Seap Ba Agente
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7908403532452
SEAP-BA
SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA E
RESSOCIALIZAÇÃO
Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos.Tipologia textual .......................................................................................................... 7
2. Ortografia oficial ......................................................................................................................................................................... 16
3. Acentuação gráfica ...................................................................................................................................................................... 16
4. Emprego das classes de palavras. Emprego/correlação de tempos e modos verbais .................................................................. 17
5. Emprego do sinal indicativo de crase ........................................................................................................................................... 24
6. Sintaxe da oração e do período ................................................................................................................................................... 24
7. Pontuação.................................................................................................................................................................................... 26
8. Concordância nominal e verba .................................................................................................................................................... 27
9. Regência nominal e verbal .......................................................................................................................................................... 29
10. Significação das palavras ............................................................................................................................................................. 30
Noções De Informática
1. Noções de sistema operacional Windows.......................................................................................................................... 45
2. Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office e BrOffice)...................................................... 53
3. Redes de computadores. Conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet. Progra-
mas de navegação (Microsoft Internet Explorer, Mozilla Firefox). Express. Sítios de busca e pesquisa na Internet.......... 63
4. Programas de correio eletrônico Outlook.......................................................................................................................... 72
5. Grupos de discussão.......................................................................................................................................................... 76
6. Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas....................................... 78
7. Segurança da informação. Procedimentos de segurança. Noções de vírus, worms e pragas virtuais. Aplicativos para
segurança (antivírus, firewall, antispyware etc.)................................................................................................................ 81
8. Procedimentos de backup.................................................................................................................................................. 84
Raciocínio Lógico
1. Estruturas lógicas. Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões. Lógica sentencial (ou proposi-
cional). Proposições simples e compostas. Tabelas verdade. Equivalências. Leis de De Morgan. Diagramas lógicos. Lógica
de primeira ordem ...................................................................................................................................................................... 103
2. Princípios de contagem e probabilidade ..................................................................................................................................... 124
3. Operações com conjuntos........................................................................................................................................................... 128
4. Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais ........................................................................ 137
Atualidades
1. Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, política, economia, sociedade, educação, saúde,
relações internacionais, desenvolvimento sustentável e ecologia...................................................................................... 145
ÍNDICE
4. Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do
poder....................................................................................................................................................................................... 319
5. Atos administrativos: conceitos, requisitos, atributos, classificação, espécies e invalidação .................................................. 323
6. Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo ..................... 329
7. Responsabilidade civil do Estado ............................................................................................................................................ 333
8. Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Estado da Bahia – Lei estadual nº 6.677/94. .............................................. 338
9. Lei federal nº 8.429/1992 (dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito
no exercício de mandato, cargo, emprego ou função da administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras
providências) .......................................................................................................................................................................... 359
10. Lei estadual nº 7.209/1997. .................................................................................................................................................... 369
Tipos textuais
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS.TIPO- A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
LOGIA TEXTUAL dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- específico para se fazer a enunciação.
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi-
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o cas:
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido
completo. Apresenta um enredo, com ações e
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e relações entre personagens, que ocorre
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- em determinados espaço e tempo. É
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
interpretação. da seguinte maneira: apresentação >
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do desenvolvimento > clímax > desfecho
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta- Tem o objetivo de defender determinado
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
tório do leitor. DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- desenvolvimento > conclusão.
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido Procura expor ideias, sem a necessidade
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar de defender algum ponto de vista. Para
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. isso, usa-se comparações, informações,
TEXTO EXPOSITIVO
definições, conceitualizações etc. A
Dicas práticas estrutura segue a do texto dissertativo-
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con- argumentativo.
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa-
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas,
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível,
de modo que sua finalidade é descrever,
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações.
TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém.
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca
Com isso, é um texto rico em adjetivos e
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe-
em verbos de ligação.
cidas.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon- Oferece instruções, com o objetivo de
te de referências e datas. TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de são os verbos no modo imperativo.
opiniões.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques-
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- Gêneros textuais
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual,
quando afirma que... podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o
padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
Tipologia Textual sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
A partir da estrutura linguística, da função social e da finali- Alguns exemplos de gêneros textuais:
dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele • Artigo
pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas • Bilhete
classificações. • Bula
• Carta
• Conto
• Crônica
• E-mail
• Lista
• Manual
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LÍNGUA PORTUGUESA
• Notícia Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
• Poema que C é igual a A.
• Propaganda Outro exemplo:
• Receita culinária
• Resenha Todo ruminante é um mamífero.
• Seminário A vaca é um ruminante.
Logo, a vaca é um mamífero.
Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em
determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária, também será verdadeira.
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali- No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
dade e à função social de cada texto analisado. a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
ARGUMENTAÇÃO sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
propõe. que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo outro fundado há dois ou três anos.
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de der bem como eles funcionam.
vista defendidos. Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
sos de linguagem. associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
escolher entre duas ou mais coisas”. zado numa dada cultura.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des-
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. Tipos de Argumento
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa-
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre- zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu-
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu- mento. Exemplo:
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no Argumento de Autoridade
domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos- pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur-
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a
enunciador está propondo. garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver-
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende dadeira. Exemplo:
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea- Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
mento de premissas e conclusões. ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe-
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: cimento. Nunca o inverso.
8
LÍNGUA PORTUGUESA
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- Argumento do Atributo
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela, É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
acreditar que é verdade. que é mais grosseiro, etc.
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
Argumento de Quantidade lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento de.
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
largo uso do argumento de quantidade. competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
Argumento do Consenso mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como dizer dá confiabilidade ao que se diz.
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- por bem determinar o internamento do governador pelo período de
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
carentes de qualquer base científica. - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
Argumento de Existência tal por três dias.
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
do que dois voando”. deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais texto tem sempre uma orientação argumentativa.
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na- dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
vios, etc., ganhava credibilidade. outras, etc. Veja:
Argumento quase lógico “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa vam abraços afetuosos.”
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi- e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí- que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en- Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra-
tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica. tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am-
não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável. plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá-
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con- usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor
correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas
tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente,
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais injustiça, corrupção).
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas
indevidas. por um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
o argumento.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Arquivos e atalhos
NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS Como vimos anteriormente: pastas servem para organização,
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos.
WINDOWS 7 • Arquivo é um item único que contém um determinado dado.
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos,
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
da pasta ou arquivo propriamente dito.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Programas e aplicativos
• Media Player
Área de transferência • Media Center
A área de transferência é muito importante e funciona em se- • Limpeza de disco
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários • Desfragmentador de disco
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc. • Os jogos do Windows.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”, • Ferramenta de captura
estamos copiando dados para esta área intermediária. • Backup e Restore
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na Interação com o conjunto de aplicativos
Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
área de transferência.
tendermos melhor as funções categorizadas.
Manipulação de arquivos e pastas
Facilidades
A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
tas, criar atalhos etc.
Música e Vídeo
Temos o Media Player como player nativo para ouvir músicas
e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma excelente expe-
riência de entretenimento, nele pode-se administrar bibliotecas
de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar CDs, criar
playlists e etc., isso também é válido para o media center.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
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ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
De acordo com o trecho e as características da ética kantiana, As quatro descrições mostradas no enunciado se referem a um
é correto afirmar: único conceito. 8 A alternativa que traz de forma CORRETA o con-
(A) A lei moral conduz à felicidade. ceito em questão é:
(B) O imperativo moral deriva da experiência. (A) segurança no trabalho.
(C) O imperativo moral é a priori. (B) comunicação interna.
(D) A lei moral é condicionada, em seu princípio, pela cultura. (C) ética profissional.
(E) A lei moral pondera as consequências da ação. (D) transmissão de informações.
90
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
91
RACIOCÍNIO LÓGICO
103
RACIOCÍNIO LÓGICO
Negação ~ Não p
Conjunção ^ peq
Disjunção Inclusiva v p ou q
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q
Condicional → Se p então q
Bicondicional ↔ p se e somente se q
104
RACIOCÍNIO LÓGICO
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões
Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)
A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:
R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F
Resposta: Certo
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ATUALIDADES
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
XII- é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações XXXI- a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl- regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável à lei pessoal
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução proces- do de cujus;
sual penal; XXXII- o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con-
XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, sumidor;
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; XXXIII- todos têm direito a receber dos órgãos públicos informa-
XIV- é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,
o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
XV- é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane- sociedade e do Estado;
cer ou dele sair com seus bens; XXXIV- são a todos assegurados, independentemente do paga-
XVI- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo- mento de taxas:
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi-
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com- b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa
petente; de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XVII- é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
a de caráter paramilitar; ou ameaça a direito;
XVIII- a criação de associações e, na forma da lei, a de coope- XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência perfeito e a coisa julgada;
estatal em seu funcionamento; XXXVII- não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XIX- as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi- XXXVIII- é reconhecida a instituição do júri, com a organização
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo- que lhe der a lei, assegurados:
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; a) a plenitude da defesa;
XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma- b) o sigilo das votações;
necer associado; c) a soberania dos veredictos;
XXI- as entidades associativas, quando expressamente autori- d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
zadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou a vida;
extrajudicialmente; XXXIX- não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
XXII- é garantido o direito de propriedade; sem prévia cominação legal;
XXIII- a propriedade atenderá a sua função social; XL- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação XLI- a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me- e liberdades fundamentais;
diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos XLII- a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
previstos nesta Constituição; critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XXV- no caso de iminente perigo público, a autoridade compe- XLIII- a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
tente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro- graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecen-
prietário indenização ulterior, se houver dano; tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
XXVI- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des- dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para podendo evitá-los, se omitirem;
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis- XLIV- constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de gru-
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; pos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, Estado Democrático;
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei- XLV- nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo
ros pelo tempo que a lei fixar; a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
XXVIII- são assegurados, nos termos da lei: bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades XLVI- a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
desportivas; outras, as seguintes:
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das a) privação ou restrição de liberdade;
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér- b) perda de bens;
pretes e às respectivas representações sindicais e associativas; c) multa;
XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos industriais privi- d) prestação social alternativa;
légio temporário para sua utilização, bem como às criações indus- e) suspensão ou interdição de direitos;
triais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros XLVII- não haverá penas:
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi- a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
mento tecnológico e econômico do País; artigo 84, XIX;
XXX- é garantido o direito de herança; b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
IMPORTANTE
Segundo a maioria da doutrina a Constituição Federal de 1988
possui a seguinte classificação: formal, rígida, escrita, dogmática,
1 https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/8713b4e79cb9270ec- promulgada, analítica, dirigente, normative e eclética...
c075bfab3b84b2a.pdf
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
• Princípio Republicano Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela-
É uma forma de Governo fundada na igualdade formal entre ções internacionais pelos seguintes princípios:
as pessoas, em que os detentores do poder político exercem o I - independência nacional;
comando do Estado em caráter eletivo, representativo, temporário II - prevalência dos direitos humanos;
e com responsabilidade. III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
• Princípio do Estado Democrático de Direito V - igualdade entre os Estados;
O Estado de Direito é aquele que se submete ao império da lei. VI - defesa da paz;
Por sua vez, o Estado democrático caracteriza-se pelo respeito ao VII - solução pacífica dos conflitos;
princípio fundamental da soberania popular, vale dizer, funda-se na VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
noção de Governo do povo, pelo povo e para o povo. IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani-
dade;
• Princípio da Soberania Popular X - concessão de asilo político.
O parágrafo único do Artigo 1º da Constituição Federal reve- Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in-
la a adoção da soberania popular como princípio fundamental ao tegração econômica, política, social e cultural dos povos da América
prever que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Cons- de nações.
tituição”.
Referências Bibliográficas:
• Princípio da Separação dos Poderes DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
A visão moderna da separação dos Poderes não impede que cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
cada um deles exerça atipicamente (de forma secundária), além de
sua função típica (preponderante), funções atribuídas a outro Po- QUESTÕES
der.
Vejamos abaixo, os dispositivos constitucionais corresponden-
tes ao tema supracitado: 1. (SES/RS - Assessor Jurídico – FAURGS/2022)A República Fe-
derativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
TÍTULO I Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democráti-
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS co de Direito. Analise os elementos seguintes.
I - Soberania.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união II - Cidadania.
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti- III- Dignidade da pessoa humana.
tui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: IV - Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
I - a soberania; V - Singularidade e unicidade política. Quais são fundamentos
II - a cidadania previstos na Constituição Federal de 1988, que regula a República
III - a dignidade da pessoa humana; Federativa do Brasil?
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político. (A) Apenas I, II, III e IV.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por (B) Apenas I e V.
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta (C) Apenas IV e V.
Constituição. (D) Apenas I e III.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos en- (E) I, II, III, IV e V.
tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
2. (Prefeitura de Esteio/RS – Sepultador – FUNDATEC/2022)
Objetivos Fundamentais da República Segundo a Constituição Federal de 1988, a República Federativa
Os Objetivos Fundamentais da República estão elencados no do Brasil, formada pela união indissolúvel dos ________________,
Artigo 3º da CF/88. Vejamos: constitui-se em ______________ e tem como um dos seus funda-
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede- mentos a __________.
rativa do Brasil: Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen-
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; te, as lacunas do trecho acima.
II - garantir o desenvolvimento nacional; (A) Estados e Municípios e do Distrito Federal – Estado Demo-
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi- crático de Direito – dignidade da pessoa humana.
gualdades sociais e regionais; (B) Estados e Municípios e do Distrito Federal – Estado Demo-
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, crático de Direito – não intervenção.
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. (C) Estados e Municípios – Estado Democrático de Direito –
concessão de asilo político.
Princípios de Direito Constitucional Internacional (D) Estados e Municípios – Estado Liberal – defesa da paz.
Os Princípios de Direito Constitucional Internacional estão (E) Estados e do Distrito Federal – Estado Absoluto – cidadania.
elencados no Artigo 4º da CF/88. Vejamos:
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Importante destacar o conceito de governo dado por Alexandre Em linhas gerais, podemos entender a atividade administra-
Mazza: “... é a cúpula diretiva do Estado, responsável pela condução tiva como sendo aquela voltada para o bem toda a coletividade,
dos altos interesses estatais e pelo poder político, e cuja composição desenvolvida pelo Estado com a finalidade de privilegiar e adminis-
pode ser modificada mediante eleições.” trar a coisa pública e as necessidades da coletividade.
O governo é a instância máxima de administração executiva, Por sua vez, a função administrativa é considerada um múnus
geralmente reconhecida como a liderança de um Estado ou uma público, que configura uma obrigação ou dever para o administra-
nação. É formado por dirigentes executivos do Estado e ministros. dor público que não será livre para atuar, já que deve obediência
ao direito posto, para buscar o interesse coletivo.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Separação dos Poderes Os princípios da Administração Pública são regras que surgem
O Estado brasileiro adotou a tripartição de poderes, assim são como parâmetros e diretrizes norteadoras para a interpretação das
seus poderes o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, conforme se demais normas jurídicas.
infere da leitura do art. 2º da Constituição Federal: “São Poderes da Com função principal de garantir oferecer coerência e harmo-
União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Execu- nia para o ordenamento jurídico e determinam a conduta dos agen-
tivo e o Judiciário.”. tes públicos no exercício de suas atribuições.
Encontram-se de maneira explícita/expressas no texto consti-
a) Poder Executivo: No exercício de suas funções típicas, pratica tucional ou implícitas na ordem jurídica. Os primeiros são, por una-
atos de chefia do Estado, de Governo e atos de administração, ou nimidade, os chamados princípios expressos (ou explícitos), estão
seja, administra e executa o ordenamento jurídico vigente. É uma previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal.
administração direita, pois não precisa ser provocada. Excepcional-
mente, no exercício de função atípica, tem o poder de legislar, por Princípios Expressos:
exemplo, via medida provisória. São os princípios expressos da Administração Pública os que
b) Poder legislativo: No exercício de suas funções típicas, é de estão inseridos no artigo 37 “caput” da Constituição Federal: legali-
sua competência legislar de forma geral e abstrata, ou seja, legislar dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
para todos. Tem o poder de inovar o ordenamento jurídico. Em fun- - Legalidade: O princípio da legalidade representa uma garantia
ção atípica, pode administrar internamente seus problemas. para os administrados, pois qualquer ato da Administração Pública
c) Poder judiciário: No exercício de suas funções típicas, tem o somente terá validade se respaldado em lei. Representa um limite
poder jurisdicional, ou seja, poder de julgar as lides, no caso concre- para a atuação do Estado, visando à proteção do administrado em
to. Sua atuação depende de provocação, pois é inerte. relação ao abuso de poder.
O princípio apresenta um perfil diverso no campo do Direito
Como vimos, o governo é o órgão responsável por conduzir os Público e no campo do Direito Privado. No Direito Privado, tendo
interesses de uma sociedade. Em outras palavras, é o poder diretivo em vista o interesse privado, as partes poderão fazer tudo o que a
do Estado. lei não proíbe; no Direito Público, diferentemente, existe uma rela-
ção de subordinação perante a lei, ou seja, só se pode fazer o que a
FONTES lei expressamente autorizar.
A Administração Pública adota substancialmente as mesmas - Impessoalidade: a Administração Pública não poderá atuar
fontes adotadas no ramo jurídico do Direito Administrativo: Lei, discriminando pessoas de forma gratuita, a Administração Pública
Doutrina, Jurisprudência e Costumes. deve permanecer numa posição de neutralidade em relação às pes-
Além das fontes mencionadas, adotadas em comum com o soas privadas. A atividade administrativa deve ser destinada a todos
Direito Administrativo, a Administração Pública ainda utiliza-se das os administrados, sem discriminação nem favoritismo, constituindo
seguintes fontes para o exercício das atividades administrativas: assim um desdobramento do princípio geral da igualdade, art. 5.º,
- Regulamentos São atos normativos posteriores aos decretos, caput, CF.
que visam especificar as disposições de lei, assim como seus man- - Moralidade: A atividade da Administração Pública deve obe-
damentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de decer não só à lei, mas também à moral. Como a moral reside no
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto- campo do subjetivismo, a Administração Pública possui mecanis-
-executáveis independem de regulamentos para produzir efeitos. mos que determinam a moral administrativa, ou seja, prescreve
- Instruções normativas Possuem previsão expressa na Consti- condutas que são moralmente aceitas na esfera do Poder Público.
tuição Federal, em seu artigo 87, inciso II. São atos administrativos - Publicidade: É o dever atribuído à Administração, de dar total
privativos dos Ministros de Estado. É a forma em que os superiores transparência a todos os atos que praticar, ou seja, como regra ge-
expedem normas de caráter geral, interno, prescrevendo o meio de ral, nenhum ato administrativo pode ser sigiloso.
atuação de seus subordinados com relação a determinado serviço, A regra do princípio que veda o sigilo comporta algumas ex-
assemelhando-se às circulares e às ordens de serviço. ceções, como quando os atos e atividades estiverem relacionados
- Regimentos São atos administrativos internos que emanam com a segurança nacional ou quando o conteúdo da informação for
do poder hierárquico do Executivo ou da capacidade de auto-orga- resguardado por sigilo (art. 37, § 3.º, II, da CF/88).
nização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta ma- - Eficiência: A Emenda Constitucional nº 19 trouxe para o tex-
neira, se destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu. to constitucional o princípio da eficiência, que obrigou a Adminis-
- Estatutos É o conjunto de normas jurídicas, através de acordo tração Pública a aperfeiçoar os serviços e as atividades que presta,
entre os sócios e os fundadores, regulamentando o funcionamento buscando otimização de resultados e visando atender o interesse
de uma pessoa jurídica. Inclui os órgãos de classe, em especial os público com maior eficiência.
colegiados.
Princípios Implícitos:
PRINCÍPIOS Os demais são os denominados princípios reconhecidos (ou
Os princípios jurídicos orientam a interpretação e a aplicação implícitos), estes variam de acordo com cada jurista/doutrinador.
de outras normas. São as diretrizes do ordenamento jurídico, guias Destaca-se os seguintes princípios elaborados pela doutrina
de interpretação, às quais a administração pública fica subordinada. administrativa, dentre outros:
Possuem um alto grau de generalidade e abstração, bem como um
profundo conteúdo axiológico e valorativo.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
- Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Parti- 2. (CRO-GO - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – QUADRIX/2019)
cular: Sempre que houver necessidade de satisfazer um interesse No que se refere ao Estado e a seus Poderes, julgue o item.
público, em detrimento de um interesse particular, prevalece o A noção de Estado de direito baseia‐se na regra de que, ao
interesse público. São as prerrogativas conferidas à Administração mesmo tempo em que o Estado cria o direito, deve sujeitar‐se a ele.
Pública, porque esta atua por conta dos interesses públicos. ( ) Certo
( ) Errado
No entanto, sempre que esses direitos forem utilizados para
finalidade diversa do interesse público, o administrador será res- 3. (CRO-GO - CRO-GO - FISCAL REGIONAL - QUADRIX – 2019) No
ponsabilizado e surgirá o abuso de poder. que se refere ao Estado e a seus Poderes, julgue o item.
- Indisponibilidade do Interesse Público: Os bens e interesses Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário exercem suas res-
públicos são indisponíveis, ou seja, não pertencem à Administra- pectivas funções com absoluta exclusividade.
ção ou a seus agentes, cabendo aos mesmos somente sua gestão ( ) Certo
em prol da coletividade. Veda ao administrador quaisquer atos que ( ) Errado
impliquem renúncia de direitos da Administração ou que, injustifi-
cadamente, onerem a sociedade. 4. (CRF-PR - ANALISTA DE RH – QUADRIX/2019) A supremacia
- Autotutela: é o princípio que autoriza que a Administração do interesse público sobre o privado, também chamada simples-
Pública revise os seus atos e conserte os seus erros. mente de princípio do interesse público ou da finalidade pública,
- Segurança Jurídica: O ordenamento jurídico vigente garante princípio implícito na atual ordem jurídica, significa que os interes-
que a Administração deve interpretar a norma administrativa da ses da coletividade são mais importantes que os interesses indivi-
forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se duais, razão pela qual a Administração, como defensora dos inte-
dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. resses públicos, recebe da lei poderes especiais não extensivos aos
- Razoabilidade e da Proporcionalidade: São tidos como prin- particulares. Alexandre Mazza. Manual de direito administrativo.
cípios gerais de Direito, aplicáveis a praticamente todos os ramos 8.ª ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
da ciência jurídica. No âmbito do Direito Administrativo encontram Com relação a esse princípio, assinale a alternativa correta.
aplicação especialmente no que concerne à prática de atos adminis- (A) Apesar da supremacia presente, não possibilita que a Admi-
trativos que impliquem restrição ou condicionamento a direitos dos nistração Pública convoque particulares para a execução com-
administrados ou imposição de sanções administrativas. pulsória de atividades públicas.
- Probidade Administrativa: A conduta do administrador públi- (B) Só existe a supremacia do interesse público primário sobre
co deve ser honesta, pautada na boa conduta e na boa-fé. o interesse privado. O interesse patrimonial do Estado como
- Continuidade do Serviço Público: Via de regra os serviços pú- pessoa jurídica, conhecido como interesse público secundário,
blicos por serem prestados no interesse da coletividade devem ser não tem supremacia sobre o interesse do particular.
adequados e seu funcionamento não deve sofrer interrupções. (C) Não permite a requisição de veículo particular, pela polícia,
para perseguir criminoso. Referida atitude não é prevista no di-
Ressaltamos que não há hierarquia entre os princípios (expres- reito brasileiro.
sos ou não), visto que tais diretrizes devem ser aplicadas de forma (D) Não permite que a Administração Pública transforme com-
harmoniosa. Assim, a aplicação de um princípio não exclui a aplica- pulsoriamente propriedade privada em pública.
ção de outro e nem um princípio se sobrepõe ao outros. (E) Estará presente em todos os atos de gestão da Administra-
Nos termos do que estabelece o artigo 37 da Constituição Fe- ção Pública.
deral, os princípios da Administração abrangem a Administração
Pública direta e indireta de quaisquer dos Poderes da União, dos 5. (TRT /8ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO – CESPE/2016) A
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, vinculando todos os respeito dos elementos do Estado, assinale a opção correta.
órgãos, entidades e agentes públicos de todas as esferas estatais ao (A) Povo, território e governo soberano são elementos indisso-
cumprimento das premissas principiológicas. ciáveis do Estado.
(B) O Estado é um ente despersonalizado.
QUESTÕES (C) São elementos do Estado o Poder Legislativo, o Poder Judi-
ciário e o Poder Executivo.
1. (PREFEITURA DE JATAÍ/GO - AUDITOR DE CONTROLADORIA - (D) Os elementos do Estado podem se dividir em presidencia-
QUADRIX /2019) A cúpula diretiva investida de poder político para a lista ou parlamentarista.
condução dos interesses nacionais consiste (E) A União, o estado, os municípios e o Distrito Federal são
(A) no Estado. elementos do Estado brasileiro.
(B) na Administração Pública.
(C) no Poder Executivo. 6. (IF/AP - AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – FUNIVERSA/2016)
(D) no governo. No sistema de governo brasileiro, os chefes do Poder Executivo
(E) nos agentes políticos. (presidente da República, governadores e prefeitos) exercem, ao
mesmo tempo, as funções administrativas (Administração Pública)
e política (governo). No entanto, são funções distintas, com concei-
tos e objetivos bem definidos. Acerca de Administração Pública e
governo, assinale a alternativa correta.
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
• Contraditório: Consiste no direito à informação e ao direito Se determinada prova é considerada ilícita, ela deverá ser
de participação. Ou seja, direito de receber citações e intimações; desentranhada do processo. Por outro lado, as peças do processo
direito de participar e reagir, como, por exemplo, oferecer resposta que fazem referência a essa prova (exs: denúncia, pronúncia etc.)
à acusação, recorrer. não devem ser desentranhadas e substituídas.
Súmula 707 STF: Constitui nulidade a falta de intimação do A denúncia, a sentença de pronúncia e as demais peças judi-
denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da ciais não são “provas” do crime e, por essa razão, estão fora da re-
rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor da- gra que determina a exclusão das provas obtidas por meios ilícitos
tivo. prevista art. 157 do CPP.
Assim, a legislação, ao tratar das provas ilícitas e derivadas,
• Ampla defesa: direito de se defender com todas as provas não determina a exclusão de “peças processuais” que a elas façam
admitidas em direito. Ex. interrogatório. referência.
STF. 2ª Turma. RHC 137368/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, jul-
gado em 29/11/2016 (Info 849).
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
O exame de corpo de delito deve ser realizado por perito oficial Configurou-se uma ratificação implícita da denúncia.
(art. 159 do CPP). Não houve designação arbitrária ou quebra de autonomia.
Do ponto de vista estritamente formal, o perito papiloscopista STF. 1ª Turma.HC 114093/PR, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red.
não se encontra previsto no art. 5º da Lei nº 12.030/2009, que lista p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 3/10/2017 (Info
os peritos oficiais de natureza criminal. 880).
Apesar disso, a perícia realizada por perito papiloscopista não
pode ser considerada prova ilícita nem deve ser excluída do pro- É inconstitucional a nomeação de promotor ad hoc, isso por-
cesso. que, a CF traz preceito expresso (art. 129, § 2º) de exclusividade
Os peritos papiloscopistas são integrantes de órgão público ofi- aos integrantes da carreira para o desempenho de qualquer função
cial do Estado com diversas atribuições legais, sendo considerados atinente ao Ministério Público, como o é a promoção da ação penal
órgão auxiliar da Justiça. pública (art. 129, I, da CF). Ademais, a Constituição Federal garan-
Não deve ser mantida decisão que determinava que, quando o te ao indivíduo o direito de somente ser processado e julgado por
réu fosse levado ao Plenário do Júri, o juiz-presidente deveria escla- órgão independente do Estado, vedando-se, por consequência, a
recer aos jurados que os papiloscopistas – que realizaram o laudo designação discricionária de particular para exercer o poder estatal
pericial – não são peritos oficiais. Esse esclarecimento retiraria a da persecução penal.
neutralidade do conselho de sentença. Isso porque, para o jurado STF. Plenário. ADI 2958, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
leigo, a afirmação, pelo juiz no sentido de que o laudo não é ofi- 27/09/2019.
cial equivale a tachar de ilícita a prova nele contida. Assim, cabe
às partes, respeitado o contraditório e a ampla defesa, durante o • Nemo tenetur se detegere (ninguém é obrigado a produzir
julgamento pelo tribunal do júri, defender a validade do documento prova contra si mesmo): o acusado tem o direito de autopreservar-
ou impugná-lo. -se, o que faz parte da natureza humana, e, com isso, não produzir
STF. 1ª Turma. HC 174400 AgR/DF, rel. orig. Min. Roberto Barro- provas que vão levar à sua condenação. Ex. direito ao silêncio.
so, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 24/9/2019 Eventual irregularidade na informação acerca do direito de
(Info 953). permanecer em silêncio é causa de nulidade relativa, cujo reconhe-
cimento depende da alegação em tempo oportuno e da comprova-
Os dados bancários entregues à autoridade fiscal pela socie- ção do prejuízo.
dade empresária fiscalizada, após regular intimação e independen- O simples fato de o réu ter sido condenado não pode ser consi-
temente de prévia autorização judicial, podem ser utilizados para derado como o prejuízo.
subsidiar a instauração de inquérito policial para apurar suposta É o caso, por exemplo, da sentença que condena o réu funda-
prática de crime contra a ordem tributária. mentando essa condenação não na confissão, mas sim no depoi-
STJ. 5ª Turma. RHC 66520-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em mento das testemunhas, da vítima e no termo de apreensão do
2/2/2016 (Info 577). bem.
STJ. 5ª Turma. RHC 61754/MS, Rel. Min. Reynaldo Soares da
O fato de a interceptação telefônica ter visado elucidar outra Fonseca, julgado em 25/10/2016.
prática delituosa não impede a sua utilização em persecução crimi- A falta do registro do direito ao silêncio não significa que este
nal diversa por meio do compartilhamento da prova. não tenha sido comunicado ao interrogado, pois o registro não é
STF. 1ª Turma. HC 128102/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado exigido pela lei processual.
em 9/12/2015 (Info 811). Em outras palavras, não é porque não está escrito no termo
de interrogatório que o interrogando foi advertido de que poderia
• Princípio do juiz natural: ninguém será sentenciado por au- ficar em silêncio que se irá, obrigatoriamente, declarar a nulidade
toridade que não seja a competente, segundo regras abstratas de do ato.
competência. O sentido desta violação é manter a imparcialidade STJ. 6ª Turma. RHC 65977/BA, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado
do juízo e evitar o Tribunal de Exceção. em 10/03/2016.
Atente-se para o princípio do promotor natural, de manei-
ra que ninguém será PROCESSADO por autoridade que não seja a A CF/88 determina que as autoridades estatais informem os
competente, segundo regras abstratas sobre as atribuições do Mi- presos que eles possuem o direito de permanecer em silêncio (art.
nistério Público. 5º, LXIII).
Não viola o Princípio do Promotor Natural se o Promotor de Esse alerta sobre o direito ao silêncio deve ser feito não apenas
Justiça que atua na vara criminal comum oferece denúncia contra pelo Delegado, durante o interrogatório formal, mas também pelos
o acusado na vara do Tribunal do Júri e o Promotor que funciona policiais responsáveis pela voz de prisão em flagrante. Isso porque
neste juízo especializado segue com a ação penal, participando dos a todos os órgãos estatais impõe-se o dever de zelar pelos direitos
atos do processo até a pronúncia. fundamentais.
No caso concreto, em um primeiro momento, entendeu-se que A falta da advertência quanto ao direito ao silêncio torna ilícita
a conduta não seria crime doloso contra a vida, razão pela qual os a prova obtida a partir dessa confissão.
autos foram remetidos ao Promotor da vara comum. No entanto, STF. 2ª Turma. RHC 170843 AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes,
mais para frente comprovou-se que, na verdade, tratava-se sim de julgado em 4/5/2021 (Info 1016).
crime doloso.
Com isso, o Promotor que estava no exercício ofereceu a de-
núncia e remeteu a ação imediatamente ao Promotor do Júri, que
poderia, a qualquer momento, não a ratificar.
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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TÓPICOS DE DIREITOS HUMANOS
Artigo 1
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e
(ADOTADA E PROCLAMADA PELA RESOLUÇÃO 217-A direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em rela-
(III) – DA ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS, EM ção uns aos outros com espírito de fraternidade.
10 DE DEZEMBRO DE 1948)
Artigo 2
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as
Adotada e proclamada pela Assembléia Geral das Nações liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qual-
Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948. quer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política
ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimen-
Preâmbulo to, ou qualquer outra condição.
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a 2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na con-
todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e dição política, jurídica ou internacional do país ou território a que
inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente,
mundo, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limi-
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos hu- tação de soberania.
manos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência
da humanidade e que o advento de um mundo em que mulheres e Artigo 3
homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança
viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a pessoal.
mais alta aspiração do ser humano comum,
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam pro- Artigo 4
tegidos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compe- Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravi-
lido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão, dão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de
relações amistosas entre as nações, Artigo 5
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou casti-
na Carta, sua fé nos direitos fundamentais do ser humano, na dig- go cruel, desumano ou degradante.
nidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos do
homem e da mulher e que decidiram promover o progresso social e Artigo 6
melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares,
Considerando que os Países-Membros se comprometeram a reconhecido como pessoa perante a lei.
promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito uni-
versal aos direitos e liberdades fundamentais do ser humano e a Artigo 7
observância desses direitos e liberdades, Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer dis-
Considerando que uma compreensão comum desses direitos tinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção
e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e
desse compromisso, contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Agora portanto a Assembleia Geral proclama a presente Decla-
ração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser Artigo 8
atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais
que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos
mente esta Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da educa- fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela
ção, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela lei.
adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacio-
nal, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância uni- Artigo 9
versais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-Mem- Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
bros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
499
TÓPICOS DE DIREITOS HUMANOS
Artigo 10 Artigo 19
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expres-
e pública audiência por parte de um tribunal independente e im- são; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opi-
parcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de qual- niões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por
quer acusação criminal contra ele. quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
Artigo 11 Artigo 20
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e asso-
de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido ciação pacífica.
provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe te- 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
nham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão Artigo 21
que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional 1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo
ou internacional. Também não será imposta pena mais forte de que de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livre-
aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. mente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço pú-
Artigo 12 blico do seu país.
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua 3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo;
família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataque à sua essa vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por
honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que
contra tais interferências ou ataques. assegure a liberdade de voto.
Artigo 13 Artigo 22
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à
residência dentro das fronteiras de cada Estado. segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela coopera-
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, in- ção internacional e de acordo com a organização e recursos de cada
clusive o próprio e a esse regressar. Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis
à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo 14
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de Artigo 23
procurar e de gozar asilo em outros países. 1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção
legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contra o desemprego.
contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas. 2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual
remuneração por igual trabalho.
Artigo 15 3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remune-
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. ração justa e satisfatória que lhe assegure, assim como à sua famí-
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, lia, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se
nem do direito de mudar de nacionalidade. acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles
Artigo 16 ingressar para proteção de seus interesses.
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restri-
ção de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair ma- Artigo 24
trimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a li-
ao casamento, sua duração e sua dissolução. mitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas pe-
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno con- riódicas.
sentimento dos nubentes.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e Artigo 25
tem direito à proteção da sociedade e do Estado. 1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de
assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimen-
Artigo 17 tação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em socie- indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doen-
dade com outros. ça invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistên-
Artigo 18 cia especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matri-
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, cons- mônio, gozarão da mesma proteção social.
ciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de reli-
gião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença
pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.
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TÓPICOS DE DIREITOS HUMANOS
Artigo 26 sembleia Geral das Nações Unidas, não houve qualquer voto
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será contrário ou abstenção para sua aprovação, por traduzir os va-
gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A ins- lores e anseios mundiais.
trução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional (C) declara que toda pessoa tem direito de propriedade asse-
será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada gurado, desde que cumpra com sua função social.
no mérito. (D) declara que toda pessoa tem direito à liberdade de pensa-
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvi- mento, consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de
mento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa
pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais. A religião ou crença.
instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre
todas as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as ativi- 2-“Em pleno século 21, há notícias de resgate de trabalhadores
dades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. que se sujeitam a trabalhos forçados e condições degradantes em
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de razão da precariedade da situação econômica e social que alcança
instrução que será ministrada a seus filhos. esse grupo de trabalhadores.”
(Disponível em https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardosaka-
Artigo 27 moto/ 2021/10/07/resgates-de-escravizados-ja-batem-os-de-2020-
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da e-ganham-a-cara-da-pandemia.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em
vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do 29/11/2021).
progresso científico e de seus benefícios.
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses mo- Nesse passo, os países signatários da Declaração Universal dos
rais e materiais decorrentes de qualquer produção científica literá- Direitos Humanos - Resolução 217- A (III), da Assembleia Geral das
ria ou artística da qual seja autor. Nações Unidas de 1948, ao permitirem a sujeição do ser humano a
trabalhos forçados e condições degradantes:
Artigo 28 (A) contrariam regras e/ou recomendações previstas na respec-
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e interna- tiva Declaração
cional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente (B) não contrariam regras e/ou recomendações previstas na
Declaração possam ser plenamente realizados. respectiva Declaração pela ausência da totalidade de anuência
dos países membros signatários desse documento
Artigo 29 (C) podem contrariar regras e/ou recomendações previstas na
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na respectiva Declaração no caso de declaração de guerra envol-
qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é pos- vendo os países membros signatários desse documento
sível. (D) não contrariam regras e/ou recomendações previstas na
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano es- respectiva Declaração em razão da vigência temporária dessa
tará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente Declaração limitada ao período do pós-guerra
com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direi-
tos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, 3-“O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo
da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. de monitoramento com base no Reino Unido e uma rede de fon-
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser tes na Síria, registrou a morte de 387.118 pessoas até dezembro
exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas. de 2020, entre elas 116.911 civis. O número de mortos não incluiu
as 205.300 pessoas que estavam desaparecidas e presumidamente
Artigo 30 mortas, entre eles 88 mil civis que teriam morrido em prisões ad-
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser inter- ministradas pelo governo onde se praticava entre eles tortura.”
pretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pes- (Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/ internacio-
soa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer nal-56378202 - adaptado)
ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades
aqui estabelecidos. Com relação aos países membros signatários da Declaração
Universal dos Direitos Humanos - Resolução 217- A (III) da As-
QUESTÕES sembleia Geral das Nações Unidas de 1948, a prática de tortura,
de penas ou de tratamentos degradantes em seres humanos, com
base nas regras e/ou recomendações contidas nessa Declaração, é:
1-A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos doc- (A) vedada em qualquer hipótese
umentos mais importantes da área, tendo seu texto influenciado (B) permitida apenas na hipótese de guerra civil
constituições e outros tratados internacionais e marcado um mov- (C) permitida apenas na hipótese de calamidade pública
imento de internacionalização dos direitos humanos. Acerca desse (D) permitida apenas na hipótese de mudança de regime po-
importante documento internacional, pode-se afirmar o seguinte: litico
(A) é vinculante e obriga todos os Estados-membros das Na-
ções Unidas a garantir seu cumprimento, possibilitando que o 4-Segundo a Organização das Nações Unidas, os Direitos Hu-
Conselho de Direitos Humanos fixe sanções pelo seu descum- manos são garantias
primento. (A) coletivas e individuais.
(B) quando aprovado, em 10 de dezembro de 1948, pela As- (B) culturais e sociais.
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