PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
10 UNIDADE 02
47
GESTÃO DA CADEIA TECNOLOGIAS
DE SUPRIMENTOS NA CADEIA DE
SUPRIMENTOS
UNIDADE 03
80 UNIDADE 04
110
PLANEJAMENTO SUPRIMENTOS
NA CADEIA DE
SUPRIMENTOS
UNIDADE 05
138 FECHAMENTO
159
SERVIÇOS E CONCLUSÃO GERAL
RECOMENDAÇÕES
FINAIS
UNIDADE 1
Gestão de relacionamentos
Rede de fornecedores
Empresa integrada
Rede de distribuição
para o mercado
Consumidores
Materiais
Atendimento
Suprimento ao cliente
Logística
Manufatura
14
A cadeia de suprimentos está, basicamente, em uma posição intermediária entre
UNICESUMAR
a produção e o marketing, em que há entrelaçamento entre os objetivos. A con-
iança de um pedido e a velocidade de entrega ajudam a diminuir os estoques e,
consequentemente, os seus custos (GOMES; RIBEIRO, 2004). Já a produção e dis-
tribuição devem trabalhar em sinergia para que os custos de produção possam ser
estudados para otimizar os serviços ao longo da cadeia (GOMES; RIBEIRO, 2004).
Quando se fala em cadeia de suprimentos, você, aluno(a), deve pensar em
todo o luxo de materiais, desde o fornecedor de primeira camada, ou seja, aquele
que trabalha com a matéria-prima bruta, e, aqui podemos, inclusive, imaginar a
própria extração mineral, até o momento em que a matéria-prima passa por al-
gum tipo de processamento pelos fornecedores de segunda camada ou terceira,
caso houver, e chegar à indústria para a transformação em produto acabado ou
produto em processo. Tudo isso, para, então, ir para a expedição, a im de que seja
entregue aos centros de distribuição e armazenamento ou entregue diretamente
para o cliente. Em outras palavras, a cadeia de suprimentos acontece de ponto a
ponto, desde o fornecedor até o cliente.
O que vai diferenciar o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (GCS) da lo-
gística tradicional é que, nesse caso, existe um ambiente de interação e cooperação
contínua entre todos os integrantes ao longo da cadeia, buscando oportunidades
para reduzir os custos logísticos ou melhorar os serviços aos clientes. Desse modo,
atualmente, de acordo com Ballou (2006), as empresas estão otimizando os seus
processos e obtendo sucesso no compartilhamento de informações em tempo real
com os integrantes da cadeia, comopor exemplo, com os fornecedores, os quais,
por sua vez, aceitam manter e gerenciar os estoques do fabricante ou do varejista.
Muitas indústrias já têm operado em esquemas de produção pautados no
sistema Just in Time, mantendo relacionamentos com os fornecedores, o que gera
benefícios dentro de um conceito prático denominado ganha-ganha. Em outras
palavras, o processo beneicia ambas as partes por meio da redução de estoques.
Todavia, não se preocupe com esse termo neste momento, pois nos aprofunda-
remos em relação aos preceitos do Just in Time logo mais adiante.
A cadeia de suprimentos, portanto, contempla todas as atividades relaciona-
das ao processo de movimentação e transformação de mercadorias, desde o pe-
ríodo de extração (matéria-prima) até o cliente inal, amparado, obviamente, por
um sistema moderno de troca de informação. O gerenciamento de tal processo
é uma integração entre todas essas atividades, de forma que os relacionamentos
15
são muito próximos e constantemente aperfeiçoados ao longo da cadeia de supri-
UNIDADE 1
2. Transporte:
a. Seleção do modal e serviço de transporte.
b. Consolidação de fretes.
c. Determinação de roteiros.
d. Programação de veículos.
e. Seleção do equipamento.
f. Processamento das reclamações.
g. Auditoria de frete.
3. Gerência de estoques:
a. Políticas de estocagem de matérias-primas e produtos aca-
bados.
b. Previsão de vendas a curto prazo.
16
c. Variedade de produtos nos pontos de estocagem.
UNICESUMAR
d. Número, tamanho e localização dos pontos de estocagem.
e. Estratégias Just In Time de empurrar e de puxar.
ATIVIDADES DE SUPORTE
1. Armazenagem:
a. Determinação do espaço.
b. Leiaute do estoque e desenho das docas.
c. Coniguração do armazém.
d. Localização do estoque.
3. Compras:
a. Seleção da fonte de suprimentos.
b. O momento da compra.
c. Quantidade das compras.
17
Conforme pode ser observado na Figura 2, o processo de atendimento das ne-
UNIDADE 1
pensando juntos
20
Desse modo, a importância da Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS) está na
UNICESUMAR
busca de relações, a im de alcançar um resultado que seja bom para ambas as
partes, ou seja, para o fornecedor que seja mais lucrativo e, para o cliente, que
tenha atendidas as suas necessidades. Isso não é uma tarefa simples, apesar de
parecer um conceito simples, pois existem alguns desaios que podem ocorrer
em ocasiões em que o interesse próprio da empresa tenha que se sobressair em
relação aos integrantes da cadeia de suprimentos. Como sair dessa situação?
A resposta para essa questão é: por meio da logística e de uma gestão otimi-
zada de suprimentos, na busca por vantagens competitivas, isto é, de processos
que proporcionem uma certa superioridade em relação aos principais players
de mercado, em termos de preferências do mercado consumidor, que pode ser
alcançada por meio da gestão dos processos. As bases para o sucesso, de acordo
com Christopher (2012), podem ser fundamentadas em torno do enlace trian-
gular da empresa, seus clientes e seus concorrentes.
Clientes
Necessidades na busca de
benefícios a preços aceitáveis
Va
r
lo
l
Va
or
Companhia Concorrente
Figura 3 – Vantagem competitiva dos três Cs / Fonte: Christopher (2012, p. 5).
UNICESUMAR
comunicação, cujos objetivos são reduzir os custos e agregar valor aos produtos
e serviços da cadeia (PIRES, 2016).
Em relação ao relacionamento com os clientes, nesse processo, as empresas po-
dem optar por um conjunto seleto de clientes com os quais já possuem relações
consolidadas de parceria, com foco na rentabilidade e no retorno dos negócios. Esse
também é um ponto-chave, pois muitas empresas podem ter o sentimento que estão
perdendo algo ou oportunidade. Isso é natural do ser humano, mas é fundamental
que a empresa tenha consciência das suas limitações e dos recursos que ela possui
para atender tais clientes, deinindo, dessa forma, quais são as prioridades para a
empresa (PIRES, 2016).
Retornando à discussão do fornecedores, Pires (2006) também destaca alguns
aspectos no que tange à base de relacionamento:
■ O sistema de parcerias e colaboração só faz sentido na Gestão da Cadeia
de Suprimentos (GCS) se, de fato, existir um processo pelo qual é reali-
zado um trabalho forte em termos de seleção de clientes e fornecedores.
■ No ambiente empresarial, existem processos que contemplam a globa-
lização e a sua expansão tem-se reletido diretamente em práticas de
globalsourcing e fallowsourcing, que proporcionam uma redução dos
fornecedores e a sua manutenção ao redor do mundo.
explorando Ideias
Global sourcing é uma estratégia que envolve a compra de produtos ou serviços em paí-
ses nos quais a compra se torna mais vantajosa. Follow sourcing é uma estratégia na qual
os fornecedores se tornam mais próximos da empresa.
Fonte: o autor.
não deveria comprar mais do que 25% a 30% de sua matéria-prima de um único
fornecedor, para que a empresa não icasse na dependência.
UNICESUMAR
já foi deixado para trás ou superado, pois o importante é estabelecer e manter um
relacionamento permanente entre o fornecedor e o cliente, não na contemplação de
apenas algumas compras, mas também na participação ativa no desenvolvimento
do produto, proporcionando a redução dos custos e tempo (MARTINS; ALT, 2009).
À medida que as empresas crescem e expandem as suas atividades e serviços, o
mesmo desempenho deve ser acompanhado pelos fornecedores, entregando ser-
viços de qualidade, no prazo certo e com características que proporcionem algum
tipo de inovação a preços competitivos. Quando isso não acontece, Pires (2016)
aponta para, ao menos, três alternativas:
■ Produzir os próprios componentes.
■ Mudar de fornecedor.
■ Ajudar o fornecedor a melhorar os serviços.
Escolha do Fornecedor
De modo geral, de acordo com Martins e Alt (2009), são várias as formas uti-
lizadas pelas empresas para avaliar os potenciais fornecedores. De forma geral,
pode-se destacar alguns aspectos, a saber:
Custos: veriicar se os custos estão de acordo com o que está sendo praticado no
mercado, partindo, obviamente, do pressuposto de que os custos devem ser reduzidos
Qualidade: atualmente, a questão da qualidade é um aspecto básico e, so-
mente se houver qualidade, o relacionamento frutiicará. Mesmo que o fornece-
dor não tenha, reconhecidamente, um sistema que garanta a qualidade desejável,
é importante observar os problemas e que o fornecedor esteja disposto a mudar
e implantar um sistema de qualidade nos moldes da ISO 9000. Além disso, ava-
liações periódicas são necessárias para mensurar a qualidade
29
Pontualidade: a pontualidade deixou de ser uma regra para ser algo primor-
UNIDADE 1
dial, ou seja, os fornecedores devem ter pontualidade nas suas entregas para não
quebrar a cadeia. A não pontualidade oferece muitos riscos para ambos os lados
e, por isso, merece muita atenção.
Inovação: a zona de conforto não é uma boa pedida. Boas práticas devem ser
implementadas, a im de otimizar o processo e estar amparado pelas tecnologias,
que, todos os dias, surgem para facilitar os processos.
Flexibilidade: o ambiente é cheio de mudanças constantes e, portanto, é variá-
vel. Assim, o fornecedor deve ter a capacidade de se adaptar rapidamente e com cer-
ta agilidade a tais mudanças, já que, caso contrário, isso pode se tornar uma ameaça.
Produtividade: tanto a empresa quanto os fornecedores devem estar pre-
parados para lidar com um sistema de melhoria contínua, a im de aumentar a
produtividade ereduzir os custos, aumentando a qualidade e reduzindo os prazos.
Instalações: o cliente deve avaliar as instalações do fornecedor quanto às
condições mínimas para se entregar um produto de qualidade.
Capacidade gerencial: veriicar se o fornecedor possui uma estrutura bem
deinida e analisar a sua capacidade inanceira, a im de que isso não venha re-
presentar riscos e ameaças no atendimento dos pedidos.
Dessa forma, é possível utilizar o Quadro 1 para avaliar os possíveis fornece-
dores e identiicar se vale a pena estabelecer uma relação de parceria, ou não, de
acordo com o resultado da avaliação:
PRODUTO
Custo 10
Qualidade 14
Embalagem 7
Garantia 4
30
UNICESUMAR
SERVIÇOS
Pontualidade na entrega 10
Presteza no atendimento 5
Cortesia no relacionamento 2
Assistência pós-venda 5
ENGENHARIA
Pesquisa 2
Grau de inovação 9
Flexibilidade 4
INSTALAÇÕES
Equipamentos 9
Prédios 3
Adequação e layout 3
ADMINISTRAÇÃO/ FINANÇAS
Relações humanas 5
Relacionamento comercial 3
Capacidade inanceira 2
31
UNIDADE 1
Critérios de avaliação:
Multiplica-se então, para cada item, a nota obtida em cada quesito com o seu peso:
PRODUTO
Custo 10 X
Qualidade 14 X
Embalagem 7 X
Garantia 4 X
SERVIÇOS
Pontualidade na entrega 10 X
Presteza no atendimento 5 X
Cortesia no relacionamento 2 X
Qualidade na expedição e
3 X
transporte
Assistência pós-venda 5 X
ENGENHARIA
Pesquisa 2 X
Grau de inovação 9 X
Flexibilidade 4 X X
32
UNICESUMAR
INSTALAÇÕES
Equipamentos 9 X
Prédios 3 X
Adequação e layout 3 X
ADMINISTRAÇÃO/ FINANÇAS
Relações humanas 5 X
Relacionamento comercial 3 X
Capacidade inanceira 2 X
TOTAL 301
pensando juntos
33
Nem todas as empresas ou clientes precisam se preocupar com fornecedores, já
UNIDADE 1
que algumas delas são abastecidas por fornecedores com um patamar mundial.
Em alguns casos, o volume de compras é tão pequeno que não são necessários
muitos investimentos. Entretanto, existem alguns fatores que precisam ser ana-
lisados do ponto de vista estratégico para a empresa. O Quadro 4 mostra uma
matriz para orientar a análise dos itens que são comprados:
Itens Estratégicos
Itens Gargalo
• Produtos estrategica-
• Difícil substituição de pro-
mente importantes.
dutos.
Grande • Não é fácil substituir o
• Mercados dominados por
oportunidade produto.
uma única empresa.
e alto risco • Poucos fornecedores
• Muitas barreiras de entrada.
alternativos.
• A situação geográica pode
• Importante para as
ser um impeditivo.
atividades da empresa.
Itens alavancados
Itens não críticos
Baixa • Quantidade adequada.
• Boa disponibilidade.
oportunidade • Muitos fornecedores
• Padronização.
e baixo risco alternativos.
• Fácil substituição.
• Preços adequados.
34
difícil substituição. É nesse ponto que devem ser desenvolvidos os relacionamen-
UNICESUMAR
tos com os fornecedores.
É uma etapa que merece muita atenção, pois é necessário avaliar o desempenho
dos fornecedores em relação aos itens classiicados como estratégicos para a
empresa. Uma ferramenta que pode ser aplicada nessa fase é a classiicação
ABC, na qual os estoques são classiicados por ordem de importância e se é es-
tipulado que 20% dos fornecedores são responsáveis por 80% do desempenho
abaixo do esperado. São justamente desse grupo os potenciais fornecedores
para compor a cadeia de suprimentos para que haja o desenvolvimento de
estratégias em conjunto.
É o processo em que a empresa tem que montar uma equipe de trabalho antes
de começar os trabalhos junto aos fornecedores. Objetivos e regras devem ser
claramente deinidos. Feito isso, o próximo passo é alinhar as atividades junto
aos fornecedores.
35
Nesse sentido, o propósito básico da cadeia é aumentar a sinergia entre todos
UNICESUMAR
os integrantes da cadeia produtiva, na tentativa de atender às necessidades dos
clientes de forma positiva, por meio de um produto com valor agregado e ali-
nhado com as redução dos custos. Essas práticas têm sido objeto das principais
organizações mundo afora, as quais têm obtido fortes resultados em termos com-
petitivos, representando resultados positivos.
Para termos uma visão mais prática da implantação, Pozo (2015) sugere cinco
passos para a implantação e o gerenciamento da cadeia de suprimentos:
PASSOS DESCRIÇÃO
37
UNIDADE 1
Nessa perspectiva, Pozo (2015) recomenda o cuidado com um outro aspecto im-
portante, o outsourcing, o qual contempla as áreas consideradas secundárias, como a
produção, a distribuição e o marketing. Outsourcing é a ação em que uma terceira em-
presa entra em cena, por meio de um relacionamento colaborativo e independente.
Essa terceira empresa aumenta e possibilita a eiciência do atendimento aos
clientes. Entretanto, o cliente não deixa de ter um relacionamento direto e colabora-
tivo com a empresa. É importante destacar que o outsourcing não é a terceirização,
mas uma parceria com um relacionamento muito próximo da empresa, baseado na
lealdade ao longo da cadeia com um objetivo estratégico. É fato que isso tem pro-
porcionado crescimento da GCS no mundo todo, inclusive no Brasil, onde temos
muitos casos de sucesso na área industrial (POZO, 2015).
Atualmente, o que se tem visto no mercado não é mais o produto da empresa A
competindo com a empresa B, mas a cadeia de suprimentos da empresa A competindo
com a cadeia de suprimentos da empresa B, pois a logística, em todos os seus processos,
tem se tornado uma fonte de vantagens competitivas desde a década de 80, momento
em que a redução dos custos deixou de ser a grande preocupação dessas empresas.
A integração entre os processos internos e externos da empresa não é uma ta-
refa das mais fáceis, mas, quando uma organização consegue trabalhar com esses
conceitos provenientes do S
upply Chain (SC), alguns objetivos podem ser percebidos facilmente. Dentre
eles, estão o aumento da cota de mercado, o crescimento nas vendas, a redução do
nível de inventário e dos custos, os tempos de entrega e uma previsão de vendas
acurada (POZO, 2015).
38
Um segmento que tem conseguido, com muita eicácia, obter as vantagens da
UNICESUMAR
GCS é a produção industrial de veículos automotivos, que deve ter processos
eicientes e inovadores em sua linha de produção, contemplando ações que possi-
bilitem atender à demanda de mercado com segurança, equilibrando a produção
e a comakership.
Comarkership, de acordo com Martins e Alt (2009), é um relacionamento
cliente-fornecedor, por meio da atuação do cliente (comprador) junto aos forne-
cedores, no esforço de atingir um grau de eiciência e relação de coniança entre
ambos. Esse tipo de relação não surge do dia para a noite: é necessário que haja
um tempo de amadurecimento, para que a capacidade do fornecedor seja com-
patibilizada com as necessidades do cliente. Nesse aspecto, o cliente buscará atuar
nos fundamentos que lhe possam proporcionar vantagens competitivas. Assim
sendo, é necessário avaliar os fornecedores para, enim, chegar a uma negociação
ou parceria de sucesso (ver Quadros 01 e 02).
Ao retomar o caso da montadora de veículos automotores, os clientes têm sido
um fator-chave para medir o desempenho das empresas em função da qualidade
em todo o processo. Com uma cadeia estruturada, é possível adotar práticas para
atender à demanda de mercado não só em função dos produtos, mas em toda a
interface com os parceiros.
Desse modo, cada processo na cadeia de suprimentos é bem delineado, tornando
algo complexo em procedimentos operacionais mais simples, principalmente no que
tange à sincronização entre as atividades internas. Em muitos casos, esses processos
contemplam certa padronização nos dados utilizados nos sistemas de informação
ou nos procedimentos operacionais, tornando as tarefas de execução homogêneas.
Assim, a estrutura da cadeia de suprimentos é contemplada por fornecedores, fabri-
cantes, distribuidores e clientes. Esses agentes se interligam uns com os outros por
meio de um luxo de informações bidirecionais de materiais, inanças, informações
e fornecimento de matéria prima (POZO, 2015).
Para que esses processos ocorram de forma eiciente, portanto, são necessários a
correlação e o alinhamento dos relacionamentos empresariais junto ao desempenho
dos fornecedores. Para os compradores que possuem uma posição dominante nesse
processo, existe a tendência para a proatividade, com a aproximação, o desenvolvi-
mento e a criação de novos produtos, facilitando todo esse processo de integração
no supply (POZO, 2015). Em suma, na constituição desse processo, é importante
que haja um certo grau de maturidade. Para tanto, algumas barreiras de implantação
devem ser superadas, assim como pontua Pozo (2015):
39
Barreiras de incentivos: ocorre quando os ganhos de produtividade ou até
UNIDADE 1
40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Caro(a) acadêmico(a), nesta unidade, trabalhamos os principais fundamentos
que norteiam a conceitualização da Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS) ou
Supply Chain Management (SCM). O SCM tem, como propósito, a utilização de
um relacionamento pautado pela coniança e colaboração dos parceiros.
As organizações já puderam perceber, há muito tempo, que, sozinhas, elas po-
dem não ser tão competitivas quanto de maneira integrada, possibilitando, dessa
forma, alcançar melhores resultados corporativos. O caminho para se ter uma
gestão de suprimentos de alta performance é por meio da integração e intermé-
dio de um modelo de negócio pautado nas parcerias colaborativas e estratégicas,
amparado pela tecnologia da informação.
Tal modelo colaborativo entre parceiros deve ser alinhado aos objetivos em
comum, com ampla troca de informações e por meio de um relacionamento de
coniança entre os integrantes, planejando ações a curto, médio e em longo prazo.
Deve, inclusive, alcançar modelos de negócios nos quais as empresas possam se
ajudar. Isso se deve, pois a concorrência entre empresas já não é mais entre pro-
duto da empresa A, com o da empresa B, mas de toda a cadeia de suprimentos
da empresa A com a empresa B.
Dessa forma, estimado(a) aluno(a), você estará alinhado com as boas práticas
logísticas e poderá constar, nestas unidades, a importância da cadeia de suprimen-
tos no desenvolvimento de uma logística de alta performance. Assim, é fundamen-
tal que você se aprofunde em relação a esses conceitos e busque o entendimento
prático, para que não seja um proissional apenas com conhecimentos empíricos,
mas cientíicos e pautados em estudos e práticas já utilizadas por empresas que
conseguiram implantar um modelo de alto desempenho, gerando, para os seus
clientes, o melhor custo e benefício acerca de um determinado produto.
Bons estudos!
41
A partir de agora, abordaremos cada um dos sistemas e seu funcionamento. No
UNIDADE 2
Satélite
(Rede de Comunicação)
UNICESUMAR
e fornecedor. Um outro aspecto é o controle de estoques: toda vez que o estoque
chega próximo de certo nível mínimo, o sistema, automaticamente, solicita um
pedido de reposição para os fornecedores, sem que haja alguém manipulando o
sistema, ou seja, é tudo automatizado (GOMES; RIBEIRO, 2004).
Dessa forma, o EDI é implantado, geralmente, por duas empresas, amparado
por contrato. Cada uma das partes pode planejar o seu sistema de luxo de mer-
cadorias de acordo com as necessidades, caracterizando-se como um sistema de
automação.
Para implantar um EDI, são necessárias algumas etapas. De acordo com Go-
mes e Ribeiro (2004), são elas:
■ O EDI deve icar restrito a empresas que são participantes; logo elas de-
vem formalizar um contrato entre as partes.
■ É preciso deinir quais serão os parâmetros a serem utilizados no EDI.
Isso, a im de que o sistema seja programado para estabelecer a comunica-
ção com os fornecedores de acordo com os parâmetros, tais como prazo,
preços, condições de faturamento etc.
■ O EDI possui campos, cada um com suas especiicidades de informação
(imagem, preço, quantidade, código etc). Assim, é necessário deinir qual
será o formato para compor o sistema e manter um padrão.
■ É importante escolher a tecnologia de hardware que irá realizar esse tra-
balho. A empresa pode buscar soluções em tecnologias especíicas que
devem ser compatíveis com o sistema.
■ É necessário um período de testes. A partir deste momento, o controle
será automatizado de acordo com as necessidades das partes.
■ Com a automatização dos processos operacionais, as empresas podem
concentrar as suas atenções em estratégias competitivas, e não em pro-
cessos operacionais.
Ainda de acordo com Gomes e Ribeiro (2004), com o EDI, as empresas podem:
■ No âmbito da produção: automatizar o processo do produto, o qual será
realizado somente quando um produto for vendido, produzindo somen-
te o que é realmente necessário. Dessa forma, a empresa não precisa ter
estoques elevados, pois o EDI possibilita essa ligação com fornecedores.
■ Just in time: introduzir o conceito de estoque zero e eliminação de desperdícios,
conceitos modernos de gestão que iremos estudar um pouco mais adiante.
53
■ Parcerias de negócios: reforçar o conceito de parceria de negócios, man-
UNIDADE 2
VANTAGENS DESVANTAGENS
UNICESUMAR
O Sistema de Gerenciamento de Pedidos (SGP) integra o contato inicial na etapa
em que o cliente busca o produto. O SGP vai entrar em contato com o sistema
de gerenciamento de armazéns (SGA ou WMS), para veriicar a disponibilidade
dos produtos. Isso gera informações sobre a localização do produto ao longo da
cadeia de suprimentos, inclusive, em termos de quantidade e estimativa de en-
trega. Havendo essa possibilidade de disponibilidade do produto, de acordo com
as necessidades dos clientes, o SGP se comunica com o departamento inanceiro
da empresa para veriicar as questões inanceiras (BALLOU, 2006).
1. Entrada
2. Estocagem
3. Gerenciamento dos estoques
4. Pedidos realizados
5. Expedição ou embarque
Todos esses aspectos estão contemplados no WMS ou SGA, muito embora alguns
não estejam presentes em depósitos utilizados, sendo disponíveis somente para
armazenamento em longo prazo ou situações que envolvam o alto giro (BAL-
55
LOU, 2006).
UNIDADE 2
UNICESUMAR
gões de trens. Os pedidos são codiicados e cadastrados para melhor roteirização,
sequenciamento e para o volume carregado. No caso de mercadorias do varejo, os
códigos podem já estar ixados, de forma que estão aptos a serem postos nas gôndo-
las ou prateleiras, sem a necessidade de movimentação adicional (BALLOU, 2006).
Gomes e Ribeiro (2004) pontuam que os documentos de transportes podem
ser enviados para as transportadoras, a im de agilizar o tempo de liberação dos
modais de transportes. Essa integração com as transportadoras possibilita, tam-
bém, a transmissão de dados de recebimento dos produtos pelos clientes, para
que seja possível avaliar o desempenho das transportadoras, bem como rastrear
os pedidos. Diante desses aspectos, o WMS ou SGA busca aumentar a precisão
das informações em relação aos estoques, às velocidades e à qualidade do CD,
aumentando a produtividade de todos os envolvidos nessas atividades.
são utilizados alguns padrões de decisões baseados em regras para formar as cargas
econômicas, considerando os objetivos das entregas (BALLOU, 2006).
A roteirização dos transportes deverá ser planejada de acordo com as
informações dos pedidos e com os dados provenientes do SGA e o SGT, para
que haja o melhor roteiro, observando a sequência de paradas e a rota. O
tempo de parada, o recolhimento de mercadorias devolvidas nas paradas,
os fretes de retorno, o tempo de viagem etc. exigirão muita atenção no SGT,
que armazena as informações das paradas, a capacidade do veículo e outras
ocorrências que podem acontecer no decorrer do itinerário. Com essas in-
formações, os transportes são realizados de acordo com as regras preestabe-
lecidas (BALLOU, 2006).
As informações processadas e as reclamações são funções da SGT, e as ocorrên-
cias registradas em torno dos possíveis danos, perdas ou reclamações dos clientes
podem ser processadas de forma automatizada. O sotware utilizado exercerá um
papel fundamental para rastrear a carga, desde a sua entrega até os transportadores,
por meio de códigos de barras, rádio transmissores, sistemas de posicionamento
global (GPS) e computadores de bordo, os quais permitem localizar a carga em
tempo real e disponibilizam informações, inclusive, aos clientes (BALLOU, 2006).
Gomes e Ribeiro (2004) pontuam que a implantação do SGT pode enfrentar
algumas diiculdades em função da mão de obra qualiicada para operar tal siste-
ma, pois exige alta especialização. Dessa forma, o uso do TMS ou SGT deve estar
baseado em critérios que possibilitem que a empresa aumente a sua eiciência em
termos de transporte, dado que isso é de grande valia no gerenciamento logístico,
justiicando, inclusive, o seu alto custo de implantação.
UNICESUMAR
trolar o inventário da empresa. No varejo, a RFID possibilita relacionar as
informações dos produtos com os clientes, possibilitando o rastreamento e a
vigilância. Em outras palavras, é possível ter um controle mais completo sobre
os hábitos de consumo dos consumidores.
A RFID possui três componentes básicos: a antena, o leitor e a etiqueta inteli-
gente. Esta última é uma forma de etiqueta com um campo magnético que produz
um sinal de resposta, ou seja, é um componente que transmite informação para
um leitor que interpreta a resposta. A antena é constituída dentro do leitor, sendo
responsável pela recepção do sinal e da transmissão. Existem diversos tamanhos,
os quais podem variar de acordo com a aplicação (GOMES, RIBEIRO, 2004).
Assim, a tecnologia que contempla a RFID possibilita as seguintes vantagens,
de acordo com Gomes e Ribeiro (2004):
■ Simpliicar o processo que envolve os negócios.
■ Melhorar as operações de controle e informações.
■ Atualização das informações em tempo real.
■ Leitura de muitos produtos de forma simultânea.
■ Cada produto possui um único código.
■ Alta capacidade de memória.
59
SCM
UNIDADE 2
explorando Ideias
A SAP é uma empresa alemã que desenvolveu softwares de gestão para as organizações.
Ao longo do tempo, passou a ser uma empresa líder de mercado em soluções colaborativas
para as empresas. Basicamente, ela ajuda as instituições a enfrentarem os desaios e as
complexidades de mercado, além de possibilitar que enxerguem novas oportunidades de
62
inovação e crescimento frente aos concorrentes. Tudo isso, graças aos módulos de software.
UNICESUMAR
Conheça mais acessando o site: https://www.sap.com/brazil/about.html.
Fonte: adaptado de SAP ([2019], on-line)¹.
Planejamento de
recursos empresariais
(ERP)
Planejamento e
Integração Operações
monitoramento
e administração empresariais
empresarial
Relatórios
financeiros
e operacionais
63
(Eicient Consumer Response – resposta eiciente ao consumidor), alinhado com
UNIDADE 2
Pires (2016) explica que, no ECR, um dos aspectos mais marcantes é quando
os varejistas gerenciam os produtos em suas lojas por categorias. Consequen-
temente, conseguem controlar a sua lucratividade e o giro de estoque de cada
categoria. No modelo tradicional de ECR, esse gerenciamento dos estoques era
executado por fornecedores. Entretanto, recentemente, as empresas têm optado
por buscar parcerias com um único fornecedor, o qual depende, obviamente, das
especiicidades do negócio da empresa.
Dessa forma, o propósito do ECR é o de garantir o luxo adequado nas pra-
teleiras dos varejistas. Isso implica, obviamente, em estratégias que possibilitem
64
uma resposta rápida em relação às mudanças da demanda. Uma reposição rápida
UNICESUMAR
e eiciente contribui no sentido de reduzir os custos, por meio da minimização
da quantidade de inventário no sistema (POZO, 2015).
A gestão de ressuprimentos e da reposição de produtos pode conter algumas
barreiras. Para superá-las, as tecnologias são importantes para se utilizar um sistema
de gerenciamento de suprimentos e reposição, conforme mostra a Fgura 6:
Categoria de Reposição do
Gerenciamento Produto
Compras Logística e Varejistas
e Gestão de
Mercados Materiais
Barreiras
entre os
parceiros
Vendas Produção
e e
Propaganda Distribuição Fabricantes
65
UNIDADE 2
pensando juntos
Mais qualidade representa mais custos logísticos. Logo, tem-se uma situação de Trade
Of na qual o gestor deverá tomar uma decisão em razão de outra e buscar um equilíbrio
entre qualidade e custo.
66
UNICESUMAR
Antes (normal) Depois (com EDI)
Quadro 2 – Comparativo entre o EDI e o processo normal / Fonte: Pozo (2015, p. 148).
Como pôde ser visto no Quadro 2, o ECR aplicado junto ao EDI possibilitou a
redução dos custos e melhorou o atendimento do cliente, o que viabiliza trabalhar
com preços mais competitivos no mercado.
Tipo Descrição
70
Tipo Descrição
UNICESUMAR
Comércio entre pessoas físicas, realizado, normalmente,
Consumer to
pela Internet, mediante a intermediação de um portal,
consumer (C2C)
como o Mercado Livre.
40 35,8
28,8 80%
30
22,5 60%
20 18,7
26% 28% 24% 40%
10 20% 15%
7,4% 20%
2011 2012 2013 2014 2015 2016
Financeiro Variação
Desse modo, caro(a) aluno(a), é possível airmar que o volume de produtos co-
mercializados por meio da Internet é tão grande, que muitas lojas, se pudessem
optar entre uma loja física e uma virtual, sem dúvidas, icariam somente com a
virtual, o que acaba trazendo alguns desaios para os gestores logísticos, tais como:
71
UNIDADE 2
72
e, depois, encaminham para um varejista, ou seja, para as lojas físicas. Nesse
UNICESUMAR
caso, muitas vezes, os produtos saem em grandes lotes ou em carga fechada
e isso, de certa forma, facilita o planejamento, pois é muito mais fácil realizar
o planejamento já considerando, de forma antecipada, as características e as
especiicidades dos produtos que serão movimentados. Nessa situação, assim
que o produto sai de dentro da loja, a empresa não tem mais responsabilidade
no que tange à movimentação.
No caso do e-commerce, as indústrias, após produzirem o produto, transfe-
rem-no para um centro de distribuição. A partir desse momento, começa a se
tornar algo complexo, dado que os consumidores compram os produtos de forma
fracionada, e, dessa maneira, as empresas precisam organizar as cargas, conside-
rando-as especiicadas, para otimizar a distribuição e não desperdiçar espaços.
Além disso, o Brasil conta com uma infraestrutura defasada, o que gera muitos
outros desaios, pois, dependendo da região do país, as entregas podem demorar
até 10 dias úteis. O oposto acontece nos Estados Unidos, uma vez quemuitas
empresas já conseguem, apesar da grande extensão territorial, entregar as mer-
cadorias no mesmo dia ou em D+1.
73
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 2
74
UNICESUMAR
Ao exempliicar a Figura 1, a empresa observará as suas estratégias por meio de
como ela se encontra no cenário atual, para, então, partir para uma estratégia que
lhe proporcione vantagens competitivas e veriicar se tudo o que foi planejado
está sendo executado por meio do controle estratégico.
Basicamente, esse processo que envolve o planejamento estratégico trabalha
com alguns propósitos. De acordo com Grant (2013):
■ Faz que a empresa avalie, de forma contínua, as suas atividades à luz das
tendências do ambiente de negócio.
■ Leva a empresa a determinar quais são os seus pontos fortes, pontos fra-
cos, oportunidades e ameaças.
■ Exige que a empresa elabore as suas estratégia de acordo com o cenário
em que ela atua.
■ Estimula a empresa a buscar vantagens competitivas.
Forças Fraquezas
Fonte Fonte
Missão
Forças Oportunidades
internas externas
Estratégia
Fraquezas Ameaças
internas externas
Vantagem
competitiva
UNICESUMAR
■ Planejamento tático em médio prazo.
■ Planejamento operacional em curto prazo.
Nível estratégico
Área da decisão
Estratégica Tática Operacional
Quantidade, área
Localização das e localização de
instalações armazéns, plan-
tas e terminais
Leasing de
Seleção de Roteamento,
Transporte equipamento
modal despacho
periódico
Regras de
Padrões de pro- priorização Preparação de
Serviço aos clientes
cedimentos dos pedidos remessas
de clientes
Escolhas
Seleção do ma- de espaços Separação
terial de desloca- sazonais e de pedidos e
Armazenagem
mento, leiaute da utilização reposição de
instalação de espaços estoques
privados
85
Nível estratégico
UNIDADE 3
Área da decisão
Estratégica Tática Operacional
Contratação
Desenvolvimen-
seleção de Liberação de pe-
to de relações
Compra fornecedo- didos e apressar
fornecedor-com-
res, compras compras
prador
antecipadas
ESTRATÉGIAS BÁSICAS
É fato: as estratégias não podem ser entendidas como uma fórmula mágica que se aplica
a todas as cadeias de suprimentos da mesma maneira. É necessário considerar que todas
as empresas possuem as suas especiicidades. Diante do diagnóstico estratégico, conside-
rando o ambiente no qual a empresa está inserida, serão elaboradas as estratégias corpo-
rativas da empresa, de acordo com a sua cadeia de suprimentos e o relacionamento com
os integrantes ou parceiros. Assim, Gonçalves (2013) cita algumas estratégias genéricas:
Distribuição especializada: o foco ou propósito está no nível de serviço. Isso
signiica que o cliente tem uma expectativa, por exemplo, em relação ao recebi-
mento do produto (indústria ou cliente inal), tempo de entrega, acompanhamen-
to, qualidade de atendimento e entre outros. Assim, é necessário considerar o nível
de serviço prestado para cada cliente individualmente, além de prezar, é claro, o
seu grau de importância na cadeia de suprimentos. É necessário observar, ainda,
que nem todos os produtos devem possuir o mesmo nível de serviço aos clientes.
É uma situação estratégica no planejamento logístico, pois o nível de cliente, de
produto, das características das vendas e entre outros, indicarão a conveniência
necessária, em termos estratégicos, para a distribuição de cada linha de produtos.
Adiamento: este tipo de estratégia é baseado no conceito de economia de
energia. Em outras palavras, para reduzir os custos e aumentar a eiciência no
processo, só se produz ou se movimenta um determinado produto quando real-
mente for algo que não se pode esperar ou deixar para depois.
86
UNICESUMAR
explorando Ideias
toques se referem à forma com que eles serão gerenciados. É uma decisão
que envolve trade-off. É possível empurrar os estoques ou, simplesmente,
puxá-los para o local de armazenamento, de acordo com as estratégias da
empresa. A estratégia a ser utilizada pela cadeia de suprimentos influenciará
diretamente na localização das instalações e, em função disso, deverá ser
considerada na estratégia logística (BALLOU, 2006).
Serviços ao cliente: os serviços aos clientes, em seu sentido mais genérico,
contemplam a rapidez, a agilidade e a precisão no processamento dos pedidos.
À medida que os serviços são melhorados, os custos também aumentam, o que
gera uma situação de trade-off, especialmente quando esse nível já estiver em
um nível de serviço alto.
Grant (2013) ainda pontua outras estratégias, tais como:
Sistemas de informação: a maneira ou a forma como a empresa utiliza a
tecnologia da informação aplicada à GCS.
Desenvolvimento de fornecedores e relacionamento entre fornecedores
e empresa: como serão as estratégias de relacionamento e o nível de confiança en-
tre as partes. Esse relacionamento deve ser pautado na questão dos valores éticos.
Equipamentos: quais serão os equipamentos e recursos que a empresa uti-
lizará na execução das suas atividades.
A questão da aplicação da estratégia pode ir muito mais além, mas dependerá das
características da empresa ou do negócio. Não temos a intenção de esgotar todas as
vertentes e, em função disso, você, aluno(a), deverá pensar e refletir: o que você quer
para o futuro da sua empresa? Qual é o caminho a ser percorrido? Quais serão as metas
e objetivos? Quais são as atividades a serem executadas a curto, médio e a longo prazo
e em quais áreas da empresa? Isso se deve, pois as possibilidades são muitas, como a
atribuição do foco no relacionamento com clientes, redução de custos e automatização
dos processos e estoques, por exemplo. Enfim, são muitas as vertentes que podem ser
trabalhadas na cadeia de suprimentos no âmbito do planejamento estratégico.
pensando juntos
88
no espaço de armazenamento e no processo de manuseio. Dessa forma, o custo
UNIDADE 3
Público
Governo
Transportadora Destinatário
Embarcador
e agentes (Recebedor)
Internet
UNICESUMAR
empresas. Além disso, as transportadoras possuem, normalmente, toda uma expertise
no setor, reduzindo os custos acerca da mão de obra dispensada nesses serviços.
Governo: tem interesse nos transportes, devido a sua importância criativa
na economia de um país. Basta perceber que, recentemente, o governo teve de
intervir no Brasil, pois houve a paralisação dos caminhoneiros, o que afetou toda
a cadeia de abastecimento, além da própria economia do país. Dessa forma, o
governo almeja que o transporte esteja estável e, ao mesmo tempo, eficiente, para
apoiar o crescimento econômico.
Internet: os recentes avanços no setor de transportes, em termos de eficiência,
tempo e acompanhamento da carga, são frutos dos avanços da tecnologia da infor-
mação, que, por meio da Internet, elevou as nossas expectativas a outro patamar de
exigência. A Internet mudou a forma com que as transportadoras se comunicam,
pois já existe a possibilidade de troca de informações entre empresa e cliente em
tempo real. Além disso, a troca de informações colaborou no sentido de facilitar a
coordenação da capacidade de carga da transportadora com os carregamentos dis-
poníveis. Não só, mas facilitou a existência de um controle maior sobre a compra
de combustíveis, equipamentos, peças e suprimentos. Com a Internet, é possível
agregar valor aos processos e, como você pôde perceber, ao comprar um novo
smartphone de uma rede de varejo pela Internet, por exemplo,você conseguirá
acompanhar toda a evolução do processo desde o pagamento até o exato momento
da entrega em sua residência. Isso é simplesmente fantástico, não?
Público: o último participante desse processo, talvez, seja o mais importante, afinal,
as empresas existem, porque há pessoas dispostas a comprar um determinado produto.
Por isso, esse participante deve receber atenção especial no que tange a alguns requisitos:
acessibilidade, custos do transporte, padrões de segurança e ambientais. O transporte
começa a partir da iniciativa do público, que cria indiretamente a demanda de transpor-
tes ao comprar um produto. A partir disso, o sujeito tem interesse na maior eficiência
possível nesse processo, em termos de custos, tempo, segurança e entre outros.
Estrutura de transportes: há, ainda, um fator fundamental a ser analisado,
que é a matriz de transporte, ou seja, toda a infraestrutura necessária para uti-
lizar determinado modal em razão de outro. No Brasil, é sabível a existência de
uma infraestrutura deficitária e que privilegia o modal rodoviário, mesmo que,
muitas vezes, seja realizado sem qualidade. Por conseguinte, é necessário realizar
esse tipo de análise de forma apurada, para decidir sobre a utilização, ou não, do
modal. Veremos um pouco mais sobre essas opções de modais a seguir.
91
Modais de transporte na cadeia de suprimentos
UNIDADE 3
Existem cinco opções básicas de transportes aos usuários. Assim, é possível uti-
lizar um sistema conhecido como multimodal (um único documento de trans-
porte) ou intermodal, o qual substitui o documento de transporte a cada troca
de intermediador de transportes.
Modal ferroviário
Modal rodoviário
No Brasil, esse modal é o mais utilizado, ocupando cerca de 60% das movimen-
tações de produtos. O transporte rodoviário é o mais adequado para transportes
que envolvem o chamado “porta a porta” e para a distribuição de mercadorias em
grandes centros, com um ciclo de 24 horas. Os pontos positivos desse modal, de
acordo com Grant (2013), incluem a alta flexibilidade, períodos de carga e des-
carga menores, tempo de transporte baixo etc. Entretanto, os pontos negativos
envolvem o volume de transporte, que é limitado, os efeitos meteorológicos no
decorrer da viagem, trânsito, impacto ambiental, em razão dos combustíveis, e a
emissão de poluentes.
92
Modal aéreo
UNICESUMAR
Esse modal é relativamente novo, se comparado aos demais. Ele tem crescido
muito nos últimos anos, embora seus custos sejam superiores aos do transporte
ferroviário, por exemplo, ou até 16 vezes mais caro do que o transporte rodoviário.
Todavia, é incomparável em relação ao tempo de transporte, principalmente em
longas distâncias (BALLOU, 2006).
Grant (2013) pontua, inclusive, que esse modal é o mais indicado para produtos
de alto valor. Seus pontos positivos estão relacionados com a frequência, segurança
e transportes de peças leves, com um custo atrativo em termos de benefício. No
entanto, dependendo da especificidade do produto, como a granel, ou em áreas
remotas, torna-se muito caro, além de ser muito mais agressivo ao meio ambiente.
Modal dutoviário
Esse modal tem as suas particularidades, pelo fato de possuir uma limitada gama de
produtos que pode ser utilizada, incluindo o gás natural, óleo, derivados de petróleo
etc. Um fator positivo é que ele se apresenta como uma opção econômica, segura e
ecológica. No Brasil, esse tipo de transporte é, de certa forma, até comum, mas a rede
é bem pequena, se comparada, principalmente, com outros modais de transporte.
Diante do exposto, os modais possuem algumas particularidades que você pre-
cisa compreender para tomar uma decisão correta, assim como veremos a seguir:
93
UNIDADE 3
Dutoviário: custo ixo mais alto de todos (dutos, faixas de domínio, constru-
ção, necessidade de estações de controle e capacidade de bombeamento).
Custo variável mais baixo de todos (não há custo de mão de obra signiicativo).
Quadro 2 – Estrutura de custos de cada modal / Fonte: Bowersox et al. (2014, p. 210)
Características
Ferroviário Rodoviário Hidroviário Dutoviário Aéreo
operacionais
Velocidade 3 2 4 5 1
Disponibilidade 2 1 4 5 3
Coniabilidade 3 2 4 1 5
Capacidade 2 3 1 5 4
Frequência 4 2 5 1 3
Total 14 10 18 17 16
Tabela 1 – Características operacionais de cada modal / Fonte: Bowersox et al. (2014, p. 210).
94
Assim, os dados apresentados podem ser uma fonte de estudo para a tomada de
UNICESUMAR
decisão acerca do modal mais adequado, considerando as necessidades ao longo
da cadeia de suprimentos e suas especificidades.
Danos e perdas
explorando Ideias
95
Ballou (2006) explica que as cargas atrasadas ou que possuem condições que são
UNIDADE 3
98
Assim, basicamente, a função geral de um armazém poderá ser vista na Fgura 7,
UNICESUMAR
que, de acordo com Grant (2013), contempla as seguintes características:
■ Receber as remessas de estoque de forma organizada. Assim, deve-se con-
ferir a qualidade e a quantidade das remessas eentre outros requisitos, de
acordo com a ordem de compra, para, então, movimentá-las em contêi-
neres ou paletes, a fim de enviá-las a outros locais de utilização. O tipo de
armazenamento dependerá diretamente das especificidades do produto,
do tempo e do espaço disponível.
■ Realizar operações que possibilitem agregar valor aos processos, como o
cross-docking, pcomo veremos a seguir.
Recebimento
Contêiner
ou palete
Contêiner
Recuperação, separação ou palete
de itens, embalagem e
acumulação de pedido de
compra
Montagem
Montagem
99
■ Sistemas de informação de logística inversos para rastrear as devoluções e me-
UNIDADE 3
Assim, Gonçalves (2013) ressalta, também, que a logística reversa tem centrado as
suas ações nos produtos após a sua vida útil, como nas baterias, automóveis, equipa-
mentos eletrônicos etc. Fica cada vez mais claro que as gerações atual e futura não
estão contentes com esse volume de produtos inutilizáveis que são gerados e, inclu-
sive, a legislação mundial, de modo geral, tem caminhado também nesse sentido.
A regra, na logística reversa, deverá, cada vez mais, funcionar da seguinte forma:
quem produz o produto deverá ser o responsável por ele após a sua vida útil. Dessa
forma, o gestor que atuará na cadeia de suprimentos deverá desenvolver estratégias
102
para se adequar a esse movimento. Muitas empresas já perceberam, há tempos, que
UNICESUMAR
esse “problema” poderá ser convertido em vantagem competitiva, principalmente
no que tange à própria imagem que a instituição transmite perante o mercado.
Desse modo, uma série de sugestões tem surgido nesse sentido e a cadeia
de suprimentos deverá se adequar a essa questão que tem se qualificado rapida-
mente e se transformado em critério para entrar em mercados mais exigentes e,
geralmente, de maior poder aquisitivo. Tudo isso não deixa dúvidas de que essa
agenda deverá ser incorporada de forma urgente na GCS, em todos os segmentos
industriais (GONÇALVES, 2013).
Cadeia de
LOGÍSTICA distribuição direta
REVERSA de
pós-consumo LOGÍSTICA
REVERSA de
Consumidor pós-venda
• Reciclagem
industrial
• Desmanche • Seleção/
Bens de
industrial destino
pós-venda
• Reúso • Consolidação
• Consolidação • Coletas
• Coletas Bens de
pós-consumo
Assim como fora exposto, cada vez mais, os consumidores estão preocupados
com a prática da logística reversa, pois a inutilização dos produtos e o descarte
inadequado tem causado muitos problemas ambientais para a sociedade. Por
conseguinte, tudo isso contribui para que a logística reversa seja, de fato, imple-
mentada nas empresas, exigindo que elas se comprometam a resolver tais pro-
blemas para defender a sua perenidade econômica, a sua imagem corporativa e
o meio ambiente. Portanto, você, aluno(a), enquanto gestor de logística, deverá
elaborar um plano ao longo da cadeia de suprimentos para se adequar às boas
práticas e se sobressair nesse mercado (POZO, 2015).
103
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 3
104
empresa esteja amparada estrategicamente por ações em conjunto com as áreas
UNICESUMAR
de marketing e de produção, com o apoio dos fornecedores. O objetivo principal,
com essa nova postura, é o de garantir o fornecimento contínuo e com o foco na
minimização dos estoques, na qualidade do relacionamento com fornecedores,
no acesso às novas tecnologias e no menor custo possível. Assim, de acordo com
Bowersox et al. (2014), são aspectos que contemplam a área de compras:
Fornecimento contínuo: a falta de matéria ou de peças pode fazer que a em-
presa tenha que parar o processo produtivo, cujos resultados são custos inespe-
rados para a empresa. O tempo parado eleva os custos operacionais e pode fazer
que a empresa não consiga fornecer os produtos aos clientes, conforme prometi-
do. Imagine uma linha de montagem de um automóvel: todos os produtos estão
montados na linha de produção, mas apenas se espera a chegada dos pneus para
continuar o processo. Por esse motivo, o objetivo de compra é assegurar que haja
um fornecimento contínuo nas operações da empresa ao menor estoque possível.
Minimização dos investimentos em estoques: no passado, as empresas utili-
zavam um alto volume de estoque para amortecer a demanda. Todavia, as instituições
têm percebido que o estoque parado é dispendioso e requer grandes investimentos
em capital parado. Por causa disso, um dos objetivos de compras é o de assegurar a
continuidade dos suprimentos com o menor volume de estoque possível. Contudo,
esse tipo de ação exigirá que o gestor de logística tenha a capacidade de comparar
os custos de mantimento dos materiais em estoques e a interrupção na produção,
em caso de falta de estoques. O melhor dos cenários, nesse caso, é, evidentemente,
fazer que os materiais cheguem no exato momento em que estão programados para
serem utilizados no processo industrial ou, em outras palavras, Just In Time.
Melhoria em qualidade: o setor de compras deve ser crítico, no que tange aos
aspectos que envolvem a qualidade, afinal, isso depende diretamente da qualidade
da matéria-prima utilizada. Se forem utilizados componentes de baixa qualidade,
o produto, provavelmente, será de baixa qualidade. Dessa forma, tanto a empresa
quanto os seus fornecedores devem estar comprometidos com a procedência da
matéria-prima, para que haja uma melhoria contínua em todo o processo.
Desenvolvimento de fornecedores: o relacionamento com fornecedores
deixou de ser compreendido simplesmente como um contrato de compra e venda
há muito tempo. Atualmente, os fornecedores têm trabalhado em conjunto com
a empresa para garantir a melhoria contínua. Assim, é fundamental o desenvol-
vimento de relacionamentos próximos com os fornecedores da empresa, com o
objetivo de compartilhar informações e recursos, para melhorar os resultados de
113
ambos. Por exemplo, uma indústria pode compartilhar o seu plano de produção
UNIDADE 4
Atividades de compras
UNICESUMAR
pectos que envolvem prazo, preço, condições de pagamentos etc. Essas são respon-
sabilidades que um gestor de suprimentos deve conhecer no processo operacional
interno e externo para o sucesso da empresa na cadeia de suprimentos (POZO,
2015). Diante disso, no procedimento que envolve a área de compras, algumas
atividades podem ser listadas como genéricas, pois podem variar de empresa para
empresa, dependendo do seu segmento, tamanho, estrutura etc.
Tais atividades são listadas a seguir, de acordo com Pozo (2015):
INFORMAÇÃO BÁSICA:
■ Controle e registro de fornecedores.
■ Controle e registro de compras.
■ Controle e registro de preço.
■ Controle e registro de especificações.
■ Controle e registro de estoques.
■ Controle e registro de consumo.
■ Controle e registro de catálogos.
■ Controle e registro de econômicos.
PESQUISA DE SUPRIMENTOS
■ Estudo de mercado.
■ Especificações de materiais.
■ Análise de custos.
■ Análise financeira.
■ Desenvolvimento de novos fornecedores.
■ Desenvolvimento de novos materiais.
■ Qualificação de fornecedores.
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
■ Garantir o atendimento das requisições.
■ Realizar a manutenção de estoques.
■ Evitar o excesso de estoques.
■ Melhorar o giro de estoques.
■ Garantir a transferência de materiais.
■ Padronizar as embalagens.
■ Elaborar relatórios.
115
SISTEMA DE AQUISIÇÃO
UNIDADE 4
■ Negociar contratos.
■ Efetivar as compras.
■ Analisar cotações.
■ Analisar requisições.
■ Analisar as condições dos contratos.
■ Verificar o recebimento dos materiais.
■ Conferir a fatura de compra.
■ Contatar vendedores.
■ Negociar a redução de preços.
■ Relacionamento interdepartamental.
Além dessas atividades, ainda existe a possibilidade de outras, as quais são resol-
vidas em conjunto com as demais áreas da empresa.
116
UNICESUMAR
Desenvolvimento de fornecedores: existem situações em que a empresa
precisa do fornecedor. Entretanto, quando tal fornecedor não possui os requi-
sitos necessários, será necessário que a empresa o ajude a desenvolver as suas
capacidades. Isso significa que a instituição, nesse caso, na figura do cliente,
deve investir na melhoria dos processos e no desenvolvimento dos possíveis
fornecedores. Assim sendo, esse processo é necessário quando:
■ A empresa deseja um produto único e exclusivo.
■ A empresa quer um produto ou uma matéria-prima mais barata.
■ A empresa não quer depender exclusivamente de um único fornecedor.
■ O fornecedor atual não tem condições de atender toda a demanda.
■ A empresa não está satisfeita com o fornecedor atual.
117
relações e o desempenho de forma regular. Dessa forma, deverão ser elaborados
UNIDADE 4
explorando Ideias
118
UNICESUMAR
Entradas: contratos assinados, pareceres sobre o processo de
compra, assessoria jurídica.
Jurídico
Saídas: solicitações de pareceres, informações de campo sobre
fornecedores.
Informática
Saídas: informações sobre fornecedores, cópias de solicitações de
compras, cópia de contratos de fornecimento de serviços.
119
■ Relações privilegiadas com poucos fornecedores e transportadores.
UNICESUMAR
■ Informação compartilhada entre compradores e fornecedores.
■ Produção/compra e transporte de mercadorias em pequenas quantidades
são frequentes e se traduzem em níveis mínimos de estoques.
■ Eliminação das incertezas, sempre que possível, ao longo do canal de su-
primentos.
■ Metas de alta qualidade.
Por razões frequentemente óbvias, existem muitas implicações nessa técnica; por
isso, são poucas as empresas que conseguem ter eficiência em tal processo. Para
que seja possível a implementação desse processo na cadeia de suprimentos, será
necessário lidar com fornecedores que possuem alta capacidade, consistência e
qualidade no produto e nos processos, afinal, a matéria-prima ou produto em
processamento irá diretamente para a produção final.
Nesse processo, o desempenho logístico deve ser impecável e transmitir muita
confiança, a fim de que seja possível eliminar os estoques. No JIT, as entregas são
frequentes e em quantidades menores, o que pode exigir modificações no tipo
de transporte de entrada. Ainda, nesse processo, para que o JIT possa, de fato,
funcionar, a cooperação e a colaboração na comunicação ao longo da cadeia de
suprimentos são fundamentaise, é claro, amparado pela tecnologia da informação,
que transmite informações em tempo real ou com atualizações muito frequentes.
O resultado do planejamento adequado, a partir da filosofia JIT, é o desenvolvi-
mento de um fluxo de produtos que são devidamente sincronizados de acordo com
a demanda, ou seja, o setup de produção começa a partir da necessidade do cliente.
Assim, para que você compreenda de forma prática como funciona esse pro-
cesso, imagine a seguinte situação hipotética: em um belo dia, você, aluno(a) da
Unicesumar, acorda com a decisão de comprar um novo veículo. Você vai até a
concessionária de veículos e, lá, para a sua surpresa, não há nenhum carro no
estoque à pronta entrega. Então, você encontra um vendedor em uma mesa com
um computador. Quando você expõe o seu objetivo, o vendedor lhe mostra, na
tela do computador, todas as diferentes opções que a montadora pode lhe ofe-
recer, como cor, modelo, número de portas, enfim, tudo aquilo que você deseja
para o seu novo automóvel. Naturalmente, ao final do processo de compras, você
saberá exatamente qual é o valor de compra. O seu cartão magnético passado no
terminal, ligado ao agente financeiro, demonstrará que o negócio pode ser con-
cluído. Pronto, você já é dono(a) do carro. Contudo, pelo fato de que a concessio-
121
nária não tem o carro, você deseja saber quando poderá recebê-lo. No momento
UNIDADE 4
Legal, né? Parece até icção cientíica, mas não é. No Brasil, temos alguns casos
em que o conceito e a ilosoia JIT são considerados modelos de sucesso para o
mundo todo, como o consórcio modular Volkswagen, por exemplo, na cidade de
Resende, no Rio de Janeiro.
conecte-se
122
UNIDADE 4
UNICESUMAR
clientes recebem, se comparado com os principais players de mercado; c) como o
serviço prestado se compara ao dos concorrentes direitos e indiretos (MARTINS;
ALT, 2009).
Sabendo quais são os objetivos da empresa na cadeia de suprimentos, o pró-
ximo passo é definir metas realistas e que representem o perfil da empresa. Metas
inadequadas só servem para atrapalhar os negócios. Metas fáceis de serem alcan-
çadas também levam a empresa para baixo facilmente (MARTINS; ALT, 2009).
Perspectiva financeira
Como os acionistas nos veem?
Perspectiva das
Perspectiva do cliente
operações internas
Como os clientes nos veem? Em que nos devemos destacar?
Conforme pode ser visto na Fgura 2, o BSC trabalha com quatro perspectivas
para compatibilizar os objetivos da empresa com que deve ser realizado, confor-
me detalhado a seguir:
■ Perspectiva financeira: é necessário analisar o negócio do ponto de vista
financeiro. Assim, é importante ter indicadores que possibilitem verificar
se o negócio dá lucro para a empresa.
■ Perspectiva do cliente: é importante analisar o negócio do ponto de vista
do cliente, para verificar o seu grau de satisfação.
125
suspeita da intenção de frear o processo de industrialização de outros países.
UNIDADE 4
UNICESUMAR
forma correta, os resíduos de descarte. Na logística de transporte, um exemplo
seria encontrar uma forma de eliminar a quantidade de poluentes emitidos no
ar, dado que, nos últimos anos, já temos percebido estratégias direcionadas nesse
sentido, como os carros elétricos, por exemplo (BOWERSOX et al., 2014).
No âmbito da redução de uso, há o envolvimento dos resíduos que devem ter
um direcionamento correto, o aumento da reciclagem e a diminuição da emissão
de gases. Além disso, as empresas já têm diminuído muito a utilização de maté-
rias-primas que causam danos à saúde, ou seja, a eliminação de produtos que são
tóxicos (BOWERSOX et al., 2014).
Dessa forma, as organizações podem criar estratégias ambientais eficientes para
a GCS, como esforços proativos e em colaboração com os participantes, que podem
incluir uma quantidade menor de matérias-primas maléficas à saúde humana, bem
como ampliar a vida útil dos produtos. Ainda no âmbito gerencial, existe, também, o
esforço de colaboração com fornecedores, para que a decisão da localização seja em
conjunto, de forma que venha a favorecer mais o meio ambiente, ou até terceirizar
as operações de produção ou logística, a fim de reduzir os impactos ambientais da
empresa (BOWERSOX et al., 2014).
Nesse sentido, a dimensão ambiental inclui ações, a fim de que seja possível
eliminar a poluição ambiental por meio de produtos e processos produtivos.
Alguns países já começaram a incrementar, por exemplo, critérios de ordem
ambiental nos seus processos de qualificação dos fornecedores, o que torna um
critério qualificador para determinados mercados e clientes (PIRES, 2016).
A cadeia de suprimentos tem sido muito utilizada nos últimos tempos. A
quantidade de gestores que atuam na área cresceu muito nos últimos anos, tanto
no mundo quanto no Brasil: basta visitar alguns periódicos para acessar centenas
de publicações e pesquisas.
Caro(a) aluno(a), é importante que você compreenda que as possíveis es-
tratégias, se analisar o fator ambiental e a sustentabilidade, não são um cus-
pensando juntos
Sobre a questão do lucro desenfreado, sempre digo aos meus alunos: o lucro será uma
consequência dos seus esforços, mas não a qualquer custo. Isso inclui, também, uma
consciência ambiental dentro dos preceitos éticos e morais da coletividade.
129
to adicional para a empresa. Na verdade, são investimentos tanto na própria
UNIDADE 4
empresa quanto nas gerações futuras e cabe a você ter uma consciência ética
pautada em princípios e valores coletivos.
Riscos
UNICESUMAR
exige-se cada vez mais segurança, a fim de proteger a empresa, seus produtos e
sua reputação. As cadeias de suprimentos exigem que os parceiros colaborativos
atuem para minimizar os riscos, em especial, entre fronteiras. Nesse aspecto, a
colaboração é fundamental, pois o contrário poderia expor a cadeia de supri-
mentos e, consequentemente, os consumidores a riscos maiores, o que também
representaria custos maiores.
A realidade é que existem muitos outros riscos envolvidos e isso depende das
especificidades de cada negócio. Por isso, Pires (2016) menciona algumas etapas
para que seja possível identificar os riscos ao longo da cadeia de suprimentos:
1. Identificação: o primeiro passo é identificar os principais riscos envolvi-
dos: pode ser interno, o qual a cadeia de suprimentos possui total controle;
ou externo, o qual não se tem controle sobre a situação.
2. Avaliação: contempla a avaliação da possibilidade do risco impactar sobre
a empresa e suas consequências diretas.
3. Mitigação: são as ações que podem ser implementadas para tratar dos
riscos que foram identificados. Além disso, o risco pode ser transferi-
do para outras empresas, ser reduzido, por meio de ações específicas, ou
compartilhado com outros participantes da cadeia. No entanto, é claro, a
melhor recomendação é evitar o risco, eliminando os aspectos que pos-
sam potencializá-lo.
4. Monitoramento: está relacionado com as ações de supervisão dos riscos
para avaliar as suas consequências diretas e indiretas.
Assim sendo, caríssimo(a) aluno(a), essa discussão dos riscos inerentes à cadeia
de suprimentos tem sido pauta de muitos estudos nos últimos anos. Por isso, é
importante que você saiba identificar e avaliar corretamente os riscos, para que
seja possível tomar uma decisão correta em termos competitivos para a empresa.
Talvez, nessa etapa de avaliação de riscos, seja o momento em que você se depare
com muitos Trade-ofs, ou seja, é uma decisão em razão de outra. O fato é: mar
calmo não faz bom marinheiro, assim como diz um velho ditado popular. Por
essa razão, toda e qualquer decisão deve ser avaliada à luz dos riscos envolvidos.
131
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 4
132
UNIDADE 5
Considerando as três fases do pedido, os serviços aos clientes ainda podem ser
inluenciados por diversos fatores, com um amplo leque de alternativas que en-
volvem a disponibilidade, desempenho operacional e a coniabilidade dos ser-
viços, os quais serão explicitados a seguir.
144
nibilidade de estoques, as empresas têm procurado trabalhar com três medidas:
UNIDADE 5
Desempenho operacional
UNICESUMAR
tange ao ciclo de atividades.
A lexibilidade tem relação com a capacidade que a empresa tem em respon-
der as situações que envolvam eventualidade ou até mesmo regimes de exceção,
incomuns ou inesperados, como um pedido com uma quantidade maior do que
fora planejado ou mais rápido do que está previsto.
No aspecto que envolve a recuperação de falhas, embora todo e qualquer
serviço tenha que trabalhar com a perspectiva de um trabalho perfeito, falhas
sempre ocorrerão. Assim, é fundamental contar com um plano de contingência
para lidar com as eventualidades. Um exemplo é um produto que consta no
sistema, mas não no estoque.
Confiabilidade no serviço
pensando juntos
Do que adianta ter um produto perfeito se o serviço prestado não atende as suas
expectativas?
147
Ainda, segundo o autor, do ponto de vista negativo, também existem alguns fa-
UNICESUMAR
tores importantes a serem destacados:
■ Infraestrutura.
■ Comunicação.
■ Sistema tributário.
■ Localização geográfica no planeta.
■ Mão de obra desqualificada ou a falta dela.
■ Política ambiental, entre outros.
Assim, Pires (2016) faz algumas recomendações, principalmente para que pes-
soas como você, aluno(a), possam entender quais são os desafios e como podem
garantir que a empresa tenha um aumento de faturamento, redução dos custos,
satisfação dos clientes e entre outros. Dessa forma, vale a pena conferir os sete
princípios básicos para a gestão da cadeia de suprimentos:
1- Segmentar os clientes
Boa parte das empresas tem utilizado uma abordagem padrão nas operações de
logística. Essa abordagem tem como objetivo atender toda a base de clientes ou
segmento de forma padrão. Entretanto, a customização dos processos, conside-
rando as individualidades e necessidades dos clientes, pode trazer mais resultados
em termos logísticos.
149
3- Entender o mercado e planejar adequadamente
UNIDADE 5
explorando Ideias
Bowersox et al. (2014) explicam que o S&OP é um processo pelo qual há o compartilha-
mento de informações e a deinição de responsabilidades, com o objetivo de desenvolver,
de forma sistemática, um planejamento que seja bom para ambos os lados (empresa-for-
necedor). Para que o S&OP funcione de forma eiciente, é necessário que tenha um supor-
te efetivo da tecnologia da informação, que pode variar de algo simples, desde planilhas de
Excel, a softwares mais soisticados, pois o que não falta são opções no mercado.
Fonte: Bowersox et al. (2014).
5- Abastecer-se estrategicamente
150
atendimento ao cliente final. No entanto, para que isso seja possível, como já
UNICESUMAR
foi mencionado de forma exaustiva ao longo deste livro, é importante deixar
de lado aquela visão competitiva com os fornecedores, para uma abordagem
com maior de grau maturidade, ou seja, de forma colaborativa com fornece-
dores chave para a empresa.
Dessa forma, caro(a) aluno(a), com essas dicas, você poderá aplicar os concei-
tos de Supply Chain (SP), no sentido de fazer que a empresa tenha muito mais
competitividade e, em relação a logística, alcance os seus objetivos.
151
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 5
152