DISSERTAÇÃO 1 - Principal
DISSERTAÇÃO 1 - Principal
DISSERTAÇÃO 1 - Principal
VITÓRIA
2022
JULIANA ZARDINI CAETANO
VITÓRIA
2022
AGRADECIMENTOS
Esse é o texto o qual estou desde o início do mestrado pensando em
como escrevê-lo sem tomar todo o espaço da dissertação. Refleti sobre
como resumir o que/quem me sustentou ao longo desses meses intensos de
dedicação ao mestrado.
RESUMO (construir a partir das alterações do projeto)
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO...........................................................................................................................6
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................8
1.1 Breve Apresentação sobre as Leis de Pessoas com Deficiência....................................8
1.2 O TEA – Transtorno do Espectro Autista.......................................................................9
1.3 Estresse parental – a família como um lugar para intervenção........................................10
1.3.1 Estresse Parental Comparado à Múltiplas Variáveis em Crianças Típicas......................13
1.3.2 Estresse Parental Comparado à Múltiplas Variáveis em Crianças Atípicas....................16
1.4 Senso de Competência Parental.......................................................................................19
APRESENTAÇÃO
Ao mesmo tempo em que ingressei no mestrado, estava vivendo uma experiência rica
no trabalho. Havia me tornado psicóloga da Clínica Envolve – especializada em
intervenção ABA para o público autista - me vi frente à inúmeras crianças, cada uma
com suas peculiaridades e famílias que se sentiam sem condições psicológicas de
encarar todos os desafios cotidianos que ocorriam na presença do diagnóstico do seu
filho na esfera social. Senti ali que faltava acolhimento, não por parte da clínica a qual
atuava/atuo, mas acolhimento provido de uma esfera global, a governamental, o acesso
e a implementação de políticas públicas.
Dessa maneira, decidi que o público alvo do meu estudo seriam os pais com o objetivo
de analisar dados que fossem justificativas para a criação e implementação de políticas
públicas voltadas para crianças autistas e as suas famílias. Além disso, para que seja
material bibliográfico para instituições clínicas se debruçarem nos cuidados com as
famílias.
Contra o tempo investiguei novas variáveis entre pais de crianças autistas ou com outros
transtornos que estavam sendo estudadas fora do país. Nesse processo mudei os
instrumentos duas vezes, substituindo o VB MAPP pelo The Behavior Problems
Inventory (BPI-01), inclusão do Parent Problem Checklist, entre outros. Ainda assim
não me sentia confortável com o que estava produzindo.
A partir de uma leitura sobre Senso de Competência Parental, decidi que seria sobre ele
que poderia investir. Um termo muito estudado fora do Brasil, mas que a análise do
comportamento e os estudiosos em autismo ainda não haviam se dedicado a explorar
esse fenômeno. O uni ao estresse parental e vi que estudiosos de outros países estavam
produzindo dados comprobatórios da correlação negativa entre duas variáveis.
Logo, definitivamente o projeto efetivo para coleta de dados foi finalizado. O contato
com as clínicas que cederão o contato dos pais para a pesquisa foi realizado, o CEP
demorou a chegar nesse processo. Processo este que foi longo e que ocorria
concomitantemente ao trabalho, situações familiares complexas e problemas de saúde.
Mas tudo isso foi uma escolha feita por mim sem arrependimentos e hoje entendo mais
sobre o processo de “tornar-me mestre”, mais especificamente, a primeira mulher
mestre da família.
evidente sendo notório por qualquer outro indivíduo. A infância e a adolescência são
fases da vida onde os primeiros contatos com o ambiente ocorrem e com isso, o respeito
e a proteção a essa fase é uma forma de promover saúde e educação ao futuro cidadão
em formação. Isto posto, ao estudar fenômenos que ocorrem nessa fase de evidente
essas pessoas, uma vez que ter entendimento dessas garantias viabiliza a busca pelos
tais direitos, inclusive, quando se trata do público infanto-juvenil com deficiência. Além
do mais, para compreensão do cenário da atual dissertação vale uma apresentação breve
dos temas que serão abordados sendo a deficiência, o Transtorno do Espectro Autista
com Deficiência, 2015) com o objetivo de elucidar sobre a inclusão social e cidadania
em assegurar e efetivar os direitos garantidos por lei para a criança deficiente em todas
as esferas da sua vida, além do mais, garante que os familiares e cuidadores tenham
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (2012) e surgiu com o fim de
fomentar que uma pessoa com TEA é uma pessoa com deficiência e com isso, deve ter
todos os seus direitos garantidos. Neste cenário, entende-se que essas leis que vigoram a
nível nacional dão luz à temática e ao público que carecia de direitos e tratamentos.
5ª edição do Manual of Mental Disorders (APA, 2014), um manual que visa melhorar os
indivíduo com quaisquer transtornos, uma criança com TEA deve passar por
as necessidades de cada indivíduo com TEA e a sua família (Soares dos Santos et al.,
n.d.). Profissionais e cuidadores devem atentar ao fato inexorável de que o TEA não tem
cura; e que o tratamento visa à redução dos seus déficits e excessos comportamentais,
proporcionando assim, uma vida mais funcional e mais saudável em nível biológico,
como mostra o estudo da National Autism Center (2009). O instituto fez uma busca
científicos que garantiam bons resultados e replicações. Isto indica que a ABA contém
eficazes para o autismo, assim como as áreas afetadas que mais devem passar por
intervenções com tais padrões. Embora essa organização esteja concentrada no público
produzida por estressores presentes nas diversas situações nas quais o indivíduo está
linguagem dos filhos, porém, também indicaram que pais de crianças com atrasos na
maior índice de estresse parental, se comparado com pais de crianças com Síndrome de
Com isso, as famílias dessas crianças vivenciam uma rotina de tratamentos com
os papéis de pai e mãe de uma criança autista. Com a mudança da dinâmica da vida
depressão e ansiedade pode se tornar uma realidade (Alves & Hora, 2017). Faro et al.
(2019), por exemplo, sinalizam que mães que não apresentam estresse tendem a
parental.
pesquisadores (e.g., Dunn et al., 2001; Minetto et al., 2012; Rivard et al., 2014; Faro et
crianças diagnosticadas com TEA. Para Abdin et al. (1997, como citado em Park &
seus entrelaçamentos. Rivard et al. sugerem que, em casos de crianças com TEA, o
grupos de crianças com desenvolvimento típico e atípico: pais de crianças típicas têm
mesmo estudo sugere que os maiores níveis de estresse se concentraram nos pais de
crianças com desenvolvimento atípico, sendo assim, este grupo de pais necessita de
estudo de Dunn et al. (2001) mostra, como um dos resultados obtidos, que o
de pais. Esse isolamento tem função de fuga de avaliações sociais e ocorre tanto em pais
que não possuem suporte social quanto em pais que o possuem. Porém, buscar suporte
social também aparece com a função de reduzir altos níveis de estresse. Nesse estudo,
os autores sugerem que estudar os tipos de suporte social seria um passo para encontrar
soluções para a dor dos pais de filhos atípicos. Faro et al. (2019) focaram o seu estudo
na comparação de mães de crianças com TEA que apresentaram ou não estresse. Seus
resultados sinalizaram que a manifestação do estresse nas mães tende a ser em sintomas
nível das amostragens das pesquisas nele citadas, esse estresse é estatisticamente
sujeito, além de seus efeitos no corpo e no psíquico. As definições dos dois autores
elucidam que o estresse é um fator desencadeado por um agente ambiental com efeitos
instrumento brasileiro dedicado somente em avaliar o estresse parental. Com isso, pode-
a escala Índice de Estresse Parental – ISP, tradução da escala Parenting Stress Index –
contrária também foi validada pelo estudo, indicando que famílias menos pobres
forma saudável) interferiram nos índices de estresse parental. Com esse estudo, percebe-
supracitado todos os aspectos presentes que foram avaliados que compõe a pobreza
O ISP/PSI também foi utilizado no estudo Bérgamo e Bazon (2011) que abordou
o estresse parental e apoio social dentro de um histórico de abuso físico infantil dos
pais para com os filhos. O estudo dos autores fez uso do instrumento para investigar a
presença do estresse nos pais em comparação com dados coletados sobre apoio social
determinante para o score total da escala respondida por pais que possuíam histórico de
abuso físico. Isto é, quanto mais difícil se torna o manejo do comportamento das
que variáveis ambientais impactam diretamente sob o índice de estresse dos pais, dessa
forma, identificar essas variáveis é fundamental para que o corpo de saúde e do cuidado
desenvolvam estratégias para reduzir os níveis de estresse e beneficiar os pais com bem
estar. Além do corpo da saúde, o estudo de Silva et al. (2018) indica que órgãos
políticos também possuem um papel importante para que os pais desempenhem suas
Gomide et al. (2005) estudou a relação dos estilos parentais com a incidência do
Sintomas de Stress para Adultos de Lipp – ISSL (1998 – pegar referência) e o comparou
mães de bebês recém nascidos entre 6 e 12 meses de vida. O estudo resultou que mães
variáveis selecionadas para comparação de dados, mas vale ressaltar que os dois estudos
próprios pais que impactam no estresse parental, evidenciando que embora as variáveis
estudos reforçam a presença de estresse parental em todas as famílias com crianças que
estão nas variáveis que estão entrelaçadas ao mal estar parental, sejam elas na interação
parental não é um fator presente somente em famílias que convivem com o diagnóstico
de uma criança, tal explicação se faz importante para catalisar qualquer ideia que
Com foco no autismo, o estudo de Carlo Schmidt & Cleonice Bosa (2007)
crianças com TEA. As variáveis identificadas como agentes estressores eram a entrega
integral da mãe no cuidado com seus filhos como na alimentação, cuidados, ida a
Scholar), o estresse parental associado a filhos com TEA e filhos com desenvolvimento
típico. Com os artigos selecionados para análise os autores puderem detalhar sobre o
além de relacionar famílias com TEA e com outras deficiências presentes. Os resultados
obtidos sugerem que o estresse parental se acentua em famílias com filhos com
famílias com filhos diagnosticados com famílias com filhos com desenvolvimento
típico. Os principais resultados indicaram que os três grupos investigados no estudo
grupos clínicos. Para mais, mães de crianças com Síndrome do X-Frágil apresentaram
maior resistência ao estresse ao mesmo passo que foram as que apresentaram sintomas
problema infantil. No estudo, o instrumento que avaliou o estresse foi o Parenting Stress
composto por 34 itens respondidos em escalas Likert e é destinado para pais que
estresse parental dos pais, mas, os problemas de comportamento das crianças mostraram
diagnóstico foi apontado por (Hayes & Watson, 2012) como forte estressor, entretanto,
sintomas, o pai sinta-se confrontado em relação a sua expectativa de futuro para o seu
que, segundo Pardo et al. (2018), é um termo que diz respeito à percepção dos papéis
relação a si próprio (a). O autor afirma que competência é uma ação efetiva que
autoestima. Johnston e Mash (1989) explicam que a autoestima parental deriva de uma
relação a qual o pai desenvolve autoeficácia, como o pai percebe o seu papel, e
satisfação, como o pai se sente satisfeito desempenhando sua função. Bandura (1982)
foi o autor que explanou os conceitos de autoeficácia e satisfação dentro de uma esfera
intermédio de outra pessoa é definido com Skinner (1957) por Comportamento Verbal,
emitidos no âmbito parental (pai/mãe > filho ou filha) que promove consequências
positivas para os pais e os filhos envolvidos, sendo que essas consequências podem ser
familiares. Envolvendo famílias que convivem com crianças com TEA, Arellano (2017)
apontou que mães que não trabalham fora e com menor renda indicaram maior senso de
competência parental. O estudo também concluiu que mães de crianças com TEA
familiares. A Competência Parental, segundo Pardo et al. (2018), é um termo que diz
Envolvendo famílias que convivem com crianças com TEA, Arellano (2017) apontou
que mães que não trabalham fora e com menor renda indicaram maior senso de
competência parental. O estudo também concluiu que mães de crianças com TEA
(Parenting Sense of Competence Scale – PSOC) como uma das variáveis no contexto do
dados concluíram que o instrumento PSOC possui validade psicométrica para o público
do estudo dentro das suas condições ambientais. Somado a isso, Moura (2020) concluiu
comportamento antissocial sugerindo que, essa relação pode estar presente também em
entende-se como o seu objetivo principal descrever a relação entre dados coletados no
pais e como eles avaliam a sua competência parental pode gerar conclusões que
mais eficaz, entendendo que os pais fazem parte do desenvolvimento da criança. Além
com pais que amenizem o estado de estresse e falta de senso de competência parental.