Podcast: Disciplina

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Podcast
Disciplina:Fundamentos da teoria psicanalítica I: constituição d
o aparelho psíquico
Título do tema: Teoria das Pulsões
Autoria: Jéssica Silva Oliveira
Leitura crítica: Bruno Vinícius Borges de Seabra Santos

Olá, ouvinte! Como você está?

Nos bastidores dos estudos psicanalíticos é comum ouvirmos comentários de


que Lacan reescreveu a obra de Freud, só que de forma muito mais difícil de
compreendê-la. Você já ouviu algo assim?

Pois bem, isso não é verdade, mas entre as obras dos autores existem
diversas semelhanças e diferenças.

No podcast de hoje apresentarei a você algumas semelhanças e diferenças


entre Freud e Lacan acerca da Teoria das Pulsões.

Vamos começar pela palavra pulsão. Lacan nos dizia que, para ele, pulsão é o
mesmo que instinto. Já Freud considerava isso inadmissível, já que instinto
seria uma característica inerente à condição humana e que, na verdade pulsão
representa uma necessidade ou pressão que nos dirige a um determinado fim.
Diz respeito a uma fronteira entre o psíquico e o orgânico, o qual demanda um
trabalho mental.

Como em toda área de estudos, com o decorrer do tempo, os conceitos vão


sendo atualizados e para a psicanálise não foi diferente. Lacan em sua
publicação chamada Seminário 11, apresentou a pulsão somente como algo
simbólico, relacionado à sua própria demanda e necessidade ou a respeito do
seu significado em face a necessidade do outro. A partir do Seminário “A
angústia”, ele apresenta um novo conceito de pulsão, em que apresenta uma
fronteira entre o simbólico, o imaginário e o real, o que se assemelha ao
aspecto fronteiriço do conceito de pulsão apresentado por Freud.

Freud, em sua última atualização, divide as pulsões em: pulsão de vida e de


morte e diz que cada uma delas possui uma energia. Na pulsão de vida ele
denominou essa energia como libido, já na pulsão de morte ele não deu um
nome, mas segundo ele, a pulsão possui uma energia específica.

Nesse ponto, Lacan diz que, para ele, só existe pulsão de morte, pois a morte
sempre está ligada ao simbólico e que libido e pulsão de morte seriam de fato a
mesma coisa. Lacan associa o simbólico ao campo da linguagem e da fala e o
inconsciente é estruturado como uma linguagem à medida que pertence ao
domínio do simbólico.

Finalizando, de acordo com Freud, a pulsão de morte pode ser destrutiva e


também criativa. O processo criativo de destinação dessa pulsão é chamado
de sublimação, um modelo psicanalítico de criação, com relevância social,
onde há a desexualização da libido.

Os processos destrutivos como o uso de drogas e violência, por exemplo, não


são expressões diretas da pulsão de morte, mas sim efeitos da fusão e
desfusão das pulsões.

Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima

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