(Coven Melrose) 03 - para Sempre Meu Amor (RevHM)
(Coven Melrose) 03 - para Sempre Meu Amor (RevHM)
(Coven Melrose) 03 - para Sempre Meu Amor (RevHM)
1 Distúrbio do sono que pode afetar pessoas que viajam rapidamente em vários fusos horários.
— Descanse um pouco, Sam. Tenho certeza de que você e
Dorian vão adorar conversar mais tarde, — Kevyan disse, beijando
seu companheiro na boca antes de sair da sala.
Dorian conduziu Sam escada acima, descrevendo o layout da
casa para ele.
— É uma casa de três andares. O último andar é onde meu
quarto e o de Kevyan está localizado. É o único cômodo naquele
andar. No segundo andar, a ala leste tem o escritório de Kevyan, três
pequenas suítes e o berçário. Na ala oeste estão os quartos. A ala
leste está fora dos limites para todos, exceto para a família, já que é
onde as crianças estão. Os guardas garantem que seja relativamente
seguro.
— Por quê?
Dorian acenou com a cabeça.
— Kevyan leva a segurança a sério. Ele prefere prevenção
do que sequestro. Maria usa um dos quartos da ala leste, e Rorik
ainda é jovem, então abrimos espaço para ele em nosso quarto, em
vez de estar no berçário. Isso não é do conhecimento comum.
Preferimos deixar que os outros acreditem que Rorik usa o berçário,
para o caso de alguma surpresa.
— Bem pensado. Com o quão estupidamente rico seu cara
é, há muito com que se preocupar.
Dorian olhou Sam de lado e sorriu antes de conduzi-lo até a
ala oeste e abrir a primeira porta, que levava a um quarto.
— Este é o seu quarto, e qualquer coisa que não goste, me
avise e farei a mudança.
Sam entrou na sala com Dorian e examinou o lugar. A sala
de estar era ricamente decorada, mas ainda tinha um toque caseiro.
Uma TV de tela plana ficava encostada em uma parede com móveis
dispostos ao redor, as cortinas estavam puxadas para trás e a sala
era muito iluminada e acolhedora. Caminhou mais para dentro da
sala e abriu a porta do quarto.
— Eu amo isso. É perfeito. Obrigado, cara.
Dorian sorriu, embora houvesse uma expressão em seus
olhos antes de se proteger.
— Nós precisamos conversar.
Sam voltou um olhar surpreso para o seu melhor amigo e ele
poderia dizer que algo estava incomodando o outro homem.
— Tudo bem.
Dorian acenou com a cabeça.
— Não agora, entretanto. Descanse um pouco. O jantar é
às seis na sala de jantar, térreo, pelo corredor e pela primeira porta
dupla à sua esquerda. Não é difícil de encontrar, mas se você se
perder, pergunte a alguém. Conversaremos amanhã.
Dorian girou nos calcanhares e saiu pela porta com Sam
seguindo atrás. Assim que Dorian saiu, Sam fechou a porta atrás
dele e voltou para o quarto, que se tornaria seu a menos que
decidisse se mudar. Mas, quão grande o lugar era, era improvável
que isso se tornasse um problema. Estava claro que, se desejasse,
poderia passar dias sem ver mais ninguém, mas não era um eremita
completo, embora fosse grato pela consideração por sua privacidade.
Caminhou em direção à cama king-size situada no meio do
quarto e desabou sobre ela, olhando para o teto. O quarto era
perfeito para ele. Era como gostava de arrumar o seu próprio quarto,
na época em que ainda morava em um condomínio de dois quartos
durante a faculdade. Seu amigo realmente havia se preparado para
sua chegada.
A cama ficava bem no meio do quarto, era grande e
confortável. Um espelho de corpo inteiro decorava uma parte da
parede, de onde podia ver seu reflexo perfeitamente claro da cama.
A cama ficava de frente para a janela até o chão, com a cabeceira
voltada para a entrada. Deitado na cama, Sam podia ver a vista do
lado de fora. Observar a bela paisagem de árvores altas e nuvens
brilhantes do meio-dia enquanto descansava confortavelmente em
sua cama era o que mais amava. Encarar o céu noturno e as estrelas
era uma maneira rápida e segura de adormecer. Era uma de suas
peculiaridades que ninguém, exceto sua família, entendia. Apesar de
crescer com Dorian e ser amigo de infância, ele tinha um segredo.
Para ser justo, toda a sua geração tinha um segredo, que nunca
revelaram a ninguém além da família, que compartilhava o mesmo
segredo.
Sua família inteira, desde que alguém podia se lembrar, era
de uma linhagem de bruxas. Era um segredo bem guardado, mesmo
daqueles de sua família que não eram magos. Era assim que o seu
segredo de família era guardado.
Ele nunca disse ao Dorian sobre a sua linhagem. Era
proibido. A família praticava seu ofício e treinava as novas gerações,
eles até se reuniam com outras famílias como eles durante o
encontro sagrado, mas ninguém sabia sobre eles. Eram um grupo
muito reservado, vivendo no meio de humanos e muito cientes das
outras espécies lá fora.
Desde que eram crianças, Sam sempre soube que havia algo
diferente em Dorian. A curiosidade foi o que primeiro o motivou a
procurar a companhia do outro garoto. O fato de que a resposta à
sua curiosidade o iludiu o deixou totalmente louco. Estava ansioso
para descobrir o que havia de tão especial e diferente nele. Era ainda
mais frustrante quando sentia aquele formigamento de diferença
sempre que via Dorian. Apesar de conhecê-lo por um período de
tempo, nunca disse uma palavra sobre suas suspeitas,
especialmente quando Dorian parecia completamente ignorante do
que ele era.
O mistério só foi resolvido quando os dois atingiram a
puberdade e Dorian passou pela sua primeira mudança,
transformando-se em um lobo branco puro com a ajuda da lua cheia.
A parte boa? Eles haviam acampado naquele fim de semana por
conta própria, com um jogo de verdade ou desafio totalmente
estabelecido. A parte ruim? Bem, não exatamente uma coisa “ruim”,
mas tinha custado muito para convencer o lobo a não o machucar.
Não só isso, mas Sam também teve que perseguir o lobo
super-rápido, realmente irritante e provocador. O lobo tortuoso tinha
desacelerado tempo suficiente para ele alcançá-lo, mesmo quando
estava sem fôlego, mas ainda correu rápido o suficiente para que
não houvesse descanso até que o lobo fosse caçar e fizesse sua
primeira matança para o jantar.
Quando Dorian voltou no dia seguinte, não tinha ideia do que
tinha acontecido com ele. Ele sabia com certeza que havia perdido
algum tempo, mas o que aconteceu durante esse tempo estava
perdido, não tinha ideia. Sam o vestiu no dia seguinte, esperando
que ele acordasse. Sam tentou sutilmente dar uma dica sobre o que
aconteceu com Dorian, mas o outro homem parecia genuinamente
confuso e assustado. Sam não teve outra escolha a não ser envolver
sua família, contando-lhes toda a verdade, embora implorando que
não dissessem nada ao Dorian sobre isso.
Sua família ficou surpresa ao ouvir a notícia, mas
concordaram em ajudar distraindo a família de Dorian enquanto os
meninos iam acampar a cada lua cheia. Sam teve uma ideia,
envolveu sua família e implorou sua ajuda quando recusaram o plano
que Sam apresentou. Eles só concordaram quando perceberam os
méritos do plano.
Usando todos os truques que conhecia, Sam convenceu
Dorian a acompanhá-lo nas viagens de acampamento, explicando
que eram uma maneira de ficar longe de tudo e de sua família. Disse
ao Dorian que a sua família o havia deserdado por ser gay e, embora
fosse um plano rebuscado - e extremamente louco, por sinal - valeu
a pena. Dorian não tinha ideia do verdadeiro motivo por trás das
viagens, mas concordou, e então eles lideram com a verdadeira
natureza de Dorian.
Não tinha sido fácil, especialmente quando Dorian queria
procurar ajuda profissional para saber por que estava tendo brancos
durante períodos específicos do mês, mas Sam convenceu o outro
homem do contrário, explicando o que aconteceu durante esses
momentos. Dorian estava cético, mas quando as histórias
combinavam, ele não teve outra escolha a não ser acreditar -
especialmente quando aquele período durou cinco anos.
Pelo que viu de seu melhor amigo, Sam sabia que de alguma
forma, apenas de alguma forma, que Dorian tinha chegado ao fundo
de todos os seus brancos. O homem parecia tão confiante em sua
pele que não havia absolutamente nenhuma maneira de que não
soubesse sobre sua herança ou exatamente o que era.
Não se deixou enganar nem um pouco pela simples
explicação de Kevyan simplesmente ser um magnata rico. Soube
imediatamente quando viu aqueles guarda-costas e os habitantes da
cidade por quem cruzavam em seu caminho, bem como aqueles que
moravam na casa - exatamente o que eram. Ninguém menos que
vampiros. Sua espécie não tinha nenhum problema contra as outras
espécies. Eles viviam pela regra de “viva e deixe viver”, mas irrite
um deles e será uma guerra sangrenta.
Sendo quem era, Sam sabia que a história de merda que
Dorian contou sobre um filho adotivo era uma mentira total e
completa. Rorik era o filho de Dorian e Kevyan. A semelhança era
fantástica, e a aura ao redor da criança nada mais era do que uma
mistura de Dorian e Kevyan juntos. A energia em torno da criança,
que provaria para qualquer mago que se preze a verdadeira linhagem
de uma pessoa, era a combinação certa.
Era uma coisa boa nenhum deles saber exatamente quem
ele era. Porém, beber seu sangue seria uma maneira infalível de
remediar isso. Também era bom que não deixaria isso acontecer.
Gostava de ser anônimo e iria mantê-lo assim. Se ninguém lhe
fornecesse uma explicação da verdade, fingiria ignorância.
— Sente. Vamos conversar.
Dorian fez um gesto para que Sam se sentasse em frente a
ele.
Estavam no jardim, com refrescos colocados na mesa. O
jardim era um dos lugares mais bonitos da mansão e que Dorian
havia projetado e construído para si mesmo. Ele precisava de um
lugar para relaxar, e onde melhor do que um lugar seguro no terreno
da mansão? O jardim dava para a lateral da mansão, isolado por
enormes arbustos plantados ao redor.
O solo era pavimentado com grandes lajes de pedra,
artisticamente dispostas entre canteiros de flores coloridas. No meio
do jardim havia uma estátua de um lobo e um vampiro amontoados,
cuspindo água na fonte. Dorian fez a estátua para representá-lo em
sua forma de lobo e Kevyan, e mesmo agora, tomou seu tempo para
admirá-la e o que ela representava.
No jardim, havia várias áreas de estar, com cadeiras
dispostas em torno de mesas redondas no meio e algumas cadeiras
compridas apenas espalhadas. A fonte de água e as lindas flores
davam à área um bom ambiente e uma fragrância agradável,
tornando-a um local relaxante.
— Uau. Esse lugar é muito lindo, de tirar o fôlego! — Sam
exclamou e, de fato, era.
— Obrigado. Mandei projetar para mim, e amo como ficou,
— Dorian disse com um sorriso. Ele engoliu um biscoito de chocolate
com um copo de leite.
Dorian olhou pensativamente ao redor, sem saber por onde
começar. Queria atrair seu amigo, fazer a pergunta que mantinha
dentro dele desde a lua cheia logo após o seu acasalamento com
Kevyan. Sabia que algo estava acontecendo, mas não era algo que
pudesse falar pelo telefone, e foi por isso que manteve isso no fundo
de sua mente por mais de dois anos - até que viu seu amigo
novamente - antes de finalmente colocar tudo para fora.
— Apenas cuspa, Dorian. Eu posso ver o quanto isso está te
incomodando, — Sam disse, recostando em sua cadeira.
Dorian riu, embora faltasse alegria, olhando seu amigo e se
perguntando o quanto sabia sobre essa pessoa em quem confiava
desde a infância. Passou a mão pelo cabelo curto e loiro.
— Não sei por onde começar.
— De onde você quiser ou se sentir confortável. De
preferência do início, — Sam disse encorajadoramente.
— Eu só... eu tenho segurado isso por tanto tempo. Agora
que é hora de dizer algo, só não sei o que dizer ou o quanto dizer ou
nem mesmo como explicar tudo. E agora que estou te olhando de
novo, estou bravo com você. Estou tão bravo que sinto que vou
explodir. Então, penso racionalmente sobre isso e percebo que você
fez algo bom para mim e não sei se devo te estrangular ou agradecer.
Sam sorriu com compreensão, sabendo exatamente do que
o seu amigo estava falando.
— Me desculpe por ter mantido segredos de você. Sei muito
bem que você sabia um pouco sobre isso ou suspeitava de algo, mas
nunca fiz isso para te machucar. Nunca pensei que isso iria te
machucar. Eu só queria ajudar.
Dorian acenou com a cabeça.
— E é por isso que estou tão confuso. Guardei isso para mim
por tanto tempo, você sabe. Nunca disse ao Kevyan, e ele é a pessoa
mais próxima de mim, aquele que conhece cada centímetro meu.
O sorriso de Sam se tornou positivamente lascivo enquanto
balançava as sobrancelhas para o amigo.
— Cada centímetro, você diz?
Dorian começou a rir.
— Tire essa cara do seu rosto, idiota. Não estou dizendo
nada.
— Desmancha-prazeres, — Sam disse com um beicinho e
Dorian caiu na gargalhada. Quando a risada diminuiu, ficaram sérios
mais uma vez e Sam sugeriu:
— Agora, me diga. Não quero adivinhar. Quero saber tudo e
qualquer coisa que você está sentindo. Então vou me explicar e falar
com você também.
— Tudo? — Dorian balançou a cabeça. — Há muito...
— Não importa.
— Eu também não devo falar sobre algumas coisas.
— Você quer dizer o fato de que este lugar está tomado por
vampiros?
Dorian jogou a cabeça para trás, surpreso com o que Sam
acabou de dizer.
— Você sabe?
Sam bufou.
— Claro que sei. Posso sentir isso. Agora, conte-me tudo.
Não deixe nada de fora, Dor. Devo-lhe a mesma cortesia.
— Certo, tudo bem. Aqui vai.
Dorian respirou fundo e começou a relembrar sua história de
tudo o que havia acontecido com ele e das respostas que precisava.
— Eu já te contei sobre ser sequestrado e conhecer Kevyan,
— Dorian disse.
Naquela noite, ele e Sam foram dançar, vivendo o momento,
quando viu um cara com quem queria ficar. Dorian estava
conversando com um cara, bebendo sem perceber que estava
drogado, e então acordou em um quarto escuro onde alguns
psicopatas estavam tagarelando sobre lobos e vampiros,
perguntando a ele todos os tipos de coisas ridículas que zombou, no
momento.
Eles logo começaram a torturá-lo quando descobriram que
não falava e zombaram de suas noções. A dor foi tão insuportável
que caiu inconsciente, apenas para acordar horas depois, sozinho na
floresta, sentindo como se ácido o estivesse comendo vivo. Quando
Dorian acordou na floresta, sentindo-se como se estivesse morrendo,
rastejou, depois cambaleou, da floresta onde foi jogado até cair
inconsciente no chão, apenas para ser encontrado pelos homens de
Kevyan.
— Espere um minuto, ele te fodeu, reivindicou e você foi
curado? — Sam perguntou confuso.
Dorian suspirou, exasperado.
— Eu estava morrendo, Sam, concentre-se. Aparentemente,
nos unir era a única solução que restava. Não havia outra maneira
de eu ter sobrevivido ou mesmo estar vivo agora se não tivéssemos
nos unido.
— Eu te escuto. Prossiga.
— E então eu descobri que era um lobo. Quero dizer, depois
de toda a bobagem que aqueles psicopatas que me sequestraram
vomitaram e depois do que fizeram comigo, eu iria acreditar em uma
bobagem tão rebuscada?
Dorian balançou a cabeça, respondendo sua própria
pergunta acaloradamente.
— De jeito nenhum. Pelo menos, foi o que pensei, até que
Kevyan me mostrou como eu estava errado. E ele foi um idiota sobre
isso também.
— Cara, você acabou de chamar o amor da sua vida de idiota
— Sam disse, rindo.
— Isso é engraçado para você, Sam?
Dorian prendeu Sam com um olhar feroz e a risada morreu
no rosto de Sam quando ergueu a mão em sinal de rendição.
— Erm, não. Claro que não. Eu sinto muito.
Dorian acenou com a cabeça.
— Ele não era o amor da minha vida naquela época.
Dorian sorriu um sorriso secreto.
— Embora ele fosse - seja - lindo e um sonho e...
— Sim, sim, sim, vá em frente e pare de cantar elogios ao
seu marido.
Dorian fez beicinho, mas acenou com a cabeça.
— Bem. Tive um rude despertar e imagine minha surpresa
quando, na primeira lua cheia depois, me transformei em um lobo.
Um lobo branco, aliás.
— Pare!
Dorian recuou, surpreso com a réplica veemente de Sam.
Sam estava olhando-o com admiração e horror.
— O que? — Dorian perguntou, sua voz quase um grito.
— Por favor, me diga que você não é um ômega.
Dorian olhou para o seu melhor amigo em confusão, seu
coração batendo forte em seu peito em apreensão enquanto
balançava a cabeça lentamente.
— Sim. Eu sou.
— Ah, merda.
Sam passou a mão descontroladamente pelo cabelo.
— Ah, merda.
Ele levantou e começou a andar, puxando o cabelo em
frustração.
— Ah, merda.
Frenético, e em pânico com o comportamento de Sam,
Dorian levantou de seu assento, foi até onde Sam estava e pegou o
braço do homem, fazendo-o parar.
— Qual é o problema? Diga-me!
Kevyan estava ao lado deles em minutos, olhando ao redor
em busca de sinais de algo fora do lugar. Quando não viu nada
errado, virou para o seu companheiro e o amigo frenético de seu
companheiro.
— O que diabos está acontecendo?
Dorian virou para Kevyan, preocupação gravada em seu
rosto, e imediatamente, Kevyan o puxou para os seus braços.
— O que há de errado, companheiro? Você está me
assustando. Achei que algo tivesse acontecido com você quando
senti o seu pavor. Por favor, fale comigo — Kevyan implorou.
Dorian enterrou o rosto no peito de Kevyan, inalando o cheiro
calmante de seu companheiro antes de responder.
— Eu não sei. Disse a ele sobre eu ser um lobo branco e um
ômega e ele surtou.
— Por que?
Kevyan afastou Dorian até que o outro homem não teve
escolha a não ser olha-lo.
— Eu precisei. Ele sabe de alguma coisa. E está escondendo
algo e preciso saber o que é.
Dorian virou os olhos suplicantes para Kevyan, implorando
ao seu companheiro para confiar nele.
— Essa coisa toda está fodida. Eu mudei antes. Várias vezes,
na verdade. Me lembro disso agora. Antes da noite seguinte ao nosso
acasalamento. Antes daquela noite - mudei antes quando cheguei à
puberdade, mas apenas algumas vezes. Parou quando fiz dezesseis
anos. Nunca pensei sobre isso novamente ou mesmo me lembrei
disso e o Sam sabia. Ele sabe, Kevyan, ele sabe de alguma coisa.
— Você me disse que nunca teve uma doença antes,
desmaiou ou sofreu qualquer perda de memória. Como mudou e
nunca soube, suspeitou ou se lembrou de nada?
— Porque eu não sabia. Deve ter sido demais para minha
mente aguentar. Os apagões devem ter sido o meu subconsciente
me protegendo do que eu não estava pronto para processar. Sam fez
algo comigo. Nunca questionei nenhuma de suas desculpas. Depois
de um tempo, quando parei de ter esses apagões, esqueci
completamente. Fazia muito tempo que não tinha um e nunca passou
pela minha cabeça até que fiquei grávido de Rorik. Foi quando as
memórias começaram a voltar. Lembrei-me de tudo, mas ele sabia
de tudo. Não contei porque queria ouvir a explicação primeiro e não
poderia perguntar a ele por telefone. Eu só... preciso saber o que ele
sabe. Eu preciso de respostas. Eu preciso de...
Kevyan acenou com a cabeça, em seguida, passou as mãos
suaves pelas costas de Dorian, tentando acalmar o seu companheiro
angustiado.
— OK. OK. Nós vamos descobrir. Agora se acalme, ok?
Respire fundo.
Quando Dorian assentiu e obedeceu, Kevyan o puxou para
os seus braços, abraçando-o mais uma vez até que o seu
companheiro se acalmou um pouco. Olhou para Sam por cima da
cabeça de Dorian, observando o outro homem observá-los, antes de
acenar para Sam sentar. Juntos, Kevyan e Dorian sentaram em uma
extremidade com Sam sentado em frente a eles.
— Explique-se, Sam. — Kevyan rosnou, irritado por este
homem ter trazido preocupação para o seu companheiro e ansioso
para saber mais sobre o que e quem era este homem que nenhum
deles poderia sentir.
— Sou um mago.
Simples, curto, direto ao ponto e, no entanto, perigoso ao
mesmo tempo.
Kevyan sibilou para Sam, pronto para qualquer coisa que ele
percebesse como uma ameaça para a sua família. Foi a mão de
Dorian esfregando contra o seu coração que o acalmou um pouco e
permitiu que retraísse os dentes, que haviam caído, prontos para
rasgar qualquer coisa e lutar até a morte para defender a sua família.
— Está tudo bem, Kevyan. Calma, calma, ele não vai nos
machucar. Ele é um amigo.
Dorian acalmou seu companheiro até que Kevyan recuperou
a compostura e então virou para olhar seu amigo. Um amigo sobre
o qual pensava que sabia tudo.
— Um mago. Você quer dizer isso no sentido literal ou isso
é uma figura de linguagem?
— Falo sério, Dor. Sou um mago. Bem, para ser mais
preciso, minha família inteira, desde que alguém possa se lembrar, é
de uma linhagem de magos. Macho e fêmea, com exceção dos
companheiros humanos que assumimos.
— Um mago. — Dorian zombou em descrença, olhando Sam
como se nunca o tivesse visto antes. — Mais alguma coisa sobre a
qual você mentiu ou escondeu de mim?
— Minha família não me renegou.
— Espere o que? Você me disse que sim porque você era
gay. Todos vocês me deixaram acreditar...
Dorian balançou a cabeça em descrença.
— Era uma mentira que tínhamos que vender. Era a única
maneira de te tirar durante a lua cheia para que pudesse se
transformar. Minha família teve que distrair a sua, e eu sabia que
você concordaria em ir acampar só porque queria me animar e me
dar uma sensação de família. Você suspeitaria que algo estava
acontecendo se a minha família nos levasse para acampar toda lua
cheia, e depois de um tempo, você também questionaria por que
tínhamos que acampar toda lua cheia. Era a única maneira, depois
que percebi que você não tinha ideia de suas transformações. Você
nunca suspeitou do que estava fazendo ou do que aconteceu com
você, e também nunca se lembrou disso.
— Oh meu Deus! — Dorian exclamou. Sua mão foi para a
boca, lutando contra um soluço, mas de... o quê, ele não conseguia
identificar.
— Quando você nunca mais mudou, fiquei preocupado, mas
nós já tínhamos lhe vendido aquela mentira e não havia como voltar
atrás. No começo, demorei para dizer que tínhamos nos reconciliado,
caso você mudasse de novo, mas você nunca mudou. Depois de cinco
anos de você mudando para sua forma de lobo e eu me esforçando
para garantir que você não fosse machucado, estava preocupado em
voltar a isso e não poderia correr o risco de que você começasse a
mudar novamente. Como eu iria mantê-lo longe de sua família
durante esse período, protegê-lo ou explicar que a minha família
voltou a se desentender? Não faria sentido, e não dissemos o que
você era porque também estávamos confusos sobre por que você
não tinha ideia do que era.
— Isso parece plausível — Kevyan concordou, vendo quanto
sacrifício Sam estava disposto a fazer por um amigo.
— Não poderíamos dizer se isso te traumatizou. A única
coisa que podíamos fazer era ajudar e esperar até que percebesse o
que era e aceitasse a si mesmo. Lamento nunca ter te contado isso,
mas não me arrependo de nada que fiz. Fizemos isso para o seu
próprio bem e porque te amamos e queremos protegê-lo.
Dorian se afastou do abraço de Kevyan, deu a volta na mesa
e se jogou nos braços de seu melhor amigo, surpreendendo o outro
homem. Abraçou Sam com tanta força que o outro homem teve
dificuldade para respirar.
— N-não consigo respirar! — Sam ofegou e Dorian afrouxou
o aperto, mas não se afastou completamente.
— Seu idiota, — Dorian gritou, lágrimas escorrendo pelo
rosto, e então começou a esmurrar Sam, batendo nele uma e outra
vez. — Seu idiota, idiota estúpido. Como você pode? Você... você...
Sam pegou a mão de Dorian na sua, impedindo o outro
homem de bater mais nele.
— Apenas diga obrigado, Dor. Não há necessidade de me
bater até a morte, — Sam brincou, injetando um pouco de humor
em suas palavras enquanto puxava Dorian em seus braços mais uma
vez e o abraçava.
Sam olhou para Kevyan por cima da cabeça de Dorian e
acenou com a cabeça para o outro homem, que acenou de volta para
ele.
— Obrigado — murmurou Kevyan, tocado pela ajuda acima
e além de Sam com o seu companheiro.
Sam dispensou o agradecimento, encolhendo os ombros.
— É o que os amigos fazem uns pelos outros.
— Então estou feliz que Dorian tenha você como amigo, —
Kevyan disse.
— Estou feliz por tê-lo como amigo também. Ele é incrível,
— Sam disse com uma risada.
— Isso ele é, Sam, isso ele é — Kevyan concordou,
juntando-se ao Sam para uma risada.
Dorian se afastou de Sam, enxugando as lágrimas de seu
rosto.
— Eu estou aqui, você sabe. Não há necessidade de falar
sobre mim como se eu não estivesse.
— Sim, Dorian, — Kevyan e Sam disseram em uníssono,
então viraram para olhar um para o outro antes de cair na
gargalhada.
Dorian fez beicinho, então voltou para se aninhar nos braços
de seu companheiro.
— Diga-me por que Dorian ser um lobo branco e um ômega
te incomodou, Sam, — Kevyan exigiu suavemente.
Sam olhou de um para o outro, olhando seu melhor amigo,
depois Kevyan e Dorian novamente. Inspirou profundamente,
expirou e disse:
— É por causa da profecia.
Inglaterra, 1667
2 Briefing é um conjunto de informações ou uma coleta de dados passados em uma reunião para o
desenvolvimento de um trabalho ou documento. Esse é um instrumento muito utilizado em Administração,
Relações Públicas, Design e na Publicidade.
— Lorde Yoshida é um governante justo. Rigoroso, mas
justo.
— E você? A quem você deve sua fidelidade?
— Ao meu rei, em primeiro lugar, ao meu conselheiro em
segundo lugar.
— Você é uma ameaça para a nossa raça?
— Não.
Christiana olhou nos olhos de Aki quando fez sua próxima
pergunta.
— E você pretende ser uma ameaça para alguém neste
território?
— Não.
— Se você encontrar um vampiro criado, criado sem
permissão expressa, qual será o seu curso de ação?
Aki franziu a testa, parecendo pensar sobre isso antes de
responder.
— Determinar sob quais circunstâncias o vampiro foi criado.
Determinar quem criou o vampiro. Considerar as ações do vampiro
desde o momento da criação até hoje. Se houver qualquer intenção
maliciosa, executar o vampiro no local, então informar ao Lorde
Yoshida. Se o vampiro não for uma ameaça, levá-lo até Lorde
Yoshida para que um curso de ação seja decidido.
— Obrigado, Watanabe. Isso é tudo, — Christiana disse,
acenando com a permissão para o asiático se retirar.
Seus rostos nunca revelando seus pensamentos, eles
observaram Aki se curvar respeitosamente antes de se despedir
deles. Enquanto o restante dos guerreiros de Aki entrava para ser
interrogado, eles recebiam respostas semelhantes. Embora suas
palavras fossem um pouco diferentes, a honestidade vibrando no ar
não deu a Kevyan e ao seu povo nenhum motivo para preocupação
com o território asiático.
Em seguida, veio o escocês em seu kilt tartan, vestido em
trajes tradicionais. Depois de se acomodar na cadeira em frente ao
trio, Kevyan fez um breve discurso antes de pedir que o escocês se
apresentasse.
— Meu soberano, princesa, sou Callum Grier, o segundo em
comando de Lorde McAvoy, à sua disposição, senhor.
— Callum. — Christiana acenou com a cabeça. — Posso me
referir a você como Callum?
— Como agrade a vossa senhoria, — Callum respondeu, seu
sotaque escocês denso enquanto inspecionava cada pessoa na sala.
— Vou fazer perguntas bem padronizadas. Só exijo uma
resposta sim ou não, a menos que seja solicitado a elaborar. Um
simples sim ou não basta. A formalidade é desnecessária, —
Christiana disse.
— Sim, sua senhoria, — Callum respondeu.
— Você foi informado sobre a situação atual que estamos
enfrentando?
— Sim.
— Por favor, explique o que o briefing envolve.
— Nós temos vampiros criados correndo por aí.
Aparentemente, alguém resolveu infringir a lei e os criou, — Callum
respondeu.
Christiana acenou com a cabeça.
— Você encontrou algum desonesto em seu território?
— Não.
— Você estava ciente antes do briefing sobre vampiros
serem criados?
— Não.
— De quem você suspeita de violar esta lei?
— Ninguém vem à mente que eu saiba.
Olhando para o escocês, Christiana cruzou as mãos sobre a
mesa, inclinando-se para frente.
— Você concorda com a lei que proíbe os vampiros de serem
criados sem permissão expressa concedida pelo seu rei e membros
do conselho?
— Sim.
— Você guarda rancor contra o seu membro do conselho ou
qualquer outro membro do conselho?
— Não.
— Você discorda da maneira como o seu membro do
conselho governa o território sob o qual você se enquadra?
— Lorde McAvoy, é justo, sim. É óbvio que ele faria qualquer
coisa para proteger o território.
— Como você descreveria o seu conselheiro?
— Lorde McAvoy é um homem franco. Se está descontente,
acredite em mim, você saberia. Ele leva a segurança muito a sério,
mas é um governante justo.
— E você? A quem você deve a sua fidelidade?
— Primeiro ao meu soberano, depois ao meu membro do
conselho em segundo.
— Você é uma ameaça para a nossa raça?
— Não.
Christiana olhou nos olhos de Callum quando fez sua próxima
pergunta.
— E você pretende ser uma ameaça para alguém neste
território?
— Não.
— Se você encontrar um vampiro criado, criado sem
permissão expressa, qual será o seu curso de ação?
Callum franziu a testa, parecendo pensar sobre isso antes de
responder.
— Subjugar o vampiro, então levá-lo direto para Lorde
McAvoy. O desonesto pode defender sua causa lá.
— Obrigado, Grier. Isso é tudo, — Christiana disse,
acenando com a permissão para o escocês partir.
Callum acenou com a cabeça, então saiu da sala, e o resto
de seus guerreiros foram os próximos a serem questionados. Eles
tinham a mesma ideia que o seu segundo em comando. Como
empática, Christiana pôde deduzir que todos falavam a verdade, sem
omitir nada.
Assim que o último escocês saiu da sala, Justin virou para
Kevyan.
— Não gosto que ninguém, a não ser McAvoy, decida o
destino do vampiro. É como se eles lavassem as mãos dos vampiros
criados e tudo o que for decidido é a palavra final. O que soma a
base para saber se o vampiro criado deve ser poupado ou não?
— Eu concordo com o seu ponto, Justin, veremos isso
quando o interrogatório terminar.
Levantando ligeiramente a voz, Kevyan berrou:
— Próximo!
Luther Constantinides entrou na sala e, a um gesto de
Kevyan, sentou em frente aos interrogadores.
Kevyan, como de costume, fez um breve discurso,
reconhecendo a presença de Luther antes de dizer:
— Por favor, apresente-se.
— Meu rei, princesa, sou Luther Constantinides, o segundo
em comando de Lorde Giannopoulos e a seu serviço.
— Bom. Vou fazer perguntas bem padronizadas. Só exijo
uma resposta sim ou não, a menos que seja solicitado a elaborar, —
Christiana disse, mais uma vez, assumindo a liderança no
questionamento enquanto Kevyan relaxava para assistir e Justin
observava do outro lado de Kevyan, ocasionalmente anotando coisas
em seu iPad.
— É claro, — Luther respondeu.
— Você foi informado sobre a situação atual que estamos
enfrentando?
— Sim, princesa.
Christiana ergueu os olhos do arquivo que segurava nas
mãos.
— Basta um sim ou não. Não há necessidade de se submeter
a formalidades.
Luther assentiu com a cabeça e Christiana continuou com a
sua linha de questionamento.
— Bom. Por favor, explique o que o briefing envolve.
— Alguém está criando vampiros, — Luther resumiu em sua
voz séria.
Christiana acenou com a cabeça.
— Você encontrou algum desonesto em seu território?
— Não.
— Você estava ciente antes do briefing sobre os vampiros
serem criados?
— Sim.
Ao mesmo tempo, todos eles, exceto Alistair, olharam Luther
nos olhos, mascarando sua surpresa no último minuto.
— Como você estava ciente disso? — Justin perguntou,
interrompendo o interrogatório de Christiana.
Luther franziu a testa.
— Ouvimos a notícia primeiro, e isso foi antes do briefing.
Christiana acenou com a cabeça e continuou:
— Quem você suspeita de violar esta lei?
— Realmente não dá para dizer.
— Você concorda com a lei que proíbe vampiros de serem
criados sem permissão expressa de seu rei e membros do conselho?
— Sim.
— Você guarda rancor contra o seu membro do conselho ou
qualquer outro membro do conselho?
— Não realmente.
— Você discorda da maneira como o seu membro do
conselho governa o território sob o qual você se enquadra?
— Sempre há algumas divergências.
— Como você descreveria o seu conselheiro?
— Lorde Giannopoulos é muito consistente.
— E você? A quem você deve sua fidelidade?
— Ao meu rei, é claro.
— Você é uma ameaça para a nossa raça?
— Não.
Christiana olhou nos olhos de Luther quando fez sua próxima
pergunta.
— E você pretende ser uma ameaça para alguém neste
território?
— Não.
— Se você encontrar um vampiro criado, criado sem
permissão expressa, qual será o seu curso de ação?
Luther respondeu sem pestanejar:
— Eles são mortos na hora.
— Obrigada, Constantinides. Isso é tudo.
Christiana acenou com a permissão para que Luther partisse.
Seus rostos nunca revelando seus pensamentos, eles
observaram Luther acenar com a cabeça respeitosamente antes de
partir. Trocando olhares um com o outro, eles usavam expressões
combinando quando obtiveram uma resposta semelhante dos
homens de Luther.
— Qual foi a sua opinião sobre as respostas deles? — Kevyan
perguntou à sala em geral, assim que todas as entrevistas finalmente
terminaram.
— Todos pareciam estar generalizando os mesmos
pensamentos, — disse Justin.
Christiana acenou com a cabeça.
— No entanto, todos falavam a verdade. Nenhum deles
mentiu abertamente.
— Alistair, o que você achou? — Kevyan questionou.
Virando e descansando contra a janela, Alistair cruzou os
braços sobre o peito, uma carranca, que geralmente aparecia sempre
que estava perdido em pensamentos, firmemente em seu rosto.
— Havia algo estranho no povo de Servain. Meu instinto diz
que há mais coisas acontecendo lá. Tive a mesma sensação do
pessoal de Reynolds. E tenho a impressão de que o pessoal de Volex
não dá a mínima para nada. O problema não os afeta, então parecem
passivos, embora prefiram que o problema não tenha surgido.
Kevyan acenou com a cabeça.
— Colocado sucintamente. Não podemos agir apenas com
base no sentimento, no entanto. Precisamos de algo mais concreto
ou conducente para prosseguir.
— Eu também concordo. Por que não os observamos mais
um pouco? Lhes de a mesma liberdade que os deste território têm e
coloque nossos homens ao redor deles. Se eles abaixarem a guardas,
podem deixar algo sair, — Justin sugeriu.
Todos concordaram com a cabeça.
— Não é uma má ideia. Não quero que eles sintam que os
estamos observando. Deixe as coisas progredirem mais
naturalmente. — Kevyan disse.
— Isso significa incluí-los no treinamento e no sparing e,
com o atual arranjo de acomodações, eles já estão bem integrados
ao espaço de nossos guerreiros. Teremos apenas que esperar para
ver. Eles verão através de uma intervenção óbvia de nossa parte
para gerar amizade. Nosso povo não é esnobe. O fato de serem um
grupo amigável facilitará as coisas mais rápido.
— Esperemos.
Levantando Kevyan disse:
— Isso é tudo por hoje. Veremos como as coisas progridem
e, em seguida, nos reuniremos novamente.
Acenando como um só, eles permitiram que Kevyan saísse
da sala com Christiana antes que Justin e Alistair saíssem da sala
juntos.
4 Doppelgänger: É um sósia ou duplo não-biologicamente relacionado de uma pessoa viva, por vezes
retratado como um fenômeno fantasmagórico ou paranormal e geralmente visto como um prenúncio de
má sorte, ou ainda para se referir ao - irmão gêmeo maligno - ou ao fenômeno da bilocação.
tinha pensado muito nisso, mas agora, finalmente entendeu e ficou
magoado.
Parecia que o quarto o estava sufocando. Sam não conseguia
respirar com os pensamentos passando por sua cabeça.
Imediatamente, ele pulou da cama, correu para o armário, um
armário que nunca soube que guardava um segredo tão devastador
e ficou feliz em usar desde que acordou aqui. Tirando os
pensamentos de sua mente, Sam tirou as roupas ao acaso e começou
a vesti-las.
— Sam. Sam, me escute. — Alistair agarrou Sam para
chamar sua atenção, mas Sam não aceitou.
Tudo o que viu foi vermelho, traição e raiva por não ter sido
nada mais do que um substituto. Empurrou Alistair para longe dele
e continuou a se vestir. Quando Alistair voltou para falar um pouco
com ele, invadindo seu espaço, Sam deu um soco em seu rosto,
pegando Alistair de surpresa.
— Saia de perto de mim! — Sam gritou. Mancando ao redor,
puxou a calça e correu para fora do quarto. Deixando os chamados
de Alistair caírem em ouvidos surdos, bateu à porta com força.