128450-1 - Circuito Magnético 2019
128450-1 - Circuito Magnético 2019
128450-1 - Circuito Magnético 2019
Circuitos
Magnéticos
Prof. Reginaldo Miranda
Instituto Federal-MA
Email: [email protected]
Campo Magnético
Mecanismo fundamental pelo qual a energia é convertida de uma forma
para outra.
IMÃ Condutor percorrido por corrente elétrica
Ferro
vidro
Campo Magnético
Campo magnético produzido por corrente elétrica
_ _
+ +
Condutor
Linhas de Campo
Campo Magnético
Campo magnético produzido em uma espira
N S
P.
Campo Magnético
Conceitos básicos
i – corrente elétrica (A)
Linhas de Campo
Região
de área
A
B
φ
Fluxo magnético (Wb)
B – Densidade de campo (Tesla)
H – Intensidade de campo (A.e/m)
Campo Magnético
Relação entre B e H
−7
µ o = 4π 10 (Tm/A )
Permeabilidade magnética do ar: Representa a facilidade relativa do
estabelecimento do campo magnético no ar.
Campo Magnético
Núcleo magnético (ferro, níquel, cobalto e suas ligas)
bobina
bobina
cristal molécula
matéria átomo
Ferromagnetismo
Momento magnético
momento
magnético de
spin momento
magnético orbital
Ferromagnetismo
Domínios magnéticos
Em cada domínio todos os átomos estão alinhados
com seus momentos magnéticos apontando na
mesma direção, de tal forma que cada domínio
dentro do material atua como se fosse um pequeno
ímã permanente;
Material
Ferromagnético
B = µo M
Magnetização
A densidade de fluxo resultante é devido a bobina
mais a magnetização.
=B µo ( H + M )
M
B µo (1 + ) H
= núcleo
H bobina
B µo (1 + χ m ) H
=
B = µo µ r H susceptibilidade
magnética
B = µH Permeabilidade
relativa
Permeabilidade
do material
Magnetização
Ex.: ferro, níquel, cobalto
∫ H dl = ∫ JdA
caminho fechado
→
∫ H dl = itotal
Campo Magnético
Núcleo magnético
Comprimento
médio do caminho lc
N espiras →
Hlc = Ni
∫ H dl = itotal
Ni
H ∫ dl = NI H=
lc
Hl = NI
Fluxo Magnético
O fluxo total através de uma área é:
→
∫
φ = BdA
A
( Weber − Wb)
µNi
Ni
φ = BA = A=
l l µA
O fluxo magnético é uma quantidade escalar e é contínuo ao longo de um caminho
fechado, similar a corrente elétrica que é contínua ao longo de um condutor;
Força Magnetomotriz (FMM) e Relutância
A corrente na bobina ao redor do núcleo produz um fluxo magnético da mesma forma
que a tensão em um circuito elétrico produz corrente elétrica.
Ni
φ=
l µA
F = Ni Amper-espira (A)
F l
R= = (A/Wb)
φ µA
Indutância
Uma bobina sobre um núcleo magnético pode ser representado por um elemento de
circuito chamado de indutor. O indutor é caracterizado por sua indutância (auto
indutância, indutância própria), que é definida como o fluxo concatenado (enlaçado) da
bobina por amper de corrente.
Indutância L =
λ
(Henries)
i
λ Nφ NBA NµHA
L= = = =
i i i i
NµHA N 2 N2
= = =
Hl N l µA ℜ
Exemplo 1
A figura abaixo mostra uma bobina toroidal enrolada em um anel de plástico de seção
transversal retangular. A bobina tem 200 espiras de fio de cobre de 3 mm de diâmetro.
Pede-se: a) para uma i = 50 A, encontre a densidade de fluxo no diâmetro médio do anel;
b) Encontrar a indutância da bobina assumindo que o campo dentro da mesma é uniforme
e igual àquele do diâmetro médio; c) determine a percentagem de erro na indutância
quando se supõe uma densidade de fluxo uniformemente distribuída no núcleo de
plástico; d) dado que a resistividade do cobre é 1,72 × 10-8 Ω.m, determine a resistência
da bobina.
Área
Circuito Magnético Simples
Analogia entre Circuitos Elétricos e
(A) Circuito Elétrico; (B)Magnéticos
Circuito Magnético
Isto está em analogia com a lei das tensões de Kirchhoff aplicada a circuitos
elétricos constituídos por fontes de tensões e resistores
V= ∑ Rk ik
k
Analogia entre Circuitos Elétricos e
Magnéticos
De modo semelhante, a equação da lei das correntes de Kirchhoff
∑ in = 0
n
∑ φn = 0
n
Analogia entre Circuitos Elétricos e
Magnéticos
A fmm está relacionada ao fluxo magnético da mesma forma que a tensão
está relacionada com a corrente elétrica;
Req = R1 + R2 + R3 + ...
– Relutâncias em paralelo se combinam de acordo com:
1 1 1 1
= + + + ...
R eq R1 R2 R 3
Exemplo 2
Um núcleo ferromagnético é
mostrado na figura abaixo. Três
dos lados do núcleo possuem
comprimento uniforme, enquanto o
quarto lado é mais fino. A
profundidade do núcleo é 10cm, e
as outras dimensões são mostradas
na figura. Existem 200 espiras na
bobina enrolada no lado esquerdo
do núcleo. Assumindo uma
permeabilidade relativa de 2500,
quanto de fluxo será produzido por
1 A de corrente na bobina?
Exemplo 3
Determine a corrente que deve fluir no enrolamento de excitação, o qual está acoplado
a uma estrutura ferromagnética mostrada na figura abaixo. O enrolamento possui 500
espiras, o fluxo na perna direita deve ser de 9×10-4 Webers. Assuma uma permeabilidade
relativa de 5400.
0,4m
0,05 m 0,05 m 0,05 m
a b c 0,05 m
0,2m
0,05 m
f e d
Circuito Magnético com Entreferro
Em alguns dispositivos magnéticos como nos transformadores, o fluxo principal fica
confinado no núcleo magnético. Entretanto, em máquinas é geralmente necessário
estabelecer um fluxo entre a parte fixa e a parte girante através de um entreferro. A cria
ção de fluxo em um entreferro é necessária tambem para outros dispositivos como um
eletroimã.
Materiais de
preenchimento do
entreferro: papel,
mylar ou vidro
Permeabilidade do núcleo: µ
Circuito Magnético com Entreferro
Aplicando a lei de amper no circuito da figura abaixo, obtem-se a fmm da bobina
necessária para estabelecer a densidade de fluxo no núcleo e no entreferro.
F = H c lc + H g g H g g >> H c lc
Bobina de
N espiras Relação corrente-fluxo para
um núcleo com entreferro.
Bferro
Efeitos do entreferro
1 – Controle do entreferro controla a relutância
3 - Diminui a indutância
4 – Aumento da corrente de saturação
5 – O valor da indutância é menos dependente da permeabilidade
Analogia entre Circuitos Elétricos e
Magnéticos
(A) Circuito Elétrico; (B) Circuito Magnético
Analogia entre Circuitos
Circuito Magnético comElétricos e
Entreferro
Magnéticos
(A) Circuito Elétrico; (B) Circuito Magnético
Circuitos Magnéticos – Erros e Causas
Os cálculos de fluxo em um núcleo usando os princípios de circuitos magnéticos são
sempre aproximações (erro ∼5%):
A indutância total (chamada de auto indutância, indutância própria) pode ser obtida pela
divisão de ambos os lados da equação anterior pela corrente i:
λ λm λl
= + = L = Lm + Ll
i i i
Lm é a indutância de magnetização devido ao fluxo φm no núcleo, e Ll é a indutância de
dispersão devido ao fluxo de dispersão φl. O fluxo concatenado total da bobina pode ser
escrito como
λ = ( Lm + Ll )i
Circuito Magnético com Entreferro
Efeitos do entreferro
Fluxo de espraiamento
Núcleo
Núcleo Núcleo
Núcleo
Núcleo Núcleo
Aumento da área
Aumento de ruído
Induz correntes parasitas
Exemplo 4
A figura abaixo mostra um núcleo ferromagnético cujo caminho médio é 40 cm. Há um
pequeno entreferro de 0,05 cm na estrutura. A seção transversal do núcleo é 12 cm2 e a
sua µr = 40000. A bobina do fio tem 400 espiras. Assumindo que o espraiamento no
entreferro aumenta a sua área em 5%, encontre: a) a relutância total do circuito; b) a
corrente necessária para produzir uma B = 0,5 T no entreferro.
Circuito Magnético com dois
Enrolamentos
Circuito Magnético com dois
Enrolamentos
Força magnetomotriz do circuito:
F = N1i1 + N 2i2
Desprezando a relutância do núcleo, o fluxo é calculado por:
F µo Ag
φ = = ( N1i1 + N 2i2 )
R g
Fluxo concatenado com o enrolamento 1 e 2:
µ o Ag µ o Ag
λ1 = N1φ = N12 i1 + N1 N 2 i2 = L11 i1 + L12 i2
g g
própria mútua
µ o Ag µ o Ag
λ2 = N 2φ = N1 N 2 i1 + N 22 i2 =
L21 i1 +
L22 i2
g g mútua própria
Exemplo 5
Para a estrutura magnética apresentada na figura abaixo, determine a direção das correntes
que devem fluir nos dois enrolamentos de excitação para estabelecer um fluxo φa =
0,0018 weber, φb = 0,0008 weber e φc = 0,001 weber nas pernas A (µr=3980), B
(µr=4473) e C (µr=5673) , respectivamente nas direções mostradas.
Exemplo 6
No circuito magnético da figura abaixo, a permeabilidade magnética do material é 1200.
Despreze a dispersão magnética e o frangeamento. Todas as dimensões estão em
centímetros e o material possui uma área de secção transversal quadrada. Determine o
fluxo, a densidade de fluxo e a intensidade de campo no entreferro.
Exemplo 7
O circuito magnético da Figura abaixo tem dois enrolamentos e dois entreferros. Pode-se supor que
o núcleo tenha permeabilidade infinita. As dimensões do núcleo são indicadas na figura.
a. Supondo que a bobina 1 esteja conduzindo uma corrente I1 e a corrente na bobina 2 seja zero,
calcule (i) a densidade de fluxo magnético em cada um dos entreferros, (ii) o fluxo concatenado do
enrolamento 1 e (iii) o fluxo concatenado do enrolamento 2.
b. Repita a parte (a), supondo uma corrente zero no enrolamento 1 e uma corrente I2 no
enrolamento 2.
c. Repita a parte (a), supondo que a corrente do enrolamento 1 seja I1 e a corrente do enrolamento
2 seja I2.
d. Encontre as indutâncias próprias (autoindutâncias) dos enrolamentos 1 e 2 e a indutância mútua
entre os enrolamentos.
Magnetização
Curva de Magnetização
Parcialmente
magnetizado
Desmagnetizado
Curva de Magnetização de
Materiais Magnéticos
Se a intensidade de campo aumenta devido ao aumento da corrente, a densidade de
fluxo varia de acordo com a curva de magnetização do material. B aumenta quase que
linearmente na região de baixo H. Entretanto, quanto maior H, a variação de B se
torna não linear. Na região de saturação da curva, B praticamente não se altera com o
aumento de H.
Curva de Magnetização de Materiais
Magnéticos (Aço)
Curva de Magnetização de Materiais
Magnéticos (Aço)
Curva de Magnetização de Materiais
Magnéticos
Aço laminado
Aço
Ferro
Exemplo 8
Assuma que o material magnético do núcleo da Fig. abaixo seja aço M-5, cuja curva de
magnetização é mostrada na próxima página. Encontre a corrente i que é necessária para
produzir uma B = 1 T no núcleo. Dimensões do núcleo: Ac = Ag = 9 cm2; g = 0,05 cm; lc =
30 cm; N = 500
Curva de Magnetização
Aço M – 5 com grãos orientados e 0.012 mm de espessura
Exemplo 9
Um núcleo com três pernas é mostrado abaixo. Sua profundidade é 5 cm e há 400 espiras na perna
central. As demais dimensões estão mostradas na figura. O núcleo é composto de um aço cuja curva
de magnetização está mostrada também. Que corrente é necessária para produzir uma densidade de
fluxo de 0,00125 Wb na perna central do núcleo?
Lei de Faraday
Lei da indução eletromagnética de Faraday: O movimento relativo entre um condutor e
um campo magnético gera no condutor, uma força eletromotriz induzida (fem). A amplitude
da fem é proporcional a taxa de variação no tempo do fluxo concatenado .
dλ
eind =
dt
Lei de Lenz: A polaridade da f.e.m será tal que a corrente resultante criará um campo
magnético em torno do condutor que reagirá com o campo do imã e se oporá ao movimento
da bobina.
dλ
eind =−
dt
Energia no campo magnético
A energia transferida durante um intervalo de tempo t1 a t2 é
t2 t2
λ
=W ∫=
pdt
t1 ∫ t1
eidt
dλ
λ2 λ2
∫=
λ1 dt
idt ∫λ1
id λ λ
Potência fornecida vi = 2
Ri +
d ( 1
2 Li 2
) di
∴ Li =
d ( 1
2 Li 2
)
ao circuito dt dt dt
Perdas resistivas Potência fornecida para o
armazenamento de energia
Energia no campo magnético
Frequentemente é muito útil expressar a energia armazenada em termos
da densidade de fluxo B e intensidade de campo H.
Hl
λ = Nφ φ = BA i =
N
λ B2 Hl B2
W = ∫ id λ
0 W= ∫B1
N
N
AdB = lA ∫ B1
H dB
B2
= Vnúcleo ∫B1
H dB
+
+
v
e
-
_
N
espiras
Área A
Comprimento médio
do caminho lc
Excitação CA
Na maioria das situações a resistência r ≅ 0 e a queda de tensão na mesma é
desprezível em relação a taxa de variação do fluxo. Assim, em regime permanente,
com tensão senoidal aplicada, o λ também é forçado a ser essencialmente senoidal.
Logo, em regime permanente:
dλ
dt
= v ⇒ dλ = vdt ⇒ λ = vdt ⇒
∫
Vmax
λ= sen(ωt ) = λmax sen(ωt ) = Nφ max sen(ωt )
ω
λ = NAc Bmax sen(ωt )
Excitação CA
Portanto, a densidade de fluxo também é senoidal;
A tensão induzida no enrolamento de N espiras é:
λ
Exemplo 11
Uma fonte monofásica, 120 V,60 Hz é conectada a uma bobina. A bobina tem 200
espiras.Os parâmetros do núcleo são: Comprimento do núcleo de 100 cm; área da
seção transversal do núcleo de 20 cm2 e permeabilidade relativa do núcleo de
2500. Obtenha (a) uma expressão para a densidade de fluxo no núcleo e (b) uma
expressão para a corrente na bobina.
+
+
v
e
-
_
N
espiras
Área A
Comprimento médio
do caminho lc
Exemplo 12
O indutor da figura abaixo deve operar com uma fonte de tensão de 60 Hz.
a) Supondo uma resistência de bobina desprezível, calcule a tensão eficaz no indutor que
corresponde a uma densidade de fluxo de pico no núcleo de 1,5 T.
b) Sob essa condição de operação, calcule a corrente eficaz e a energia armazenada de
pico.
Ac = 1,0 cm2
lc = 15 cm
g = 0,8 mm
N = 480 espiras
µr = 1.000
Exemplo 13
Uma tensão onda quadrada de amplitude E = 100 V e freqüência 60 Hz é aplicada a
uma bobina enrolada em um núcleo de ferro. A bobina possui 500 espiras e a área da
seção transversal do núcleo é de 0,001 m2. Assuma que a bobina não tem resistência.
a) Encontrar o valor máximo do fluxo e verificar as formas de onda de tensão e de
fluxo como uma função do tempo,
b) Encontrar o valor máximo de E se a máxima densidade de fluxo não excede a 1,2
T.
Histerese
Suponha uma bobina enrolada em um núcleo de ferro, inicialmente B = 0;
A corrente i aplicada à bobina produz uma H e uma B conforme mostrado abaixo.
Histerese
Inicialmente pouco aumento é observado em
B até que H atinge um valor suficiente para
girar as paredes dos domínios;
Curva de
Retentividade é a densidade de fluxo que Magnetização
permanece no material depois que uma
força magnetizante suficiente para provocar
a magnetização do material foi aplicada e
depois removida.
Densidade de Fluxo residual em um
material magnético é a densidade de fluxo
correspondente a intensidade magnética
zero, quando o material é simetricamente e
ciclicamente magnetizado.
Força Coercitiva é a amplitude da
intensidade magnética na qual a densidade
de fluxo é zero quando o material é
ciclicamente e simetricamente magnetizado.
Histerese
H
Densidade Saturação
de Fluxo
Retentividade
H
H
H
Coercitividade
H
H
Aproximação
Linear
Saturação na
direção oposta
Corrente de Excitação
A corrente que flui na bobina para manter a B e a tensão induzida φ = Bc Ac
senoidais é usualmente chamada de corrente de excitação (mostrada
H c lc
abaixo). iϕ =
N
Sem histerese.
v V
iφ = im
V
Corrente de Excitação
Com histerese.
iφ = ic + im
Corrente de Excitação
Observa-se na figura anterior que iϕ não é senoidal. Ela tem simetria alternada em regime
permanente e, assim, é composta de um componente na freqüência fundamental mais
harmônicos de ordem ímpar. A componente fundamental de iϕ pode ser representada por um
fasor consistindo de dois componentes, conforme mostrado na figura abaixo.
ϕ
Corrente de Excitação
A componente Ic está em fase com o fasor da tensão aplicada e, devido ao fato de v ser
senoidal, está relacionado com a potência dissipada no núcleo;
A componente I1m está em fase com o fasor de fluxo concatenado e, portanto, atrasada
de 90o em ralação a V.
Com excitação senoidal, o indutor pode ser representado aproximadamente pelo circuito
equivalente na freqüência fundamental (veja Fig. b, página anterior). As correntes
harmônicas foram ignoradas. A resistência Rc representa as perdas no núcleo e a
reatância indutiva Xm carrega a corrente de magnetização fundamental. Os valores de Rc
e Lm são funções não-lineares do valor máximo de B e da freqüência, embora valores
constantes muitas vezes são usados.
Corrente de Excitação
A corrente de excitação fornece a FMM necessária para produzir o fluxo no
núcleo e a potência de entrada associada com a energia do campo magnético
no núcleo;
Parte desta energia e dissipada como perdas e resulta no aquecimento do
núcleo;
O restante aparece como potência reativa associada com o armazenamento
da energia no campo magnético. Esta energia é ciclicamente fornecida e
absorvida pela fonte de excitação.
Caracterização das propriedades do
material ferromagnético
Para muitas aplicações a forma de onda da corrente por si só não é muito
importante. È necessário saber:
1 - A quantidade de perdas no núcleo para ajudar a avaliar as perdas
totais e por útimo o aumento na temperatura do dispositivo
2 - O valor rms da corrente para permitir calcular as perdas i2R no
dispositivo e no circuito de alimentação do dispositivo.
Mecanismos de perdas associados com a variação de fluxo em materiais
magnéticos:
1. Perdas Ohmicas I2R associadas com correntes induzidas no núcleo;
2. Perdas por histerese.
Perdas por Histerese
Se o campo magnético num material ferromagnético é periodicamente
revertido, durante um certo intervalo de tempo a energia flui da fonte para o
campo magnético e durante um outro intervalo de tempo a energia retorna a
fonte. Entretanto, a energia que flui para o núcleo é maior que a energia que
retorna para a fonte. Portanto, durante um ciclo de variação de i, existe um
fluxo de energia resultante da fonte para o campo magnético. Parte da
energia será dissipada como calor no núcleo. Esta perda é chamada de perda
por histerese e ocorre porque energia é requerida para reorientar os domínios
em cada ciclo de corrente ca aplicado a bobina. Será mostrado que a
tamanho do laço de histerese é proporcional a perda por histerese.
Assuma uma bobina com resistência desprezível e fluxo no núcleo Φ. A
energia armazenada no campo, é
B2
W = Vnúcleo ∫ HdB
B1
Perdas por Histerese
Um ciclo completo de magnetização tem o seguinte caminho a-b-c-d-e-f-a
Perdas por Histerese
a-c (W - positiva)
+ Bmax
∫
Wac = Vnúcleo H dB
− Br
c-d (W - negativa)
+ Br
∫
Wcd = Vnúcleo H dB
+ Bmax
d-f (W - positiva)
− Bmax
∫
Wdf = Vnúcleo H dB
+ Br
f-a (W - negativa)
− Br
∫
W fa = Vnúcleo H dB
− Bmax
Perdas por Histerese
Energia armazenada pelo campo magnético durante um ciclo completo de
magnetização
∫
W = Vnúcleo H dB
Ph = Vnúcleo wh f W
É difícil avaliar a área do laço de histerese, pois a curva B-H é não linear e multivalor e
nenhuma expressão matemática simples pode representar o laço de histerese. Charles
Steinmetz da General Electric realizou um grande número de experimentos e
encontrou uma relação aproximada para materiais magnéticos usados em máquinas
elétricas:
n
Área do laço B - H = KBmax 1,5 ≤ n ≤ 2,5
Usando esta relação, a perda por histerese se torna:
n
Ph = k h fB max
Exemplo 14
Um núcleo toroidal de seção transversal retangular de 10 × 20 mm com diâmetro médio
de 80 mm é fabricado usando material deltamax cuja curva B – H é mostrada abaixo. Se
a B é variada entre ± 1.4 T, pede-se: a) determine a perda de energia por ciclo de
histerese; b) determine a perda de potência por histerese na freqüência de 400 Hz.
Ph = Vnúcleo wh f W
lc = 2πr
Perdas por Correntes de Eddy
Uma perda adicional chamada perda por correntes de eddy (parasitas) ocorre
num material ferromagnético condutor como resultado da taxa de variação da
densidade de fluxo com o tempo (Lei de Faraday);
Considere a estrutura ferromagnética da figura abaixo. Se um campo magnético
variante com o tempo é estabelecido no núcleo, uma tensão é induzida e provoca
um fluxo de corrente no núcleo.
Correntes de Eddy
i Bobina
Núcleo ferromagnético
Perdas por Correntes de Eddy
Pe = keω B 2 2
W/m 3
H g g = NI H g g + H m lm = 0 ⇒ − H m lm = H g g
Imãs Permanentes
Para produzir uma determinada densidade de fluxo Bg no entreferro de comprimento g,
a bobina requer um valor especifico de corrente enquanto o imã requer um valor negativo
de Hm quando Bm=Bg é positivo com apropriado comprimento do imã. A porção da curva
de magnetização que possui esta combinação (B positivo com H negativo) é o segundo
quadrante.
Um bom imã
Outros materiais
Imãs Permanentes
Uma família de ligas chamada AlNiCo (aluminio-niquel-cobalto) tem sido usada para
imãs permanente desde 1930. O alnico tem elevada densidade de fluxo residual bem
como a força coercitiva.
O material ferrite (cerâmica) é usado desde os anos 50. Eles tem baixa densidade de fluxo
residual mas elevada força coercitiva.
Samário-cobalto: 1960s
Neodímio-ferro-boro: mais novo material usado em ímãs.
NeFeB
Alnico
Ferrite
Smario-
Cobalto
Curvas de magnetização de imãs
Magnetização de Imãs
Circuito magnético incluindo um enrolamento de excitação, um ímã e um êmbolo
móvel inicialmente ocupando toda a área do núcleo (assuma o circuito desmagnetizado).
Parte da curva B - H
A inclinação da
reta é chamada
permeabilidade
de recuo
Magnetização de Imãs
Se a corrente for variada entre zero e –i(d), a curva B-H seguirá o traçado do laço
menor como mostrado na figura. Como o laço é estreito ele pode ser aproximado por
uma linha reta, conhecida como reta de recuo cuja inclinação é chamada de
permeabilidade de recuo µR.
Ag lm
Bm = − µ 0 H m
A g
m
reta de carga
Análise de circuito com imã permanente
A equação representa uma linha reta saindo da origem, chamada de reta de carga. A
intersecção da reta de carga com a curva de desmagnetização determina o ponto de
operação do imã no circuito com entreferro.
Se o êmbolo é inserido novamente, o ponto de operação move-se na reta de recuo.
O efeito desmagnetizante da excitação negativa é equivalente aquele causado pela
abertura de um entreferro no circuito magnético cujo comprimento é:
Ag H (d )
g = lm − µo
Am B (d )
Reta de carga
Exemplo 17
A figura mostra um circuito magnético com um núcleo de
alta permeabilidade (µ → ∞), com entreferro de comprimento
g = 0,2 cm, e um material magnético de comprimento lm = 1
cm. As seções transversais do núcleo e do entreferro são
iguais a Am = Ag = 4 cm2. Calcule a densidade de fluxo Bg no
entreferro se o material magnético for: a) Alnico 5 e b) aço
M-5.
O significado da densidade de fluxo residual (Br) é que ela pode produzir fluxo no
circuito magnético na ausência de excitação externa. Portanto, poderia se concluir que
tanto o Alnico 5 quanto o aço M-5 seriam úteis na produção de fluxo em circuitos
magnéticos sem excitação, pois ambos apresentam uma elevada densidade de fluxo
residual. Isto não é verdade.
Exemplo 17
A solução é obtido graficamente usando a reta de carga para ambos materiais.
Ag lm
Bm = − µ 0 H m = −5µ 0 H m = −6,28 ×10 −6 H m
Am g
Aço M-5
Alnico 5
Reta de carga
Reta de carga
Análise de circuito com imã permanente
Para imãs de terras raras, a curva B-H é linear e permite usar um modelo linear
para o material usando a seguinte relação:
Bm = Br + µ r µ o H m
Do circuito magnético temos
F = 0 = H g g + H m lm
Que usando a equação linear resulta
Bm − Br B
lm + g g = 0
µ r µo µo
Usando a condição de fluxo continuo :
φ = Ag Bg = Am Bm
Obtem-se a seguinte relação para a densidade de fluxo no entre
ferro: Br
Bg =
Ag g
+ µ r
Am lm
Imãs Permanentes
O volume do imã permanente é
Bg Ag H g g Vol g Bg2
Volmag = Amlm = × − =
Bm H m µ o (− H m Bm )
Esta equação indica que para produzir a densidade de fluxo desejada, Bg. o volume
necessário do imã pode ser minimizado, operando o imã no ponto do maior valor
possível do produto HmBm, e está localizado no segundo quadrante do laço de histerese.
Este produto tem dimensão de densidade de energia (J/m3). Além disso, quanto maior for
o valor desse produto, menor será o tamanho do imã necessário. Assim, o produto
energético máximo é uma medida útil do desempenho de um material magnético, e
freqüentemente é encontrado tabulado como “figura de mérito” em folhas de dados de
especificações de imãs permanentes.
Imãs Permanentes
O produto energético máximo para o Alnico 5 é 40 kJ/m3, e isso ocorre no ponto
B = 1,0 T e H = – 40 kA/m.
Imãs Permanentes
350
1984
300
Nd-Fe-B
(BH)max kJ/m3
250
1980
200
SmCo 2:17
150 SmCo 1:5
1970
100 AlNiCo
1940
50 Nd-Fe-B
ferrite 1987
1950
0
HCJ kA/m
0 500 1000 1500 2000 2500
Exemplo 18
O circuito magnético abaixo tem uma área de entreferro Ag = 2 cm2. Encontre o
volume mínimo do ímã para que Bg = 0,8 T.
Exemplo 19
Em um dispositivo usando imã permanente mostrado na figura abaixo, o entreferro
possui comprimento de 1,5 mm e seção transversal de 60 x 40 mm. O imã é de neodimo-
ferro-boro. O imã tem área de seção transversal de 60mm2 e comprimento de 2,5mm. A
permeabilidade do ferro é muito grande, o frangeamento do fluxo é ignorado. Determine a
densidade de fluxo no entreferro e no material do imã.
NdFeB
FIM