O Album de Familia e A Imagem Social
O Album de Familia e A Imagem Social
O Album de Familia e A Imagem Social
(Organizadora)
Comunicação e Jornalismo:
Conceitos e Tendências 2
Atena Editora
2018
2018 by Atena Editora
Copyright da Atena Editora
Editora Chefe: Profª Drª Antonella Carvalho de Oliveira
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG)
C741 Comunicação e jornalismo: conceitos e tendências 2 [recurso
eletrônico] / Organizadora Thaís Helena Ferreira Neto. – Ponta
Grossa (PR): Atena Editora, 2018. – (Comunicação e Jornalismo:
Conceitos e Tendências; v. 2)
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Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7247-027-8
DOI 10.22533/at.ed.278190901
2018
Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos
autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
www.atenaeditora.com.br
APRESENTAÇÃO
CAPÍTULO 1................................................................................................................. 8
A MULHER NO JORNALISMO DO INTERIOR: RIBEIRÃO PRETO E SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
(1950-1960)
Nayara Kobori
Aline Ferreira Pádua
DOI 10.22533/at.ed.2781909011
CAPÍTULO 2............................................................................................................... 20
A CONSTRUÇÃO MIDIÁTICA DAS VÍTIMAS DE FEMINICÍDIO NO BRASIL: ASSASSINATOS DE
MULHERES COMETIDOS POR SEUS PARCEIROS E EX-PARCEIROS
Cláudia Regina Lemes
Paulo Roxo Barja
DOI 10.22533/at.ed.2781909012
CAPÍTULO 3............................................................................................................... 31
A REPRESENTAÇÃO DO GÊNERO FEMININO NAS PROPAGANDAS DA CERVEJA ANTARCTICA:
BAR DA BOA
Wender Rodrigues de Siqueira
Munique Cristina Modesto
Carla Mendonça de Souza
DOI 10.22533/at.ed.2781909013
CAPÍTULO 4............................................................................................................... 42
EMPODERAMENTO FEMININO NO RAP: DUAS LETRAS
Cláudia Regina Lemes
Paulo Roxo Barja
DOI 10.22533/at.ed.2781909014
CAPÍTULO 5............................................................................................................... 55
OS SENTIDOS CONSTRUÍDOS SOBRE O USO DO CORPO NU FEMININO EM PERFORMANCES
ATIVISTAS
Márcia Bernardes
DOI 10.22533/at.ed.2781909015
CAPÍTULO 6............................................................................................................... 66
AS RELAÇÕES PÚBLICAS COMUNITÁRIAS NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA –
A ONG UNA.C E AS DEMANDAS DA SAÚDE
Éllida Neiva Guedes
Marcelo Pereira da Silva
Protásio Cézar dos Santos
DOI 10.22533/at.ed.2781909016
CAPÍTULO 7............................................................................................................... 81
TRAGÉDIA EM MARIANA-MG EM VEJA E CARTACAPITAL: UM CONTRATO DE COMUNICAÇÃO
Vinicius Suzigan Ferraz
DOI 10.22533/at.ed.2781909017
Aline Silva Okumura used to discuss the theme. In this way the article
Universidade Paulista – São Paulo will address different aspects and relationships
about the images we portray from our family, as
well as the use of electronic devices to archive
these memories.
A mudança de padrão social nos lares brasileiros como apontado por Fernando
Novaes (1998), nos apresentam cidadãos que precisam mostrar uma postura diferente
perante a sociedade, desta forma organizam também suas memórias em registros
fotográficos. Quando apresentam o álbum á alguém narram histórias da saga pessoal
da família, salvando lembranças que se perderam com o passar do tempo.
Recordar lembranças pelo álbum de família, podem gerar resignificações, pois
os interlocutores que apresentam o álbum criam suas próprias narrativas, podendo
enfatizar sua visão sobre os acontecimentos. Outro aspecto interessante é a
possibilidade, com o passar do tempo, que o sujeito retratado se reconheça como
parte de uma história construída coletivamente.
A função do álbum como registros de memórias, revigoram os sentimentos de
afetos e desafetos, recordam histórias, capaz de ampliar a compreensão do passado
e do presente. O álbum é um arquivo da vida privada, que apresenta por imagens a
história de uma família, de um lar e de uma sociedade
Por meio de fotos, cada família constrói uma crônica visual de si mesma — um
conjunto portátil de imagens que dá testemunho da sua coesão. Pouco importam
as atividades fotografadas, contanto que as fotos sejam tiradas e estimadas. A
fotografia se torna um rito da vida em família exatamente quando, nos países em
industrialização na Europa e na América, a própria instituição da família começa a
sofrer uma reformulação radical. Ao mesmo tempo que essa unidade claustrofóbica,
a família nuclear, era talhada de um bloco familiar muito maior, a fotografia se
desenvolvia para celebrar, e reafirmar simbolicamente, a continuidade ameaçada
e a decrescente amplitude da vida familiar Esses vestígios espectrais, as fotos,
equivalem à presença simbólica dos pais que debandaram. Um álbum de fotos de
família é, em geral, um álbum sobre a família ampliada — e, muitas vezes, tudo o
que dela resta. (SONTAG, 1977, p. 11)
As crianças da nova idade, mimadas por seus pais como nunca o foram, não
encontram, no entanto na imagem da mãe autoridade envolvente e a do pai
autoridade ordenadora. Essas grandes imagens, que reinaram nas religiões e nos
mitos, se dissipam no imaginário moderno. [...] com o impulso da cultura de massa
os pais vão apagar-se até desaparecerem do horizonte imaginário.[...] Os modelos
dominantes não são mais os da família ou da escola, mas da imprensa e do cinema.
A foto existe para ser vista, e neste mesmo sentido gera algum tipo de comunicação
com o observador. As fotografias propriamente não têm significado, são somente uma
superfície de papel, porém o seu sentido é externo a elas, portanto podemos questionar
a foto não como reprodução da realidade e duplicação do mundo, mas como uma
imaginação afetiva de algo que ali esteve e que se reproduziu sob efeitos de luz.
O álbum, assim como a formação tradicional da família, conforme relatado
no capítulo anterior, luta contra a morte e o esquecimento, os vínculos afetivos são
substituídos pelos atos de colecionismos nos álbuns e podemos questionar a foto não
como reprodução da realidade e duplicação do mundo, mas como uma imaginação
afetiva de algo que ali esteve e que se reproduziu sob efeitos de luz.
O álbum, assim como a formação tradicional da família, conforme relatado
no capítulo anterior, luta contra a morte e o esquecimento, os vínculos afetivos são
substituídos pelos atos de colecionismos nos álbuns, as fotos selecionadas ficam
expostas como recortes de forma passional de verdades profundas, onde a própria
pessoa se torna mito da própria imagem, os demais fotografados são os seus desejos
de manter a imagem do outro vinculados. Desta forma o álbum se torna o imaginário
coletivo de um grupo, de uma família que se apresenta desta forma. (SILVA, 2008)
Outro problema apontado na contemporaneidade é a intimidade do espaço
privado do álbum de família que se tornou público nas redes sociais. A memória de
família sob os aspectos da pós-modernidade, com diversos meios eletrônicos e em
cidades com uma vida urbana descentralizada, transforma o ritual de construção de
um álbum, sem sentido.
Não há arquivo sem lugar de referência. Não há arquivo sem exterioridade. Dessa
maneira, não há arquivo sem envio a um lugar externo que assegure a possibilidade
de memorização. Essa repetição, a lógica de repetição, profundamente, a
repetição-compulsão permanece, de acordo com Freud, indissociável do instinto
de morte. E aquilo disposto no arquivo não é algo diferente do exposto à destruição;
na verdade, aquilo ameaçado de ser destruído introduz, a priori, o esquecimento
e, então, o arquivável no coração do monumento [...]. O arquivamento sempre
trabalha, a priori, contra ele mesmo” (DERRIDA, Jaques. apud SILVA, 2008, p.46)
O que mais preocupa no processo moderno, assim como aponta Baitello (1992),
é o apagamento desta imagem interior pelos novos acontecimentos contemporâneos.
O homem passou a receber muitas imagens que são geradas pela grande massa
de comunicação que temos acesso, como por exemplo a internet. Essa avalanche
de imagens que brotam em nossos monitores de computador, tablets, celulares e
televisores nos enche de imagens vazias, sem nenhum sentido. Quando Hans Belting
(2015) aponta estas imagens chama de imagens exógenas, ou seja, são imagens
geradas fora do nosso corpo, processadas por outro e com intenções definidas.
Ao falar sobre imagens endógenas nos remete as imagens construídas pelo nosso
imaginário interno.
REFERÊNCIAS
BARTHES, Roland. A câmara clara: nota sobre fotografia. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira,
1984.
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. Porto Alegre, RS:
Zouk, 2012.
BELTING, Hans. Imagem, Mídia E Corpo: Uma nova abordagem à Iconologia. Revista de
Comunicação, Cultura e Teoria da Mídia. Disponível em: <http://www.revista.cisc.org.br/ghrebh/index.
php?journal= ghrebh&page=article&op=viewArticle&path%5B%5D=178> Acesso em: 20 de junho de
2015.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 2ºed. Rio de Janeiro: Bertand Brasil, 1998.
DINES, Yara Schreiber. Um Outro Álbum de Família: Retratos de Migrantes. Disponível em: <http://
www.academia.edu/2763440/Um _Outro_%C3%81lbum_de_Fam %C3%ADlia_ Retratos_de_
Migrantes>. Acesso em: 15 de junho de 2015.
FLUSSER, Vilém. Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. Rio de
Janeiro: Sinergia Relume Dumará, 2009.
MERCADO LIVRE. Álbum com fotos antigas de família 1958 1959. Disponível em: <http://produto.
mercadolivre.com.br/MLB-717822636-album-com-242-fotos-antigas-familia- 1958-1959-_JM>. Acesso
em: 4 de abril de 2016.
SILVA, Armando. Álbum de Família: a imagem de nós mesmos. São Paulo: Editora Senac São Paulo:
Edições SESC SP, 2008.
SONTAG, Susan. Sobre fotografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.