Fisiologia Ângelo

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Índice

1. Introdução...........................................................................................................................2

2. Objectivos...........................................................................................................................3

3. Aprendizagem e Memória..................................................................................................4

3.1. Córtex Cerebral, Funções Intelectuais Do Cérebro, Aprendizado E Memória...........4

3.2. Relações Anatômicas e Funcionais do Córtex Cerebral Com o Tálamo e Outros


Centros Inferiores...................................................................................................................5

3.3. As funções das camadas específicas do córtex cerebral..............................................6

3.3.1. Área Associativa Parieto-occipitotemporal.............................................................6

3.3.2. Área de Wernicke....................................................................................................7

3.3.3. A Área do Giro Angular..........................................................................................7

3.3.4. Área Associativa Pré-frontal....................................................................................8

3.3.5. A área de Broca........................................................................................................8

3.3.6. Área Associativa Límbica........................................................................................9

3.3.7. Área para Reconhecimento de Faces.......................................................................9

3.4. Função compreensiva/interpretativa do lobo temporal posterior superior................10

3.5. Hemisfério Dominante..............................................................................................11

3.6. Papel da Linguagem na Função da Área de Wernicke e nas Funções Intelectuais...11

3.7. Funções Do Córtex Parieto-Occipitotemporal No Hemisfério Não Dominante.......12

3.8. Aprendizagem e Memória.........................................................................................12

3.8.1. Memória.................................................................................................................12

3.8.2. Classificação das Memórias...............................................................................13

3.8.3. Memória a curto Prazo.......................................................................................14

Memória de trabalho ou procedimento.............................................................................14

3.8.4. Memória de Prazo Intermediário.......................................................................14

Memória Baseada em Mudanças Químicas nos Terminais Pré-sinápticos ou nas


Membranas Neuronais Pós-sinápticas..............................................................................14
3.8.5. Memória a Longo Prazo.....................................................................................15

3.8.6. Consolidação Da Memória....................................................................................15

A Repetição Aumenta a Transferência da Memória a Curto Prazo para a Memória a........16

3.8.7. Novas Memórias São Codificadas durante a Consolidação..................................16

3.9. O Papel de Regiões Específicas do Cérebro no Processo de Memorização..............16

3.9.1. O Hipocampo Promove o Armazenamento das Memórias, Amnésia


Anterógrada Ocorre após Lesões de Longa Duração do Hipocampo...............................16

4. Conclusões........................................................................................................................18

5. Referências Bibliográficas................................................................................................19
1. Introdução
O presente trabalho abordará concernente a Aprendizagem e memória são processos
intimamente relacionados, memória é o processo pelo qual esses conhecimentos são
codificados, armazenados e posteriormente evocados. Memória é a retenção de um
aprendizado, no qual previamente abordaremos um pouco quanto o cortex, pós é ela
responsavel tanto na memória quanto a aprendizagem, veremos áreas do cortex específicas e
como elas influênciam na memória e aprendizagem e linguagem, assim como processos
intelectuais. Com foco na memória veremos as classificações e os tipos de memória e suas
relações com áreas específicas, e sua consolidação e retenção.
2. Objectivos

Objectivos Gerais:

 Compreender a fisiologia do processo do aprendizagem e memória

Objectivos específicos:

 Compreender as íntimas relacções do cortex com a memória e aprendizagem;


 Identificar áreas com funções de armazenamento e processamento de memória;
 Classificar a memória e seus tipos;
 Compreender a importância do Hipocampo e o cortex temporal na memória.
3. Aprendizagem e Memória

3.1. Córtex Cerebral, Funções Intelectuais Do Cérebro, Aprendizado E Memória


A parte funcional do córtex cerebral é a delgada camada de neurônios que cobre a superfície
de todas as circunvoluções do cérebro. Essa camada tem apenas de 2 a 5 milímetros de
espessura, com área total de, aproximadamente, um quarto de metro quadrado. O córtex
cerebral total contém cerca de 100 bilhões de neurônios.

Figura 1-Estrutura do córtex cerebral, mostrando: I, camada molecular; II, camada


granulosa externa; III, camada de células piramidais; IV, camada granulosa interna; V,
camada de células piramidais gigantes; e VI, camada de células fusiformes ou polimórficas.

Na primeira figura mostra a estrutura histológica típica da superfície neuronal do córtex


cerebral, com suas camadas sucessivas de diferentes tipos de neurônios. A maioria dos
neurônios é de três tipos:
 granulares (também chamados estrelados);
 fusiformes;
 piramidais.

Os neurônios granulares, em geral, têm axônios curtos e, consequentemente, funcionam,


sobretudo, como interneurônios que transmitem sinais neurais apenas por curtas distâncias,
no córtex.
Alguns são excitatórios, liberando, de modo especial, o neurotransmissor excitatório
glutamato; enquanto que outros são inibitórios e liberam de igual modo o neurotransmissor
inibitório ácido gama-aminobutírico (GABA).

As células piramidais e fusiformes dão origem a quase todas as fibras que saem do córtex.
As células piramidais, que são maiores e mais numerosas do que as células fusiformes,
constituem a fonte das fibras nervosas grossas e longas que se projetam para a medula
espinal. As células piramidais dão origem também à maioria dos grandes feixes de fibras de
associação subcorticais, que interligam as grandes partes do cérebro.

3.2. Relações Anatômicas e Funcionais do Córtex Cerebral Com o Tálamo e


Outros Centros Inferiores
Todas as áreas do córtex cerebral têm extensas conexões eferentes e aferentes com as
estruturas mais profundas do cérebro. É importante enfatizar a relação entre o córtex cerebral
e o tálamo. Quando o tálamo é lesado, junto com o córtex, a perda de função cerebral é de
longe maior do que quando apenas o córtex é danificado, pois a excitação talâmica do córtex
é necessária para quase toda atividade cortical.

Figura 2- A figura mostra as áreas do córtex cerebral que se conectam com partes específicas
do tálamo.

Essas conexões atuam nas duas direções, tanto do tálamo para o córtex, e depois do córtex
para a mesma região do tálamo. Além disso, quando as conexões talâmicas são
interrompidas, as funções da área cortical correspondente ficam quase completamente
perdidas.
Consequentemente, o córtex opera em íntima associação ao tálamo e pode ser, quase
considerado anatômica e funcionalmente, como formando uma unidade com o tálamo: por
essa razão, o tálamo e o córtex juntos são, algumas vezes, chamados sistema talamocortical

3.3. As funções das camadas específicas do córtex cerebral


As áreas do cortex cerebral , que nâo encaixam nas rigidas categorias de areas motoras e
sensorias primarias ou secundaria , sao chamadas de áreas associativas’por receberem e
analisarem sinais simultaneos de multiplas regiões , tanto dos córtices motores e sensoriais ,
quanto da estruturas subcorticais.
No entanto, ate mesmo as áreas associativas tem sua especializaçôes. As áreas associativas
importante incluem:
 A área associativa parieto-occipitaltemporal;
 A área associativa pré-frontal;
 A área associativa limbica.

Figura 3- mostra as trés áreas associativas

3.3.1. Área Associativa Parieto-occipitotemporal


A área associativa parieto-occipitotemporal fica no grande espaço parietoccipital, limitado à
frente, pelo córtex somatossensorial, abaixo pelo córtex visual e ao lado pelo
córtex auditivo.
ela fornece alto nível de interpretação para os sinais de todas as áreas sensoriais adjacentes.
Entretanto, mesmo a área associativa parieto occipitotemporal tem suas próprias subáreas
funcionais.
A área que se inicia no córtex parietal posterior e se estende até o córtex occipital é capaz de
realizar análise contínua das coordenadas espaciais de todas as partes do corpo, bem como do
seu entorno. Essa área recebe informação sensorial visual do córtex occipital situado
posterior e, simultaneamente, informaçãos somatossensorial do córtex parietal situado à sua
frente.
Essa área recebe informação sensorial visual do córtex occipital situado posterior e
simultaneamente, informação somatossensorial do córtex parietal situado à sua frente, Com
todas estas informações, essa região é capaz de calcular as coordenadas visuais auditivas e da
que circunda o corpo.

3.3.2. Área de Wernicke


A principal área envolvida, na compreensão da linguagem chamada área de Wernicke se
localiza atrás do córtex auditivo primário na parte posterior do giro superior do lobo
temporal. Ela é a região mais importante de todo o cérebro que está envolvida com a função
intelectual superior uma vez que quase todas as funções intelectuais são baseadas na
linguagem.
Atrás da área de compreensão da linguagem localizada principalmente na região ântero
lateral do lobo occipital fica a área associativa visual que supre informação visual, na forma
de palavras lidas em livro, à área de Wernicke a área de compreensão da linguagem.

3.3.3. A Área do Giro Angular


Essa área, chamada giro angular é necessária para dar significado às palavras percebidas
visualmente. Em sua ausência, a pessoa pode ainda ter excelente compreensão da linguagem
pela audição, mas não pela leitura.
Giro angular é a porção mais inferior do lobo parietal posterior localizada imediatamente
atrás da área de Wernicke, fundindo-se, em sua parte posterior, às áreas visuais do lobo
occipital.
Se essa região for destruída enquanto a área de Wernicke permanecer intacta no lobo
temporal, o indivíduo pode ainda interpretar experiências auditivas, mas o fluxo de
experiências visuais que passam pela área de Wernicke, vindas do córtex visual, fica na
maioria das vezes bloqueado. Consequentemente, a pessoa pode ser capaz de ver as palavras
e até mesmo saber que são palavras, mas não será capaz de interpretar seu significado

Na parte mais lateral da região anterior do lobo occipital e da região posterior do lobo
temporal fica a área responsável pela nomeação dos objetos. Esses nomes são aprendidos,
principalmente, pela audição enquanto a natureza física dos objetos é aprendida em sua maior
parte pela visão, por sua vez, os nomes são essenciais para a compreensão das linguagens
visual e auditiva.

3.3.4. Área Associativa Pré-frontal


Funciona em íntima associação ao córtex motor para planejar padrões complexos e
sequências de movimentos. Para ajudar nesta função, ele recebe muitas informações por meio
de feixe subcortical maciço de fibras nervosas, que conectam a área associativa parieto-
occipitotemporal com a área associativa pré-frontal. A área associativa pré-frontal é, também,
essencial para executar os processos mentais.
A área associativa pré-frontal é, com frequência, descrita simplesmente como sendo
importante para a elaboração dos pensamentos e é dita armazenar, a curto prazo as memórias
de trabalho que são usadas para combinar novos pensamentos, enquanto eles estão sendo
processados no cérebro.
A área associativa pré-frontal tem a habilidade de reunir informações das mais variadas
regiões neurais e usá las para conseguir alcançar padrões de raciocínios mais profundos para
atingir certos objetivos. Embora pessoas sem córtices pré frontais ainda possam pensar,
elas não são capazes de elaborar pensamentos coerentes organizados.

3.3.5. A área de Broca


A área de Broca fica localizada, em parte, no córtex pré frontal póstero lateral e em parte na
área pré motora É aí, onde ocorre o planejamento dos padrões motores, para a expressão de
palavras individuais ou, até mesmo, onde frases curtas são iniciadas e executadas.
Essa área também atua em associação íntima ao centro de compreensão da linguagem de
Wernicke no córtex associativo temporal.
Descoberta especialmente interessante é a seguinte quando a pessoa já aprendeu uma língua
e, então, aprende nova língua, a área do cérebro onde a nova língua é armazenada é
ligeiramente removida do local onde foi armazenada a primeira língua Se ambas as línguas
forem aprendidas simultaneamente, elas são armazenadas juntas, na mesma área do cérebro.

Figura 4- Áreas de associação

3.3.6. Área Associativa Límbica


Essa área está no polo anterior do lobo temporal na porção ventral do lobo frontal e no giro
cingulado na profundidade da fissura longitudinal, na superfície medial de cada hemisfério
Cerebral. Ela se ocupa primariamente com comportamento, emoções e motivação.
O córtex límbico é parte de sistema muito mais extenso, o sistema límbico, que inclui a rede
complexa de estruturas neuronais, nas regiões mediobasais do cérebro.
Esse sistema límbico é responsável pela maioria dos impulsos emocionais que ativam outras
áreas do encéfalo, fornecendo comando motivacional para o próprio processo de aprendizado

3.3.7. Área para Reconhecimento de Faces


A porção occipital dessa área de função de reconhecimento facial é contígua com a do córtex
visual e a porção temporal está em íntima associação ao sistema límbico que está envolvido
com as emoções, a ativação cerebral, e controla a resposta comportamental ao ambiente
Figura 5- Ilustração da área responsavel pelo reconhecimento facial

3.4. Função compreensiva/interpretativa do lobo temporal posterior superior


As áreas associativas somática visual e auditiva se juntam, todas, na parte mais posterior do
lobo temporal superior, região em que os lobos temporal parietal e occipital se unem.
Esse local de confluência das diferentes áreas interpretativas sensoriais é muito desenvolvido,
particularmente no lado dominante do cérebro o lado esquerdo em quase todas as pessoas
destras e tem o papel mais importante do que qualquer outra parte do córtex cerebral, em
participar das mais abrangentes funções superiores, que chamamos inteligência.

Em função disso, essa região tem sido chamada por diferentes nomes, sugestivos de área que
tem importância quase global: área interpretativa, geral área gnóstica,área do conhecimento
área associativa terciária e assim por diante .Ela é mais bem conhecida como área de
Wernicke em homenagem ao neurologista que primeiro descreveu seu significado especial
nos processos intelectuais.
Após graves danos na área de Wernicke a pessoa pode ouvir perfeitamente bem e até
mesmo reconhecer diferentes palavras mas, ainda assim, será incapaz de agrupar essas
palavras em pensamento coerente.
Figura 6- As diferentes áreas do cortex

3.5. Hemisfério Dominante


As funções interpretativas gerais da área de Wernicke e do giro angular bem como as funções
das áreas de fala e do controle motor são em geral muito mais desenvolvidas em um
hemisfério cerebral do que no outro. Em função disso, esse hemisfério é chamado hemisfério
Dominante. Em aproximadamente 95% das pessoas, o hemisfério esquerdo é o dominante.

3.6. Papel da Linguagem na Função da Área de Wernicke e nas Funções


Intelectuais
A maior parte de nossas experiências sensoriais é convertida,em seu equivalente linguístico
antes de ser armazenada nas áreas de memória do cérebro e antes de ser processada para
outros propósitos intelectuais.
Por exemplo, quando lemos um livro não guardamos as imagens das palavras impressas, mas,
em vez disso, armazenamos as próprias palavras ou os pensamentos transmitidos por elas,
muitas vezes em forma de linguagem.
A área sensorial do hemisfério dominante para a interpretação da linguagem é a área de
Wernicke e está em íntima associação com as áreas auditivas primária e secundária do lobo
temporal.
Essa relação muito íntima provavelmente resulta do fato de que a primeira introdução da
linguagem é pela audição.
Percepção visual da linguagem pela leitura se desenvolve, a informação visual transmitida
pelas palavras escritas é, então, presumivelmente canalizada pelo giro angular a área
associativa visual para a já desenvolvida área de interpretação da linguagem de Wernicke no
lobo temporal dominante
3.7. Funções Do Córtex Parieto-Occipitotemporal No Hemisfério Não Dominante
Quando a área de Wernicke no hemisfério dominante de pessoa adulta é destruída, a pessoa
usualmente perde quase todas as funções intelectuais associadas à linguagem ou ao
simbolismo visual como a capacidade de ler a capacidade de realizar operações matemáticas
e, até mesmo, a capacidade de decifrar problemas lógicos
No entanto, muitos outros tipos de capacidades interpretativas, algumas das quais usam o
lobo temporal e o giro angular do hemisfério oposto são mantidos.

Hemisfério não dominante sugeriram que esse hemisfério pode ser especialmente importante
para entender e interpretar música experiências visuais não verbais (especialmente padrões
visuais), relações espaciais entre a pessoa e seus arredores, o significado da linguagem
corporal e entonações da voz e, provavelmente, muitas experiências somáticas relacionadas
ao uso dos membros e mãos.

3.8. Aprendizagem e Memória

para a formação de memória de longo prazo é necessário modificação estrutural e funcional


nos neurônios. Alterações morfológicas nas sinapses devem ocorrer permitindo a formação
de novas sinapses e fortalecimento das antigas, sendo esse fenômeno denominado
plasticidade sináptica.
Uma série de eventos intracelulares é necessária para que ocorram as modificações estruturais
nas sinapses requeridas para o aprendizado, como liberação de neurotransmissores e
formação de proteínas. Deficiências de proteínas participantes da plasticidade sináptica
podem estar associadas a patologias em que a aquisição e consolidação da memória estão
prejudicadas, por exemplo: neurofibromtose e síndrome Rubenstein- Taybi (Lombroso,
2004).

3.8.1. Memória
E Memórias são armazenadas no cérebro pela variação da sensibilidade básica da transmissão
sináptica, entre neurônios, como resultado de atividade neural prévia. As vias novas ou
facilitadas são chamadas traços de memória. Eles são importantes, porque, uma vez que os
traços são estabelecidos, eles podem ser seletivamente ativados pelos processos mentais para
reproduzir as memórias.
Memória Positiva e Negativa “Sensibilização” ou “Habituação” da Transmissão
Sináptica. Embora muitas vezes interpretemos as memórias como sendo recordações
positivas de pensamentos ou de experiências passados, provavelmente a maior parte das
nossas memórias é negativa, não positiva, isto é, nosso cérebro é inundado com informação
sensorial de todos os nossos sentidos. Se as nossas mentes tentassem lembrar de toda essa
informação, a capacidade de memória do nosso cérebro seria rapidamente excedida.
Felizmente, o cérebro tem a capacidade de aprender a ignorar informação sem consequências
capacidade resulta da inibição das vias sinápticas para esse tipo de informação; o efeito
resultante chama-se habituação, que é um tipo de memória negativa.

3.8.2. Classificação das Memórias


Algumas memórias duram somente alguns segundos, enquanto outras duram por horas, dias,
meses ou anos.
1) memória a curto prazo, que inclui memórias que duram por segundos ou, no máximo,
minutos se não forem convertidas em memórias a longo prazo;
2) memórias de prazo intermediário, que duram por dias a semanas mas, então,
desaparecem;
3) memória a longo prazo, que, uma vez armazenada, pode ser recordada até anos ou
mesmo uma vida inteira mais tarde.

Além dessa classificação geral de memórias, também discutimos antes (em conexão com os
lobos pré-frontais), outro tipo de memória chamada “memória de trabalho”, que inclui,
principalmente, a memória a curto prazo, que é usada durante raciocínio intelectual, mas é
finalizada conforme cada passo do problema for resolvido. Memórias são frequentemente
classificadas segundo o tipo de informação que é armazenada. Uma destas classificações
divide as memórias em memória declarativa e memória de habilidades, como a seguir:

a) Memória declarativa (explícita)- significa basicamente memória dos vários detalhes


de pensamento integrado como, por exemplo, memória de experiência importante que
inclui (1) memória do ambiente; (2) memória das relações temporais; (3) memória de
causas da experiência; (4) memória do significado da experiência; e (5) memória das
deduções que ficaram na mente do indivíduo.
b) Memória de habilidades (impícita) - é, frequentemente, associada a atividades
motoras do corpo da pessoa, tais como todas as habilidades desenvolvidas para bater
numa bola de tênis, incluindo memórias automáticas para (1) avistar a bola; (2)
calcular a relação e a velocidade da bola com a raquete; e (3) deduzir rapidamente os
movimentos do corpo e dos braços e da raquete necessários para bater na bola como
desejado.

3.8.3. Memória a curto Prazo


Memória a curto prazo é ilustrada pela memória que se tem de 7 a 10 dígitos, no número de
telefone (ou 7 a 10 outros fatos distintos), por alguns segundos, até alguns minutos de cada
vez, mas que dura somente enquanto a pessoa continua a pensar nos números

Memória de trabalho ou procedimento


A memória de trabalho, que alguns acreditam ser parte da memória de curto prazo, atua no
momento em que a informação está sendo adquirida, retém essa informação por alguns
segundos e a destina para ser guardada por períodos mais longos ou a descarta. Quando
alguém nos diz um número de telefone para ser discado, essa informação pode ser guardada
se for um número que nos interessará no futuro ou ser prontamente descartada após o uso. O
funcionamento perfeito do córtex pré-frontal e essencial para esse tipo de memória.

3.8.4. Memória de Prazo Intermediário


As memórias de prazo intermediário podem durar por muitos minutos ou até semanas. Serão
por fim perdidas se os traços de memória não forem ativados o suficiente para se tornarem
mais permanentes;

Experimentos em animais primitivos mostraram que memórias do tipo de prazo intermediário


podem resultar de alterações temporárias químicas ou físicas ou ambas tanto nos terminais
pré sinápticos quanto nas membranas pós sinápticas, mudanças essas que podem persistir por
alguns minutos a várias semanas.
Memória Baseada em Mudanças Químicas nos Terminais Pré-sinápticos ou nas Membranas
Neuronais Pós-sinápticas
O mecanismo de memória estudado especialmente por Kandel e seus colegas, que pode
ocasionar memórias que duram desde alguns minutos até 3 semanas na Aplysia grande lesma
do mar:

Em nível molecular o efeito de habituação no terminal sensorial resulta do fechamento


progressivo de canais de cálcio na membrana terminal apesar da causa do fechamento dos
canais de cálcio não ser completamente conhecida

De qualquer forma, quantidades muito menores que as normais de íons cálcio podem se
difundir para o terminal habituado e, como consequência, muito menos neurotransmissor é
liberado pelo terminal sensorial.

3.8.5. Memória a Longo Prazo


Não existe uma demarcação óbvia entre as formas mais prolongadas da memória de prazo
intermediário e a verdadeira memória a longo prazo. Entretanto, em geral se acredita que a
memória a longo prazo resulte de alterações estruturais reais, em vez de somente químicas
nas sinapses, e que realcem ou suprimam a condução dos sinais.

3.8.6. Consolidação Da Memória


Para a conversão da memória a curto prazo para a memória a longo prazo, que pode ser
evocada semanas ou anos depois, ela precisa ser “consolidada”, isto é, a memória a curto
prazo se ativada repetidamente promoverá mudanças químicas, físicas e anatômicas nas
sinapses que são responsáveis pela memória a longo prazo. Esse processo requer 5 a 10
minutos, para consolidação mínima e 1 hora ou mais, para consolidação forte. Por exemplo,
se forte impressão sensorial é feita no cérebro, mas é seguida dentro de mais ou menos 1
minuto por convulsão induzida eletricamente, a experiência sensorial não será lembrada.

A Repetição Aumenta a Transferência da Memória a Curto Prazo para a Memória a Longo


Prazo: s Estudos mostraram que a repetição da mesma informação várias vezes na mente
acelera e potencializa o grau de transferência da memória a curto prazo para a memória a
longo prazo, e assim acelera e aumenta a consolidação. O cérebro tem tendência natural de
repetir as informações novas, especialmente as que atraiam a atenção. Portanto, ao longo de
certo período, as características importantes das experiências sensoriais ficam,
progressivamente, cada vez mais fixadas nos bancos da memória.

3.8.7. Novas Memórias São Codificadas durante a Consolidação


Uma das características mais importantes da consolidação é que novas memórias são
codificadas em diferentes classes de informação. Durante esse processo, tipos semelhantes de
informação são retirados dos arquivos de armazenagem de memórias e usados para ajudar a
processar a nova informação.

O novo e o velho são comparados a respeito de semelhanças e diferenças, e parte do processo


de armazenagem consiste em guardar a informação sobre essas semelhanças e diferenças, não
em guardar a nova informação não processada. Assim, durante a consolidação as novas
memórias não são armazenadas aleatoriamente no cérebro, mas sim em associação direta com
outras memórias do mesmo tipo. Esse processo é necessário para se poder procurar
posteriormente a informação requerida na memória armazenada.

3.9. O Papel de Regiões Específicas do Cérebro no Processo de Memorização


3.9.1. O Hipocampo Promove o Armazenamento das Memórias, Amnésia Anterógrada
Ocorre após Lesões de Longa Duração do Hipocampo.
O hipocampo é a porção mais medial do córtex do lobo temporal, onde ele primeiro se dobra
medialmente, sob o hemisfério cerebral, e depois para cima em direção à superfície inferior e
medial do ventrículo lateral. Em alguns pacientes, os dois hipocampos foram retirados para o
tratamento de epilepsia. Esse procedimento não afetou seriamente a memória do indivíduo
para a informação armazenada antes da retirada dos hipocampos. Entretanto, depois da
retirada, essas pessoas praticamente não têm mais capacidade de armazenar formas verbais e
simbólicas de memórias (formas declarativas de memória). Por isso, essas pessoas ficam
incapazes de estabelecer novas memórias a longo prazo dos tipos de informação que são a
base da inteligência. Esse distúrbio se chama amnésia anterógrada.

Mas por que os hipocampos são tão importantes para ajudar no processo de armazenamento
de novas memórias? A resposta mais provável é que os hipocampos figuram, entre as vias de
saída mais importantes, das áreas de “recompensa” e “punição” do sistema límbico.
Estímulos sensoriais ou pensamentos que causem dor ou aversão excitam os centros límbicos
de punição, e os estímulos que causem prazer, felicidade ou sensação de recompensa,
excitam os centros límbicos de recompensa. Todos eles juntos fornecem o humor básico e as
motivações da pessoa. Entre essas motivações, está a força motriz do cérebro para lembrar as
experiências e pensamentos que são agradáveis ou desagradáveis.

Figura 8 – Hipocampo e sua localização

O hipocampo é importante no reconhecimento do estímulo, se é novo e se merece ser


memorizado. Outro aspecto importante é que ele informa aos lugares em que se projeta, como
a amígdala e o tálamo, que se trata de uma informação nova através do fórnix e ativa
neurônios β-endorfinérgicos localizados no hipotálamo. Especificamente em relação a
amígdala – possui função modeladora no processo de consolidação, estando ligada ao
processo de seleção.

4. Conclusões
O trabalho abordado acima, concernente a Aprendizagem e Memória, teve-se conclusões.
Conclui-se que Aprendizado e memória são processos intimamente relacionados e que o
Aprendizado é aquisição de novos conhecimentos. Memória é o processo pelo qual esses
conhecimentos são codificados, armazenados e posteriormente evocados. Memória é a
retenção de um aprendizado. Concluiu-se que existem regiões específicas do cérebro no
processo de memorização, um exemplo é do hipocampo, o qual faz parte do sistema límbico,
muito importante no processo de memorização. As diferentes áreas de associação do cortex
estão intimamente conectados.
5. Referências Bibliográficas

 A RELAÇÃO NEUROFISIOLÓGICA EXISTENTE ENTRE MEMÓRIA E


APRENDIZAGEM: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: Walleska Thaynná Vieira
Silva de Andrade et al
 Mecanismos Neurais da Memória Procedural: Vania Daniela Ramos da Silva
 Guyton C. Arthur, Hall E. John: Tratado de fisiologia médica. 13. ed. - Rio de
Janeiro: Elsevier.

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