
4. Como forma de se prepararem para a aula seguinte, solicite aos estudantes que
pesquisem sobre o que define um trabalho ou ocupação como formal ou informal e
que levantem exemplos de cada uma das modalidades. Ao solicitar que os estudan-
tes realizem pesquisas e atividades prévias a serem aplicadas e sistematizadas em
aula, estamos colocando em prática a sala de aula invertida (saiba mais sobre esse
tipo de metodologia ativa acessando a Caixa de Metodologias e Estratégias). Alguns
exemplos que podem ser levantados com os estudantes são: trabalhos que se inse-
rem no regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT, ou popularmente “carteira
assinada”) e em cargos públicos concursados; trabalhadores autônomos (formais ou
informais); trabalho temporário; trabalho intermitente; empresários; empreendedores,
como microempreendedor individual (MEI); atuações no Terceiro Setor, setores da

economia extrativista, em cooperativas ou em associações. Além disso, podem existir
atuações em fundações, institutos e organizações não governamentais (ONGs). Este-
ja atento se os estudantes trarão todas essas possibilidades e, caso não conheçam,
incentive que eles busquem mais informações sobre essas modalidades. É possível
dividir essas temáticas entre duplas ou em trios de estudantes para que se encar-
reguem de pesquisar e de se especializar em um dos exemplos. Informe-os que as
pesquisas serão retomadas na próxima aula e também a importância de selecionar
fontes de pesquisa confiáveis, como sites de universidades ou sites oficiais do gover-
no. As ideias podem ser registradas no caderno ou em folha à parte, que poderá ser
entregue ao professor posteriormente. Se, em sua realidade, a maioria dos estudantes
da turma não tem acesso à internet em casa, selecione, previamente, livros, revistas,
textos e outros materiais que poderão ser distribuídos às equipes para que realizem
as pesquisas em casa.
Saiba mais
A seguir, indicamos alguns exemplos de sites que podem ser sugeridos aos estudan-
tes. Caso eles não tenham acesso à internet, você pode usar esses sites para preparar,
previamente, o material de pesquisa e disponibilizar aos grupos.
• Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) | Ministério do Trabalho e Pre-

vidência.
• Registro Profissional — Português (Brasil) | Ministério do Trabalho e Previdência.
• Combate à Informalidade — Português (Brasil) | Ministério do Trabalho e Previ-
dência.
• Entenda o trabalho informal no Brasil e no mundo | Politize!.
• Como o terceiro setor possibilita trabalhar com causas sociais | Tatyane Mendes
| Na Prática.org.
DESENVOLVIMENTO
5. As pesquisas realizadas pelos estudantes serão retomadas a seguir. Inicie a propos-

ta unindo duas duplas ou trios, formando grupos maiores. Cada dupla ou trio deverá
apresentar aos outros da equipe as modalidades de trabalho formal e informal que
pesquisaram e verificar os pontos em comum e divergentes de seus registros. Então,
elaboram um compilado do que foi debatido para ser inserido no mural de conheci-
mentos cotidianos construído conforme indicação anterior. Esses registros deverão
complementar os conhecimentos prévios compartilhados pelos estudantes. Dessa
forma, o mural vai contemplar tanto o que eles já sabiam sobre a temática quanto as
novas informações pesquisadas por eles.
6. Com o mural finalizado pelas equipes, solicite a todos os estudantes que explorem
as informações inseridas pelos colegas e conheçam as diferentes modalidades de tra-
balho, formais ou informais, que foram pesquisadas, registrando em seus cadernos,
fazendo um quadro-síntese ou respondendo a uma ficha de análise elaborada por
você para compor o portfólio dos alunos.
Informe-os que eles partirão desse conjunto inicial de informações para aplicar uma
pesquisa estatística em suas diversas etapas. Faça uma roda de conversa sobre os
conceitos de estatística que eles já devem ter visto na formação geral básica, levan-
tando os conhecimentos prévios dos estudantes. Utilize a discussão para já incentivá-
-los a pensar em que informações eles gostariam de saber a mais sobre as situações
de trabalho presentes no mural e como poderiam pesquisar essas informações.
Quer adaptar a proposta?

Se a sua turma apresentar dificuldades relacionadas aos temas da estatística e à cons-
trução e à interpretação de gráficos e tabelas, aproveite esse momento para retomar
esses conceitos. Verifique a necessidade de apresentar textos e exercícios para revisar
esses temas com os estudantes. Uma forma de fazer essa retomada é propondo que
eles realizem a sequência didática Unidade: Introdução à Estatística | plataforma Khan
Academy. Se desejar, você pode acessar a sequência e reproduzir as atividades para
que os estudantes resolvam individualmente ou em duplas.
7. Retome com a turma que, ao analisarem o relato do jovem no início dessa situ-
ação de aprendizagem, eles tiveram de pensar sobre as dimensões pessoal, social
e profissional que estavam presentes em suas perspectivas futuras. Debata com os
estudantes como essas dimensões podem se relacionar aos diferentes exemplos de
modalidades de trabalho investigados. Para isso, compartilhe o vídeo Quebradeiras
de coco-babaçu, as guardiãs da natureza | Rede TVT | YouTube com a turma. Na im-
possibilidade de apresentar o vídeo, é possível selecionar textos ou depoimentos do
site do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu | MIQCB e levá-los
impressos para a aula.
Com base no vídeo ou no texto, questione-os como as dimensões pessoal, social e

profissional podem ser identificadas nos relatos das quebradeiras de coco. Os estu-
dantes poderão mencionar aspectos em relação à dimensão pessoal e social, que a
ocupação de quebradeira de coco se configura como uma tradição da cultura local
e de seus familiares, passando de geração em geração, e que suas conquistas nos
últimos anos representam importantes avanços em relação ao empoderamento das
mulheres da região na luta por seus direitos e pela liberdade de as meninas também
frequentarem a escola. Na dimensão profissional, poderão indicar que essa ocupação
representa a profissão dessas mulheres que, com seus ganhos financeiros, são capa-
zes de ajudar no sustento de suas famílias. Também poderão reconhecer que se trata
de uma ocupação sustentável, que respeita e contribui para a preservação do meio
ambiente e que, inclusive, é prejudicada pelo aumento do desmatamento e dos avan-
ços desregulados do agronegócio. Pergunte qual é a modalidade de trabalho na qual
elas estão inseridas, se conhecem mais trabalhos e ocupações semelhantes.
Aproveite, também, para desafiar a turma a pensar em mais uma dimensão que pode
se relacionar ao “Mundo do trabalho”: a sustentabilidade. Questione os estudantes
como as diferentes formas de trabalho podem impactar negativa ou positivamente
o meio ambiente; como podem estar ou não pautadas nos princípios da sustentabili-
dade; como podem contribuir ou não para o desenvolvimento sustentável. Esse tema
será retomado nas etapas seguintes e vai ser importante introduzir esse debate com
os estudantes nesse momento.
Saiba mais
Caso haja tempo para aprofundar, com a turma, o tema, é possível promover uma
atividade de “rotação por estações” com diferentes materiais e atividades sobre os
conceitos de sustentabilidade, desenvolvimento sustentável e suas dimensões, além
dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), disponíveis em Objetivos de
desenvolvimento sustentável | Nações Unidas do Brasil. Além disso, o artigo Conhe-
ça as 5 características que definem a sustentabilidade corporativa segundo a ONU |
TERA Ambiental contribui para que a turma relacione o conceito de sustentabilidade
ao mundo do trabalho. A sustentabilidade, certamente, tem uma dimensão ecológica,
mas não se reduz a ela. Princípios como democracia, não violência, paz, justiça social,
jurídica e econômica, segundo a Carta da Terra | Carta da Terra Brasil, por exemplo,
integram sistemas sustentáveis. Veja também o Manifesto pela Vida | Nações Unidas
Brasil. Para planejar a proposta, leia mais sobre a metodologia ativa rotação por esta-
ções acessando a Caixa de Metodologias e Estratégias.
Questões específicas sobre as relações entre o mundo do trabalho no território ama-
zônico e as diferentes dimensões do desenvolvimento sustentável – econômico, am-
biental e social – podem ser levadas para a sala de aula. A série de vídeos Agroecologia
e Economia Solidária na Amazônia Brasileira | REPAM Brasil | YouTube dá visibilidade
a essas temáticas, além de divulgar iniciativas territoriais das comunidades na Ama-
zônia brasileira.
8. A sustentabilidade é uma dimensão da sociedade que se relaciona ao mundo do

trabalho em suas diversas modalidades: formais e informais. Com base em pesquisas
estatísticas, é possível entender como os trabalhadores percebem os impactos de
suas funções no que diz respeito a diversos aspectos da sustentabilidade, tais como
geração de renda, impactos ambientais, inclusão social etc. Com base nessas ideias,
apresente a seguinte questão disparadora aos estudantes: “Como você entende que
uma pesquisa estatística pode nos auxiliar a compreender de que maneira trabalha-
dores formais e informais percebem a sustentabilidade em suas práticas de trabalho?”
Peça que os estudantes registrem suas hipóteses iniciais no caderno e, em seguida,

apresente o material Pesquisa de opinião pública | Andréa F. Weber; Patrícia M. Pérsi-
go | UFSM para que leiam o item 2.1 da Unidade 2, páginas 22 e 23. Você pode também
ler o material com antecedência para se aprofundar em diversos aspectos do tema e
imprimir as páginas 22 e 23 para entregar aos alunos. Com base na leitura, proponha
que aprofundem suas reflexões e revejam suas hipóteses para a questão disparadora.
Para finalizar, faça um breve debate com os estudantes para que compartilhem suas
hipóteses com os colegas.
Verifique se eles se aproximam da ideia de que as pesquisas permitem que tenhamos

informações sobre determinada população, mas, para isso, é essencial ter uma amos-
tra bem dimensionada e não enviesada, além de uma escolha de variáveis significati-
vas que possam ser coletadas no prazo e com os instrumentos disponíveis. Você pode
conduzir o debate para que eles se aproximem desses conceitos; porém, deixe claro
que essa questão será retomada ao final do módulo, quando eles poderão respondê-la
com mais segurança.
Eixos estruturantes em ação

As habilidades do eixo Investigação científica são mobilizadas em diferentes momen-
tos desta atividade, especialmente as habilidades EMIFMAT02 e EMIFMAT03. Ao se-
rem desafiados com a questão disparadora, os estudantes são incentivados a levantar
e a testar hipóteses sobre variáveis que interferem na explicação ou na resolução de
uma situação-problema, além de selecionar os conhecimentos matemáticos necessá-
rios para a realização da pesquisa em sua totalidade, as formas de coleta de dados e
como serão tabulados e interpretados como evidências, além de como serão comuni-
cados a diferentes públicos.
9. Explique para a turma que eles irão realizar uma pesquisa de campo com a apli-
cação de entrevistas e/ou questionários com pessoas que atuam em determinadas
profissões no território da Amazônia brasileira, investigando como essas atuações se
relacionam à sustentabilidade. Caso sua turma se encontre em outras regiões do Bra-
sil, é importante que os estudantes se preparem para utilizar a internet e as redes so-
ciais para buscar pessoas dessa região dispostas a participar da pesquisa. Para saber
mais sobre essa metodologia, acesse a Caixa de Metodologias e Estratégias e retome
o material Pesquisa de opinião pública | Andréa F. Weber; Patrícia M. Pérsigo | UFJM.
Se achar pertinente, proponha aos alunos a leitura do item 1.2, nas páginas 16 a 18.
Em grupos, os estudantes definem até três tipos de atividades de trabalho formais

ou informais para serem pesquisadas, considerando que o foco da pesquisa é a re-
lação entre o trabalho e a sustentabilidade. A depender da realidade da turma e da
comunidade local, também é possível organizar a pesquisa por área de atuação, como
comércio, saúde, indústria, construção, agricultura, serviços, educação, serviços do-
mésticos, extrativismo e agropecuária, entre outras áreas ou setores que se destacam
no entorno dos estudantes.
É importante esclarecer com os estudantes a diferença entre entrevistas e questioná-

rios. As entrevistas são realizadas de modo presencial ou virtual e ocorrem como uma
conversa, com base em um conjunto de questões mais abertas (ou de resposta livre)
ou questões fechadas (ou seja, com respostas mais específicas). Já os questionários
são um documento com um conjunto de perguntas, que, normalmente, possuem mais
questões fechadas e que podem ser aplicados de forma presencial, com a participa-
ção de um pesquisador (como acontece no Censo, por exemplo) ou também podem
ser enviados de forma impressa ou digital para serem respondidos de forma autôno-
ma pelos participantes da pesquisa.
Por fim, defina com a turma quais técnicas e instrumentos de pesquisa serão utiliza-
dos de acordo com o tempo, o interesse e os recursos disponíveis para sua execução.
Por exemplo, se os estudantes farão entrevistas presenciais ou virtuais, se irão enviar
questionários aos participantes da pesquisa e como isso será feito. De acordo com o
perfil da turma e com o contexto local, verifique se há a necessidade de estabelecer
critérios mais específicos para as escolhas das pessoas que serão entrevistadas e/ou
que responderão ao questionário, além do tamanho da amostra, isto é, do número de
pessoas que serão entrevistadas e/ou que responderão ao questionário.

A turma pode optar, também, por uma abordagem mista de pesquisa, ou seja, com
coleta de dados qualitativos e quantitativos, com a aplicação tanto dos questionários
quanto de entrevistas. Nesse caso, decida com a turma se os entrevistados serão as
mesmas pessoas que responderão ao questionário. Uma boa possibilidade é definir,
previamente, uma porcentagem de pessoas que vão responder ao questionário e que
serão solicitadas a responder também as entrevistas com questões abertas. A esco-
lha dessas pessoas pode ser feita por perfil, isto é, de forma a ter um equilíbrio entre
homens e mulheres respondentes, de todas as faixas etárias e de diversas áreas de
atuação, por exemplo. Ou a amostra pode ser aleatória, definindo-se que, a cada três
respondentes dos questionários, uma será convidada a responder a entrevista tam-
bém. A escolha deve ser baseada na intenção de ter uma amostra mais homogênea ou
mais heterogênea, dependendo do objetivo da pesquisa, que pode estar mais relacio-
nado a mapear a opinião geral ou mais relacionado a mapear a opinião de um grupo
específico acerca da relação entre tipos de trabalho e de ocupação na Amazônia e a
sustentabilidade.
10. Se necessário, os estudantes poderão buscar contatos com profissionais que atu-
am na Amazônia Legal em redes sociais voltadas ao contato profissional, como o
LinkedIn, ou em outras redes sociais. Faça as adaptações necessárias de acordo com
a sua realidade. Informe-os que, durante a aula, eles deverão planejar todo o processo
de coleta de dados, como serão as entrevistas e/ou os questionários. O processo de
coleta de dados e a aplicação dos roteiros de entrevistas e dos questionários pode-
rão acontecer fora do período de aula, conforme a organização de cada equipe e do
tempo disponível para as atividades, de acordo com a próxima situação de aprendi-
zagem. Faça sugestões sobre os tipos de perguntas que eles deverão planejar e como
poderão se organizar:
• Para a entrevista, questões abertas podem ser propostas, mas o ideal é que não
sejam a maioria ou que não gerem respostas muito longas, que podem dificul-
tar o processo de tabulação dos dados. As perguntas devem ser elaboradas
de acordo com o objetivo da pesquisa, podendo abarcar as dimensões social,
pessoal e profissional das atuações dos entrevistados. Por exemplo, caso o ob-
jetivo seja investigar se “as motivações que levam os trabalhadores da indústria
de celulose a escolher essa ocupação envolvem ou não questões relacionadas
à sustentabilidade”, é possível perguntar: “Quais fatores impactaram e ainda
impactam suas trajetórias profissionais?”, “Como eles escolheram atuar nessa
ocupação?”, “Quais são seus conselhos para quem gostaria de trabalhar nessa
profissão?”, “Como se veem no futuro?”, entre outras perguntas. É importante,

também, cruzar essas informações com dados pessoais, como identidade de
gênero, grau de escolaridade e faixa etária, para buscar padrões em amostras
homogêneas de respondentes.
• Para o questionário, o ideal é produzir apenas questões fechadas (questões de
seleção), de preferência usando a escala Likert, desenvolvida para obter infor-
mações qualitativas (sensações, impressões, opiniões subjetivas etc.) utilizan-
do um conjunto de afirmativas e, para cada afirmativa, uma escala graduada.
Por exemplo, se o objetivo da pesquisa é saber “como as ações realizadas por
grupos de pescadores são percebidas pelas comunidades ribeirinhas relaciona-
das ou não à sustentabilidade da comunidade”, é possível elaborar afirmações
partindo de hipóteses, como “Os grupos de pescadores se preocupam com o
meio ambiente”, “Os grupos de pescadores atuam em prol da sustentabilida-
de da comunidade”, “Eu me sinto capaz de enunciar as ações dos grupos de
pescadores que apoiam a sustentabilidade da comunidade” etc. Para cada uma
dessas afirmações, o respondente deve selecionar um número de 1 a 5, sendo
que o valor 1 corresponde a “Discordo totalmente da afirmação” e o valor 5 cor-
responde a “Concordo totalmente com a afirmação”.
Saiba mais
De acordo com os conhecimentos prévios da turma sobre o uso da escala, verifique a
necessidade de reservar um tempo maior ou menor da aula para esclarecer todas as
dúvidas dos estudantes, partindo da leitura do artigo Entenda o que é escala Likert
e como aplicá-la| Mindminers. Explique que essa escala é indicada para pesquisas de
percepção, porque não se trata de apenas responder sim ou não, mas de escolher, com
base na escala, como a pessoa percebe determinado fato, informação ou motivação.
Para análise das respostas, é preciso considerar a moda, pois esta indica como a maior
parte das pessoas percebe determinado fenômeno. Note que é possível, inclusive,
haver mais de uma moda entre os valores obtidos, indicando que a maior parte dos
respondentes se divide entre duas ou mais percepções distintas. Nesse caso, não é
possível calcular a média dos valores modais, pois cada valor usado na escala repre-
senta um sentimento, e não uma quantidade, e não tem sentido somá-los. Você pode
aproveitar essa situação para propor questões que ajudem os estudantes a compre-
ender o que a moda e a média significam em relação ao contexto de um conjunto de
dados.
Saiba mais
Para apoiar os estudantes quanto ao uso das medidas de tendência central ou de
dispersão, você pode utilizar ou pedir que acessem o seguinte material, páginas 19 a
27, Manual de indicadores educacionais | Coordenadoria de Avaliação da Educação –
COAVE.
O questionário pode ser organizado em diferentes categorias, como o levantamento

de dados sobre o perfil dos entrevistados (por exemplo, idade, gênero, local de tra-
balho, tipo de ocupação/trabalho, se está ou não ocupado no momento, se é trabalho
formal ou informal) e dados específicos sobre as ocupações (como se relaciona às di-
mensões social, ambiental e econômica do desenvolvimento sustentável). Por exem-
plo, em relação à dimensão social, se acreditam que é uma ocupação ou trabalho que
respeita o direito de seus trabalhadores e trabalhadoras, se incentiva e valoriza a di-
versidade, se implementa políticas internas para a manutenção e o incentivo da saúde
e da segurança dos trabalhadores. Em relação às dimensões econômica e sustentável,
se implementa ações que respeitam e preservam os recursos naturais, como seu uso
consciente, e se prioriza o uso de fontes renováveis de energia, se faz a gestão susten-
tável dos resíduos; quais são seus impactos socioambientais, como e se proporciona
inclusão e geração de renda; se oferece condições dignas de saúde, higiene e segu-
rança aos trabalhadores e às distintas populações da região; se possibilita a geração
de novas oportunidades e quais seus principais desafios.
Os tipos de pergunta para o questionário poderão variar de acordo com as ocupações

escolhidas pelos grupos para a pesquisa, mas as categorias podem ser padronizadas
e acordadas, previamente, com toda a turma. Observando os exemplos anteriores, é
possível constatar que nem todas as variáveis serão importantes para todas as pesqui-
sas, mas listar as variáveis para que os grupos selecionem as que irão investigar pode
auxiliar bastante a turma. Veja uma sugestão de lista de variáveis:
• Dados de perfil: gênero, faixa etária, grau de escolaridade, estado civil (solteiro/
casado), quantidade de filhos, quantidade de pessoas na residência, quantida-
de de pessoas que contribuem com a renda mensal da residência, faixa média
de receita mensal da pessoa ou da família.
• Relação com a sustentabilidade e condições de trabalho: presença de ações
relacionadas à sustentabilidade, dimensões contempladas por essas ações (so-
cial, ambiental ou econômica), possibilidade de evolução na carreira, percep-
ções sobre desigualdade e equidade no ambiente de trabalho, nível de satis-
fação com a renda em relação ao esforço, condições de salubridade, higiene e
segurança do trabalho.
Auxilie os grupos no planejamento do roteiro das entrevistas, como farão os registros

das informações e como poderiam otimizar a coleta de dados. Oriente-os a relacionar,
em um caderno ou documento digital, todas as perguntas que serão utilizadas; a atri-
buir funções aos integrantes da equipe – entrevistador, escriba ou gravador da entre-
vista, controlador do tempo e líder, por exemplo; e a providenciar, com antecedência,
todos os materiais necessários.
O roteiro da entrevista poderá incluir:

• apresentação da equipe, dos interesses e objetivos da pesquisa;
• apresentação do termo de consentimento livre e esclarecido e solicitação da
assinatura pelo entrevistado (ou descrição oral de que nomes e dados não se-
rão divulgados, além de pedir autorização para que a entrevista seja gravada,
se for o caso);
• explicação dos motivos e dos propósitos da pesquisa;
• justificativa da escolha do entrevistado;
• conversa inicial para um aquecimento antes da entrevista;
• realização da entrevista – mantendo diálogo, escuta ativa e respeito às opiniões
e às sugestões do entrevistado;
• agradecimentos e encaminhamentos finais.
Se desejar, faça a leitura, com antecedência, das páginas 64 e 69 do livro “Pesquisa

social – Teoria, método e criatividade”, de Maria Cecília de Souza Minayo e Suely Fer-
reira Deslandes (2007) para contribuir com orientações direcionadas aos estudantes.
Consulte, também, as dicas de estratégias e os detalhamentos propostos na Caixa de
Metodologias e Estratégias.
Cada equipe deverá planejar suas entrevistas, construir o questionário, preparar o ro-
teiro, combinar com os entrevistados como acontecerão esses contatos, como farão
os registros e o tempo de duração. É essencial que todo esse planejamento seja do-
cumentado e acompanhado por você, que pode dar devolutivas sempre que entender
necessário, garantindo não só a aprendizagem dos estudantes, mas também um bom
resultado em cada etapa do trabalho, de modo que os estudantes se sintam prepara-
dos para a etapa seguinte.

Para conhecer diferentes estratégias para o planejamento do trabalho em grupos, leia
o artigo Planejando o trabalho em grupo orientado para o ensino da equidade | Nova
Escola. Se desejar ir além, recomendamos a leitura completa da obra que é tema do
artigo: COHEN, Elizabeth G.; LOTAN, Rachel A. Planejando o trabalho em grupo: estra-
tégias para salas de aula heterogêneas. Porto Alegre: Penso, 2017.
11. Outra temática importante de se debater com a turma envolve as questões éticas
ao se realizar pesquisas com seres humanos, mesmo que no formato de entrevistas
e com aplicação de questionários. É interessante trazer o diálogo com a turma pen-
sando em possíveis problemas que os entrevistados poderiam enfrentar caso suas
identidades fossem divulgadas ou outras consequências que uma pesquisa desse tipo
pode ter para uma população. Depois desse debate, proponha aos estudantes que
pesquisem modelos de “termos de consentimento livre e esclarecido”, que poderão
ser assinados pelos entrevistados para a autorização da divulgação dos dados co-
letados nas entrevistas, além de informar que seus nomes e dados não serão divul-
gados. Veja alguns modelos de termo de consentimento e atente para as diferentes
modalidades apresentadas. Ex.: Termo de consentimento livre e esclarecido | UFAM.
No caso do uso dos questionários, é possível inserir uma questão inicial explicando a
pesquisa e perguntando se a pessoa aceita participar. Analise se a assinatura desse
termo faz sentido no contexto da escola. Caso avalie que não é pertinente, oriente os
estudantes a explicarem essas informações para as pessoas, oralmente, ao realizarem
as entrevistas.

Para a otimização da aplicação do questionário, é possível que os estudantes utili-
zem formulários digitais, por exemplo, os que podem ser criados com as ferramentas
Google ou Microsoft, disponíveis gratuitamente na internet. Acesse o tutorial Forms
| Saiba criar questionários, provas e formulários online | Microsoft Brasil | YouTube e
aprenda a criar formulários on-line. Se em sua realidade não for possível a utilização
de formulários on-line, oriente os estudantes quanto à elaboração de fichas, pautas de
entrevista e tabelas que poderão ser criadas por eles durante a aula para a otimização
do processo.
SISTEMATIZAÇÃO
12. As equipes deverão retomar todas as ideias e os roteiros de entrevistas e organizar

um cronograma de como o processo de aplicação dos questionários e/ou a realiza-
ção das entrevistas, bem como a sistematização dos dados, acontecerá. Elas poderão
construir uma tabela com alguns itens, como datas das entrevistas e/ou aplicação
dos questionários; responsáveis pelo contato com os profissionais e pela realização
da entrevista e/ou aplicação do questionário; funções de cada integrante do grupo;
recursos e ferramentas que serão utilizados; local/formato da entrevista; tamanho da
amostra e número de pessoas que serão entrevistadas e/ou responderão aos questio-
nários. Todos os cronogramas poderão ficar expostos em um mural na sala, feito com
papel pardo, para que todas as equipes acompanhem os movimentos que estão acon-
tecendo. Com base nos cronogramas, estabeleça os prazos com a turma, lembrando
que as entrevistas e/ou a aplicação dos questionários, se necessário, podem ser feitas
fora do período de aulas conforme a proposta da próxima situação de aprendizagem.
Outra possibilidade para a criação e acompanhamento dos cronogramas é o uso

de ferramentas digitais, como o Trello e o Monday, que possibilitam a criação de
cronogramas de trabalho colaborativo. Caso prefira uma ferramenta mais sim-
ples, você pode utilizar um modelo de cronograma pronto, disponível no progra-
ma Google Planilhas.
13. Retome e liste com a turma os conhecimentos construídos na situação de

aprendizagem e o quanto se sentem seguros sobre o que será necessário para
as próximas etapas de trabalho. Retome, também, a questão disparadora: “Como
você entende que uma pesquisa estatística pode nos auxiliar a compreender de
que maneira trabalhadores formais e informais percebem a sustentabilidade em
suas práticas de trabalho?”
Verifique se, ao longo do planejamento da pesquisa, as hipóteses iniciais dos estu-

dantes foram confirmadas ou refutadas e auxilie-os a compreender o papel de cada
etapa da pesquisa e a listar os conceitos fundamentais que foram trabalhados, tais
como dados qualitativos e quantitativos; conceito de variável estatística; modalidades
de trabalho: formal ou informal; aspectos socioambientais no “Mundo do trabalho”
etc. Esse levantamento pode ser realizado com base no registro de palavras-chave no
quadro ou em um cartaz com o uso de bloco de notas autoadesivas, a serem preen-
chidas pelos estudantes, e dispostas no cartaz.
Avaliação em processo
É possível combinar, previamente, com os estudantes como vai ser a avaliação, se
notas serão atribuídas e quais instrumentos serão usados para gerar as evidências de
aprendizagem. As equipes poderão construir um portfólio com os registros de todas
as etapas do projeto. Para cada situação de aprendizagem, algumas possibilidades de
instrumentos de avaliação também são indicadas neste material.
É importante que o processo avaliativo esteja focado na aprendizagem dos estudan-
tes e em como apoiá-los em seus avanços e superação dos desafios, o que caracteriza
a avaliação como formativa. Mais informações sobre esse tipo de avaliação podem
ser encontradas nos links Metodologias ativas e a avaliação – Inovação na educação |
Lilian Bacich | Inovação e Educação e Avaliação formativa: corrigindo rotas para avan-
çar na aprendizagem | Ingrid Yurie | Nova Escola.
No decorrer das propostas da situação de aprendizagem, faça devolutivas aos estu-

dantes a cada entrega, individualmente ou em equipes, destacando pontos que pre-
cisam de mais dedicação e os aspectos positivos de seu envolvimento com o projeto.
As produções individuais e coletivas, em especial a discussão sobre a questão dis-
paradora, a produção do mural de planejamento e a elaboração dos instrumentos
de pesquisa criados pelas equipes poderão fornecer evidências em relação ao de-
senvolvimento das habilidades dos eixos estruturantes. Quanto às expectativas de
aprendizagem dos conceitos matemáticos, é possível considerar como evidência as
explicações fornecidas pelos grupos sobre o papel de cada etapa de uma pesquisa
estatística, bem como a coerência entre o que foi planejado e os questionários elabo-
rados. Acompanhe a produção do portfólio de cada equipe e compartilhe devolutivas
para a sua qualificação. Reveja as estratégias de aprendizagem adotadas e fique aten-
to aos estudantes que precisam de mais atenção e de outras formas de engajamento
e de motivação.

Esta situação de aprendizagem possibilita aos estudantes a aplicação de seus roteiros
de entrevistas e/ou questionários planejados previamente. Com base na coleta, na
tabulação e na análise de dados, os estudantes poderão refletir, colaborativamente,
sobre as ocupações e trabalhos pautados ou não nos princípios da sustentabilidade:
preservação ambiental, inclusão e geração de renda, e condições dignas para traba-
lhadores e trabalhadoras, independentemente se essas ocupações são de natureza
formal ou informal.
PONTO DE PARTIDA
1. Como proposta de engajamento inicial para esta situação de aprendizagem, expli-

que aos estudantes que eles irão executar as pesquisas; o desafio maior será fazê-las
de modo que seja realmente possível tirar conclusões coerentes sobre os trabalhos
que serão analisados.
2. Investigue com a turma de que forma a organização de dados em tabelas e em

gráficos, além do uso de medidas estatísticas, podem contribuir para a compreensão
dos resultados de uma pesquisa. Com base em um levantamento de hipóteses inicial,
proponha a rotina de pensamento “pensar, questionar e explorar”, que envolve três
questionamentos sobre o que está sendo analisado:
• O que você pensa sobre esse tema?
• Quais questionamentos você tem acerca desse tema?
• O que motiva você ou não a querer explorar mais o tema?
Caso ache pertinente, essa rotina de pensamento pode ser usada em outros momen-
tos para estimular o pensamento crítico.

As rotinas de pensamento são estratégias que possibilitam dar visibilidade a ideias,
opiniões e conhecimentos dos estudantes. Elas podem ser utilizadas em diferentes
momentos de uma situação de aprendizagem, com diferentes propósitos, como para
introduzir ideias, ampliar perspectivas, fazer comparações e sintetizar ideias. Saiba
mais sobre as rotinas de pensamento acessando PZ’s Thinking Routines Toolbox | Pro-
ject Zero e Avaliação: as rotinas de pensamento | Lilian Bacich | Inovação e Educação.
Solicite aos estudantes que respondam aos questionamentos individualmente e re-
gistrem suas ideias no caderno. Posteriormente, proponha que eles se organizem em
grupos e compartilhem seus registros, debatendo pontos em comum e divergentes.
Acompanhe esse momento de perto, em cada um dos grupos, e verifique a necessida-
de de esclarecer as dúvidas dos jovens.
DESENVOLVIMENTO
3. Oriente as equipes de trabalho a retomarem seus cronogramas e a realizarem os

roteiros de entrevistas e/ou a aplicação dos questionários conforme programado. Os
estudantes poderão realizar as atividades fora do período de aula ou, se possível, com
acompanhamento docente, respeitando os prazos estabelecidos com a turma. Condu-
za e apoie os grupos nesse processo.
4. Com todas as entrevistas realizadas e/ou questionários aplicados, as equipes deve-

rão tabular, organizar e analisar os dados coletados. Apoie as equipes na seleção das
categorias/variáveis mais relevantes para que possam tirar conclusões sobre a pes-
quisa feita e sua relação com a sustentabilidade, considerando o quanto for possível a
promoção de inclusão, geração de renda e condições dignas de trabalho.
Desafie a turma a pensar sobre as melhores formas de tabulação, de organização e

de sistematização desses dados; quais conhecimentos matemáticos serão aplicados
para isso; e quais ferramentas, instrumentos e recursos – digitais ou não – devem ser
empregados para que a visualização desses dados possibilite a geração de evidências
e conclusões. Se as equipes utilizaram os formulários digitais para a coleta de dados,
é possível exportar esses dados para planilhas digitais, criando gráficos e tabelas, por
exemplo.

As habilidades do eixo Processos criativos são mobilizadas em diferentes momentos
desta atividade, em especial a habilidade EMIFMAT05. Com base na tabulação e na
organização dos dados coletados, os estudantes selecionam recursos criativos rela-
cionados à Matemática para resolver problemas de natureza diversa (nesse caso, os
recursos que melhor representarão os dados obtidos nas entrevistas e possibilitarão a
construção de evidências e de conclusões com base em sua leitura).
5. Após a organização e a tabulação dos dados obtidos com as entrevistas e/ou ques-
tionários, proponha que cada equipe se reúna com outra equipe e apresente os dados,
comparando-os e debatendo os pontos em comum e os divergentes entre os dois gru-
pos. Quando finalizarem suas apresentações, as equipes deverão elaborar uma síntese
dos resultados para apresentar para toda a turma, identificando e diferenciando as
ocupações e os trabalhos pautados ou não nos princípios da sustentabilidade – pre-
servação ambiental, inclusão e geração de renda e condições dignas para os trabalha-
dores e as trabalhadoras –, independentemente se são de natureza formal ou informal.
As sínteses podem ser incluídas em um mural digital, cartaz ou no quadro-negro, para

que se tornem visíveis a todos, formando um painel coletivo de sistematização das
entrevistas. Realize um debate geral com toda a turma, retomando os registros reali-
zados pelas equipes no painel. Para o debate, é possível engajar outros professores,
como da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, com o objetivo de ampliar a
análise dos dados e as evidências baseadas em questões sociais, políticas, culturais e
econômicas presentes no contexto da Amazônia Legal.
Verifique e apoie os grupos para que as sínteses contenham as frequências absolutas

e relativas de cada resposta nas variáveis qualitativas, que podem também ser apre-
sentadas em gráficos, além do uso de medidas estatísticas, por exemplo, média, moda
e mediana, para as variáveis quantitativas. Para dados como idade dos respondentes,
além das medidas de tendência central, pode ser importante utilizar medidas de dis-
persão, tais como amplitude e desvio padrão. Já para as questões de percepção da
escala Likert, os valores modais são mais importantes, mas as frequências absolutas
de cada resposta também podem ser apresentadas. Tenha atenção especial às sínte-
ses que serão apresentadas pelos grupos, já que, de acordo com a realidade de cada
escola, os trabalhos formais ou informais são interpretados com base em diferentes
crenças, vivências, experiências e pontos de vista.
SISTEMATIZAÇÃO
6. Retome com toda a turma as sínteses compartilhadas pelas equipes, engajando-as

nesse momento de reflexão e de sistematização. Faça observações e lance questiona-
mentos que as convidem a perceber a importância de reconhecer, valorizar e compre-
ender como as diferentes formas de trabalho e de ocupações presentes na Amazônia
Legal estão pautadas ou não na sustentabilidade.
7. Proponha a retomada das hipóteses iniciais e finais dos estudantes para a questão
disparadora da primeira situação de aprendizagem: “Como você entende que uma
pesquisa estatística pode nos auxiliar a compreender de que maneira trabalhadores
formais e informais percebem a sustentabilidade em suas práticas de trabalho?”. No
portfólio das equipes, eles poderão registrar como as apresentações do seu e dos
demais grupos possibilitam fazer modificações e qualificar essas ideias apresentadas
por eles, além de destacarem os conhecimentos matemáticos que contribuem para
esse processo.
Espera-se que os estudantes percebam que o processo de seleção de indicadores e

de variáveis que tragam informações significativas qualitativas e quantitativas sobre
uma situação que se quer investigar ou uma questão que se quer responder é uma
etapa essencial do planejamento de pesquisas estatísticas. Além disso, selecionar a
população e/ou a amostra e construir os instrumentos de coleta de dados são etapas
que podem garantir ou eliminar a confiabilidade da pesquisa. Por fim, espera-se que
reconheçam que a aplicação da pesquisa deve ter os auxiliado no desenvolvimento
de habilidades relacionadas à organização, à interpretação e ao tratamento de dados.
8. Para finalizar, peça que elaborem um texto colaborativo no quadro ou em um recur-

so digital, com o objetivo de registrar as aprendizagens desenvolvidas na etapa.
De acordo com os combinados feitos previamente com a turma, resgate e selecione
os instrumentos que serão utilizados para a avaliação. Durante o percurso de aprendi-
zagem, faça devolutivas aos estudantes, individualmente ou em equipes, destacando
pontos que precisam de mais dedicação e os aspectos positivos de seu envolvimento
com o projeto. As produções individuais e coletivas também poderão fornecer evi-
dências em relação às expectativas de aprendizagem e às habilidades dos eixos estru-
turantes. Acompanhe a produção de sínteses com os dados analisados para verificar
a aprendizagem de diversas habilidades matemáticas, tais como construir tabelas de
frequência e determinar medidas de tendência central e de dispersão adequadas a
cada tipo de dado.
Para as diferentes etapas de planejamento, criação do cronograma, execução, orga-

nização e apresentação dos dados obtidos nas entrevistas, diferentes critérios de ob-
servação e de avaliação, tanto individuais quanto coletivos, poderão compor uma
rubrica de avaliação apresentada aos estudantes desde o início da etapa. A fim de
saber mais sobre as rubricas, acesse o vídeo Uso de rubricas na avaliação formativa |
Cesar Nunes | YouTube.
Os critérios apresentados na rubrica também poderão compor uma tabela de autoa-

valiação, que poderá ser preenchida tanto individualmente quanto em grupos.
Reveja as estratégias de aprendizagem adotadas e fique atento aos estudantes que
precisam de mais atenção e de outras formas de engajamento e de motivação. Verifi-
que o que precisará repensar e adaptar para as próximas etapas do módulo.
ETAPA 2: FAZENDO PROJEÇÕES SOBRE

UMA ATIVIDADE DE TRABALHO
ACONTECE NA ETAPA
Aprofundamento das diferentes variáveis que caracterizam os
trabalhos formais e informais estudados na etapa anterior.
Coleta e análise de dados ao longo do tempo referentes às variáveis
categorizadas.
Previsões sobre o comportamento futuro de variáveis relacionadas a
um dos trabalhos formais ou informais estudados na etapa anterior.

Nesta situação de aprendizagem, os estudantes são convidados a aprofundar suas
análises sobre os tipos de ocupação laboral pesquisados na etapa anterior. Para isso,
selecionam quais variáveis quantitativas serão observadas, por exemplo, quantidade
de trabalhadores na área, expectativa de permanência nessa ocupação, quantidade
de acidentes e ações para segurança no trabalho, considerando que a análise deve ser
capaz de gerar conclusões sobre como esses trabalhos se comportaram ao longo do
tempo em relação aos fatores de sustentabilidade, inclusão, geração de renda e con-
dições dignas de saúde, higiene e segurança no trabalho. No decorrer das atividades,
os estudantes precisarão retomar e aprofundar o que são dados absolutos, indicado-
res, taxas, índices, medidas de tendência central e outros conceitos próprios da es-
tatística. Além disso, precisarão analisar a taxa de variação dessas variáveis ao longo
dos anos e conhecer ferramentas matemáticas que permitam fazer previsões sobre o
comportamento futuro das variáveis investigadas no contexto amazônico.
PONTO DE PARTIDA
1. Uma vez que os estudantes já estarão familiarizados com conceitos básicos de esta-
tística e com as principais ocupações e modalidades de trabalho, conforme a pesquisa
realizada nas etapas anteriores, inicie essa situação de aprendizagem retomando o
debate de como as ferramentas matemáticas podem contribuir para analisar estatis-
ticamente diversas situações sociais. Em uma roda de conversa, conduza a discussão
com base em algumas questões, por exemplo:
• Ao comparar duas modalidades de trabalho, está correto dizer que uma é mais
socialmente valorizada do que a outra? Por que isso acontece?
• Que parâmetros podem ser utilizados para compará-las do ponto de vista so-
cial? Esses parâmetros podem ser quantificados?
• Como comparamos informações quantitativas? E qualitativas?
• É possível comparar o mesmo tipo de trabalho em momentos diferentes da his-
tória? Que cuidados precisam ser tomados ao fazer isso?
No transcorrer da conversa, os estudantes devem perceber que, para comparar dife-

rentes situações sociais, é preciso determinar as variáveis que serão observadas e en-
contrar formas de fazer isso. Variáveis quantitativas são mais facilmente comparadas,
bastando operar com os valores para indicar qual é maior e qual é menor, garantindo
que estejam expressos na mesma escala. Já as variáveis qualitativas precisam ser ca-
tegorizadas para que possam ser comparadas. No caso de comparar séries históricas
sobre a mesma variável, é preciso mapear se os contextos nos quais as variáveis foram
obtidas podem ser realmente comparáveis ou se são tão distintos que a comparação
se torna inviável. Por exemplo, ao se comparar o salário de determinada categoria ao
longo de 30 anos, é preciso levar em conta a inflação, o salário mínimo estabelecido e
o poder de compra em cada período analisado.
Atente-se ao boxe “Avaliação em processo”, ao final desta situação de aprendizagem,

para o planejamento de momentos, instrumentos e estratégias que poderão compor
a avaliação, a fim de que ela ocorra de maneira processual, com foco nas aprendiza-
gens e no protagonismo dos estudantes. É desejável compartilhar, previamente, com
a turma como vai ser a avaliação, se notas serão atribuídas e como serão geradas as
evidências de aprendizagem. Os jovens também poderão colaborar e dar sugestões
para o delineamento do processo avaliativo.

As rodas de conversa são estratégias metodológicas de grande aplicabilidade, em
especial no Ensino Médio, por auxiliarem na desconstrução da relação vertical entre
professor e estudantes, ainda mais perceptível quando o processo de ensino e apren-
dizagem se baseia apenas na transmissão de conhecimentos. Além disso, ajudam a
turma a se constituir como uma comunidade de aprendizagem, levando cada estu-
dante a reconhecer a si e a seus colegas como recursos de informação e de constru-
ção de conhecimento. Para que a estratégia seja efetiva, é essencial que as falas dos
estudantes sejam espontâneas e mediadas também pelas falas dos colegas, de modo
que seus conhecimentos prévios sobre o tema possam ser expostos e mobilizados,
servindo de base para a construção de novos conhecimentos. Para saber mais sobre
como conduzir uma boa roda de conversa, leia o artigo Roda de conversa: uma pro-
posta metodológica para a construção de um espaço de diálogo no Ensino Médio |
Melo e Cruz | Imagens da Educação.
2. Após a roda de conversa, incentive os estudantes a se organizarem em grupos de

acordo com os tipos de trabalho que eles mais gostariam de se aprofundar. Nos gru-
pos assim organizados, peça que retomem os portfólios concluídos na etapa anterior
e discutam quais variáveis eles entendem serem essenciais para analisar o desenvolvi-
mento ao longo do tempo dessas ocupações em relação a: sustentabilidade, inclusão,
geração de renda e oferta de condições dignas para o trabalhador. Acompanhe as
discussões dos grupos e faça anotações, considerando que, no momento seguinte,
cada grupo deverá selecionar um trabalho e uma variável para analisar historicamen-
te. Retomando os exemplos trazidos na etapa anterior, os estudantes podem, por
exemplo, desejar investigar se a quantidade de pessoas vivendo da pesca aumentou
ou diminuiu no decorrer dos anos ou como a quantidade de pessoas trabalhando em
indústrias de celulose se alterou.
DESENVOLVIMENTO
3. Oriente as equipes de trabalho para que compartilhem, em um painel, o levanta-

mento de todos os grupos. Organize o painel de modo que seja possível visualizar
quais foram as ocupações laborais escolhidas pelos grupos e quais variáveis foram
consideradas relevantes. Auxilie os estudantes a classificar as variáveis em qualitativas
nominais, qualitativas ordinais ou quantitativas. A respeito das variáveis quantitativas,
ajude-os a classificar em valores absolutos, coeficientes, medidas de tendência cen-
tral, medidas de dispersão, taxas, índices ou indicadores. Em seguida, proponha uma
reflexão coletiva sobre a seguinte questão: “Como utilizar a matemática para fazer
projeções relativas ao futuro das atividades de trabalho na Amazônia?”
Saiba mais
Para apoiar os estudantes nas classificações, você pode utilizar ou pedir que acessem
o material seguinte, no qual esses e outros conceitos estatísticos são descritos de for-
ma simples e acessível. Destaca-se, no material, que as definições básicas estão entre
as páginas 7 e 27, mas os exemplos apresentados nas páginas 28 em diante auxiliam
na compreensão. Manual de indicadores educacionais | Coordenadoria de Avaliação
da Educação – COAVE e Glossário de Estatística | Assis, Sousa e Dias | EdUFERSA.
4. Com base no painel elaborado anteriormente, você pode selecionar um tipo de tra-
balho e uma ou duas variáveis para cada grupo, de modo que os estudantes possam
buscar informações sobre o comportamento dessa variável nos últimos anos. É inte-
ressante ser uma decisão dialogada com os jovens e você ajuda a problematizar o por-
quê de algumas escolhas. É possível que os estudantes escolham variáveis das quais
não consigam investigar o comportamento nos últimos anos. Nesse caso, auxilie-os
a fazer escolhas mais viáveis do ponto de vista da pesquisa prática. Por exemplo, se
eles escolherem analisar a coleta e a venda do açaí, podem selecionar como variáveis
quantitativas a massa em quilogramas do montante de açaí coletado em determina-
do período de tempo, o custo das ferramentas usadas na coleta, o custo da mão de
obra e o valor de venda do quilograma, além de variáveis diretamente relacionadas à
sustentabilidade, como, no caso de extração natural, considerar o aproveitamento ou
não dos resíduos orgânicos gerados pela coleta na mata. É possível, ainda, investigar
a valorização e as condições de trabalho de toda a cadeia de profissões envolvidas,
desde o coletor do açaí, o transportador, o seletor dos frutos até as pessoas envolvi-
das na industrialização e na comercialização para o consumidor final.
A escolha da variável deve ser realizada de forma que sua análise permita aos grupos
tirarem conclusões sobre como esses trabalhos contribuem com ao menos um dos
seguintes fatores: sustentabilidade, inclusão, geração de renda e condições dignas de
trabalho. Desse modo, caso um grupo decida investigar exclusivamente a quantidade
de açaí produzida por ano (em alguma unidade de massa), é preciso questioná-los
de que maneira essa informação os ajudará a concluir algo sobre a sustentabilidade.
Nesse caso, pode ser necessário incentivá-los a coletar outros dados relacionados.
Além disso, é preciso acompanhar as escolhas para que eles selecionem dados que
tenham sido coletados em pelo menos três datas anteriores e possam ser acessados.
Uma vez feitas as escolhas, os grupos devem se organizar para coletar e registrar os
dados das séries históricas selecionadas, que devem ser trazidos para a aula em um
momento seguinte.
Saiba mais
Para apoiar os estudantes em suas pesquisas, verifique e sugira os links a seguir: Pu-
blicações da Editora IABS | Editora IABS; As cidades na Amazônia Legal: diagnóstico,
desafios e oportunidades para urbanização sustentável | Amazônia 2030; Mercado de
trabalho na Amazônia Legal: Uma análise comparativa com o resto do Brasil | Amazô-
nia 2030; Quais as atividades econômicas mais dinâmicas da Amazônia Legal? | Data
Zoom Amazônia.

As habilidades do eixo Investigação científica são mobilizadas ao longo de toda a ati-
vidade, com destaque para as habilidades EMIFMAT01 e EMIFMAT03. Com a análise
e a classificação de variáveis estatísticas e a seleção das que melhor se encaixam na
demanda que os estudantes querem resolver, utilizando diferentes ferramentas para
analisá-las, eles constroem habilidades essenciais relacionadas ao reconhecimento da
matemática como ferramenta essencial à investigação científica.
5. De posse dos dados, oriente os grupos para que representem as informações em

um gráfico, a fim de que a variável escolhida esteja distribuída no eixo vertical e a va-
riável tempo esteja no eixo horizontal. Garanta que os pontos no gráfico sejam marca-
dos com alguma escala predefinida pelos grupos, considerando que a escala vertical
dependerá do tipo de variável a ser analisada e a escala horizontal dependerá dos
intervalos de tempo entre as coletas dos dados que serão representados. Uma forma
eficiente de criar os gráficos é com a utilização de aplicativos e de planilhas eletrô-
nicas, tais como Excel ou Google Planilhas. No caso de indisponibilidade de acesso,
um aplicativo eficiente e que pode ser baixado e instalado gratuitamente nos com-
putadores para uso off-line é o Winplot. Oriente os estudantes para que construam
os gráficos usando o modelo de gráficos de dispersão, marcando apenas os pontos
observados, sem conectá-los.
Uma vez criados os gráficos, explique aos estudantes que eles irão buscar uma função
que se aproxime o máximo possível dos pontos traçados e utilizarão essa função para
fazer previsões sobre o comportamento futuro da variável que está sendo estudada.
Solicite, então, que eles incluam, no gráfico, uma linha de tendência, utilizando, para
isso, os próprios recursos tecnológicos. No Excel, por exemplo, é preciso clicar sobre o
gráfico de pontos ou linha obtido com os dados coletados, clicar em layout e em linha
de tendência. Já no Google Planilhas, é preciso clicar no gráfico de dispersão e abrir a
janela de edição do gráfico. Na aba “personalizar gráfico”, é preciso selecionar o item
“série” e, em seguida, selecionar “linha de tendência”.
De maneira geral, esses softwares costumam considerar que as variáveis têm com-
portamento linear e, assim, utilizam como padrão uma reta para fazer a aproximação.
Veja, na tabela a seguir, como ficaria a reta que representa a linha de tendência dos
dados disponíveis:
TABELA 1
Quantidade de municípios na Amazônia Legal
1960 1970 1980 1991 2000 2010 2020

227 284 316 501 756 771 772
Fonte: As Cidades na Amazônia Legal: Diagnóstico, Desafios e Oportunidades para Urbaniza-

ção Sustentável | Amazônia 2030. (adaptado p. 10)
GRÁFICO 1
1400
1200
1000
800
Série1
600 Linear (Série1)
400
200
0
1940 1960 1980 2000 2020 2040
Fonte: Elaborado pelos autores com base em dados do site As Cidades na Amazônia Legal: Diagnóstico,
Desafios e Oportunidades para Urbanização Sustentável | Amazônia 2030.
Caso o comportamento da variável escolhida pelos estudantes seja muito disperso e

claramente não linear, eles podem utilizar as próprias ferramentas digitais para escolher
outro modelo de tendência. Logo após selecionar “linha de tendência” no software, há
a opção de alterar o modelo de “linear” para algum outro, por exemplo, “exponencial”
ou “polinomial”. Veja, a seguir, como ficariam essas outras linhas de tendência, conside-
rando os mesmos dados da tabela anterior:
• Exponencial
GRÁFICO 2
1400
1200
1000
800
Série1
600 Exponencial (Série1)
400
200
0
1940 1960 1980 2000 2020 2040
• Polinomial do 3º grau
GRÁFICO 3
1400
1200
1000
800
Série1
600 Polinômio (Série1)
400
200
0
1940 1960 1980 2000 2020 2040

Caso não seja possível fazer uso de tecnologias, oriente os grupos para que tracem o
gráfico em um papel quadriculado, garantindo que a escala seja o mais fiel possível de
acordo com a unidade mínima disponível no papel.
Uma vez marcados os pontos no gráfico, oriente os estudantes para que tracem uma
reta, de modo que todos os pontos fiquem igualmente distribuídos abaixo e acima dela
ou sobre ela. A ideia é que eles façam isso “a olho”, garantindo que a reta divida o mais
igualmente possível o conjunto de pontos em duas regiões.
Ressalte que, se a distribuição dos pontos não parecer linear, a reta pode ficar muito
distante de todos os pontos marcados. Isso provavelmente significa que o modelo linear
não é o melhor modelo de ajuste de curvas para essa variável. Nesses casos, peça que
os estudantes tracem uma reta abaixo de todos os pontos e outra reta paralela acima
como se fossem as guias de uma rua. Observando a distância entre essas duas retas,
eles devem registrar que a variável parece não ter um comportamento linear. Essas in-
formações serão retomadas no momento seguinte.
6. Uma vez construídos os gráficos, oriente os estudantes para que façam previsões
sobre como supõem que a variável escolhida irá se comportar nos próximos dois anos.
Para tanto, eles devem observar o gráfico construído com a linha de tendência selecio-
nada e verificar, pela linha, qual o valor estimado da variável nos dois anos seguintes ao
ano atual.
Caso estejam utilizando recursos tecnológicos, eles podem traçar linhas guias na pró-
pria ferramenta digital para fazer a previsão, usando uma ferramenta de edição de ima-
gem para identificar os pontos no gráfico.
Retomando o exemplo anterior, teríamos a seguinte previsão feita digitalmente:
GRÁFICO 4
1500
1400
1300
1200
1100
1000
900
800
Série1
700
Linear (Série1)
600
500
400
300
200
100
0
1940 1945 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040
Fonte: Elaborado pelos autores com base em dados do site As Cidades na Amazônia Legal: Diagnóstico, Desafios e
Oportunidades para Urbanização Sustentável | Amazônia 2030.
*Estima-se que, em 2025, teremos 900 municípios na Amazônia Legal.
Outra opção é pedir aos estudantes que imprimam o gráfico e usem uma régua para
fazer a previsão. No caso de eles terem utilizado o modelo linear (como no exemplo
anterior), eles podem também identificar os coeficientes linear e angular da reta para
descobrir a lei da função e usar a própria lei para fazer as previsões.
Nesse momento, é essencial dar uma atenção especial aos estudantes que não estejam
utilizando o modelo linear, pois os outros modelos podem até se adaptar melhor aos
dados, mas não necessariamente ao contexto. Veja o que aconteceria se utilizássemos
o modelo polinomial para fazer as previsões da variável utilizada no exemplo:
GRÁFICO 5
1500
1400
1300
1200
1100
1000
900
800
Série1
700
Polinômio (Série1)
600
500
400
300
200
100
0
1940 1945 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040
Fonte: Elaborado pelos autores com base em dados do site As Cidades na Amazônia Legal: Diagnóstico, Desafios e
Oportunidades para Urbanização Sustentável | Amazônia 2030.
*Estima-se que, em 2025, teremos cerca de 675 municípios na Amazônia Legal; quase
100 a menos do que em 2020.
Pode-se verificar que essa curva se ajusta melhor aos pontos representados do que a
reta, mas não faz sentido em relação ao contexto, visto que a curva deve servir como
uma função que auxilia a prever o comportamento da variável no futuro. Entretanto,
se usássemos essa polinomial como linha de tendência, iríamos concluir que o número
de municípios na Amazônia passaria a diminuir após 2020 e seguiria reduzindo até se
aproximar do zero em 2040. Observe que, nesse caso, a previsão feita anteriormente
pela reta faz mais sentido quanto ao contexto do que a que faríamos utilizando a poli-
nomial.
Auxilie os estudantes nesse estudo das linhas de tendência para que escolham não só a
que mais se aproxima dos pontos como também a que mais faz sentido em relação ao
contexto das variáveis escolhidas por eles. Caso não esteja utilizando recursos tecnoló-
gicos, oriente, principalmente, os grupos com variáveis muito dispersas para que cons-
truam argumentos que os ajudem a explicar por que a tendência do comportamento da
variável escolhida não pode ser considerada linear e, por isso, não pode ser feita uma
previsão com os recursos disponíveis.
Saiba mais
O objetivo dessa atividade é levar os estudantes a testar, empregando ferramentas tec-
nológicas, diversas linhas de tendência. Nesse momento, eles não precisarão de outros
argumentos, além da aproximação visual dos pontos, para selecionar a linha que enten-
dem ser mais representativa do comportamento da variável estudada.
Se quiser saber mais e ter mais argumentos de como selecionar linhas de tendência
utilizando ferramentas tecnológicas, acesse:
Escolhendo a melhor linha de tendência para seus dados | Suporte da Microsoft.
Note que os estudantes escolherão a linha que acreditam se aproximar melhor dos da-
dos observados, sem, necessariamente, usar argumentos matemáticos como os dispo-
níveis nesse artigo. Essas considerações serão discutidas no momento seguinte, quan-
do todos os gráficos tiverem sido construídos.
Peça aos estudantes que, além de fazerem as previsões, discutam os seguintes tópicos:
• O quanto vocês podem afirmar, com certeza, que a linha de tendência traçada
pelo grupo de fato reflete um padrão de evolução dessa variável ao longo do
tempo? Que informações vocês poderiam coletar para ampliar a confiança de
que essa função realmente indica a tendência de comportamento da variável no
futuro?
• A quantidade de pontos obtida por vocês para traçar o gráfico parece suficiente?
Como a inclusão de novos pontos obtidos em outras fontes de pesquisa poderia
alterar a linha de tendência traçada?
• Como a previsão realizada por vocês pode auxiliar na tomada de decisões para
melhorar o contexto no qual a variável foi coletada, considerando a sustentabili-
dade, os impactos sociais e as condições de trabalho dignas?
• Quais as vantagens, as desvantagens e os limites do uso dessas técnicas para fa-
zer previsões no comportamento de variáveis estatísticas? O quanto vocês con-
fiam que a previsão feita por vocês irá se realizar efetivamente?
Espera-se que, baseados nessas discussões, os estudantes reconheçam que a escolha

de uma função que modele o comportamento de uma variável depende muito do quan-
to se sabe sobre o comportamento das variáveis em seus contextos, de modo que o
conhecimento do contexto possa influenciar essa escolha. Além disso, a quantidade de
pontos influencia diretamente na confiabilidade da tendência escolhida. Se tivermos,
por exemplo, apenas dois pontos, é possível traçar uma reta entre eles sem considerar
que o comportamento da variável no período entre os dois pontos observados pode ter
sido muito discrepante do que a reta indica. Com base nessas observações, espera-se
que os estudantes sejam capazes de notar que o ajuste de curvas, apesar das limita-
ções, é bastante útil para auxiliar na tomada de decisões acerca de variáveis sociais
sobre as quais não temos tantas informações, mas é preciso criar hipóteses, fazer ob-
servações e testes e seguir coletando dados sobre as variáveis para poder ir ajustando
a curva ao longo dos anos. Outra conclusão a que os grupos podem chegar, em especial
se estiverem traçando as linhas sem utilização de tecnologias, é que o desenvolvimento
do conhecimento científico, muitas vezes, chega a pontos em que se percebe que todo
o estudo realizado é inconclusivo. Esse tipo de resultado também é comum em diversas
áreas do saber e é bastante útil para a construção do conhecimento humano.
7. Quando todos os grupos entenderem que têm uma previsão para o comportamento
da variável nos próximos dois anos e argumentos para explicar o nível de confiabilidade
dessa informação, bem como seus limites, organize um painel de soluções, pedindo que
alguns grupos apresentem suas respostas, enquanto você registra no painel as conclu-
sões gerais. Garanta que as três questões norteadoras do processo de elaboração das
previsões sejam discutidas também coletivamente.
Para otimizar o tempo, é essencial que você observe os grupos e antecipe quais solu-
ções poderão gerar mais aprendizagem quando discutidas pela turma, estando certas
ou não. Ao selecionar as produções dos estudantes, garanta que os novos grupos a par-
ticipar do painel de soluções tenham contribuições distintas dos anteriores, de forma
que nem todos os grupos precisem expor suas soluções e, ainda assim, todos estejam
contemplados. Apesar disso, mantenha os registros de cada um dos grupos e seus re-
gistros pessoais como insumos para a avaliação.
SISTEMATIZAÇÃO
8. Retome, com a turma, a questão disparadora “Como utilizar a matemática para fazer
projeções relativas ao futuro das atividades de trabalho na Amazônia?” e peça a cada
grupo para apresentar uma possível resposta a essa pergunta de acordo com as obser-
vações feitas com base em seus gráficos e nos gráficos dos colegas. Proponha que os
estudantes respondam individualmente e por escrito a essa questão e anotem como as
atividades realizadas auxiliaram na obtenção de uma resposta.
Utilize esses registros para complementar o conjunto de informações que poderá ser
utilizado para avaliação, destacando que eles, diferentemente dos gráficos e das aná-
lises anteriores, oferecem informações de cada aluno individualmente, à parte do seu
trabalho em grupo.
De acordo com os combinados feitos previamente com a turma, retome e selecione os
instrumentos a serem usados para a avaliação. Durante o percurso de aprendizagem,
faça devolutivas aos estudantes, individualmente ou em equipes, destacando pontos
que precisam de mais dedicação e os aspectos positivos do envolvimento deles com o
projeto, assim como as aprendizagens feitas e o desenvolvimento em relação às habili-
dades específicas mobilizadas durante a atividade. Os gráficos e os registros finais de-
vem servir de insumos para a aplicação de rubricas que auxiliem na avaliação individual
de cada estudante acerca de suas compreensões sobre os conceitos de retas de ajuste,
inferência estatística e previsão de valores futuros. Reveja as estratégias de aprendiza-
gem adotadas e fique atento aos estudantes que precisam de mais atenção e de ou-
tras formas de engajamento e de motivação. Verifique o que você precisará repensar e
adaptar para as próximas etapas do módulo.
ETAPA 3: APRESENTANDO RESULTADOS

ACONTECE NA ETAPA
Apresentação de resultados por meio de relatórios, infográficos e
outros recursos criativos, utilizando, se possível, recursos digitais.

Nesta situação de aprendizagem, os estudantes entrarão em contato com recursos de
comunicação visual pertinentes à apresentação de dados estatísticos e, com base nos
dados obtidos nas etapas anteriores, selecionarão os que melhor comunicam as ideias
trabalhadas no módulo. Para finalizar, produzirão um relatório contendo os principais
dados obtidos, as análises realizadas e as conclusões atingidas, promovendo, assim,
um exercício de divulgação acerca do mundo do trabalho na região amazônica.
PONTO DE PARTIDA
1. Para iniciar o trabalho, organize a turma em grupos para fazer uma rotação por esta-
ções, de maneira que cada estação tenha um tipo de gráfico com algumas perguntas
e os estudantes possam ampliar suas análises a cada rodada. As perguntas podem
se iniciar com “destaque quais elementos compõem o gráfico: título, legenda, tipo de
gráfico etc.” e ficando mais complexas a cada estação, chegando a “escrevam uma
afirmação que pode ser obtida com base em algum cálculo realizado com os valores
apresentados no gráfico”. Para saber mais sobre a dinâmica de rotação por estações
consulte o material disponível na Caixa de Metodologias e Estratégias.

avaliação a fim de que ela ocorra de maneira processual, com foco nas aprendizagens
e no protagonismo dos estudantes. É possível compartilhar, previamente com a turma,
Uma vez que os estudantes vêm trabalhando com gráficos como objeto de conheci-
mento desde o Ensino Fundamental, é essencial que os selecionados para essa ativi-
dade tenham um nível de complexidade mais elevado. Infográficos, gráficos de barras
duplas, gráficos de caixa (boxplot), gráficos de barras empilhadas, gráficos de linhas
comparadas, gráficos em rede ou, ainda, relatórios com mais de um tipo de gráfico
sobre o mesmo assunto são boas sugestões.
Saiba mais
Veja, a seguir, dois exemplos de materiais que podem servir de suporte para a análise
dos estudantes: Amazônia – Evolução anual da cobertura e uso da terra (1985 – 2021)
| MAPBIOMAS e Gráficos e mapas explicam como o mundo chegou a 8 bilhões de ha-
bitantes | Paixão, Harada e Queirolo | Folha de S.Paulo.
DESENVOLVIMENTO
2. Após a atividade inicial, apresente todos os gráficos analisados em um único painel

e promova um diálogo sobre a seguinte questão: “Como a utilização de gráficos e in-
fográficos auxilia a comunicar melhor resultados qualitativos e quantitativos de uma
pesquisa?”. Registre as respostas dos estudantes e relacione-as às análises que eles
fizeram anteriormente, aprofundando o debate de forma que eles identifiquem para
quais tipos de variáveis cada gráfico é mais indicado.
3. Solicite aos estudantes que se organizem nos mesmos grupos em que desenvolve-
ram as atividades propostas nas etapas 1 e 2 deste módulo e proponha a cada grupo
que faça um levantamento de todas as informações relevantes obtidas durante essas
etapas. As informações devem contemplar tanto as pesquisas feitas na etapa 1 quanto
as inferências feitas na etapa 2. Circule entre os grupos e apoie-os no planejamento de
um relatório, infográfico ou outros recursos de comunicação, a fim de poderem exer-
cer sua criatividade e selecionar quais informações devem ser apresentadas, quais
gráficos devem ser utilizados e quais narrativas devem ser estabelecidas para expor,
de forma concisa e coerente, todas as aprendizagens desenvolvidas acerca do mundo
do trabalho.
4. Antes de propor que os grupos façam suas produções, pareie as equipes e peça a
cada uma que apresente seu planejamento para a outra, de modo que eles possam
conversar sobre como estão pensando em comunicar seus resultados e opinar acerca
do planejamento dos colegas. Essa dinâmica é importante para reforçar que a comu-
nicação só será efetiva se puder ser facilmente compreendida por pessoas que não
tenham participado do levantamento inicial das informações representadas nos gráfi-
cos e nas narrativas que constam nos materiais que os estudantes estão elaborando.
5. Proponha, então, que eles finalizem suas produções compilando as informações re-
levantes do módulo todo e produzindo infográficos com base nessas informações. É
possível usar, de preferência, algum programa para essa produção. Compartilhe com
os estudantes uma rubrica de avaliação para que eles tenham bons direcionamentos
sobre o que é esperado que conste em suas produções. Lembre-se de incluir, nessa
rubrica, o uso dos gráficos produzidos nas etapas anteriores. Os estudantes podem
acrescentar sugestões para complementar a rubrica, que passa, então, a ser produzi-
da coletivamente. Pode ser produzida, também, uma rubrica sobre os pontos a serem
considerados durante a apresentação dos grupos, para que possam se orientar. Nova-
mente, é importante que os estudantes participem da elaboração dessa rubrica.

Os infográficos são formatos visualmente convidativos para organizar informações
quantitativas e qualitativas em uma mesma peça gráfica. Para apoiar os estudantes
nessa construção, veja Como fazer um infográfico em 5 passos | Venngage. Lembre-
-se de que os infográficos não precisam, necessariamente, ser em formato digital,
podendo ser representados com colagens, cartazes e outras artes que os estudantes
queiram compor.

As habilidades do eixo Investigação científica são mobilizadas ao longo de toda a ati-
vidade, com destaque para as habilidades EMIFMAT01 e EMIFMAT03. Com a análise
e a classificação de variáveis estatísticas e a seleção das que melhor se encaixam na
demanda que os estudantes querem resolver, utilizando diferentes ferramentas para
analisá-las, eles constroem habilidades essenciais relacionadas ao reconhecimento da
matemática como ferramenta essencial à investigação científica.
SISTEMATIZAÇÃO
6. Uma vez que os trabalhos estejam prontos, organize a turma para que cada grupo
apresente aos demais os principais pontos de suas produções. Oriente os estudantes
para que toda a turma se engaje nas apresentações, recomendando que todo estu-
dante seja um guardião da qualidade dos relatórios de seus colegas, e utilize a rubrica
compartilhada anteriormente para verificar, durante as apresentações, se os produtos
dos grupos estão de acordo com a qualidade final esperada.
Após as apresentações, peça aos estudantes que escrevam uma resposta à questão
disparadora: “Como utilizar gráficos e infográficos para melhor comunicar resultados
qualitativos e quantitativos de uma pesquisa?”.
Solicite que escrevam também, na mesma folha, um parágrafo dizendo “antes eu pen-
sava…/ agora eu aprendi…”, resumindo os conceitos que possam vir a ter sido trans-
formados no decorrer do módulo todo.
instrumentos a serem utilizados para a avaliação. Durante a produção dos relatórios,
infográficos e outros materiais indicados durante a etapa, é essencial que os estudan-
tes recebam devolutivas consistentes e sejam provocados com questões reflexivas
que os apoiem na construção do melhor produto final possível. Essa mentalidade deve
levá-los à compreensão de que o objetivo da avaliação é evidenciar, apoiar e apontar
pontos de melhoria acerca da aprendizagem que está sendo desenvolvida para que
a apresentação final seja a culminância do processo, e não apenas a possibilidade de
gerar uma nota. A criação coletiva de rubricas que atestem a qualidade final dos re-
latórios e o uso de avaliação por pares, conforme sugerido na situação anterior, são
ótimas ferramentas de avaliação formativa. Para conhecer melhores estratégias para
dar boas devolutivas, leia o artigo Trabalhando por dentro da caixa preta | Black et al.
| Cadernos Cenpec. Lembre-se de que as devolutivas devem ser baseadas nas rubricas
e na expectativa de que todos os estudantes obtenham o melhor resultado possível.
Portanto, reveja as estratégias de aprendizagem adotadas e fique atento aos estudan-
tes que precisam de mais atenção e de outras formas de engajamento e de motivação.
O conceito final de cada estudante deve ser resultado tanto do relatório final quanto
dos bilhetes individuais. Para a ampliação de conhecimentos e de repertório sobre
práticas avaliativas, recomendamos a realização da Trilha de Aprendizagem do com-
ponente O lugar da avaliação | Programa Nosso Ensino Médio.
REFERÊNCIAS
AS CIDADES na Amazônia Legal: diagnóstico, desafios e oportunidades para urbaniza-
ção sustentável. Infográfico. Amazônia 2030, 25 fev. 2022. Disponível em: https://ama-
zonia2030.org.br/as-cidades-na-amazonia-legal-diagnostico-desafios-e-oportunidades-
-para-urbanizacao-sustentavel/. Acesso em: 20 fev. 2023.
BACICH, Lilian. Metodologias ativas e a avaliação. Inovação na educação, 11 fev. 2020.

Disponível em: https://lilianbacich.com/2020/02/11/metodologias-ativas-e-a-avaliacao/.
Acesso em: 20 fev. 2023.
BARAO, Naike. Entenda o trabalho informal no Brasil e no mundo. Politize!, 28 out. 2020.
Disponível em: https://www.politize.com.br/trabalho-informal/. Acesso em: 20 fev. 2023.
BLACK, Paul et al. Trabalhando por dentro da caixa preta: avaliação para a aprendizagem
na sala de aula. Cadernos Cenpec: pesquisa e ação educacional, [s. l.], v. 8, n. 2, mar. 2018.
ISSN 2237-9983. Disponível em: https://cadernos.cenpec.org.br/cadernos/index.php/ca-
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BRASIL. Referenciais curriculares para a elaboração de itinerários formativos. Brasília,

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BRITO, Valéria A. S. O direito do empregado ao ambiente de trabalho seguro e saudável.

JUS.com.br, 28 ago. 2014. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/31440/o-direito-do-
-empregado-ao-ambiente-de-trabalho-seguro-e-saudavel. Acesso em: 20 fev. 2023.
COHEN, Elizabeth G.; LOTAN, Rachel A. Planejando o trabalho em grupo: estratégias

para salas de aula heterogêneas. Porto Alegre: Penso, 2017.
MERCADO de trabalho na Amazônia Legal: uma análise comparativa com o resto do Bra-
sil. Amazônia 2030, nov. 2020. Disponível em: https://amazonia2030.org.br/wp-content/
uploads/2020/11/Relatorio-Final-Mercado-de-Trabalho-na-Amazonia.pdf. Acesso em: 20
fev. 2023.
MINAYO, Maria Cecília S.; DESLANDES, Suely F.; GOMES, Romeu. Pesquisa social: teoria,
método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2011.
MOVIMENTO interestadual das quebradeiras de coco babaçu. Disponível em: https://

www.miqcb.org/. Acesso em: 20 fev. 2023.
PORTAL DA INSPEÇÃO DO TRABALHO. Painel de informações e estatísticas da inspeção

do trabalho no Brasil. Radar SIT. Disponível em: https://sit.trabalho.gov.br/radar/#. Aces-
so em: 20 fev. 2023.
PORTELA, Raíssa. Regulamentação de profissões é tema frequente no legislativo. Agên-

cia Senado, 29 jul. 2022. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/infoma-
terias/2022/07/regulamentacao-de-profissoes-e-tema-frequente-no-legislativo. Acesso
em: 20 fev. 2023.
QUEBRADEIRAS de coco-babaçu, as guardiãs da natureza. Produção: Rede TVT. São

Bernardo do Campo, 2021. [S. l.], [s. d.]. 1 vídeo (3 min 33). Disponível em: https://www.
YouTube.com/watch?v=bA7B5snQs_4. Acesso em: 20 fev. 2023.
UMA FOTOGRAFIA do mercado de trabalho na Amazônia Legal. Infográfico. Amazônia

2030. Disponível em: https://amazonia2030.org.br/uma-fotografia-do-mercado-de-tra-
balho-na-amazonia-legal/. Acesso em: 20 fev. 2023.
USO de rubricas na avaliação formativa. Produção: Cesar A. A. Nunes. [S. l.], [s. d.]. 1 ví-
deo (15 min 37). Disponível em: https://www.YouTube.com/watch?v=ps5gpp3Tu-g. Aces-
so em: 20 fev. 2023.
YURIE, Ingrid. Avaliação formativa: corrigindo rotas para avançar na aprendizagem. Nova
Escola, 24 jan. 2022. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/20862/avalia-
cao-formativa-corrigindo-rotas-para-avancar-na-aprendizagem. Acesso em: 20 fev. 2023.
MÓDULO
EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA EMPREENDER NA
AMAZÔNIA
Educação financeira para empreender na

Amazônia
EMENTA DO MÓDULO

20 horas
Resumo
O módulo abordará os diferentes tipos de organização do trabalho na Amazônia. No
primeiro momento, os estudantes, em grupos, pesquisam sobre quais são os distintos
tipos de organização do trabalho. Em seguida, cada grupo escolhe um tipo de negó-
cio a ser pesquisado mais profundamente, de modo a contemplar a maior diversidade
possível de organizações de trabalho na Amazônia: trabalho informal, empreendedor,
empresarial, cooperativas, associações, entre outros. Eles estudam o custo para im-
plementar e manter essa atividade, levando em conta a conservação da Amazônia, a
inclusão e a geração de renda, além da qualidade de vida dos habitantes da região. Uti-
lizando ferramentas matemáticas de educação financeira, calculam: o custo de abertura
do negócio; a carga tributária de acordo com o tipo de empresa; o tipo de incentivos
possíveis e como isso impacta financeiramente o negócio; o que são e como funcionam
o capital inicial e o capital de giro em cada tipo de negócio; as melhores formas de
precificar um produto ou serviço, entre outros itens. Por fim, elaboram uma breve e as-
sertiva apresentação para convencer possíveis parceiros a apostarem em sua execução.
• Avaliar situações que envolvam os conceitos de capital, montante e juros fazendo
previsões que impactem um possível empreendimento.
• Coletar e utilizar, em contextos diversos, informações sobre taxas e impostos inci-
dentes em negócios de pequeno e médio porte.
MÓDULO - EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA EMPREENDER NA AMAZÔNIA
• Estudar funções exponenciais e variação de grandezas.

• Diferenciar estruturas organizacionais de ocupações de trabalho na Amazônia.
• Identificar atividades de trabalho formal e informal na Amazônia.
• Identificar formas de produção que protegem o meio ambiente e promovem inclu-
são, geração de renda e qualidade de vida, e diferenciá-las daquelas que não valori-
zam tais ações.
CG 1, CG 2, CG 4, CG 6, CG 7 e CG 9
EIXOS ESTRUTURANTES
Empreendedorismo
Processos criativos
Matemática financeira (cálculo de índices, taxas e impostos).

(EM13MAT104) Interpretar taxas e índices de natureza socioeconômica (índice de desenvolvimento huma-
no, taxas de inflação, entre outros), investigando os processos de cálculo desses números, para analisar
criticamente a realidade e produzir argumentos.
(EM13MAT203) Aplicar conceitos matemáticos no planejamento, na execução e na análise de ações envol-

vendo a utilização de aplicativos e a criação de planilhas (para o controle de orçamento familiar, simulado-
res de cálculos de juros simples e compostos, entre outros), para tomar decisões.
(EM13MAT304) Resolver e elaborar problemas com funções exponenciais nos quais seja necessário com-
preender e interpretar a variação das grandezas envolvidas, em contextos como o da Matemática Finan-
ceira, entre outros.

(EMIFMAT02) Levantar e testar hipóteses sobre variáveis que interferem na explicação ou resolução de
uma situação-problema elaborando modelos com a linguagem matemática para analisá-la e avaliar sua
adequação em termos de possíveis limitações, eficiência e possibilidades de generalização.
(EMIFMAT03) Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, exploratória,
de campo, experimental etc.) em fontes confiáveis, informações sobre a contribuição da Matemática na
explicação de fenômenos de natureza científica, social, profissional, cultural, de processos tecnológicos,
identificando os diversos pontos de vista e posicionando-se mediante argumentação, com o cuidado de
citar as fontes dos recursos utilizados na pesquisa e buscando apresentar conclusões com o uso de dife-
rentes mídias.
(EMIFMAT05) Selecionar e mobilizar intencionalmente recursos criativos relacionados à Matemática para

resolver problemas de natureza diversa, incluindo aqueles que permitam a produção de novos conhe-
cimentos matemáticos, comunicando com precisão suas ações e reflexões relacionadas a constatações,
interpretações e argumentos, bem como adequando-os às situações originais.
(EMIFMAT06) Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras para problemas reais, con-
siderando a aplicação dos conhecimentos matemáticos associados ao domínio de operações e relações
matemáticas simbólicas e formais, de modo a desenvolver novas abordagens e estratégias para enfrentar
novas situações.
(EMIFMAT10) Avaliar como oportunidades, conhecimentos e recursos relacionados à Matemática podem

ser utilizados na concretização de projetos pessoais ou produtivos, considerando as diversas tecnologias
disponíveis e os impactos socioambientais.
(EMIFMAT11) Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos da Matemática para de-

senvolver um projeto pessoal ou um empreendimento produtivo.
FOCO DAS ETAPAS

Etapa 1: Quanto custa implementar um negócio na Amazônia?
• Identificam as características e investigam as diferenças entre atividades de trabalho, como associati-
vismo, cooperativismo e empresarial, e problematizam concepções de trabalho empreendedor, precá-
rio e informal.
• Escolhem o tipo de negócio a ser pesquisado na Amazônia, de modo a garantir a preservação da re-
gião, a inclusão e a geração de renda, além da qualidade de vida.
• Utilizam ferramentas matemáticas de educação financeira para definir os custos do negócio: carga
tributária, precificação de produtos e serviços, entre outros elementos.
Etapa 2: Buscando parcerias para projetar um negócio na Amazônia

• Definem um tipo de negócio que será implementado na Amazônia, com as características indicadas na
etapa anterior.
• Elaboram um plano de negócios de maneira colaborativa.
• Criam e apresentam à turma um discurso de apresentação para mobilizar parcerias.

• Mapa da empatia e uso do quadro de modelo de negócios Canvas.
• Apresentação do plano de negócios para possíveis parcerias.
Avaliação
desenvolvida, com devolutivas que permitam aos estudantes aprimorar seus trabalhos
até o momento da entrega final. Será elaborado um portfólio das atividades realizadas
(sistematização dos achados da pesquisa, apresentação dos resultados e dos estudos fei-
tos acerca do planejamento de um negócio). A avaliação do produto final será realizada
por meio de uma rubrica contendo os critérios de avaliação do trabalho, que será com-
partilhada previamente com os estudantes para que possam desenvolver seu trabalho
de acordo com o que é esperado deles. A autoavaliação será feita por meio de questões
simples sobre o que e o quanto aprenderam, e quais competências e habilidades desen-
volveram.
Quais conhecimentos da educação financeira

precisamos para propor um negócio sustentável
para a resolução de problemas na Amazônia?
Os estudantes buscam informações sobre tipos de negócios e de empresas, formas de tributação e
aprendem as questões financeiras necessárias para desenvolver empreendimentos na região amazônica. O
módulo amplia, de forma crítica, a ideia de empreendimento e mobiliza os jovens a criarem negócios ou
projetos que ajudem a resolver problemas da região, com foco em questões sociais e/ou ambientais. Além
disso, os estudantes são incentivados a apresentar seus projetos para potenciais parcerias.
PLANO DE
NEGÓCIOS REGIMES DE
TRIBUTAÇÃO
Matemática
financeira para
empreendimentos
RESPONSABILIDADE envolve... TIPOS DE
SOCIOAMBIENTAL EMPRESAS
E por quê?
PLANO DE NEGÓCIOS REGIMES DE TRIBUTAÇÃO

É uma excelente forma de usar a Conhecer a forma de tributação do
Matemática para planejar um país é fundamental para definir o
empreendimento. modo mais interessante para
determinado tipo de empresa.
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL TIPOS DE EMPRESAS

É fundamental empreender de forma Conhecer os tipos possíveis de
responsável com as pessoas e o meio empresas contribui para fazer escolhas
ambiente. mais adequadas ao empreender.

a a
1 ETAPA
Pesquisa sobre os diversos

2 ETAPA
Elaboração de um plano de
tipos de negócios possíveis negócios e busca de
ou já existentes na Amazônia; financiamento para o projeto,
análise e seleção do tipo de com base em problemas a
tributação mais interessante serem resolvidos ou
na abertura de uma empresa. amenizados na região
amazônica, com foco na
sustentabilidade.

EM DIÁLOGO COM A
Amazônia
Os estudantes realizam pesquisa As etapas deste módulo ajudam os estudantes a
sobre os diversos tipos de compreender as diversas formas de negócio
negócio, seu enquadramento existentes e possíveis na região amazônica. Com
legal e tributário, com o uso de base nisso, em grupos, criam um projeto desde o
conhecimentos matemáticos. plano de negócios inicial até a busca por
financiamentos (público, privado ou do Terceiro
+ Setor), com o intuito de resolver ou de amenizar
problemas socioambientais identificados na região.
PROCESSOS CRIATIVOS
Mobilizam a Matemática de
forma criativa para construir e
defender a viabilidade de
implementação de um negócio
com base na sustentabilidade.
Navegar por este Aprofundem conhecimentos sobre tipos de

empresas e formas de tributação.
percurso contribui para Proponham negócios e projetos que busquem
que os estudantes resolver ou amenizar os problemas sociais e/ou
ambientais identificados.
Aprendam a elaborar planos de negócios para
uma empresa e apresentem seus planos para
potenciais parceiros.
REALIZAÇÃO:
ETAPA 1: QUANTO CUSTA IMPLEMENTAR

UM NEGÓCIO NA AMAZÔNIA?
CARGA HORÁRIA APROXIMADA: 10H
ACONTECE NA ETAPA
Pesquisas sobre estruturas organizacionais locais de ocupações de
trabalho.
Seleção de tipos de negócios a serem pesquisados na Amazônia ou no
contexto local.
Aplicação de ferramentas da matemática financeira para analisar os
tipos de negócio e os possíveis regimes de tributação.
CARGA HORÁRIA APROXIMADA: 10 horas

Esta situação de aprendizagem convida os estudantes a conhecerem diferentes es-
truturas organizacionais de ocupações de trabalho, reconhecendo-as como de natu-
reza formal ou informal, além de investigarem tipos de negócios já implementados na
Amazônia que garantam a preservação ambiental e cultural, a inclusão e a geração de
renda, além da qualidade de vida das comunidades ao seu redor. O percurso formati-
vo envolverá o levantamento de conhecimentos cotidianos dos estudantes, pesquisas
individuais e em grupos, problematizações, análise de gráficos e aplicação de con-
ceitos básicos de matemática financeira. Espera-se que, ao percorrer essa trajetória,
os estudantes percebam a importância de utilizar recursos matemáticos para serem
capazes de selecionar o regime de tributação mais adequado na abertura de uma em-
presa, além de refletirem sobre como essa empresa pode se adequar aos princípios
da sustentabilidade.
PONTO DE PARTIDA
Verifique a necessidade de adaptar as primeiras propostas desta situação de aprendi-

zagem caso sua turma ou alguns estudantes já tenham vivenciado o módulo Tipos de
ocupação na Amazônia: usando a matemática para pensar o futuro e já conheçam as
diferentes modalidades de trabalho do nosso país e as que são específicas dos con-
textos amazônicos. Os dois módulos, ainda que independentes, integram a unidade
curricular “Como usar a Matemática para entender e atuar no mundo do trabalho na
Amazônia” do programa Itinerários Amazônicos. Para conhecer esta e as demais uni-
dades curriculares, acesse www.itinerariosamazonicos.org.br.
1. Após apresentar as expectativas de aprendizagem e o percurso de atividades (o

infográfico do módulo pode apoiar esse momento de mediação), sensibilize a turma
para o tema das diferentes estruturas organizacionais de ocupações de trabalho da
Amazônia ou do seu contexto local. Para tanto, compartilhe reportagens com exem-
plos de diferentes tipos de atividades de trabalho locais. Sugerimos duas reporta-
gens que podem ser compartilhadas com a turma: Amazônia que Inspira nasce para
alavancar empreendedorismo feminino | Negócios & Gestão Empreendedor e Vozes
Populares | Conheça o Movimento de Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu | Brasil
de Fato.
Proponha que os estudantes se organizem em grupos para a leitura das reportagens

e que respondam a algumas questões, por exemplo:
• Quais são as atividades de trabalho citadas nas reportagens?

• Vocês conhecem pessoas que atuam nessas atividades?
• Quais são as semelhanças e as diferenças entre as atividades citadas nas duas
reportagens?
• O que mais vocês gostariam de explorar sobre elas?
Se possível, exiba a imagem Engajamento do Setor Privado | Rakel Caminha e mobili-

ze os estudantes a relacionarem essa imagem às questões norteadoras. Como os estu-
dantes percebem a circulação de recursos e de dinheiro na região amazônica? Como
esse tema apareceu nas atividades exibidas nas reportagens? Elabore mais questões
de acordo com a realidade da sua turma. É importante que os estudantes façam um
primeiro reconhecimento das diferentes estruturas organizacionais de ocupações de
trabalho da Amazônia ou do seu contexto local (no caso das reportagens exemplifica-
das), da atuação em um empreendimento próprio e em uma cooperativa.
2. Faça um breve debate com a turma a partir das questões propostas. Se desejar,
para sistematizar o que foi debatido com base nas questões, utilize a rotina de pen-
samento “Conexões, Desafio, Conceitos e Mudanças” – chamada de rotina dos 4 Cs,
em inglês: Connections, Challenge, Concepts and Changes – e lance quatro reflexões:
• Conexões: que conexões você faz entre o texto e sua vida ou outros aprendi-
zados?
• Desafio: que ideias, posições ou suposições você quer desafiar ou argumentar
em relação ao texto?
• Conceitos: que conceitos-chave ou ideias você acha que são importantes e va-
lem a pena serem destacados com base no texto?
• Mudanças: que mudanças em atitudes, pensamentos ou ações são identificadas
no texto, seja para você, seja para os outros ao seu redor?
Outro tema relevante que pode ser mencionado pelos estudantes é a importância
dessas atividades de trabalho para as mulheres, sua independência financeira e va-
lorização de sua atuação nas comunidades locais/tradicionais. Se houver tempo dis-
ponível e achar pertinente, é possível debater com a turma sobre os dados atuais
dos indicadores do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5, da Agenda 2030 da
Organização das Nações Unidas (ONU), que trata da Igualdade de gênero, disponível
no link ODS 5 – Igualdade de Gênero | Ipea.

e no protagonismo dos estudantes. É possível compartilhar, previamente, com a turma
3. Questione a turma se eles sabem explicar o que são atividades de trabalho formal
e informal e em qual das modalidades se encontram as atividades indicadas nas re-
portagens. Faça um breve levantamento de conhecimentos cotidianos, registrando no
quadro-negro, em um cartaz ou em um mural digital, como o Jamboard, as palavras-
-chave citadas por eles.

Um dos recursos digitais disponíveis para a criação de murais interativos e colaborati-
vos é o Jamboard. Ele permite a criação de murais que podem ser acessados em tem-
po real pela turma, que incluirão ideias, registros e opiniões, por exemplo. Para saber
mais como utilizar o Jamboard, acesse o tutorial Como usar o Jamboard, o quadro
branco do Google | GCFAprendeLivre | YouTube.
Solicite aos grupos que pesquisem na internet, ou em materiais selecionados previa-

mente por você, o que caracteriza e o que diferencia o trabalho formal do trabalho
informal e que registrem as novas ideias no mural que já estavam utilizando. Algumas
sugestões de materiais são: Entenda o trabalho informal no Brasil e no mundo | Poli-
tize! e Combate à Informalidade – Português (Brasil) | Ministério do Trabalho e Previ-
dência.
Peça que os grupos debatam, comparem os registros e reflitam sobre a natureza das
atividades que já estavam sendo discutidas com base nas reportagens. Solicite, então,
que compartilhem outros trabalhos e ocupações que já conhecem e se acreditam que
são caracterizados como formais ou informais, mantendo um ambiente de diálogo e
de compartilhamento dos conhecimentos cotidianos da turma.
Para finalizar esse momento inicial, faça a leitura do texto “Informalidade: uma marca
do mercado de trabalho da Amazônia Legal” e do gráfico exibidos nas páginas 4 e 5
do relatório Mercado de trabalho na Amazônia Legal: Uma análise comparativa com
o resto do Brasil | Amazônia 2030 com a turma, os quais fazem uma comparação da
taxa de informalidade em relação aos ocupados (%) na Amazônia Legal e no restante
do Brasil, no período de 2012 a 2020. Questione, com base na leitura do gráfico, os
estudantes sobre as possíveis causas e consequências dessas taxas de informalidade,
colocando-os frente a seus conhecimentos prévios e ao senso comum.
Conheça o projeto Amazônia 2030 | Amazônia 2030, que envolve diferentes pesqui-
sadores do Brasil com o foco em elaborar um plano de desenvolvimento sustentável
para a Amazônia brasileira. As iniciativas estão embasadas nas dimensões ambiental,
econômica e social do desenvolvimento sustentável.
4. Em aula, ou como tarefa de casa, solicite a cada grupo da turma que pesquise uma
das diferentes modalidades de trabalho, a saber: trabalhadores autônomos; traba-
lho temporário; trabalho intermitente; empresários; empreendedores, como microem-
preendedor individual (MEI); atuações no terceiro setor, por exemplo, cooperativas,
associações, fundações, institutos e ONGs. Distribua as diferentes modalidades de
trabalho entre as equipes e cada uma deverá pesquisar o que caracteriza esse tipo de
trabalho em relação aos seguintes itens: seguridade social, garantia de renda, direito
a férias remuneradas, décimo terceiro salário, estabilidade, pagamento de tarifas e
impostos, além de outras despesas que poderão ser encontradas a depender do tipo
de modalidade de trabalho em que cada grupo está se especializando. É importante
garantir a diversidade de modalidades de trabalho a serem pesquisadas pela turma,
de modo que eles possam encontrar dados de pessoas que trabalham em uma mes-
ma atividade, porém em modalidades distintas: uma como autônomo, outra como
MEI, outra como empresário e também o empregado registrado, por exemplo. Com
base nesses dados, é possível realizar uma comparação focada no retorno financei-
ro de curto, médio e longo prazos de cada modalidade, além de potencialidades de
reinvestimento desse retorno para evolução do negócio/atividade, considerando os
princípios de sustentabilidade: inclusão, geração de renda e qualidade de vida para si
e para os demais envolvidos.
Informe aos estudantes que as pesquisas serão retomadas na próxima aula, além da
importância de eles selecionarem fontes de pesquisa confiáveis, como sites de univer-
sidades ou sites oficiais do governo. As ideias podem ser registradas no caderno ou
em folha à parte que poderá ser entregue ao professor posteriormente. Outra possi-
bilidade é montar um painel colaborativo na sala de aula, para que a visualização das
informações pesquisadas esteja acessível para todos.
Se, em sua realidade, a maioria dos estudantes da turma não tem acesso à internet,
selecione, previamente, livros, revistas, textos e outros materiais que poderão ser dis-
tribuídos às equipes para que realizem as pesquisas. Outra possibilidade é pedir que
encontrem pessoas de sua família ou do entorno que possam fornecer informações
sobre os tipos de trabalho.
Saiba mais
Se a sua turma não apresentar conhecimentos prévios relacionados a sustentabilida-
de, desenvolvimento sustentável e modalidades de trabalho precários e insalubres,
selecione e apresente para debate alguns dos materiais a seguir: Objetivos de de-
senvolvimento sustentável | Nações Unidas do Brasil; Publicações da Editora IABS |
Editora IABS; As cidades na Amazônia Legal: diagnóstico, desafios e oportunidades
para urbanização sustentável | Amazônia 2030; Quais as atividades econômicas mais
dinâmicas da Amazônia Legal? | Data Zoom Amazônia.
DESENVOLVIMENTO
5. Solicite que as equipes apresentem para a turma os resultados das pesquisas feitas
acerca das modalidades de trabalho. Para a apresentação, constitua novos grupos,
sendo que em cada grupo deve haver um representante dos grupos que realizaram
a pesquisa anterior e se especializou em um tipo de trabalho ou de ocupação. Cada
representante terá dois minutos para apresentar aos colegas uma síntese sobre o que
caracteriza o trabalho ou a ocupação pesquisados. Se for necessário, ajuste o tempo
de acordo com a sua realidade.
É possível sugerir que, no transcorrer da apresentação dos colegas, os estudantes rea-

lizem registros no caderno sobre cada trabalho ou ocupação, organizando-os em uma
tabela, de forma que, ao final das apresentações, cada estudante tenha registrado as
informações pertinentes a cada categoria pesquisada por todos os grupos.
Após a apresentação, lance a seguinte questão disparadora: “Como podemos aplicar

os conhecimentos matemáticos para analisar e selecionar o tipo de tributação mais
interessante na abertura de uma empresa? Para ir além de manter suas responsabili-
dades com as tributações, como uma empresa pode colocar em prática os princípios
da sustentabilidade?”
Promova um momento de tempestade de ideias para que os estudantes compartilhem

suas hipóteses iniciais, baseadas no que já foi realizado até o momento, na situação de
aprendizagem e em seus conhecimentos cotidianos.
Saiba mais
Para que a turma esteja alinhada a respeito de que formas um empreendimento pode
ser sustentável, recomendamos a leitura do artigo Conheça as 5 características que
definem a sustentabilidade corporativa segundo a ONU | TERA Ambiental.

As habilidades do eixo Investigação científica são mobilizadas em diferentes mo-
mentos desta atividade, em especial as habilidades EMIFMAT02, EMIFMAT03 e EMI-
FMAT05. Ao serem desafiados com a questão disparadora, os estudantes são esti-
mulados a levantar e a testar hipóteses sobre variáveis que interferem na explicação
ou na resolução de uma situação-problema, além de selecionarem os conhecimentos
matemáticos necessários para analisar a viabilidade de implementação de um negócio
com base nas dimensões social, ambiental e econômica do desenvolvimento susten-
tável.
6. Solicite que, individualmente, como tarefa de casa, os estudantes pesquisem um tipo

de negócio que esteja pautado em um ou mais dos princípios ligados à sustentabili-
dade: preservação ambiental, inclusão e geração de renda e a qualidade de vida para
trabalhadores e trabalhadoras. Pode ser interessante pedir que eles tragam exemplos
do seu entorno, verificando quais negócios na região da Amazônia Legal valorizam e
se pautam por esses princípios. Com base na realidade de seus estudantes, verifique
a necessidade de selecionar os materiais com antecedência, disponibilizando-os na
escola para facilitar a pesquisa, como os materiais sugeridos no boxe “Diálogos Ama-
zônicos” a seguir. Em sala de aula, os estudantes apresentam suas pesquisas em uma
roda de conversa e listam as principais características dos tipos de negócio pesqui-
sados em um painel colaborativo, utilizando um cartaz ou mural digital, enfatizando
as evidências de como esse negócio pesquisado promove ou não a sustentabilidade.
A seguir, sugerimos alguns materiais sobre tipos de negócios inovadores e sustentá-
veis, específicos do território amazônico, que podem ser compartilhados com a turma.
• Negócios apostam no conceito de floresta em pé na Amazônia e na Mata Atlân-
tica | Folha de S.Paulo;
• Inovação que vem da floresta: Amazônia 4.0 inicia teste de biofábricas itineran-
tes de chocolate e cupulate | Globo;
• Conheça seis negócios inovadores que atuam na Amazônia | Exame;
• Agricultura Indígena – Repórter Junior Rocha | Caminhos do oeste | YouTube;
• Turismo sustentável de base comunitária como estratégia de conservação para
a Amazônia | SDSN Amazônia | YouTube;
• Xingu, histórias dos produtos da floresta | Frutas | Instituto Socioambiental |
YouTube;
• Economia Solidária | Am Docs | YouTube.
7. No momento anterior, os estudantes pesquisaram exemplos de tipos de negócios

sustentáveis. Agora, terão a oportunidade de analisar os diversos tipos de empresas
que podem ser abertas no nosso país. Prepare-se para essa atividade consultando a
ferramenta gratuita do Sebrae: Confira os custos para abrir uma empresa | Sebrae, que
também pode ser disponibilizada para os estudantes. Divida a turma em cinco grupos
para que cada um pesquise um tipo de empresa: Microempreendedor Individual (MEI);
Microempreendedor (ME); Empresa Individual (EI); Sociedade Limitada Unipessoal

(SLU) e Sociedade Limitada (LTDA). Os grupos devem preparar uma apresentação,
em slides ou em cartazes, sobre o tipo de empresa pesquisada, a ser mostrada em
um seminário para a turma. Ao longo da apresentação dos grupos, os colegas fazem
anotações e perguntas de modo que, ao final, todos tenham se apropriado das carac-
terísticas de cada tipo de empresa. Para que os grupos possam se orientar sobre os
principais pontos a serem considerados, você pode elaborar, junto com os estudantes,
uma rubrica contendo os itens a serem avaliados durante a apresentação.
Saiba mais
A seguir, sugerimos alguns materiais, sobre tipos de empresas, que podem ser com-
partilhados com a turma: Quais são os tipos de empresas? | Sebrae; Tipos de empre-
sas: quais são e os tipos de regimes tributários! | Expert XP.
8. Solicite aos estudantes que pesquisem, utilizando as referências que constam no

boxe Saiba mais, os três regimes de tributação que podem ser aplicados a uma em-
presa: Simples Nacional, Lucro presumido e Lucro real. Você pode, também, optar por
utilizar essas referências para preparar uma apresentação para a turma. Proponha,
então, aos estudantes que se organizem em grupos para simular a receita de uma
empresa real e os impostos a pagar durante os três primeiros meses após a abertura.
Para isso, eles devem escolher um tipo de empresa (MEI, ME, EI, SLU, LTDA) e dois
regimes diferentes de tributação. Eles definem os valores da receita em cada um dos
três primeiros meses e, com base nesses valores, calculam os impostos a pagar em
cada mês, de acordo com os dois sistemas escolhidos. Para colaborar com a proposta,
os estudantes poderão buscar dados reais do tipo de empresa escolhida na internet
ou conversar com pessoas da comunidade e com familiares que tenham experiência
no tipo de empresa selecionado. Esses cálculos serão utilizados para a produção do
infográfico proposto a seguir.
Saiba mais
Eis alguns materiais, sobre tipos de tributação para empresas, que podem ser com-
partilhados com a turma:
• Quais são os impostos para cada tipo de empresa? | Abertura Simples | YouTube;
• Conheça os três regimes tributários | Sebrae;
• Impostos de uma empresa: saiba quais tributos pagar | Sebrae;
• Cálculo Simples Nacional: veja como calcular passo a passo | Dicionário Finan-
ceiro;
• Cálculo de impostos no Lucro Presumido: Entenda como é feito | Rede Jornal
Contábil;
• Lucro Real: Entenda o que é, como calcular e suas vantagens | Direto Group.
9. Utilizando os resultados obtidos para os dois tipos de tributação da empresa simu-

lada no item anterior, além da retomada do que caracteriza uma empresa como sus-
tentável, conforme registrado no cartaz ou no mural digital elaborado anteriormente,
os estudantes constroem um infográfico, a ser acompanhado de um pequeno texto
contendo a conclusão acerca do regime tributário mais interessante para aquela em-
presa, justificando a escolha. O infográfico deve conter, também, o nome da empresa
e sua caracterização de acordo com o tipo de serviços prestados, com ênfase nas
características de sustentabilidade e nas condições de trabalho. Para isso, os grupos
poderão resgatar as pesquisas e os registros realizados no início desta atividade.
Já quanto à construção dos infográficos, os estudantes poderão utilizar recursos di-

gitais ou analógicos. Disponibilize os materiais de acordo com a sua realidade e, caso
ache pertinente, o professor de Arte poderá participar desse processo.

Para conhecer o uso de infográficos nas aulas de Matemática, acesse os materiais su-
geridos a seguir: Infográfico: Todos podem aprender matemática | Porvir; Infográficos
e o ensino de Matemática: uma proposta de prática pedagógica para produção do
conhecimento científico na cibercultura | Carloney Alves de Oliveira | Editora da UESC.
Saiba mais
Com foco no desenvolvimento de modelos econômicos que se pautem na mitigação
das mudanças climáticas, na garantia dos direitos dos trabalhadores e na qualidade
de vida, na preservação de recursos naturais e na manutenção das culturas e tradições
locais, destacamos um conceito que vem sendo discutido nos últimos anos: a bioeco-
nomia. Para saber mais sobre esse tema, acesse os materiais sugeridos a seguir: Po-
dcast Bioeconomia na cozinha | Bhoim Mídias | Spotify; Uma bioeconomia inovadora
para a Amazônia: conceitos, limites e tendências para uma definição apropriada ao
bioma floresta tropical | COSTA et al. | WRI Brasil.
Os materiais podem ser compartilhados com a turma para complementar suas con-
cepções sobre o que caracteriza uma empresa como sustentável, principalmente o
episódio dois do podcast.
SISTEMATIZAÇÃO
10. Para o fechamento desta etapa, as equipes apresentam seus infográficos para a
turma e, caso seja possível, para a comunidade escolar. Eles também podem ficar ex-
postos nos ambientes da escola ou, se estiverem em formato digital, podem ser com-
partilhados nas redes sociais dos estudantes e da escola. Outra possibilidade seria a
apresentação dos infográficos em eventos e em feiras promovidos pelas escolas da
região.
É possível combinar, previamente, com os estudantes como vai ser a avaliação, se
notas serão atribuídas e quais os instrumentos a serem usados para gerar as evidên-
cias de aprendizagem. Para cada situação de aprendizagem, algumas possibilidades
de instrumentos de avaliação também serão indicadas neste material. É importante
que o processo avaliativo esteja focado na aprendizagem dos estudantes e em como
apoiá-los em seus avanços e na superação dos desafios, o que caracteriza a avaliação
formativa. Mais informações acerca desse tipo de avaliação podem ser encontradas
nos links Metodologias ativas e a avaliação – Inovação na educação | Lilian Bacich |
Inovação e Educação e Avaliação formativa: corrigindo rotas para avançar na aprendi-
zagem | Ingrid Yurie | Nova Escola. No decorrer das propostas da situação de aprendi-
pontos que precisam de mais dedicação e os aspectos positivos de seu envolvimento
dências em relação às expectativas de aprendizagem e às habilidades dos eixos es-
truturantes. Nesta etapa, acompanhe a produção de cálculos, registros e infográficos
pelos estudantes. Reveja as estratégias de aprendizagem adotadas e fique atento aos
estudantes que precisam de mais atenção e de outras formas de engajamento e de
motivação.
ETAPA 2: BUSCANDO PARCERIAS PARA

PROJETAR UM NEGÓCIO NA AMAZÔNIA
CARGA HORÁRIA APROXIMADA: 10H
ACONTECE NA ETAPA
Definição de um tipo de negócio com base nos princípios da
sustentabilidade para a resolução de problemas locais.
Construção e apresentação de um plano de negócios e do planejamento
financeiro.
Elaboração de estratégias para a mobilização de parcerias para a
implementação do negócio proposto.
CARGA HORÁRIA APROXIMADA: 10 horas

Esta situação de aprendizagem convida os estudantes a produzirem um plano de ne-
gócios a ser implementado na Amazônia Legal, considerando tanto os conceitos de
matemática financeira quanto as ideias centrais relacionadas à sustentabilidade. Para
tanto, eles partirão dos conhecimentos relativos às características de uma empresa
sustentável, às modalidades de trabalho, aos tipos de empresas e às modalidades de
tributação, trabalhados na etapa anterior, e ampliarão seus estudos fazendo um pla-
no de negócios e o planejamento financeiro para uma empresa fictícia que irão criar.
Uma vez realizados o plano de negócios e o planejamento financeiro, os estudantes
poderão pensar em como convencer potenciais parcerias para o empreendimento,
considerando tanto a possibilidade de rendimento do negócio e seu impacto social
quanto seu impacto ambiental.
PONTO DE PARTIDA
1. Apresente, para a turma, as expectativas de aprendizagem e o percurso das ativida-

des que serão propostas no decorrer da situação de aprendizagem.

avaliação, para que ela ocorra de maneira processual, com foco nas aprendizagens e
no protagonismo dos estudantes. É possível compartilhar, previamente, com a turma
Para aprofundar as reflexões sobre as temáticas deste módulo, inicie a atividade com-
partilhando com a turma trechos dos textos a seguir. A ideia é que cada grupo leia
o trecho, selecionado por você, de apenas um dos textos indicados e depois discuta
brevemente entre si:
• Uberização do trabalho: empreendedorismo ou precarização? | Camila Teles |

Humanitá Equipe
• O que é empreendedorismo? | Vitor Leite | Nubank
• Empreendedorismo Social | Dicionário financeiro
• Entenda o que caracteriza um empreendedor social e suas ações | Rede Globo
2. Após a leitura dos grupos, proponha que a turma elabore, de forma coletiva, um
quadro comparativo em que os estudantes façam a diferenciação entre os três con-
ceitos discutidos nos textos: precarização x empreendedorismo x empreendedorismo
social. Como cada grupo fez a leitura de um dos textos, a aprendizagem colaborativa
precisa ser mobilizada para que todos na turma entendam a diferença entre esses ter-
mos. Busque estabelecer, com a turma, o diálogo de forma a montarem objetivamente
o que caracteriza cada um desses termos e como eles percebem a presença dessas
categorias no dia a dia deles.
Exemplo de quadro comparativo:
QUADRO 1
Comparações
Precarização Empreendedorismo Empreendedorismo social

O que é? O que é? O que é?
Como aparece em nosso dia a dia? Como aparece em nosso dia a dia? Como aparece em nosso dia a dia?
Em seguida, questione os estudantes:
• Com base na leitura e nas construções já realizadas por vocês na Etapa 1, quais
são os principais desafios quando se pretende empreender, seja como autôno-
mo, seja como proprietário de um negócio?
• O que mais chamou a atenção de vocês nos textos sugeridos para a realização
da atividade?
• Quais concepções prévias vocês tinham sobre esse tema que foram se transfor-
mando à medida que realizavam as atividades propostas até o momento?
É possível solicitar que os estudantes registrem suas respostas em mural digital ou em

uma folha à parte para ser entregue ao professor, as quais poderão servir de instru-
mento avaliativo e de acompanhamento das aprendizagens.
Saiba mais
Os estudantes podem, com base no texto, reconhecer que empreender pode incluir
projetos sem fins lucrativos; organização de associações de trabalhadores, como ar-
tesãos ou estivadores; ou, ainda, projetos que melhorem a organização de uma coo-
perativa ou de uma associação já existente na comunidade. Caso deseje trazer novos
textos ou aprofundar outras discussões que apoiem os estudantes na compreensão
das diferentes formas de trabalho autônomo e empreendedor, bem como as manei-
ras que esses trabalhos ocorrem na Amazônia, recomendamos os seguintes textos: A
hora e a vez de extinguir o trabalho precário na Amazônia | ENVOLVERDE; Trabalho,
saúde e barbárie social | Associação Brasileira de Estudos do Trabalho.
3. Após esse debate inicial, organize a turma em equipes que deverão trabalhar juntas
nas próximas atividades. Cada equipe deverá fazer o levantamento de um problema
identificado na Amazônia, de natureza econômica, social ou ambiental, e que poderia
ser resolvido com um tipo de negócio a ser idealizado pelos estudantes, pautado nas
dimensões da sustentabilidade e nas características de negócios indicadas na etapa
anterior, como preservação ambiental e cultural, inclusão e geração de renda e a qua-
lidade de vida para trabalhadores e trabalhadoras.
Nesse momento, é possível propor que cada grupo faça uma tempestade de ideias,
acolhendo todas as contribuições possíveis dos integrantes. Um estudante poderá
ficar responsável por gravar ou por anotar a discussão. Você também pode organizar
uma saída de campo ao redor da escola (caso estejam em localidades pertencentes à
Amazônia Legal) ou realizar uma breve pesquisa com os estudantes sobre os princi-
pais problemas identificados na região amazônica. Essa atividade pode gerar uma in-
tegração com os professores da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Após
esse levantamento inicial, os estudantes vão, nos grupos, selecionar um problema que
acreditam ser mais pertinente e viável de ser mitigado ou resolvido com o tipo de ne-
gócio que gostariam de criar.
4. Proponha a cada equipe que exponha a sua ideia de problemática e de negócio

para outra equipe, dando e recebendo devolutivas, tendo em vista que esse negócio
será apresentado a um potencial parceiro, a um investidor ou a um financiador que
tenha como foco alguns dos princípios de sustentabilidade. Se desejar, mostre uma
lista de questionamentos para auxiliar na definição dos problemas das equipes, como
as sugeridas na Ferramenta: aprenda a definir um problema | Sebrae, e o modelo de
checklist a seguir para a caracterização do tipo de negócio, que deve ser pautado nos
princípios da sustentabilidade. Adapte as questões de acordo com o seu contexto e
solicite que os estudantes também façam as suas contribuições. O checklist também
pode ser utilizado para a elaboração de uma rubrica para avaliar e dar devolutivas aos
estudantes.
QUADRO 2
Checklist para escolha do negócio
Questões Sim Não

Prioriza o uso de fontes renováveis de energia?
Valoriza e preserva a biodiversidade?
Propõe soluções sustentáveis à geração e ao tratamento de resíduos?
Usa com cautela e responsabilidade os recursos naturais?
Apresenta um bom relacionamento com a comunidade local?
Prioriza e valoriza a diversidade no quadro de colaboradores?
O regime de trabalho se pauta nos direitos humanos e nos direitos de traba-

lhadores e trabalhadoras?
Promove segurança e saúde no trabalho?
Possibilita a transparência de dados?
Possui um planejamento financeiro de acordo com a natureza do negócio

escolhido?
É igualmente importante ampliar a ideia de investidor e incluir possíveis parcerias, tais

como alguma prefeitura de municípios em que o negócio possa ser implementado
(entrar em contato com vereadores ou secretarias municipais para verificar a possi-
bilidade) ou outras esferas governamentais, tanto estaduais quanto federais. Além
disso, existem diversas ONGs que selecionam projetos com foco na sustentabilidade
para a região da Amazônia e que tenham finalidades próximas às do trabalho a ser
desenvolvido ou, ainda, editais de financiamento público fornecidos por investidores
como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco
da Amazônia etc. Para tanto, é preciso que as propostas assegurem algumas das ca-
racterísticas, a saber: preservação ambiental, inclusão e geração de renda e qualidade
de vida para trabalhadores e trabalhadoras.
Saiba mais
Indicamos, a seguir, alguns editais de instituições financiadoras que podem servir de
exemplo dos critérios considerados para esses planos de negócio, bem como podem
ser um potencial incentivo para que os estudantes se organizem e busquem tirar do
papel seus planejamentos. Incentive que eles pesquisem editais abertos nessas insti-
tuições e, se possível, apoie-os na leitura e na compreensão de critérios e exigências
dos editais, mobilizando, de forma ativa, as competências empreendedoras. Confira:
• Edital de seleção pública | Banco da Amazônia;
• Edital disponibiliza até R$ 100 mil para projetos de desenvolvimento sustentá-
vel na Amazônia | Uma Concertação pela Amazônia;
• Fundo Amazônia – Apoio ao Meio Ambiente | BNDES;
• Fundo Amazônia | Governo Federal.
DESENVOLVIMENTO
5. Para que os grupos realizem seus planos de negócios, é recomendado seguir os

passos indicados nesta ferramenta gratuita do Sebrae: Cartilha – O quadro de mode-
lo de negócios | Sebrae. Esse material pode orientá-lo a como se preparar para essa
atividade. É importante que você faça uma leitura prévia de toda a cartilha para que
domine as principais características de cada questão que precisa ser respondida na
elaboração de um plano de negócios: O que fazer? Para quem fazer? Como fazer?
Quanto vai custar? Agrupados nessas quatro questões, encontram-se nove blocos,
compondo um quadro, que é uma ferramenta para a criação de um modelo de negó-
cios (você encontra esse quadro na página 19 da Cartilha). Esse quadro pode ser pre-
enchido pelos alunos em forma de um cartaz ou utilizando recursos digitais. Caso seja
possível o uso de tecnologias, os estudantes podem acessar, inclusive pelo celular, o
aplicativo gratuito: Crie novos modelos de negócios com o Sebrae Canvas | Sebrae.

As habilidades do eixo Investigação científica são mobilizadas em diferentes momen-
tos desta atividade, em especial as habilidades EMIFMAT06, EMIFMAT10 e EMIFMAT11.
Ao serem convidados a elaborar seus planos de negócios, os estudantes precisarão
mobilizar conhecimentos matemáticos de forma criativa, utilizando-os para construir
e defender a viabilidade de implementação de um negócio com base nas dimensões
social, ambiental e econômica do desenvolvimento sustentável.
6. Depois de elaborado o plano de negócios, é momento de se voltar para a organi-

zação financeira do negócio, preparando a planilha de custos. Para isso, você pode se
orientar pelas “Atividades do financeiro”, que constam na segunda parte da cartilha:
Educação financeira e gestão de pequenos negócios |Sebrae, a partir da página 31.
Junto com os alunos, faça a seleção das planilhas a serem preenchidas por todos os
grupos de acordo com o negócio que estão planejando. Podem ser utilizadas planilhas
digitais ou, caso não seja possível, fazê-las em papel quadriculado. Em seguida, soli-
cite que os grupos se organizem de dois em dois para que um grupo possa conferir
e comentar as planilhas construídas pelo outro. É necessário que todo esse trabalho
aconteça sob a sua supervisão.
7. Uma vez finalizados os planos de negócios e a planilha de custos, é hora de conven-

cer um potencial parceiro a apoiar os empreendimentos. Para isso, proponha a seguin-
te simulação: você representa uma instituição que deseja investir em um dos negócios
propostos pelos grupos da turma. Escolha algumas exigências para esse investimento
e peça que os grupos analisem se eles são ou não candidatos para obter recursos por
esse canal de financiamento. As exigências podem ser uma ou mais das seguintes:
geração de empregos locais, não poluição de águas ou ar, garantia da saúde da co-
munidade local, inclusão, valorização da mulher empreendedora, formação de jovens
para o primeiro emprego, utilização de fornecedores locais etc.

A depender do contexto escolar e da comunidade local, é possível procurar por gru-
pos financiadores que possam oferecer uma palestra aos estudantes sobre as ca-
racterísticas que esses modelos de negócio precisam ter para que gerem interesse
e confiança. Uma palestra on-line (síncrona), por exemplo, com um tempo generoso
para perguntas e respostas pode ser um caminho interessante. Verifique se, em sua
cidade ou nas proximidades, há uma unidade do Sebrae, por exemplo, que pode ser
um potencial parceiro para essa proposta.
No caso de algum grupo não se perceber qualificado para apresentar conforme a

discussão realizada, incentive os estudantes a fazerem alterações no projeto inicial ou
a colaborarem com outro grupo, de modo a qualificá-los para a obtenção do investi-
mento disponível pela instituição representada por você. Faça uma rodada de devo-
lutivas sobre os planos de negócios: convide os grupos a trocarem os planos entre si
e faça você também devolutivas individuais, ressaltando quais os pontos fortes e os
pontos de melhoria de cada negócio. Auxilie os estudantes na elaboração de um dis-
curso que ressalte os pontos fortes.
As categorias propostas no material do Sebrae indicado anteriormente podem ser uti-

lizadas de forma mais simplificada e direta para a criação de uma rubrica de processo
ou de acompanhamento, de forma que os estudantes tenham diretrizes mais claras e
as devolutivas do professor se pautem nessa rubrica, constituindo-se, assim, em uma
etapa de avaliação formativa.
Quando os pontos centrais de todos os discursos estiverem prontos, organize as apre-

sentações. Oriente os grupos e sugira que reservem um tempo para que cada grupo
tenha, no mínimo, três e, no máximo, cinco minutos de fala, auxiliando as equipes na
escolha e na preparação do responsável pelo discurso. Ressalte que o discurso deve
servir para convencer investidores, parceiros ou outras instituições a apoiar o negócio
que está sendo elaborado. Para isso, é preciso apresentar qual problema o negócio
pretende resolver, por que esse negócio é uma boa opção para resolver esse proble-
ma, quais vantagens ele oferece às parcerias e como são contempladas as dimensões
de sustentabilidade, preservação ambiental e cultural, inclusão e geração de renda e
qualidade de vida para trabalhadores e trabalhadoras. Relembre a eles que o negócio
deve ser financeiramente viável e o discurso deve ser capaz de demonstrar essa carac-
terística mostrando conceitos financeiros de forma coerente. Com base nas planilhas
elaboradas, os estudantes podem escolher um item que considerem um diferencial do
seu negócio, em termos financeiros, para ajudar a convencer os potenciais parceiros.
No momento das apresentações, peça que todos os estudantes tenham uma folha
de registro para anotar o quanto se sentiram compelidos a investir em cada projeto e
quais foram os melhores argumentos. A turma pode criar, de forma coletiva, uma ficha
avaliativa das apresentações para balizar essa análise. Garanta, também, um cronô-
metro para que os tempos de exposição sejam respeitados. Se possível, reserve um
tempo, após cada apresentação, para que você e os demais estudantes possam fazer
uma ou duas perguntas para cada grupo a fim de elucidar possíveis dúvidas que te-
nham ficado após a apresentação.
Findas as apresentações, proponha uma roda de conversa sobre os negócios e in-

centive cada grupo a analisar sua produção e se considera que conseguiu atingir as
exigências do órgão investidor. Todos podem propor novas alterações ou melhorias
em seus planos para assegurar que seus negócios tenham viabilidade financeira com
apoio e investimento externos.
Saiba mais
Esse tipo de apresentação é conhecido como Elevator pitch, ou “discurso de eleva-
dor”, por representar uma situação em que você, empreendedor, encontra, por acaso,
um investidor no elevador e tem o tempo de traslado entre os andares para conven-
cê-lo de que você tem um bom negócio, de modo que ele se interesse em saber mais
e o convide para uma conversa mais aprofundada.
Para saber mais sobre essa tática, seus usos pedagógicos e possíveis estratégias de
avaliação, acesse o Guia do Elevator Pitch: Workshop Educacional para estímulo do
Perfil Empreendedor no Ensino Médio | Danilo Geraldo Silva | Instituto Federal do Tri-
ângulo Mineiro.
SISTEMATIZAÇÃO
8. Faça uma sistematização das aprendizagens, com a turma, acerca do que aprende-
ram ao aplicar a Matemática a uma proposta de negócio. Liste as ideias dos estudan-
tes no quadro, estabelecendo conexões e verificando se ainda restam dúvidas sobre
os conhecimentos matemáticos desenvolvidos ao longo das propostas.
Ao final, proponha a rotina de pensamento “Os três porquês” (adaptada de Harvard –

Graduate School of Education). Os estudantes deverão resgatar os conhecimentos e
as vivências da etapa e responder aos seguintes questionamentos:
• Por que saber construir e apresentar um plano de negócios pautado nos princí-
pios da sustentabilidade pode ser importante para mim?
• Por que isso pode ser importante para as pessoas ao meu redor (amigos, fami-
liares, município e país)?
• Por que isso pode ser importante para o planeta?
instrumentos a serem utilizados para a avaliação. Todas as produções devem fornecer
evidências em relação às expectativas de aprendizagem e às habilidades dos eixos
estruturantes. Articule as diferentes ações de cada estudante, ao longo do trabalho,
para que seja possível avaliá-los, individualmente, com base tanto em suas produções
individuais quanto em suas participações nas produções coletivas, tais como o desen-
volvimento da planilha de custos de um empreendimento, a criação do plano de ne-
gócios e a apresentação da proposta. Para as diferentes etapas do módulo, é possível
compor uma rubrica de avaliação que pode ser compartilhada com os estudantes no
início de cada etapa, especificando os diferentes critérios de observação e de avalia-
ção, individuais e coletivos. Para saber mais sobre as rubricas, acesse o vídeo Uso de
rubricas na avaliação formativa | Cesar Nunes | YouTube. Os critérios apresentados
na rubrica também poderão compor uma tabela de autoavaliação, a qual poderá ser
preenchida individualmente ou entre os grupos. Determine quais critérios, entregas e
conceitos irão compor a avaliação final de cada estudante.
REFERÊNCIAS
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Disponível em: https://lilianbacich.com/2020/02/11/metodologias-ativas-e-a-avaliacao/.
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LEITE, Vitor. O que é empreendedorismo? Quais os tipos e quem pode empreender?

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OLIVEIRA, Márcia. Precarização e privatização do trabalho na Amazônia. Amazonas Atual,

10 jan. 2018. Disponível em: https://amazonasatual.com.br/precarizacao-e-privatizacao-
do-trabalho-na-amazonia/. Acesso em: 21 fev. 2023.
PEREIRA, Flaviana F. Educação financeira e gestão de pequenos negócios. Fortaleza:

Sebrae, 2013. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/
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SEBRAE. Educação financeira e gestão de pequenos negócios. Fortaleza: Sebrae, 2013.

Disponível em: https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/CE/Anexos/
CARTILHA_Gest%C3%A3o_Financeira_%5Bpara_leitura%5D.pdf. Acesso em: 27 fev.
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TELES, Camila. Uberização do trabalho: empreendedorismo ou precarização? Humanitá, 10

maio 2020. Disponível em: https://medium.com/humanitablog/uberiza%C3%A7%C3%A3o-
do-trabalho-empreendedorismo-ou-precariza%C3%A7%C3%A3o-ac4b394f65d2.
USO de rubricas na avaliação formativa. Produção: César A. A. Nunes. [S. l.], [s. d.]. 1 ví-
deo (15 min 37). Disponível em: https://www.YouTube.com/watch?v=ps5gpp3Tu-g. Aces-
so em: 21 fev. 2023.
VASCONCELOS, Júlia. Vozes Populares | Conheça o Movimento de Mulheres Quebradei-

ras de Coco Babaçu. Rádio Brasil de Fato. 26 abr. 2022. Podcast. Disponível em: https://
www.brasildefatope.com.br/2022/04/26/vozes-populares-conheca-o-movimento-de-
-mulheres-quebradeiras-de-coco-babacu. Acesso em: 21 fev. 2023.
YURIE, Ingrid. Avaliação formativa: corrigindo rotas para avançar na aprendizagem. Nova
Escola, 24 jan. 2022. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/20862/avalia-
cao-formativa-corrigindo-rotas-para-avancar-na-aprendizagem. Acesso em: 21 fev. 2023.
MÓDULO
ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA: MATEMÁTICA NO
DIA A DIA E NO PLANEJAMENTO DE FUTURO
Organização financeira: Matemática no

dia a dia e no planejamento de futuro
EMENTA DO MÓDULO

20 horas
Resumo
O módulo abordará as questões financeiras que devem ser levadas em considera-
ção para que um jovem avance no planejamento de objetivos de acordo com seus
interesses e anseios profissionais. O trabalho será orientado pela seguinte ques-
tão: “Como a Matemática financeira pode ajudar um jovem no planejamento e na
organização da sua vida cotidiana e da sua trajetória no mundo do trabalho?”. São
feitos estudos relativos a empréstimos, financiamentos, bolsas de instituições pú-
blicas ou do Terceiro Setor, investimentos, reserva financeira, entre outros. Como
produto final, os estudantes sistematizam suas análises e conclusões e as apresen-
tam no formato criativo (manual, podcast, vídeo, roda de conversa etc.), compar-
tilhando esse conhecimento com outros jovens.
• Identificar taxas e índices de natureza socioeconômica de diferentes atividades de
• Analisar movimentações financeiras ao longo do tempo, que possam ser modeladas
por funções exponenciais, visando ao apoio da tomada de decisões.
• Avaliar situações que envolvam os conceitos de investimentos, empréstimos e finan-
ciamentos que apoiem a construção dos projetos dos jovens.
• Criar estratégias de comunicação que transmitam, de forma compreensível, infor-
mações e argumentos relativos ao mundo do trabalho na Amazônia.
CG 1, CG 2, CG 4, CG 6, CG 7 e CG 9
MÓDULO - ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA: MATEMÁTICA NO DIA A DIA E NO
PLANEJAMENTO DE FUTURO
EIXOS ESTRUTURANTES
Empreendedorismo
Processos criativos
Matemática financeira (juros simples e compostos); projeção de taxas e índices de natu-
reza socioeconômica; função exponencial; análise de gráficos.

(EM13MAT203) Aplicar conceitos matemáticos no planejamento, na execução e na análise de ações envol-
vendo a utilização de aplicativos e a criação de planilhas (para o controle de orçamento familiar, simulado-
res de cálculos de juros simples e compostos, entre outros), para tomar decisões.
(EM13MAT303) Interpretar e comparar situações que envolvam juros simples com as que envolvem juros
compostos, por meio de representações gráficas ou análise de planilhas, destacando o crescimento linear
ou exponencial de cada caso.
(EM13MAT304) Resolver e elaborar problemas com funções exponenciais nos quais seja necessário com-
preender e interpretar a variação das grandezas envolvidas, em contextos como o da Matemática Finan-
ceira, entre outros.

(EMIFMAT03) Selecionar e sistematizar, com base em estudos e/ou pesquisas (bibliográfica, exploratória, de
campo, experimental etc.) em fontes confiáveis, informações sobre a contribuição da Matemática na explica-
ção de fenômenos de natureza científica, social, profissional, cultural, de processos tecnológicos, identifican-
do os diversos pontos de vista e posicionando-se mediante argumentação, com o cuidado de citar as fontes
dos recursos utilizados na pesquisa e buscando apresentar conclusões com o uso de diferentes mídias.
(EMIFMAT05) Selecionar e mobilizar intencionalmente recursos criativos relacionados à Matemática para re-
solver problemas de natureza diversa, incluindo aqueles que permitam a produção de novos conhecimentos
matemáticos, comunicando com precisão suas ações e reflexões relacionadas a constatações, interpretações
e argumentos, bem como adequando-os às situações originais.
(EMIFMAT10) Avaliar como oportunidades, conhecimentos e recursos relacionados à Matemática podem ser
utilizados na concretização de projetos pessoais ou produtivos, considerando as diversas tecnologias dispo-
níveis e os impactos socioambientais.
(EMIFMAT11) Selecionar e mobilizar intencionalmente conhecimentos e recursos da Matemática para desen-

volver um projeto pessoal ou um empreendimento produtivo.
(EMIFMAT12) Desenvolver projetos pessoais ou produtivos, utilizando processos e conhecimentos matemá-

ticos para formular propostas concretas, articuladas com o projeto de vida.
MÓDULO - ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA: MATEMÁTICA NO DIA A DIA E NO
PLANEJAMENTO DE FUTURO
FOCO DAS ETAPAS

Etapa 1: Organizando a vida financeira
• Analisam diferentes aspectos que impactam a organização financeira de cidadãos e cidadãs.
• Estudam diversas formas de investimento e de financiamentos que sejam viáveis de acordo com seu
perfil, visando ter saúde financeira em curto e médio prazos.
• Utilizam ferramentas matemáticas e, se possível, softwares, para fazer projeções financeiras em curto e
médio prazos.
Etapa 2: Elaborando um manual

• Sistematizam suas aprendizagens em um manual, ou outro tipo de produção, que possa ser divulgado
para outros jovens.

• Diferentes metodologias ativas: por exemplo, sala de aula invertida e rotação por estações.
• Painel colaborativo para exposição coletiva, utilizando diferentes recursos (cartazes, mapa mental, um
site colaborativo ou qualquer outro formato que propicie a conexão de informações).
• Produção de vídeo, podcast, manual, fanzine, rodas de conversas etc. para apresentar suas sistematizações.
Avaliação
desenvolvida, com devolutivas que permitam aos estudantes aprimorar seus trabalhos
até o momento da entrega final. Será elaborado um portfólio das atividades realizadas
ao longo do módulo, além da criação de rubricas contendo os critérios de avaliação para
cada um dos momentos de apresentação das sistematizações, que serão compartilhadas
previamente com os estudantes para que possam desenvolver seus trabalhos de acordo
com o que é esperado deles. A autoavaliação será feita por meio de questões simples
sobre o que e o quanto aprenderam, e quais competências e habilidades desenvolveram.
MÓDULO - ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA: MATEMÁTICA NO DIA A DIA
E NO PLANEJAMENTO DE FUTURO
Será que a organização financeira pode ser

pensada de modo que ajude as pessoas e
dialogue com as diversas juventudes do país?
Os estudantes começam refletindo sobre a função do dinheiro em nossa sociedade e analisam as
diversas formas de elaborar uma organização financeira individual ou familiar. Além disso, são
mobilizados a criar um algoritmo e a projetar materiais sobre o tema que sejam acessíveis às
diversas juventudes do nosso país.
PLANEJAMENTO CONHECIMENTO
FINANCEIRO SOBRE GASTOS
E RECEITAS
Educação
financeira
VISÃO CRÍTICA
SOBRE USO DE
envolve… PERSPECTIVA DE
PLANILHAS E DE ORGANIZAÇÃO
APLICATIVOS EM MÉDIO E
LONGO PRAZOS
E por quê?
PLANEJAMENTO FINANCEIRO CONHECIMENTO SOBRE

É parte fundamental do processo de GASTOS E RECEITAS
aprendizagem da educação A pesquisa e a análise de gastos e
financeira. receitas ajudam no conhecimento do
perfil financeiro.
VISÃO CRÍTICA SOBRE USO DE PERSPECTIVA DE ORGANIZAÇÃO EM

PLANILHAS E APLICATIVOS MÉDIO E LONGO PRAZOS
Os modelos prontos disponíveis nem Com essa perspectiva, os estudantes
sempre são adequados às realidades podem realizar seus planejamentos de
das juventudes. forma mais coerente e assertiva.
MÓDULO - ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA: MATEMÁTICA NO DIA A DIA E NO PLANEJAMENTO DE FUTURO

a a
1 ETAPA
Reflexão sobre a função do

2 ETAPA
Sistematização dos
dinheiro na sociedade atual, conhecimentos sobre
além de pesquisa e análise de organização financeira e
padrões de gastos e receitas, produção de um manual de
com o objetivo de criar um divulgação para outros jovens
algoritmo para apoiar a sobre o tema.
organização financeira das
juventudes.

EM DIÁLOGO COM A
Os estudantes realizam pesquisas Amazônia
sobre os padrões de gastos e
Com base na reflexão “Não se come dinheiro”, de
receitas, bem como analisam
Ailton Krenak, os estudantes refletem sobre a função
modelos de planilhas e de
do dinheiro na sociedade e pesquisam algumas
aplicativos para gestão financeira
ferramentas de organização financeira, analisando se
pessoal e familiar.
elas fazem sentido para contextos de diversas
juventudes, em especial as do contexto amazônico.
+ PROCESSOS CRIATIVOS Nesse sentido, a produção de um modelo de
organização financeira e do material de divulgação
Os estudantes criam, de forma
colaborativa e criativa, um desse modelo é pensado para dialogar com os jovens
modelo para apoiar a da região amazônica, mas também com outras
organização financeira dos juventudes que não se sintam representadas nos
jovens e elaboram materiais de materiais tradicionais sobre o tema.
divulgação sobre o tema que
sejam acessíveis às diversas
juventudes.
Navegar por este Compreendam a importância da organização

financeira em suas vidas e na de suas famílias.
percurso contribui para Pesquisem ferramentas diversas de gestão e de
que os estudantes organização financeira, analisando a pertinência
para suas vidas.
Criem um modelo de organização financeira que
dialogue com suas necessidades e com as de
outros jovens, para facilitar o processo de organi-
zação financeira de suas vidas.
Divulguem, de forma criativa, para outros jovens
os seus aprendizados sobre organização financei-
ra na prática.
REALIZAÇÃO:
ETAPA 1: ORGANIZANDO A VIDA

FINANCEIRA
ACONTECE NA ETAPA
Análise de diferentes aspectos que impactam a organização financeira
dos cidadãos e das cidadãs.
Reflexão e análise sobre o dinheiro na vida das pessoas e pesquisa
sobre possíveis formas de melhorar essa relação.
Pesquisa sobre organização financeira, gastos, investimentos e
financiamentos.
Aplicação de ferramentas matemáticas e, se possível, de softwares
para fazer projeções financeiras de curto e médio prazos.

Nesta situação de aprendizagem, os estudantes são convidados a investigar formas
de organização, planejamento e projeção econômica pertinentes à realidade de cada
indivíduo e/ou família. Para isso, terão acesso a diferentes conceitos e ferramentas
de Matemática financeira e buscarão desenvolver habilidades de planejamento que
contemplem tanto a dimensão econômica quanto as dimensões socioemocionais rela-
cionadas à promoção da saúde financeira. A perspectiva é que os estudantes reconhe-
çam o quanto um planejamento financeiro é essencial e pode ser aplicado a diferentes
contextos, sendo útil a qualquer cidadão e cidadã, de acordo com seus desejos, seus
limites e seus anseios.
PONTO DE PARTIDA
1. Apresente as expectativas de aprendizagem para esta situação e as atividades que

serão realizadas pelos estudantes. O infográfico do módulo pode apoiar esse momen-
to de mediação. Atente-se ao boxe Avaliação em processo, ao final desta situação de
aprendizagem, para o planejamento de momentos, instrumentos e estratégias que
poderão compor a avaliação, a fim de que ela ocorra de maneira processual, com
foco nas aprendizagens e no protagonismo dos estudantes. É possível compartilhar,
previamente com a turma, como vai ser a avaliação, se notas serão atribuídas e como
serão geradas as evidências de aprendizagem. Os jovens também poderão colaborar
e dar sugestões para o delineamento do processo avaliativo.
2. Para iniciar, lance o questionamento para a turma: qual é o papel do dinheiro em

sua vida? Os estudantes deverão responder à questão, individualmente, no caderno.
Depois, deverão compartilhar e debater suas ideias com uma dupla e, para finalizar, as
duplas poderão listar palavras-chave que representem as ideias discutidas e incluí-las
em uma nuvem de palavras colaborativa de toda a turma, que pode ser elaborada
no quadro, em um cartaz ou utilizando um recurso digital. Retome as palavras-chave
destacadas pelos estudantes, estabelecendo conexões entre elas e lançando novos
questionamentos para a turma sobre a influência do dinheiro em nossas vidas e o que
conquistamos ou não com ele.
A seguir, compartilhe com a turma um trecho do capítulo “Não se come dinheiro”, do

livro A vida não é útil, de Ailton Krenak, disponível no link Não se come dinheiro, de
Ailton Krenak | Guatá ou A vida não é útil, Ailton Krenak | Contém Amor | YouTube.
Inicie questionando os estudantes a respeito do título do capítulo, o que eles pensam
sobre essa frase e sobre o que acreditam que será debatido em um texto com esse
título. Então, apresente o texto ou o vídeo para a turma e peça para que comparti-
lhem ideias e opiniões, em que concordem com o autor ou discordem dele. Para com-
plementar esse momento de reflexão e, ao mesmo tempo, oferecer indicações que
ampliem o repertório artístico-cultural dos estudantes, proponha uma apreciação da
obra Medio ambiente y contaminación | Portafolio 2009, do artista plástico Brus Ru-
bio Churay, descendente dos povos indígenas Huitoto e Bora, da Amazônia peruana.
Por meio dela, pode-se tanto discutir os problemas e as exclusões de uma ideia de
progresso que desconsidera a inter-relação e interdependência entre pessoas e meio
ambiente, tal como apresentado na fala de Ailton Krenak, quanto colocar em evidên-
cia questões sociais contemporâneas ligadas ao campo da economia e do trabalho
na região amazônica. Além disso, é possível resgatar a nuvem de palavras construída
com a turma e propor novas reflexões e novos questionamentos com base no material
compartilhado. Para concluir o debate, proponha aos estudantes que levantem hipó-
teses, no caderno, de como eles acham que seria possível organizar dinheiro, ganhos
e gastos para que o papel do dinheiro em suas vidas esteja conectado a seus valores,
suas crenças, seus sonhos e seus desejos. Voluntariamente, eles podem ser convida-
dos a compartilhar suas hipóteses com a turma.
3. Proponha, como tarefa de casa, que os estudantes façam um levantamento entre

as pessoas mais próximas do seu cotidiano (incluindo eles mesmos) sobre como elas
organizam suas finanças. É possível delimitar quantas pessoas devem ser entrevista-
das por cada um dos estudantes, com ao menos três pessoas diferentes, para garantir
uma diversidade maior de dados e realidades. Oriente-os para que investiguem quais
são as despesas fixas (aluguel; contas de consumo – água, luz, telefone etc.), quais são
as despesas variáveis (compras que variam ao longo dos meses – medicamentos, ma-
terial escolar ou outros bens de consumo) e quais são as fontes de receita. Além disso,
que eles busquem compreender como as pessoas organizam a relação entre receitas
e despesas. Ressalte que eles não precisam perguntar quanto as pessoas recebem e
gastam, mas sim de onde recebem e onde gastam.
Se desejar, apresente aos estudantes um modelo para a organização dos dados a se-
rem coletados, como uma tabela, na qual poderão incluir nomes fictícios às pessoas
entrevistadas e cada uma das categorias sobre organização financeira sugeridas. Os
estudantes poderão indicar outras que também achem pertinentes de acordo com o
contexto e com as especificidades da comunidade local.
4. Organize a sala em grupos e solicite aos estudantes que compartilhem suas pes-
quisas, verificando pontos em comum e pontos de divergência. Cada time deverá
organizar uma tabela classificando em grupos as receitas e as despesas. Quando as
equipes tiverem terminado, peça que um membro de cada uma delas exponha sua
tabela e que todos construam uma tabela com dados coletivos no quadro ou em uma
planilha eletrônica compartilhada, contendo a síntese das classificações criadas pelos
grupos. Em seguida, proponha uma reflexão com a turma sobre a seguinte questão
disparadora: “Como podemos criar um modelo de organização financeira que possa
ser utilizado por diferentes indivíduos e grupos de acordo com suas realidades?”.
Esse debate inicial tem como função trazer à superfície o senso comum e os conheci-
mentos prévios dos estudantes acerca do tema da organização financeira individual e
familiar, para que possam ser mobilizados ao longo do módulo. Pergunte, também, à
turma se alguns estudantes já conhecem ou utilizam algum tipo de modelo de organi-
zação financeira, instrumentos, aplicativos e planilhas. Se sim, convide-os a comparti-
lhar suas experiências e suas percepções sobre o uso dessas ferramentas.
DESENVOLVIMENTO
5. Ainda em equipes, peça aos estudantes que analisem exemplos de planilhas de or-
ganização financeira pessoal, como os seguintes exemplos disponíveis gratuitamente
na internet: Planilha de orçamento pessoal mensal, Orçamento mensal fácil e Orça-
mento familiar genérico | Microsoft. Questione o que já sabem sobre esse tipo de
recurso, se já utilizaram ou se conhecem alguém que o utiliza. Se não for possível
acessar as planilhas on-line durante a aula, imprima os exemplos com antecedência e
disponibilize aos estudantes.
Saiba mais
O Google Sheets | Google oferece diversos modelos prontos de planilhas. Alguns
dos formatos já montados auxiliam no controle financeiro. Os usuários podem
usar o serviço gratuito para definir gastos anuais com moradia, família, ativida-
des de lazer e outras áreas do orçamento. A planilha efetua, automaticamente, as
contas e apresenta um balanço do orçamento anual do usuário. Todas as planilhas
são abertas e salvas na nuvem do Google, bastando, para tanto, ter uma conta do
Google Drive e acesso à internet para ver e editar documentos a qualquer mo-
mento. O usuário não precisa baixar nenhum arquivo ou software no seu compu-
tador. Os balanços ficarão salvos em sua conta e podem ser baixados para visua-
lização no Microsoft Excel ou em PDF, em um software compatível. Para conhecer
outras ferramentas e aplicativos de organização financeira, acesse IM+ | Immais e
MoneyNote: Gestor de Despesas | Komorebi | Google Play.
Para a análise das planilhas, lance algumas questões para a turma:

• Essas planilhas podem ser utilizadas por qualquer pessoa? Por quê?
• Elas contribuem para a organização financeira pessoal em qualquer tipo
de realidade? Por quê?
Após o debate em equipes, os estudantes poderão compartilhar suas ideias com toda
a turma. O objetivo é que eles possam avaliar e criticar o uso desse tipo de modelo de
planilha para desenvolverem as suas próprias formas de organização e para a elabo-
ração do produto final deste módulo. Com base no debate, peça a cada equipe para
validar a tabela coletiva construída anteriormente e a complemente, incluindo novas
informações ou adaptando as já disponíveis, de modo a compor aquilo que os estu-
dantes entendem como a melhor forma de se organizarem financeiramente.
Saiba mais
Você conhece o conceito de “etnomatemática”? Essa concepção foi criada pelo pro-
fessor Ubiratan D’Ambrosio e valoriza a Matemática presente no cotidiano dos po-
vos das mais diversas etnias e culturas, saindo da matriz eurocêntrica de estudos da
Matemática. Assim, ao mobilizar os estudantes a refletirem criticamente sobre o uso
dessas planilhas para a organização financeira de suas vidas e a de suas famílias, bem
como da vida de jovens dos mais diversos contextos, é importante valorizar os dife-
rentes tipos de conhecimentos matemáticos presentes no cotidiano de famílias que,
com formas desiguais de acesso a conhecimentos matemáticos escolares, conseguem
organizar suas vidas financeiras, sustentar filhos e filhas e transitar de modo criativo
pela economia local e regional. Caso se interesse em aprofundar esse tema com os
estudantes, sugerimos os artigos O que é etnomatemática e como trabalhá-la em sala
de aula | Olívia Baldissera | Unisinos e Etnomatemática | Glossário | Centro de Refe-
rências em Educação Integral, além do site da Red Internacional de Etnomatemática,
com publicações em português e em espanhol.
6. Como produto dessa atividade, peça a cada equipe para construir um algoritmo
(que pode ser apresentado na forma de lista de passos ou de fluxograma de proces-
sos) que considerem necessário para garantir um bom planejamento financeiro. Por
exemplo, as equipes podem produzir esquemas como:
→ Registrar receita média mensal → registrar custos fixos → deduzir os custos fixos
da receita → provisionar valores para custos variáveis → registrar parcelamentos → re-
gistrar receitas variáveis → analisar possibilidades de investimento (no caso de receita
excedente) → analisar possibilidades de financiamento ou de empréstimo (no caso de
receita faltante).
Para conhecer outros exemplos de construção de algoritmos, acesse Escrevendo

algoritmos | Unicamp e Fluxogramas, algoritmos, matemática e tecnologia | Nova
Escola. Acesse A Plataforma de Colaboração Visual para Todas as Equipes | Miro
e descubra uma ferramenta que possibilita a criação de fluxogramas de maneira
colaborativa.
Buscando uma atuação interdisciplinar, é possível propor um debate com a turma,

com o apoio de outros componentes curriculares, como Geografia e Sociologia, a res-
peito do endividamento das populações mais vulneráveis; da imposição de padrões
de consumo, inatingíveis pela maioria das pessoas; e como isso afeta, especialmente,
as juventudes, além de trazer consequências ambientais graves para o planeta. Para
isso, é possível resgatar as referências iniciais do livro de Ailton Krenak.
Para que o trabalho desenvolvido pelos estudantes esteja mais alinhado com a ques-
tão disparadora e com as diversas modalidades de organização social na Amazônia
Legal, recomendamos a leitura do artigo Os povos da Floresta | ISPN. Os estudantes
podem ser desafiados a avaliar se os seus algoritmos poderiam ser utilizados em
diferentes contextos e por diversas formas de organização social, tais como povos
indígenas, seringueiros, quilombolas, ribeirinhos, pescadores artesanais, agricultores
familiares, piaçabeiros, peconheiros e outros, com base nas informações apresentadas
no artigo sobre as suas principais particularidades.
7. Acompanhe e avalie os algoritmos elaborados pelas equipes, sugerindo possíveis

mudanças e melhorias. Posteriormente, os grupos poderão entregar suas produções,
que servirão de instrumentos avaliativos e de acompanhamento das aprendizagens.
Uma vez finalizada e validada a tarefa, proponha às equipes que, baseadas no algo-
ritmo elaborado por elas, selecionem uma estratégia de planejamento financeiro. Os
grupos podem utilizar alguma das ferramentas pesquisadas anteriormente, podem
elaborar uma planilha eletrônica com fórmulas criadas por eles mesmos ou podem
escolher recursos não tecnológicos, como cadernos de registro financeiro com malhas
quadriculadas.
Após a seleção das ferramentas, faça uma exposição dialogada sobre as principais
funções matemáticas utilizadas para esse tipo de planejamento. É possível que muitas
dessas funções já sejam conhecidas dos estudantes, já que fazem parte da formação
geral básica, mas será essencial garantir que todos da turma tenham o mesmo domí-
nio sobre tais funções e conceitos, com destaque para as ideias de lucro e prejuízo
(determinados como resultado da operação de subtração entre receita e despesas,
que devem incluir taxas e impostos) e o uso de funções exponenciais para projeção
de situações de despesas envolvendo juros compostos.

As habilidades dos eixos de Investigação científica e Processos criativos são mobili-
zadas em diferentes momentos da atividade, em especial as habilidades EMIFMAT03,
EMIFMAT05 e EMIFMAT10. Ao pesquisarem e analisarem ferramentas de planejamen-
to financeiro, os estudantes são convidados a utilizar diversos conceitos matemáticos
estudados anteriormente para aplicá-los em situações muito próximas de seu coti-
diano, além de relacionar esses conhecimentos para formular propostas concretas,
articuladas com os projetos de vida.
8. Como atividade final desta etapa, peça que cada estudante, individualmente, faça
uma simulação de utilização da ferramenta selecionada. Para isso, peça que eles con-
siderem suas próprias realidades financeiras e a de suas famílias (levando em conta
que muitos estudantes dessa etapa trabalham e têm suas próprias receitas ou que
podem apoiar na organização financeira familiar). O objetivo é fazer um registro da
situação financeira atual da pessoa ou da família escolhida (descrevendo as receitas
e as despesas fixas e variáveis, além do saldo mensal, seja ele negativo ou positivo) e
fazer uma projeção, mês a mês, para um ano, considerando financiamentos, emprésti-
mos ou aplicações a juros compostos. Além dos dados apresentados mês a mês, espe-
ra-se que os estudantes selecionem as melhores formas de apresentar as informações
utilizando gráficos, tais como gráficos de linha, exibindo a evolução do saldo ou das
operações que envolvam juros compostos; gráficos de barras duplas ou de barras em-
pilhadas, comparando receitas e despesas; ou, ainda, gráficos de setores, expondo a
participação de cada categoria de gastos no total de despesas.
Saiba mais
Para auxiliar os estudantes na visualização dos tipos de gráficos que eles podem cons-
truir, acesse aplicativos de organização financeira e veja como eles apresentam as
informações aos usuários. Seguem algumas sugestões: Gastos – gestor de orçamento
| Innim Mobile Exp | Apps Google Play; Minhas finanças – despesas | Minhas Finanças
| Apps Google Play e Organizze: Finanças pessoais | Organizze Tecnologia | Apps
Google Play.
SISTEMATIZAÇÃO
9. Para encerrar a etapa, proponha uma exposição de todos os gráficos produzidos

pelos estudantes e faça um levantamento coletivo sobre quais conhecimentos e habi-
lidades matemáticos desenvolvidos ao longo da etapa ficam evidenciados pelos gráfi-
cos e como tais conhecimentos e habilidades podem ser úteis para o desenvolvimento
individual de cada jovem.
Para finalizar, retome a questão disparadora: “Como podemos criar um modelo de

organização financeira que possa ser utilizado por diferentes indivíduos e grupos de
acordo com suas realidades?”. Peça, então, aos estudantes que retomem as produ-
ções e os registros da etapa, seus algoritmos e fluxogramas e como eles contribuíram
para a criação de um modelo de organização financeira que seja acessível à maioria
das pessoas. Solicite, ainda, que façam um pequeno resumo, sintetizando suas ob-
servações acerca desse momento final e utilize-o como diagnóstico para planejar a
próxima etapa.
É possível combinar, previamente com os estudantes, como vai ser a avaliação, se
notas serão atribuídas e quais os instrumentos serão usados para gerar as evidên-
cias de aprendizagem. Para cada situação de aprendizagem, algumas possibilidades
de instrumentos de avaliação também serão indicadas neste material. É importante
que o processo avaliativo esteja focado na aprendizagem dos estudantes e em como
apoiá-los em seus avanços e na superação dos desafios, o que caracteriza a avaliação
formativa. Ao longo das propostas desta situação de aprendizagem, faça devolutivas
aos jovens, individualmente ou em equipes, destacando pontos que precisem de mais
dedicação e os aspectos positivos de seu envolvimento com o projeto. As produções
individuais e coletivas também poderão fornecer evidências em relação ao desenvol-
vimento das expectativas de aprendizagem e das habilidades dos eixos estruturantes.
Nesta etapa, acompanhe a produção e a testagem do algoritmo, além da elaboração
de planilhas e gráficos de planejamento financeiro, compondo evidências individuais
e de grupos. Forneça devolutivas a cada estudante sempre que achar necessário, para
que todos tirem o máximo proveito de cada produção. Utilize a redação final para
identificar quais estudantes precisarão de mais apoio na etapa seguinte. Para amplia-
ção de conhecimentos e de repertório sobre práticas avaliativas, recomendamos a re-
alização da Trilha de Aprendizagem do componente O lugar da avaliação | Programa
Nosso Ensino Médio.
ETAPA 2: ELABORANDO UM MANUAL

ACONTECE NA ETAPA
Retomada do modelo de organização financeira da etapa anterior.
Produção de um manual de divulgação para outros jovens.

Esta situação de aprendizagem convida os estudantes a retomar o modelo de organi-
zação financeira da etapa anterior e a refletir sobre como esse modelo pode contribuir
para as escolhas futuras de outros jovens. Para isso, os jovens deverão planejar e cons-
truir um manual, que poderá ser divulgado de forma criativa em diferentes formatos
escolhidos por eles próprios. A perspectiva é que, ao transpor o modelo para uma lin-
guagem acessível a outros jovens, os estudantes reconheçam o quanto as juventudes
podem ter anseios e perspectivas comuns, independentemente de suas realidades, e
o quanto a divulgação desses materiais poderá apoiá-los para a organização de sua
vida financeira.
PONTO DE PARTIDA
1. Apresente as expectativas de aprendizagem para esta situação e as atividades a

serem realizadas pelos jovens. Na sequência, convide-os a fazer a leitura e a resolução
do estudo de caso proposto no Material do Estudante.
Atente-se ao boxe Avaliação em processo, ao final desta situação de aprendizagem,

e no protagonismo dos estudantes. É possível compartilhar, previamente com a turma,
2. Organize a sala em grupos e solicite aos estudantes que compartilhem suas res-
postas para o estudo de caso, verificando pontos em comum e divergentes. Cada
grupo poderá compartilhar um resumo do que debateu para toda a turma e listar, no
quadro, em um mural virtual ou em um cartaz, as sugestões dos melhores caminhos
para a elaboração de materiais de divulgação para as juventudes. A lista poderá servir
de inspiração ao que os estudantes vão elaborar nas próximas atividades. Sugerimos
algumas possibilidades, como vídeo, podcast, manual, fanzine, aplicativos e rodas de
conversas.
O podcast “Eu Soul o Monte” é resultado de uma oficina de podcasts que aconteceu
no coletivo “Soul do Monte”, com crianças do bairro Monte das Oliveiras, periferia de
Manaus, no Amazonas, e conta com seis episódios. As crianças realizaram entrevistas
com os primeiros moradores do bairro e com o líder do coletivo, debatendo temas
como identidade, pertencimento e território, além de valorizar a potência da voz da
periferia. Podcast Eu Soul o Monte | Bhoim Mídias | Spotify.
DESENVOLVIMENTO
3. Apresente a seguinte questão disparadora aos estudantes: “Como apresentar o mo-

delo de organização financeira criado anteriormente para que possa servir de inspira-
ção para outros jovens, em suas diferentes realidades, dentro e fora da Amazônia?”.
Solicite aos estudantes que retomem o modelo de organização financeira criado na

etapa anterior e levantem hipóteses individuais para a questão disparadora. Então,
eles compartilham suas hipóteses com a turma e, com base nessa troca, poderão iden-
tificar ideias que se aproximem da formação de grupos para as próximas atividades
propostas. Faça a mediação desse processo e contribua para a formação das equipes
de trabalho.
4. Proponha à turma que, com base nas hipóteses iniciais para a questão disparado-
ra, eles planejem e construam materiais de divulgação para compartilhar com outros
jovens. Para iniciar a proposta, todos os grupos poderão fazer uma tempestade de
ideias sobre como poderia ser esse material e um dos integrantes será responsável
por anotá-las (ou eles poderão registrá-las utilizando um bloco de notas). Para esse
momento inicial, todas as ideias são acolhidas e valorizadas. Posteriormente, a equipe
poderá categorizar as ideias em diferentes temáticas e selecionar as que mais identi-
ficarem como boas formas de se comunicar com outros jovens.
5. Para o planejamento do material de divulgação, solicite que as equipes construam

uma tabela de planejamento, com itens como público-alvo, formato do material, tema,
conteúdos que serão incluídos, recursos necessários, fontes utilizadas, meio de di-
vulgação e funções de cada integrante do grupo. Além disso, é importante combinar
com os estudantes quais serão os itens indispensáveis na elaboração dos manuais,
independentemente do formato em que serão apresentados. Oriente os grupos nas
adaptações necessárias de acordo com a sua realidade e com os recursos disponíveis.

As habilidades do eixo de Processos criativos são trabalhadas em diferentes momen-
tos da atividade, em especial as habilidades EMIFMAT11 e EMIFMAT12. Com base no
planejamento e na elaboração de materiais de divulgação para as juventudes, os es-
tudantes deverão selecionar e mobilizar, intencionalmente, conhecimentos e recursos
matemáticos com foco em um projeto pessoal ou em um empreendimento produtivo,
além de conectar esses conhecimentos para formular propostas concretas, articula-
das com os projetos de vida.
6. É possível propor que dois grupos se unam e apresentem seus planejamentos para
trocas de devolutivas e qualificação das ideias. Organize um cronograma com a turma,
com produções que acontecerão na sala de aula e outras como tarefa de casa.
SISTEMATIZAÇÃO
7. Organize um momento de apresentação das peças elaboradas pelas equipes para

toda a turma. Dessa forma, antes da divulgação em massa dos produtos, eles passa-
rão por um processo de qualificação na turma, incluindo as sugestões do docente. Se
possível, divulguem nas redes sociais da escola, em eventos locais e em feiras culturais
promovidas pelo colégio. É possível fazer parcerias com outras escolas, com líderes
comunitários e com representantes do poder público, para que essas produções atin-
jam o maior número possível de jovens. É importante propor, também, aos estudantes
que reflitam sobre o quanto o material criado por eles é acessível e dialoga com jovens
quilombolas, indígenas, ribeirinhos etc. Além disso, é possível retomar o estudo de
caso proposto no início desta etapa, bem como a reportagem que serviu de inspiração
para a sua criação, e incentivar a turma a planejar algum tipo de evento para jovens
cujo objetivo seja a promoção de reflexões sobre a importância da organização finan-
ceira de indivíduos e de grupos.
Eles podem, por exemplo, apresentar seminários para outros jovens, ministrando a
outros estudantes algumas das atividades desenvolvidas. Nesse caso, as atividades
propostas podem incluir a reflexão sobre objetivos e planos para o futuro, além da
elaboração de planilhas, de modo que os jovens participantes possam se organizar
financeiramente para atingir seus objetivos.
8. Retome a questão disparadora com a turma e peça aos estudantes que revisem as
suas hipóteses iniciais e verifiquem se as modificaram com base nas experiências vi-
vidas na atividade.
De acordo com os combinados feitos previamente com a turma, retome e selecione
os instrumentos que serão utilizados para a avaliação. Durante o percurso de aprendi-
pontos que precisem de mais dedicação e os aspectos positivos de seu envolvimento
dências em relação às expectativas de aprendizagem e às habilidades dos eixos es-
truturantes. Acompanhe as produções de todos os grupos e compartilhe devolutivas
para a sua qualificação. Observe se as produções finais dos estudantes comunicam
com clareza e correção conceitual as diferentes formas de organizar suas finanças,
incluindo cálculos de juros, uso de funções para previsão de gastos e receitas. Se pos-
sível, ofereça uma rubrica com critérios de avaliação que poderão ser usados não só
por você como também pelos estudantes para compor uma tabela de autoavaliação,
a qual poderá ser preenchida tanto individualmente quanto entre os grupos. Reveja as
estratégias de aprendizagem adotadas e fique atento aos estudantes que precisem de
mais atenção e de outras formas de engajamento e de motivação.
MATERIAL DO ESTUDANTE
ETAPA 2 - Situação de aprendizagem 1 - Atividade 1
ESTUDO DE CASO
Roberta é uma jovem de 16 anos que mora no município de Carauari, a 788 quilôme-
tros de Manaus. Seus pais são trabalhadores na zona rural, e, quando ela não está na
escola, cuida de seus irmãos mais novos, faz suas tarefas da escola, assiste às suas
séries favoritas e lê muitos livros de ficção científica, seu gênero de leitura favorito!
Ela está no 1º ano do Ensino Médio e já começou a planejar muitas perspectivas para
o seu futuro quando concluir essa etapa de estudo.
Na semana passada, Roberta participou de um evento organizado pelo Programa de
Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes Ribeirinhas na Amazônia (Dica-
ra). O evento contou com a participação de diversos especialistas e lideranças locais,
com o objetivo de debater problemas atuais envolvendo mudanças climáticas, sus-
tentabilidade, economia da floresta e políticas públicas para a juventude ribeirinha.
Cada jovem que participou do evento também teve a oportunidade de compartilhar
um pouco da sua história e de seus sonhos profissionais e pessoais.
Durante o evento, Roberta se engajou em oficinas, rodas de conversa e painéis de
apresentação. Os temas que mais lhe chamaram a atenção foram economia da flores-
ta, empreendedorismo e empoderamento social. Ela se reconheceu nessas áreas de
atuação e ficou admirada do quanto seus planos futuros deram “match” com as histó-
rias de vida dos profissionais que ofereceram as oficinas de que participou.
Ao final do evento, todos os jovens tiveram a oportunidade de debater soluções e
alternativas embasadas nos princípios da sustentabilidade para problemas existentes
em suas comunidades e as apresentaram em uma plenária. O produto final da ativida-
de foi um manifesto entregue às autoridades dos municípios da região.
Roberta voltou do evento muito animada e inspirada. Procurou a coordenadora da
sua escola para se disponibilizar a criar materiais de divulgação sobre as temáticas
que estudou no evento, para distribuir a todos os colegas da escola. Mas ela ficou com
dúvidas sobre o melhor formato para esses materiais, para que realmente chamem a
atenção do seu público-alvo. Então, ela organizou com seus colegas e seus professo-
res um grupo de estudos sobre as temáticas que gostaria de incluir nos materiais e,
juntos, estão pesquisando mais sobre os assuntos e prototipando um plano de ação
para a criação e a divulgação dos materiais!
Para saber mais sobre a participação de jovens em projetos de sustentabilidade, con-

fira a reportagem Congressos da juventude da floresta reuniu 300 jovens ribeiri-
nhos | Fundação Amazônia Sustentável (FAS).
QUESTÕES:
a) Na sua opinião, qual é a importância desse tipo de evento, como o de que a Roberta
participou, para as juventudes? Você já participou de algo parecido?
b) Como você ajudaria Roberta na criação dos materiais de divulgação que ela se dis-
pôs a criar? Que tipo e formato de material você acredita que mais chama a atenção
dos jovens?
REFERÊNCIAS
A VIDA não é útil. Produção: Aílton Krenak. [S. l.], [s. d.]. 1 vídeo (3 min 22). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=igLMWnKCrmU. Acesso em: 1 mar. 2023.
BRASIL. Referenciais curriculares para a elaboração de itinerários formativos. Brasília:

Ministério da Educação, 2018.
BRUS Rubio Churay. Medio ambiente y contaminación. Portafolio. Disponível em: https://
www.brusrubio.com/2009?lightbox=dataItem-iwu9ay31. Acesso em: 1 mar. 2023.
CONGRESSO da Juventude da Floresta reuniu 300 jovens ribeirinhos. FAS, 17 mar. 2020.
Disponível em: https://fas-amazonia.org/congresso-da-juventude-da-floresta-reuniu-
-300-jovens-ribeirinhos/. Acesso em: 1 mar. 2023.
ESCREVENDO algoritmos. Unicamp, 12 mar. 2020. Disponível em: https://www.ic.uni-

camp.br/~lehilton/cursos/1s2020/mc102qr/unidades/02-escrevendo-algoritmos.html.
Acesso em: 1 mar. 2023.
FLUXOGRAMAS, algoritmos, matemática e tecnologia. Nova Escola. Disponível em:

https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/PNYck8d5xkQ7Ejy7S92uz64UA-
G54EwbxKHF5kwwWJR6cwgTfyZZjKfM2cXsq/fluxogramas-algoritmos-matematica-e-
-tecnologia.pdf. Acesso em: 1 mar. 2023.
IM+. Sua decisão financeira pode mais. Disponível em: https://immais.com/?utm_sour-

ce=infomoney&utm_medium=editorial&shortlink=7a80027f&c=editorial&pid=infomo-
ney&af_click_lookback=7d&source_caller=ui. Acesso em: 1 mar. 2023.
KRENAK, Aílton. Não se come dinheiro. Guata Cultura em Movimento, 22 mar. 2022. Dis-
ponível em:https://guatafoz.com.br/nao-se-come-dinheiro-de-ailton-krenak/. Acesso em:
1 mar. 2023.
MIRO. Miro. Disponível em: https://miro.com/pt/. Acesso em: 1 mar. 2023.
NOSSO Ensino Médio. O lugar da avaliação. Disponível em: https://nossoensinomedio.

org.br/componentes/o-lugar-da-avaliacao/. Acesso em: 1 mar. 2023.
ORÇAMENTO familiar genérico. Microsoft. Disponível em: https://templates.office.com/

pt-br/or%c3%a7amento-familiar-gen%c3%a9rico-tm02780232. Acesso em: 1 mar. 2023.
ORÇAMENTO mensal fácil. Microsoft. Disponível em: https://templates.office.com/pt-br/

or%c3%a7amento-mensal-f%c3%a1cil-tm16410094. Acesso em: 1 mar. 2023.
PLANILHA de orçamento pessoal mensal. Microsoft. Disponível em: https://templates.

office.com/pt-br/planilha-de-or%C3%A7amento-pessoal-mensal-tm16410113. Acesso em:
1 mar. 2023.

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