Direitos Individuais, Nacionalidade

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Aula 03

Direito Constitucional p/ DNIT 2018 (Analista em Infraestrutura de


Transportes e Analista Admin)
Equipe Ricardo e Nádia 01, Nádia Carolina, Ricardo Vale, Equipe Ricardo e Nádia 02

08471411440 - MYCKELLE MICHELY DA SILVA FERREIRA


DIREITO CONSTITUCIONAL DNIT
Teoria e Questões
Aula 03 Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale

“UL“
DIREITOS SOCI“IS E N“CION“LID“DE

Sumário
Direitos Sociais .................................................................................... 2
1- Introdução: ................................................................................... 2
2- Os direitos sociais (art. 6º): .......................................................... 3
3- Os direitos sociais individuais dos trabalhadores (art. 7º): ......... 10
4- Os direitos sociais coletivos dos trabalhadores: .......................... 26
Nacionalidade .................................................................................... 33
1- Introdução: ................................................................................. 33
2- Atribuição de Nacionalidade pelo direito brasileiro: .................... 34
3- Portugueses Residentes no Brasil: .............................................. 42
4- Condição Jurídica do Nacionalizado:............................................ 43
5- Perda da Nacionalidade: .............................................................. 45
6- Língua e Símbolos Oficiais: .......................................................... 48
Questões Comentadas ........................................................................ 49
Lista de Questões ............................................................................... 69
Gabarito ............................................................................................. 78

Olá, amigos do Estratégia Concursos, tudo bem?

Na aula de hoje, daremos continuidade ao estudo dos direitos fundamentais.


Falaremos sobre os direitos sociais e os direitos de nacionalidade.

Um grande abraço,

Nádia e Ricardo

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Direitos Sociais
1- Introdução:

Ao estudarmos os direitos de 1ª geração, percebemos que estes buscam


restringir a ação do Estado sobre os indivíduos, limitando o poder estatal. São,
por isso, direitos que têm como valor-fonte a liberdade, impondo ao Estado
uma obrigação de não-fazer, de não intervir na órbita privada. Em razão
disso, a doutrina os denomina liberdades negativas.

A natureza jurídica dos direitos sociais é diversa. Trata-se de direitos


fundamentais de 2ª geração, que impõem ao Estado uma “obrigação de
fazer”, uma obrigação de ofertar prestações positivas em favor dos
indivíduos, visando concretizar a igualdade material. São, portanto, direitos
que têm como valor-fonte a igualdade; eles buscam possibilitar melhores
condições de vida aos indivíduos e, assim, realizar a justiça social.

Pode-se dizer que os direitos sociais são prestações positivas (ações)


realizadas pelo Estado para melhorar a qualidade de vida dos
hipossuficientes, ou seja, dos mais necessitados. Em razão disso, o Estado
deve garantir que todos tenham acesso à educação, saúde, alimentação,
trabalho, dentre outros. Segundo Alexandre de Moraes, os direitos sociais
constituem normas de ordem pública, com a característica de imperativas.

A origem dos direitos sociais remonta à crise do Estado liberal, ocasionada


pelo forte avanço da industrialização. Nas fábricas, os trabalhadores viviam em
condições precárias. Movimentos reivindicatórios passaram, então, a exigir
uma postura mais ativa do Estado, que não devia limitar-se a não intervir, mas
também atuar positivamente, garantindo condições mínimas aos
trabalhadores.

Os direitos sociais aparecem, portanto, em um contexto histórico marcado por


reivindicações trabalhistas e pelo surgimento de doutrinas socialistas.
Constatava-se que a mera consagração da igualdade formal não era suficiente
para realizar a igualdade material. Como grande marco dos direitos sociais,

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citamos a Constituição de Weimar de 1919 (Constituição do Império


Alemão).

Na Constituição Federal de 1988, os direitos sociais estão relacionados nos art.


6º - art. 11. Há, também, outros dispositivos do texto constitucional que
versam sobre os direitos sociais. É o caso, por exemplo, do art. 194 (que trata
da seguridade social), art. 196 (direito à saúde) e art. 205 (direito à educação)

ORIGEM: CRISE DO ESTADO LIBERAL

NATUREZA JURÍDICA: DIREITOS DE 2A GERAÇÃO

DIREITOS
SOCIAIS EDUCAÇÃO, SAÚDE, ALIMENTAÇÃO,
TRABALHO, MORADIA, TRANSPORTE, LAZER,
ART. 6O, CF SEGURANÇA, PREVIDÊNCIA SOCIAL,
PROTEÇÃO À MATERNIDADE E À INFÂNCIA,
ASSISTÊNCIA AOS DESAMPARADOS

2- Os direitos sociais (art. 6º):

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

No texto original da Constituição Federal, não se fazia menção à alimentação,


à moradia e ao transporte, cuja inserção na Carta Magna foi obra do Poder
Constituinte Derivado. A moradia foi inserida pela EC nº 26/2000; a
alimentação, pela EC nº 64/2010; e o transporte, pela EC nº 90/2015. Tenham
uma especial atenção quanto a esses três direitos sociais! As bancas
examinadoras adoram cobrá-los, especialmente pelo fato de eles não fazerem
parte do texto original da CF/88.

Segundo o art. 6º, a Constituição consagra como direitos sociais a educação,


a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados. O STF entende que trata-se de rol
exemplificativo1, pois há outros direitos sociais espalhados pelo texto
constitucional. Destaque-se que os direitos sociais do art. 6º são, todos eles,

1
STF, ADI nº 639, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 02.06.2005.

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normas de eficácia limitada e aplicabilidade mediata, dependendo, para


sua concretização, da atuação estatal, seja através da edição de leis
regulamentadoras, seja através da oferta de prestações positivas em favor dos
indivíduos.

Uma das discussões mais relevantes sobre os direitos sociais diz respeito,
justamente, à sua concretização. Não basta que esses direitos estejam
previstos na Constituição; eles precisam, mais do que isso, ser efetivados,
colocados em prática. Há necessidade, portanto, da firme atuação estatal por
meio de políticas públicas voltadas para a concretização dos direitos sociais.
Não se pode considerar, desse modo, que os direitos sociais são normas
estritamente programáticas.

Para estudarmos a problemática da concretização (efetivação) dos direitos


sociais, é necessário conhecermos três importantes princípios: i) o princípio
da “reserva do possível”; ii) o princípio do “mínimo existencial” e; iii) o
princípio da vedação do retrocesso. É o que faremos a seguir.

2.1- Os direitos sociais e a “reserva do possível”:

A efetivação dos direitos sociais depende da execução de políticas públicas nas


mais diversas áreas, como, por exemplo, em educação e saúde. Assim, é
preciso ter em mente que a concretização dos direitos sociais depende, em
larga escala, de gastos estatais.

A teoria da reserva do possível consiste na ideia de que cabe ao Estado


efetivar os direitos sociais, mas apenas “na medida do financeiramente
possível”. A teoria da reserva do possível serve, portanto, para determinar os
limites em que o Estado deixa de ser obrigado a dar efetividade aos
direitos sociais.

Não é lícito ao Poder Público, todavia, simplesmente alegar que não possui
recursos orçamentários; é fundamental que o Poder Público demonstre
objetivamente a inexistência de recursos públicos e a falta de previsão
orçamentária da respectiva despesa. Segundo a teoria da reserva do possível,
a efetivação dos direitos sociais encontra, portanto, dois limites: a suficiência
de recursos públicos e a previsão orçamentária da respectiva despesa.

A formulação e execução de políticas públicas são tarefas que competem,


primariamente, ao Poder Executivo e ao Poder Legislativo. No entanto,
segundo o STF, é possível que o Poder Judiciário determine, em bases
excepcionais, a implementação, pelos órgãos inadimplentes, de ações
destinadas à concretização dos direitos sociais. Pode-se dizer, portanto,
que o controle judicial das políticas públicas pode ser realizado a fim de suprir

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a omissão dos órgãos estatais competentes, bem como para evitar a


abusividade governamental. Assim, o Poder Judiciário poderá determinar, por
exemplo, que o Estado conceda tratamento de câncer a um indivíduo. Vejamos
trecho de julgado do STF:

“Embora resida, primariamente, nos Poderes Legislativo e Executivo, a


prerrogativa de formular e executar políticas públicas, revela-se
possível, no entanto, ao Poder Judiciário, determinar, ainda que em
bases excepcionais, especialmente nas hipóteses de políticas públicas
definidas pela própria Constituição, sejam estas implementadas pelos
órgãos estatais inadimplentes, cuja omissão – por importar em
descumprimento dos encargos político-jurídicos que sobre eles incidem
em caráter mandatório – mostra-se apta a comprometer a eficácia e a
integridade de direitos sociais e culturais impregnados de estatura
constitucional.”2

A atuação do Poder Judiciário na concretização dos direitos sociais não é


ilimitada; ao contrário, encontra limites na cláusula da reserva do
possível. Assim, a cláusula da reserva do possível afasta a aptidão do Poder
Judiciário para intervir na efetivação de direitos sociais. No entanto, para que
esse limite à ação do Judiciário seja válido, é necessário que se comprove
objetivamente a ausência de recursos orçamentários suficientes para a
implementação da ação estatal. Nesse sentido, entende a Corte que:

“(...) a realização dos direitos econômicos, sociais e culturais -


além de caracterizar-se pela gradualidade de seu processo de
concretização - depende, em grande medida, de um inescapável
vínculo financeiro subordinado às possibilidades orçamentárias do
Estado, de tal modo que, comprovada, objetivamente, a
incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal, desta não se
poderá razoavelmente exigir, considerada a limitação material
referida, a imediata efetivação do comando fundado no texto da
Carta Política. Não se mostrará lícito, no entanto, ao Poder Público,
em tal hipótese - mediante indevida manipulação de sua atividade
financeira e/ou político-administrativa - criar obstáculo artificial que
revele o ilegítimo, arbitrário e censurável propósito de fraudar, de
frustrar e de inviabilizar o estabelecimento e a preservação, em
favor da pessoa e dos cidadãos, de condições materiais mínimas de
existência.3”

Por fim, vale destacar que os direitos sociais, por estarem sujeitos à reserva
do possível, possuem uma carga de eficácia menor do que os direitos de
primeira geração. Isso porque os direitos sociais somente podem ser
concretizados com a execução eficiente de políticas públicas; por outro lado, a

2
STF, RE 436.996 – AgR. Rel. Min. Celso de Mello. 22.11.2005.
3
ADPF 45 MC/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 29.04.2004, DJ 04.05.2004.

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concretização dos direitos de defesa (direitos de 1ª geração) depende,


essencialmente, de “obrigações de não fazer” do Estado.

INEXISTÊNCIA DE
RECURSOS
DEMONSTRAÇÃO OBJETIVA

CLÁUSULA DA AUSÊNCIA DE
RESERVA DO PREVISÃO
POSSÍVEL ORÇAMENTÁRIA
TEM COMO LIMITE O "MÍNIMO
EXISTENCIAL

2.2- Os direitos sociais e o mínimo existencial:

Os direitos sociais, na condição de direitos fundamentais, são indispensáveis


para a realização da dignidade da pessoa humana. O Estado, na sua tarefa de
concretização desses direitos, deve garantir o mínimo existencial. Considera-se
mínimo existencial o grupo de prestações essenciais que se deve fornecer
ao ser humano para que ele tenha uma existência digna.

O princípio do mínimo existencial é compatível e deve conviver com a


cláusula da reserva do possível. O Estado, na busca da promoção do bem-
estar do homem, deve proteger os direitos individuais e, além disso, garantir
condições materiais mínimas de existência aos indivíduos. Assim, os gastos
públicos devem ser voltados, prioritariamente, a garantir o mínimo existencial;
uma vez garantido o mínimo existencial, o Estado poderá discutir em que
outros projetos investir.

Segundo o STF, o mínimo existencial é uma limitação à cláusula da reserva


do possível.4 Isso porque a reserva do possível só poderá ser alegada pelo
Poder Público como argumento para a não concretização de direitos sociais
uma vez que tenha sido assegurado o mínimo existencial pelo Estado. Em
outras palavras, a reserva do possível somente é invocável após a
garantia, pelo Estado, do mínimo existencial. A garantia do mínimo
existencial é uma obrigação inafastável do Estado, não sujeita à reserva do
possível.

A visão que apresentamos a respeito da concretização dos


direitos sociais busca compatibilizar a “reserva do possível”
com o “mínimo existencial”. É essa a visão adotada pelo STF.

Porém, há visões mais radicais: uma delas tende a conferir

4
STF, RE 639.637. AgR. Rel. Min. Celso de Mello. 15.09.2011

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prevalência à reserva do possível; outra, defende a primazia


do mínimo existencial.

A primeira visão (de caráter liberal) entende que não


caberia ao Poder Judiciário, sob pena de violação à
separação dos poderes, intervir na execução de políticas
públicas. Nesse sentido, há que se observar integralmente a
“reserva do possível”.

A segunda visão (mais intervencionista) não considera a


“reserva do possível” como um limitador para a
concretização dos direitos sociais. Sob essa ótica, os direitos
sociais não poderiam ser considerados normas de caráter
meramente programático.

Essa linha de pensamento defende ferrenhamente a


judicialização das políticas públicas, com vistas a
promover a máxima efetivação dos direitos sociais. Chega-se
até mesmo a argumentar que os direitos sociais, enquanto
direitos fundamentais, teriam aplicação imediata, conforme
o art. 5º, § 1º, CF/88.

O Poder Judiciário, com vistas à concretização dos direitos sociais e à


garantia do mínimo existencial, tem adotado inúmeras decisões
relacionadas ao direito à saúde. Nesse sentido, destacamos o seguinte:

a) Segundo o STF, o direito à saúde (art. 196) é um direito público


subjetivo, assegurado à generalidade das pessoas, que conduz o
indivíduo e o Estado a uma relação jurídica obrigacional.

Apesar de o art. 196, CF/88, ser uma norma programática, ele impõe aos
entes federativos um dever de atuação positiva. Assim, para que se
garanta a força normativa da Constituição, o Poder Público deve atuar na
concretização do direito à saúde. Com base nesse entendimento, são
várias as decisões do Poder Judiciário determinando que a
Administração Pública forneça medicamentos e tratamento
médico a indivíduos portadores de doença.

b) O STF decidiu que a Administração Pública pode ser obrigada,


por decisão do Poder Judiciário, a manter estoque mínimo de
medicamento utilizado no combate a doença grave.5 A manutenção de
estoque mínimo do medicamento é importante para que se possa
garantir a continuidade dos tratamentos, evitando prejuízos aos
pacientes.

5
RE 429.903/RJ. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 25.06.2014

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c) O STJ considera que o juiz pode determinar o bloqueio e o


sequestro de verbas públicas como forma de garantir o fornecimento
de medicamentos pelo Poder Público.6 Assim, caso a Administração
Pública se negue a cumprir decisão judicial que determinou o
fornecimento de medicamentos, o juiz poderá determinar o bloqueio e o
sequestro de verbas públicas.

O bloqueio e sequestro de verbas públicas deve ser encarado, todavia,


como uma medida de caráter excepcional, aplicável somente quando
ficar configurado que o Estado não está cumprindo sua obrigação de
fornecer os medicamentos e de que essa demora está trazendo riscos à
saúde e à vida do doente.

É notório que a atuação do Poder Judiciário na implementação de políticas


públicas com vistas a concretizar direitos fundamentais tem se intensificado
nos últimos anos. Essa atuação tem ocorrido até mesmo em matéria de política
penitenciária e de segurança pública.

Conforme decidiu o STF, o Poder Judiciário pode determinar à


Administração Pública que execute obras emergenciais em
estabelecimentos prisionais (presídios) a fim de proteger os direitos
fundamentais dos detentos, assegurando-lhes o respeito à sua integridade
física e moral. Não se pode invocar, para contestar tal decisão, o princípio da
separação de poderes ou mesmo a cláusula da reserva do possível. 7

2.3- A vedação ao retrocesso:

O princípio da vedação ao retrocesso busca evitar que as conquistas sociais já


alcançadas pelo cidadão sejam desconstituídas. Segundo Canotilho, baseado
no princípio do não retrocesso social, os direitos sociais, uma vez tendo
sido previstos, passam a constituir tanto uma garantia institucional quanto
um direito subjetivo. Isso limita o legislador e exige a realização de uma
política condizente com esses direitos, sendo inconstitucionais quaisquer
medidas estatais que, sem a criação de outros esquemas alternativos ou
compensatórios, anulem, revoguem ou aniquilem o seu núcleo essencial.

O STF considera que a “cláusula que veda o retrocesso em matéria de direitos


a prestações positivas do Estado (como o direito à educação, o direito à saúde
ou o direito à segurança pública, v.g.) traduz, no processo de efetivação
desses direitos fundamentais individuais ou coletivos, obstáculo a que os níveis

6
REsp 1.069.810/RS. Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho. 23.10.2013.
7
RE 592.581/RS. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 13.08.2015.

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de concretização de tais prerrogativas, uma vez atingidos, venham a ser


ulteriormente reduzidos ou suprimidos pelo Estado”. 8

(FUB – 2015) Os direitos sociais impõem deveres ao


Estado que assegurem ao cidadão condições mínimas para
uma vida digna, independentemente da existência de
recursos públicos para custeio; assim, autoriza-se a livre
invasão da atividade administrativa pelo Poder Judiciário
para efetivação daqueles direitos, fenômeno conhecido
como judicialização de políticas públicas.

Comentários:

A existência de recursos públicos deve ser levada em


consideração na efetivação dos direitos sociais, apesar de o
Estado ter a obrigação de assegurar ao cidadão condições
mínimas para uma vida digna. Questão errada.

(PGE / PR – 2015) No que toca à realização dos direitos


sociais constitucionalmente garantidos, há que se atentar
para a vedação do retrocesso social, que se coloca apenas
às políticas públicas executivas, posto que não se pode
ferir a liberdade do legislador.

Comentários:

A vedação ao retrocesso social é um princípio que deve ser


observado pelo legislador (e não apenas pelas políticas
públicas executivas). Questão errada.

(PGE / PR – 2015) A teoria de efetivação dos direitos


sociais na dependência de recursos econômicos (“reserva
do possível”) é a adaptação de entendimento fixado pela
jurisprudência constitucional alemã e integralmente aceita
pelo Supremo Tribunal Federal.

Comentários:

Não se pode dizer que a “reserva do possível” é


integralmente aceita pelo STF. Isso porque, na visão da
Corte, há que se observar, também, o “mínimo existencial”.
Questão errada.

(MPE / BA – 2015) A implementação das prestações

8
STF, RE 436.996 – AgR. Rel. Min. Celso de Mello. 22.11.2005.

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materiais e jurídicas exigíveis para a redução das


desigualdades no plano fático, por dependerem em grande
medida da disponibilidade orçamentária do Estado, faz com
que estes direitos tenham o seu campo de efetividade mais
dificultado que os direitos de primeira geração.

Comentários:

De fato, a concretização (efetivação) dos direitos sociais é


mais complexa do que a dos direitos de liberdade (de
primeira geração). Isso porque a efetivação dos direitos
sociais depende da execução de políticas públicas, as quais,
para serem realizadas, exigem recursos econômicos.
Questão correta.

(DPE / PE – 2015) De acordo com o entendimento do


STF, é inadmissível que o Poder Judiciário disponha sobre
políticas públicas de segurança, mesmo em caso de
persistente omissão do Estado, haja vista a indevida
ingerência em questão, que envolve a discricionariedade
do Poder Executivo.

Comentários:

A segurança é um direito social que deve ser garantido


mediante políticas públicas do Estado. Porém, havendo
persistente omissão do Estado, poderá, sim, o Poder
Judiciário intervir. Questão errada.

3- Os direitos sociais individuais dos trabalhadores (art. 7º):

No art. 7º da Constituição, são enumerados os direitos sociais individuais dos


trabalhadores. Leia-o atentamente, pois ele costuma ser cobrado em sua
literalidade.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:

Note que a Constituição, no caput do art. 7º, equipara os direitos do


trabalhador rural aos do trabalhador urbano.

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa


causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização

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compensatória, dentre outros direitos;

Esse dispositivo é típica norma de eficácia limitada, exigindo lei


complementar que proteja a relação de emprego contra despedida arbitrária
ou sem justa causa. Trata-se do direito à segurança no emprego.

Segundo o art. 10, do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias),


até a promulgação da mencionada lei complementar, a indenização contra a
despedida arbitrária ou sem justa causa ficará restrita a 40% sobre os
depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), realizados em
favor do empregado.

Cabe destacar que a proteção conferida pela Constituição somente alcança a


despedida arbitrária ou sem justa causa. Não haverá indenização,
portanto, diante da despedida por justa causa.

A CF/88 extinguiu a antiga “estabilidade decenal”, que, apesar de estar


prevista na CLT, não foi recepcionada pela nova ordem constitucional. Pela
regra da estabilidade decenal, o empregado que tivesse mais de 10 anos de
empresa não poderia ser demitido, salvo em caso de falta grave ou
circunstância de força maior.

Hoje, nem mesmo a despedida arbitrária ou sem custa causa são proibidas.
Elas poderão ocorrer, cabendo, todavia, indenização. Destaque-se que o art.
10, do ADCT, estabelece 2 (dois) casos de vedação absoluta à dispensa
arbitrária ou sem justa causa:

a) Do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de


prevenção de acidentes (CIPA), desde o registro de sua candidatura até
um ano após o final de seu mandato;

b) Da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco


meses após o parto.

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

Note que o seguro-desemprego só é devido no caso de desemprego


involuntário. As bancas examinadoras adoram confundir os candidatos,
falando em desemprego “voluntário”, o que estará errado.

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

O FGTS (Fundo de Garantia) é recolhido pelo empregador à alíquota de 8%


sobre a remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador.

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Destaque-se que o FGTS não é direito dos servidores públicos


estatutários.

IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de


atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

O salário mínimo deve ser fixado em lei formal: verifica-se, aqui, hipótese
de reserva legal. Em torno desse tema, houve relevante controvérsia
apreciada pelo STF. A Lei nº 12.382/2011 estabeleceu que o valor do salário
mínimo seria de R$ 545,00, mas que decreto presidencial seria responsável
pelos reajustes e aumentos salariais segundo determinados índices.

Segundo o STF, a Lei nº 12.382/2011 é constitucional, não havendo óbice a


que um decreto presidencial estabeleça os reajustes, cuja fórmula e índices
estão previstos na própria lei. O decreto presidencial não estaria, assim,
fixando o valor do salário mínimo; ele seria um mero ato declaratório do
valor reajustado segundo a política de valorização prevista na lei. 9

O salário mínimo é único para todo o território nacional, o que impede a


existência de salários mínimos regionais. Destaque-se que existem os
chamados “pisos salariais”, que não se confundem com salário mínimo, e são
resultantes de negociações coletivas de trabalho.

O salário mínimo não pode sofrer vinculação, ou seja, servir como


indexador, para qualquer fim. É relevante destacar que esse impedimento à
vinculação do salário mínimo tem como objetivo evitar que aumentos do seu
valor se propaguem para toda a economia, prejudicando o poder aquisitivo.

Para fecharmos esse tópico, é importante que você saiba que o STF permite
que os conscritos recebam remuneração inferior ao salário-mínimo.
Veja o que dispõe a Súmula Vinculante no 06, que poderá ser cobrada em sua
prova:

Súmula Vinculante nº 06: “Não viola a Constituição o


estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as
praças prestadoras de serviço militar inicial”.

A justificativa para essa exceção é que a Constituição Federal não estendeu


aos militares a garantia de remuneração não inferior ao salário mínimo, como
o fez para outras categorias de trabalhadores. O regime a que se submetem os
militares não se confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que

9
STF, ADI 4568/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia. 03.11.2011.

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têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios. Isso porque os


cidadãos que prestam serviço militar obrigatório exercem um múnus público
relacionado com a defesa da soberania da pátria. Por isso mesmo, a obrigação
do Estado quanto aos conscritos limita-se a fornecer-lhes as condições
materiais para a adequada prestação do serviço militar obrigatório nas Forças
Armadas.

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

O piso salarial é estabelecido por categoria de trabalhadores e fixado mediante


negociação coletiva de trabalho. Na fixação do piso salarial, deve-se levar
em consideração a extensão e a complexidade do trabalho.

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo


coletivo;

A irredutibilidade do salário guarda estreita relação com o princípio da vedação


ao retrocesso. Assim, em regra, o salário não poderá ser reduzido. A
redução salarial é hipótese excepcional, que somente ocorrerá mediante
negociação coletiva de trabalho (convenção coletiva ou acordo coletivo).

Destaque-se que convenção coletiva e acordo coletivo são espécies do gênero


“negociação coletiva de trabalho”. Convenção coletiva de trabalho é uma
negociação entre o sindicato dos trabalhadores e o sindicato patronal. Já o
acordo coletivo de trabalho, é uma negociação entre o sindicato dos
trabalhadores e uma empresa ou grupo de empresas.

A negociação coletiva de trabalho pode, portanto, flexibilizar a irredutibilidade


salarial. Essa flexibilidade se deve ao fato de que, muitas vezes, é mais
benéfico para uma categoria aceitar uma redução salarial (numa crise
econômica, por exemplo), que arcar com um grande aumento do desemprego.

(TRT 2a Região – 2015) A irredutibilidade salarial não é


absoluta, sendo lícita mediante previsão em convenção ou
acordo coletivo.

Comentários:

É possível a redução salarial através de convenção ou acordo


coletivo. Portanto, a irredutibilidade salarial não é absoluta.
Questão correta.

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem

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remuneração variável;

Há alguns trabalhadores que possuem remuneração variável. Como


exemplo, citamos um funcionário de uma loja que recebe por comissão de suas
vendas. Em meses com alto volume de vendas, ele recebe muito bem; porém,
em um mês de vendas fracas, ele terá uma remuneração bastante reduzida. A
Constituição garante, entretanto, que esse trabalhador nunca receberá uma
remuneração inferior ao salário mínimo.

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor


da aposentadoria;

O décimo terceiro salário é o que se conhece por gratificação natalina.

IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

Esse dispositivo garante aos trabalhadores a percepção de adicional noturno.


Destaque-se que o valor do adicional noturno não é definido pela Constituição
Federal, mas sim pela legislação infraconstitucional.

É importante que você saiba que a previsão de remuneração do trabalho


noturno superior à do diurno é devida inclusive para os empregados que
trabalham em regime de revezamento. É o que dispõe a Súmula 213 do
STF, segundo a qual:

“É devido o adicional de serviço noturno, ainda que sujeito o empregado


ao regime de revezamento.”

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção


dolosa;

A maior parte da população brasileira não possui poupança, dependendo do


salário para sobreviver. O salário é, portanto, uma verba de natureza
alimentar; em razão disso é que constitui crime sua retenção dolosa por
parte do empregador.

XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,


excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em
lei;

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Trata-se de norma de eficácia limitada, dependente de lei para produzir


todos os seus efeitos. A participação nos lucros é desvinculada da
remuneração e é uma forma de se estimular a produtividade do trabalhador.

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa


renda nos termos da lei;

O salário-família é um benefício previdenciário, sendo devido somente ao


trabalhador de baixa renda. É pago em cotas, de acordo com o número de
dependentes (se o trabalhador possui um dependente, ele recebe uma cota do
salário-família; se ele possui dois dependentes, ele recebe duas cotas de
salário-família).

Os critérios para o recebimento do salário-família são definidos em lei formal.


Mais uma vez, estamos diante de uma norma de eficácia limitada.

(TRT 2a Região – 2015) O salário-família será pago em


virtude do dependente do trabalhador, sem se cogitar da
renda por ele auferida, já que se trata de um direito social
garantido constitucionalmente.

Comentários:

O salário família somente é devido ao trabalhador de baixa


renda. Questão errada.

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e


quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

A regra é a prestação de trabalho por até 8 horas diárias e 44 horas


semanais. Normalmente, isso é feito mediante jornadas de 8 horas de
segunda-feira a sexta-feira e de 4 horas no sábado. É possível a
compensação de horários: um trabalhador que tenha um contrato de
trabalho de 44 horas semanais e 8 horas diárias poderá, por exemplo,
trabalhador 2 horas a menos em um determinado dia, compensando-as
posteriormente.

Cabe destacar que, excepcionalmente, é possível haver redução da jornada


de trabalho, mediante acordo ou convenção coletiva.

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos


ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

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O trabalho prestado em turnos ininterruptos de revezamento é aquele em que


há alternância de horários; nesse regime de trabalho, os trabalhadores se
revezam nos postos de trabalho. Em um determinado dia, trabalha à noite; no
outro, pela manhã; no outro, à tarde.

Nesse caso, devido ao grande desgaste para a saúde do trabalhador, a


Constituição prevê uma jornada de seis horas. Note que esta poderá,
excepcionalmente, ser aumentada, em caso de negociação coletiva.

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

Atente para a palavra preferencialmente. Não há obrigação de concessão


desse repouso no domingo: ele pode acontecer em qualquer outro dia da
semana.

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em


cinquenta por cento à do normal;

A remuneração do serviço extraordinário é o que se conhece por hora-extra.


Note a expressão “no mínimo”! Uma questão de concurso que disser que
essa remuneração é necessariamente 50% superior à do serviço normal estará
errada.

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a


mais do que o salário normal;

Esse dispositivo trata do adicional de férias. O trabalhador faz jus a férias,


recebendo, durante esse período, sua remuneração acrescida de, no mínimo,
1/3 do salário normal. Assim, o trabalhador poderá receber um adicional de
férias superior a 1/3 do salário.

Note que a Constituição não dispôs sobre a duração das férias, deixando
essa tarefa para a legislação infraconstitucional.

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a


duração de cento e vinte dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

A licença à gestante tem duração de 120 dias, conforme definido pela


Constituição. Durante esse período, a gestante fica licenciada, sem que perca
seu emprego e remuneração. Assim, ela mantém seu vínculo de emprego com
a empresa e continua a receber sua remuneração. Cabe destacar que a licença
à gestante é também um direito outorgado às servidoras públicas.

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No RE nº 778.889/PE, o STF fixou a tese de que os prazos da licença-gestante


não podem ser superiores aos prazos da licença-adotante, inclusive no
que diz respeito às prorrogações. Assim, se uma lei concede 120 dias de
licença à gestante, deverão ser concedidos também 120 dias de licença à
adotante. 10

A licença-paternidade, por sua vez, é benefício que depende de


regulamentação por lei: trata-se, portanto, de norma de eficácia limitada.
Como essa lei não foi editada até hoje, está em vigor o mandamento previsto
no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Segundo o art.
10, § 1º, do ADCT, "até que lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX
da Constituição, o prazo da licença-paternidade a que se refere o inciso é de
cinco dias".

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos


específicos, nos termos da lei;

A proteção ao mercado de trabalho da mulher tem como objetivo alcançar a


igualdade material. Nesse caso, almeja-se estabelecer a igualdade de
gêneros. Trata-se de mais uma norma de eficácia limitada.

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de


trinta dias, nos termos da lei;

O aviso prévio se aplica aos contratos de trabalho por tempo indeterminado. É


um instituto que tem como objetivo permitir que o trabalhador tenha um
tempo para buscar um novo emprego após tomar conhecimento da intenção
do empregador de demiti-lo.

O aviso prévio deve ser proporcional ao tempo de serviço: quanto maior o


tempo de serviço, maior será o prazo do aviso prévio. Deve-se observar,
contudo, que o prazo mínimo do aviso prévio é de 30 dias.

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de


saúde, higiene e segurança;

A segurança e a saúde no trabalho são considerados direitos essenciais dos


trabalhadores. A redução dos riscos inerentes ao trabalho é, portanto,
uma face importante das políticas públicas em matéria trabalhista. Esse
dispositivo é que ampara a edição, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, das
chamadas NR’s (Normas Regulamentadoras).

10
RE 788.889/PE, Rel. Min. Luiz Roberto Barroso. Julgamento: 10.03.2016. Nesse
julgado, o STF considerou que o art. 210, da Lei nº 8.112/90, ao conceder apenas 90
dias de licença à adotante, é inconstitucional.

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XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou


perigosas, na forma da lei;

As atividades penosas, insalubres ou perigosas implicam no pagamento de


adicional de remuneração aos trabalhadores. Assim, um trabalhador que
exerça atividade perigosa (contato permanente com inflamáveis e explosivos)
receberá adicional de periculosidade; por sua vez, um trabalhador que exerça
atividade insalubre receberá o adicional de insalubridade.

XXIV - aposentadoria;

A aposentadoria é um benefício previdenciário assegurado aos


trabalhadores. Não é nosso objetivo, nesse momento, discorrer sobre os vários
tipos de aposentadoria e os requisitos para sua concessão.

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até


5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;

A assistência gratuita em creches e pré-escolas é devida aos filhos e


dependentes do trabalhador, desde o nascimento até 5 (cinco anos) de
idade. Atente para esse limite de idade!

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

As negociações coletivas de trabalho podem ser de dois tipos: i) convenções


coletivas de trabalho (celebradas entre sindicato patronal e sindicato dos
trabalhadores) e; ii) acordos coletivos de trabalho (celebrados entre
sindicato dos trabalhadores e uma empresa ou grupo de empresas). Destaque-
se que as negociações coletivas de trabalho são consideradas fontes do
direito do trabalho.

XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

Trata-se de dispositivo que visa evitar que as inovações tecnológicas


substituam o papel desempenhado pelos trabalhadores, buscando garantir que
não haja diminuição do número de postos de trabalho. É uma típica norma de
eficácia limitada, cuja concretização depende de lei regulamentadora.

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem


excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
culpa;

O seguro contra acidentes de trabalho é um encargo do empregador, mas


que não o exime de indenizar o empregado, quando tiver incorrido em
dolo ou culpa. Em outras palavras, mesmo pagando seguro contra acidentes

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de trabalho, o empregador continua sujeito à indenização caso estes ocorram.


Entretanto, é necessário que haja dolo ou culpa.

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com
prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até
o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

Esse inciso precisa ser analisado com atenção. Inicialmente, verifique que,
tanto para o trabalhador urbano quanto para o rural, há possibilidade de se
requererem créditos relativos aos últimos cinco anos do contrato de
trabalho. É a chamada prescrição quinquenal.

Entretanto, desfeito o vínculo laboral, o trabalhador terá apenas dois


anos para reclamar tais créditos na Justiça. Nesse caso, entretanto, a
cada dia de inércia, perderá um dia de direito. Se entrar com uma ação
trabalhista no último dia do prazo de dois anos, só poderá reaver os créditos
referentes aos três últimos anos do contrato de trabalho, por exemplo.

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério


de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios


de admissão do trabalhador portador de deficiência;

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual


ou entre os profissionais respectivos;

Esses três dispositivos traduzem obrigações de não-discriminação, de


isonomia. O inciso XXX proíbe que sejam estabelecidas diferença de salários,
de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade,
cor ou estado civil. O inciso XXXI impede que haja discriminação no tocante
a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência.
Por último, o inciso XXXII veda a distinção entre trabalho manual, técnico e
intelectual ou entre os profissionais respectivos.

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de


dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

“Dissecando-se” esse dispositivo, temos que:

a) A idade mínima para se trabalhar é aos dezesseis anos. Há, entretanto,


uma exceção a esse limite mínimo de idade: pode-se trabalhar a partir dos
quatorze anos de idade, na condição de aprendiz.

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b) Os menores de dezoito anos jamais poderão exercer trabalho noturno,


perigoso ou insalubre.

Assim, entre os 14 e 16 anos, só pode trabalhar o menor aprendiz. Dos 16 aos


18 anos, qualquer um pode trabalhar, desde que não seja um trabalho
noturno, perigoso ou insalubre. A partir dos 18 anos, o indivíduo pode exercer
qualquer trabalho, inclusive o noturno, perigoso ou insalubre.

(TRT 2a Região – 2015) O trabalhador faz jus a seguro


contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este esta obrigado, apenas
quando for resultado de dolo ou culpa.

Comentários:

É isso mesmo. O trabalhador faz jus a seguro contra


acidentes de trabalho. Ademais, a indenização somente será
devida ao trabalhador quando o empregador incorrer em dolo
ou culpa. Questão correta.

(FUB – 2015) A realização de trabalho noturno, perigoso ou


insalubre por menor de dezoito anos de idade é permitida
desde que o empregador pague a esse trabalhador adicional
pecuniário.

Comentários:

Os menores de 18 anos não podem, em qualquer situação,


realizar trabalho noturno, perigoso ou insalubre. Questão
errada.

(TJ / MG – 2015) É prevista ação, quanto aos créditos


resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.

Comentários:

É exatamente o que prevê a literalidade do art. 7º, XXIX,


CF/88. Questão correta.

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício


permanente e o trabalhador avulso.

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O trabalhador avulso é aquele que presta serviços a várias empresas, mas que
é contratado por um órgão gestor de mão-de-obra (OGMO). É o caso, por
exemplo, dos estivadores e carregadores que trabalham nos portos.

A Constituição Federal de 1988 reconhece a igualdade de direitos entre o


trabalhador avulso e o trabalhador com vínculo empregatício permanente.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores


domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI,
XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as
condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento
das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV
e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.

O parágrafo único do art. 7º da Constituição sofreu importantes modificações


pela Emenda Constitucional nº 72/2013 que assegurou importantes direitos
trabalhistas aos empregados domésticos. O objetivo da EC nº 72/2013 foi
justamente assegurar igualdade de direitos trabalhistas entre os
trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais.
Destaque-se que, mesmo após a referida emenda constitucional, nem todos os
direitos trabalhistas foram assegurados aos empregados domésticos.

Na tabela abaixo, relaciono todos os direitos dos domésticos e destaco, em


negrito, tudo aquilo que resulta de previsão da EC no 72/2013:

Salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz


de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua
família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.

Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou


acordo coletivo.

Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os


que percebem remuneração variável (direito
o
assegurado após a EC n 72/2013).

Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime


sua retenção dolosa (direito assegurado após a EC no
72/2013).

Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou


no valor da aposentadoria.

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Duração do trabalho normal não superior a oito horas


diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho
(direito assegurado após a EC no 72/2013).

Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos


Direitos do domingos.
doméstico
Remuneração do serviço extraordinário superior, no
mínimo, em cinquenta por cento à do normal (direito
assegurado após a EC no 72/2013).

Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um


terço a mais do que o salário normal.

Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,


com a duração de cento e vinte dias.

Licença-paternidade, nos termos fixados em lei.

Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no


mínimo de trinta dias, nos termos da lei.

Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de


normas de saúde, higiene e segurança (direito
assegurado após a EC no 72/2013).

Aposentadoria.

Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de


trabalho (direito assegurado após a EC no 72/2013).

Proibição de diferença de salários, de exercício de


funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil (direito assegurado após a EC
no 72/2013).

Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e


critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência
(direito assegurado após a EC no 72/2013).

Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a


menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores
de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de quatorze anos (direito assegurado após a EC
no 72/2013).

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Integração à previdência social.

Relação de emprego protegida contra despedida


arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória,
dentre outros direitos (direito assegurado após a EC no
72/2013).

Seguro-desemprego, em caso de desemprego


involuntário (direito assegurado após a EC no 72/2013).

Fundo de garantia do tempo de serviço (direito


assegurado após a EC no 72/2013).

Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno


(direito assegurado após a EC no 72/2013).

Salário-família pago em razão do dependente do


trabalhador de baixa renda nos termos da lei (direito
assegurado após a EC no 72/2013).

Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o


nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e
pré-escolas (direito assegurado após a EC no 72/2013).

Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do


empregador, sem excluir a indenização a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa (direito
assegurado após a EC no 72/2013).

Outro ponto importante é que alguns dos direitos previstos pela EC n o 72/2013
precisam de regulamentação para que possam ser usufruídos. Em outras
palavras, eles não puderam ser usufruídos de imediato, assim que foi
promulgada a EC nº 72/2013. Foi necessária a regulamentação, que só
ocorreu por meio da Lei Complementar nº 150/ 2015. São eles:

- Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem


justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;

- Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

- Fundo de garantia do tempo de serviço;

- Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

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- Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa


renda nos termos da lei;

- Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até


5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;

- Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem


excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo
ou culpa.

Não custa sistematizar tudo isso em outra tabela, para melhor compreensão:

Direitos assegurados aos Direitos assegurados aos domésticos pela PEC


domésticos por normas no 72/2013
originárias da Constituição
De exercício imediato:
 Salário mínimo, fixado
em lei, nacionalmente
 Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
unificado, capaz de atender a
para os que percebem remuneração variável;
suas necessidades vitais
 Proteção do salário na forma da lei,
básicas e às de sua família
constituindo crime sua retenção dolosa;
com moradia, alimentação,
 Duração do trabalho normal não superior a
educação, saúde, lazer,
oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
vestuário, higiene, transporte
facultada a compensação de horários e a redução da
e previdência social, com
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
reajustes periódicos que lhe
trabalho;
preservem o poder aquisitivo,
 Remuneração do serviço extraordinário
sendo vedada sua vinculação
superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
para qualquer fim;
normal;
 Irredutibilidade do
 Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
salário, salvo o disposto em
meio de normas de saúde, higiene e segurança;
convenção ou acordo
 Reconhecimento das convenções e acordos
coletivo;
coletivos de trabalho;
 Décimo terceiro salário
 Proibição de diferença de salários, de
com base na remuneração
exercício de funções e de critério de admissão por
integral ou no valor da
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
aposentadoria;
 Proibição de qualquer discriminação no
 Repouso semanal
tocante a salário e critérios de admissão do
remunerado,
trabalhador portador de deficiência;
preferencialmente aos
 Proibição de trabalho noturno, perigoso ou
domingos;
insalubre a menores de dezoito e de qualquer
 Gozo de férias anuais
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
remuneradas com, pelo
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
menos, um terço a mais do
que o salário normal; Direitos de exercício condicionado à obediência
 Licença à gestante, à regulamentação legal
sem prejuízo do emprego e
do salário, com a duração de  Relação de emprego protegida contra

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cento e vinte dias; despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
 Licença-paternidade, de lei complementar, que preverá indenização
nos termos fixados em lei; compensatória, dentre outros direitos;
 Aviso prévio  Seguro-desemprego, em caso de desemprego
proporcional ao tempo de involuntário;
serviço, sendo no mínimo de  Fundo de garantia do tempo de serviço;
trinta dias, nos termos da lei;  Remuneração do trabalho noturno superior à
 Aposentadoria; do diurno;
 Integração à  Salário-família pago em razão do dependente
previdência social. do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
 Assistência gratuita aos filhos e dependentes
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
creches e pré-escolas;
 Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
do empregador, sem excluir a indenização a que
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
culpa.

Como poucos direitos listados nos incisos do art. 7º da Constituição ficaram “de
fora”, ou seja, poucos não foram atribuídos aos domésticos, acho
interessante lista-los abaixo, para que você não caia em eventuais
“pegadinhas” de prova:

 Piso salarial proporcional à extensão e à


complexidade do trabalho;
 Participação nos lucros, ou resultados,
desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na
gestão da empresa, conforme definido
em lei;
 Jornada de seis horas para o trabalho
realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
Direitos que não foram,  Proteção do mercado de trabalho da
atribuídos, pela CF/88, mulher, mediante incentivos específicos,
aos domésticos. nos termos da lei;
 Adicional de remuneração para as
atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;
 Proteção em face da automação, na
forma da lei;
 Ação, quanto aos créditos resultantes
das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho;

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 Proibição de distinção entre trabalho


manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos;
 Igualdade de direitos entre o trabalhador
com vínculo empregatício permanente e
o trabalhador avulso.

Obviamente, alguns desses direitos não foram previstos para o doméstico


pelas próprias características do trabalho. Não faria sentido, por exemplo,
prever uma “participação nos lucros”, já que não trabalham em uma pessoa
jurídica.

Apesar dessa aparente falta de isonomia, é importante que você atente para
um detalhe: a Constituição Federal prevê, sim, a igualdade de direitos entre
domésticos e demais trabalhadores, urbanos e rurais. Nos termos da PEC no
72/2013, diz-se que esta “altera a redação do parágrafo único do art. 7º da
Constituição Federal para estabelecer a igualdade de direitos trabalhistas
entre os trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e
rurais”.

(UEG – 2015) Os empregados domésticos passaram a ter


direitos sociais antes previstos apenas para os demais
trabalhadores em geral. É o caso do piso salarial nacional, que
deve ser proporcional à extensão e à complexidade do
trabalho.

Comentários:

A EC nº 72/2013 não atribuiu aos empregados domésticos o


direito ao piso salarial proporcional à extensão e à
complexidade do trabalho. Questão errada.

4- Os direitos sociais coletivos dos trabalhadores:

Em seus arts. 8º a 11, a Constituição enumera vários direitos coletivos dos


trabalhadores. Que tal lermos esses dispositivos juntos, fazendo os
apontamentos necessários para gabaritar as questões de prova a eles
referentes?

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de


sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder
Público a interferência e a intervenção na organização sindical;

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A fundação de sindicato independe de autorização estatal (nem mesmo a


lei poderá fazer tal exigência). Todavia, a fundação de sindicato necessita de
registro em órgão competente, ou seja, registro no Ministério do Trabalho e
Emprego. Destaque-se que é vedada a interferência do Poder Público nos
sindicatos (princípio da autonomia sindical).

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer


grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;

Esse dispositivo consagra o princípio da unicidade da organização sindical,


que é um limitador da autonomia sindical. Segundo esse princípio, não podem
coexistir mais de um sindicato da mesma categoria profissional
(trabalhadores) ou econômica (empregadores) dentro de uma idêntica base
territorial, que não poderá ser inferior à área de um Município. Como
exemplo, só poderá haver um Sindicato de professores no Município de Belo
Horizonte.

E em caso de existirem mais de um sindicato na mesma base territorial?

Nesse caso, estaremos diante de um conflito, a ser resolvido pela


anterioridade, ou seja, a categoria será representada pela entidade que
primeiro realizou seu registro no órgão competente. Percebe-se, aqui, que o
registro do sindicato no Ministério do Trabalho e Emprego é um instrumento
essencial para que o Estado realize o controle da unicidade sindical.

(TCE-PE – 2017) Por imposição de lei, se um órgão estadual


for criado, os servidores ocupantes de cargo efetivo desse
órgão poderão, desde que com prévia autorização do órgão
estatal competente, fundar sindicato.

Comentários:

A criação de sindicato independe de autorização do Poder


Público. Segundo o art. 8º, I, CF/88, “a lei não poderá exigir
autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado
o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
interferência e a intervenção na organização sindical”. Questão
errada.

(Manausprev – 2015) O princípio da unicidade sindical


garante a existência de uma única organização sindical
representativa de um mesmo grupo de trabalhadores ou de
empresários numa mesma base territorial.

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Comentários:

De fato, o princípio da unicidade sindical, previsto no inciso


II do art. 8º da Constituição, determina que não podem
coexistir mais de um sindicato da mesma categoria
profissional (trabalhadores) ou econômica (empregadores)
dentro de uma idêntica base territorial, que não poderá
ser inferior à área de um Município. Questão correta.

(Manausprev – 2015) A fundação de sindicato depende de


autorização estatal, cabendo ao Poder Público definir a
abrangência territorial de determinada organização sindical.

Comentários:

A fundação de sindicato independe de autorização estatal. A


abrangência territorial da organização sindical é definida pelo
trabalhadores ou empregadores interessados. Questão errada.

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou


individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

Destaca-se que o STF, com base no inciso acima, entende que o sindicato pode
atuar na defesa de todos os direitos individuais e coletivos dos integrantes da
categoria que representa. Exemplo: o sindicato dos Auditores da Receita
Federal poderá atuar na defesa judicial ou administrativa de um único membro
acusado de acesso imotivado aos sistemas do órgão.

O STF considera, ainda, que o art. 8º, inciso III, assegura ampla legitimidade
ativa aos sindicatos para atuarem como substitutos processuais das
categorias que representam, na defesa de direitos e interesses coletivos ou
individuais de seus integrantes. Conforme já se sabe, quando se trata de
substituição processual, não há necessidade de prévia autorização dos
trabalhadores.11

IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de


categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema
confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da
contribuição prevista em lei;

É fundamental sabermos a diferença entre a contribuição confederativa e a


contribuição sindical.

11
STF, RE nº 193.503/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa. 12.06.2006.

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A contribuição confederativa tem fundamento no art. 8º, inciso IV, CF/88.


Possui caráter facultativo, sendo cobrada apenas dos filiados do sindicato.
Sabe-se que ninguém é obrigado a filiar-se ou manter-se filiado, mas aqueles
que o fizerem deverão pagar a contribuição confederativa. Não possui natureza
jurídica tributária, sendo seu valor fixado pela assembleia geral.

Sobre a contribuição confederativa, o STF editou a Súmula Vinculante nº 40:

Súmula Vinculante nº 40: A contribuição confederativa de que trata o


art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato
respectivo.

A contribuição sindical, por sua vez, tem fundamento no art. 149, CF/88,
possuindo natureza jurídica tributária. Com a Reforma Trabalhista (Lei nº
13.467/2017), a contribuição sindical passou a ser obrigatoriamente recolhida
pelos empregadores apenas daqueles empregados que assim autorizarem.12
Seu valor é fixado em lei.

Para melhor fixação das duas possíveis contribuições a serem fixadas por
sindicato, veja o quadro abaixo:

Contribuição confederativa Contribuição sindical


• É facultativa; • É obrigatoriamente recolhida
• Fixada pela assembleia geral pelos empregadores daqueles
empregados que assim
autorizarem;
• Fixada em lei;
• Natureza de tributo

(Manausprev – 2015) A contribuição confederativa é


encargo de caráter tributário, compulsório, que sujeita, além
dos filiados, todos os profissionais da categoria.

Comentários:

A contribuição confederativa é exigida apenas dos filiados e,


em razão disso, não possui natureza tributária. Questão
errada.

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

12
Art. 582, CLT.

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Trata-se do princípio da liberdade de inscrição sindical, segundo o qual os


trabalhadores são livres para decidirem se filiar ou se manterem filiados a
sindicato. Em outras palavras, a participação em sindicato não é compulsória.
Cabe destacar que o art. 8º, V, CF/88 é corolário (consequência) do
princípio da liberdade de associação (5º, XX), segundo o qual “ninguém
poderá ser compelido a associar-se ou manter-se associado”.

VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de


trabalho;

Os sindicatos tem atuação importante nas negociações coletivas de


trabalho (convenções coletivas e acordos coletivos). Nas convenções
coletivas, a negociação se dá entre sindicato de trabalhadores e sindicato
patronal; nos acordos coletivos, entre o sindicato de trabalhadores e uma
empresa ou grupo de empresas. Em todos os casos, percebe-se que haverá
participação do sindicato.

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações
sindicais;

A CF/88 garante ao aposentado ampla participação no sindicato da


categoria, podendo votar e ser votado. Assim, o aposentado poderá ser eleito
dirigente sindical.

VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro


da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito,
ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer
falta grave nos termos da lei.

Trata-se da estabilidade sindical, que consiste em proteção especial


dispensada aos dirigentes eleitos dos trabalhadores. O empregado que se
candidatar a cargo de direção ou representação sindical, não poderá ser
dispensado a partir do registro de sua candidatura. Se eleito (mesmo
suplente), não poderá ser dispensado até um ano depois de findo o
mandato, exceto se cometer falta grave, nos termos da lei.

Perceba que, mesmo após ter sido eleito dirigente ou representante sindical, o
empregado poderá ser dispensado. No entanto, a dispensa somente poderá
ocorrer caso ele cometa falta grave.

A estabilidade sindical é relativa, sendo possível a dispensa do empregado em


virtude da extinção da empresa na qual ele exercia suas atividades. Segundo o
STF, “a garantia constitucional assegurada ao empregado enquanto no
cumprimento de mandato sindical (CF, art. 8º, VIII) não se destina a ele
propriamente dito, ex intuitu personae, mas sim à

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representação sindical de que se investe, que deixa de existir, entretanto,


se extinta a empresa empregadora”. 13

(Manausprev – 2015) A garantia constitucional assegurada


ao empregado enquanto no cumprimento de mandato sindical
se destina à pessoa do empregado e tem intuitu personae.

Comentários:

A jurisprudência do STF é no sentido contrário. Segundo a


Corte, a garantia da estabilidade sindical não se destina à
pessoa do empregado, mas sim à representação sindical de
que ele se investe. Questão errada.
==f91d9==

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de


sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a
lei estabelecer.

A Constituição Federal, para não deixar qualquer margem de dúvida, dispôs


que as regras do art.8º também se aplicam aos sindicatos rurais e de colônias
de pescadores.

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores


decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam
por meio dele defender.

§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o


atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

O art. 9º da CF assegura aos trabalhadores o direito de greve. Não se trata


de direito absoluto, uma vez que as necessidades inadiáveis da comunidade
deverão ser atendidas e aqueles que abusarem do direito ficarão sujeitos a
penas fixadas em lei.

A doutrina majoritária considera que o direito de greve dos trabalhadores


da iniciativa privada (regidos pela CLT) é norma de eficácia contida, pois
poderá ser restringido por lei. Recorde-se que o direito de greve dos servidores
públicos é norma de eficácia limitada, dependendo, para seu exercício, da
edição de lei regulamentadora.

Segundo o STF, “não constitui falta grave a entrada do empregado em greve,


desde que não se trate de movimento condenado pela Justiça do Trabalho e

13
RE 222.334. Rel. Min. Maurício Corrêa. DJ: 08.03.2002.

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desde que o comportamento seja pacífico no pertinente.”14 Com efeito, a


adesão ao movimento grevista não pode ser considerada falta grave, mas sim
um direito do trabalhador.

Observe que, apesar de o direito de greve ser considerado um direito social,


ele não envolve qualquer prestação positiva por parte do Estado. Ao
contrário, deverá o Estado abster-se de atuar, permitindo que os
trabalhadores defendam seus interesses por meio de movimento grevista.

(TJ / SC – 2015) O direito de greve é um direito social,


não dependendo de uma prestação estatal específica para o
seu exercício.

Comentários:

Apesar de ser um direito social, o direito de greve não


depende de prestação estatal específica para o seu
exercício. Questão correta.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos


colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

Esse dispositivo é, normalmente, cobrado em sua literalidade. Basta saber que


os trabalhadores e empregadores têm direito a participar no colegiado de
órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários
sejam objeto de discussão e deliberação. Apenas para ilustrar com um
exemplo, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) é um órgão
colegiado do qual participam representantes do Governo, dos trabalhadores
em atividade, dos empregadores e dos aposentados.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a


eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-
lhes o entendimento direto com os empregadores.

O objetivo do art. 11 é melhorar a interlocução entre empregadores e


empregados naquelas empresas com grande número de trabalhadores.
Assim, nas empresas com mais de 200 empregados, é assegurada a eleição
de um representante destes. Esse representante terá a tarefa (finalidade
exclusiva) de promover o entendimento direito entre os empregados e os
empregadores.

14
STF, RE nº 51.301. Rel. Min. Cunha Melo.

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(Polícia Rodoviária Federal – 2014) Nas empresas com


mais de cem empregados, é assegurada a eleição de um
representante destes com a finalidade exclusiva de promover
o entendimento direto com os empregadores.

Comentários:

A questão foi no detalhe! Essa regra somente se aplica às


empresas com mais de 200 empregados. Questão errada.

Nacionalidade
1- Introdução:

Segundo a doutrina dominante, os elementos constitutivos do Estado são


território, povo e governo soberano. Dentre esses três elementos, o povo é o
que constitui a dimensão pessoal do Estado. Ao contrário da população
(composta pelo conjunto de pessoas que habitam o território de um Estado), o
povo compõe-se dos seus nacionais, independentemente do local em que
residam.

A nacionalidade é justamente o vínculo jurídico-político entre o Estado


soberano e o indivíduo, que torna este um membro integrante da comunidade
que constitui o Estado. Segundo Mazzuoli, a nacionalidade comporta duas
dimensões: a dimensão vertical (que liga o indivíduo ao Estado) e a
dimensão horizontal (que liga o indivíduo ao elemento povo).15 A dimensão
vertical da nacionalidade impõe obrigações ao indivíduo perante o Estado,
próprias de uma relação de subordinação. Já a dimensão horizontal, pressupõe
uma relação sem grau hierárquico, isto é, uma relação paritária do indivíduo
com a comunidade à qual pertence.

Compete a cada Estado legislar sobre sua própria nacionalidade,


respeitando, é claro, os compromissos gerais e particulares aos quais tenha se
obrigado. O Estado soberano é, afinal, o único outorgante possível da
nacionalidade. É ele quem tem poder para determinar quem são seus
nacionais, quais as condições de aquisição da nacionalidade e, ainda,
disciplinar sua perda. Pode-se afirmar, portanto, que o estabelecimento de
critérios para a concessão de nacionalidade é ato de manifestação da
soberania estatal.

Nacionalidade não se confunde com cidadania. A cidadania é um atributo


que diferencia aqueles que possuem pleno gozo dos direitos políticos daqueles

15
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 4ª ed. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010.

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que não possuem esse direito. Já a nacionalidade é o que diferencia os


nacionais dos estrangeiros, isto é, diferencia os indivíduos que possuem uma
ligação pessoal com o Estado daqueles que não o tem. O conceito de
nacionalidade é mais amplo que o de cidadania, o que se pode
depreender a partir do exame do caso brasileiro. Como regra geral, todos
aqueles que possuem cidadania brasileira também possuem nacionalidade
brasileira. Já o contrário nem sempre é verdade! Uma criança de 5 anos de
idade possui nacionalidade brasileira, mas não possui cidadania, pois ainda não
goza plenamente de seus direitos políticos.

2- Atribuição de Nacionalidade pelo direito brasileiro:

A doutrina fala na existência de dois tipos de nacionalidade: a nacionalidade


originária (primária) e a nacionalidade derivada (adquirida ou secundária).

A nacionalidade originária é aquela que resulta de um fato natural, o


nascimento; diz-se, portanto, que é uma forma involuntária de aquisição de
nacionalidade. É atribuída ao indivíduo em razão de critérios sanguíneos (“jus
sanguinis”), territoriais (“jus soli”) ou mistos. Os brasileiros que recebem a
nacionalidade originária são chamados de “brasileiros natos”.

A nacionalidade derivada, por sua vez, é aquela cuja aquisição depende de


ato de vontade (ato volitivo), praticado depois do nascimento; diz-se que a
nacionalidade derivada é obtida mediante a naturalização. Os brasileiros que
recebem a nacionalidade derivada são chamados de “brasileiros
naturalizados”.

NASCIMENTO
PRIMÁRIA
(ORIGINÁRIA)
JUS SOLI REGR“
OU JUS S“NGUINIS
NACIONALIDADE (EXCEÇÃO)

SECUNDÁRIA
(ADQUIRIDA OU ATO VOLITIVO
DERIVADA)

Vejamos, a seguir, como se dá a atribuição de nacionalidade originária e


nacionalidade derivada no ordenamento jurídico brasileiro. Comecemos com a
atribuição de nacionalidade originária: quem são, afinal, os brasileiros
natos?

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Conforme já havíamos comentado, a nacionalidade originária pode ser


estabelecida tanto pela origem sanguínea da pessoa (“jus sanguinis”) quanto
pela origem territorial (“jus soli”). Pelo primeiro critério, é nacional todo
aquele filho de nacionais, independentemente de onde tenha nascido. Já pelo
segundo, é nacional quem nasce no território do Estado que o adota,
independentemente da origem sanguínea dos seus pais.

A Constituição Brasileira, como você verá a seguir, adotou em regra o “jus


soli”. Há, entretanto, exceções, nas quais predomina o “jus sanguinis”. Vamos
à análise do art. 12 da CF?

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais


estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que


qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde


que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

No art. 12, inciso I, estão as hipóteses de aquisição de nacionalidade


originária; em outras palavras, é esse dispositivo que define quem são os
brasileiros natos. Tente memorizá-las, caro (a) aluno (a), pois elas são
constantemente cobradas nos concursos em sua literalidade.

Na alínea “a”, é perceptível que a Constituição adotou o critério “jus soli”,


considerando brasileiro nato qualquer pessoa nascida em território
nacional, mesmo que de pais estrangeiros. Entretanto, há uma exceção: se o
nascido no Brasil for filho de estrangeiros que estejam a serviço de seu Pais,
não será brasileiro nato.

Vamos a dois exemplos para ilustrar melhor esse dispositivo!

Suponha que Diego e Martha, casal de argentinos, venha ao Brasil passar suas
férias. Martha está grávida, se empolga com umas “caipirinhas” e acaba
entrando em trabalho de parto. Pronto! Nasceu Dieguito Jr! Trata-se de
nascido no Brasil, filho de pais estrangeiros que não estavam a serviço de seu
País (estavam de férias!). Será, então, brasileiro nato.

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Agora, imagine que Vladislav Spetanovich, diplomata russo, venha servir aqui
no Brasil, junto com sua esposa Marianova Chevichenko. Marianova engravida
e nasce, aqui no Brasil, o filho do casal, Vladislav Jr. Apesar de ter nascido em
território brasileiro, Vladislav Jr. é filho de pais estrangeiros que estavam a
serviço da Rússia. Portanto, ele não será brasileiro nato.

Dados esses exemplos, podemos resumir a aplicação da alínea “a”,


vislumbrando três situações possíveis:

a) Um filho de pai ou mãe brasileiros, ou ambos, nasce em território


brasileiro: será brasileiro nato.

b) Um filho de pais estrangeiros, sendo que um deles, ou ambos,


estejam no Brasil a serviço de seu país nasce em território brasileiro:
não será brasileiro nato. Cabe destacar que é uma regra
consuetudinária de direito internacional que os filhos de agentes de
Estados estrangeiros, como diplomatas e cônsules, sejam normalmente
excluídos da atribuição de nacionalidade pelo critério “jus soli”.

Cuidado! Para que seja excluída a atribuição de nacionalidade pelo


critério “jus soli”, é necessário o cumprimento cumulativo de 2
(duas) condições:

- ambos os pais serem estrangeiros e;

- algum dos pais ou ambos estarem a serviço de seu país.

Atenção! Imagine o seguinte caso! Um diplomata italiano está no


Brasil a serviço de seu país e casa-se com uma brasileira. Eles têm um
filho que nasce em território brasileiro. O filho será brasileiro nato, pois
apenas uma das condições para a exclusão do critério “jus soli” foi
cumprida (“algum dos pais ou ambos estarem a serviço de seu país”). A
outra condição (“ambos os pais serem estrangeiros”) não foi cumprida.

c) Um filho de estrangeiros que não estão a serviço de seu país nasce


em território brasileiro: será brasileiro nato.

Para finalizar os comentários sobre a alínea “a”, vale destacar que o conceito
de território brasileiro abrange, além das terras delimitadas pelas fronteiras
geográficas, o mar territorial e espaço aéreo.

Na alínea “b”, a Constituição estabelece que são brasileiros natos os nascidos


no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil. O legislador constituinte
adotou, aqui, o critério “jus sanguinis”, prevendo, todavia um requisito
adicional: o fato de qualquer um dos pais (ou ambos) estar a serviço da

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República Federativa do Brasil, o que significa qualquer serviço prestado


por órgão ou entidade da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.

Suponha, por exemplo, que Miguel, diplomata brasileiro, vá servir na


Alemanha. Lá ele conhece a alemã Denise Fürst e com ela tem um filho:
Miguel Jr. Apesar de ter nascido no exterior, Miguel Jr. é filho de pai brasileiro
que estava a serviço da República Federativa do Brasil. Ele será, portanto,
brasileiro nato.

Resumindo o que dispõe a alínea “b”, a aquisição de nacionalidade por essa


regra depende do cumprimento cumulativo de dois requisitos:

a) Ser filho de pai brasileiro ou mãe brasileira, ou de ambos.

b) O pai ou a mãe, ou ambos, deverão estar a serviço do Brasil no


exterior.

“Mas, professores, e se o indivíduo que nascer no exterior for filho de pai ou


mãe brasileira e estes não estiverem a serviço do Brasil?”

Excelente pergunta! Partimos aí para a terceira hipótese de aquisição de


nacionalidade originária, que está prevista na alínea “c”.

Na alínea “c”, a Constituição estabelece que são brasileiros natos “os


nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira”.

Assim, há duas possibilidades diferentes de aquisição de nacionalidade


quando o indivíduo nasce no exterior, filho de pai brasileiro ou mãe
brasileira que não estão a serviço do Brasil:

a) O indivíduo é registrado em repartição brasileira competente ou;

b) O indivíduo vem a residir no Brasil e opta, em qualquer tempo,


depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

Na primeira possibilidade, o registro do indivíduo perante repartição


competente é condição suficiente para que ele seja considerado brasileiro
nato. Na segunda possibilidade, o indivíduo precisa residir no Brasil e, além
disso, manifestar sua vontade. É o que a doutrina denomina nacionalidade
potestativa.

Ressalte-se que essa manifestação de vontade somente poderá ocorrer após a


maioridade. Destaque-se que a opção pela nacionalidade brasileira deverá,

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nesse último caso, ser feita em juízo, em processo que tramita perante a
Justiça Federal.

“E se o filho de brasileiros que não estejam a serviço do Brasil e que tenha


nascido no exterior vier a residir no país ainda enquanto menor? Qual será sua
nacionalidade?”

Excelente pergunta! Nesse caso, o menor será considerado brasileiro


nato. Entretanto, a aquisição definitiva de sua nacionalidade dependerá de
sua manifestação após a maioridade. Uma vez tendo sido atingida a
maioridade, fica suspensa a condição de brasileiro nato, enquanto não for
efetivada a opção pela nacionalidade brasileira. A maioridade passa a ser,
então, condição suspensiva da nacionalidade brasileira até o momento em
que for feita a opção.

(MPT – 2015) A nacionalidade potestativa será incorporada


pelo indivíduo se for registrado em repartição brasileira no
exterior e vier a residir no Brasil antes da maioridade.

Comentários:

A nacionalidade potestativa será adquirida quando o indivíduo


nasce no exterior, filho de pai brasileiro ou mãe brasileira, e
não é registrado em repartição brasileira competente. Aí,
ele vem a residir no Brasil e opta, em qualquer tempo,
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira. Questão errada.

(PC / DF – 2015) Suponha-se que Antônio tenha nascido no


estrangeiro, sendo filho de pai brasileiro e mãe estrangeira.
Nesse caso, Antônio poderá optar, em qualquer tempo, depois
de atingir dezoito anos de idade, pela nacionalidade brasileira
originária, desde que venha residir no Brasil.

Comentários:

É exatamente isso! Antônio se enquadra na hipótese do art.


12, I, alínea “c”. São brasileiros natos os nascidos no
estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
sejam registrados em repartição brasileira competente ou
venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira. Questão correta.

(DPE / RO – 2015) Ernesto, filho de pais brasileiros, nascido


e registrado na República do Paraguai, ao atingir a

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maioridade, decide vir para o Brasil. Ao chegar neste País,


consulta um Defensor Público a respeito dos seus direitos. É
correto afirmar que Ernesto é considerado brasileiro nato pelo
simples fato de seus pais serem brasileiros.

Comentários:

De jeito nenhum! O simples fato de ser filho de brasileiros não


faz com que Ernesto seja brasileiro nato. Ernesto será
brasileiro nato se vier a residir no Brasil e optar, em qualquer
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira. Questão errada.

(SSP / AM – 2015) Peter, filho de um casal austríaco,


nasceu no território brasileiro quando seus pais aqui estavam
a serviço da Embaixada da Áustria. Após o seu nascimento,
permaneceu no Brasil por cerca de dez anos, até que a família
retornou ao País de origem. Como Peter passou a ter sólidos
laços afetivos com o Brasil, sendo frequentes as suas viagens
a passeio para este País, tomou a decisão de candidatar-se a
um cargo eletivo que é privativo de brasileiro nato. É possível
afirmar que Peter somente pode ser considerado brasileiro
nato caso sua família tenha providenciado o seu registro de
nascimento no Brasil, enquanto aqui residiu.

Comentários:

Apesar de ter nascido no Brasil, Peter não será brasileiro


nato. Isso porque ele é filho de pais estrangeiros que estavam
no Brasil a serviço de seu País (no caso, a Áustria). Questão
errada.

Dando continuidade à análise do art. 12, que tal verificarmos as condições


para a aquisição secundária (derivada) da nacionalidade?

Art. 12. São brasileiros:

(...)

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos


originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República

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Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação


penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

Observe que, no Brasil, a aquisição de nacionalidade derivada somente se dará


por manifestação do interessado (ou seja, será sempre expressa),
mediante naturalização.

Na alínea “a”, temos a hipótese de naturalização ordinária, concedida aos


estrangeiros que cumpram os requisitos descritos em lei (Lei da Migração).
No caso de estrangeiros originários de países de língua portuguesa, o
processo de naturalização é facilitado, sendo apenas exigidos dois requisitos:

a) residência no Brasil por um ano ininterrupto;

b) idoneidade moral.

Cabe destacar, entretanto, que o mero cumprimento dos requisitos não


assegura ao estrangeiro a concessão da nacionalidade brasileira. A concessão
da naturalização ordinária é ato discricionário do Chefe do Poder Executivo,
ou seja, depende de uma análise quanto à conveniência e à oportunidade por
parte deste.

Na alínea “b”, está prevista a naturalização extraordinária, que depende


do cumprimento de 3 (três) requisitos:

a) Residência ininterrupta no Brasil por mais de quinze anos;

b) Ausência de condenação penal;

c) Requerimento do interessado.

Ao contrário do que ocorre na naturalização ordinária, cumpridos esses três


requisitos, o interessado tem direito subjetivo à nacionalidade brasileira.
Portanto, esta não pode ser negada pelo Chefe do Executivo; trata-se de ato
vinculado do Presidente da República.

O STF já referendou esse entendimento. No caso levado à apreciação da


Corte, uma estrangeira que residia há mais de 15 anos ininterruptos no Brasil
e sem condenação penal foi aprovada em concurso público. Obtida a
aprovação, apresentou requerimento da sua naturalização extraordinária. Na
data da posse, todavia, a sua nacionalidade ainda não tinha sido reconhecida
pelo Estado brasileiro. Diante dessa situação, seria nula a posse no cargo
público?

Segundo o STF, o reconhecimento da naturalização extraordinária pelo


Poder Executivo gera efeitos declaratórios (e não constitutivos),

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retroagindo à data de apresentação do requerimento. Assim, o requerimento


da naturalização extraordinária seria suficiente para viabilizar a posse no cargo
público. 16

Por último, é importante destacar entendimento do STF no sentido de que não


se revela possível, em nosso sistema jurídico-constitucional, a aquisição da
nacionalidade brasileira jure matrimonii, vale dizer, como efeito direto e
imediato resultante do casamento civil” 17. Isso porque tal hipótese não foi
contemplada pela Constituição.

Esquematizando:

Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de


pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço
de seu país (critério “jus soli”)
Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
Brasileiros República Federativa do Brasil (critério “jus sanguinis”)
natos Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição
brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira
(nacionalidade potestativa)
Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
idoneidade moral (naturalização ordinária – concessão é
ato discricionário do Presidente da República)
Brasileiros
Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
naturalizados
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira (naturalização
extraordinária – concessão é direito subjetivo do
interessado)

(MPT – 2015) A naturalização extraordinária apresenta


como requisitos: residência no Brasil há quinze anos
ininterruptos, ausência de condenação penal, requerimento
do interessado e idoneidade moral.

Comentários:

16
RE 264.848-5 / TO. Rel. Min. Carlos Ayres Britto. Julgamento em 29.06.2005.
17
Ext 1.121, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-12-2009, Plenário, DJE de 25-6-2010.

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A idoneidade moral não é requisito para a naturalização


extraordinária. Questão errada.

(SEFAZ / PE – 2014) A naturalização extraordinária, que


beneficia qualquer estrangeiro que resida no Brasil há mais
de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal,
depende de requerimento, cuja resposta, em caso positivo,
tem efeitos constitutivos.

Comentários:

O reconhecimento da naturalização extraordinária gera


efeitos declaratórios (e não constitutivos). Questão errada.

3- Portugueses Residentes no Brasil:

Art. 12...........................................................................................
(...)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes
ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

A Constituição Federal de 1988 estabelece condições favoráveis para os


portugueses, que receberão tratamento igual ao de um brasileiro
naturalizado. Para isso, todavia, é necessário o cumprimento de dois
requisitos:

a) os portugueses deverão ter residência permanente no Brasil;

b) deverá haver reciprocidade de tratamento em favor dos


brasileiros, ou seja, Portugal deverá conferir os mesmos direitos aos
brasileiros que lá residam.

Veja que não há atribuição de nacionalidade aos portugueses nem aos


brasileiros que residam em Portugal. O português vivendo com ânimo
permanente no Brasil continua português; o brasileiro vivendo em Portugal
continua brasileiro. O que existe é tão somente concessão de direitos inerentes
aos nacionais do Estado. Dessa forma, não é necessário que um português se
naturalize brasileiro para que possa gozar dos mesmos direitos que um
brasileiro naturalizado, pois, sem fazê-lo, já deles pode usufruir.

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4- Condição Jurídica do Nacionalizado:

Segundo o art. 12, § 2º, CF/88, “a lei não poderá estabelecer distinção entre
brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.”
Em outras palavras, os brasileiros natos e os brasileiros naturalizados
devem ser tratados com isonomia. Somente poderá haver discriminação entre
um e outro nos casos previstos na própria Constituição. Leis que
discriminem entre brasileiros natos e naturalizados são flagrantemente
inconstitucionais.

Uma das principais distinções entre brasileiros natos e naturalizados diz


respeito à ocupação de alguns cargos, conforme previsto no art. 12, § 3º,
CF/88:

Art. 12............................................................................................
(...)
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas;
VII - de Ministro de Estado da Defesa.

Os cargos acima fazem parte de uma lista taxativa, caro (a) aluno (a)! Quem
não está na lista não precisa ser brasileiro nato para assumir o cargo.

Como decorar a lista? Achando a lógica dela! Vamos à explicação...

O legislador constituinte buscou assegurar que o Presidente da República


fosse brasileiro nato para garantir a soberania nacional, ou seja, para garantir
que o Chefe do Executivo não usaria o cargo para servir a interesses de outros
Estados. Para isso, também só permitiu a brasileiros natos o acesso a cargos
que podem suceder o Presidente: Vice-Presidente da República, Presidente
da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal e Ministros do
Supremo Tribunal Federal.

Também em nome da defesa da soberania nacional, nosso constituinte


restringiu o acesso à carreira diplomática. Isso porque o diplomata
representa o Brasil em outros Estados, e poderia mais facilmente sucumbir aos
interesses destes se fosse naturalizado. Seria difícil para um argentino
naturalizado brasileiro celebrar um tratado que favorecesse o Brasil em
detrimento da Argentina, por exemplo.

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A explicação para o acesso somente de brasileiros natos aos dois últimos


cargos é ainda mais óbvia! Somente o brasileiro nato pode ser oficial das
Forças Armadas ou Ministro do Estado da Defesa. Isso para diminuir o
risco de os ocupantes desses cargos favorecerem qualquer outra nação em
caso de guerra. Imagine as Forças Armadas pedirem a um naturalizado que
bombardeie a terra em que nasceu! Dificilmente a ordem seria acatada, não é
mesmo? E o Ministro da Defesa? Como planejaria usar as Forças Armadas
brasileiras contra seus próprios conterrâneos? Seu julgamento certamente
ficaria comprometido, com graves danos à segurança do Brasil...

As bancas examinadoras adoram fazer pegadinhas sobre


esse tema. Vejamos, abaixo, alguns detalhes sobre os quais
vocês devem ficar bastante atentos:

1) O Senador ou Deputado Federal não precisa ser


brasileiro nato. Apenas devem ser brasileiros natos o
Presidente da Câmara dos Deputados e o Presidente do
Senado Federal.

2) O único Ministro de Estado que deve ser brasileiro nato é


o Ministro da Defesa. Os outros Ministros podem ser
brasileiros naturalizados.

3) Os portugueses equiparados não podem ocupar cargos


privativos de brasileiro nato. Isso porque eles recebem o
tratamento de brasileiro naturalizado.

Há, ainda, outras distinções constitucionais entre brasileiros natos e brasileiros


naturalizados:

a) O art.89, inciso VII, da CF/88 estabelece que 6 (seis) vagas do


Conselho de República, órgão superior de consulta do Presidente da
República, foram reservadas para brasileiros natos.

b) O art. 5º, inciso LI, da CF/88 estabelece que os brasileiros natos não
serão, em hipótese alguma, extraditados. Já os brasileiros
naturalizados poderão ser extraditados em caso de crime comum
cometido antes da naturalização ou de comprovado envolvimento com
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.

c) O art. 222 da CF/88 estabelece restrições ao direito de propriedade


de empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e
imagens. Só poderão ser proprietários desse tipo de empresa
brasileiros natos ou os naturalizados há mais de 10 anos. Se essa
empresa for uma sociedade, pelo menos 70% do capital total e
votante deverá pertencer a brasileiros natos ou naturalizados há mais

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de 10 anos. Um brasileiro naturalizado há menos de 10 anos também


não poderá participar da gestão desse tipo de empresa.

(TJ / MG – 2015) São privativos de brasileiros natos os


cargos de Presidente, Vice-Presidente da República;
Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado
Federal; Ministros dos Tribunais Superiores; Diplomatas de
carreira; Oficial das Forças Armadas e Ministro de Estado da
Defesa.

Comentários:

Pegadinha! Os cargos de Ministros dos Tribunais Superiores


não são privativos de brasileiro nato. Apenas os Ministros do
STF é que devem ser brasileiros natos. Questão errada.

5- Perda da Nacionalidade:

A perda da nacionalidade é a extinção do vínculo patrial que liga o indivíduo


ao Estado. No Brasil, a perda da nacionalidade ocorrerá nos termos do art. 12,
§ 4º, CF/88:

Art. 12............................................................................................
(...)
§4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis;

Conforme é possível depreender a partir da análise do dispositivo supracitado,


há duas hipóteses de perda da nacionalidade:

a) Cancelamento de naturalização (art.12, §4º, I): O cancelamento


de naturalização será determinado por sentença judicial, em virtude
de atividade nociva ao interesse nacional. Uma vez que tenha transitado
em julgado essa ação, o indivíduo somente poderá readquirir a
nacionalidade brasileira mediante uma ação rescisória, não sendo
possível uma nova naturalização. Destaque-se que, como não poderia

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deixar de ser, essa primeira hipótese de perda de nacionalidade


somente se aplica a brasileiros naturalizados.

b) Aquisição de outra nacionalidade (art.12, §4º, II): Essa segunda


hipótese de perda de nacionalidade se aplica tanto a brasileiros natos
quanto a brasileiros naturalizados. É o que a doutrina denomina de
perda-mudança ou de perda da nacionalidade por naturalização
voluntária. Destaque-se que a reaquisição de nacionalidade
brasileira no caso de perda por naturalização voluntária será feita
mediante decreto do Presidente da República, se o indivíduo estiver
domiciliado no Brasil.

Perderá a nacionalidade brasileira aquele que adquirir voluntariamente


outra nacionalidade, salvo nos seguintes casos:

- Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira.


Suponha, por exemplo, que Giani Canavarro (brasileiro nato) seja filho
de pai italiano e, portanto, tenha direito, pela lei italiana, a ser também
italiano nato. Veja que, nesse caso, a lei estrangeira está reconhecendo
nacionalidade originária a Giani (afinal, ele será italiano nato). Portanto,
ao adquirir a nacionalidade italiana, Giani não perderá a
nacionalidade brasileira. Ele ficará com uma dupla nacionalidade
(polipatria)

- Imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro


residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em
seu território ou para o exercício de direitos civis. Suponha que a lei de
um país “X” determine que o indivíduo somente poderá se casar com
uma nacional daquele país caso obtenha sua naturalização. Perceba que
a naturalização está sendo imposta como uma condição para o exercício
de um direito civil (o casamento). Logo, esse indivíduo, ao adquirir a
nacionalidade estrangeira, não perderá a nacionalidade brasileira.
Também nesse caso, o indivíduo ficará com dupla nacionalidade.

No MS 33.864/DF, o STF apreciou um caso bem


interessante. Uma brasileira nata havia se naturalizado
norte-americana, o que resultou na perda da
nacionalidade brasileira mediante Portaria do Ministério
da Justiça.

Os EUA pleitearam a extradição dessa mulher. Ela, então,


ingressou com mandado de segurança pedindo a revogação
da Portaria do Ministério da Justiça. Argumentou que a
obtenção da nacionalidade norte-americana tinha como
objetivo o pleno gozo de direitos civis, inclusive o de

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moradia.

O STF denegou o mandado de segurança, reconhecendo a


possibilidade de extradição. Ficou consignado que, no
caso, a aquisição da nacionalidade norte-americana havia
ocorrido por livre e espontânea vontade, uma vez que ela já
tinha o green card, o que lhe assegurava o direito de
moradia e trabalho legal nos EUA.

Com esse entendimento do STF, pode-se afirmar que é


possível a extradição daquele que perdeu a condição
de brasileiro nato pela aquisição de outra
nacionalidade.

(MPT – 2015) Será declarada a perda da nacionalidade do


brasileiro que adquirir outra nacionalidade, salvo no caso de
imposição, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em
Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o fim de exercício de direitos civis.

O brasileiro que adquirir outra nacionalidade perderá a


nacionalidade. Isso não se aplica no caso de imposição de
naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de
direitos civis. Questão correta.

(PC / DF – 2015) Suponha-se que Carlos, brasileiro nato,


resida há muitos anos no estrangeiro e precise adquirir a
nacionalidade estrangeira como condição de permanência
naquele território. Nesse caso, se ele obtiver a referida
nacionalidade, perderá a nacionalidade brasileira.

Comentários:

Na situação apresentada, Carlos não perderá a nacionalidade


brasileira. Segundo o art. 12, §4º, II, “b”, não haverá perda
da nacionalidade no caso de imposição de naturalização,
pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis. Questão
errada.

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6- Língua e Símbolos Oficiais:

Só para cobrirmos qualquer surpresa na prova, peço que leia o art. 13,
transcrito a seguir, que somente poderá ser pedido em sua literalidade.

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do


Brasil.
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as
armas e o selo nacionais.
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos
próprios.

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Questões Comentadas

1. Direitos Sociais

1. (ESAF / ANAC – 2016) Nos termos da Constituição Federal, ao


empregado sindicalizado que for eleito a cargo de representação
sindical na condição de suplente:

a) é vedada a dispensa do referido empregado a partir da proclamação do


resultado das eleições até seis meses após o final do mandato, salvo se
cometer falta grave nos termos da lei.

b) não há vedação para a dispensa do referido empregado, visto que eleito


suplente, e esses não gozam de estabilidade constitucional.

c) é vedada a dispensa do referido empregado a partir do registro da


candidatura até seis meses após o final do mandato, salvo se cometer falta
grave nos termos da lei.

d) não há vedação para a dispensa do referido empregado, visto que a


Constituição Federal estabelece a estabilidade somente para cargo de direção.

e) é vedada a dispensa do referido empregado a partir do registro da


candidatura até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave
nos termos da lei.

Comentários:

Segundo o art. 8º, VIII, CF/88, “é vedada a dispensa do empregado


sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o
final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei”. O gabarito
é a letra E.

2. (ESAF / ANAC – 2016) Considera-se direito dos trabalhadores


urbanos e rurais, nos termos da Constituição Federal:

a) assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 anos


de idade em creches e pré-escolas.

b) remuneração do serviço extraordinário superior, no máximo, em cinquenta


por cento à do normal.

c) aviso prévio proporcional tendo como base o valor do vencimento básico.

d) repouso semanal remunerado aos domingos.

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e) irredutibilidade do salário, exceto o que dispuser o contrato de trabalho.

Comentários:

Letra A: correta. É um direito social dos trabalhadores a assistência gratuita


aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 anos de idade em creches
e pré-escolas (art. 7º, XXV, CF/88).

Letra B: errada. É um direito social dos trabalhadores a remuneração do


serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal (art. 7º, XVI, CF/88).

Letra C: errada. É um direito social dos trabalhadores o aviso prévio


proporcional ao tempo de serviço (art. 7º, XXI, CF/88).

Letra D: errada. O repouso semanal remunerado será preferencialmente aos


domingos (art. 7º, XV, CF/88).

Letra E: errada. A garantia da irredutibilidade do trabalho somente poderá ser


flexibilizada por convenção ou acordo coletivo (art. 7º, VI, CF/88).

O gabarito é a letra A.

3. (ESAF / PGFN – 2015) Sobre os direitos sociais coletivos dos


trabalhadores, assinale a opção correta.

a) É livre a criação de sindicatos, condicionados ao registro no órgão


competente, cabendo aos trabalhadores ou empregadores interessados
estabelecer a base territorial respectiva, não inferior à área de um município.

b) Para a Súmula Vinculante n. 40, do Supremo Tribunal Federal, a


contribuição assistencial só é exigível dos filiados ao sindicato.

c) Cabe aos trabalhadores, diante do princípio da liberdade e autonomia


sindical, artigo 8º, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil de
1988, decidir pela participação dos sindicatos nas negociações coletivas de
trabalho.

d) Nas empresas com mais de 200 empregados, é assegurada a eleição de um


representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o
entendimento direto com os empregadores, sendo vedada a dispensa do
representante eleito, a partir do registro da candidatura e, se eleito, ainda que
suplente, até um ano após o término do mandato.

e) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 confere, como


direito fundamental coletivo, o exercício do direito de greve, sendo vedada
regulamentação por lei ordinária.

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Comentários:

Letra A: correta. É exatamente o que prevê o art. 8º, II, CF/88, que versa
sobre o princípio da unicidade sindical: “é vedada a criação de mais de
uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área
de um Município”.

Letra B: errada. A Súmula Vinculante nº 40 trata da contribuição


confederativa, que só é exigida dos filiados ao sindicato.

Letra C: errada. Segundo o art. 8º, VI, “é obrigatória a participação dos


sindicatos nas negociações coletivas de trabalho”.

Letra D: errada. De fato, nas empresas com mais de 200 empregados, é


assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva
de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. Esse
representante não goza, todavia, de estabilidade.

A CF/88 veda a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da


candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito,
ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer
falta grave nos termos da lei.

Letra E: errada. O direito de greve pode ser, sim, regulamentado por lei
ordinária. É o que se depreende a partir do art. 9º, § 1º, que dispõe que “a lei
definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento
das necessidades inadiáveis da comunidade”.

O gabarito é a letra A.

4. (ESAF / Prefeitura de Fortaleza - 2003) Assinale a opção que


contém direito classificado como direito social pela Constituição de
1988.

a) Direito à saúde.

b) Direito de herança.

c) Liberdade de expressão.

d) Inviolabilidade de domicílio.

e) Liberdade de culto religioso.

Comentários:

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A Constituição classifica como direitos sociais (art. 6º) a educação, a saúde, a


alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos
desamparados. A letra A é o gabarito da questão.

5. (ESAF/ PFN - 2006) As limitações do financeiramente possível


não têm aplicação quando se trata de definir o âmbito normativo dos
direitos sociais previstos na Constituição.

Comentários:

Pelo contrário! A teoria da reserva do possível serve para determinar os limites


em que o Estado deixa de ser obrigado a dar efetividade aos direitos sociais.
Questão incorreta.

6. (ESAF/ ATPS - 2012) Considerando os direitos sociais


estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil de
1988, assinale a opção que descreve, corretamente, direito dos
trabalhadores urbanos e rurais:

a) o seguro-desemprego, em caso de desemprego voluntário.

b) igualdade de direito entre o trabalhador, exceto o trabalhador avulso em


relação ao vínculo permanente.

c) proteção, na forma da lei, em face da automação.

d) repouso semanal remunerado obrigatoriamente aos domingos, exceto para


serviços permanentes.

e) participação nos lucros ou resultados, vinculada à remuneração.

Comentários:

Letra A: errada. Essa é uma pegadinha muito comum em provas! O seguro


desemprego é um direito dos trabalhadores, aplicando-se apenas nos casos de
desemprego involuntário.

Letra B: errada. O trabalhador avulso e o empregado com vínculo permanente


têm igualdade de direitos.

Letra C: correta. A proteção em face da automação, na forma da lei, é um


direito dos trabalhadores.

Letra D: errada. O repouso semanal remunerado será preferencialmente aos


domingos.

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Letra E: errada. A participação nos lucros ou resultados é desvinculada da


remuneração.

7. (ESAF / ATRFB - 2006) A irredutibilidade do salário não é um


direito absoluto do empregado, podendo ocorrer redução salarial,
desde que ela seja aprovada em convenção ou acordo coletivo.

Comentários:

A Carta Magna permite, sim, a redução do salário, mediante convenção ou


acordo coletivo (art. 7º, VI). Questão correta.

8. (ESAF / TRF – 2002) Não constitui direito social expressamente


previsto pelo constituinte direito a piso salarial proporcional à
extensão e complexidade do trabalho.

Comentários:

O direito ao piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho


é direito social previsto no art. 7º, V, da Constituição. Questão incorreta.

9. (ESAF / CGU - 2006) Nos termos da Constituição Federal, o piso


salarial deverá ser proporcional à extensão e à complexidade do
trabalho.

Comentários:

É o que dispõe o art. 7º, V, da Constituição. Questão correta.

10. (ESAF / CGU - 2006) A garantia constitucional de recebimento de


salário nunca inferior ao mínimo não se aplica aos autônomos nem aos
trabalhadores que percebem remuneração variável.

Comentários:

A Constituição garante aos trabalhadores urbanos e rurais, com vínculo


empregatício e avulsos, salário, nunca inferior ao mínimo, inclusive para os
que percebem remuneração variável (art. 7º, IV e VI). Questão incorreta.

11. (ESAF / TRF - 2000) Em relação aos direitos sociais relativos aos
trabalhadores, pode-se dizer que a Constituição vigente contemplou o
direito de participação nos lucros em duas formas: (a) participação nos
lucros, prejuízos e resultados; (b) participação na diretoria ou
conselho de acionistas das empresas estatais.

Comentários:

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A Carta Magna contemplou o direito de participação nos lucros ou resultados (e


não nos prejuízos) e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa,
conforme definido em lei (art. 7º, XI, CF). Questão incorreta.

12. (ESAF / CGU - 2006) A Constituição Federal reconhece a


igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso, ressalvado o direito ao décimo
terceiro salário com base na remuneração integral.

Comentários:

O direito ao décimo terceiro salário é assegurado, também, ao avulso,


conforme art. 7º, XXXIV, da CF/88. Questão incorreta.

13. (ESAF / AFRF – 2005) O salário-família, pago em razão do


dependente, é direito apenas do trabalhador considerado de baixa
renda, nos termos da lei.

Comentários:

Segundo a CF/88, é direito dos trabalhadores urbanos e rurais (art. 7º,XII) o


salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda
nos termos da lei. Note que o benefício do salário-família só é devido ao
trabalhador de baixa renda, em razão de seu dependente (filho menor, por
exemplo), sendo os critérios para seu recebimento definidos em lei formal.
Questão correta.

14. (ESAF / CGU - 2006) É direito social do trabalhador duração do


trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Comentários:

A Lei Fundamental garante ao trabalhador a duração do trabalho normal não


superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho (art. 7º, XIII). Questão incorreta.

15. (ESAF / ATRFB - 2006) A duração do trabalho normal tem


previsão constitucional, não havendo a possibilidade de ser
estabelecida redução da jornada de trabalho.

Comentários:

A Constituição permite, sim, a redução da jornada de trabalho, mediante


acordo ou convenção coletiva (art. 7º, XIII, CF). Questão incorreta.

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16. (ESAF / AFRF – 2005) Para o trabalho realizado em turnos


ininterruptos de revezamento, a jornada será sempre de seis horas.

Comentários:

Reza a Constituição, em seu art. 7º, inciso XIV, que é direito dos trabalhadores
urbanos e rurais a jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva. Note que a
jornada poderá, excepcionalmente, ser aumentada, em caso de negociação
coletiva. Questão incorreta.

17. (ESAF / AFRF – 2005) A Constituição Federal fixa que a


remuneração do serviço extraordinário será superior em cinquenta por
cento à do normal.

Comentários:

Determina a CF/88, no art. 7º, XVI, que é direito dos trabalhadores urbanos e
rurais a remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
cinquenta por cento à do normal. Questão incorreta.

18. (ESAF / ATRFB - 2006) Nos termos da Constituição Federal, a


existência de seguro contra acidentes de trabalho, pago pelo
empregador, impede que ele venha a ser condenado a indenizar o seu
empregado, em caso de acidente durante a jornada normal de
trabalho.

Comentários:

Nos termos da Carta da República, o seguro contra acidentes de trabalho, a


cargo do empregador, não exclui a indenização a que ele está obrigado,
quando incorrer em dolo ou culpa (art. 7º, XXVIII). Questão incorreta.

19. (ESAF / CGU - 2006) A Constituição Federal proíbe, sob qualquer


modalidade, o trabalho do menor de dezesseis anos.

Comentários:

Há uma exceção à vedação de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos:


permite-se o trabalho ao menor aprendiz, a partir de quatorze anos (art. 7º,
XXXIII, CF). Questão incorreta.

20. (ESAF / SFC - 2001) A Constituição veda o emprego de todo


menor com menos de 18 anos.

Comentários:

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O art. 7º, XXXIII, da Constituição, proíbe apenas o trabalho noturno,


perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos. Questão incorreta.

21. (ESAF/2003/Prefeitura do Recife) A Constituição Federal


determina que a lei estabeleça tratamento diferenciado entre
profissionais que desempenham trabalho manual com relação aos que
desempenham trabalho intelectual.

Comentários:

Ao contrário: a Carta Magna veda a distinção entre trabalho manual, técnico e


intelectual ou entre os profissionais respectivos (art. 7º, XXXII, CF). Questão
incorreta.

22. (ESAF / ATRFB - 2012) O texto constitucional prevê o direito ao


Fundo de Garantia do Tempo de Serviço à categoria dos trabalhadores
domésticos.

Comentários:

Os trabalhadores domésticos, após a EC nº 72/2013, passaram a ter direito ao


FGTS. Questão correta.

23. (ESAF / ATRFB - 2012) A fundação de sindicato depende de


autorização do Ministério do Trabalho.

Comentários:

Segundo o art. 8º, inciso I, da Constituição, a lei não poderá exigir autorização
do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na
organização sindical. Questão incorreta.

24. (ESAF / ATRFB - 2012) O aposentado filiado não tem direito a ser
votado nas organizações sindicais.

Comentários:

Versa o art. 8º, inciso VII, da Constituição que o aposentado filiado tem direito
a votar e ser votado nas organizações sindicais. Questão incorreta.

25. (ESAF / AFRFB – 2009) A Constituição Federal de 1988 não


previu os direitos sociais como direitos fundamentais.

Comentários:

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Os direitos sociais são direitos fundamentais de segunda geração. Estão


relacionados no Título II da Constituição, que trata dos Direitos e Garantias
Fundamentais. Questão incorreta.

26. (ESAF / CGU - 2008) Ainda que os Poderes Legislativo e


Executivo detenham prerrogativas de formular e executar políticas
públicas, o Poder Judiciário pode determinar a órgãos estatais
inadimplentes que implementem políticas públicas definidas pela
própria Constituição, cuja omissão possa comprometer a eficácia e a
integridade de direitos sociais e culturais.

Comentários:

De fato, pode o Judiciário determinar aos órgãos inadimplentes a


implementação de políticas públicas, tendo em vista garantir a dignidade da
pessoa humana. Questão correta.

27. (ESAF / Prefeitura de Natal - 2008) O exercício dos direitos


sociais como educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança,
previdência social, proteção à maternidade e à infância, assistência
aos desamparados, depende da existência de lei disciplinando cada um
desses direitos.

Comentários:

Os direitos sociais do art. 6º, CF/88, são normas de eficácia limitada, uma vez
que sua efetiva concretização depende da implementação de políticas
públicas, bem como da edição de leis regulamentadoras.

Entretanto, o exercício desses direitos não precisa, necessariamente, da


existência de lei disciplinando cada um deles. O Poder Público tem o dever de
garantir a máxima concretização dos direitos sociais. Nesse sentido, o art. 5º,
§ 1º, CF/88, estabelece que “as normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata”.

Questão errada.

28. (ESAF/2006/SRF) Não integra os direitos sociais, previstos na


Constituição Federal, a assistência aos desamparados.

Comentários:

A assistência aos desamparados integra, sim, o rol de direitos sociais,


conforme art. 6º da CF/88. Questão incorreta.

29. (ESAF / TRF – 2002) Assinale a opção em que não consta um


direito classificado como direito social:

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a) Direito de associação para fins lícitos.

b) Direito à educação.

c) Direito à saúde.

d) Direito à moradia.

e) Direito ao trabalho.

Comentários:

Já memorizou o rol de direitos sociais trazidos pelo art. 6º da Constituição?


Das alternativas trazidas pelo enunciado, não compõe esse rol o direito à
associação. A letra A é o gabarito.

30. (ESAF / SUSEP – 2010) A Constituição Federal garante a


inviolabilidade dos direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, além de outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que
a República Federativa do Brasil seja parte. Sobre a inviolabilidade dos
direitos, é correto afirmar que a Constituição não preordena
exatamente disposições e mecanismos que a assegurem.

Comentários:

Há vários instrumentos previstos pela Constituição para a defesa desses


direitos, dentre os quais se destacam os remédios constitucionais. Exemplo: o
“habeas corpus” é mecanismo constitucional de defesa do direito de
locomoção. Questão incorreta.

31. (ESAF / SUSEP – 2010) A Constituição Federal garante a


inviolabilidade dos direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, além de outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que
a República Federativa do Brasil seja parte. Sobre a inviolabilidade dos
direitos, é correto afirmar que apesar de serem direitos inerentes à
dignidade da pessoa humana, sua inviolabilidade não é um elemento
de sua própria conceituação, nem de sua própria existência.

Comentários:

A inviolabilidade é característica inerente aos direitos fundamentais, sendo


elemento de sua própria conceituação e existência. Questão incorreta.

32. (ESAF / AFRFB - 2009) O lazer é um direito social.

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Comentários:

O lazer é, de fato, um direito social, conforme art. 6º da CF/88. Questão


correta.

33. (ESAF / AFT - 2010) A distinção entre trabalhadores urbanos e


rurais ainda tem sua importância, pois ainda não gozam dos mesmos
direitos.

Comentários:

Como vimos, a CF/88 garante os mesmos direitos aos trabalhadores urbanos e


rurais. Questão incorreta.

34. (ESAF / SUSEP - 2010) Os diversos direitos garantidos pela


constituição aos trabalhadores são elencados de forma
exemplificativa.

Comentários:

De fato, os direitos garantidos pela Carta Magna aos trabalhadores compõem


um rol exemplificativo, como se depreende da expressão “além de outros”
constante do “caput” do art. 7º da Constituição. Questão correta.

35. (ESAF / SUSEP – 2010) Os diversos direitos garantidos pela


Constituição aos trabalhadores são elencados de forma taxativa.

Comentários:

Os diversos direitos garantidos pela Constituição aos trabalhadores são


elencados de forma exemplificativa. Questão incorreta.

36. (ESAF / SUSEP - 2010) A Constituição não conferiu uma garantia


absoluta do emprego.

Comentários:

Nenhum direito fundamental é absoluto. A Constituição protege o emprego


contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos da lei
complementar (art. 7º, I, CF). Questão correta.

37. (ESAF / AFT - 2010) A proteção do mercado de trabalho da


mulher não é autoaplicável.

Comentários:

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A proteção do mercado de trabalho da mulher depende de regulamentação em


lei, sendo, portanto, norma constitucional de eficácia limitada. Questão
correta.

38. (ESAF / AFT - 2006) A redução da jornada de trabalho é vedada


expressamente pela Constituição Federal.

Comentários:

A redução da jornada de trabalho é permitida pela Constituição, mediante


acordo ou convenção coletiva (art. 7º, XIII, CF). Questão incorreta.

39. (ESAF / Prefeitura de Natal - 2008) É assegurada licença à


gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 180
dias.

Comentários:

Determina o art. 7º, XVIII, da Carta Magna, que é assegurada à gestante


licença, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e
vinte dias. Questão incorreta.

40. (ESAF / Prefeitura de Natal - 2008) É assegurada assistência


gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 24 anos de
idade, em creches e, de acordo com a idade e a evolução pessoal, em
estabelecimentos de ensino fundamental, de ensino médio e de ensino
superior.

Comentários:

O enunciado é absurdo! Empregador nenhum pode ser obrigado a pagar


faculdade para marmanjo, não é? A CF/88 assegura, aos trabalhadores
urbanos e rurais, assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas.
Questão incorreta.

41. (ESAF / CGU - 2008) O amparo às crianças e adolescentes


carentes constitui um dos deveres do Estado com a assistência social e
será efetivado inclusive mediante a garantia de educação infantil, em
creche e pré-escola, às crianças com até cinco anos de idade.

Comentários:

De fato, um dos objetivos da assistência social é a proteção das crianças e


adolescentes carentes (art. 203, I, CF), sendo garantida pela Constituição a
assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco)
anos de idade em creches e pré-escolas (art. 7º, XXV, CF). Questão correta.

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42. (ESAF / MPU - 2004) O seguro contra acidentes do trabalho,


quando feito pelo empregador, substitui eventuais indenizações por
ele devidas quando o acidente com o empregado se der por culpa do
empregador.

Comentários:

O seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, não exclui a


indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa (art.
7º, XXVIII, CF). Questão incorreta.

43. (ESAF / Prefeitura de Natal – 2008) Proíbe-se trabalho noturno,


perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e de qualquer trabalho a
menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14
anos.

Comentários:

O art. 7º, XXXIII, da Constituição, determina a proibição de trabalho noturno,


perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores
de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
Questão correta.

44. (ESAF / AFT - 2010) A doutrina constitucionalista tem comentado


muito sobre os direitos dos trabalhadores garantidos
constitucionalmente. Sobre tais direitos, considerando a doutrina de
José Afonso da Silva, é correto afirmar que a Constituição conferiu
direito à participação nos lucros ou resultados da empresa. Tal direito
já pode ser exercido de imediato, em razão de a norma constitucional
ser autoaplicável.

Comentários:

A Carta Magna determina que é direito dos trabalhadores urbanos e rurais, em


seu art. 7º, XI, a participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa,
conforme definido em lei. Trata-se de norma de eficácia limitada,
necessitando de regulamentação legal para produzir todos os seus efeitos.
Questão incorreta.

45. (ESAF / AFRF - 2005) Nos termos da Constituição Federal, é


assegurada ao empregado a participação nos lucros, ou resultados,
vinculada à remuneração, e à participação na gestão da empresa.

Comentários:

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A participação na gestão na empresa é excepcional, conforme definido em lei


(art. 7º, XI). Ademais, a participação nos lucros ou resultados é desvinculada
da remuneração. Questão incorreta.

46. (ESAF / AFRFB - 2009) A mulher é protegida quanto ao mercado


de trabalho, mediante incentivos específicos.

Comentários:

É o que determina o art. 7º, XX, da Constituição. Questão correta.

47. (ESAF / AFRFB - 2009) O trabalhador com vínculo empregatício


permanente e o trabalhador avulso têm igualdade de direitos.

Comentários:

Determina o art. 7º, XXXIV, da CF, que é direito dos trabalhadores urbanos e
rurais a igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o trabalhador avulso. Questão correta.

48. (ESAF / AFT - 2010) A Constituição Federal garantiu o direito ao


gozo de férias anuais remuneradas estabelecendo o período de 30
dias.

Comentários:

A Constituição apenas estabelece o direito ao gozo de férias anuais


remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal.
Quem determina a duração das férias é a legislação infraconstitucional
(art. 7º, XVII, CF). Questão incorreta.

2. Nacionalidade

49. (ESAF / ATA - 2012) São brasileiros naturalizados os


estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

Comentários:

É o que determina o art. 12, II, “b”, da Constituição. Trata-se da chamada


naturalização extraordinária, que é direito subjetivo do interessado.
Questão correta.

50. (ESAF / ATA - 2012) São brasileiros natos os nascidos na


República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a serviço de seu país.

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Comentários:

É o que dispõe o art. 12, I, "a", da Constituição. A Constituição adota, nessa


hipótese, o critério “jus soli”, considerando brasileiro nato qualquer pessoa
nascida em território nacional, mesmo que de pais estrangeiros. Entretanto, há
uma exceção: se o nascido no Brasil for filho de estrangeiros a serviço de seu
país, não será brasileiro nato. Questão correta.

51. (ESAF / ATA - 2012) São brasileiros natos os nascidos no


estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente.

Comentários:

É o que determina o art. 12, I, “c”, da Constituição. Questão correta.

52. (ESAF / ATA - 2012) São brasileiros natos os nascidos no


estrangeiro, de pai brasileiro e mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil.

Comentários:
Do jeito como o examinador escreveu a frase, parece que é necessário que
ambos os pais sejam brasileiros para que o filho seja brasileiro nato. Não é
verdade. Basta que um seja brasileiro e esteja a serviço da República
Federativa do Brasil. (art. 12, I, "b", CF). Questão incorreta.

53. (ESAF / ATA - 2012) São brasileiros naturalizados os que, na


forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um
ano ininterrupto e idoneidade moral.

Comentários:

É o que determina o art. 12, II, "a", da Constituição Federal. Tem-se, aqui,
a naturalização ordinária. Questão correta.

54. (ESAF / ATRFB - 2012) O cargo de Ministro da Fazenda é


privativo de brasileiro nato.

Comentários:

O único cargo de Ministro de Estado que só pode ser ocupado por brasileiro
nato é o de Ministro da Defesa. Questão incorreta.

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55. (ESAF / ATRFB - 2012) O cargo de Ministro do Tribunal Superior


do Trabalho é privativo de brasileiro nato.

Comentários:

Não se trata de cargo privativo de brasileiro nato. Questão incorreta.

56. (ESAF / ATRFB - 2012) O brasileiro nato poderá ser extraditado


no caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins.

Comentários:

O brasileiro nato jamais poderá ser extraditado (art. 5º, LI, CF). Questão
incorreta.

57. (ESAF / ATRFB - 2012) São brasileiros natos os nascidos no


estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil.

Comentários:

É o que determina o art. 12, I, “b”, da Constituição. Questão correta.

58. (ESAF / ATRFB - 2012) No sistema jurídico-constitucional pátrio,


é cabível a aquisição da nacionalidade brasileira como efeito direto e
imediato resultante do casamento civil.

Comentários:

Os casos de aquisição de nacionalidade brasileira estão previstos no art. 12, II,


da Constituição. Essa hipótese não está entre eles, o que significa que não é
válida. Nesse sentido, entende o STF que “não se revela possível, em nosso
sistema jurídico-constitucional, a aquisição da nacionalidade brasileira jure
matrimonii, vale dizer, como efeito direto e imediato resultante do casamento
civil”18. Questão incorreta.

59. (ESAF / AFT - 2010) A nacionalidade pode ter repercussões na


vida de brasileiros e estrangeiros. Nos termos da Constituição
Brasileira, são brasileiros natos os nascidos na República Federativa
do Brasil, ainda que de pais estrangeiros e mesmo que estes não
estejam a serviço de seu país.

Comentários:

18
Ext 1.121, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-12-2009, Plenário, DJE de 25-6-2010.

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Só será brasileiro nato o nascido na República Federativa do Brasil de pais


estrangeiros se estes não estiverem a serviço do seu país. Do jeito como o
enunciado está escrito, parece que o fato de não estarem os pais a serviço de
seu país não é uma condição para a aquisição da nacionalidade, o que
sabemos que é. Questão incorreta.

60. (ESAF / AFT - 2010) A nacionalidade pode ter repercussões na


vida de brasileiros e estrangeiros. Nos termos da Constituição
Brasileira, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou mãe brasileira, ainda que nenhum deles esteja a serviço
da República Federativa do Brasil.

Comentários:

Prevê a Constituição que são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de


pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil (art. 12, I, “b”). Questão incorreta.

61. (ESAF / AFT - 2010) A nacionalidade pode ter repercussões na


vida de brasileiros e estrangeiros. Nos termos da Constituição
Brasileira, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente, ou venham residir na República
Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, opte, em
qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.

Comentários:

Segundo a Carta Magna (art. 12, I, “c”), são brasileiros natos os nascidos no
estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira. Não há necessidade de que a
residência no Brasil se dê antes da maioridade para que se possa optar pela
nacionalidade brasileira, como diz o enunciado. Questão incorreta.

62. (ESAF / SUSEP - 2010) A Constituição Federal garante a


inviolabilidade dos direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, além de outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que
a República Federativa do Brasil seja parte. Sobre a inviolabilidade dos
direitos, é correto afirmar que para a Constituição, a sobrevivência da
nacionalidade é valor mais importante que a vida individual de quem
porventura venha a trair a pátria em momentos cruciais.

Comentários:

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Podemos perceber que a Constituição faz tal ponderação de valores em seu


art. 5º, XLVII, “a”, quando permite a pena de morte em caso de guerra
declarada, ou seja, coloca a vida do indivíduo, num momento crucial para a
pátria, em posição de menor importância que a nacionalidade. Questão
correta.

63. (ESAF / AFT - 2010) A nacionalidade pode ter repercussões na


vida de brasileiros e estrangeiros. Nos termos da Constituição
Brasileira, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente, ou venham residir na República
Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em
qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.

Comentários:

Não é necessário que o indivíduo venha a residir no Brasil antes da maioridade


para a aquisição da nacionalidade originária brasileira. Ele poderá residir aqui a
qualquer tempo e, uma vez tendo atingido a maioridade, optar pela
nacionalidade brasileira. Questão incorreta.

64. (ESAF / AFT - 2010) A nacionalidade pode ter repercussões na


vida de brasileiros e estrangeiros. Nos termos da Constituição
Brasileira, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade
brasileira.

Comentários:

Nesse caso, a aquisição da nacionalidade originária brasileira só poderá se dar


uma vez atingida a maioridade. Questão incorreta.

65. (ESAF / AFT - 2010) A nacionalidade pode ter repercussões na


vida de brasileiros e estrangeiros. Nos termos da Constituição
Brasileira, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.

Comentários:

É o que determina o art. 12, I, “c”, da CF/88. Questão correta.

66. (ESAF / ATRFB - 2009) São cargos privativos de brasileiro nato:

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a) Presidente da República, Senador, Deputado e Ministro do Supremo Tribunal


Federal.

b) Presidente do Senado Federal, Ministro do Superior Tribunal Militar e


Ministro de Estado da Defesa.

c) Presidente da República, Ministro do Supremo Tribunal Federal e Ministro da


Justiça.

d) Vice-Presidente da República, Ministro de Estado da Defesa e Presidente da


Câmara dos Deputados.

e) Vice-Presidente da República, Governador de Estado e Diplomata.

Comentários:

A CF/88 determina, no art. 12, § 3º, que alguns cargos são privativos de
brasileiros natos. Das alternativas acima, a letra D é a única que relaciona
apenas cargos privativos de brasileiros natos.

Letra A: errada. Senador e Deputado podem ser brasileiros natos ou


naturalizados. O Presidente da Câmara dos Deputados e o Presidente do
Senado Federal é que são brasileiros natos.

Letra B: errada. Os Ministros do STM não precisam ser brasileiros natos.

Letra C: errada. Ministro da Justiça não é cargo privativo de brasileiro nato.

Letra E: errada. Governador não é cargo privativo de brasileiro nato.

67. (ESAF / CGU - 2008) Assinale a opção correta. São privativos de


brasileiro nato os cargos, exceto:

a) de Presidente e Vice-Presidente da República.

b) de Ministro do Supremo Tribunal Federal.

c) de Deputados e Senadores.

d) de Oficial das Forças Armadas.

e) da carreira diplomática.

Comentários:

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Dentre as opções listadas nas alternativas, a única possível de ser ocupada por
um brasileiro naturalizado é a que se refere aos cargos de deputado ou
senador. A letra C é o gabarito da questão.

68. (ESAF / PGDF - 2007) Apenas o brasileiro nato pode ser


Governador do Distrito Federal.

Comentários:

O cargo de Governador de Estado ou do Distrito Federal não é privativo de


brasileiro nato. Questão incorreta.

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Lista de Questões

1. Direitos Sociais

1. (ESAF / ANAC – 2016) Nos termos da Constituição Federal, ao


empregado sindicalizado que for eleito a cargo de representação
sindical na condição de suplente:

a) é vedada a dispensa do referido empregado a partir da proclamação do


resultado das eleições até seis meses após o final do mandato, salvo se
cometer falta grave nos termos da lei.

b) não há vedação para a dispensa do referido empregado, visto que eleito


suplente, e esses não gozam de estabilidade constitucional.

c) é vedada a dispensa do referido empregado a partir do registro da


candidatura até seis meses após o final do mandato, salvo se cometer falta
grave nos termos da lei.

d) não há vedação para a dispensa do referido empregado, visto que a


Constituição Federal estabelece a estabilidade somente para cargo de direção.

e) é vedada a dispensa do referido empregado a partir do registro da


candidatura até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave
nos termos da lei.

2. (ESAF / ANAC – 2016) Considera-se direito dos trabalhadores


urbanos e rurais, nos termos da Constituição Federal:

a) assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 anos


de idade em creches e pré-escolas.

b) remuneração do serviço extraordinário superior, no máximo, em cinquenta


por cento à do normal.

c) aviso prévio proporcional tendo como base o valor do vencimento básico.

d) repouso semanal remunerado aos domingos.

e) irredutibilidade do salário, exceto o que dispuser o contrato de trabalho.

3. (ESAF / PGFN – 2015) Sobre os direitos sociais coletivos dos


trabalhadores, assinale a opção correta.

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a) É livre a criação de sindicatos, condicionados ao registro no órgão


competente, cabendo aos trabalhadores ou empregadores interessados
estabelecer a base territorial respectiva, não inferior à área de um município.

b) Para a Súmula Vinculante n. 40, do Supremo Tribunal Federal, a


contribuição assistencial só é exigível dos filiados ao sindicato.

c) Cabe aos trabalhadores, diante do princípio da liberdade e autonomia


sindical, artigo 8º, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil de
1988, decidir pela participação dos sindicatos nas negociações coletivas de
trabalho.

d) Nas empresas com mais de 200 empregados, é assegurada a eleição de um


representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o
entendimento direto com os empregadores, sendo vedada a dispensa do
representante eleito, a partir do registro da candidatura e, se eleito, ainda que
suplente, até um ano após o término do mandato.

e) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 confere, como


direito fundamental coletivo, o exercício do direito de greve, sendo vedada
regulamentação por lei ordinária.

4. (ESAF / Prefeitura de Fortaleza - 2003) Assinale a opção que


contém direito classificado como direito social pela Constituição de
1988.

a) Direito à saúde.

b) Direito de herança.

c) Liberdade de expressão.

d) Inviolabilidade de domicílio.

e) Liberdade de culto religioso.

5. (ESAF/ PFN - 2006) As limitações do financeiramente possível


não têm aplicação quando se trata de definir o âmbito normativo dos
direitos sociais previstos na Constituição.

6. (ESAF/ ATPS - 2012) Considerando os direitos sociais


estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil de
1988, assinale a opção que descreve, corretamente, direito dos
trabalhadores urbanos e rurais:

a) o seguro-desemprego, em caso de desemprego voluntário.

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b) igualdade de direito entre o trabalhador, exceto o trabalhador avulso em


relação ao vínculo permanente.

c) proteção, na forma da lei, em face da automação.

d) repouso semanal remunerado obrigatoriamente aos domingos, exceto para


serviços permanentes.

e) participação nos lucros ou resultados, vinculada à remuneração.

7. (ESAF / ATRFB - 2006) A irredutibilidade do salário não é um


direito absoluto do empregado, podendo ocorrer redução salarial,
desde que ela seja aprovada em convenção ou acordo coletivo.

8. (ESAF / TRF – 2002) Não constitui direito social expressamente


previsto pelo constituinte direito a piso salarial proporcional à
extensão e complexidade do trabalho.

9. (ESAF / CGU - 2006) Nos termos da Constituição Federal, o piso


salarial deverá ser proporcional à extensão e à complexidade do
trabalho.

10. (ESAF / CGU - 2006) A garantia constitucional de recebimento de


salário nunca inferior ao mínimo não se aplica aos autônomos nem aos
trabalhadores que percebem remuneração variável.

11. (ESAF / TRF - 2000) Em relação aos direitos sociais relativos aos
trabalhadores, pode-se dizer que a Constituição vigente contemplou o
direito de participação nos lucros em duas formas: (a) participação nos
lucros, prejuízos e resultados; (b) participação na diretoria ou
conselho de acionistas das empresas estatais.

12. (ESAF / CGU - 2006) A Constituição Federal reconhece a


igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso, ressalvado o direito ao décimo
terceiro salário com base na remuneração integral.

13. (ESAF / AFRF – 2005) O salário-família, pago em razão do


dependente, é direito apenas do trabalhador considerado de baixa
renda, nos termos da lei.

14. (ESAF / CGU - 2006) É direito social do trabalhador duração do


trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho.

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15. (ESAF / ATRFB - 2006) A duração do trabalho normal tem


previsão constitucional, não havendo a possibilidade de ser
estabelecida redução da jornada de trabalho.

16. (ESAF / AFRF – 2005) Para o trabalho realizado em turnos


ininterruptos de revezamento, a jornada será sempre de seis horas.

17. (ESAF / AFRF – 2005) A Constituição Federal fixa que a


remuneração do serviço extraordinário será superior em cinquenta por
cento à do normal.

18. (ESAF / ATRFB - 2006) Nos termos da Constituição Federal, a


existência de seguro contra acidentes de trabalho, pago pelo
empregador, impede que ele venha a ser condenado a indenizar o seu
empregado, em caso de acidente durante a jornada normal de
trabalho.

19. (ESAF / CGU - 2006) A Constituição Federal proíbe, sob qualquer


modalidade, o trabalho do menor de dezesseis anos.

20. (ESAF / SFC - 2001) A Constituição veda o emprego de todo


menor com menos de 18 anos.

21. (ESAF/2003/Prefeitura do Recife) A Constituição Federal


determina que a lei estabeleça tratamento diferenciado entre
profissionais que desempenham trabalho manual com relação aos que
desempenham trabalho intelectual.

22. (ESAF / ATRFB - 2012) O texto constitucional prevê o direito ao


Fundo de Garantia do Tempo de Serviço à categoria dos trabalhadores
domésticos.

23. (ESAF / ATRFB - 2012) A fundação de sindicato depende de


autorização do Ministério do Trabalho.

24. (ESAF / ATRFB - 2012) O aposentado filiado não tem direito a ser
votado nas organizações sindicais.

25. (ESAF / AFRFB – 2009) A Constituição Federal de 1988 não


previu os direitos sociais como direitos fundamentais.

26. (ESAF / CGU - 2008) Ainda que os Poderes Legislativo e


Executivo detenham prerrogativas de formular e executar políticas
públicas, o Poder Judiciário pode determinar a órgãos estatais
inadimplentes que implementem políticas públicas definidas pela
própria Constituição, cuja omissão possa comprometer a eficácia e a
integridade de direitos sociais e culturais.

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27. (ESAF / Prefeitura de Natal - 2008) O exercício dos direitos


sociais como educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança,
previdência social, proteção à maternidade e à infância, assistência
aos desamparados, depende da existência de lei disciplinando cada um
desses direitos.

28. (ESAF/2006/SRF) Não integra os direitos sociais, previstos na


Constituição Federal, a assistência aos desamparados.

29. (ESAF / TRF – 2002) Assinale a opção em que não consta um


direito classificado como direito social:

a) Direito de associação para fins lícitos.

b) Direito à educação.

c) Direito à saúde.

d) Direito à moradia.

e) Direito ao trabalho.

30. (ESAF / SUSEP – 2010) A Constituição Federal garante a


inviolabilidade dos direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, além de outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que
a República Federativa do Brasil seja parte. Sobre a inviolabilidade dos
direitos, é correto afirmar que a Constituição não preordena
exatamente disposições e mecanismos que a assegurem.

31. (ESAF / SUSEP – 2010) A Constituição Federal garante a


inviolabilidade dos direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, além de outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que
a República Federativa do Brasil seja parte. Sobre a inviolabilidade dos
direitos, é correto afirmar que apesar de serem direitos inerentes à
dignidade da pessoa humana, sua inviolabilidade não é um elemento
de sua própria conceituação, nem de sua própria existência.

32. (ESAF / AFRFB - 2009) O lazer é um direito social.

33. (ESAF / AFT - 2010) A distinção entre trabalhadores urbanos e


rurais ainda tem sua importância, pois ainda não gozam dos mesmos
direitos.

34. (ESAF / SUSEP - 2010) Os diversos direitos garantidos pela


constituição aos trabalhadores são elencados de forma
exemplificativa.

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35. (ESAF / SUSEP – 2010) Os diversos direitos garantidos pela


Constituição aos trabalhadores são elencados de forma taxativa.

36. (ESAF / SUSEP - 2010) A Constituição não conferiu uma garantia


absoluta do emprego.

37. (ESAF / AFT - 2010) A proteção do mercado de trabalho da


mulher não é autoaplicável.

38. (ESAF / AFT - 2006) A redução da jornada de trabalho é vedada


expressamente pela Constituição Federal.

39. (ESAF / Prefeitura de Natal - 2008) É assegurada licença à


gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 180
dias.

40. (ESAF / Prefeitura de Natal - 2008) É assegurada assistência


gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 24 anos de
idade, em creches e, de acordo com a idade e a evolução pessoal, em
estabelecimentos de ensino fundamental, de ensino médio e de ensino
superior.

41. (ESAF / CGU - 2008) O amparo às crianças e adolescentes


carentes constitui um dos deveres do Estado com a assistência social e
será efetivado inclusive mediante a garantia de educação infantil, em
creche e pré-escola, às crianças com até cinco anos de idade.

42. (ESAF / MPU - 2004) O seguro contra acidentes do trabalho,


quando feito pelo empregador, substitui eventuais indenizações por
ele devidas quando o acidente com o empregado se der por culpa do
empregador.

43. (ESAF / Prefeitura de Natal – 2008) Proíbe-se trabalho noturno,


perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e de qualquer trabalho a
menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14
anos.

44. (ESAF / AFT - 2010) A doutrina constitucionalista tem comentado


muito sobre os direitos dos trabalhadores garantidos
constitucionalmente. Sobre tais direitos, considerando a doutrina de
José Afonso da Silva, é correto afirmar que a Constituição conferiu
direito à participação nos lucros ou resultados da empresa. Tal direito
já pode ser exercido de imediato, em razão de a norma constitucional
ser autoaplicável.

45. (ESAF / AFRF - 2005) Nos termos da Constituição Federal, é


assegurada ao empregado a participação nos lucros, ou resultados,
vinculada à remuneração, e à participação na gestão da empresa.

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46. (ESAF / AFRFB - 2009) A mulher é protegida quanto ao mercado


de trabalho, mediante incentivos específicos.

47. (ESAF / AFRFB - 2009) O trabalhador com vínculo empregatício


permanente e o trabalhador avulso têm igualdade de direitos.

48. (ESAF / AFT - 2010) A Constituição Federal garantiu o direito ao


gozo de férias anuais remuneradas estabelecendo o período de 30
dias.

2. Nacionalidade

49. (ESAF / ATA - 2012) São brasileiros naturalizados os


estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

50. (ESAF / ATA - 2012) São brasileiros natos os nascidos na


República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a serviço de seu país.

51. (ESAF / ATA - 2012) São brasileiros natos os nascidos no


estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente.

52. (ESAF / ATA - 2012) São brasileiros natos os nascidos no


estrangeiro, de pai brasileiro e mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil.

53. (ESAF / ATA - 2012) São brasileiros naturalizados os que, na


forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um
ano ininterrupto e idoneidade moral.

54. (ESAF / ATRFB - 2012) O cargo de Ministro da Fazenda é


privativo de brasileiro nato.

55. (ESAF / ATRFB - 2012) O cargo de Ministro do Tribunal Superior


do Trabalho é privativo de brasileiro nato.

56. (ESAF / ATRFB - 2012) O brasileiro nato poderá ser extraditado


no caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins.

57. (ESAF / ATRFB - 2012) São brasileiros natos os nascidos no


estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil.

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58. (ESAF / ATRFB - 2012) No sistema jurídico-constitucional pátrio,


é cabível a aquisição da nacionalidade brasileira como efeito direto e
imediato resultante do casamento civil.

59. (ESAF / AFT - 2010) A nacionalidade pode ter repercussões na


vida de brasileiros e estrangeiros. Nos termos da Constituição
Brasileira, são brasileiros natos os nascidos na República Federativa
do Brasil, ainda que de pais estrangeiros e mesmo que estes não
estejam a serviço de seu país.

60. (ESAF / AFT - 2010) A nacionalidade pode ter repercussões na


vida de brasileiros e estrangeiros. Nos termos da Constituição
Brasileira, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou mãe brasileira, ainda que nenhum deles esteja a serviço
da República Federativa do Brasil.

61. (ESAF / AFT - 2010) A nacionalidade pode ter repercussões na


vida de brasileiros e estrangeiros. Nos termos da Constituição
Brasileira, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente, ou venham residir na República
Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, opte, em
qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.

62. (ESAF / SUSEP - 2010) A Constituição Federal garante a


inviolabilidade dos direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, além de outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que
a República Federativa do Brasil seja parte. Sobre a inviolabilidade dos
direitos, é correto afirmar que para a Constituição, a sobrevivência da
nacionalidade é valor mais importante que a vida individual de quem
porventura venha a trair a pátria em momentos cruciais.

63. (ESAF / AFT - 2010) A nacionalidade pode ter repercussões na


vida de brasileiros e estrangeiros. Nos termos da Constituição
Brasileira, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente, ou venham residir na República
Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em
qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.

64. (ESAF / AFT - 2010) A nacionalidade pode ter repercussões na


vida de brasileiros e estrangeiros. Nos termos da Constituição
Brasileira, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade
brasileira.

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65. (ESAF / AFT - 2010) A nacionalidade pode ter repercussões na


vida de brasileiros e estrangeiros. Nos termos da Constituição
Brasileira, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.

66. (ESAF / ATRFB - 2009) São cargos privativos de brasileiro nato:

a) Presidente da República, Senador, Deputado e Ministro do Supremo Tribunal


Federal.

b) Presidente do Senado Federal, Ministro do Superior Tribunal Militar e


Ministro de Estado da Defesa.

c) Presidente da República, Ministro do Supremo Tribunal Federal e Ministro da


Justiça.

d) Vice-Presidente da República, Ministro de Estado da Defesa e Presidente da


Câmara dos Deputados.

e) Vice-Presidente da República, Governador de Estado e Diplomata.

67. (ESAF / CGU - 2008) Assinale a opção correta. São privativos de


brasileiro nato os cargos, exceto:

a) de Presidente e Vice-Presidente da República.

b) de Ministro do Supremo Tribunal Federal.

c) de Deputados e Senadores.

d) de Oficial das Forças Armadas.

e) da carreira diplomática.

68. (ESAF / PGDF - 2007) Apenas o brasileiro nato pode ser


Governador do Distrito Federal.

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Gabarito

1. LETRA E
2. LETRA A
3. LETRA A
4. LETRA A
5. INCORRETA
6. LETRA C
7. CORRETA
8. INCORRETA
9. CORRETA
10. INCORRETA
11. INCORRETA
12. INCORRETA
13. CORRETA
14. INCORRETA
15. INCORRETA
16. INCORRETA
17. INCORRETA
18. INCORRETA
19. INCORRETA
20. INCORRETA
21. INCORRETA
22. CORRETA
23. INCORRETA
24. INCORRETA
25. INCORRETA
26. CORRETA
27. INCORRETA
28. INCORRETA
29. LETRA A
30. INCORRETA
31. INCORRETA
32. CORRETA
33. INCORRETA
34. CORRETA
35. INCORRETA
36. CORRETA
37. CORRETA
38. INCORRETA
39. INCORRETA
40. INCORRETA
41. CORRETA

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42. INCORRETA
43. CORRETA
44. INCORRETA
45. INCORRETA
46. CORRETA
47. CORRETA
48. INCORRETA
49. CORRETA
50. CORRETA
51. CORRETA
52. INCORRETA
53. CORRETA
54. INCORRETA
55. INCORRETA
56. INCORRETA
57. CORRETA
58. INCORRETA
59. INCORRETA
60. INCORRETA
61. INCORRETA
62. CORRETA
63. INCORRETA
64. INCORRETA
65. CORRETA
66. LETRA D
67. LETRA C
68. INCORRETA

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