O Papel Da Escola Na Formação de Leitores

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
1

A LEITURA NO MUNDO ATUAL: QUAL É O PAPEL DA ESCOLA?

Autora: Regiane Nodari


Orientador: Marcio Matiassi Cantarin 1

RESUMO
O presente artigo traz uma síntese das atividades realizadas durante o Programa de
Desenvolvimento Educacional, edição 2013 na área de Educação Especial, promovido pela Secretaria de
Estado da Educação do Paraná em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná -
UTFPR, tendo como objeto de estudo a Aprendizagem de leitura – Aprender a gostar de ler na escola,
incluindo também o uso das tecnologias no ensino de leitura, no processo de ensino-aprendizagem e
como metodologia a pesquisa bibliográfica. Este estudo subsidiou o suporte à implementação das ações
com alunos do 9º ano B do Colégio Estadual Professor Manoel Borges de Macedo, objetivando
potencializar as condições de desenvolvimento de habilidades leitoras e desempenho acadêmico de
alunos, que pouco se interessam pela leitura, uma vez que ao desenvolver o prazer pela leitura, reflete
também no aproveitamento escolar. Buscou-se, no curso do trabalho, enfatizar o potencial da leitura
prazerosa em sala de aula, haja vista que a leitura é um poderoso estímulo para a aprendizagem
competente. Os resultados dessa intervenção mostram que o trabalho com a leitura,, usando a estética
da recepção e as tecnologias, facilitaram a assimilação de conteúdos, refletindo no despertar dos
saberes cognitivos, favorecendo a aprendizagem; já que a participação no PDE possibilitou incrementar o
trabalho realizado na turma do 9ªB do Colégio Estadual Prof. Manoel Borges de Macedo e organizar um
planejamento de atividades pautado na leitura, usando a tecnologia como ferramenta pedagógica;
estruturando, dessa forma, uma proposta de trabalho, que será incluída também no Projeto Político
Pedagógica da Escola.

Palavras-chave: Leitura; fruição; tecnologia.

1 INTRODUÇÃO

Como professora-pedagoga lotada no Colégio Estadual Professor Manoel


Borges de Macedo, atuo na área de Língua Portuguesa, pude perceber que os
educandos estão cada vez mais se distanciando dos livros, devido às inúmeras
situações que as ferramentas tecnológicas existentes facultam.
Este estudo alicerça-se em pesquisas preliminares - como as obras de
BAGNO,2000; Belluzzo, 2011; KLEIMAN, 2008; Diretrizes Curriculares da Educação
Básica do Estado do Paraná, 2008; ZAPPONE, 2005;ZILBERMAN, 1985; entre outras
que permearam este trabalho, as quais foram utilizadas como ferramenta de pesquisa
para o desenvolvimento de todo o processo desde o projeto até a implementação.

1
Doutor em Letras (UNESP). Professor Adjunto do Departamento Acadêmico de Linguagem e Comunicação -
DALIC/UFTPR-Curitiba. e-mail: [email protected]
2

Como a leitura pode proporcionar ao aluno grandes possibilidades para alcançar novos
horizontes, é através do desenvolvimento desta aptidão que o indivíduo pode se tornar
crítico socialmente. Neste contexto, foi necessário uma proposta de trabalho, na qual o
ato de ler vai além da decodificação dos signos escritos e fosse visto como um meio de
interação entre o sujeito leitor e o texto. Então coube a necessidade de transformar a
leitura em prazer, dando a ela um significado para os estudantes, o que possibilitou
também transformá-los em leitores críticos.
Neste contexto foi trabalhado, como intervenção pedagógica na escola, a busca
pelo gosto da leitura em diversos gêneros textuais, os quais fazem parte de uma
temática, o idoso, que está relacionada a fatos do cotidiano, que levam a reflexões
sobre o mundo contemporâneo. Como materiais foram utilizados livros, jornais, revista,
propagandas e ainda a leitura digital (propondo alguns links para o acesso de textos),
usando como ferramenta o computador, que contribuiu para a apropriação do
conhecimento, devido à grande importância que se dá para a informática na atualidade.
Para finalizar esta proposta os alunos digitaram seus textos, transformando-os
em um e-book, cumprindo assim o trabalho final da aplicação do referido projeto.

2 DESENVOLVIMENTO

Seguindo-se ao projeto, foi elaborada a produção didático-pedagógica, na


forma de Unidade Didática, usando os pressupostos da Estética da Recepção, por meio
do Método Recepcional, estruturada da seguinte forma:
a) Unidade 1: Gênero Propaganda

Texto: Vó Gertrudes em trânsito Moderno: Blitz

O gênero propaganda é um texto que faz parte do cotidiano do aluno e contribui


para o professor, visto que é uma ferramenta, que faz parte de um sistema de
comunicação comum, que está vinculado a sociedade em que se vive, sendo também
um gênero divertido e atraente.

O trabalho de análise das propagandas que foi feito pelos alunos, buscando o
conhecimento do uso de vária linguagens no tocante ao texto, imagem e simbologia etc,
contribuindo uma percepção mais crítica desse tipo de veículo na elaboração de
estratégias para desenvolvimento de sua aprendizagem.
3

Através desse gênero textual e usando a propaganda governamental, foi


proposto que os alunos questionassem, refletissem sobre assuntos cotidianos, que
fazem parte da sociedade e bem como seu modo de pensar frente à temática
abordada.

b) Unidade 2: Gênero Carta

Texto: Homenagem ao dia do Idoso

O gênero carta levou o aluno à compreensão sobre a função, redação e


estruturação deste gênero, buscando conhecimentos prévios sobre a organização da
escrita alfabética, compreensão de produção de texto e uso social da carta. A
introdução da atividade bem como o desenvolvimento desta foi baseada na carta de
uma mãe para a sua filha, que foi compartilhada no facebook em comemoração ao dia
do idoso. Apesar deste tipo de gênero não fazer parte do cotidiano do aluno, visto que
na atualidade este foi substituído pelo email e msg, este gênero constitui para o
professor uma ferramenta, cuja abordagem não se esgota, uma vez que se encontra no
interior de um sistema de comunicação comum ao tipo de sociedade em que vivemos,
sendo um documento autêntico. Após finalizar o trabalho com este gênero, os alunos
escreveram uma carta para um idoso da família e os relatos foram emocionantes, visto
que alguns educandos fizeram cartas pedindo perdão para avós ou reconhecendo a
importância dos idosos em suas vidas.

c) Unidade 3: Gênero Crônica

Texto: A velha contrabandista

A Crônica é um gênero, que retrata a vida cotidiana, atraindo o leitor, por se


tratar de situações do dia a dia do leitor, de uma maneira sutil, por isto este gênero
atendeu a principal intenção deste projeto que foi de incentivar a leitura, visto que o ser
humano tem a necessidade de se satisfazer, usando a fantasia. Os alunos produziram
crônicas e também foram em busca de outras crônicas para a leitura.

d) Unidade 4: Estatuto
4

Textos: Os Estatutos do Homem de Thiago Mello


Definição do gênero estatuto (Wikipédia, a enciclopédia livre)
Estatuto do Idoso – Guia e orientação ao cidadão
Vídeo: Cartilha dos Idosos para Crianças – Conselho Municipal do
Idoso

O gênero estatuto levou o estudante à compreensão de que a sociedade deve


estar estabelecida com base em normas e leis que protegem os diversos segmentos da
sociedade. Neste contexto foi trabalhado sobre a função, redação e estruturação deste
gênero. Além da elaboração de uma entrevista e a confecção de cartões para uma
visita na Casa Lar Santiago. Este foi um momento muito importante na implementação,
pois os estudantes fizeram entrevistas com idosos e levaram o conhecimento do
Estatuto do Idoso para familiares e também para idosos da Casa Lar Santiago

e) Unidade 5: Gênero Novela – Autobiografia

Texto: “Olho de Vidro do Meu Avô”


Bartolomeu Campos de Queirós

O gênero novela o leva o estudante a ampliação do horizonte de expectativa,


levando o educando a estar em contato com a Literatura Brasileira e estimulando os
educandos à leitura e a escrita.

O livro lido relata a história de uma família bem humilde, que tinha um avô que usava
um olho de vidro e o outro verdadeiro, seu neto sempre quis saber o que havia
acontecido, porém a única coisa que era de seu conhecimento é que seu avô tinha feito
uma viagem para São Paulo, na qual ele colocou seu olho esquerdo, de vidro. O avô
era um homem quieto, calado e sério, não era de demonstrar seus sentimentos. Toda
tarde passava pelas ruas de sua cidadezinha. Seu neto, o caçula era o mais presente
em todos os momentos e ele sempre quis entender, como seu avô via todas as coisas
do mundo, o que ele realmente sentia. Porém em um dia, todos estranharam o seu
sumiço, espalharam a notícia, porém, sem respostas, mandaram cartas para todos os
familiares. Logo depois de alguns dias encontraram somente seu olho de vidro, e assim
ele foi guardado e nunca ninguém soube dos mistérios escondidos no olho de vidro de
seu avô.
Com a leitura deste texto, os alunos puderam romper inúmeras barreiras, uma
delas foi que a maioria deles nunca tinha lido um livro em sua vida.

f) Trabalho Final
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Para finalizar o trabalho e socializar todo o projeto para a comunidade escolar,


bem como todos os textos e entrevistas que foram colocados no ebook da turma e no
último dia de aplicação do projeto, a professora, juntamente com os alunos convidaram
idosos para palestras sobre a saúde e bem estar. A turma do 9º ano apresentou o
ebook, vídeos e fotos de toda elaboração do trabalho.

A proposta de intervenção foi colocada em prática no primeiro semestre de 2014


e os resultados dessa implementação, que construíram o corpo do presente artigo
original, que visa oferecer subsídios aos professores que atuam na disciplina de Língua
Portuguesa e que têm interesse em trabalhar com a diversidade de gêneros, com uma
temática, no caso o idoso, o que contribuiu para a apropriação do gosto pela leitura.
Com esta intervenção pedagógica pode observar que o gosto pela leitura de diversos
gêneros textuais, usando temática relacionada a fatos do cotidiano, levaram a reflexões
sobre o mundo contemporâneo e estimularam os educandos para a leitura competente
e interessante.

2 MATERIAIS E MÉTODO: A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO


PEDAGÓGICA

A metodologia de trabalho adotada para a implementação da proposta


compreendeu o planejamento de 16 aulas (encontros) com 2 horas de duração cada,
totalizando 32 horas/aula, conforme descrito do Quadro 1 – Planejamento (ANEXO 1).
Para a realização das atividades propostas, além das orientações presentes na
Unidade Didática, sintetizadas neste artigo, foi necessário dispor de uma sala de
medindo 45m2, limpa, arejada e organizada com carteiras. Além disso, foram
necessários: computador com acesso à internet para acessar os conteúdos sugeridos,
como vídeos, textos, impressora, data show , além de outros materiais cotidianos do
contexto escolar.
A avaliação foi realizada mediante acompanhamento de formulários próprios do
programa pelos envolvidos nas diversas instâncias: Direção e Equipe Pedagógica da
escola de implementação e Representante do PDE no NRE Área Metropolitana Norte.
6

2.1 IMPLEMENTAÇÃO DAS ATIVIDADES DA UNIDADE DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Para iniciar a implementação da Unidade Didática, foi realizada uma reunião


para a apresentação do projeto à direção do Colégio Estadual Prof. Manoel Borges de
Macedo, durante o Encontro Pedagógico, para que a equipe conhecesse os objetivos
da proposta e também se envolvesse com as atividades; o que de fato ocorreu
satisfatoriamente, sendo o trabalho considerado uma ferramenta importante para o
ambiente escolar, pois oportunizou momentos agradáveis de leitura dentro e fora da
sala de aula, uma vez que a temática em questão faz parte da sua vivência dos alunos
e com atividades diversas que estimularam a criatividade, a imaginação, o
desenvolvimento cognitivo e também o prazer em ler, além de possibilitarem uma
interação do aluno com os idosos.

2.1.1 Seção 1: Identificando conhecimentos prévios - estética da recepção

Para a real apropriação do gosto pela leitura, no 9º ano foi utilizada a estética
da recepção apresentada por Jauss in Zappone (2005) “O valor estético de um texto é
medido pela recepção inicial do público que o compara com outras obras já lidas,
percebe-lhe as singularidades e adquire um novo parâmetro para a avaliação de obras
futuras”.Diante disto a autora apresenta as sete teses de Jauss, onde expõe os
conceitos básicos da proposta da estética da recepção, são elas:
A primeira tese trata da historicidade do tema entre o leitor e o texto a ser
apresentado, o que irá fazer com que o professor possa investigar o conhecimento
prévio do educando em relação temática que será trabalhada.

Na segunda analisa a experiência do leitor frente à leitura, buscando um “saber


prévio”, que irá funcionar como um conjunto de saberes literários, quanto da própria
vida, nela abarca as diversas conversões literárias como as marcas dos gêneros, os
etilos, as formas, as técnicas narrativas e etc., oferecendo orientações a seu
destinatário. Cada leitor pode reagir individualmente a um texto, porém a recepção é
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um fato social (este é o horizonte que marca os limites dentro dos quais uma obra/texto
é compreendida em seu tempo).

Já a terceira tese considera a reconstituição do horizonte, Jauss entende que o


valor decorreda percepção estética que a obra/texto é capaz de suscitar por uma nova
obra. Nota-se aqui que o autor pretende afastar a concepção linear e romper com o
horizonte de expectativa, o que era então desconhecido torna-se obvio.

Agora é o momento de o leitor reconstruir o horizonte de expectativa e é na


quarta tese que começa a examinar melhor as relações do texto com a época de seu
aparecimento. O texto responde a necessidades do público que dialoga, sem o que sua
presença não se justifica; significa descobrir como o leitor da época pode perceber e
compreender, recuperando o processo de comunicação que se instalou nas teses
anteriores. Seu estudo investiga a leitura em três aspectos: diacrônico (recepção das
obras literárias/texto ao longo do tempo), sincrônico (mostra o sistema de relações da
leitura numa dada época e a sucessão desses sistemas) e a relação entre a literatura e
a vida prática.

Na quinta tese Jauss descreve o entendimento do caráter diacrônico - uma obra


não perde seu poder de ação ao transpor o período em que apareceu, explicando que é
necessário situar uma obra/um texto no contexto histórico, levando em conta a
experiência que ela propiciou, bem como a especificidade de mediação.

Para o autor, a sexta tese discorre que as obras/textos devem ser lidas a partir
de sua história de recepção, provoca um efeito sincrônico, nela é feita análise
simultânea das mudanças, comparando e descobrindo os pontos de intersecção, os
quais definem seu caráter articulador e acionando o processo da evolução textual, o
que leva a momentos formadores e de rupturas, que desencadeia o aspecto diacrônico,
buscando a recepção inicial do texto.

Já na última tese Jauss propõe um exame das relações da leitura com a


sociedade, abarcando experiências cotidianas do leitor, aqui se pretende romper com
as relações comuns que o leitor tem com os próprios fatos da vida cotidiana,
expandindo o espaço limitado que ele tem do comportamento social, visando novos
8

desejos e pretensões, abrindo caminhos para experiências futuras, despertando assim


o prazer de ler e novas possibilidades de leitura.

Diante da estética da recepção foi trabalhada, com uma única temática,


perpassando as sete teses citadas acima e ampliando cada vez mais os horizontes de
expectativas dos educandos do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual
Prof. Manoel Borges de Macedo, o que contribuiu enormemente para o sucesso da
implementação do referido projeto.

2.1.2 Seção II: O aprendizado da leitura usando como ferramenta a leitura


digital

Na revista interfaces, no artigo “Computador: um recurso para o incentivo da


leitura nos anos iniciais do Ensino Fundamental” aponta que com a Globalização
Mundial na década de 1990, surgiu também a Internet, a qual é um meio de
comunicação instantânea, que trouxe um grande impacto no estilo de vida da
sociedade, devido à facilidade de pesquisa, bem como para a comunicação virtual,
entre outras. Porém é percebido que ocorre o mau uso da internet pelas crianças e
jovens, os quais, na maioria das vezes, copiam trabalhos já prontos ou parte de
pesquisas (usando o CTRLC e CTRLV), o que é muito prejudicial para os alunos de
qualquer série, o que afeta também o processo de aprendizagem. Diante disto é
necessário que as familiares e educadores possam instruir seus filhos e alunos de
como utilizar a internet e esclarecer que ela pode contribuir e ainda acrescentar no
desenvolvimento e aprendizagem do indivíduo e ainda que os professores/as saibam
utilizar as TICs no âmbito escolar, pois se pode perceber que ainda há muito pouco uso
da Internet e dos recursos tecnológicos no processo ensino aprendizagem. Uma das
possíveis causas é a falta de preparação de professores/as para utilizarem o
computador na preparação e aplicação de suas aulas, visto que ainda existem docentes
que se julgam sem capacidade de dominar ou utilizar computador e até mesmo um
vídeo no DVD para ministrar as aulas.(SILVA e LIMA, 2010)

Num mundo globalizado, novas exigências são colocadas e as pessoas precisam


estar preparadas para as mudanças que as tecnologias estão inserindo no paradigma da
9

leitura, trazendo consigo uma transformação dos textos, contextos, nos públicos e
modos de ler. Nessa dimensão, ler é a condição de estar no mundo, criando-o outra vez.
(BELLUZZO, 2011, p.44)

Por outro lado, o computador ainda não está acessível para toda a população
brasileira, o que não permite que todos os brasileiros possam interagir com esta
ferramenta, mas na escola pública do Estado do Paraná, professores e alunos têm
disponível esta ferramenta, através do Paraná Digital e Proinfo, que são programas dos
governos estadual e federal que viabilizaram o uso desta tecnologia no âmbito
educacional.

Nesse contexto, a utilização do computador no âmbito escolar parece adquirir,


gradualmente, um papel específico e relevante para a educação e para a formação do
ser humano, embora as escolas de rede pública não estejam suficientemente equipadas
de computadores e ligadas à internet. Além disso, pode haver professores/as que talvez
não estejam suficientemente preparados/as e qualificados/as para explorarem o
computador como um recurso didático nos processos ensino e de aprendizagem. De
acordo com minha vivência como aluna na Educação Básica, os recursos mais utilizados
para ensinar qualquer conteúdo foram o quadro negro, o giz e o livro didático, embora
haja professores/as que percebam a necessidade de utilizar outros recursos didáticos
para diversificar a prática pedagógica dentre eles o computador. (SILVA e LIMA 2010)

É percebido que no Brasil, ainda não é possível uma educação voltada para o
mundo digital, pois apesar de as escolas estarem munidas de computadores, os
profissionais de educação não estão preparados para o enfrentamento das TICs, pois
os alunos, na sua maioria, tem mais conhecimento digital que os seus professores, o
que vem impossibilitar que nas aulas sejam utilizados apenas os materiais
mencionados pelas autoras.

O conhecimento da informação e da mídia propõe uma nova forma de


alfabetização. Existem os que falam de uma primeira alfabetização, protagonizada pelo
livro e pela cultura letrada, e uma segunda alfabetização que nos abre às múltiplas
escritas que hoje conformam o mundo audiovisual e informático. É por esta pluralidade
de escrita pela qual passa, hoje, a construção de cidadãos que saibam ler e
compreender a informação que está tanto livros como jornais, revistas, videojogos,
videoclipes, CD-Roms, DVDs, TV, Cinema etc. Daí a importância que requer hoje uma
escola capaz de um uso criativo e crítico dos meios audiovisuais e das tecnologias
informáticas (BELLUZZO, 2007, p.51).

Por outro lado também existem educadores que percebem a necessidade de


utilizar mais recursos didáticos, que podem diversificar a sua prática pedagógica, como
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é o caso do computador, o qual é uma ferramenta que está cada vez mais presente na
vida das crianças (alunos), o que pode transformar as aulas, trazendo mudanças
significativas no que diz respeito à comunicação, interação e aprendizado. Mudanças,
que também podem ser aliadas no que diz respeito ao aumento da interatividade em
sala, quando o aluno encontra-se diante do computador, pois este é um universo de
informações, que ele já está envolvido ou tem curiosidade de conhecer. Então com o
trabalho de leitura, usando o computador, tablet e o data show pode se observar que o
conhecimento digital dos alunos contribuíram para que os educandos tivessem maior
interesse no momento da leitura.

2.1.3 Seção III: A importância da Leitura no Mundo Atual


Nos dias atuais, saber ler e escrever é algo a que a maioria dos brasileiros ainda
não tem acesso naturalmente. Essa realidade é comprovada pelo índice per capita de
brasileiros leitores: não se chega a alcançar dois livros por ano para cada habitante.
Justifica-se, assim, o fato de o Brasil ficar com a 85ª posição no quadro do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), estabelecido pela ONU, entre os 187 países do
mundo.

Somam-se às questões sociais, a falta de vontade política de nossos


governantes. Afinal, esta defasagem da leitura entre os brasileiros é também justificada
pelo abismo que existe entre os discursos inflamados que versam sobre a importância
da leitura e as reais possibilidades (tempo necessário, formação educacional,
condições econômicas, etc.) que garantem a sua prática efetiva. Além de tudo isso,
estamos falando de um país que possui 60 milhões de analfabetos plenos e funcionais.
(BAGNO, 2000, p.22).

Segundo da Silva (1993, p.11), “a leitura é um importante instrumento para a


libertação do indivíduo e para o processo de reconstrução de nossa sociedade.” Porém,
vai sempre redundar em aspectos de privilégio de classe e, portanto, sem justiça social;
logo o acesso à leitura e aos livros, em nosso meio, nunca conseguiu ser democrático.
11

Esse autor ainda argumenta que, desde o período colonial, com a reprodução do
analfabetismo, com a falta de bibliotecas e a inexistência de políticas concretas para
popularização do livro, é que vivemos a tão propagada “crise da leitura”. A conclusão de
seus estudos sobre a questão é que o ato de ler, se efetuado dentro dos moldes
críticos, é um “ato perigoso” àqueles que ilegitimamente dominam o poder. (da SILVA,
1993, p. 12).

Todos esses fatores aparecem, segundo estudiosos da questão, na contramão


do trabalho escolar com a leitura. Kleiman, por exemplo, destaca a leitura como
fundamental na solução do próprio aproveitamento escolar; defende que o fracasso
geral dos alunos de 1º e 2º graus é causado pelo fracasso da escola na formação de
leitores. (KLEIMAN, 2008, p.7). Esta autora apresenta-nos situações cotidianas da
realidade escolar que, segundo ela, contribuem para o fracasso na formação de
leitores:

Alarmam-se os professores de Ciências, História e Geografia pelo fato de seus


alunos não lerem, e, no entanto, nada fazem para remediar essa situação. A palavra
escrita é patrimônio da cultura letrada, e todo professor é, em princípio, representante
dessa cultura. Daí que permanecer à espera do colega de Português resolver o
problema, além de agravara situação, consiste numa declaração de sua incompetência
quanto à função de garantir a participação de seus alunos na sociedade letrada.
(KLEIMAN, 2008, p.7).

Kleiman está coberta de razão quando defende que os professores das áreas
de Ciências, História, Geografia e outros, são, de certa forma, responsáveis pela
formação de leitores, já que fazem parte da cultura letrada. Entretanto, ela deixou de
mencionar uma realidade ainda mais trágica entre uma classe de professores que
também possui cultura letrada: os professores de Português. Nem mesmo estes que
têm como uma das tarefas básicas desenvolver um trabalho digno e competente com a
leitura, o fazem. Logicamente, há as exceções. Mas o resultado que temos obtido
mostra-nos que, realmente, trata-se de exceções. Não é raro ouvirmos os próprios
professores de Português e alunos do Curso de Letras (futuros professores de
Português) dizendo que não gostam de ler. Um exemplo é a uma professora (de língua
portuguesa) de uma escola da rede pública no estado do Paraná – durante um estágio
de observação que comentava que possuía grande aversão pela leitura; sempre que o
assunto vinha à tona, ela dizia: “detesto ler”.
12

É por isso que, segundo Pedro Demo, a ênfase à leitura como fundamental
para a aprendizagem, só ocorre de fato nos discursos, pois, no geral, o que tem
ocorrido são as aulas típicas, nas quais “(...) o aluno é compelido a escutar um docente
que também somente copia e repassa, a copiar esse conteúdo repassado, e a
memorizá-lo para reproduzi-lo na prova.” (DEMO, 2005, p.2).
Ora, se o próprio profissional incumbido de instigar o gosto pela leitura, bem
como desenvolver atividades competentes de aprendizagem desta, não gosta de ler,
como será possível desenvolver esse “milagre” nos alunos?

Um professor que não tem o hábito de ler e simplesmente detesta essa


atividade, não deveria estar frente a uma turma, em qualquer área do conhecimento.
Imagine, então, na área de Língua Portuguesa, visto que este ofício compete,
principalmente, ao professor de português, sendo ele, a pessoa mais indicada para
buscar estratégias que possam incentivar seus alunos a terem o gosto pela leitura,
ajudarem a descobrir a importância deste ato, por intermédio de estratégias criativas,
inteligentes e compatíveis à faixa etária da série em que trabalha.
Uma vez que a prática da leitura tem o propósito de formar leitores competentes,
já que isso pode refletir também na escrita, vale a pena buscar formas de o aluno ter o
prazer pelo ato de ler, melhorando assim a qualidade do ensino. Portanto, os
educadores ou estudantes do Curso de Letras, em vez de uma postura de antipatia
frente à leitura, devem, além de desenvolver o seu aprimoramento próprio, pesquisar
formas de estimular futuros leitores.

As tentativas de solucionar esses problemas são muitas. Existe à disposição dos


profissionais, vasta bibliografia que trata a questão da leitura sob os mais diferentes
aspectos; as instituições públicas e particulares oferecem cursos de formação; há
também os cursos de Pós-graduação. O próprio órgão máximo de educação brasileira,
o MEC, por intermédio dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), tem
representado uma força significativa neste sentido, pois vem defender uma proposta de
leitura voltada para a prática de formação de leitores competentes. O perfil do leitor
proposto nos PCNs deve ser o daquele “sujeito” que realiza um trabalho ativo de
construção de significado do texto, a partir de seus objetivos, do seu conhecimento
13

sobre o assunto, do autor, de tudo o que sabe sobre a língua:características do gênero,


do portador, etc. (PCNs, 1997, p. 53).

O aprendizado da leitura significa, assim, uma conquista de autonomia que


permite a ampliação dos horizontes, levando as crianças a gostarem de ler, vencerem
as barreiras da insegurança.
O que se pretende fazer é mostrar que os educadores devem ser orientadores
de leitura, trabalhando de maneira suave para que as crianças criem hábitos de ler. E
para desenvolver a leitura competente é preciso que o professor seja, antes, um leitor
competente.
Nos estudos de Kleiman (2008) a leitura também deve acompanhar a realidade
do leitor, uma vez que não encontraremos homogeneidade em uma sala de aula. Pelo
fato de os alunos apresentarem-se em diversos estágios de desenvolvimento, cabe ao
professor inteirar-se com ele, buscando determinar qual é o seu potencial de
aprendizagem. Portanto, cabe ao professor definir tarefas proporcionais, significativas,
com objetivos já determinados em comum acordo. Se o aluno conhece a natureza da
tarefa estará convencido de sua importância.

Neste sentido, há que se acreditar e investir num trabalho educativo de leitura


como uma “prática social que se remete a outros textos e outras leituras”. (KLEIMAN,
2008, p. 10).

Sendo a leitura considerada uma prática social, necessariamente, fará parte


desta os juízos de valor, isto é, ao ler um texto, os sujeitos colocam em ação suas
crenças, suas atividades, seus preconceitos, etc.

Kleiman exemplifica esses valores demonstrados por intermédio da leitura,


utilizando o texto de uma bula de remédio em uma aula de alfabetização de adultos.
Sendo este texto informativo, sua leitura devia ser segundo a professora, indispensável
a todos, pois, além da informação, representava a divulgação científica sobre o
tratamento da doença veiculada na bula, sem a qual, as pessoas estariam correndo
risco até mesmo de morrer se o medicamento estivesse vencido, se não houvesse
14

respeito pela dosagem correta, ou ainda, pela falta de atenção aos possíveis efeitos
colaterais.

Conforme nos relata a autora, tal expectativa da professora foi derrubada quando
ela percebeu que seus alunos não estavam interessados nas informações contidas na
bula, e, sim, nos benzedores e outros remédios tradicionais que aprenderam a utilizar
em sua história de vida. No entendimento de Kleiman, “a atividade da professora
esbarrou no problema de valores sociais anteriores”(...). A recomendação contida na
bula passa a ser, assim, “inoportuna, tardia, equivalente a ter que pular na água do lago
para poder ler o letreiro que adverte ser perigoso pular.” (KLEIMAN, 2008, p.11).

Exemplos como o apresentado por Kleiman são muito comuns no contexto do


trabalho escolar com leitura. Esta questão também é bastante explorada pelos
Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa. Lá, é definido que a escola
deve procurar conhecer e considerar a história do aluno enquanto sujeito leitor, ao
desenvolver o trabalho de leitura em sala de aula. Até porque é a realidade histórica de
cada aluno, em seu contato com a leitura, que deverá definir a escolha dos textos que
deverão ser explorados, pois, com certeza, será muito mais interessante aos alunos
que o professor leve para sala de aula um texto que faça parte de seu cotidiano.

É neste sentido que em todos os documentos dos PCNs é sempre lembrado aos
educadores que há indivíduos interessados em aprender e, o que aumenta ainda mais
o compromisso de os profissionais assumirem a responsabilidade de fazer desses
indivíduos detentores do conhecimento.

No tocante à detenção do conhecimento de língua, é preciso que os professores


de Português repensem suas estratégias de leitura usadas em sala de aula, pois
“formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê e os
outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto;
que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos
discursivos.” (PCNs, 1997, p.55).

Portanto, qualquer que seja o enfoque dado à leitura nas bibliografias que
dispomos, todas depõem em favor de um leitor que nada tem a ver com a mera prática
15

de decodificação (correspondência de som com a letra). Tal prática configura-se em


uma habilidade necessária, apenas ao sujeito que se encontra no início de seu
processo de alfabetização e que ainda lê vagarosamente.

Neste sentido, o processo de leitura desenvolvido por um leitor que já


ultrapassou a pura correspondência som – letra, não deve ser o de decodificação. É
sobre este aspecto – a leitura para além da decodificação – que estaremos tratando na
sequência.

Para o aluno tornar-se um leitor competente, o trabalho do professor deve se


organizar em torno de uma diversidade de textos que circulam na sociedade em que
vive, tais como panfletos publicitários, jornal dos bairros, e outros. Esse trabalho pode
envolver todos os alunos, inclusive aqueles que ainda não lêem. Afinal, sem a
diversidade textual “pode-se até ensinar a ler, mas certamente não se formarão leitores.
”(PCNS, 1997, p. 55).

Diante deste contexto, no período de implementação, foi proposto aos


professores do Colégio Estadual Professor Manoel Borges de Macedo, em reuniões
pedagógicas, um trabalho que vise mais atenção em relação a leitura dos educandos
nas outras disciplinas, bem como levar aos estudantes a importância que a leitura tem
na vida escolar e também para o seu futuro.

Para o encerramento do projeto, foi feita uma confraternização com os alunos


participantes alguns idosos, momento em que houve a apreciação de todos os
trabalhos realizados durante a implementação das ações, inclusive o e-book. Neste dia
também uma conversação para saber o quanto eles gostaram de participar, o que
sentiram, expectativas que tinham, etc.
A presença da comunidade escolar na apreciação da produção dos alunos foi
importante para nesse evento, pois como muito se discute é essencial o apoio e
interesse da família nas atividades escolares. Esse momento foi significativo, pois os
alunos do 9º B ficaram muito felizes com a participação da comunidade.
16

3 GRUPO DE TRABALHO EM REDE (GTR) SOBRE A PROPOSTA DE


INTERVENÇÃO E SUA IMPLEMENTAÇÃO

Ao relatar as possibilidades que o GTR proporcionou é preciso também


explicitar o que é essa ferramenta. O GTR – Grupo de Trabalho em Rede é uma
proposta de formação continuada, a qual possibilita ao professor e ou gestores PDE –
Programa de Desenvolvimento Educacional, do Estado do Paraná, desenvolver um
projeto de intervenção com aprofundamento teórico, vinculado a uma IES – Instituição
de Ensino Superior. O profissional recebe formação tecnológica, com a finalidade de
garantir o sucesso do GTR - Grupo de Trabalho em Rede, no qual vivencia a
experiência de tutoria, na modalidade de EaD - Educação à Distância. Dessa forma, o
professor PDE assume o processo de tutor e se responsabiliza por coordenar, orientar
e acompanhar virtualmente um grupo de profissionais da Rede Estadual da Educação
Básica de diferentes núcleos, interessados em discutir o tema do projeto. Tais
professores PDE recebem certificação pela sua participação caracterizando-se o GTR-
Grupo de Trabalho em Rede, como estratégia de formação continuada ofertada pela
SEED.
O GTR foi concretizado por meio de fóruns de discussões, partindo de uma
determinada atividade ou uma questão norteadora da qual se desprende do tema do
trabalho do professor ou gestor PDE. Nesse caso, os participantes do GTR, que são
profissionais da área de Língua Portuguesa da Rede Estadual de Ensino do Paraná.
Nas discussões nos fóruns do GTR, muitos debates se desencadearam devido
às questões geradas. Inicialmente a conversa se evidenciou pelas opiniões dos
participantes a respeito da importância da leitura e, nesse sentido, a necessidade de se
trabalhar com essa ferramenta no contexto escolar, principalmente na Sala de Aula do
9º Ano do Ensino Fundamental, como se depreende das considerações selecionadas:

▪ Propor a investigação do papel da escola, no mundo atual, no que diz respeito


à importância de o educando ter o gosto pela leitura, uma vez que este tema é muito
discutido e pouco trabalhado pelos educadores, através de um estudo bibliográfico para
a busca de soluções, que possibilite o aluno a desvendar o prazer de ler.
17

De acordo com os relatos, fica evidente a percepção do grupo quanto à


importância da leitura como ferramenta essencial no trabalho escolar - na sala de aula,
pois o gosto pela leitura é também um estimulante da aprendizagem.
Para trabalhar a leitura, partido do princípio que os professores, cursistas do
GTR são formados em Língua Portuguesa, ocorreu discussões que acredito ter sido a
mais significativa durante o GTR:
• Buscar soluções em bibliografias, que possam auxiliar na descoberta pelo
prazer em ler;
• Estimular o educando na arte da leitura;
• Proporcionar momentos agradáveis no que diz respeito à leitura;
• Propor aos educadores momentos de reflexão, sobre a importância de
desenvolver no educando o gosto pela leitura;
• Experimentar estratégias que levem o aprendiz a ter o prazer pela leitura;
• Oportunizar uma leitura digital, através de links propostos pelo professor;
• Inserir os textos escritos pelos alunos no mundo digital, através da criação de
um ebook.
Diante de tais objetivos, as opiniões se dividiram de algumas opiniões
contrárias, a maioria dos participantes concordou que para uma proposta de trabalho
com leitura é necessário o empenho do professor de português para atrair os
educandos para uma leitura prazerosa Por outro lado os profissionais educacionais têm
de buscar subsídios essenciais para atividades com a leitura de forma que haja
realmente um trabalho direcionado e com objetivos estabelecidos.
Outra questão importante diz respeito à estética da recepção, cujo trabalho com
os alunos aconteceram, pois os GTR pode contribuir que esse é um recurso importante
para o estímulo da leitura, pois oferece ao aluno subsídios para que possa
compreender textos com maior dificuldade, melhorando o processo educacional.
Como mediadora da aprendizagem dos alunos do 9º ano, foi possível perceber
que com a aplicação do projeto, esses se mostram mais interessados e concentrados
durante as aulas, visto que a temática trabalhada faz parte do cotidiano deles, o que
lhes permite aprender mais facilmente os conteúdos trabalhados, além de
demonstrarem maior facilidade em expressar seus sentimentos e opiniões; levando
18

assim a efetivação do gosto pela leitura, que agora passou a ser uma prática prazerosa
entre os estudantes, alguns desses chegam à sala de aula comentando sobre textos
com o tema idoso, os quais ouviram ou leram em comerciais na TV, em novelas ou
filmes e demonstram interesse em na busca de outros textos
A experiência foi positiva, gratificante e trouxe resultados que doravante vão
orientar as práticas dentro da sala de aula. Visto que se trata de uma vivência
transformadora também para o professor, diante disto espero que os demais colegas
que atuam na área de Língua Portuguesa se interessem em multiplicar este projeto em
suas escolas, estendendo aos seus alunos os benefícios que pude perceber nos alunos
em que fizeram parte desta implementação.
19

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo baseou-se nos estudos de: BAGNO,2000; Belluzzo, 2011;


KLEIMAN, 2008; Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná,
2008; ZAPPONE, 2005; ZILBERMAN, 1985; entre outras e foi aplicado na Sala da
turma do 9ºB do Colégio Estadual Professor Manoel Borges de Macedo, visando a
busca pelo gosta da Leitura, cujo tema é: Estudo e Aprendizagem de leitura – Aprender
a gostar de ler na escola, incluindo também ouso das tecnologias no ensino de leitura.

.Assim, o conjunto de atividades desenvolvidas durante o PDE-2013/2014 na


área de Língua Portuguesa teve como objetivo reunir e sistematizar informação para
dar suporte a um trabalho envolvendo a leitura, compreendida como “carro chefe” na
prática pedagógica que foi trabalhado junto a alunos do 9º ano B.
Buscou-se, no curso do trabalho, enfatizar o potencial da leitura no processo de
ensino e aprendizagem, haja vista que a leitura é um poderoso estímulo para a
aquisição dos saberes, além do que a interpretação auxilia no raciocínio matemático, na
compreensão da linguagem e no desenvolvimento da comunicação e, ainda, garante a
apropriação do conhecimento de diversas áreas. Por isso, ao elaborar as atividades
que constam do Projeto de Pesquisa e da Unidade Didática, houve o cuidado de propor
tarefas diferenciadas, que favorecem a aprendizagem de alunos com defasagem
leitora, proporcionando situações de aprendizagem, criticidade, autonomia, elevando,
dessa maneira, os níveis de interpretação de textos.
Não há como negar os imensos benefícios da leitura competente sobre os
aspectos, cognitivos e psicológicos e tampouco deixa-los fora do contexto da turma 9ºB,
pois os alunos, de modo geral, necessitam que seus professores trabalhe usando os
mais variados recursos de aprendizagem, bem como estratégias e ferramentas para
proporcionar-lhes plenas condições de desenvolvimento leitor. Por isso espera-se que,
por meio das intervenções pedagógicas aqui propostas, os alunos possam desenvolver
a leitura, melhorando seu desempenho acadêmico.
Os resultados observados durante a realização das atividades planejadas e as
considerações do GTR mostraram que a estratégia trabalhada é viável, factível e
possível de ser implementada por professores que atuam na sala de aula do Ensino
20

Regular de Língua Portuguesa. Pois pode perceber uma mudança de postura nos
educandos em relação à leitura.
Por fim, é preciso ressaltar que a participação no PDE veio incrementar o
trabalho realizado na disciplina de língua portuguesa do Colégio Estadual Prof. Manoel
Borges de Macedo e organizar um planejamento de atividades pautado no uso da
valorização da leitura e da escrita como ferramenta pedagógica; estruturando, dessa
forma, uma proposta de trabalho dentro das Diretrizes Curriculares do Estado do
Paraná e que será incluída também no Projeto Político Pedagógica da Escola.
Para minha experiência profissional na Educação, a experiência foi de grande
importância, pois permitiu institucionalizar uma prática de leitura – que seja pautada no
interesse do educando, trabalhando temas cotidianos e usando como ferramenta a
informática, que faz parte da vivência dos alunos.
Com o apoio e a estrutura que o PDE proporcionou, pude perceber que poderia
tornar a aprendizagem dos alunos mais prazerosa e busquei estratégias que
contribuíram enormemente para a apropriação do conhecimento leitor dos estudantes.
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REFERÊNCIAS

BAGNO, M. Preconceito Linguistico: o que é, como se faz. São Paulo: edições Loyola, 2000.

BELLUZZO, R. C. B. Tecnologias e a Formação De Leitores: Desafios na Sociedade


Contemporânea, in Ebook:Educaçãoe Tecnologias: Reflexão, Inovaçãoe Práticas2011.

CAGLIARI, L.C. Alfabetização &Linguistica: São Paulo, Scipione, 1994.

DEMO, P.Elaborar É Escrever. Profissão Mestre, Curitiba: Humana Editorial,2005.

KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teoria e prática.10 ed. Campinas, São Paulo: Pontes, 2004.

KLEIMAN, A. Texto e leitor: Aspectos cognitivos da Leitura. 11. ed. Campinas, São Paulo:
Pontes, 2008.

NACIONAIS, Parâmetros Curriculares. Língua Portuguesa, Brasília: Secretaria de Educação,


1997.

PARANÁ, Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa. 2008.


Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov. br/arquivos/ File/ diretrizes/dce_ port.pdf
> Acesso em 09.05.2013.

SILVA, Ezequiel Theodoro da.Leitura & realidade brasileira. 3. ed. Porto Alegre: Mercado
Aberto, 1993.

SILVA,VG. LIMA, EA. Computador: um recurso para o incentivo da leitura Ensino


Fundamental://www.revistainterfaces.com.br/Edicoes/2/2_23.pdf>acesso em 10/05/2013.

ZAPPONE M.H.Y. Estética da Recepção. In BONNICI T.; ZOLIN, L.O. (orgs) Teoria
Literária – abordagens históricas e tendências contemporâneas. 2 ed. ver e ampliar. Maringá,
2005.

ZILBERMAN, R.A leitura na escola. In: ZILBERMAN, Regina (org.) Leitura em crise na
escola: as alternativas do professor. 4. ed. Porto Alegre : Mercado Aberto, 1985.
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Anexos – fotos da implementação

Foto: Alunos da implementação – Casa Lar Santiago

Fonte: Nodari (2013)

Foto: Alunos da implementação – Gênero Propaganda

Fonte: Nodari (2013)


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Foto: Alunos da implementação – Gênero Propaganda

Fonte: Nodari (2013)

Foto: Alunos da implementação – Gênero Entrevista

Fonte: Nodari (2013)


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Foto: Alunos da implementação – Gênero Entrevista

Fonte: Nodari (2013)

Foto: Alunos da implementação – Gênero Entrevista

Fonte: Nodari (2013)


APÊNDICE: Quadro 1 – Planejamento

Nº PERÍODO/DATA CARGA AÇÃO


HORÁRIA

1 Semana 1 hora Apresentação do projeto de intervenção na escola à Comunidade escolar, destacando a


Pedagógica importância do assunto na metodologia educacional.

2 13 de 1 horas Apresentação do projeto para os alunos do 9º ano.


fevereiro de
2014

3 17 de 3 horas Edição dos arquivos da propaganda “Vó Gertrudes em trânsito Modereno: Bliz;
fevereiro de Separar material para produção de uma propaganda.
2013

4 De 17 a 21 de 4 horas Trabalho do Gênero Propaganda – leitura com a temática idoso e produção textual
fevereiro de (paráfrase).
2014

5 24 de 2 horas Correção das atividades anteriores;


fevereiro de Preparação do Material para a leitura e produção do gênero carta.
2014
6 De 24 a 28 de 4 horas Leitura e produção de uma carta - endereçada para uma pessoa idosa.
fevereiro de
2014

7 05/03/12 2 horas Correção das atividades anteriores;

Preparação do material: vídeo e a crônica.

8 De 05 a 7 de 7 horas Leitura, interpretação, análise linguística ; Produção de uma crônica com a temática idoso.
março de 2014

9 10 de março 3 horas Correção das atividades anteriores;


de 2014 Preparação dos materiais: Estatuto, Vídeo Cartilha do idoso, Guia de orientação ao
cidadão; O estatuto do homem.
10 De 10 a 19 de 12 horas Leitura do Estatuto do idoso, utilizando vídeo e cartilha;
março de 2014 Leitura do Estatuto do Homem de Thiago Mello

Produção escrita do estatuto do idoso, usando como base os textos estudados na


unidade;

11 24 de março 2 horas Correção das atividades anteriores;


de 2014 Organização da Visita ao Asilo Casa Lar Santiago, (fazer as compras das frutas e preparar
as autorização de passeio para os alunos).

12 De 24 a 28 de 3 horas Visita ao Asilo Casa Lar Santiago, nesta visita os alunos irão levar frutas para fazer uma
março de 2014 alimentação com eles.

13 1 de abril de 1 horas Correção da atividades anteriores;


2014 Preparação as autorizações para os alunos;

Redação da entrevista e organizar os formulários de entrevista.

14 De 1 a 4 de 2 horas Elaboração de uma entrevista;


abri de 2014 Entrevista com um idoso.
15 3 horas Correção das perguntas da entrevista;

Organização do empréstimo dos exemplares do livro “Olho de Vidro do Meu Avô”

16 De 07 a 25 de 10 horas Leitura do livro “O Olho de Vidro do Meu Avô” de Bartolomeu Campos Queirós, o qual foi
abril de 2014 lido, inicialmente, em sala e depois em casa.

Interpretação do livro;

Os alunos contaram uma história de um idoso.

17 28 de abril 4 horas Correção das atividades anteriores;

Selecão os textos para compor o e-book, iniciar a digitação e formatação do referido


documento.

18 De 28 de abril 2 horas Montagem um e-book com todos os textos escritos pelos alunos.
a 9 de maio

19 4 horas Produção e organização dos convites para o evento de lançamento do e-book (pais,
professores, convidados e palestrantes)
20 De 12 de a 23 4 horas Evento para o lançamento do e-book. Neste dia foram convidados alguns idosos que se
de maio destacam na cidade para promover palestras, “contação” de histórias sobre as memórias
da sociedade riobranquense e os temas saúde e bem estar do idoso, ministrado por
profissionais da área de saúde.

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