Aula03 - Historia Da Arquitetura

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História da Arte

HISTÓRIA DA ARQUITETURA
AULA 03: RENASCIMENTO E MANEIRISMO

Profa. Mônica Cianfarani


2017
LINHA DO TEMPO DA ARQUITETURA

Idade dos Idade Idade Idade Idade


Pré História Antiga
Metais Média Moderna Contemporânea

Paleolítico Civilização Egito Arquitetura Renascimento Neoclássico


Neolítico Suméria Grécia Barroco Ecletismo
Bizantina
Roma Rococó Modernismo 1ª Fase
Românica
- Art Nouveau
Gótica
- Pré Modernismo
- Década de 20 Séc. XX

Modernismo 2ª Fase
- Pós Guerra - 1945
- Pós-Moderno 1970 / 80

23.000 a.C. 4.000 a.C. 3.000 a.C. 476 d.C. 1453 1789
(Criação da (Queda do (Queda do (Revolução
Escrita) Império Império Francesa)
Romano do Romano do
Ocidente) Oriente)
Idade moderna: de 1453d.C. a 1789 d.C.
Renascimento Barroco Rococó

✓ Artes e arquitetura com ✓ Influencia da contra- ✓ Idade da razão e a Era das


influencia da cultura reforma Luzes
romana ✓ Emoção domina a criação ✓ Mundo regido pela razão para
✓ Conhecimento através da em Arte e arquitetura alcançar a justiça social
ciência ✓ Imagens, figuras e ✓ Cidade prevalece sobre o
✓ Comércio e cidades construções complexas campo
restabelecidos e elaboradas ✓ Arte e arquitetura: graça e
✓ Burguesia, a nova ✓ Requinte e drama elegância
classe social ✓ Absolutismo ✓ Formas e cores sutis e suaves
Arquitetura Renascentista
A principal característica da
arquitetura do Renascimento foi a
busca de uma ordem e de uma
disciplina que superasse o ideal de
infinitude do espaço das catedrais
góticas.

Na arquitetura Renascentista, a
ocupação do espaço pelo edifício
baseia-se em relações matemáticas
estabelecidas de tal forma que o
observador possa compreender a lei
que o organiza.

Filosofia humanista

Interesse pela civilização clássica


Influência de Vitrúvio:
Arquiteto romano (88 a.C. - séc. I)
Tratado de Arquitetura

De Architectura Libri Decem é um


tratado sobre a arquitetura e a atividade
do arquiteto. O título costuma ser referido
apenas como Sobre a arquitetura ou Da
arquitetura.

A obra é de autoria do romano Marco


Vitrúvio, e foi escrita no século I a.C. Está
dividida em dez volumes, cada qual
abordando um aspecto específico da
arquitetura.

Possui grande importância histórica


pois é o único tratado clássico sobre o
tema que sobreviveu até os dias atuais
As principais características da arquitetura
renascentista são:

✓ Descoberta das leis


matemáticas da perspectiva
✓ Retomada dos modelos clássicos
✓ Visão humanista e racionalista
✓ Uso da matemática e da geometria
✓ Busca da perfeição e da beleza
✓ Preocupação com a proporção
✓ Formas equilibradas e harmoniosas
✓ Busca da simetria e da ordem
✓ Estilo formal e individual
✓ Temas religiosos, mitológicos e da
natureza
✓ Uso dos arcos, abóbodas, cúpulas e
colunas
✓ Predomínio das linhas horizontais
PRINCIPAIS ARQUITETOS

Fillipo Bruneleschi 1377-1446;


Nova concepção renascentista, ordenamento
dos elementos clássicos de forma livre. De suas
obras arquitetônicas merecem destaque a
Cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore, o
Hospital dos Inocentes, o Palácio Pitti e a Capela
Pazzi, todas em Florença.
Leon Batista Alberti 1404-1472
Tratado: A arte de edificar:
beleza renascentista =harmonia+proporção
Fez a fachada da Igreja de Santa Maria Novella,
em Florença.
Donato Bramante 1444-1514
Contribuiu para a construção da Basílica de São
Pedro, em Roma. Além disso, trabalhou no
projeto da Igreja de São Pedro em Montorio na
capital italiana.
Vignola 1507-1573
Arquiteto mais clássico do renascimento
Tratado das 5 ordens
CÚPULA DA IGREJA DE SANTA MARIA DEI FIORE, FORENÇA
– 1417-1420. FILLIPO BRUNELLESCHI

Segundo a planta inicial, a Catedral de Florença teria uma grande


nave cental e duas naves laterias que terminariam em um espaço
octogonal. Em 1369 as obras da catedral tinham terminado, as o
espaço que deveria ser ocupado por uma cúpula estava aberto.
Coube a Brunelleschi, a tarefa de projetar a abóboda em 1420. A
solução ficou tão integrada ao edifício que parece ter sido
concebida pelo mesmo arquiteto que projetou a catedral.
A cúpula fecha o ciclo das grandes
obras públicas medievais,
inaugurando uma nova arquitetura - a
abóbada em pavilhão octogonal, com
oito gomos revestidos de telhas em
terracota vermelha e espigões
marcados por arestas em mármore
branco.
Este elemento branco estrutural
descarrega o peso da lanterna no
tambor.
Sua construção com dois cascos
permitiu a modelação independente
do interior e do exterior.
Assim, a cúpula interior é mais baixa,
correspondendo às dimensões da
Catedral Gótica, enquanto que o
casco exterior é mais elegante e alto.
As nervuras de suporte foram
ocultadas entre os cascos. Ao
contrário do gótico, os elementos
construtivos eram escondidos.
Tanto o casco interno como o
externo são construídos por fiadas
de tijolos colocados como escamas
de peixe e nervuras longitudinais,
sem a tradicional armação de
madeira.
Criou-se, portanto, uma construção
auto-portante, não havendo a
necessidade de andaimes no solo
para suportar a cúpula durante a
construção.
Devido a esta proporção - 40m de
diâmetro e 56m de altura -
Brunelleschi desenvolveu desenhos
desde os andaimes e as alçadeiras
(inventadas para subir os materiais),
até parafusos, roldanas e um estudo
da estática da construção.
CAPELA PAZZI, FLORENÇA – 1429-1443. FILIPPO
BRUNELLESCHI

Comparada as grandes construções do período gótico, a


Capela Pazzi é um edifício pequeno. Mas foi construído
segundo princípios científicos tão precisos, que parece
testemunhar a pontecialidade do ser humano. Nessa obra,
Brunelleschi alcança plenamente os objetivos da arquitetura
renascentista.
SPEDALE DEGLI INNOCENTI,
FLORENÇA – 1419-1427. FILIPPO
BRUNELLESCHI

Foi um orfanato em Florença,


concebido por Filippo Brunelleschi.

Os elementos arquitetônicos estavam


articulados em pedra cinzenta que se
destaca contra o alvo das paredes.

Também era novidade a lógica


proporcional. A altura das colunas, por
exemplo, não é arbitrária; se se traça
uma linha horizontal ao longo do alto
das colunas, cria-se um quadrado com
a altura da coluna e da distância de
uma coluna à seguinte. Esta ânsia de
regularidade e de ordem geométrica
tornar-se-ia num elemento importante
na arquitetura renascentista.
BASÍLICA DE SÃO LOURENÇO, FLORENÇA –
1419-1460. FILIPPO BRUNELLESCHI

Apresenta uma planta de cruz latina, dividida em três


naves, separadas por colunas. A central de cobertura
é adintelada e as laterais são abobadadas. A
decoração foi de Michelangelo Buonarroti, também o
responsável pela Sacristia Nova. Na cabeceira da
nave central estão depositados dois púlpitos de
bronze do escultor Donatello (1460), as suas duas
últimas obras.
SANTA MARIA NOVELLA, FLORENÇA – 1458-1470. LEON BATISTA ALBERTI

Leon Battista Alberti, projetou a parte superior


da fachada incrustada em mármore preto e
branco. Alberti trouxe os ideais de arquitetura
humanista, proporção e detalhamento de
inspiração clássica para o projeto, enquanto
também criou harmonia com a já existente
parte medieval da fachada.
Sua contribuição consiste do largo friso
decorado com quadrados e tudo que se
encontra acima dele, incluindo os quatro pilares
verde e brancos e a janela redonda. As quatro
colunas com capitólios coríntios da parte
inferior da fachada, também foram adicionadas
por ele.
O frontão e o friso são claramente inspirados
pela arquitetura clássica, já a voluta com a
curva em "s" com finalização em 'pergaminho',
era totalmente nova e sem precedente na
arquitetura clássica. Esse curva de
'pergaminho' e suas variações podem ser vistas
em muitas igrejas em toda Itália, e todas tem
sua origem na igreja de Santa Maria Novella.
PALAZZO RUCELLAI, FLORENÇA – 1452/60. ALBERTI.

Foi construído segundo desenho de Leon Battista Alberti, com a fachada concluída quando quase todos
os ambientes internos estavam acabados, em 1465.
Leon Battista Alberti realizou uma obra prima de estilo e sobriedade, e diz-se que projectou este palácio
quase como ilustração do seu manual De Re Aedificatoria
TEMPIETTO, ROMA – 1502–1509. DONATO
BRAMANTE

Bramante prova, através do projeto de palácios e


igrejas, que não só conhece e domina as
possibilidades da linguagem clássica como
também entende as características e o espírito de
sua época, aplicando o conhecimento antigo de
uma forma nova, inédita, mas acima de tudo,
clássica. O Tempietto, por ele projetado, é,
praticamente, uma releitura (mas, definitivamente,
não uma cópia) dos templos de planta central,
circulares, típicos de um certo período da
arquitetura romana.

O templo, muito pequeno, tem forma circular e um


corpo cilíndrico com diâmetro de apenas 4 metros,
pois tem uma função puramente simbólica e
memorial, mais do que um espaço dedicado às
funções litúrgicas. A forma cilíndrica foi
cuidadosamente transformada no interior, com
altos e profundos nichos, quatro dos quais
recebem pequenas estátuas dos evangelistas,
enquanto no altar está uma estátua de São Pedro.
RENASCIMENTO - MORADIA

A superação dos clássicos,


mantendo porém o caráter clássico,
se dá especialmente na medida em
que os arquitetos do período
propõem soluções espaciais em
programas novos (como os grandes
palácios, diferentes dos romanos, ou
as novas catedrais e basílicas).

Elementos como as abóbadas e


cúpulas são usados de uma nova
forma, ainda que as ordens (jônico,
coríntio, etc) sejam formalmente
seguidas

Palazzo Strozzi – 1489, Florença


PALAZZO STROZZI, FLORENÇA - 1489. BENEDETTO DA MAIANO.

O palácio representa o exemplo mais perfeito do ideal de edifício senhorial do Renascimento.


Foi voluntariamente construído num tamanho superior ao do Palazzo Medici, do qual copiou a forma
cúbica desenvolvida sobre três andares em volta dum pátio central, e a parede revestida com a típica
pietraforte florentina inclinada para o alto. À altura da rua abrem-se janelas retangulares, enquanto que
nos pisos superiores se podem encontrar duas séries de elegantes janelas bíforas sobre cornijas
dentadas.
Em cada um dos três lados que dão para a rua, abrem-se três portais com arcadas, de solene
classicismo.
PALAZZO FARNESI, ROMA - 1517. SANGALLO, MICHELÂNGELO, VASARI, VIGNOLA
Das obras de Antonio da Sangallo, o Palácio Farnesi é o mais importante e o primeiro de uma série
de palácios de famílias papais em Roma. Um dos mais esplêndidos palácios romanos, seu pátio e
seu mobiliário não foram superados por nenhum outro edifício posterior. Após reformas e
ampliações, em 1534, Sangallo mudou completamente o projeto original, pois deveria construir o
palácio de um pontífice e não mais de um cardeal.
Três gerações envolveram-se na construção: Vignola nos dois andares inferiores, Michelângelo no
pátio interno e na fachada, Rafael e Giacomo della Porta nos trabalhos artísticos.
Os baixos pilares da primeira fase da
construção tinham de ser unidos às
abóbadas, mais altas do “novo projeto”.
Tal recurso seria novamente aplicado nos
novos pilares, construídos ao redor do
pátio, o que resultou numa austeridade e
esplendor artístico.
Em comparação com o térreo, a ordem
jônica do piano nobile (1º andar) parece
impessoal: seus capitéis são comuns e as
meias-colunas não são capazes de
competir com os poderosos pilares e a
ênfase vigorosa da ordem dórica.
O palácio é um bloco retangular com
quatro fachadas e um pátio interno
quadrado.

Enquanto a planta preliminar de


Sangallo previa pilastras gigantescas
para os dois andares superiores, na
execução, a superfície plana da parede
é marcada pelas quinas, contornos de
janelas e cornijas.

A curiosa localização da escada,


paralela ao lado esquerdo do palácio,
também implicou na abertura de várias
janelas cegas na fachada lateral.
Arquitetura Maneirista
Paralelamente ao renascimento clássico, desenvolve-se em Roma, por volta de 1520 até meados
de 1610, um movimento artístico afastado conscientemente do modelo da Antiguidade Clássica: o
Maneirismo (a palavra maniera, em italiano, significa maneira). Uma evidente tendência para a
estilização exagerada e um capricho nos detalhes começa a ser sua marca, extrapolando assim
as rígidas linhas dos cânones clássicos.

Alguns historiadores o
consideram uma transição entre
o renascimento e o barroco,
enquanto outros preferem vê-lo
como um estilo, propriamente
dito. O certo, porém, é que o
maneirismo é uma
consequência de um
renascimento clássico que entra
em decadência.
A arquitetura maneirista dá prioridade à construção de igrejas de plano longitudinal, com espaços
mais longos do que largos, com a cúpula principal sobre o transepto, deixando de lado as de plano
centralizado, típicas do renascimento clássico. No entanto, pode-se dizer que as verdadeiras
mudanças que este novo estilo introduz refletem-se não somente na construção em si, mas
também na distribuição da luz e na decoração.

Nos ricos palácios e casas de campo, encontramos formas convexas que permitem o contraste
entre luz e sombra prevalecer sobre o quadrado disciplinado do Renascimento. A decoração de
interiores ricamente adornada e os afrescos das abóbadas coroam esse caprichoso e refinado
estilo, que, mais do que marcar a transição entre duas épocas, expressa a necessidade de
renovação.

Este palácio introduziu na França o Maneirismo italiano, quer na decoração de interiores


quer nos jardins. Palácio de Fontainebleau, França.
O principal elemento do Maneirismo é a rusticação.
A rusticação é definida pela arte de trabalhar em alvenaria, dando-lhe o aspecto de irregularidade
nas pedras com o sulco profundo entre as suas juntas.
Inovação do século XVI: o térreo trabalhado em arcos e a rusticação da parede, em contraste com o
piso superior, seguindo os cânones da arquitetura clássica.

Fachada da casa de Rafael, conforme o projeto de Bramante, com colunas dóricas duplas sobre
os maciços de arcos do pódio. 1512
Giulio Romano emprega a rusticação na fachada do Palazzo del Tè, criando uma aparência
desproporcional – apesar da composição simétrica, as pedras estão “deslocadas” sobre o
entablamento, além das grandes chaves de pedra.
PRINCIPAIS ARQUITETOS

Michelangelo Buonarotti (1475-1564)


Pintor, escultor e arquiteto italiano. De suas
obras arquitetônicas destaca-se a Biblioteca
Laurenciana, em Florença. Além disso,
participou da reforma da Basílica de São
Pedro, em Roma.
Rafael Sanzio (1483-1520)
Pintor e arquiteto italiano que também
colaborou no projeto arquitetônico da Basílica
de São Pedro, em Roma. Além disso, projetou
a Villa Madama, um bairro da capital italiana.
Andrea Palladio (1508-1580)
Arquiteto italiano que projetou diversas obras
no período da renascença, da qual se destaca
o edifício da Villa Capra (La Rotonda), na
região de Veneto, em Vicenza.
Giulio Romano (1499-1546)
Pintor e arquiteto italiano, participou do
projeto do Palácio do Té (Palazzo del Te), em
Mântua, uma de suas obras mais Palazzo Uffizzi. Atual Galleria degli Uffizi. Giorgio
emblemáticas. Vasari.
Michelângelo revolucionou a arquitetura do Renascimento. Detalhe da janela projetada por Rafael, no
Palazzo Pandolfini, (a esquerda) em Florença, seguindo os moldes vitruvianos. Trecho da capela
Médici (a direita), de Michelângelo, com elementos da Antigüidade, inseridos de forma intensa e
poética. 1521-1524
BASÍLICA DE SÃO PEDRO, ROMA – 1506-1626. BRAMANTE, RAFAEL,
MICHELANGELO, GIACOMO DELLA PORTA, CARLOS MADERNO.

A Basílica de São Pedro é uma igreja do estilo renascentista. O projeto original foi
elaborado por Donato Bramante. Posteriormente Michelângelo fez algumas
modificações como o projeto da imponente cúpula, que foi concluída somente no século
XVII. Sua planta era originalmente de cruz grega, porém foi modificada por Carlos
Maderno, que também fez o projeto da fachada atual já em estilo barroco.
Apesar dos primeiros projetos
desenvolvidos repercutirem para uma
estrutura de planta centralizada, o que é
ainda evidenciado na sua arquitetura, a
basílica é cruciforme, com uma alongada
nave de cruz latina. O espaço central é
dominado tanto no interior como no exterior,
por um dos maiores domos do mundo. A
entrada é feita através de um nártex, que
se estende por toda a frente do edifício.

Planta Atual
da Basílica
(a esq.) e a
planta
original de
Bramante
CÚPULA - BASÍLICA DE SÃO PEDRO, ROMA. MICHELÂNGELO, GIACOMO DELLA
PORTA E DOMENICO FONTANA.

A cúpula da Basílica de São Pedro eleva-se a uma altura total de 136,57 m do chão até ao topo da
cruz no exterior. A mais alta cúpula do mundo, o seu diâmetro interno é de 41,47 m, um pouco
menor que duas das três grandes cúpulas que a precederam: a do Panteão de 43,3 m, e a da
Catedral de Florença com 44 m.
BIBLIOTECA LAURENTIANA, FLORENÇA – 1525 -1571. MICHELÂNGELO.

Construída em um claustro da Basílica de Médici di San Lorenzo, em Florença, a Biblioteca foi


construída para enfatizar que os Médici não eram mais comerciantes, mas membros da sociedade
inteligente e eclesiástica.
A Biblioteca Laurentiana foi projetada por Michelângelos em 1523 e a construção começou em 1525;
No entanto, quando Michelangelo deixou Florença em 1534, apenas as paredes da sala de leitura
estavam completas. Foi então continuado por Tribolo, Basari e Ammannati com base em planos
e instruções verbais de
Michelangelo. A biblioteca foi
aberta por 1571. Desta forma, a
biblioteca integra partes
executadas por Michelangelo com
outras construídas muito mais tarde
em uma interpretação de suas
instruções. A Biblioteca Laurentiana
é uma das realizações
arquitetônicas mais importantes de
Michelangelo. É um exemplo de
Arquitetura Maneirista.
PALAZZO CHIERICATTI, VICENZA – 1551-54. ANDREA PALLADIO

O interesse que Palladio tinha pelas teorias de Vitrúvio se reflete na totalidade de sua obra
arquitetônica, cujo caráter é rigorosamente clássico e no qual a clareza de linhas e a harmonia das
proporções preponderam sobre o decorativo, reduzido a uma expressão mínima
No Palazzo Chiericatti, Palladio utilizou uma tipologia inédita para a época nas residências citadinas,
a qual recorda em parte a das suas villas.

O palácio é constituído por um


corpo central com duas alas
simétricas ligeiramente
recuadas, dotadas de grandes
loggias ao nível do piano nobile
(andar nobre). A harmoniosa
Fachada está estruturada em
duas ordens sobrepostas,
solução até então mais
utilizada para uma residência
privada de cidade, com uma
coroação de estátuas.
Em um primeiro momento, as regras clássicas de
composição ainda são fielmente seguidas, mas
seu campo de aplicação se amplia e vai além das
grandes obras públicas, dos grandes palácios e
templos religiosos e novas combinações de
elementos são propostas.
Andrea Palladio será o principal expoente desta
forma de lidar com a linguagem clássica,
especialmente através dos seus projetos de villas
nos arredores das cidades italianas. A arquitetura
de Palladio foi de tal forma peculiar e destacada
da de seus antecessores que seu método
projetual acabou levando à caracterização de um
novo estilo: o Palladianismo. Tal estilo se
apresenta pela aplicação da planta central aos
projetos residenciais (como nos das villas), por
um certo tipo de ornamentação bastante sintética
(uma arquitetura de "superfície"), entre outras
características.
O próprio Palladio é responsável por produzir um
tratado bastante completo sobre a arquitetura
clássica.
VILLA ROTONDA, VICENZA - 1565-1569. PALLADIO.
Inspirado no panteão, é um estudo de simetria.
Ao contrário das fazendas romanas e florentinas, as vilas venezianas eram circundadas por
campos e vinhedos, com dependências para os lavradores, celeiros, adegas, armazéns e
estábulos, além da própria vila, onde se desfrutava da paisagem idílica no verão.
A distinção e a simplicidade
das obras de Palladio são
de uma elegância
incomparável, sendo La
Rotonda sua única obra que
corresponde exatamente a
uma ilustração do seu
tratado I Quattro Libri di
Architettura.
Somente aqui o arquiteto foi
capaz de realizar por
completo a sua concepção
do “bem construir”. Isso se
aplica tanto à localização da
vila – “com vias de acesso
suaves”, quanto às suas
formas.
A planta é uma composição com as mais belas
figuras geométricas – o quadrado, o círculo e o
retângulo, mostrando-se simétrica em todos os
eixos.
Os pórticos com frontões aparecem nos quatro
lados, assim com as escadarias.
Assim, ela apresenta a mesma vista dos
quatro lados, tendo uma cúpula ao centro –
elemento até então restrito às igrejas.
Para Palladio, o círculo representava a
unidade e a uniformidade.
Tanto as categorias estéticas e teológicas -
uma peculiaridade da concepção
renascentista, só poderia ser alcançada se o
cliente assim o desejasse - como no caso da
La Rotonda - para aceitar os objetivos e os
ideais do arquiteto.
Por isso, a Villa Rotonda tornou-se o exemplo
da “arquitetura ideal”.
A obra de Palladio foi uma referência
obrigatória para os arquitetos
ingleses e franceses do barroco. A
Villa Rotonda também foi um
capricho do artista, pois têm quatro
lados idênticos, cada um deles com
um pórtico em forma de fachada de
templo, agrupados em torno de um
corpo central que recorda o Panteão
romano.
Por mais bela que seja a
combinação, dificilmente se pode
considerar um edifício em que se
gostaria de viver.

A busca de novidade e de efeitos


insólitos interferiu na finalidade
essencial da arquitetura.
VILLA BARBARO, VICENZA – 1554-60.
ANDREA PALLADIO

Palladio transformou o velho palácio medieval


da família Barbaro numa esplêndida habitação
de campo, adequada ao estudo das artes e à
contemplação intelectual, decorada com um
ciclo de afrescos que representa uma das
obras-primas de Paolo Veronese.

O plano da planta baixa é complexo -


retangular, com salas perpendiculares ao longo
dum grande eixo, o bloco central projeta e
contém a principal sala de recepção. O bloco
central, que está desenhado de forma a
parecer-se com o pórtico dum templo romano,
está decorado com quatro colunas jónicas Este
mesmo bloco está coroado por um grande
frontão com símbolos heráldicos da família
Barbaro em relevo.
Junto ao declive onde surge a villa, Palladio
realizou em seguida um refinado templo, o
TEMPIETTO BARBARO destinado a
cumprir a dupla função de capela de villa e
igreja paroquial para a aldeia. Não se
conhece com certeza a data do início dos
trabalhos de construção. No friso estão
inscritos o ano 1580, o nome do patrono,
Marcantonio Barbaro, e o de Palladio.
RENASCIMENTO - INGLATERRA
QUEEN’S HOUSE, GREENWICH, LONDRES 1614-1617, INIGO JONES

Foi desenhada e iniciada pelo arquiteto Inigo Jones, para a Rainha Ana da Dinamarca, a esposa do Rei
Jaime I. O palácio foi alterado e completado por Jones, numa segunda campanha cerca de 1635, para a
Rainha Henriqueta Maria de França, esposa do Rei Carlos I. A Queen's House é um dos mais
importantes edifícios da história da arquitetura britânica, sendo o primeiro edifício conscientemente
clássico a ser construído na Grã Bretanha. A Queen's House é um exemplar da difusão tardia da
arquitetura renascentista nos demais países europeus.
A Queen's House vista do fundo da Colina do Observatório, mostrando o palácio
original (1635) e as alas adicionais ligadas por colunatas (1807).
BANQUETING HOUSE, WHITEHALL, LONDRES 1619-22, INIGO JONES

O arquiteto Inigo Jones (1573-1652) introduziu o palladianismo na Inglaterra. A Banqueting House foi
Iniciada em 1619 e projetada por Inigo Jones em um estilo influenciado pela arquitetura de Andrea
Palladio.
Ao contrário da arquitetura dos países mais meridionais do sul, a arquitetura inglesa não passou de
um período de evolução para o classicismo. Através de Jones chegou de forma repentina e totalmente
formada. Antes disso, a arquitetura inglesa ainda tinha sido baseada nos estilos da Idade Média. No
entanto, como pode ser visto nesta casa, uma das primeiras casas "renascentistas" construídas
especificamente pela Inglaterra, mesmo nesta época, a arquitetura doméstica inglesa nunca perdeu
seu "ar de castelo".
PAISAGISMO RENASCENTISTA ITALIANO

✓ Locais com vistas panorâmicas;


✓ Terrenos acidentados para a formação de diferentes “platôs”;
✓ Escadarias monumentais
acompanhadas por corredeiras
de água;
✓ Uso de fontes, estátuas,
belvederes, balaústres e
pórticos .
✓ Grande predominância
da alvenaria.
✓ Os jardins não eram
demasiadamente grandes.

Hotel De Russie - Itália


Fonte de Neptuno e Órgãos de Água - Villa D`Este (Tivoli,1549)
Villa Lante 1560-1568 Bagnaia, Itália- Giacomo Vignola
Villa Lante 1560-1568 Bagnaia, Itália- Giacomo Vignola
Villa Lante 1560-1568 Bagnaia, Itália- Giacomo Vignola
Bibliografia
ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte como História da Cidade. São Paulo:
Martins Fontes, 1998.
ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte Italiana: Da Antiguidade a Duccio. V. 1.
São Paulo: Cosac & Naify, 2013.
CHING, Francis D.K., Dicionário Visual de Arquitetura. São Paulo: Martins
Fontes, 1999.
KOCK, W., Estilos de arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
PEVESNER, N., Historia de las tipologias arquitectônicas. Barcelona: Gustavo
Gili, 1980.
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Ed. Ática, 2010.
PEREIRA, Paulo, Arte Portuguesa – História Essencial, Lisboa Temas e
Debates/Circulo de Leitores, 1ª ed., 2011.
SUMMERSON, J. N. A linguagem clássica da arquitetura. 3. ed. São Paulo: M.
Fontes, 1997. 148p.

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