M Dietas Hospitalares FinaL
M Dietas Hospitalares FinaL
M Dietas Hospitalares FinaL
Ministério da Saúde
DIRECÇÃO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA
MANUAL DE
MANUAL DE
DIETAS HOSPITALAR
DIETAS HOSPITALAR
República de Moçambique
Ministério da saúde
DIRECÇÃO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA
MANUAL DE
MANUAL DE
DIETAS HOSPITALAR
DIETAS HOSPITALAR
FICHA TÉCNICA
Direcção Nacional de Assistência Médica. Ministério da Saúde. Moçambique.
Manual de Dietas Hospitalar. Maputo, 2021.
AUTORES
António ChigogoroTitosse
Avone Pedro
Reginalda Alberto Mondlane César
Sofia Pedrosa
Sousa Gastão Muchecha
REVISÃO
Réka Maulide Cane
Nilsa C. António Langa
Nutricionistas do Sistema Nacional Saúde
Stela Banze
Natércia Monjane Matule
COORDENAÇÃO GERAL
Ussene Hilário Isse – Diretor Nacional/ DNAM
Bertur Alface – Chefe de Departamento
EDITOR
Ministério da Saúde
Direcção Nacional de Assistência Médica
Departamento de Administração e Gestão das Unidades Sanitárias
Repartição de Hotelaria Hospitalar, 1ª edição
DISTRIBUIÇÃO E INFORMAÇÃO
Departamento de Administração e Gestão das Unidades Sanitárias
Repartição de Hotelaria Hospitalar. Email: [email protected]
Av. Eduardo Mondlane, 1008
Moçambique - Maputo
MAQUETIZAÇÃO E FOTO
Aly Hamido
PREFÁCIO
A
uniformização e padronização das dietas hospitalares no Serviço
Nacional de Saúde é um imperativo crucial terapêutico que permitirá
uma maior eficiência e racionalização na gestão de recursos, redução
dos desperdícios alimentares e uma melhoria na sustentabilidade dos
serviços de alimentação e nutrição hospitalar.
A alimentação hospitalar é considerada relevante para a melhoria da qualidade de
assistência ao paciente pois possui aspectos peculiares e diferenciados relacionados
com a vida dos mesmos que provêm de diversos grupos socioeconómicos e, com
hábitos alimentares distintos influenciados muitas vezes por factores culturais
adversos. Compreende um conjunto de medidas voltadas a promoção, recuperação
e manutenção da saúde, proporcionando satisfação sensorial e psicológica
ao paciente, sendo incorporado ao processo de humanização dos hospitais,
possibilitando a escolha de alimentos e preparações que permitam favorecer a
aceitação alimentar, segundo a dieta prescrita.
Os serviços de alimentação e nutrição têm a responsabilidade de planear os cardápios
de forma atender as necessidades de pacientes hospitalizados, respeitando sua
condição de saúde e as especificidades de cada fase da evolução do quadro clínico.
A elaboração das dietas dos utentes requere uma actuação profissional de natureza
disciplinar e interdisciplinar baseadas em padrões dietéticos que atendam as
necessidades recomendadas para cada paciente. As necessidades nutricionais
de pacientes hospitalizados são determinadas segundo a análise do histórico
clínico, dietético e social para proporcionar uma melhoria na sua qualidade de
vida. Portanto, a dieta hospitalar deve garantir um aporte adequado de nutrientes
ao paciente internado e preservar o seu estado nutricional por ter um papel crucial
co-terapêutico em doenças crónicas e agudas.
A intervenção precoce dos cuidados nutricionais e dietéticos dos utentes previne a
deterioração do seu estado nutricional, podendo também contribuir para adopção
de hábitos alimentares saudáveis sobre tudo em utentes com doenças crónicas
associadas a alimentação.
Este manual de dietas hospitalares por um lado tem como objectivo a padronização
das dietas hospitalares, tanto em termos de nomenclatura como das características
das dietas e menus disponibilizados pelas unidades sanitárias do Serviço Nacional
de Saúde, facilitando assim o trabalho da equipa da saúde. Por outro lado, servirá
não só como instrumento de trabalho permanente que reúne um conjunto de
opções dietéticas para os profissionais de saúde, mas também, como material de
consulta para centros hospitalares públicos e privados, institutos de formação e
universidades públicas e privadas que leccionam cursos de saúde e nutrição.
1. Introdução……………………………………………………… 07
1.1. Horário de Distribuição das Refeições aos
Pacientes Internadas………………………….......................… 08
1.2. Descrição das Dietas……………………………………..… 09
Capítulo I…………………………………………………........… 11
Dietas Base……………………………………………………..… 11
1. Dieta Geral………………………………………………...…… 13
2. Dieta Mole……………………………………………………… 15
2.1 Dieta Mole Hipoglucídica…………………………… 17
3. Dieta Pastosa……………………………………………..…… 19
3.1. Dieta Pastosa Hipoglucídica…………………..…… 21
4. Dieta Líquida…………………………………………………… 22
4.1 Liquida Total Sem Resíduos ……………...……...… 23
4.2 Dieta Liquida Fortificada …………….……………… 24
5. Dieta Pediátrica………………………………………...……… 27
5.1. Dieta Pediátrica 0 - 6 Meses………………..……… 27
5.2. Dieta Pediátrica 6 Meses – 2 Anos ……………...… 27
5.3. Dieta Pediátrica 2 – 3 Anos ………………………… 29
5.4. Dieta Pediátrica 4 – 8 Anos ………………………… 30
5.5. Dieta Pediátrica 9 – 14 Anos ………………….…… 31
Capítulo II……………………………………………..............… 33
Variantes……………………………………………………..…… 33
1. Hipossódica…………………………………………………… 35
2. Dieta Hipoglucídica, Hipolípidica, Hipocalórica…………… 36
3. Dieta Hipoproteica………………………………………….… 38
4. Dieta Hipercalórica e Hiperproteica………………………… 40
5. Dieta Obstipante ou Pobre em Resíduos………………...… 42
Capitulo III …………………….………………………………… 45
Especificidades ……………......…………………………...…… 45
1. Dieta sem Glúten……………………………………………… 47
2. Dieta para Parturientes…………………………………..…… 48
Referências…………………………………………………..…… 50
Capítulo IV …………………………………………….………… 53
Anexos………………………………………………………..…… 53
I. Lista de Alimentos Alternativos aos
Apresentados nas Dietas…..................................................... 55
II. Doenças e Tipo de Dietas…………………………….........… 56
III. Dieta Liquida……………………………………………...…… 67
IV. Exemplo de Menu Semanal de (Cólera e Corona Vírus) 61
MANUAL DE DIETAS HOSPITALAR PAG. 07
1. INTRODUÇÃO
De referir ainda que as dietas aqui sugeridas e que são prescritas de acordo as
indicações do profissional de saúde que acompanha o doente não necessitam
de ser complementadas por alimentos fornecidos por familiares ou outros,
provenientes de fora do hospital.
Neste sentido a entrada de alimentos vindos do exterior será permitida
somente em situações excepcionais (falta de insumos na unidade sanitária ou
centro hospitalar, recusa absoluta dos pacientes/familiares) com a respetiva
autorização da equipa de saúde responsável pelo tratamento do doente.
Em caso de recusa absoluta dos pacientes/familiares responsáveis em
consumir os alimentos confecionados nas unidades sanitárias ou centros
hospitalares, os pacientes/familiares deverão consultar e ter a supervisão dos
nutricionistas ou profissionais de saúde que acompanham ao doente para a
elaboração/prescrição do menu.
Refeição Horário
Pequeno-almoço 7h30
Meio da Manhã 10h00
Almoço 12h30
Meio da Tarde 15h30
Jantar 18h30
Ceia** 21h00
**Apenas para pacientes com indicação dietoterapeutica. A ceia é
distribuída pelas copeiras sob supervisão do enfermeiro responsável,
para posteriormente serem consumidas pelos pacientes.
MANUAL DE DIETAS HOSPITALAR PAG. 09
Dietas
Hospitalar
Capítulo
CAPÍTULOI I
DIETAS BASE
DIETAS BASE
MANUAL DE DIETAS HOSPITALAR PAG. 13
1. DIETA GERAL
Plano Alimentar
2. DIETA MOLE
Plano alimentar
Plano alimentar
3. DIETA PASTOSA
Plano Alimentar
Plano Alimentar
4. DIETA LÍQUIDA
I. LIQUIDA TOTAL I
Indicações: Etapas de pós-operatório de cirurgias, primeira etapa de
alimentação oral de pacientes gravemente debilitados. Recomendam-se sumos
de fruta, infusões, caldos. Não se recomenda leite nem derivados (iogurte).
Leite
Sumo de Pacote
Caldo de Carne e
Vegetais
Plano Alimentar
Batido Fortificado
Completo
Batido Fortificado
Hipoproteico
Liquida sem Lactose
Fortificada
Batido Fortificado
Hiperproteico
Batido Fortificado
Completo
Plano Alimentar
NOTA
Todas as preparações devem ser liquidificadas e posteriormente
coadas por pelo menos duas vezes. O fraccionamento deve ser de
6 a 8 refeições por dia.
Deve ser administrada em curtos intervalos de tempo, cada 2 a
4 horas e quando é mais espessa, em 5 porções ao dia com um
volume total de 2 a 2,5 litros, quantidade suficiente para cobrir as
necessidades hídricas.
Este tipo de preparação é mais susceptível a infecções e a rápida
deterioração, pelo que a escolha do recipiente que a contém e
sua conservação é de extrema importância. Os recipientes devem
ser completamente higienizados (preferencialmente passados em
água a ferver imediatamente antes de ser colocada a preparação)
e com tampa funcional. Caso o preparado seja para consumir em
várias refeições, este deve ser armazenado na geleira ou em local
fresco e seco.
*Ver em anexo a preparação para os batidos fortificados.
MANUAL DE DIETAS HOSPITALAR PAG. 27
5. Dieta Pediátrica
5.1. Dieta Pediátrica 0 - 6 meses
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MISAU)
recomendam o aleitamento materno exclusivo em crianças menores de 06
meses de idade. Porém em caso da mãe não poder amamentar nos primeiros
06 meses (óbito materno, patologia e incapacidade de produção de leite
materno) a criança tem de ser alimentada mediante substitutos adequados de
leite materno (fórmulas infantis).
Indicações Principais
Idade: 6 meses aos 2 anos
Composição nutricional média
• Valor Calórico Total: 800-1000 kcal
• Proteínas: 15-20%
• Gorduras: 25-30%
• H. Carbono: 55-60%
PAG. 28 MANUAL DE DIETAS HOSPITALAR
Plano alimentar
Fruta ½ Peça
Indicações Principais
Idade: 2 aos 3 anos
Plano alimentar
Carne ou peixe ou
Leguminosas (feijão) 40g ½ Chávena
Cont...
Indicações Principais
Crianças com 4 - 8 anos
Plano alimentar
Indicações principais
Criança com 9 - 14 anos
PAG. 32 MANUAL DE DIETAS HOSPITALAR
Plano alimentar
Dietas
Hospitalar
Capítulo
Capítulo III
VARIANTES
DIETAS BASE
MANUAL DE DIETAS HOSPITALAR PAG. 35
1. HIPOSSÓDICA
Plano alimentar
Refeição Alimento Quantidade Medida Caseira
Cont...
Plano alimentar
Cont...
3. DIETA HIPOPROTÉICA
Características: Dieta completa com restrição proteica. Esta dieta não possui
uma ementa pré-estabelecida, sendo semelhante à dieta ligeira, mas com
redução da capitação da carne, peixe e ovos.
- Sobremesas instantâneas
- Leite e derivados gordos
- Gorduras de adição
- Leguminosas secas
Plano Alimentar
Alimentos a incluir:
- Enriquecer sumos e sopas (ovo, caseína, albumina)
- Aumentar a porção de carne na preparação das refeições
- Acrescentar leite ou ovo nas refeições
Plano Alimentar
Alimentos proibidos:
- Leite e seus derivados
- Vegetais
- Fruta crua ou em calda, frutos secos ou cristalizados
- Bebidas com gás
- Produtos estimulantes (especiarias, café)
- Cereais e seus derivados integrais
Plano Alimentar
Dietas
Hospitalar
Capítulo
Capítulo III I
ESPECIFICIDADES
DIETAS BASE
MANUAL DE DIETAS HOSPITALAR PAG. 47
Alimentos proibidos:
Exclusão de alimentos que contenham na sua composição
- Trigo, aveia, centeio, cevada, malte (subproduto da cevada)
Ou seja, devem ser excluídos
- Pão, massa esparguete ou outra, bolachas (qualquer tipo)
Plano alimentar
Características
• Consistência – semilíquida
• Distribuição de macronutrientes - dieta restrita composta
principalmente por água e carbohidratos
• Valor energético total – 1500 Kcal
• Proteínas – 5%
• Lípidos – 10%
• Carbohidratos – 85%
MANUAL DE DIETAS HOSPITALAR PAG. 49
Plano alimentar
(*) Consumir entre 1,5-2 litros de água ao dia para manter uma boa
hidratação.
Recomendações adicionais
O cuidado da parturiente após o parto, é de extrema relevância. Devendo a
dieta ser equilibrada, rica em cálcio e ferro (similar a dieta mantida durante a
gravidez). Destacam-se as seguintes recomendações:
• Não fazer dieta para emagrecer após a saída do hospital;
• Manter a dieta mais variada possível, tomando entre meio e ¾ de litro
de leite ao dia para o aporte de cálcio;
• Beber entre 1.5-2 litros de liquido (água, sumo, sopas), sobretudo se
esta a dar aleitamento materno.
PAG. 50 MANUAL DE DIETAS HOSPITALAR
Referências
Dietas
Hospitalar
Capítulo I IV
Capítulo
ANEXOS
DIETAS BASE
MANUAL DE DIETAS HOSPITALAR PAG. 55
NOTA
Não se recomenda o uso de produtos processados industrialmente
como: carnes (fiambre, salsicha, palone, mortadela, vorshe, chouriço,
linguiça, presunto e outros); caldos, sopas, molhos e temperos
artificiais (preparados para adicionar a confecção de alimentos);
alimentos enlatados (molho de tomate, sardinhas e outros).
Este tipo de alimentos tem demonstrado efeitos negativos na
saúde de individuo pelo seu potencial efeito cancerígeno.
II. Doenças e Tipo de Dieta PAG. 56
Dieta X
Hipossódica
Dieta X
hipercalórica/
hiperprotéica X X
Dieta
X
hipoproteica
Dieta
hipolipidica/ X X
Hipocalórica
Dieta Laxante X X
Dieta Obstipante
Dieta Sem
X
Glúten
MANUAL DE DIETAS HOSPITALAR
MANUAL DE DIETAS HOSPITALAR PAG. 57
Opção 1
Opção 2
Ingredientes Per capita Medida Caseira
Opção 3
Opção 4
* Os alimentos coados poderão ser aproveitados para inserir na dieta mole/
pastosa
Opção 5
Sumos naturais – Escolher 1 legume + 1 fruta + água (exemplo: 1 beterraba
+ 1 maçã + água)
Técnica de preparo
1. Peneirar todos os ingredientes em pó e misturar com os restantes
numa liquidificadora, excepto a água.
2. Adicionar água filtrada e fervida em quantidade suficiente para atingir
o volume de 350ml e voltar a mixar.
3. Coar a preparação numa peneira de malha fina.
4. Lavar o coador e repetir o processo.
Avaliação sensorial
Consistência/textura: líquido fino homogéneo sem resíduos, fragmentos
filamentosos ou grumos
Odor: agradável
Sabor: agradável
Cor: apelativa
Dias de semana
Papas Pão simples + Papas Bolacha Água e Papas Pão simples + Papas
Pequeno-almoço
fermentadas Chá fermentadas Sal + Chá fermentadas Chá fermentadas
MANUAL DE DIETAS HOSPITALAR
Papa
Lanche da manhã Papa de Bolacha Água e Papa de
Iogurte natural Iogurte natural fermentada de Iogurte natural
Banana Verde Sal + Chá Banana Verde
banana verde
Sopa de Sopa de arroz Sopa de Sopa de arroz Sopa de Sopa de arroz Sopa de
Almoço macarrão + Peixe macarrão + Peixe macarrão + Peixe macarrão
+ Ovo cozido desfiado + Ovo cozido desfiado + Ovo cozido desfiado + Ovo cozido
N.B: A papa deve ser fermentada 48 horas antes da cocção Bebidas ao longo do dia: Sumo de limão natural, água de lanho,
PAG. 61
Lanche da Tarde Laranja Banana Maçã Cozida Melancia Laranja Melancia Banana
Ceia Iogurte Chá + bolacha Iogurte Chá + Bolacha Iogurte Chá + Bolacha Iogurte