Histórico Do Projeto Paleoindígena
Histórico Do Projeto Paleoindígena
Histórico Do Projeto Paleoindígena
RESUMO
O presente artigo apresenta um histórico da pesquisa realizada pelo arqueólogo Eurico Miller,
conhecido como PROPA ou Projeto Paleoindígena, cujo objetivo era o estudo de caçadores-
coletores antigos. O trabalho traz o conteúdo de fontes primárias encontradas durante nossa
pesquisa no Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul, tais como fichas de sítios e relatórios
do projeto.
ABSTRACT
This article presents a historical research conducted by archaeologist Eurico Miller, known as
Project PROPA or Paleo-Indian, whose objective was the study of antique hunter-gatherers.
In this text, we bring the content of primary sources found during our research at the
Archaeological Museum of Rio Grande do Sul, such as chips of sites and project reports.
*
Doutor em Arqueologia pela Universidade de São Paulo. Professor Associado da Universidade Federal de
Santa Maria.
113 Saul Eduardo Seiguer Milder
VOL. I, 2013, Santa Maria, RS: Laboratório de Estudos e Pesquisas Arqueológicas Editores. Jul 2013/Jun2014.
HISTÓRICO DO PROJETO PALEOINDÍGENA 114
DOCUMENTAÇÃO PRIMÁRIA
Documento 01
Programa de Pesquisas Arqueológicas Sobre o Paleoíndio Paleofauna, Paleoclima,
do Rio Uruguai Rio Ibicuí e Áreas Próximas do Rio Grande do Sul, Brasil.
Sec-Dac–Marsul-Relatório-Paleoindian Research- Fund. No.Sfc 2-5879
Primeira Fase (1/15/72 A 1/15/73)
Responsável: Eurico Theófilo Miller
Sec-Dac-MARSUL
Programa de Pesquisa Arqueológico sobre Paleoíndio, Paleofauna,
Paleoclimatologia, do Rio Uruguai, do Rio Ibicuí e Áreas Próximas do Rio Grande
do Sul, Brasil.
1 Quando Eurico T. Miller foi expulso do Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul, não tendo mais acesso a
ele, toda a documentação gráfica ficou disponível. Alguns arqueólogos contemporâneos acreditam que ainda
existam mais documentos sobre as pesquisas em poder de Miller. Podemos até dizer que existe uma idéia
mítica de arquivos escondidos ou arquivos em código sobre o PROPA e demais trabalhos realizados no
MARSUL, quando estava sobre o controle absoluto de Miller. Nós, ao pesquisarmos amplamente a
documentação existente e os procedimentos adotados, podemos concluir que toda a documentação do PROPA
está disponível devido ao sistema de registro adotado pelo pesquisador. A sua sistemática era elaborar uma
ficha de sítio, uma de catálogo e esboçar alguns croquis e fichas de datação do Smithsonian. Mantivemos
contato com a Drª. Betty Meggers para sabermos se havia no Smithsonian alguma documentação gráfica do
PROPA, sua resposta foi: Unfortunately, this and the other projects were terminated prematurely when Miller
was expelled from the MARSUL, with negative implications for the programs that he was conducting in
association with the Smithsonian. I do not believe that we have any records not duplicated in the MARSUL
archive. However, even if any exist, I cannot supply them. It has always been our policy in
collaborating with colleagues in Latin America, that all data are their property and Can be published
only with their permission. Desta forma acreditamos que se criou um folclore e opiniões acirradas sobre
o trabalho de Eurico T. Miller.
2
Miguel Bombin foi o único dos pesquisadores do Projeto que publicou alguns resultados. Os demais ou
não chegaram efetivamente a trabalhar no projeto ou não tiveram chance de levar ao prelo seus
resultados.
3
A escavação no Cerrito Dalpiaz resultou em uma vasta coleção, porém com datações do Holoceno
Recente, em nada tendo a ver com o Paleoindígena da transição pleisto-holocênica.
4
As escavações arqueológicas em locais riquíssimos em restos fósseis podem levar a interpretações
equivocadas de associações de materiais arqueológicos e paleontológicos, muitas vezes causados pela
ação natural. A identificação correta dos processos taxonômicos podem auxiliar a interpretação de
depósitos fósseis. Muitas vezes conjuntos de ossos não apresentam evidências de materiais líticos
associados, porém os mesmos podem ter marcas de origem antrópica, devido a a tividades de caça e
subsequente desmembramento dos animais. Os estudos tafonômicos revelarão sempre coleções ligadas a
três tipos de depósitos esqueletais. O primeiro é o deposito geológico, onde se encontram animais
geralmente jovens ou velhos que morrem durante trocas climáticas. Os corpos geralmente serão
consumidos por carniceiros, microorganismos, cobertos por sedimentos, oxidados, decompostos.
Somente uma parcela destas amostras preserva-se pela da mineralização. A acumulação de fósseis em um
determinado lugar indicaria um microambiente próprio para a preservação e uma estação do ano
adequada para a cobertura sedimentar. Não só os processos geológicos acumulam ossos, mas também os
animais carnívoros ou onívoros realizam depósitos de ossos que podem to rnar-se fósseis. Geralmente
estas coleções são compostas por elementos do pós-crânio de animais jovens ou crânios de animais
adultos agigantados. Pode-se salientar, ainda, que alguns carnívoros acumulam ossos em suas tocas ou
ninhos para decorá-los ou enfeitá-los, como é o caso dos chacais e raposas. Os ossos acumulados por
animais possuem marcas em suas epífises e diáfises, revelando geralmente processos mastigatórios. Em
sítios cobertos, como abrigos ou grutas, os arqueólogos podem ser enganados por depós itos de
regurgitamento, feitos por determinados animais que devolvem ao meio um grande número de ossos que
não podem ser digeridos. Os sítios de acumulação humana são claros em suas características, pois estão
dispersos em um seleto microambiente favorável a sua preservação. A presença de artefatos sempre ajuda
a reforçar a natureza do depósito. As características predominantes são o alto índice de fragmentação dos
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HISTÓRICO DO PROJETO PALEOINDÍGENA 116
ossos, evidências de queima. Os sítios considerados de matança fornecerão amplas coleções de ossos
articulados, ossos axiais, baixa diversidade de espécies, limitada dispersão. Os sítios de habitação
apresentarão coleções de ossos totalmente desarticulados, fragmentados, dispersos, ossos apendiculares e
alta diversidade de espécies. Algumas chaves no processo de escavação são necessárias para que possa
definir claramente o tipo de depósito que está sendo escavado: identificação da matriz sedimentar,
orientação do osso, inclinação, dispersão, padrões de agregação de diferentes ossos e diferentes
biomassas. As escavações arqueológicas, em locais com amplo registro fóssil pleistocênico pode causar
problemas de interpretações e associações, principalmente em sítios arqueológicos do sudoeste do Rio
Grande do Sul, onde ocorre um predomínio dos sítios em planícies aluvionares com grandes efeitos de
sedimentação diacrônica.
5
Ignoramos se houve as consultas bibliográficas. Se ocorreram, Eurico Th. Miller não utilizou os dados
abundantes da arqueologia uruguaia que se referem à linha de fronteira onde foram i dentificadas as
Industrias Catalanense e Quaraiense. Ainda nos anos setenta muitas pesquisas alavancaram os trabalhos
de arqueologia no Uruguai, porém em nenhuma publicação Eurico Th. Miller se refere ao lado oriental
do rio Uruguai e sul do rio Quaraí, muitos menos revisa os dados de Schmitz e Brochado para a região.
6
A região normalmente recebe um volume de 1.400 a 1.500 mm anuais, segundo levantamento do Projeto
RADAM-Brasil, na seção de Climatologia.
7
A datação deste sítio é de 33.600+- 1.500 (SI 2350). Ignoramos porque Eurico Th. Miller não mais
menciona a associação de megafauna deste sítio em suas publicações. Recentemente, os ossos fósseis
foram localizados pelos paleontólogos da Fundação Zoobotânica que estão tratando de sua identificação.
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HISTÓRICO DO PROJETO PALEOINDÍGENA 118
A jazida do Jarau8 forneceu pouco carvão e foi extraído de uma lente (fogueira
paleoindígena?) Sem evidências líticas ou ósseas, material carbonizado: capim (?).
Os fósseis animais foram encaminhados ao Museu Riograndense de Ciências
Naturais9 - SEC- Porto Alegre -RS, onde estão em estudo pelos profs. Paula Couto e
Miguel Bombin, que apresentam maiores detalhes no apêndice. Vários locais foram
examinados superficialmente e grande número de outros de maneira alguma o foi
devido às inundações.
Algumas destas jazidas eram totalmente desconhecidas até o presente pelos
especialistas e mesmo pelos moradores da região. Visitamos alguns colecionadores
de fósseis obtendo uma visão complementar da fauna extinta da Campanha.
Climatologia
Foram recolhidas algumas amostras de solo fóssil para estudo polínico e efetuadas
observações sobre espécimes vegetais atuais que poderiam funcionar como relictos e
indicadores climáticos. Maiores detalhes com Bombin no apêndice.
Geologia - geomorfologia
As jazidas fossilíferas em nascentes de cursos d’água encontram-se em leitos
comprimidos em terrenos colinosos fortemente dobrados e declives acentuados e a
disposição dos restos fósseis dão a entender que foram rolados e dispersos.
Neste exame preliminar observa-se uma semelhança dos sedimentos pleistocênicos
desde o Arroio Chuí (litoral) até o Rio Quaraí (Campanha). Mais detalhes com
Bombin no apêndice.
Pretendemos exames mais competentes e acurados por ocasião das escavações
futuras, quando contaremos com a eficiência do Dr. Hardy Jost.
Observações:
Existem testemunhos consistentes do Paleoindígena na região da Campanha do Rio
Grande do Sul - Brasil. As evidências conhecidas ainda são poucas e estão muito
dispersas.
Os objetivos da primeira fase - outros sítios Paleoindígenas - não foram atingidos
sendo necessário ao programa novas tentativas (um ou dois anos) com condições
pluviométricas favoráveis. Em 1974 não estaremos restringidos ao verão (nosso
presente inverno apresenta-se seco e quente, diverso do normal).Aguardar os
resultados de outras pesquisas futuras propostas para delinear as escavações
possíveis, segundo os dados a serem obtidos, complementados os já existentes.
Relatório de pesquisas
Paleo-Indian Research - fund. No. SFC 2-5859
Relatório das despesas da primeira fase do Programa de Pesquisas Arqueológicas
sobre o Paleoíndio, Paleofauna, Paleoclimatologia do Rio Uruguai, Rio Ibicuí e
Áreas Próximas do Rio Grande do Sul, Brasil.
Despesas efetuadas de 15/3/72 a 15/3/1973
1. Pesquisas de campo - equipamento.
1.1-Material permanente
2 (duas) barracas (2x3m)
1 (uma) lona impermeável (7x10m)
2 (duas) lanchas (2,7mx5, 7m).
1 reboque p. lancha (6m)
2 (dois) motores de popa, Johnson, 5,5 e 35 HP.
1 reforma de uma Rural Willis
6 (seis) conjuntos de camas, cobertas, mosquiteiros, etc...
1 (um) conjunto de material de cozinha, panelas, pratos, fogareiro a gás, talheres,
etc...
Ferramentas para escavações e reparos dos motores.
Bibliografia especializada
Mapas (72)
Tambores plásticos p. combustível (10)
Total de equipamento permanente...Cr $ 21.883,27
8
As datações para as amostras deste sítio resultaram em 29.800+-1.200 (SI: 2353).
9
Atualmente transformado em Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e Museu de Ciências Naturais.
1.2Material de consumo
Papel milimetrado, preservativos, sacos de papel, sacos plásticos, cópias, xerox etc.
filmes, slides (35mm) coloridos e brancos e pretos (120mm), revelações, gasolina,
óleo, gás, lubrificação, lavagens reparos e manutenção do veículo, das lanchas e
motores, reparo da máquina fotográfica, medicamento.
Total do material de consumo...Cr $ 9, 020,38.
Manutenção em campo dos especialistas e ajudantes e mão-de-obra:
Manutenção em geral...Cr $ 1.874,55
Mão- d e - obra...Cr$ 4.627,50
Ajuda de custo...Cr$ 6.000,00
Total do custo do pessoal e manutenção de Campo...Cr$ 12.502,05
2. Pesquisa de laboratório
2.1 Material permanente reforma da rede elétrica, lâmpadas, tomadas:... .Cr$
1.086,18
2.2 Material de consumo
Paleo-Indian Research - fund. No. SFC 2-5859
2.2.1 correspondência
2.2.2.sacos plásticos, sacos de papel, fita durex, papéis etc...Cr$ 1.098,68
Total geral das despesas...Cr$ 44.503.38
Auxílio recebido...Cr$ 44.681,27
Despesas...Cr$ 44.503,38
Saldo...Cr$ 177,89
Documento 02
Plano de Pesquisa
Sec-Dac
Título: Programa de pesquisas Arqueológicas sobre o Paleoindígena, paleofauna e
paleoclima do rio Uruguai, Ibicuí e áreas próximas do Rio Grade do Sul, Brasil.
Programa de pesquisas Arqueológicas sobre o Paleoindígena, paleofauna e
paleoclima como o título explicita é um programa que abrange vários projetos
interdisciplinarmente.
Sua origem tem como causas principais: o achado de um sítio arqueológico
associado à fauna pleistocênica extinta, em 1968 durante o 3º ano do Programa
Nacional de Pesquisas Arqueológicas. O desconhecimento quase integral de paleo
evidências que permitissem a reconstrução concreta da ecologia do pleisto-holoceno.
Por proposta do Smithsonian Institution, Eurico Th. Miller elaborou o projeto sob o
nome acima citado, tendo como pesquisador principal:
Eurico Th. Miller
Como arqueólogo: Eurico Th. Miller
Como coordenador dos projetos de pesquisa sobre paleofauna e paleoclima:
Darcy Clós.
Como Paleontólogos e ecólogos: Paula Couto e Miguel Bombin
Como geomorfólogo: Hardy Jost.
Uma vez aceito o plano do Programa para 05 anos consecutivos pelo Smithsonian
Institution, o mesmo teve início, em 1972, devendo perdurar até 1977.As despesas
de campo e instrumental necessário para as mesmas foram e estão sendo financiadas
pelo S.I.
Dentro do Programa, os projetos visam em primeiro a localização de sítios
paleoindígenas e paleontológicas intimamente associados ou não.10
Em segundo e a partir dos sítios localizados efetuar as escavações necessárias para a
coleta de todos os testemunhos relativos ao programa. Em 1973, devido à intensa
pluviosidade os projetos foram em grande parte prejudicados. Em 1974, com um
10
Novamente Eurico Th. Miller deixa explícita sua metodologia oportunística, p ois relaciona os sítios
paleoindígenas a sítios paleontológicos de mamíferos.
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HISTÓRICO DO PROJETO PALEOINDÍGENA 120
Relatório de 1974
Sec-Dac
MARSUL
Parte técnica:
1. Introdução: Dentre os projetos propostos para o programa de trabalhos de campo
e laboratório de 1974 foram executados:
1.1.com verbas do IPHAN14 de Cr$ 8.138,90.
1.1.1.Localização e identificação de sítios arqueológicos (amostragem das
evidências arqueológicas).
1.2.Com verbas do Smithsonian.
1.2.1.Escavações paleoindígenas no sítio RS I 66 Milton Almeida, dentro do
programa de Pesquisas paleoindígenas.
1.3.Análise de Laboratório.
2. Descrição: síntese do programa de trabalho de campo e Laboratório de 1974.
2.1.Foram localizadas, identificadas e efetuadas amostragens das evidências em 21
sítios arqueológicos.
2.1.1.Os 21 sítios compreendem:
8 sítios arqueológicos paleoindígenas e com restos ósseos de megafauna
pleistocênica extinta.15
12 sítios arqueológicos pré-cerâmicos do Complexo Itaqui.
1 sítio arqueológico cerâmico da Fase Ibirapuitã
Localizam-se as margens do rio Uruguai e afluentes, nos municípios de Uruguaiana,
Itaqui, Alegrete e São Francisco de Assis. As amostragens dos sítios paleoindígenas
perfazem 2.727 evidências líticas16 e 114 ósseas, e caracteriza-se pela ausência de
11
Esse é o sítio RS I 66, Milton Almeida.
12
As fichas de Catálogo do sítio RS I 66, Milton Almeida, e as próprias anotações de Eurico Th. Miller
sobre o pagamento dos operários que trabalhavam no sítio datam 12-05-74 como o último dia de
trabalho.
13
Essas coleções estão na sua maioria, perdidas, espalhadas entre a Fundação Zoobotânica e MARSUL sem
catálogo ou qualquer referência. Estas evidências poderiam fazer parte dos sítios arqu eológicos com
megafauna enumerados por Eurico Th. Miller, porém não há referência alguma ligando os fósseis aos
sítios ou materiais arqueológicos. Muitos dos fósseis têm a sua procedência indicada pela densa
impregnação de CaCO 3, revelando, assim, sua procedência estratigráfica da formação Touro Passo.
14
Miller na sua publicação de 1987, não menciona o financiamento das pesquisas pelo IPHAN.
15
E. Miller comenta em (1976, p.487): De 1972 a 1974 foram localizados mais 14 (catorze) sítios
paleoindígenas contendo restos ósseos de fauna extinta. Todos estes sítios localizam-se nas margens de
cursos de água e principalmente confrontes ou próximos a corredeiras, desde afloramentos rochosos ou
aglomerados de seixos, estendendo-se, estratigraficamente, à base da camada V (tida pelo autor como o
final de um período de clima semi-árido) .
16
Os números apresentados por Eurico Th. Miller, na publicação mencionada no relatório (Miller, 1976),
somam um total de 2.052 peças líticas e não há menção do número de peças ósseas.
17
Neste ponto Miller aponta ser um trânsfuga conceitual, pois passa a mencionar paleoíndio. Paleoíndio é
uma referência a ocupações humanas da América do Norte onde cronologia e ergologia são claramente
definidas.
VOL. I, 2013, Santa Maria, RS: Laboratório de Estudos e Pesquisas Arqueológicas Editores. Jul 2013/Jun2014.
HISTÓRICO DO PROJETO PALEOINDÍGENA 122
Documento 03
Relatório-1975
Sec-Dac
MARSUL
Parte Geral
1. Eurico Theófilo Miller
2. Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (MARSUL)
3. Título do Projeto:
Programa de Pesquisas arqueológicas sobre o Paleoíndio, Paleofauna, paleoclima do
rio Uruguai, Ibicuí e áreas próximas do RS.
4. Tipo de Bolsa e Auxílio:
4.1.Bolsa: Especial de Pesquisa V (renovação) Processo Antropologia 41/74.
4.2.Auxílio: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
4.3.Auxílio: Smithsonian Research Foundation, Washington D.C.20560-Paleo-
Indian Research- Fun.SFC 2-5879.
5. Regime de Trabalho: Tempo Integral
6. Período de Vigência:
6.1.Bolsa: 12 meses (março 1975-fevereiro 1976)
6.2.Auxílio: 05 anos (março 1972- fevereiro 1977)
Parte Técnica:
7. Introdução
Dentre os pontos específicos do plano de pesquisa proposto pelo programa foram
executados:
7.1.Localização de mais 06 (seis) sítios paleoindígenas além dos 14 (catorze)
identificados em 1974-75 e um (1) sítio localizado em 1967-68, no Rio Grande do
Sul.
7.2.Testes estratigráficos e escavações com coleta In situ de evidências
arqueológicas (líticas).
7.3.Coleta de amostragens de carvão para as datações absolutas pelo método de C
18
14.
7.4.Limpeza e catalogação das evidências arqueológicas.
8. Descrição:
8.1.Os trabalhos de campo de localização e identificação de sítios paleoindígenas
além da área da região da Campanha gaúcha estenderam-se ao nordeste do Estado
compreendendo porções do Planalto e da Depressão Central, motivados:
Pela presença ou ocorrência fortuita e acidental 19 de restos de megafauna extinta
(Osório Irai...).Pela presença, nos patamares de rios e suas barrancas, Sinos etc. de
solos assemelhados aos já contatados na Campanha Gaúcha, ou seja, solos que
refletem o potencial fluvial, havendo uma sucessão cronológica do Pleistoceno
superior com solos formando grosso modo três (3) horizontes estratigráficos
principais, sendo que o inferior, raramente não esta encoberto pelas águas fluviais, e
se constitui de bancos de seixos rolados e ou de areias grosseiras. O estrato
intermediário é constituído de solos argilosos com sucessão brusca para o estrato
superior constituído por solos arenosos e humosos. Cada um destes horizontes pode
ser, por sua vez, subdividido em vários outros estratos.
Por ser o nordeste do Estado a região de maior índice pluviométrico contrastando
sensivelmente com a Campanha. Por seu provável maior potencial florístico e
faunístico, na época paleoindígena, considerando, como hipóteses de trabalho, como
reflexo de provável potencial hídrico superior ao da Campanha dentro do mesmo
horizonte temporal, e os possíveis reflexos na presença do paleoíndio na porção
nordeste do Estado.
18
Miller em nenhum de seus relatórios apresenta qualquer datação de C 14; isso mantinha também a
comunidade científica na expectativa.
19
Miller não explicita o que seria uma ocorrência acidental de megafauna.
20
Esses sítios depois serão chamados de Imbaá, porém com o número 70 e 71. Não se sabe porque E urico
Th. Miller trocou os números de catálogo dos sítios. Até mesmo nas fichas de datação aparecem
determinados números que, posteriormente, nas publicações estão relacionados a outro sítio. Miller
trocou as datações ou reorganizou as coleções.
VOL. I, 2013, Santa Maria, RS: Laboratório de Estudos e Pesquisas Arqueológicas Editores. Jul 2013/Jun2014.
HISTÓRICO DO PROJETO PALEOINDÍGENA 124
12.Projetos
12.1.Para 1976-77 estão previstos, devidos os resultados obtidos, três projetos:
1º Pesquisas arqueológicas Paleoindígenas na Campanha (Uruguaiana).
2º Pesquisas arqueológicas paleoindígenas no nordeste do RS.
(as demais páginas do relatório tratam das pesquisas em Rondônia e Mato Grosso).
21
J. Brochado, em comunicação pessoal, diz que Eurico Th. Miller acreditava em uma evolução local de
uma tradição cultural com ampla valência temporal, até mesmo em um desenvolvimento da agricultura
local, independente dos demais centros agrícolas.
22
J. Brochado em comunicação pessoal, diz que esta tradição não faz parte do PRONAPA e que não aparece
na literatura. Talvez fosse uma criação temporária de Miller.
Documento 04
Relatório 1976
Parte Geral
Eurico Theófilo Miller
Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (Marsul)
Título do Projeto: Pesquisas Arqueológicas nos Sítios Paleoindígenas RS-I-69:
Laranjito e RS-I-70: Imbaá23 -1.
Tipo de bolsa e auxílios:
Bolsa FAPERGS - Especial de Pesquisa - Arqueologia 85/76
Nível -V (Renovação - segundo).
Auxílios: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Smithsonian Institution, USA - Paleo-Indian Research - Fund. Número 2-5859
Regime de Trabalho: Especial (integral) Período de Vigência: Bolsa Especial de
Pesquisa, meses; março/76 a fevereiro /77.
Parte técnica
Introdução: as escavações fornecem dados para responder à maioria dos itens
inclusos no plano de pesquisa, principalmente no sítio RS-I-69: Laranjito devido a
sua maior altimetria em relação ao nível oscilante do Rio Uruguai. Este sítio
apresenta o nível paleoindígena superior a, em média, 100 cm positivos.
Originalmente o projeto compreendia apenas o sítio RS-I-70: Imbaá -1. Foi
ampliado devido às dificuldades acima apontadas. Pouco material arqueológico foi
obtido neste sítio, onde uma escavação contínua e sistemática é norteada pelas águas
que encobrem fácil e constantemente, por estar, em média, os apenas 50 cm
positivos das mesmas.
Assim, as escavações arqueológicas foram reguladas pelo Rio Uruguai, ou seja,
constante no sítio RS-I-69: Laranjito e, ocasionalmente em RS-I-70: Imbaá.
8-Descrição: Trabalho de Campo e Técnicas.
Após determinar as áreas a serem escavadas, em cada sítio arqueológico, estas foram
quadriculadas em unidades com dois metros de lado, tendo as mesmas
desenvolvidas paralelamente ao Rio Uruguai. Tendo as estacas como referência
elaborou-se um mapa topográfico, das áreas a serem escavadas, de cada sítio e das
circunvizinhanças; As escavações foram efetuadas em níveis de 1 (?) em 10
centímetros subdividindo a maior parte dos sedimentos naturais. Horizontalmente,
ou seja, planimétricamente a escavação acompanhou concordantemente o
desenvolvimento da estratigrafia natural, em ambos os sítios.
Usou - se preferencialmente o método de escavação por raspagem e incisões de 5
em 5 milímetros, devido à textura e consistência dos sedimentos férteis em
evidências arqueológicas. Em RS-I-69: Laranjito foi possível um poço teste o
embasamento do arenito metamórfico, que se situou a 150 centímetros abaixo do
Rio Uruguai médio, perfazendo ao todo 650 centímetros de profundidade.
Constatou-se a existência segura de mais três níveis arqueológicos, representados
por restos de carvão e artefatos líticos. Portanto em RS-I69: Laranjito existe pelo
menos quatro níveis arqueológicos Paleoindígenas.
As evidências tanto arqueológicas como paleontológicas de natureza lítica, óssea e
vegetal, amostragens de solo para exame polínico etc., foram devidamente
coletados, acondicionados, rotulados, catalogados em campo e, quando os casos, em
laboratório foram limpos e novamente catalogadas.
As escavações foram acompanhadas por registros fotográficos panorâmicos,
estratigráficos, das técnicas empregadas e, das evidências arqueológicas e outras
quando de utilidade científica. Paralelamente, foi efetuado o mapeamento das
evidências In situ.
23
Confirmam-se aqui as notas anteriores de que Miller trocou a catalogação dos sítios sem explicações para
os financiadores. O sítio mencionado aqui já faz parte, em nosso entendimento, de um subprojeto do
PROPA.
VOL. I, 2013, Santa Maria, RS: Laboratório de Estudos e Pesquisas Arqueológicas Editores. Jul 2013/Jun2014.
HISTÓRICO DO PROJETO PALEOINDÍGENA 126
situação abaixo do nível médio do rio Uruguai e a intensa infiltração das águas
através das vertentes.
Outras conclusões, dependentes das análises finais, serão apresentadas quando do
relatório final deste projeto. Outras ainda dependerão de mais escavações em RS-I-
70: Imbaá em 77/78, por solicitação e sugestão do especialista em paleoíndio do
Smithsonian Institution Dr. Dennys Stanford que apreciou no Marsul, na primeira
quinzena de dezembro /76, os resultados arqueológicos dos sítios Paleoindígenas.
Também participaram do encontro os Drs. Clifford Evans e Betty Meggers do SI
que opinaram pela continuidade dos trabalhos.
Documento 05
Relatório Final - 1977
Parte geral
Eurico Theófilo Miller
Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (Marsul)
Título do Projeto: Pesquisas Arqueológicas nos Sítios Paleoindígenas RS-I-69:
Laranjito e RS-I-70: Imbaá.
Tipo de Bolsa e Auxílio:
Bolsa: FAPERGS- Especial de Pesquisa - Arqueologia 85/76 NÍVEL V (Renovação
- segunda).
Auxílio: Smithsonian Institution, USA - Paleoindian Research - Fund. No. SFC 2-
55879.
Regime de Trabalho: Especial (integral).
Período de Vigência: Bolsa Especial de Pesquisa, 12 meses: março / 1976 a
fevereiro /1977.
Parte Técnica
Introdução: As escavações e investigações de 76/77 forneceram uma gama de dados
satisfatórios, em nível de primeiro projeto, - para responder à maioria dos níveis que
compõem o plano de pesquisa, com especial destaque do sítio RS-I-69: Laranjito,
devido a sua maior altimetria em relação ao rio Uruguai. RS-I-69: Laranjito
apresenta nível arqueológico Paleoindígena superior a, em média, 100 cm positivos.
Originalmente o projeto compreendia apenas o sítio RS- I - 70: Imbaá-1. No entanto,
devido às dificuldades oriundas - da instabilidade e oscilação das águas do rio
Uruguai, o projeto foi ampliado para minimizar o efeito prejudicial das pequenas
cheias, conforme comunicado de agosto de 1976. Por estar a apenas 50 cm acima
das águas normais e mais sujeito às submersões aquática, pouco material
arqueológico foi extraindo deste sítio. Não foram possíveis escavações contínuas e
sistemáticas.
Assim, as escavações arqueológicas junto ao rio Uruguai, em estratos contendo (?)
evidências Paleoindígenas, constituir-se-ão em empreendimentos de difícil
execução, como o estão sendo estes dois sítios Arqueológicos, interrompidos pelas
cheias, seja de curta ou longa duração, confrontando-se com problemas de ordem
científica e econômica principalmente, originados pelas cheias que além da
destruição dos estratos geológicos, miscigenam as evidências arqueológicas, nelas
contidas. A retomada das escavações, pelos trabalhos extras e períodos de tempo
inativos, representam um encargo econômico não previsível e só agora avaliava.
Descrição: Trabalho de Campo e Técnicas.
As áreas selecionadas para escavações, após a coleta de superfície prioritária,
obedeceram à mesma quadriculagem de coleta superficial, tanto em estratos
geológicos contendo evidências pré-cerâmicas arcaicas como evidências
Paleoindígenas. Foram quadriculadas em unidades com dois metros de lado, com
desenvolvimento paralelo a margem do rio Uruguai. Em cada sítio, elaborou-se um
mapa topográfico, das áreas a serem escavadas e das circunvizinhanças.
As escavações foram desenvolvidas em níveis de 10 em 10 centímetros,
subdividindo a maior parte dos estratos naturais. Planimétricamente a escavação
VOL. I, 2013, Santa Maria, RS: Laboratório de Estudos e Pesquisas Arqueológicas Editores. Jul 2013/Jun2014.
HISTÓRICO DO PROJETO PALEOINDÍGENA 128
24
Na Formação Touro Passo e demais depósitos fluviais da região, os sedimentos foram depositados em
forma de cunha, assim, é impossível escavar planimetricamente sem misturar elementos de camadas
litoestratigráficas diferentes, e por consequência, o material arqueológico. A grande interrogação é:
quando os estratos litoestratigráficos e antropogênicos não são divisíveis por 10, qual deve ser a atitude
do arqueólogo ou o critério para uma subdivisão? Poderemos ainda cogitar quando dentro da
litoestratigrafia ocorrem várias ocupações separadas por milênios, porém estando na mesma massa
homogênea serão escavadas em níveis artificiais misturando cronologias diferentes e até talvez grupos
como economia igual, mas com características étnicas e sociais diferentes. Fica claro que quando
trabalhamos com níveis artificiais não estamos interessados em etnicidade ou relações sociais dentro do
espaço capsular do sítio arqueológico basta apenas recolher materiais arbitrariamente divididos dentro de
uma ótica cartesiana de rigorosos 10 cm.
25
Miller demonstra uma tendência de sua época onde tudo que está na superfície é rolado e tudo que esta
em camadas estratigráficas está In situ. E Miller ignorava que existem componentes primários, para que
se possa considerar uma dimensão geoarqueológica dentro de um determinado estudo. Um dos
componentes é a formação do sítio com a ação de pessoas, animais, agentes geomorfológicos, sediment os
arqueológicos e biogenéticos. Desta forma, deve-se fazer uma distinção dos materiais: (a) material
produzido no sítio pelas pessoas ou animais, sua forma original e sua forma final; (b) materiais que
representam alterações bioquímicas; (c) materiais que foram transformados primariamente e compõe um
novo sedimento de origem humana e atuação de agentes físicos. Avaliação do processo de
arqueosedimentação para elucidar as atividades no assentamento no espaço e no tempo. As modificações
ocorridas no material arqueológico antes do soterramento do sítio também devem ser apreciadas: ação da
água, gravidade, deflação e remoção humana intencional; modificações pós-deposionais: animais
fossadores, organismos subterrâneos, expansão e contração dos sedimentos e alter ações bioquímicas.
Posteriormente pode ocorrer a destruição do sítio e dispersão dos artefatos causados por: umidade,
chuvas, deflação e intervenção humana. A interpretação das evidências como primárias, semiprimárias ou
contexto secundário.
VOL. I, 2013, Santa Maria, RS: Laboratório de Estudos e Pesquisas Arqueológicas Editores. Jul 2013/Jun2014.
HISTÓRICO DO PROJETO PALEOINDÍGENA 130
26
O sítio RS I 69, o Laranjito, apresenta os referidos fogões de E. Miller. A cronologia do sítio vai de 9.620
a 10.985 anos antes do presente. Fica muito claro a diacronia dos fogões, portanto não se pode imaginar
que os vários fogões sejam contemporâneos e que representem um momento único na ocupação do sítio.
Documento 06
Apêndice ao Relatório Paleoindian Research-Fund.N. . SFC2-5879
Programa de Pesquisas Arqueológicas sobre o Paleoíndio, Paleofauna, Paleoclima
do Rio Uruguai, Rio Ibicuí e áreas próximas do Rio Grande do Sul, Brasil.
Relatório de Paleoecologia27 - primeira fase (1/15/72 a1/15/73), Miguel Bombin.
Introdução
Na organização preliminar do projeto, tinha-se pensado numa estratégia, dividindo
as áreas de estudo em quatro compartimentos: Arqueologia, Geologia, Paleontologia
e Palinologia. Após os primeiros contatos com os consultores, feitos por nosso
intermédio e com preparativos para o trabalho de campo e mesmo após a realização
deste (em condições precárias, devido a fatores climáticos, conforme esta explicada
no Relatório Miller), ficou evidenciado, ao nosso ver, a necessidade de um
remanejamento na filosofia de pesquisa, subdividindo o projeto em apenas dois
compartimentos: Arqueologia e Paleoecologia, fundamentado no seguinte:
Sendo o fim último das áreas geológica e paleontológica, conclusões convergentes
de ordem paleoecológica e cronológica, que sirvam de fundamento às finalidades da
Arqueologia, o desenvolvimento de pesquisas paralelas e específicas de geologia e
paleontologia, hipertrofiariam estas áreas, com dispersão de recursos:
Quase o mesmo se poderia dizer em relação à palinologia, devendo - se abandonar,
para cumprir as finalidades precípuas do projeto, o esquema tradicional, ou seja,
partir do conhecimento da flora atual, pois, no Rio Grande do Sul, existem muitas
lacunas taxonômicas e nada a respeito do pólen e cujo conhecimento, é tarefa para
muitos pesquisadores, durante muitos anos. Sugerimos uma metodologia nova, com
finalidade exclusivamente paleoecológica, baseada nas associações de famílias,
gêneros ou espécies índices e no aspeto global do espectro polínico.(Para maiores
detalhes, veja o nosso projeto de pesquisa em palinologia); Ficam simplificadas e
mais objetivas a coordenação e execução do projeto.
Assim sendo, dentro desta orientação, foi iniciadas a compilação da bibliografia
necessária e a elaboração dos objetivos e métodos a serem utilizados.
Objetivos da área paleoecológica
Em longo prazo - Estabelecer qual o impacto do paleoíndio, sobre a megafauna
extinta no Quaternário superior do Rio Grande do Sul, correlacionando, se possível,
com fenômeno idêntico em outros pontos da América.
Em médio prazo - Através do estudo da composição das populações de grandes
mamíferos, dos espectros polínicos e dados geológicos, estabelecer quais condições
paleoecológicas, reinantes no Quaternário superior do Rio Grande do Sul, quando da
chegada do Homem Antigo na América e durante a sua dispersão.
Em curto prazo - formar coleções paleontológicas sistemáticas e acumular
evidências de caráter paleoecológico, especialmente através dos métodos
sedimentológicos, geomorfológicos e palinológico.
Metodologia da área paleoecológica (a curto prazo)
1. Paleontologia - Visitar afloramentos fossilíferos conhecidos e realizar novas
prospecções em sedimentos quaternários, para: 1.1. Conhecer as suas
potencialidades para o projeto;
1.2.Recolher amostragem para fins taxonômicos e cronológicos
1.3.Localizar possíveis associações megafauna/paleoíndio.
2. Palinologia - concomitantemente com a prospecção:
2.1.Recolher amostragem nos sedimentos quaternários; 2.2. Estudo de ambientes de
sedimentação atuais c/ relação à associação vegetal circunvizinha, para aperfeiçoar o
método;
27
O trabalho de Miguel Bombin resultou em uma publicação denominada : Modelo Paleoecológico
evolutivo para o neoquaternário da região da Campanha-Oeste do Rio Grande do Sul (Brasil), a
Formação Touro Passo, seu conteúdo fossilífero e a pedogênese pós-deposicional. Comunicações do
Museu de Ciências PUCRS. Porto Alegre, v. 15, 1976,190p.
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HISTÓRICO DO PROJETO PALEOINDÍGENA 132
implementos líticos primitivos, no Lajeado dos Fósseis (Rio Ibicuí), com 12.770 + -
220 (SI - 802).
Observação sobre a pesquisa de campo em santa vitória do palmar
Uma rápida prospecção foi realizada na bacia do Arroio Chuí, tendo sido observado,
e m síntese:
Observações geológicas - o mais interessante, é que se encontra uma semelhança
estratigráfica bastante grande com a bacia do Rio Uruguai, com exceção da unidade
I, acha-se representado um sedimento fino, cinzento, flúvio - lacustre,
correspondendo à unidade II, da bacia do Uruguai, recoberto por um nível de
paleossolo, em tudo idêntico ao nível edafoestratigráfico III da bacia do Uruguai,
inclusive com concreções calcárias. Finalmente, há também um nível de solo preto,
correspondendo à unidade IV do Rio Uruguai. Maiores observações serão feitas a
posteriori, inclusive tratando do problema da transgressão pósglacial, que neste caso
tem interpretação estratigráfica.
Observações paleontológicas - neste local, encontramos uma representação
muitíssima mais abundante, qualitativa e quantitativamente da fauna Lujanense;
embora tenhamos feito uma prospecção muito rápida e não tenhamos encontrado
restos de paleoíndio, até agora, acreditamos ser uma área muito promissora para o
projeto, ainda mais tendo em vista as datações de C 14 obtidas (entre 7.000 e 9.000
anos AP. segundo comunicação pessoal de Paula Couto).Os fósseis aparecem no
leito do arroio, que foi dragado recentemente e ao nível da água, no sedimento
flúvio-lacustre. Esta formação fossilífera estende-se por muitos quilômetros, na
Planície Costeira Meridional, inclusive com extensão submarina, na plataforma
continental.
Andamento das pesquisas palinológicas
Até o presente momento, limitamo-nos a testar o método, tanto nos seus aspectos
técnicos, como funcionais. Dos métodos de separação experimentados, tem
funcionado melhor, acetólise e centrifugação, entretanto, continuamos tentando
encontrar um sistema mais prático, para padronizar a pesquisa. Quanto à riqueza
polínica, os sedimentos finos, que contém a fauna mamalógica, têm se revelados
promissores e a conservação são satisfatórios, podendo prever a viabilidade de
aplicação do método.
Documento 07
N. do Sítio: I - 72.
N. do Corte: Teste 1.
Nome do Sítio e Profundidade da Escavação: PALMITO -1 480-520 cm
N. de Catálogo: 5160.
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HISTÓRICO DO PROJETO PALEOINDÍGENA 134
Documento 08
N. do Sítio: I-71.
Nome do Sítio e Profundidade da Escavação: Barbosa 0-400cm
N. de Catálogo: 5159.
Situa-se a margem esquerda do rio Uruguai, acima da confluência com o rio Ibicuí,
cerca de 10 km no município de Itaqui. A estratigrafia está incompleta conforme o
modelo Laranjito, porém os horizontes principais são os mesmos. Está presente a
camada sete sem evidências arqueológicas e abaixo desta camada oito composta de
solo argiloso castanho escuro entremeado de extratos areno-argilosos cinza-azulado.
Nesta camada transparecia restos de carvão, líticos e ossos de fauna extinta. Foi
extraído carvão para datação cerca de 15m. Rio acima encontra - se o estaleiro de
motor e bomba de irrigação de arroz. O solo está embebido por óleo e carvão atual.
Parece que o sítio se constitui somente neste foco ou conjunto de evidências.
Eurico Th. Miller 08/4/74
Documento 09
N. do Sítio: I-70.
N. de Corte: teste 3 e 4.
Nome do Sítio e Profundidade da Escavação: Imbaá-1 620-700cm
N. de Catalogo: 5158.
Em 1976 pretendeu-se uma escavação de salvamento, porém as constantes cheias
não o permitiram, contudo mais dois testes foram efetuados com a coleta de líticos
não associados a carvão há 200m rio abaixo dos testes 1 e 2 (1974) e um teste a 5m
contra o barranco (em relação á 1974). O resultado foi compensador, pois além de
algumas lascas foi escavadas uma ponta-de-projétil com concreções de CaCO3 no
nível paleoindígena pela estratigrafia não perturbada. Foi elaborado um segundo
desenho estratigráfico.
Eurico Th. Miller 25/5/76
Documento 10
N. do Sítio: I-70.
N. do Corte: 1 e 2.
Nome do Sítio e Profundidade da Escavação: Imbaá-1 700- 750cm
N. de Catálogo: 5158.
Situa-se a margem esquerda do rio Uruguai. O nível paleoindígena está a 710 cm
abaixo do topo do barranco, na porção junto às águas. A profundidade dos
sedimentos que o encobrem diminuem em direção ao barranco. Está encimado pela
camada sete não portadora de evidências arqueológicas. Atualmente existe um
arroio em meio ao sítio, não parece pleistocênico pela estratigrafia Estende-se por
algumas centenas de metros acompanhando uma extensa corredeira basáltica,
confronte a uma ilha. As evidências apresentam-se em conjunto ou núcleos. Grande
parte está à mostra devido à erosão fluvial, muito forte neste local e
conseqüentemente o sítio está extensa e intensamente obliterado (veja desenho).
Foram efetuados dois testes com coleta de evidências líticas e ósseas.
Eurico Th. Miller 14/4/74
Documento 11
N. do Sítio: I-66.
Nome do Sítio e Profundidade da Escavação: Milton Almeida teste a 250 cm
N. de Catálogo: 4533.
Este sítio situado à margem direita do rio Touro Passo, junto a uma corredeira, em
terras de Milton Almeida, foi o primeiro sítio arqueológico do Programa de
Pesquisas Paleoindígenas, a apresentar características cronológicas sem dúvida
pleistocênicas28, no município de Uruguaiana. As evidências arqueológicas
transpareciam na barranca há 250cm abaixo do topo e a 45cm abaixo acima do
embasamento basáltico (barranca). Estendia-se em linha horizontal por 6m de
extensão. No teste, que abrangeu extensão por 60 cm barranco a dentro e cerca de
30cm acima e abaixo, além do nível citado, nos demais nada se apresentou, ou seja,
o material arqueológico formou um estrato com no máximo 15cm de espessura. As
evidências compostas de lascas, tendo na maioria raras evidências de uso, pré-
formas de raspadores e talvez facas (?), apresenta incrustações de CaCO 3 ora em
forma de concreções ora em figura de radículas. Alguns líticos soltos, acima desta
camada, evidenciam as possibilidades de artefatos nas camadas superiores. Estão
densamente concretados com CaCO3. Estratigraficamente observa-se as seguintes
características: primeiro solo humoso cinza escuro com +- 30cm, segundo solo
quase negro argiloso com algum CaCO3 na base e com +- 60 cm, terceiro solo
argiloso cinza escuro com abundantes concreções de CaCO3, quarto solo cinza e
cinza claro com concreções no topo principalmente, pouco argiloso, quinto solo
cinza claro a palha e base avermelhada com contato com seixos e embasamento
basáltico, CaCO3 em dissolução e algumas concreções.
Eurico Th. Miller 14/01/74
Documento 12
N. do Sítio: I-66.
N. do Corte: escavações.
Nome do Sítio e Profundidade das Escavações: Milton Almeida, níveis de 0-390 cm.
N. de Catálogo: 4534 a 4706.
As escavações extensas e intensas deste sítio tiveram início em 17/2/74 com
participação de 8 a 14 operários29 de Uruguaiana. Estratificam Para fins
arqueológicos nos baseamos na descrição de 14/1/74 contida na ficha I-66: Milton
Almeida número 4.533. As evidências escavadas depois de lavadas foram, com
etiquetas, postas em sacos de papel e plástico. Sempre que evidente eram inscritas as
observações necessárias, nos invólucros, para evitar a confecção de centenas de
fichas que iriam se repetir nos detalhes desnecessariamente. Miguel Bombin retirou
uma coluna de solo para exames polínicos. Foram executadas medições altimétricas
pelo topógrafo Gama do DNER. Executamos a escavação por quadrículas de 2x2 m
e de 10 em 10 cm, orientado o nível de acordo com a estratigrafia natural. Os
desenhos necessários foram elaborados em papel milimetrado em escala 1:100 a
partir de um datum. Maiores detalhes vejam os esboços. Somente na base do sítio
junto ao basalto é que se evidenciaram dois fogões e raros restos ósseos na quase
28
O sítio, devido aos componentes litoestratigráficos, poderia indicar uma idade pleisto -holocênica, pois se
situava na transição entre a Conglomerática e Lamítica. Os testes de C14 indicam uma data com
referencial no holoceno antigo.
29
As fotografias deste sítio, publicadas por Miller (1987), indicam que inúmeros operários trabalharam. O
material retirado do sítio na sua grande maioria, era componente geológico do nível Conglomerático, ou
seja, tudo o que permanecia na peneira era embalado e guardado, mesmo sendo seixos e clastos, já
também definidos por Bombin (1976).Esse é um outro sítio que revela uma ocupação ininterrupta até a
superfície, negando qualquer período em que ocorreu um abandono da região.
VOL. I, 2013, Santa Maria, RS: Laboratório de Estudos e Pesquisas Arqueológicas Editores. Jul 2013/Jun2014.
HISTÓRICO DO PROJETO PALEOINDÍGENA 136
Documento 13
N. do Sítio: I-96.
N. do Corte: superfície.
Nome do Sítio e Profundidade da Escavação: Fagundes
N. de Catálogo: 5538.
Localizado no município de Uruguaiana, Estância Imbaá de José Câmara Fagundes
morador na sede a rua Gal. Câmara 2068, fone 441.O sítio é visível somente junto
ao rio Uruguai sobre um afloramento rochoso e junto à barranca de 6 a 2 m de
altura, constantemente erodida palas cheias. A várzea para plantio de arroz e criação
de gado bovino e cavalar é utilizada. Situa-se a 1,5km abaixo da confluência do
Uruguai com o Touro Passo. As evidências arqueológicas cobrem um período
cronológico do Pré-ponta-de projétil até Tupiguarani (um caco de cerâmica, fase
Icamaquã simples) conforme as evidências In situ 30 nas vários estratos da barranca.
Os sítios situados próximos do rio e sobre as partes mais baixas do afloramento
rochoso, estão cobertos pela pátina de óxido de manganês (cor grafite). Somente
duas ponta-de-projétil (flecha), várias facas bifaciais, grande quantidade de
raspadores altos e sobre lâminas lembrando os da Ilha Quadrada (Itaqui). Como na
maioria dos sítios deste rio, este material compõe-se de evidências de vários estratos
distintos e sua análise e interpretação não poderão ser tomados como definitivos.
Não existe nenhuma sanga nas proximidades; a situação do sítio justifica-se por ser
confronte a uma extensa e suave corredeira que facilita a pesca.
Eurico Th. Miller 08/4/76
Documento 14
N. do Sítio: I-68.
Nome do Sítio e Profundidade da Escavação: Ribeiro 0- 350cm
N. de Catálogo: 5155.
Este sítio situa-se a margem esquerda do Rio Touro Passo em uma curva fechada do
mesmo onde recebe um afluente que seca na estiagem. Está em terras do campo que
cobre as coxilhas rasas que constituem a topografia local.
O sítio compreende material ósseo, lítico e carvão acumulado em uma cascalheira
pleistocênica. Serve para demonstrar o deslocamento e aprofundamento do leito do
Touro Passo. Está encoberto por sedimentos argilosos de várias cores contendo
CaCO3 dissolvido e em concreções. Parte do sítio já foi erodido e em poucos anos
nada mais restará in loco, indo provavelmente formar outra cascalheira. Maiores
detalhes vejam croquis e descrição estratigráfica de I-66 e I-69, pois apresenta uma
camada ou horizonte estranho aos afluentes do Rio Uruguai onde é comum.
Eurico Th. Miller 03/4/74
30
O perfil estratigráfico deste sítio aparentemente não existe, mas ele demonstra que há uma continuidade e
sucessão de ocupações humanas regionais, ou seja, não houve uma interrup ção ou um abandono da região
pelos caçadores ou ceramistas em qualquer período. Essas colocações podem ser observadas em Kern
(1991) e Schmitz (1984 e 1985).Mesmo que Eurico Th. Miller tenha essa ideia, a sua própria pesquisa
direciona para conclusões diferentes com base nos dados empíricos.
Documento 15
N. do Sítio: I-67
N. do Corte: teste
Nome do Sítio e Profundidade da Escavação: Touro Passo 0- 650 cm
N. de Catálogo: 5175
Para introdução veja descrição do I-66. Este sítio situa-se a margem direita do rio
Touro Passo. Não há evidências de corredeira natural. Do topo à base da barranca
tem-se 630cm de altura. Não se percebe o embasamento rochoso. Por essa razão a
estratigrafia no sítio apresenta uma camada cinza azulada aos 600cm de prof. e
inexistente em I-66. Esta camada ora argilosa ora arenosa contendo fragmentos
ósseos de fauna extinta e carvão. Na camada inferior a esta, há abundância de ramos
de arbustos pleistocênicos perfeitamente conservados. Resumidamente doas 400 cm
são raros os líticos e preferencialmente situados, ou melhor, presos na camada que
contém abundantes concreções de CaCO3. Nos demais aspectos a estratigrafia é a
mesma que em I-66. A vegetação é de campo com matas pequenas e ciliares, a
topografia é levemente ondulada com afloramentos rochosos no topo das coxilhas.
Eurico Miller 01/4/74
Documento 16
N. do Sítio: IJ-67
Nome do Sítio e Profundidade da Escavação: Pessegueiro 560 - 620 e 680 - 750 cm
N. de Catálogo: 5162 a 5163
Situa-se a margem esquerda do rio Uruguai, confronte a Ilha Quadrada, município
de Itaqui de Itaqui, na fazenda do Pessegueiro. Foram efetuados dois testes 31 (veja o
desenho). A estratigrafia difere levemente do modelo Laranjito. As evidências líticas
paleoindígenas somam mais de 10 conjuntos com abundâncias de lascas, núcleos
raspadores, bifaces, etc. A vegetação é composta de campo e mata ciliar. A área é
usada para agropecuária. O sítio é bastante extenso (+- 500 m) junto a uma
corredeira e uma escavação intensa e extensa seria desejável e promissora.
Eurico Th. Miller 17/4/74
Documento 17
N. do Sítio: I-69.
Nome do Sítio e Profundidade da Escavação: Laranjito, 0-700cm.
N. de Catálogo: 5157.
Situa-se a margem esquerda do Rio Uruguai em terras de Antônio Brum de
Uruguaiana devido à erosão fluvial e pluvial o sítio em parte desapareceu estando o
material lítico paleoindígena misturado com líticos do complexo Itaqui, mais
recente. Também pela erosão perto do sítio ainda existente está livre de 600cm de
espessura de sedimentos. Uma camada branquicenta e resistente, sem evidências
arqueológicas é uma constante no Rio Uruguai e, encimado o material arqueológico
pleistocênico o separa do Complexo Uruguai. A datação por C 14 desta camada bem
como ela mesma servirá como indicador cronológico, climático e arqueológico para
os sítios do Rio Uruguai em suas media e baixa porções. O carvão é abundante e se
31
O registro do MARSUL mostra que foram feitos nove cortes estratigráficos, utilizando -se como critérios
níveis artificiais de 50 cm. Os números de catálogos abertos para essa coleção são 5.162 e 5.163 para os
níveis superficiais, e de 6.104 a 6.131, para os cortes e seus respectivos níveis.
VOL. I, 2013, Santa Maria, RS: Laboratório de Estudos e Pesquisas Arqueológicas Editores. Jul 2013/Jun2014.
HISTÓRICO DO PROJETO PALEOINDÍGENA 138
Documento 18
N. do Sítio: I-69.
N. do Corte: poço teste, escavação.
Nome do Sítio e Profundidade da Escavação: Laranjito 710-920cm
N. de Catálogo: 5559 a 5560.
Poço testes para testar arqueológica e estratigraficamente os sedimentos até o
embasamento rochoso (veja os desenhos). Com uma abertura de 280b x 150 cm o
teste iniciado abaixo das evidências paleoindígenas aos 710 cm de prof. apresentou
uma série de estratos alternadamente ora mais argilosos ora mais arenosos de
coloração distinta, sendo cinza - azulada os argilosos e ocre a branco os arenosos. As
evidências arqueológicas apresentam-se camadas argilosas e em duas arenosas,
constituindo-se por carvão, percutores e lascas todos em pequena quantidade, com
uma prof. respectiva de 790 -795, 815 -820 e 840- 860 cm abaixo do topo do
barranco atual. O corte atingiu até 920 sem apresentar outros indícios arqueológicos.
Os níveis mais profundos levam números 5559 e 5560 respectivamente na ordem
direta de profundidade. Uma seqüência de amostras de cinco em 5 cm dos estratos
de 710 a 920 cm foi embalada em sacos de papel para exame polínico.
Eurico Th. Miller 4/6/76
Documento 19
N. do Sítio: I-69.
N. do Corte: escavações.
Nome do Sítio e Profundidade da Escavação: Laranjito 680-710 cm
N. de Catálogo: 5539 a 5558.
As escavações iniciaram-se em fevereiro de 76 prolongando-se intermitentemente
devido às chuvas e cheias até 4/6/76. Foi efetuada acompanhando a estratigrafia
natural abaixo da camada sem evidências arqueológicas de cor branquicenta com
CaCO3 em dissolução que leva o número 7 em nosso esquema arqueológico (veja
ficha n. 5.157 e croquis).O estrato é levemente ondulado e inclinado para o eixo do
rio. O carvão é abundante. As evidências líticas formam focos ou conjuntos. Além
do material que está In situ foi coletado material pertencente obviamente
(estratigrafia) ao Complexo Itaqui supostamente misturado do paleo ao arcaico. A
tipologia do material incluindo ponta-de-projétil pedunculadas e pequenas
raspadores e bifaces vieram fornecer uma característica inesperada ao paleoíndio.
Foi coletados semente carbonizada e carvão para datação.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
VOL. I, 2013, Santa Maria, RS: Laboratório de Estudos e Pesquisas Arqueológicas Editores. Jul 2013/Jun2014.
HISTÓRICO DO PROJETO PALEOINDÍGENA 140