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SUMÁRIO

1. CAPÍTULO 1 – ENTENDENDO A ESCATOLOGIA FORA DA TRADIÇÃO EVANGÉLICA


TRADICIONAL .................................................................................................................................. 05
1. O QUE SIGNIFICA A PALAVRA ESCATOLOGIA? ................................................................... 05
1.1 Conceitos ........................................................................................ 0Erro! Indicador não definido.
1.2 O Dispensacionalismo e suas Alianças ........................................................................................... 10
1.3 As Melhores ferramentas das Interpretações escatológicas. ........................................................... 15
CAPÍTULO – A HISTÓRIA DA ESCATOLOGIA. ............................................................................ 19
2.1 Começa no Antigo Testamento ou Primeira Aliança ...................................................................... 19
2.2 Vários “messias” escatológicas e apocalipsismos judaicos, período conhecido como
INTERBÍBLICO, narrado nos Livros 1º e 2º Macabeus ...................................................................... 22
2.3 Um monte de “messias” e muitas escatologias desencontradas. No períodode 225 a.C., até 70
d.C.,25
CAPÍTULO 3 - A CRÍTICA TEXTUAL TENDO COMO POR 16 SALVADORES
MITOLÓGICOS.....................................................................................................................................32
3.1 Lista de 18 nomes de “cristos mitológicos” .....................................................................................33
3.2 Outros “messias”.
Hebreus...................................................................................................................................................41
3.3 A Escatologia da Igreja
Primitiva.................................................................................................................................................43
3.4 A Escatologia na Idade
Média......................................................................................................................................................66
3.5 A Escatologia no Tempo da Escolástica, e a doutrina do purgatório uma associação com o
“purgatório” judaico
Kadish....................................................................................................................................................68
CAPÍTULO 4 – IGREJA DO SÉCULO
XIX.........................................................................................................................................................85
4 – PRINCIPAIS
CONCEITOS..........................................................................................................................................85
CAPÍTULO 5 – IGREJA DO SÉCULO XX: Primeira
metade.....................................................................................................................................................91
5 PRINCIPAIS...
CONCEITOS..........................................................................................................................................91
CAPÍTULO 6 – IGREJA DO SÉCULO XX: Segunda
metade.....................................................................................................................................................98
CAPÍTULO 7 – IGREJA DO SÉCULO XXI: Idade
Conteporânea........................................................................................................................................102
CAPÍTULO 8 – ENTENDENDO A ESCATOLOGIA DA
APOCALÍPTICA?................................................................................................................................103
8.1 O Gênero
Apocalíptico..........................................................................................................................................109
8.2 A Escatologia
Apocalíptica..........................................................................................................................................122
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................184

2
Λέγει ὁ μαρτυρῶν ταῦτα Ναί ἔρχομαι ταχύ Ἀμήν ἔρχου Κύριε Ἰησοῦ - Diz aquele que testemunha

estas coisas, sim, venho depressa. Amém. Sim, vem Senhor Jesus (Apocalipse 22: 20).

CAPÍTULO 1 – ENTENDENDO A ESCATOLOGIA FORA DA

TRADIÇÃO EVANGÉLICA TRADICIONAL

1. O QUE SIGNIFICA A PALAVRA ―ESCATOLOGIA‖?

A palavra escatologia é composta por duas palavras gregas: (ἔζταηος),

que significa ―último‖, ―extremidade‖, ―confins‖ e ―logia‖ (λoβíα), ou seja,

―estudo‖1. Sendo assim, a escatologia é o ―Estudo das Últimas Coisas‖. Nesse

estudo iremos abordar às múltiplas teorias escatológicas, contudo não será

defendida de forma dogmaticamente nenhuma delas.

1.1 Conceitos

1
Essa palavra era usada pelos romanos como o termo “coletas”.

3
 Escatologia é uma teoria relativa aos acontecimentos do fim do

mundo e da humanidade, ou seja, as últimas coisas que devem acontecer

antes e depois da extinção da vida na Terra;

 A palavra escatologia, na língua portuguesa, ainda pode significar o

ato de analisar excrementos (fezes), sendo um sinônimo de cronologia,

nome dado no ramo da medicina aos exames laboratoriais de dejetos

humanos, especificamente as fezes.

A hermenêutica e a Escatologia:

Sendo a hermenêutica a responsável pelo estudo das regras de

interpretação bíblica não seria possível deixá-la de fora quando se trata do

estudo da escatologia, pois ela trabalha em meio a muitas profecias e passagens

de difícil compreensão, por isso precisamos conhecer os principais métodos de

interpretação para que tomemos um caminho coerente nas Escrituras, e acima de

tudo não a deturpemos para provar teorias infundadas. Os dois principais

métodos de interpretação:

O Alegorismo:

4
O alegorismo tem suas raízes no platonismo e no alegorismo judaico, dois

de seus defensores são Orígenes (185-254) escritor, teólogo e professor e

Clemente de Alexandria que faziam parte da escola de Alexandria.

Para definirmos o alegorismo podemos dizer que este método é aquele

que em lugar de reconhecer o texto como naturalmente se apresenta, “perverte-

o” no sentido positivo, “interpreta-o” melhor dizendo, dando um sentido

secundário anulando a intenção primária do escritor.

O literalismo:

Também conhecido como método histórico-gramatical o literalismo

difere do alegorismo por interpretar as palavras e frases de uma maneira natural

como elas se apresentam; o Dr J.D. Pentecost define o método literal da seguinte

maneira: “O método literal de interpretação é o que dá a cada palavra o mesmo

sentido básico e exato que teria no uso costumeiro, normal, cotidiano empregada

de modo escrito oral ou conceitual”.

Os Judeus e o Literalismo:

Os muitos mandamentos e advertências de Deus para seu povo

necessitavam de que fossem passados a eles seja pelo profeta, juiz ou sacerdote

5
e isto fazia com que este interpretasse as palavras de Deus para então serem

transmitidas, quando estas mensagens eram escritas pelos receptores também

careciam de intérprete para que o ensino fosse totalmente entendido, mas qual

método era usado para esta interpretação? Quando Deus falava, suas palavras

eram entendidas literalmente?

A resposta é sim. O método usado pelos Judeus para interpretar todos os

oráculos do Senhor era o literal. Contudo apesar de ser essa a regra geral, não

são todos os casos! Existem outras leituras do texto do Antigo Testamento:

 Apocalíptico ou Alegórico-Mítico, que é usado o exagero simbólico,

 Sapiencial ou poético, profético ou Oráculo que combina literal ou com

simbólico,

 Histórico ou Cronológico que usa do método ―novela judaica ou

paralelismo histórico‖ (muitos dos contos são míticos, fazem paralelos a

fatos de outras culturas), exemplo: Adão e Eva é uma versão judaica de

antigos textos cuneiformes de A Epopeia de Gilgamesh o mito de Adapa.

O Literalismo do Novo Testamento:

6
Não só Jesus, mas também os discípulos sempre interpretaram os livros

do antigo testamento de maneira literal. Contudo, muitos não entendem esse

literalismo. Sim, literal, mas usando figuras, parábolas, símbolos.

Por exemplo Jesus disse que ―era a porta‖, ―era o caminho‖ isso é

figura de linguagem, e outras vezes literal no sentido pleno, Jesus em Mateus

12:17 ao mencionar a si mesmo, disse que nele se cumpriria a profecia de Isaias

que está em Isaías 42:1-4, ou seja, o que disse o profeta, Jesus interpretou como

literal não alegorizando seu sentido; outro versículo interessante que mostra a

interpretação literal está em Lc 18:31.

O Literalismo na História da Igreja:

Por toda a história da igreja, esse método ocorreu muitos interpretaram as

Escrituras da mesma forma em que entendia que Jesus ensinou e os apóstolos

praticaram tal método o que segue são breves comentários referentes ao uso do

literalismo no decorrer da história da igreja de Cristo.

OBS: Contudo é bom que se diga que no início da igreja nenhuma das

Escolas mais populares existia Dispensacionalismo, Pretribulacionismo,

Pós-milenismo e Amilenismo. Só será percebido essas ideias de várias

7
teorias depois do primeiro século nos ditos ―Pais da Igreja‖, ou também

conhecido como idade da Igreja Antiga a Patrística. Depois veremos melhor

esse aspecto na história da Escatologia da igreja.

1.2 O Dispensacionalismo e Suas Alianças

É de suma importância nos determos, por breve momento, no estudo das

dispensações já que esta está ligada fortemente a escatologia. Os pactos

realizados por Deus durante determinado tempo da história permanecem até hoje

e as promessas inclusas nestes pactos esperam cumprimento total.

As Alianças e a Escatologia:

Quem interpreta a Escatologia dessa forma entende que nas Escrituras

existem nas alianças: Abraâmica, Mosaica, Palestínica e Davídica,

implicações escatológicas que resolvem e explicam grandes discussões em

várias áreas da doutrina, a aliança com Abraão é a raiz das demais, esses que

defendem essa teoria, entendem que Deus prometeu ao patriarca a posse da terra

e isto foi confirmado pela aliança palestina.

8
A promessa também incluiria a formação de uma numerosa nação e o

estabelecimento de um reinado eterno confirmado na aliança Davídica. Através

de sua descendência todas as nações seriam abençoadas o que é confirmado na

Nova Aliança.

O fim da atual dispensação:

Outra forma de interpretar a Escatologia são aqueles que entendem que

existem nas Escrituras sete dispensações, cinco já foram concluídas: inocência

consciência, governo humano, patriarcal e lei, e estamos vivendo a

dispensação da graça que dará lugar a milenial.

Arrebatamento:

O termo arrebatamento é encontrado em seu sentido escatológico em 1ª

Tessalonicenses 4:17, quando o apóstolo Paulo explica acerca da situação dos

mortos em Cristo na sua vinda e ao dizer com relação ao momento da retirada da

igreja diz que os mortos ressurgirão primeiro e: depois, nós, os vivos, os que

ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o

encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.

A Vinda de Cristo:

9
Quatro palavras são usadas para referir-se à vinda de Cristo e estas são

utilizadas nos textos originais de várias maneiras, no entanto precisaremos

conhecê-las para que tenhamos uma compreensão melhor sobre seus

significados e se podemos utilizá-las ou não para nomear a vinda gloriosa de

Cristo.

1ª Parousia:

Sua tradução segundo o dicionário grego de Willian Carey é: presença,

vinda, chegada, volta; “visita real, chegada de um rei” (Souter); “a futura visível

volta de Jesus, o messias, do céu para ressuscitar os mortos, realizar o juízo

final, e estabelecer formal e gloriosamente o reino de Deus” (Thayer).

2ª Epifhanéia:

Manifestação, aparecimento, ―vinda‖; literalmente significa ―brilho à

frente‖ (Vine). É usada por vários escritores para designar a volta gloriosa de

Jesus. Sua raiz epifa sempre está ligada a aparição e manifestação, outra forma é

epifhaino (que significa: ―aparecer‖, ―fazer uma aparição‖, ―mostrar-se‖,

como em Lucas 1:79, Atos 27:20 e Tito 2:11; e ainda epifhaísco: aparecer,

surgir, como em Efésios 5:14).

3ª Apokalupsis/Revelação:

10
Exposição, manifestação. Mesma raiz de apokalupto (―revelo‖,

―descubro‖). Seu uso é frequente para designar a revelação de Jesus Cristo, ou

seja, a sua vinda, no entanto, também não consegue por si só definir qual das

vindas está se referindo. Em Lucas 17:30, 2ª Tessalonicenses 1:7, 1ª Pedro 4:13

nitidamente indica a vinda visível de Cristo; em 1ª Coríntios 1:7, Colossenses

3:4 e 1ª Pedro 1:7, 13 refere-se ao arrebatamento.

“A glória de Deus está nas coisas encobertas; mas a honra dos


reis, está em descobri-las”. (Provérbios 25:2).

4ª Phanerósis:

Existe ainda uma palavra usada por alguns escritores para designar a volta

gloriosa de Cristo, que é Phanerósis2, no entanto, esta não é usada nos textos

que falam da vinda de Cristo, este termo aparece em 1Co 12:7 ―A manifestação

(phanerósis) do Espírito é concedida a cada um visando a um fim

proveitoso‖, não indicando a manifestação de Cristo na sua vinda, mas uma

manifestação do Espírito Santo.

2
Paulo usa três termos para designar essa manifestação de Deus:-phanerósis= manifestação; apokálipsis =
revelação e katasárka = encarnação O grau de intensidade é claro, segundo Paulo: manifestação (phanerósis)
aos pagãos; revelação (apokálipsis) aos judeus e encarnação (katásárka) na nova economia.

11
A Igreja Sobre a Terra:

Uma posição básica assumida por futuristas Dispensacionalista é de que

após Apocalipse 4:1 a igreja nunca é vista sobre a Terra. Alegam que os

capítulos 6 ao 19 somente retratam um remanescente judaico. Isso será mais

bem explicado nas Aula 2, quando será abordado as teorias de interpretação do

Apocalipse de João.

1.3 As Melhores Ferramentas de Interpretações escatológicas

Devemos sempre começar nossa exegese (ou interpretação) da Escritura

considerando as pessoas e tempos a que sua mensagem se dirigia. Para entender

o que lhes foi escrito devemos entender o que para eles significava.

Ferramenta Espiritual de Interpretação:

Finalmente, é verdade que somente os puros de coração verão a Deus

(Mateus 5:8). É verdade que os perversos prosseguirão agindo impiamente e

nenhum desses perversos entenderá (Daniel 12:10). Portanto, todo exegeta, todo

estudante da Bíblia devem dizer: "Como vai a minha alma"?

O Tempo do fim:

12
Muitos estudiosos têm buscado nas Escrituras sinais evidentes que

marquem efetivamente o tempo da volta de Cristo, o fato é que esse assunto

NÃO FECHA, não existe SISTEMA ESCATALÓGICO PERFEITO, todos

os SISTEMAS E INTERPRETAÇÕES SOBRE O APOCALIPSE E A

ESCATOLOGIA SÃO TEORIAS, em relação a isso vemos que um

determinado tempo da história a igreja se posicionou usando uma ou outra, mas

nunca a IGREJA CHEGOU A UMA UNANIMIDADE SOBRE O ASSUNTO.

A Grande Tribulação:

A grande tribulação com certeza é o assunto mais discutido na doutrina da

escatologia bíblica, é também o que apresenta maiores dificuldades de

interpretação com respeito a acontecimentos e profecias que devem ser

cumpridas no período tribulacional ou caso já tenham sido cumpridos,

dependendo da interpretação; portanto devemos ter grande atenção, devido sua

importância dentro das Escrituras, tanto no Velho quanto no Novo Testamento.

Termos utilizados para Tribulação:

Diante dos três aspectos de tribulação apresentados, se faz necessário

definirmos os termos utilizados nas Escrituras para se referir à tribulação.

Encontramos quatro substantivos que podem ser traduzidos por tribulação e

13
aflição entre outros, kakopatheia (kakopayeia): sofrimento que procede do

mal, aborrecimento, angústia, aflição (Strong).

Este substantivo é formado de kakos ―mau‖, e paschõ, ―sofrer‖, foi

traduzido por ―aflição‖ em Tiago 5:10: kakosis (kakwsiv): opressão, aflição,

maltrato. Somente utilizado em Atos 7:34. pathema (payema): aquilo que

alguém sofre ou sofreu externamente; sofrimento, infortúnio, calamidade, mal.

Aflição dos sofrimentos de Cristo, também as aflições que cristãos devem

suportar pela mesma causa que Cristo pacientemente sofreu.

Este substantivo geralmente é usado para descrever sentimentos causados

por infortúnios externos, seja a perseguição ou qualquer outra circunstância. É

utilizado em Romanos 7:5; 8:18; 2ª Coríntios 1:5-7; Colossenses 1:24; 2ª

Timóteo 3:11; Hebreus 2:9-10; 10:32; 1ª Pedro 1:11; 4:13; 5:1; 5:9. thlipsis

(yliqiv): literalmente, ato de prensar, imprensar, pressão; metaforicamente:

―opressão‖, ―aflição‖, ―tribulação‖, ―angústia‖, ―dilemas‖ (Strong). Vine

define como sendo ―qualquer coisa que sobrecarrega o espírito‖.

14
CAPÍTULO 2 – A HISTÓRIA DA ESCATOLOGIA

2.1 Começa no Antigo Testamento Judaico ou Primeira Aliança

● Gênesis 3: 15 – Primeira Palavra Profética:

“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua


semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”;

● Gênesis 4: 1 – Primeira Expectativa Profética:

“E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a


Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um homem”;

15
● Judas 1: 14-15 – Primeiro Pregador da Palavra Profética:

“E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão,


dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; para
fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por
todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por
todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele”;

● Gênesis 5: 24 Primeiro Evento Apocalíptico:

“E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus


para si o tomou”.

● Gênesis capítulos de 6 a 8. Primeiro Evento de Juízo: o dilúvio bíblico;

● Todos os relatos de sacrifícios registrados no Antigo Testamento, é um

anúncio da 1ª Vinda do Messias: Ver: Êx. 12: 3-11; e nos outros livros da Lei de

Moisés;

● Profecia de Gênesis 49: 1-27; Deuteronômio 33: 6-29; Números 24: 17 –

Profecia de um Messias Tardio: “Sairá uma estrela de Jacó e se levantará um

Cetro de Israel”.

16
● O texto foi interpretado pelo judaísmo rabínico do ponto de vista

messiânico, tanto que entre 132-136 d.C., inclusive depois da invasão de Roma

em Jerusalém, e da destruição do Templo no ano 70 E.C., apareceu um líder

judeu, chamado de Shimeon Bar Kôkba’.

Que em aramaico, significa “O Filho da Estrela”, um Messias que foi

aceito, comandante da terceira revolta judaica contra Roma 3 . Entretanto, em

agosto de 135 d.C., o bem-preparado Exército Romano reconquistou Jerusalém

e prendeu o corajoso messias-guerreiro. Julgado, Bar Kôkba’ foi condenado à

decapitação. Mais à frente vamos ver melhor sobre esse “messias”.

● Durante os 12 livros históricos foi apontada para a “figura de um

Messias”, principalmente tendo o Rei Davi, como “tipo” de Messias, para seu

povo;

● Outra importante imagem Messiânica foi nos livros tidos como poéticos:

Jó, Salmos, Provérbios, Cantares, Eclesiastes e Lamentações;

3
Foram três guerras: as duas principais são a Grande Revolta Judaica de 66-73 d.C. e a Segunda guerra judaico-
romana (132-135 d.C.) também conhecida como a Revolta de Bar Kôkba’. Alguns autores incluem Guerra de
Kitos (115–117 d.C.) como a terceira guerra.

17
● Nos profetas Maiores, dando como ênfase no Livro do Isaías como fonte

de maiores evidências, sobre o Messias Sofredor, Isaías, Jeremias, Ezequiel e

Daniel um apocalipse do Antigo Testamento;

● Nos profetas Menores4, dando ênfase em Zacarias e Malaquias.

2.2 Vários ―messias‖, escatologia e apocalipsismo judaico, Período

conhecido como Interbíblico e narrado nos livros históricos 1º e 2º

Macabeus.

Começa no Antigo Testamento Judaico ou Primeira Aliança: E chegamos

no período Interbíblico, que foi uma das fases em que mais surgiram mais

―messias‖ e ―líderes revolucionários‖, para tentar libertar Israel do domínio

grego e depois romano. Esse período é representado por vários líderes judeus,

dando destaque para Judas Macabeus, e Jônatas Hasmoneu.

Os Essênios da Comunidade de Qumran do Mar morto. Em que eles

tinham uma extensa biblioteca no seu mosteiro em que viviam.

4
Profetas Menores não é porque seja inferior, mas sim a extensão do texto profético, que foi bem menor do
que os outros profetas.

18
Eles apareceram entre 150 e 70 d.C., foram dizimados por volta de 68

d.C., por Roma; os essênios tinham duas lideranças que eram reconhecidas

como ―messias‖, o fundador da seita dos essênios não sabemos o nome e um

―messias‖ reconhecido pelo grupo cujo nome era Mannaem, ou Menahem, o

essênio que foi morto pelos romanos e seu corpo foi deixado três dias no chão.

Figura da morte e ressurreição do messias dos essênios, entendido como

―Mestre da Justiça‖; viviam uma ―vida ascética‖, ―imersionistas‖,

―eunucos‖, ―astrólogos‖, ―terapeutas‖, ―curadores‖; ―médicos‖,

―esotéricos‖ (acreditavam na reencarnação, eram maniqueístas, ―os Filhos da

Luz‖ contra ―os Filhos das Trevas‖, inclusive possivelmente seu ―Messias‖ já

seria uma reencarnação de Outro judeu também revolucionário, que teria

morrido, pela causa LIBERTÁRIA DE SALVAR DE RESGATAR O POVO

HEBREU DOS PAGÃOS) 5 , ―vegetarianos‖, eram uma Fraternidade, uma

irmandade secreta, ―tipo maçonaria‖; ―Rosa cruz‖; ―gnósticos‖, ―Cavaleiros

Templários‖, ―Cátaros‖, ―místicos‖, ―apocalípticos‖ por natureza,

influenciaram não só a interpretação histórica judaica, como influenciaram, as

ideias apocalípticas do Novo Testamento.

5
Maniqueísmo é a ideia baseada numa doutrina religiosa que afirma existir o dualismo entre dois princípios
opostos, normalmente o bem e o mal. ... Por exemplo, acreditar que uma pessoa boa sempre será boa,
enquanto uma pessoa má sempre será má é uma demonstração de pensamento do maniqueísmo.

19
E, acreditavam que o sacerdócio do Templo de Jerusalém estava

corrompido, por isso se afastaram, e entendiam que eles eram os ―santos‖, os

―eleitos‖ de Deus, ―o povo que o Messias iria vir‖, e o Reino do Messias de

Paz e prosperidade, partiria da sua comunidade e de seus ritos e Manuais de

Disciplina; e tinha um orfanato em pleno deserto, que cuidavam de crianças

abandonadas, inclusive essa informação indica que João Batista foi adotado por

eles, na perseguição e morte do seu pai o Sumo Sacerdote Zacarias.

O Sumo Sacerdote Zacarias, Apócrifo Caverna dos Tesouros Criação do

Mundo Capítulo 47: 7-9:

7 Diante disso, ficou profundamente irritado e mandou de imediato


seus emissários com a ordem de matar todos os meninos de Belém e
das vilas circunvizinhas. Ao inspecionar as crianças, e não
encontrando entre elas João, filho de Zacarias, disse: "Realmente, o
filho dele reinará em Israel." Pois ele tinha ouvido algo do que fora
dito pelo Anjo a Zacarias, quando lhe prometera João. 8 Assim, ele
mandou um emissário a Zacarias, com a ordem de dizer-lhe: "Traze-
me João!" Zacarias respondeu: "Eu sou sacerdote e sirvo no Templo
do Senhor; não sei onde estão o menino e sua mãe". Por esse motivo,
Zacarias foi morto entre os degraus e o Altar. 9 Izabel tomou consigo
João e foi para o deserto. Herodes foi imediatamente atingido pelo
castigo de Deus, sem compaixão; caiu doente. Seu hálito era pestilento
e seu corpo estava sendo devorado pelos vermes; assim, ele foi
castigado com um tormento indizível, a ponto de as pessoas não
conseguirem mais aproximar-se dele por causa do seu cheiro horrível.

20
2.3 Um monte de ―messias‖ e muitas escatologias desencontradas no

período de 225 a.C até 70., d.C.

O epíteto ou adjetivo de Messias deriva da palavra aramaica Meshiha, que

por sua vez advém do hebraico Há-Mashiah e significa “O Rei Ungido”.

Quando da versão do hebraico para o grego, Há-Mashiah foi traduzida por

Kristós, Christos, Cristo, Rei; ou seja, alguém especial que foi escolhido, por

indicação divina, para ser Rei e foi espargido com o Óleo Sagrado. Vamos aos

ungidos:

● Saul, foi ungido por Samuel (1º Samuel 10:1);

● Davi, foi ungido por Samuel (1º Samuel 16);

● Salomão, foi ungido por Zadoque (1º Reis 1:39);

● E estadistas pagãos que foram associados a “libertadores de Israel”: Ciro

Imperador da Média-Pércia, Alexandre Magnos, imperador da Macedônia-

Grécia.

Entre os documentos de Jerusalém e da Babilônia depois do Exílio de Judá e

Benjamin, tinham vários “messias”:

● Talmud da Babilônia – Tratado Sanhedrin 43ª;

21
● Talmud de Jerusalém;

● Mishná parte do Talmud;

● Sepher Toldos Jeschu ou Yeshua, foram vários ―Jesuses‖ na história de

Israel;

No Talmud da Babilônia e no Talmud de Jerusalém encontramos diversas

referências a dois famosos Jesuses:

1º Yeshu Ben Stada ou Jesus Filho Desgarrado que atuou a partir do

ano 100 a.C., é relatado no escrito Shabat 104b, (Esse ―messias‖ teria trazido

arte mágica do Egito em incisões ―feito cortes‖6, em sua carne, isto é, teria

escondido um pedaço de pergaminho embaixo da pele, posto que era proibido

sair do Egito com documentos secretos. Sua mãe era chamada de Miriyam a

cabeleireira, ou Stada (aquela que se desgarrou). Foi executado na cidade de

Lud, Babilônia;

2º Yeshu Ben Pandira ou Yeshua Ben Pandirah, que viveu no século I

a.C, chamado também em uma passagem do Talmud de Yeshu há Notzri (Jesus

6
Elimas é um outro nome para Bar-Jesus, um mago judeu que aparece no Novo Testamento nos Atos dos
Apóstolos, capítulo 13: 6-12. Os Atos dos apóstolos o chamam de Elimas, que acabou sendo traduzido para o
português como "mago". Ocorre aqui o uso de uma narração tardia provavelmente como foi feito com os
outros falsos messias, é articulado sua narração em Atos dos Apóstolos para dar base histórica.

22
o Nazareno – que nada tem a ver com Nazaré, mas que pertencia à comunidade

dos nazarenos, a qual já existia há 150 anos a.C.7).

Foi aluno do Rabi Yehoshua Ben Perachiah, com quem teria fugido para

Alexandria, no Egito, durante a perseguição do rei Alexandre Jannée. Tinha

vários discípulos, dos quais dois nos são familiares – Matai, que é a forma

aramaica de Matitiyahu ou Mateus, e Todá que poderia ser traduzido por Tadeu

ou Tomás. Ao retornar do Egito foi preso acusado de feitiçaria.

Foi apedrejado até a morte, e seu cadáver ficou pendurado numa estaca

por três dias, para servir de exemplo. Segundo a tradição o corpo foi roubado

pelos seus discípulos e enterrado no leito de um riacho8.

Outros messias falsos com os eventos históricos trocados, isso serve para

indicar que a escatologia ela é imprecisa, e muitos eventos históricos, foram

usados pelos copistas do Novo Testamento para dar credibilidade aos textos,

vejamos:

7
Essa comunidade pregava a “Santificação”, “Separação” eram os chamados “Hassidins”, separados,
consagrados, a expressão hebraica Ha Nazirot “O Separado”, seita essa que prosseguiu até os dias da igreja, O
registro mais antigo do uso do termo foi encontrado em Atos dos Apóstolos 24:5, no qual Paulo de Tarso é
designado como um líder da seita dos Nazarenos ("πρωτοςτάτην τε τῆσ τῶν Ναζωραίων αἱρέςεωσ"). Naquela
época, o termo designava seguidores de Jesus de Nazaré.
8
De acordo com a Crítica Textual do Novo Testamento: O Evangelho segundo São Mateus certamente não foi
escrito pelo apóstolo São Mateus. O personagem de São Mateus é baseado no personagem histórico chamado
Mattai, que era um discípulo de Yeishu ben Pandeira (Yeishu, que viveu nos tempos Asmoneus, foi uma das
várias pessoas históricas em quem a personagem de Jesus foi baseado).

23
 Simão de Peréia, comentado em (Guerra judaica 2:5 7-59; Antiguidades

judaicas 17: 273-277), e (Tácito, em histórias, 5,9). No ano 4 a.C., quando

da morte do rei Herodes, o Grande, houve várias revoltas contra seu filho

e sucessor, Herodes Arquelau, especialmente por parte de Simão de

Peréia, reivindicava o trono para si, e se autodenominou Messias,

chegando até queimar o palácio do rei;

 Dois outros messias guerreiros o sucederam: Astronges (atuou por três

anos, 4-6 d.C., e chegou a ser designado rei e usava um diadema real); e

Judas Galileu, 4-6 d.C., que se insurgiu contra o senso demográfico;

também conhecido como: Judas de Gamala, foi o líder da revolta judaica

contra o censo romano, no ano 6 d.C. tempo histórico invertido:

“Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a


este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto,
e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada”9.
(Atos 5: 36-37).

 Depois deste levantou-se Judas, o galileu, nos dias do

alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e

9
Aqui não é Lucas narrando e sim, um copista que registra os eventos como fora de suas respectivas épocas, e,
não é o Mestre Gamaliel, ver? Atos 5:34-37.

24
todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos. Ver: Atos 5:36,37 e

13:1-3;

 Sucedido por Teudas10 (44 d.C. – o Livro de Atos dos apóstolos,

faz uso de um recurso tardio, de referência a esses dois messias Teudas

Atos. 5:36; e a Judas Galileu); por Menahem (que significa de acordo

com o Livro o Messias antes de Jesus, MANAÉM “AMADO DO REI”;

 Existiu um outro Messias dos essênios que se chamava de

CRESTUS 11 , os líderes dos Essênios não eram destacados em termos

individuais e nem os seus nomes eram conhecidos fora da Comunidade,

mas sabe-se que um dos líderes que veio a ser conhecido fora da

Comunidade foi Crestus, cuja atividade no final do século I d.C. entre 90

a 100 d.C., ficou bem conhecida, quando teve que defender a Comunidade

dos Essênios junto ao Império de Roma, tendo sido sacrificado nessa luta,

10
Veja a assinatura do copista quem escreveu Atos já estava vivendo esse período, o copista usa do evento
acontecido d.C., para sustentar um evento passado a.C., esse recurso, é muito usado pelos copistas para dar
peso de autoridade histórica ao documento ou ao evento narrado. TEUDAS É UM EVENTO, futuro d.C., e o
MANAÉM, é um evento passado, por volta de 6 a.C.
11
Durante o governo de Cláudio, os judeus foram expulsos de Roma por causa de alguns tumultos que,
segundo Suetónio, “se tinham dado por instigação de um tal Chrestus”. É incerto se Suetónio entendia por
Chrestus, Cristo, e se referia a alguns distúrbios entre os judeus, ocasionados pela pregação de Jesus, como o
Cristo. Ou se Chrestus era o nome autêntico de algum dos insurgidos. Em qualquer caso a expulsão dos judeus
terá sido, porventura, aquela que causou a saída de Áquila e Priscila de Roma (At 18.2).

25
pouco antes do surgimento de Apolônio de Tiana em 110 d.C. Surgiram

várias histórias sobre as atividades de Crestus, que em muito se

assemelham às narrativas sobre Jesus.

CAPÍTULO 3 - A CRÍTICA TEXTUAL TEM COMO BASE UMA OBRA

CONHECIDA POR 16 SALVADORES MITOLÓGICOS

“Os dezesseis salvadores crucificados do mundo, ou cristianismo”;

Segundo elas, teriam existido 16 (dezesseis) Cristos, antes do Cristo dos

Evangelhos. Com histórias de vida com inúmeros pontos em comuns, em quase

todas elas:

 "A vinda do messias salvador, nascido de uma virgem",

26
 "A semelhança entre os nomes Cristo, Chrestus, Iesus, Ieoshua,

Jeseus, Hesus e outros",

 "Os nomes da mãe de Jesus (todos assemelhados a Maria)",

 " O nascimento e a visão dos 3 reis magos",

 "A perseguição real e a fuga dos pais para evitar a morte da

criança",

 "Os princípios de justiça, bondade e tolerância pregados",

 "As curas milagrosas", "os doze apóstolos", "a santidade, como

filho de deus",

 "A condenação, a morte na cruz e a ressureição",

 "As 3 entidades em uma", "a pomba, o espírito santo e o

sagrado coração de Jesus".

27
3.1 Lista de 18 Nomes de Cristos Mitológicos

Isso vai gerar lá na frente a chamada “Escatologia mimética ou

mitológica”, René Girard através do método histórico antropológico, como base

de uma teoria geral do humano banhada cada vez mais pela esperança

apocalíptica.

O sagrado mistura-se com a evolução, a humanidade é filha da religião.

Então “Cristo” não passa de uma “mitologia”, e Sua Volta apocalíptica é uma

MIDRASH, de colcha de retalhos, agrupadas e com outras lendas em culturas

diferentes:

1) KHRISNA (Índia, 1200 a.C) - Texto 26 do BHAGAVD – GITA:

Por isso, este movimento da consciência de KRSNA está distribuindo

informação sublime à sociedade humana inteira no sentido de que

simplesmente por cantar o mantra Hare KRSNA a pessoa pode se

aperfeiçoar nesta vida e voltar ao lar, de volta ao Supremo.

A ESCATOLOGIA do BHAGAVD – GITA, é o homem ―Voltar‖ ao

Supremo no SEU ―EU‖ INTERIOR, no SEU ―EU SUPREMO‖.

28
Já no Vāyu Purāṇa: Seção 2: Upodghāta Pāda (INTRODUÇÃO)

Capítulo 7: Transição Entre Dois Yugas (Eras) nos versos 36-39: 36.

Depois de se revelar inteiramente para eles, Prakrti (NATUREZA

PRIMORDIAL) assim vista não opera porque ela não é ativada por Purusa

(ESPÍRITO HUMANO). 37.

Quando a criação começa novamente, as causas Prākrtic se unem e

originam aqueles que veem a verdade. 38. Aqui aquelas pessoas que obtiveram

libertação não têm que seguir o (mesmo) caminho de Samsāra (RODA DAS

EXPIAÇÕES, SÃO 14 TIPOS DE TRANSMIGRAÇÕES DA ALMA,

TRANSMIGRAÇÃO DE NASCIMENTO A NASCIMENTO).

Há a não recorrência (não-existência) dessas como as chamas ardentes do

fogo que foi extinto. 39. Quando essas grandes almas subiram além dos três

mundos, aqueles que não alcançaram Janaloka ou KAMA-LOCA, LUGAR

DOS DESEJOS, ―UM TIPO DE PURGATÓRIO‖, junto com eles de

Maharloka (Significa: A região habitada pelos santos que sobrevivem ao

mundo) ...

29
Os MUNDOS “SÃO DEIXADOS PARA TRÁS‖ para ficar em

Maharloka (Cidade de Siva ou Shiva que é Grande Deus"), é um dos

principais deuses do hinduísmo uma ―NOVA JERUSALÉM, que

juntamente com Shiva Deusa ―Espírito Santo‖, Brama ―Deus Pai‖ e Vixnu

―Cristo Filho‖ forma a trimúrti, a trindade divina hindu. Eles retêm seu

corpo por um Kalpa (LENDAS, ou TRADIÇÕES).

Esta colina é citada nos textos dos cânones Budistas como um dos locais

frequentados pelo Buda quando em Rajgir (Rajagriha); sendo que vários eventos

notáveis, inclusive um atentado à sua vida perpetrado pelo seu maldoso primo

Devadatta, ocorreram lá.

A tradição Mahayana vai mais longe, uma vez que um grande número dos

seus textos, sendo o Sutra de Lótus o mais célebre deles, supostamente teriam

sido pregados como sermões lá.

Como tal, tornou-se um dos principais destinos para os peregrinos, tanto

nos tempos antigos como nos atuais. Descrita por Faxian e Xuanzang, foi

identificada em fins do século XIX como uma colina situada ao leste da antiga

Rajagriha.

30
2) BUDA SAKYAMUNI (600 a.C) – ―APOCALIPSE DE BUDA‖

– O SUTRA DE FLOR DE LÓTUS DA LEI MARAVILHOSA,

COMPARE COM APOCALIPSE, CAPÍTULOS: 4, 5 e 6.

Naquela ocasião, o Buda residia no Monte Gridhrakuta12, próximo à

cidade do Palácio dos Reis (Rajagriha), junto com uma congregação de grandes

Monges, vinte mil no total. Todos eram Arhats (UM SER DE ELEVADA

ESTATURA ESPIRITUAL), como se fossem ―ANJOS‖ que haviam

eliminado quaisquer desejos e não tinham mais sofrimentos.

Tendo atingido o autoconhecimento, eles haviam eliminado os elos da

existência e suas mentes haviam atingido a emancipação ...

Naquela ocasião, o Honrado pelo Mundo, circundado pela Assembleia

de Quatro Tipos de Crentes, recebeu oferecimentos e foi honrado, venerado e

elogiado. Então, em prol dos Bodhisattvas (SERES ANCIÕES DE LUZ,

MESTRES SEMELHANTE A LUZ DE BUDA), pregou um Sutra (LIVRO

RELIGIOSO DE REVELAÇÃO ÍNDU) do Grande Veículo chamado

12
OHE E VEJA A COMPARAÇÃO DE TRÊS EVENTOS DE JESUS: SUA TENTAÇÃO, SEU SERMÃO NO MONTE, O
MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO, A BATALHA DO GOGUE E MAGOGUE DO APOCALIPSE, E A INCRIVEL NARRAÇÃO
DA SALA DO TRONO DE APOCALIPSE.

31
Infinitos Significados, uma Lei para instruir Bodhisattvas, da qual o Buda é

guardião e mentor.

Após o Buda ter pregado este Sutra, ele se sentou em posição de lótus

e entrou no Samadhi (MEDITAÇÃO COMPLETA, "concentração" ou

"quietude da mente" do Lugar de Infinitos, (ONDE ELE SE TORNA UM

COM O TODO) Significados, corpo e mente imóveis.

Naquela ocasião, caiu dos céus uma chuva de Flores de Mandarava,

Flores de Mahamandarava, Flores de Manjushaka e Flores de Mahamanjushaka,

que se espraiou sobre o Buda e toda a grande assembleia. Todo o universo

Búdico tremeu de seis formas diferentes.

3) THAMUZ (Síria, 1160 a.C.) - TAMMUZ ―O DEUS QUE

MORRE E RESSUSCITA‖

Da união Ninrode-Semíramis, nasceu Tammuz, mas com um detalhe

significativo: a deusa permanecera ―virgem‖. NARRATIVA MUITO

SEMELHANTE ao nascimento de Jesus de uma virgem. Anunciada uns

setecentos anos antes de Cristo. Na Bíblia do padre Mattos Soares, traduzida da

Vulgata Latina, registrou-se a versão grega de Tammuz, que é Adonis.

32
Tammuz é o tipo do deus que morre e ressuscita, personificando as forças

vivas da natureza. Morre com os calores estivais e ressuscita com a primavera.

Era conhecido em Sumer, segundo alguns, cerca de três mil anos antes de

Cristo, mas consta, todavia, como filho do casal fundador de Babilônia, logo

após o dilúvio.

Penetrou posteriormente em outras nações e até mesmo no recinto do

templo em Jerusalém: “E levou-me à entrada da porta do templo, que se acha no

lado do setentrião, e eis aí as mulheres sentadas, chorando a Tammuz. Ele me

disse: „Viste, filho do homem?

Verás abominações ainda maiores do que essas.‟ E levou-me ao átrio

interior da casa do Senhor, e eis que à entrada do santuário do Senhor, ver:

Ezequiel 8: 1-18. Semelhança do Natal e a Paixão de Cristo, e a Ressurreição.

4) WITTOBA (Índia, 522 a.C.) - Uma vez mais, lembremos o hindu

Wittoba crucificado no espaço; o significado do “signo sagrado”, a

Suástica; o homem decussado no Espaço, de Platão etc. Entre outros que

não iremos entrar em detalhes:

1) IAO (Nepal, 622 a.C), tem fonte em: ÉS DEUS VERDADEIRO;

2) HESUS, O DRUIDA CELTA (834 a.C.), não tem fonte;

33
3) QUETZALCÓATL (México, cultura asteca e maia, 587 a.C.), tem fonte;

4) QUIRINUS (Roma, 506 a.C), tem fonte:

5) AESCHYLUS, PROMETEU CRUCIFICADO (Grécia, 547 a.C.), tem fonte;

6) THULIS (Egito, 1700 a.C.), tem fonte:

7) INDRA (Tibet, 725 a.C.), tem fonte:

8) ALCESTUS (Grécia, 600 a.C), tem fonte:

9) ATYS (Frígia, 1170 a.C), tem fonte;

10) CRITES (Caldéia, 1200 a.C.), tem fonte;

11) BALI DE ORISSA (Leste da Índia, 725 a.C.), tem fonte;

12) MITRA (Pérsia, 600 a.C.). [dizem 1400 a.C.], tem fonte;

HORUS (Egito, 3000 a.C.), tem fonte;

13) DIONÍSIO (Grécia, 500, a.C.)13 tem fonte.

3.2 Outros ―messias‖ hebreus

Ben Judas que como indica o nome, era filho de Judas o Galileu, entre

os anos 66 a 70 d.C., esse messias foi João de Giscala e atuou nos anos 66 a 70

13
De acordo com a Crítica Textual: Nasceu de uma virgem; transformou água em vinho; Após a morte,
ressuscitou; Era chamado de “Filho pródigo de Deus. E tem outros].

34
d.C., e empreendeu uma luta armada contra as milícias romanas instaladas na

Galiléia nos anos 66 a 70 d.C., e empreendeu uma luta armada contra as milícias

romanas instaladas na Galiléia – (Guerra Judaica IV, 21).

E essa expressão ―Galileu‖, também foi tardia, os escritos dos evangelhos

ao se referir à Jesus o ―Galileu‖; está ―referendando‖, ou tentando

―vaticinar‖, Jesus como de fato o Messias da Galileia dos gentios: “Tu também

estavas com Jesus, o galileu”. Mateus 26:69;

Na sequência veio Simão Bar Kôkba’ (uma inscrição numa caverna diz:

―o presidente de Israel‖, e até o Rabi Akiba ben Yosef disse sobre ele: ―Este é

o Messias‖ – (TJ Ta‟ anit IV. 8). Kokhab, que significa ―estrela‖, pretendia

cumprir a ―profecia‖ como já foi dita anteriormente no início dessa pesquisa, de

Números 24:17: “Uma estrela de Jacó se torna rei, um certo se levanta, procede

de Israel”; por Benjamim o Egípcio, entre 52-54 d.C.

O historiador judeu Flavio Josefo alude que trinta mil pessoas seguiram o

Egípcio;

“E, quando iam a introduzir Paulo na fortaleza, disse Paulo ao tribuno:


É-me permitido dizer-te alguma coisa? E ele disse: Sabes o grego?
Não és tu porventura aquele egípcio que antes destes dias fez uma
sedição e levou ao deserto quatro mil salteadores?” (Atos 21:37,38).

35
Então Josefo, o historiador judeu, menciona o relato tardio de atos em

alusão a “trinta mil pessoas que seguiram esse Messias Egípcio; também o livro

de atos, faz menção de “quatro mil bandidos” que eram os sicários 14.

O termo “sicários” vem de um instrumento que eles usavam para causar

―motins‖, uma faca ―torta‖ que cabia na palma da mão escondida, que era a

―sica‖. Adaga, punhal, termo usado para definir um grupo extremista,

separatista de zelotas judeus, revolucionários, cujo líder messiânico era Simão

Bar Kôkba’, que em 66 d.C., pregava a justiça para os pobres, saqueava as dos

ricos para distribuir como os pobres e escravos, era considerado rei (Guerra

Judaica IV, 507-13).

3.3 Escatologia da Igreja primitiva

A Escatologia da igreja como já foi pincelado anteriormente ela não foi

nenhuma dessas conhecidas teorias que temos hoje, talvez a Escatologia da

igreja primitiva esteja mais perto do estilo de Escatologia dos essênios até

porque Escatologia seria a escatologia esperada mais próxima da igreja primitiva

14
Era uma adaga uma faca, Sicário (em latim: sicarius - "homem da adaga"; pl. sicarii) é um termo aplicado, nas
décadas imediatamente precedentes à destruição de Jerusalém em 70, ...

36
em que foi constituída entre 200 a 50 a.C., dessa forma poderíamos dizer que

para entender melhor a Escatologia da igreja primitiva teríamos que estudar a

Escatologia da Comunidade do Mar Morto conhecida como os essênios.

É bom lembrar que esse curso é nível de Mestrado – Doutorado, e os

estudantes desse nível de estudo teológico requer dos mesmos um

amadurecimento e um entendimento de que tudo que você estudou até aqui de

Escatologia, com quase toda certeza, veio dos posicionamentos dos seus líderes

e de suas denominações.

Dessa forma as vezes o estudante de teologia já chega nesse nível ainda

com ideias em que as velhas ―tradições escatológicas‖, apreendidas desde

sempre na Escola Bíblica Dominical, nos cursos básicos e médio e até

bacharelados em teologia, serão defendidas ou repetidas nesse curso, com

certeza não!

Esse curso visa a formação de teólogos que possam a partir desse estágio

em que se encontram dar voos mais altos! Para surpresa de muitos ou decepção

de outros, não será ensinado as velhas Escatologias que foram ensinadas nas

igrejas! Iremos sim falar delas como teorias, mas não as defender!

37
O estudante de mestrado e doutorado nessa matéria ou disciplinar irá

percorrer pela Escatologia que não é dada costumeiramente nos centros de

treinamentos de lideranças por aí. E não é toda instituição que tem capacidade

de dar esse conceito, devido a sua complexidade de aprofundamento.

Por tanto podemos infelizmente tirar o encanto de vocês! A Escatologia

da Igreja Primitiva, não foi a Dispensacionalista, nem a Pré-tribualacionista,

Pré-Tribulacionista histórica Pós-milenista, Amilenista, não! De fato, foi uma

Escatologia em que se acredita que Cristo ou Messias viria naquela geração, de

forma visível e que não passariam a ―aquela geração‖ como diz em Mateus 24,

a geração do primeiro século.

Outra questão é que a Escatologia da igreja primitiva ela usava o método

literal no sentido de consumação, e não de aplicação ou interpretação! Melhor

falando seria, muito do que tem nos evangelhos, nas epístolas e principalmente

no apocalipse é um tipo de gênero, chamado de ―apocalíptico‖, em que fatos

―literais‖ ocorreram sobre o fim de uma era, guerras e conflitos, o retorno do

Messias, a destruição do Anticristo.

Enfim todos esses acontecimentos são creditados que iriam acontecer de

fato, literalmente; contudo, desculpem os literalistas de plantão, não ocorreria

38
usando um método literal de como eventos literais iriam acontecer, muito pelo

contrário o método sempre foi o método “apocalíptico”, figurado, simbólico e

por muitas vezes hermético fechado para poucos compreender.

Sendo assim, o primeiro paradigma que está sendo quebrado é continuar

entendo que tudo que você aprendeu é exatamente como Jesus e seus apóstolos

ensinavam! Hoje você terá uma apropriação de outros conhecimentos que nos

levaram a entender que a Escatologia do primeiro século é bem diferente de tudo

aquilo que até agora vimos, boa sorte e bons estudos.

Uma ideia muito comum hoje em dia é de que a igreja primitiva esperava

pela Segunda Vinda de Cristo, ainda em seus dias. Alguns chegaram ao cúmulo

de dizer que o apóstolo Paulo se equivocou ao esperar pela vinda de Cristo ainda

no seu tempo de vida. O grande problema é que ao abandonar o contexto

histórico, os nossos modernos intérpretes da Bíblia, fazem muitas teorias ou

ginásticas interpretativas para tentar explicar o que está tão simples nas

Escrituras.

O que tem confundido a muitos, é que no Novo Testamento existem perto

de cem textos que podemos chamar de “textos indicadores de tempo”. Eu

39
mesmo cataloguei cerca de setenta e oito desses textos. Alguns dizem que são

cento e um versículos, mas isto não procede.

Nesses textos indicadores de tempo, podemos encontrar expressões tais

como “em breve”, “sem demora”, “esta geração”, “as portas”, “brevemente” e

“próximo”.

É justamente por causa de tais textos que é impossível de se ler todo o

Novo Testamento sem perceber que havia um clima de espera de algo que estava

para acontecer, ainda naqueles dias da igreja primitiva.

Esperando o dia de juízo, os cristãos viviam como em um gueto, quase na

clandestinidade. Por isso não tinham negócios nem bens próprios; e no ano 70

d.C., quando se cumpriu a profecia de Jesus, e o juízo se abateu com as legiões

romanas de Tito, os cristãos fugiram, ou já haviam deixado a cidade”.

Cabe aqui uma explicação para a Escatologia Social do primeiro século

dos primeiros cristãos de Atos dos apóstolos. É entendido em Atos que Cristo

viria naquela geração:

“E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma
nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos
fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois
homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus,
por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi

40
recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”.
(Atos 1:9-11).

Durante todo o livro de Atos dos apóstolos é repetida continuamente esse

evento: Pedro chegou a interpretar LITERALMENTE A PROFECIA DE

JOEL, ENTENDENDO QUE O FIM ERA PARA AQUELA GERAÇÃO:

● Atos 2:16-22-47 “resultado mais de 3.000 mil almas se converteram,

aguardando esse evento”;

● Atos 3:19-21; 4: 4 “a comunidade de cristãos chega ao número de 5.000

mil almas convertidas”;

● Atos 5: 14 “a multidão de convertidos perde-se a soma de quantos

creram, e todos nessa mesma expectativa da volta de Cristo”;

● Atos 6:7 “aqui outro crescimento que até sacerdotes do Templo se

converteram, isso indica que esses sacerdotes estavam entendendo pelas

Escrituras que Jesus era o Cristo o Messias que havia de vir e estava prestes a

voltar naquela geração;

41
● Atos 7 Estevão é morto e em Atos 8:4 por causa da morte desse discípulo,

ouve uma dispersão de discípulos pelas estradas de Roma, isso indica que Deus,

permitiu essa perseguição, porque a igreja já estava “acomodada” os ricos

dividiram todos os seus bens com os pobres Atos 2:37-47; 4: 33-37; 6:1-10, ao

ponto que ocorreram interpretações equivocadas acerca desses eventos finais:

a. Como deixar de trabalhar para comer na casa dos irmãos, ver: 2ª

Tessalonicenses 3:6-18;

b. Acreditar que ele já veio e já tinha ocorrido o arrebatamento, ver: 2ª

Tessalonicenses 2:1-17;

c. Outros passaram acreditar que nem ressurreição tinha ocorrido, ver: 2ª

Timóteo. 2:117-18; Mateus 27:52-53;

d. Ainda outros pregavam que a ressureição nem existia alguns da igreja de

Corinto, ver: Paulo escreveu toda uma defesa no capítulo 1ª Coríntios 15:1-58;

42
e. Teve alguns que interpretaram que João iria ficar vivo até a volta de

Cristo, ver: João. 21:21-25;

f. Outros perderam a esperança dos mortos, ver: 1ª Tessalonicenses1:1-18,

Paulo escreveu um capítulo inteiro para explicar sobre isso;

g. Ainda outros pregavam que toda essa história de Vinda de Cristo era

mentira, a tal ponto de questionar desde a história da criação do mundo, ver: 2ª

Pedro. 2:1-22, Pedro escreveu um capítulo inteiro só sobre os falsos profetas;

h. Os próprios apóstolos faziam confusão sobre esse evento quando ia ocorrer,

ver: Mateus. 24:1-3; Atos.1:1-11; Paulo entendia que até aos casados deveriam

viver como se não fossem, casados, e aos solteiros não se casarem para servirem

ao Senhor em relação a sua vinda, 1ª Coríntios 7:24-29.

A IGREJA E O FIM DO MUNDO

A Igreja e o ―fim do mundo‖ está intimamente ligado ao dia da

ressurreição, que consequentemente é o dia da Segunda Vinda de Cristo, tudo

num único evento-dia. Atualmente, quando se fala em fim do mundo, os crentes

43
em geral pensam num grande evento como a batalha do Armagedom,

destruições provocadas por bombas atômicas, catástrofes e terremotos

assustadores que fariam a terra arder em chamas.

Diferente do que se pensa hoje em dia, os primitivos cristãos não

acreditavam no fim do mundo físico. Essa tendência é possível ser vista mesmo

antes da formação da igreja primitiva. Em Mateus 24:3 vemos o que os

primeiros discípulos pensavam sobre o fim do mundo:

“E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os


seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas
coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mateus
24:3).

A melhor tradução deste texto de Mateus é ―consumação do século‖ ou

fim da ―idade‖, ao invés de ―fim do mundo‖. A palavra que do grego foi

traduzida como ―mundo‖, é aion. Se a ideia em questão fosse o mundo físico,

seria de se esperar encontrar outra palavra grega, no caso seria kosmos.

A palavra grega aion refere-se a um período, não ao mundo físico.

Quando os discípulos perguntaram a Jesus sobre o fim do mundo ou fim da era,

eles tinham em mente o ―fim da era judaica‖. Devemos lembrar que o assunto

44
em questão em Mateus 24 é sobre a destruição do Templo de Jerusalém, pois

Jesus disse:

“Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra
sobre pedra que não seja derribada” (Mateus 24:2).

Esta declaração foi o suficiente para que os discípulos fizessem três

perguntas: ―quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do

fim do mundo?‖ Eles ficaram perplexos com a declaração de Jesus sobre a

destruição do Templo e rapidamente a associaram com o fim da era.

O fim da ―idade‖ ou ―era‖ representava o fim da era da velha aliança, do

Templo e seus sacrifícios, para dar lugar a uma nova era em Jesus Cristo em que

Deus não fala mais em tipos e sombras (Hebreus 1:2). Ao contrário de muitos

hoje em dia, aqueles primeiros discípulos entenderam isto muito bem!

 Continua a história da Escatologia na Igreja Antiga ou

Patrística

Escatologia - Esta palavra é derivada a partir da palavra grega eschatos e refere-

se ao estudo das ―últimas coisas‖ ou ―fim dos tempos‖.

É muitas vezes usada como sinônimo de ―profecia‖. Seu significado é

mais amplo do que a profecia e inclui qualquer um de todos os eventos. Durante

45
toda a idade Antiga da igreja perdeu-se o conceito da ideia original da igreja

primitiva e foram vários debates sobre o assunto:

Eusébio de Cesaréia no início do século IV, defendia a teoria do

PRETERISMO COMPLETO, “A História do Preterismo”, ele argumentou

“que a destruição de Jerusalém pelos romanos no primeiro século cumpriu a

profecia bíblica e foi, assim, uma “Prova do evangelho”.

1. Eusébio de Cesaréia entendia a perspectiva Preterista, a profecia sobre

o Abominável da desolação descrita em Mateus 24:15 cumpriu-se quando

Jerusalém foi cercada de exércitos no ano 70 d.C. (Lucas 21:20);

2. No primeiro século da era cristã, período este em que alguns dos

apóstolos ainda estavam vivos, existem apenas quatro principais escritos

cristãos produzidos fora do Novo Testamento. São eles: Didaquê, 1ª

Clemente, a Epístola de Barnabé, o Pastor de Hermas. Segundo os estudiosos,

desses quatro, apenas o Didaquê e 1ª Clemente fazem alusão a Mateus 24.

3. Não é possível através desses dois únicos documentos que alguém

consiga provar tanto o Preterismo como o Dispensacionalismo. Contudo, dar

46
para entender que as futuras Escolas de Escatologia, estavam em seus estágios

embrionários. A algumas citações no Didaquê que ainda a Igreja entendia que

Cristo voltaria naquela geração:

“Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos


da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as
nuvens do céu, com poder e muita glória”. (Mateus 24:30).

Compare agora com os textos do documento Didaquê que tem sua data entre 96
e 120 d.C.:

“Sim, a ressurreição, mas não de todos, conforme foi dito: O Senhor


virá e todos os santos estarão com ele¨. Então o mundo assistirá o
Senhor chegando sobre as nuvens do céu”. (Didaquê 16:7-8).

“Então aparecerão os sinais da verdade: primeiro, o sinal da abertura


no céu; depois, o sinal do toque da trombeta; e, em terceiro, a
ressurreição dos mortos. Sim, a ressurreição, mas não de todos,
conforme foi dito: “O Senhor virá e todos os santos estarão com ele”.
Então o mundo assistirá o Senhor chegando sobre as nuvens do céu”.
(Didaquê 16:7-8). Versão mais longa da citação.

4. Clemente em 96 d.C., Clemente (30-100 d.C.), também conhecido como

Clemente Romano (para distingui-lo de Clemente de Alexandria, que morreu no

terceiro século), é conhecido pela sua carta aos Coríntios (1ª Clemente). Tudo

indica que ele era um Pós-milenista. A carta é comumente datada em torno de

47
96 d.C., mas há uma boa razão para data mais antiga. Quando Clemente

escreveu sua carta aos coríntios, muito provavelmente o templo de Jerusalém

ainda estava em pé.

5. Tendo em mente que ele nasceu no ano 30 d.C., Clemente deveria ter uns

quarenta anos de idade quando ocorreu a destruição de Jerusalém. Ele se

enquadra perfeitamente na ―geração‖ que Cristo disse que veria a Grande

Tribulação (Mateus 24:34). Clemente confirma algo interessante sobre sua

geração no terceiro século), é conhecido pela sua carta aos Coríntios (1ª

Clemente).

CAPÍTULO XLII - 1 - Os apóstolos receberam em nosso favor a boa-nova


da parte do Senhor Jesus Cristo. (AQUI NESSE TRECHO DA SUA
CARTA, CLEMENTE, INTERPRETA UMA ESPÉCIE DE MILÊNIO QUE
ESTÁ PORVIR, E AO MESMO TEMPO, A SUA GERAÇÃO TEM A
CONTINUIDADE DESSE MILÊNIO). E Jesus Cristo foi enviado por Deus. 2
- Portanto, Cristo vem de Deus e os apóstolos [vêm] de Cristo. Esta dupla
missão realizou-se em perfeita ordem por vontade de Deus. 3 - Munidos de
instruções e plenamente assegurados pela ressurreição de Nosso Senhor
Jesus Cristo, confiantes na Palavra de Deus, saíram a evangelizar a
próxima vinda do Reino de Deus na plenitude do Espírito Santo. 4 -
Assim, proclamando a palavra nos campos e nas cidades, estabeleceram suas
primícias, como bispos e diáconos, dos futuros fiéis, após prová-los pelo
Espírito. 5 - E não se trata de inovação... há séculos que as Escrituras falam de
bispos e diáconos, pois assim se lê em algum lugar: "Quero estabelecer os
bispos deles na justiça e os seus diáconos na fé".

48
6. Papias 125 d.C., era um Pré-Milenistas: As poucas partes desses livros

foram preservadas pelo historiador Eusébio. Sobre o Milênio Papias escreveu:

“Haverá um milênio depois da ressurreição dos mortos, quando o


reino pessoal de Cristo será estabelecido na terra”.

7. Epístola de Barnabé entre 70 e 130 d.C., O conteúdo dele foi escrito

depois da destruição do templo de Jerusalém e antes da rebelião judaica em 132.

Da entender, que Barnabé, seria um ―Milenista Realizado‖ ou ―Amilenista‖.

Não se sabe ao certo se ele foi escrito por Barnabé, companheiro do apóstolo

Paulo, ou por outro Barnabé. Ele provavelmente causou muita controvérsia

porque rejeitava os ensinamentos que vieram do judaísmo. O argumento usado

de que o Milênio é mencionado na epístola de Barnabé é este:

“E fez Deus em seis dias as obras das suas mãos; e Ele terminou os no
sétimo dia, e Ele descansou no sétimo dia e santificou. Considere-se,
meus filhos, o que isso significa, ele terminou ambos, em seis dias. O
significado disso é este: que, em seis mil anos, o Senhor Deus trará
todas as coisas a um fim. Para com Ele, um dia é mil anos; como ele
mesmo dá testemunho, dizendo: Eis esse dia será como mil anos.
Portanto crianças, em seis dias, ou seja, em seis mil anos, todas as
coisas serão realizadas”. (Epistola de Barnabé).

8. São Irineu (séc. 130-202 d.C.), dar a entender que é um Pré-Milenista,

ele escreveu o seguinte a respeito do Milênio:

49
“Este é um relato das coisas anteriormente criadas, como também é
uma profecia do que está por vir. Pois o dia do Senhor é como mil
anos; e as coisas em seis dias criadas foram concluídas; é evidente,
portanto, que elas chegarão ao fim no sexto mil anos”.

9. Tertuliano acredita no milênio em sua geração,

ele foi o primeiro “milenista realizado” ou “Amilenista”, (145-220


d.C.), afirmou que “um reino nos prometeu sobre a terra”.

10. Justino Mártir (100-167 d.C.), foi um Pré-Milenista, as perguntas que

Trifon fez sobre o Milênio é que nos dá entendimento sobre o pensamento de

Justino Mártir. Ele declarou para Trifon (que foi um rabino judeu):

“Mas eu e qualquer um que somos em todos os aspectos cristãos


decididos sabemos que haverá a ressurreição dos mortos e mil anos
em Jerusalém, que será então construída, adornada e aumentada, como
declararam os profetas Ezequiel e Isaías. [...] E, ainda mais, certo
homem chamado João, um dos apóstolos de Cristo, previu por uma
revelação que foi feita a ele que os que cressem em nosso Cristo
passariam mil anos em Jerusalém e, depois disso, a ressurreição geral,
ou, para ser breve, a eterna ressurreição e julgamento de todos os
homens também ocorrerá”.

11. A declaração de Tiago, irmão de Jesus. Segundo o livro “História

Eclesiástica”, escrita no quarto século por Eusébio, há um incidente que foi a

causa do martírio de Tiago, irmão de Jesus. A história original desse incidente

vem do século II e Hegesipo, historiador, foi quem a escreveu em suas notas

sobre a história da igreja entre os anos 165 e 175 d.C.

50
Segundo a história, Tiago, o irmão de Jesus, identifica a vinda de Jesus

“sobre as nuvens do céu” com eventos que aconteceriam em breve,

possivelmente no seu tempo de vida. Tiago, quando inquirido sobre a vinda do

Filho do Homem:

“respondeu, citando as palavras de Jesus registradas para nós: “ele


está agora assentado nos céus, à direita do Todo-Poderoso, e está
prestes a vir sobre as nuvens”. (Mateus 24:30).

Após ouvir isso, os oficiais do templo expulsaram-no da ―ala do templo‖

e golpearam sua cabeça com tanta perversidade que ―seus miolos saltaram

para fora‖. “O martírio de Tiago ocorreu por volta de 62 d.C. Logo após a

morte de Tiago, Vespasiano invadiu e tomou a Judéia. Sete anos depois o

templo foi destruído da forma como Jesus tinha dito (Mateus 24:2).

O uso dessa passagem dos ―finais dos tempos‖ por Tiago apoia a

alegação do Novo Testamento e a crença da igreja primitiva de que a ―vinda de

Jesus sobre as nuvens do céu‖ estava perto para eles. ―Vindo sobre as

nuvens‖ é uma metáfora descritiva que se refere à exaltação e ascensão como

rei, que se aplica a Jesus (Daniel 7:13-14)”. O historiador ―Hegesipo identifica

51
a vinda de Jesus‖ sobre as nuvens do céu ―com a destruição de Jerusalém

em 70 d.C.‖.

Desse último testemunho, mostra uma outra interpretação escatológica a

interpretação ―Literal Local‖; ou seja, todas as passagens, do Novo

Testamento, estariam de fato apontando para Vinda de Jesus entre os anos 70

d.C., contudo os métodos de apresentação dessa ideia são alegóricos! Essa

teoria, vai levar estudiosos no futuro interpretar essa ideia como, Preterismo

Completo, ou Escatologia Plena Realizada.

A partir da influência da mensagem apocalíptica entre os primeiros

cristãos, percebemos a evidência do pré-milenismo nos três primeiros séculos da

era cristã. Talvez por causa dessa relação próxima à mensagem apocalíptica,

desde o início histórico do cristianismo, é que, em muitos momentos da história

eclesiástica.

Há uma mistura difícil de separar os pressupostos do milênio, conforme

ensinado pelos Pré-Milenistas, e os movimentos milenaristas fundamentos na

mensagem apocalíptica. Devemos, entretanto, por prudência, pontuar que não se

pode generalizar e afirmar que o pré-milenismo é sinônimo de apocalipticismo.

52
Os cristãos da Antiguidade se fundamentavam nas seguintes crenças

acerca do milênio: a segunda vinda em glória e poder; a primeira ressurreição,

apenas para os justos; o juízo universal; o reino messiânico de mil anos; a

segunda ressurreição, ou geral, de todos os homens e mulheres; o juízo final e o

prêmio ou sanção definitiva.

Com base nisso, percebemos que a primeira ressurreição é concedida

unicamente aos justos, os quais se assentarão com Cristo para participar do

julgamento que se realizará. Em seguida, será inaugurado o reino de mil anos.

Terminado o período de mil anos, satanás será derrotado para sempre.

Observamos, com base nessa referência, que os primeiros cristãos se

encaixam em uma concepção Pré-Milenista, o que podemos auferir das obras de

Papias (60-130), Irineu de Lyon (115-203), Justino Mártir (100-165), Tertuliano

(160-220), entre outros pais da Igreja. Parece-nos que, no período antigo da

Igreja cristã, a concepção literal de um reinado de Cristo por mil anos conduziu

muitos cristãos a se pautarem em profecias que datavam da implantação do reino

de Deus sobre a terra.

Essas discussões chegaram ao extremo em fins do século II e início do III.

Na Ásia Menor, Montano e suas profetisas, Priscila e Maximila, apregoaram a

53
vinda iminente do Paráclito prometido por Jesus, em João 16. Segundo elas,

acabaria o mundo presente para ceder lugar ao reino de Deus.

Entendemos que apesar de prevalecer pré-milenismo que vai diferenciar

do pré-tribalacionismo dispensacionalista, é porque esse Pré-Milenistas, que foi

sempre acompanhado, do Milenismo Realizado e do Pós-milenismo na Igreja

Antiga, antes da Medieval, é que a teologia, chamou de Pré-Tribulacionista

Histórico. O Pretribulacionismo dispensacionalista, entende um Milênio literal,

como por exemplo:

O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá palha


como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano
algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor. (Isaías 65:25).

Enquanto o Pretribulacionismo ou Pré-Milenista Histórico, ganhou esse

nome exatamente, por ser a principal crença dos Pais da Igreja, por isso

“Histórico”, mas se diferencia do Pretribulacionismo Dispensacionalista, por

entender um milênio espiritual, simbólico e figurativo.

Uma diferença gritante entre o pré-milenismo histórico e o

dispensacionalista é justamente porque este último tem um elo muito forte com

toda aquela agenda judaica de restauração de templo, de retomada de sacrifícios,

54
isso destoa muito do pré-milenismo histórico.

É verdade, um dos importantes homens da história da Igreja que teve

dificuldades foi o próprio Martinho Lutero. Infelizmente, ele deixava metade da

Bíblia, do Novo Testamento, de fora, pois tinha dificuldade com alguns livros.

Por exemplo, ele não aceitava a carta de Tiago porque achava que era uma

“carta de palha”, que contradizia o apóstolo Paulo. Na verdade, foi ele que não

entendeu que elas se complementam.

As cartas de Paulo e Tiago mostram os dois lados da mesma moeda,

enfatizando aspectos diferentes da mesma questão da graça e da fé. E realmente

Lutero também não conseguia entender o Apocalipse.

Ele achava que esse livro não revelava Jesus! Esse era seu argumento. Ele

diz: “Não, não posso... não podemos aceitar o livro porque ele não revela a Jesus

explicitamente”. Mas justamente era a questão de entender o propósito da

literatura apocalíptica, e isso, num primeiro momento, ele não conseguiu.

Talvez até porque o Apocalipse era muito utilizado na Idade Média, pela

Igreja Católica, para criar todo aquele teatro que ela fazia para vender as

indulgências, descrevendo a cena do Juízo Final, aquele terror todo.

55
Os vendedores de indulgências faziam muito isso para poder criar medo

no povo a fim de que ele pagasse o dinheiro necessário para comprar o perdão

da liberação das penas do purgatório. Então, eles usavam muito o Apocalipse na

Igreja Católica da Idade.

Média para este fim, o que causou revolta em Lutero, justamente pela

instituição das indulgências. E graças a Deus por isso, porque assim surgiu a

Igreja Reformada. Mas talvez ele ainda se manteve um pouco desse resquício,

achando que o Apocalipse não era um bom livro.

Porém, mais para a frente, já um pouco mais maduro, ele voltou atrás e

entendeu que o Apocalipse era um livro canônico e podia ser aceito sem nenhum

problema. Ele até começou a identificar lá a prostituta, a Grande Meretriz, e a

relacioná-la com Roma. Então ele diz: “O livro tanto é canônico que até fala

aqui da Igreja Católica, que é a Grande Prostituta, que está montada em cima da

Besta”.

3.4 A Escatologia na Idade Média

56
Com a situação de Cristandade a partir do século IV, acentuou-se uma

perda da carga profética e escatológica do querigma cristão. O sentimento de

estranheza do cristão com relação ao mundo e a força crítica da esperança

escatológica foram atenuando-se.

Houve, pois, uma certa instalação no saeculum, dando-se um processo de

desescatologização que não significa uma perda total da dimensão escatológica

na Igreja, mas uma diminuição do clima de iminente expectativa do final dos

tempos. Para a Igreja os mil anos de poder do catolicismo romano foi uma

manifestação visível do Reino de Deus na Terra, esse período podemos entender

que a igreja tinha uma posição escatológica milenarista.

Dava-se no discurso cristão um relativo rebaixamento do seu

universalismo a um messianismo mais particularista. A Igreja tendia a fixar a

sua catolicidade, identificando-a parcialmente com o Império Romano, com a

romanitas.

O universalismo cristão tendia, pois, a identificar-se com o sistema,

restringindo o seu horizonte ao Império romano. Esta quase-identificação tendeu

a esbater a fronteira e tensão Igreja e mundo.

57
No cristianismo antigo e medieval operou-se uma lenta bifurcação da

escatologia, levando à distinção entre a escatologia individual e a escatologia

coletiva. A esperança escatológica era o horizonte das comunidades apostólicas

e dos mártires dos três primeiros séculos, permanecendo, no contexto da

Cristandade, o horizonte de certos grupos em seu entusiasmo apocalíptico e no

seu otimismo milenarista.

Já o pensamento oficial e a teologia erudita distanciaram-se da tendência

quiliasta, marginalizando e elaborando outro tipo de discurso escatológico no

qual o millenium era dissolvido numa concepção mais pessimista e penitencial

dos fins últimos.

Teremos que esperar até a Idade Média para que os temas da Escatologia

individual sejam objeto de reflexão teológica. Em síntese, neste enclave

histórico, o Purgatório é visto como um processo de purificação ultraterreno,

que pode ser sufragado pela oração dos vivos, a aplicação da Eucaristia e a

esmola.

No período dos Padres da Igreja e dos Símbolos da Fé encontramo-nos

com a aurora da reflexão teológica relativo ao Purgatório, donde saíram as

principais tonalidades para o desenvolvimento posterior.

58
3.5 A Escatologia no tempo da Escolástica, e a doutrina do purgatório

uma associação com o ―purgatório‖ judaico Kadish

Durante o período patrístico, a área da Escatologia comunitária era a mais

dominante na reflexão teológica. Na Idade Média operou-se uma viragem

teológica relativamente à Escatologia; ganhou relevo a seção da Escatologia

individual. Esta viragem escatológica vinha em curso desde o Édito de Milão

(313).

Com o entardecer da Vinda de Cristo, começou-se a refletir acerca do

estado daqueles que morreram, ressoando a seguinte questão: “O que se passa

com os mortos?”. Consequentemente, começou-se a refletir acerca dos temas dá

Escatologia individual (morte, céu, inferno, visão beatifica, juízo particular e

purgatório).

Contudo, será no período escolástico, que se procede à primeira grande

sistematização desta área. A aurora desta sistematização tem como génese a obra

de Julião de Toledo, já referida anteriormente.

59
Os primeiros sistematizadores da escatologia individual são os teólogos

préescolásticos. Hugo de São Victor (1096-1141), na sua obra De sacramentis

christianae fidei, debruça-se sobre as realidades últimas.

Em relação ao tema do Purgatório, dá continuidade à linha agostiniana. O

Purgatório constitui a salvação pelo fogo, inspirado em 1ª Coríntios 3:15.

Em conformidade com a tradição eclesial, diz que a oração e a esmola

pelos defuntos “tem um tríplice efeito que já lhe concedia Santo Agostinho, ação

de graças pelos bons, propiciação para os não muito maus, consolo para os vivos

no caso dos condenados.”. Outro autor determinante para esta área, que terá uma

influência aglutinante nos séculos posteriores, é Pedro Lombardo (1100-1160).

Na sua célebre obra os Livros das Sentenças, Lombardo aborda o tema do

Purgatório, salientando que pode perdoar os pecados veniais 15 , mas não os

graves. A sua visão do Purgatório encontra-se sempre no horizonte da enfatizada

passagem 1ª Coríntios 3:10-15.

Porém, em Pedro Lombardo, o termo Purgatório “é um adjetivo, mas a

tendência para a localização manifesta-se com a ideia de (receptáculo)”. No

15
[Religião] Diz-se do pecado que não é muito grave e pode ser facilmente perdoado; que não é considerado
um pecado mortal.

60
Mestre das Sentenças possuímos já um leve acentuar para a ideia do Purgatório

como “lugar”

A passagem das Sentenças para as Sumas caracterizou-se com um maior

processo de compactação e sistematização da Escatologia, “com um notável

aprofundamento especulativa”. Para São Boaventura (1221-1274), o tema

central e orbital da escatologia é o juízo. Porém, o juízo, no entender do Doutor

Seráfico possui um “preâmbulo, que são o purgatório e o sufrágio pelos

defuntos16”.

2ª MACABEUS 12:43-45: E fez uma coleta entre os seus homens que


ascendeu a duas mil dracmas de prata, que enviou a Jerusalém para
pagar a oferta de um sacrifício para tirar pecados, belo e nobre ato,
pois ele pensava na ressurreição dos mortos. Pois, se não esperasse
que os mortos que caem ressurgirão de novo, orar a favor deles seria
supérfluo e inútil. E se ele tinha a expectativa de que uma belíssima
recompensa estaria reservada para quem repousa na piedade, a sua ideia
foi santa e piedosa. Por isso, ofereceu um sacrifício a favor dos
mortos, para que o seu pecado fosse perdoado17.
É bom que seja informado que essa prática de 2ª Macabeus 12:43-45, era

uma prática judaica antiga que foi incorporada no processo de helenização,

16
Oração feita pela alma de um morto: família em sufrágio pela alma do filho assassinado. Processo de escolha
através do qual os indivíduos selecionados terão o direito ao voto.
17
Por causa dessa TESE DO PURGATÓRIO, ocorreu a necessidade dos Livros chamados de “Históricos da Bíblia
judaica”, entrarem como CANÔNICOS, para fundamentar a Escatologia do purgatório, e absolvição no dia do
Juízo, e a prática de coleta, que ficou conhecidas como “Santas Indulgências”, que Lutero combateu, na
Reforma protestante, que a igreja vendia a absolvição de pecados. No Concílio de Trento em 1563, foi
sancionado a inclusão de sete livros a mais para fundamentar as novas doutrinas teológicas da Igreja Católica
Apostólica Romana.

61
quando Jerusalém estava sobre o domínio grego. Contudo, essa prática de orar

pelos mortos vem antes da helenização grega, ver:

Então Jacó rasgou as suas vestes, pôs saco sobre os seus lombos e
lamentou a seu filho muitos dias. E levantaram-se todos os seus filhos e
todas as suas filhas, para o consolarem; recusou, porém, ser consolado,
e disse: Porquanto com choro hei de descer ao meu filho até à
sepultura. Assim o chorou seu pai. (Gênesis 37:34,35).

Os judeus consideram a morte, tradicionalmente, como o reencontro com

os pais, no Sheol, até a ressurreição. O morto continua vivo, só o espírito, num

processo de construção de corpo espiritual, de espiritualização, ao modo dos

anjos. A alma não é um vácuo, e sim algo que existe, inclusive só podendo estar

num lugar de cada vez, pela presença.

Há pilhas de textos rabínicos que ensinam que o morto tem poderes

psíquicos, mantém relação com os vivos e intercede pelos vivos. E os mortos

podem mesmo aparecer. Os judeus não são espíritas, não invocam mortos, nem

mantém diálogo com mortos, mas sabem que os mortos estão vivos, ao modo de

anjos.

A oração pelos mortos consta no Antigo Testamento, em 2ª Macabeus

12:39-45. Narra-se aí que alguns soldados judeus foram encontrados mortos

62
num campo de batalha, tendo debaixo de suas roupas objetos consagrados aos

ídolos, o que era proibido pela Lei.

Então Macabeus mandou fazer um sacrifício pelos pecados desses

soldados, na esperança de que poderiam ser perdoados. O sacrifício, conforme

relata a própria Escritura, teve como pressuposto a forte crença na Ressurreição.

A oração pelos falecidos foi mantida pelo Judaísmo Rabínico, surgido após a

destruição do segundo templo de Jerusalém. É chamada de Kadish, e é recitada

geralmente por familiares, a fim de facilitar o processo de purificação pelo qual

passariam os judeus mortos.

Há, nesse ponto, semelhança com o conceito católico de purgatório.

Trazendo a questão agora para o cristianismo, é possível argumentar que Paulo

conhecia essa passagem de 2 ª Macabeus 12, pois em 1ª Cor 15:29 ele traça

possível paralelo:

“Que farão os que se batizam pelos mortos, se absolutamente os


mortos não ressuscitarem?”. (I Coríntio 15:29).

“Se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e
supérfluo rezar por eles”. (2ª Macabeus 12:44).

63
De fato, os apóstolos provavelmente utilizavam a Septuaginta, versão

grega do antigo testamento, que continha os livros de Macabeus, conforme

reconhecido pela SBB, uma das principais editoras evangélicas do país.

O autor da carta aos hebreus (11:35), por exemplo, narra o acontecimento

citado em 2ª Macabeus 7:1-29, onde irmãos judeus são assassinados por não

aceitarem a profanação grega. Parece-nos, inclusive, que o próprio Paulo

praticou a oração pelos mortos.

Em 2ª Timóteo, São Paulo lembra alguns eventos de suas viagens. Ao

final do 1º capítulo, ele fala de Onesíforo, um cristão de Éfeso que ajudou o

apóstolo durante a sua passagem pela cidade. O tom da passagem (2ª Timóteo

1:16-18) é de quem lembra com carinho um amigo que morreu.

O apóstolo encerra o capítulo orando para que Deus tenha misericórdia da

casa de Onesíforo e do próprio Onesíforo “naquele Dia”, ou seja, no dia do

juízo.

Provavelmente Onesíforo estava morto, já que, no final da mesma carta,

Paulo enumera as pessoas para quem Timóteo deveria levar os cumprimentos:

“Prisca, Áquila e a família de Onesíforo” (2ª Timóteo 4:19). Enquanto os outros

64
são citados pessoalmente, apenas a família de Onesíforo, e não o próprio, é

citada.

Não parece razoável crer que Onesífero poderia estar vivo, mas em outro

lugar, já que no versículo seguinte, Paulo enumera expressamente os discípulos

que estavam em outras cidades, sem citar Onesíforo como sendo um deles (2ª

Timóteo 4:20).

De fato, embora esteja escrito que após a morte vem o Juízo (Hebreus

9:27), também está escrito que, dentre os salvos, uns passaram “pelo fogo” e

outros, não (Iª Coríntios 3:11-15). Para os católicos, este fogo que atinge aqueles

que são salvos não pode ser o inferno, porque no inferno não há salvos; nem

pode ser no paraíso, porque no paraíso não há fogo.

Logo, seria um estágio intermediário, onde os salvos que edificaram sobre

“madeira, ou com feno, ou com palha” (1ª Coríntios 3:12) ainda poderiam se

beneficiar da oração dos justos da terra. Foi o que fez Macabeus em relação aos

seus companheiros mortos em batalha.

Foi o que provavelmente fez Paulo em relação a Onesíforo. E é o que a

Igreja Católica fez desde os primeiros cristãos pós-apóstolos e fará até o final

dos tempos. Os rabinos ortodoxos aceitam a prática de orar pelos mortos e para

65
conseguir a intercessão dos mortos como uma prática de origem bem remota e

antiga.

Cada filho judeu é obrigado a rezar pelo pai, durante dez dias, para ajudar

no processo de purificação do morto. Um dos principais deveres do filho é rezar

pelos pais mortos. Estes antigos pontos da fé hebraica foram mantidos no

catolicismo.

Por que os filhos devem recitar o Kadish diariamente durante onze meses

após a morte do pai ou da mãe? Originalmente, os rabinos estipularam que o

Kadish deveria ser recitado durante um ano, até terminar o prazo de luto no qual

os filhos devem se abster de participar de reuniões festivas etc.

Uma pessoa, após a morte, deve expiar os pecados cometidos na Terra,

antes que sua alma entre no Gan Eden. Quanto maior o número de pecados,

maior o tempo de expiação, sendo que o prazo máximo era de doze meses. Nós

vemos essa oração na famosa passagem de 2ª Macabeus 12,39–46, um texto

escrito mais de um século antes de Cristo:

39. No dia seguinte, Judas e seus companheiros foram tirar os corpos


dos mortos, como era necessário, para depô-los na sepultura ao lado
de seus pais. 40. Ora, sob a túnica de cada um encontraram objetos
consagrados aos ídolos de Jânia, proibidos aos judeus pela lei: todos,
pois, reconheceram que fora esta a causa de sua morte. 41.
Bendisseram, pois, a mão do justo juiz, o Senhor, que faz aparecer as

66
coisas ocultas, 42. e puseram-se em oração, para implorar-lhe o perdão
completo do pecado cometido. O nobre Judas falou à multidão,
exortando-a a evitar qualquer transgressão, ao ver diante dos olhos o
mal que havia sucedido aos que foram mortos por causa dos pecados.
43. Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez
mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo
e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, 44.
porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido
vão e supérfluo rezar por eles. 45. Mas, se ele acreditava que uma bela
recompensa aguarda os que morrem piedosamente, 46. era esse um
bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício
expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas. (2ª
Macabeus 12,39–46).

A oração pelos mortos servia para libertá-los dos sofrimentos após a

morte. O midrash Tanna Devei Elyahu mostra isso claramente: O rabino

Yochanan ben Zakkai disse: “Um dia, eu caminhava quando encontrei um

homem ajuntando gravetos.

Falei com ele, mas ele não respondeu. Depois, o homem veio até mim e

disse: „Rabi, estou morto, não vivo. Eu respondi: „Se está morto, por que precisa

dessa madeira?‟

Ele respondeu: „Rabi, ouça o que vou lhe dizer. Quando eu vivia, eu e

meu companheiro pecamos na minha mansão. Então, quando vim para este

mundo, fui condenado a queimar na fogueira. Quando apanho madeira eles

queimam meu companheiro, e quando ele busca madeira eles me queimam.

Perguntei: „Quanto tempo durará seu castigo?

67
O defunto respondeu: „Quando eu morri, deixei minha esposa grávida. Sei

que ela está esperando um menino. Eu imploro que você vigie o menino.

Quando ele alcançar os 05 anos de idade, leve-o para a escola. Então, quando ele

rezar „Bendito seja Hashem‟, serei libertado da Gehena.”

Temos então uma alma padecendo no fogo depois da morte, que será

libertada do sofrimento através da oração do seu filho. A tradição atribui esse

ensinamento ao rabino Yochanan ben Zakkai, um rabino do século I.

O próprio texto foi escrito no século III, muito tempo antes da Idade

Média. Esses textos da Bíblia estariam falando da Escatologia judaica do

primeiro século de orar pelos mortos:

Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu


irmão tem alguma coisa contra ti, Deixa ali diante do altar a tua oferta,
e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta
a tua oferta. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás
no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te
entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na
prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali
enquanto não pagares o último ceitil. (Mateus 5:23-26).

“Que o Senhor lhe conceda a graça de obter misericórdia do Senhor


naquele dia” (2ª Timóteo 1:18).

Chegando eles, pois, à eira de Atade, que está além do Jordão, fizeram
um grande e dolorido pranto; e fez a seu pai uma grande lamentação
por sete dias. (Gênesis 50:10).

68
Então Jacó rasgou as suas vestes, pôs saco sobre os seus lombos e
lamentou a seu filho muitos dias. E levantaram-se todos os seus filhos
e todas as suas filhas, para o consolarem; recusou, porém, ser
consolado, e disse: Porquanto com choro hei de descer ao meu filho
até à sepultura. Assim o chorou seu pai. (Gênesis 37:34,35).

“Que farão os que se batizam pelos mortos, se absolutamente os


mortos não ressuscitarem?”. (I Coríntios 15:29).

Ouvindo então os moradores de Jabes-Gileade, o que os filisteus


fizeram a Saul, Todo o homem valoroso se levantou, e caminharam
toda a noite, e tiraram o corpo de Saul e os corpos de seus filhos do
muro, de Bete-Sã, e, vindo a Jabes, os queimaram. E tomaram os seus
ossos, e os sepultaram debaixo de um arvoredo, em Jabes, e jejuaram
sete dias. (1º Samuel 31:11-13).

"24. Ela viveu cento e cinco anos na casa de seu marido. Deu
liberdade à sua escrava. Morreu e foi sepultada em Betúlia junto de
seu marido. 25.Todo o povo a chorou durante sete dias." (Judite16:
24-25).

O luto por um morto dura sete dias, mas por um insensato e um ímpio,
dura toda a sua vida. (Eclesiástico 22:13).

E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o


seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno,
ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e
Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia
de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e
me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse,
porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua
vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu
atormentado. (Lucas 16:22-25).

69
E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para
que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos
eternos. (Lucas 16:9).

"Quando tu oravas com lágrimas e enterravas os mortos, quando


deixavas a tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa durante o
dia, para sepultá-los quando viesse a noite, eu apresentava as tuas
orações ao Senhor" (Tobias, 12:12).

E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que


foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho
que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó
verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos
que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes
brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até
que também se completasse o número de seus conservos e seus
irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram. (Apocalipse 6:9-
11).

Conclusão:

O purgatório e as orações pelos mortos não são uma invenção medieval

ou do paganismo romano. Pelo contrário, refletem a origem judaica do

Cristianismo.

Assim, fica muito mais fácil entender passagens como 1º Coríntios 3,12–

15 (Paulo falando do batismo pelos mortos) e Lucas 12,59 (Jesus fala que o

pecador não sairá da punição até pagar suas faltas) como se aplicando às almas

que sofrem temporariamente no purgatório.

70
Então, na pior das hipóteses, o purgatório é uma interpretação bíblica

possível tanto quanto as interpretações protestantes, com o diferencial de ser

também uma antiga tradição judaica.

São Boaventura analisa a Vinda de Cristo como um processo progressivo

de purificação, em que o ser humano combate para cada vez mais aderir ao bem.

Na verdade, apercebemo-nos que nem sempre se consegue esta

configuração, porém, “nunca o seu mérito fica sem recompensa, nem a sua falta

fica impune”, ou seja, o purgatório apresenta-nos esta purificação terrena, mas

na dimensão ultraterrena, continua o processo de amadurecimento. Uma vez

concluído este processo, a alma encontra-se preparada para receber “influência

deiforme da glória”.

O sistema teológico de São Boaventura desenvolve um elemento original

à dimensão eclesiológica: “em razão da sua justiça as almas do purgatório, estão

unidas aos demais membros da Igreja, e por isso os méritos da Igreja os podem

socorrer”.

Neste período da reflexão teológica aparece-nos o Doutor da Igreja, São

Tomás de Aquino (1225-1274). A sua obra de referência acerca desta temática é

o seu Comentário às Sentenças de Pedro Lombardo.

71
Para São Tomás de Aquino, é no Purgatório que são perdoados os

pecados leves, através da purificação pelo fogo. São Tomás elabora a distinção

entre pena de dano e pena de sentido.

A pena de dano refere-se à privação da visão beatífica, que pode ser

definitiva ou temporária. A pena de sentido é a dor que brota do adiamento da

visão beatífica. São Tomás na esteira de São Boaventura enquadra o Purgatório

numa dimensão eclesiológica: “o vínculo da caridade que une todos os membros

da Igreja faz possível que os sufrágios dos vivos ajudem os defuntos.

Continua a síntese da História da Escatologia ...

1) Revisão: as três principais influências da escatologia no século XX

foram o dispensacionalismo, o fundamentalismo e o pentecostalismo.

2) Objetivo: demonstrar que a interpretação da escatologia tem uma

história, que varia conforme a leitura que os cristãos faziam dos

acontecimentos. Algumas dessas interpretações são preservadas,

reinterpretadas e superadas.

72
3) Método: dividir a história da Igreja em fases que marcam as

principais variações na interpretação da escatologia, depois da escatologia

da igreja primitiva.

4) Tempo: depois do primeiro século.

CAPÍTULO 4 -IGREJA DO SÉCULO XIX

4. PRINCIPAIS CONCEITOS

● 1830 a 1860 surge o maior movimento milenista da história os

Adventistas do sétimo Dia, com sua interpretação de Ellen Write.

● Sua gênese está ligada ao milerismo, movimento Interdenominacional

de reavivamento e pregação sobre a volta de Jesus na década de 1840 nos

Estados Unidos, liderado pelo batista William Miller (1782-1849).

73
● Assim como o protestantismo convencional da época, os mileritas

investiram bastante em folhetos, panfletos, livros e periódicos para difundir

sua mensagem, cujo foco era anunciar o retorno de Jesus à Terra

inicialmente em 1843. Contudo, para além das tradicionais publicações

impressas, o milerismo também desenvolveu uma expertise em complementar

seus textos e discursos com recursos visuais que propunham ajudar a decodificar

os símbolos e ícones das profecias apocalípticas bíblicas.

● William Miller começou a pregar de 1818 que por volta de vinte anos

Cristo voltaria a terra, e em 1831 Miller anunciou que esse evento teria lugar

em 10 de dezembro de 1843. Tentou justificar a sua “profetada” em Daniel 8.13-

14, quando dizia que as 2.300 tardes e manhãs correspondiam a 2.300 anos, e

marcou como ponto de partida o retomo de Esdras a Jerusalém em 457 A.C.

Como este esquema se parece como aquele implantado por Russel.

Aliás, foi do adventismo que saiu Russel. Muitos venderam propriedades

e foram para as colinas esperar o retomo de Cristo. Em Boston, muitos se

vestiram de branco e permaneceram em constante oração.

74
● William Miller, enganou a muitos. Enquanto muitos, em outras partes

dos EUA, se entregaram publicamente à imoralidade e à prostituição. Mas nada

dessas “profetadas” se cumpriu. Então veio Miller com aquela evasiva que é

peculiar a essa gente, se enganou e errou nos cálculos. Diante disto, marcou uma

nova data, outubro de 1844. Novamente fracassou. A partir daí seus sucessores

marcaram outras datas: 1847, 1852, 1854, 1855, 1866 e 1877, mas o Senhor

Jesus Cristo não voltou.

● Os Adventistas são Pós-Tribulacionistas, usam o método histórico, para

explicar o apocalipse, usando como Tempos históricos da igreja e da

humanidade.

● 1830 foi inventado O arrebatamento pré-tribulacional: A primeira

pessoa a ensinar a doutrina foi uma jovem chamada Margaret Macdonald.

Margaret não era teóloga nem expositora bíblica, mas uma profetiza da seita

Irvingita (a Igreja Católica Apostólica). O jornalista cristão Dave MacPherson.

75
● John Nelson Darby (1800-1882), que foi o líder do movimento Irmãos

e ―pai do Dispensacionalismo moderno‖, tomou o novo ensino de Margaret

Macdonald sobre o arrebatamento, fez algumas mudanças (ela ensinava um

arrebatamento parcial de crentes, enquanto ele ensinava que todos os crentes

seriam arrebatados) e incorporou-o em seu entendimento dispensacionalista da

Escritura e profecia. Darby gastaria o resto de sua vida falando, escrevendo e

viajando para espalhar a nova teoria do arrebatamento.

● Os Irmãos de Plymouth admitiam abertamente e até mesmo se

orgulhavam do fato que entre os seus ensinos estavam alguns totalmente novos,

que nunca tinham sido ensinados pelos pais da igreja, escolásticos medievais,

reformadores protestantes e muitos outros comentaristas. escreveu um livro

sobre o assunto da origem do arrebatamento secreto.

● Testemunhas de Jeová: Em 1879 o movimento adquiriu o seu registro,

sendo Russel nomeado pelos seus discípulos como presidente. Antes do registro

do movimento o grupo era chamado de “Aurora do Milênio” e depois

“Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia”. Mas, como os russelitas na

76
verdade, não são estudantes da Bíblia, já no registro em cartório, adotaram:

“Sociedade de Bíblia e Tratados da Torre de Vigia”.

● O grupo foi dividido em várias facções após a morte de Russel,

quando o seu sucessor, Rutherford, publicou a obra intitulada O Mistério

Consumado, em 1917. A publicação dessa obra criou muitas dificuldades para a

entidade e houve uma grande confusão, foi necessária até a intervenção jurídica.

E, dentre essas várias facções, destacaram-se os chamados “Mantenedores” e

“Estudantes Bíblicos Associados” além de outros.

● Em 1931, novas revelações, numa convenção realizada em Columbus,

Ohio, EUA, Rutherford disse que os russelitas tiveram uma revelação que lhes

ordenava adotarem o nome de “Testemunhas de Jeová”. Mas essa revelação

agora foi mudada, pois ultimamente chamam a si mesmos de “Sociedade Novo

Mundo”.

● Marcaram a Volta de Cristo em 1914 e 1918 então assim fica

justificado o lugar que Russel ganhou na galeria dos falsos profetas. Russel

77
marcou para 1914, num esquema muito parecido com o de Miller. Nada se

cumpriu, então adiou o retomo de Cristo para 1918, em que dizem que Cristo

voltou invisivelmente.

CAPÍTULO 5 - IGREJA DO SÉCULO XX – Primeira metade

1. PRINCIPAIS CONCEITOS

78
O maior responsável pela ampla aceitação do Pretribulacionismo e

dispensacionalismo entre os evangélicos foi Cyrus Ingerson Scofield (1843 -

1921). C. I. Scofield publicou sua Bíblia de Referência Scofield em 1909. Essa

Bíblia, que expunha as doutrinas de Darby em suas notas, se tornou muito

popular em círculos fundamentalistas.

Na mente de muitos – professores da Bíblia, pastores fundamentalistas e

multidões de cristãos professos – as notas de Scofield eram praticamente

igualadas à própria palavra de Deus. Se uma pessoa não aderia ao esquema

dispensacionalista e pré-tribulacional, ele ou ela seria quase que

automaticamente rotulado de modernista.

Principais Doutrinas desses Sistemas Escatológicos:

● As Setenta Semanas - (Dn. 9:24-27), interpretação literal e futurista:

Assim, tanto 1260 dias, como também os 42 meses, como também os "tempo

(1 ano) e tempos (2 anos) e metade de um tempo (meio ano)" equivalem

exatamente a 3 anos e meio, ou 3 anos e metade de um ano, que se referem à

metade da última semana (uma semana de anos ou 7 anos) dessa profecia dessa

profecia de apocalipse também encontrada dentre as 70 semanas de Daniel e

que se refere a um período de 7 anos do reinado do Anticristo, ou também

79
conhecido como Grande tribulação ou 3,5 anos do reinado da Besta do

Apocalipse na terra após o cancelamento de um acordo de paz de 7 anos. Vem

3,5 anos e meio de perseguição.

● A separação de Israel e a Igreja feita pelo dispensacionalismo. Um dos

fundamentos do dispensacionalismo é que Israel é Israel, e a Igreja é a Igreja, e

nunca os dois podem ser confundidos.

● A separação no dispensacionalismo entre a obra de Cristo em favor dos

judeus e sua obra em favor da igreja, ler: Romanos capítulos 9,10,11.

● A exclusão dos santos do Antigo Testamento do ―corpo‖ e da ―noiva‖

de Cristo feita pelo dispensacionalismo, Israel é a esposa de Jeová Isaías 62:1-

12; e a Igreja é a Nova Jerusalém a Noiva do Cordeiro Apocalipse 21: 1,2;

22:17.

O Ensino do dispensacionalismo que o Espírito Santo será retirado da terra

durante o período de sete anos e rapto e a revelação. Durante esse período os

80
judeus supostamente serão salvos e trazidos à fé em Cristo sem as operações

soberanas e graciosas do Espírito Santo.

● O ensino do dispensacionalismo com respeito ao assim chamado

―mistério‖ da Igreja. O dispensacionalismo clássico ensina que a história da

Igreja no Novo Testamento é um ―parêntese‖ e que a própria Igreja é um

mistério nunca mencionado no Antigo Testamento.

● Em 1997, Hal Lindsey publicou Apocalypse Code [Código do

Apocalipse]. Ele foi lançado repleto com a promessa que Deus o tinha

privilegiado a fazer o que nunca tinha sido feito antes. Por dois milênios o livro

de Apocalipse tinha permanecido envolto em mistério. Intelectos cristãos

augustos – Atanásio, Agostinho, Anselmo – fizeram todas as tentativas de

decifrar o seu significado, mas em vão.

Até a presente geração, a mensagem codificada do Apocalipse

permaneceu desconhecida, assim como as bênçãos prometidas àqueles “que

ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas”

(Apocalipse 1:3).

81
Eventos mundiais:

● 1ª Guerra mundial: a guerra na Europa causou grande impacto no


otimismo da virada do século, porque se esperava que fosse o século do
progresso.

● 2ª Guerra Mundial: Hitler e o nazismo, a perseguição dos judeus e o

aumento do poder bélico despertaram muito interesse pela escatologia. Hitler e

Mussolini foram considerados os fundadores do império do anticristo.

● Chamada da Meia-Noite: Em 1955, na Suíça, o evangelista Wim Malgo

e seu amigo Willy Straumann fundaram a Chamada da Meia-Noite (A MAIOR

AGÊNCIA MISSIONÁRIA DE VISÃO ESCATOLÓGICA

DISPENSACIONALISTA DO MUNDO), para, a princípio, alcançar – através

de programas de rádio – as pessoas que não iam aos grandes eventos de

evangelização. As primeiras transmissões foram ao ar à meia-noite pela Rádio

Tanger. Logo veio um número surpreendente de respostas e apoio da Europa e

da África.

82
● No começo do inverno de 1961, os primeiros missionários da Chamada

viajaram à Bolívia e foram seguidos por outros, alcançando cada vez mais países

na América do Sul, inclusive o Brasil.

● Fundação do Estado de Israel: a refundação de Israel (1948) foi

interpretada como cumprimento das profecias bíblicas; as diversas guerras entre

israelenses e árabes (1949, 1956, 1967 e 1973 e outras), representaram grande

perigo para a paz mundial e despertaram muitos estudos das profecias

escatológicas.

● Guerra fria: a grande tensão entre EUA e URSS e o perigo de uma

guerra nuclear aumentou muito a expectativa do fim do mundo. As guerras do

Vietnã, da Coreia, Afeganistão e outras aumentaram a tensão escatológica.

Teologia pentecostal: o movimento pentecostal nasceu logo após o

despertamento escatológico do séc. XIX e contribuiu para a popularização da

escatologia Dispensacionalista:

83
● Ênfases principais: pré-milenismo, Pretribulacionismo,

dispensacionalismo.

● Perseguição: os pentecostais foram rejeitados tanto pelos

fundamentalistas, como pelos históricos; isso contribuiu para uma visão

escatológica pessimista.

● O pré-milenismo reflete certo pessimismo, quando não se espera mais por


avivamento de uma Igreja corrupta, mas o arrebatamento do remanescente fiel.

● Pós-guerra (2ª metade século XX): grande ênfase no arrebatamento da


Igreja.

84
CAPÍTULO 6 - IGREJA DO SÉCULO XX: Segunda metade

Teologia dispensacionalista clássica:

John Walvoord (1910-2002), norte-americano, autor de mais de 30 livros:

● Daniel, chave da revelação profética (1971).

● Armagedon, petróleo e crise do oriente médio (1974).

● A questão do arrebatamento (1979).

● O reino milenial (1983).

● Profecia no novo milênio (2001).

● John Dwight Pentecost (1915-2014), norte-americano, Manual de

Escatologia. (até hoje é usados nos seminários Dispensacionalista).

● Charles C. Ryrie (1925-2016): norte-americano, autor de mais de 50

livros: Dispensacionalismo hoje (1965), vem depressa, Senhor Jesus.

Teologia dispensacionalista popular:

Anos 70: inicialmente, nos EUA havia pessimismo em relação ao

governo. “Quanto pior, melhor”: porque a vinda de Jesus está mais próxima.

85
● Anos 80: na medida em que o governo implantava medidas liberais, os

cristãos voltaram a influenciar na política e reforçaram a “Direita Americana”.

● Anos 90: queda do comunismo (URSS, Muro de Berlim) destruiu muitas

teorias apocalípticas, mas isso não diminuiu o interesse pelo tema.

Autores e livros principais:

● Arthur E. Bloomfield (1895-1980): O Futuro Glorioso do Planeta Terra.

● Antes da Última Batalha; etc.

● Wim Malgo (1922-1992): Obra Missionária Chamada da Meia Noite.

● Tim LaHaye (1926-2016): À beira do Apocalipse, O Começo do Fim.

● Deixados para trás; criador do Instituto Pré-Tribulacionista

Dispensacionalista.

● Hal Lindsey (1929-): Satanás está vivo e ativo no planeta Terra.

● A Agonia do Grande Planeta Terra, Anos 80: Contagem regressiva para o

juízo final.

● Arrebatamento, A Libertação do planeta Terra.

● “A Última Trombeta”: LP lançado no Brasil em 1965, narra uma visão do

arrebatamento recebida pelo pastor Olav Rodger (Noruega, 1952).

86
● Hinos: “O Rei Está Voltando”, “Vencendo Vem Jesus”, “Quando se fizer

chamada”, e muitos outros hinos populares nos hinários oficiais das igrejas.

Teologia protestante/reformada:

● Escatologia realizada: defendia a escatologia realizada em Cristo de modo

que não há mais nada a esperar C. H. Dodd (1883-1974, teólogo inglês).

● Escatologia inaugurada: Cristo inaugurou a escatologia e já está em

curso. Oscar Cullmann (1902-1999, alemão) cunhou a expressão "já, mas

ainda não": ―Já é o último tempo, mas ainda não é o fim. A era da igreja é o

tempo que separa a batalha que foi decisiva do resultado da guerra no dia

da vitória.‖ Para Cullmann o dia ―D‖ já se concretizou na cruz de Cristo,

enquanto aguardamos o dia ―V‖ da vitória final.

● Escatologia neo-ortodoxa: para K. Barth (1886-1968, suíço), o

cristianismo é escatológico: “O cristianismo que não seja totalmente e em sua

integridade escatologia, não tem nada em absoluto a ver com Cristo”.

● Escatologia da esperança: Jürgen Moltmann (1926-) a escatologia se

refere a tudo que a fé cristã espera; ele defende uma relação entre a escatologia e

87
a missão: ―As Escrituras são testemunhos históricos abertos ao futuro,

assim como são abertas ao futuro todas as promessas.‖

CAPÍTULO 7 - IGREJA DO SÉCULO XXI: Idade Contemporânea

Após a virada do milênio, observa-se alguns movimentos distintos na Igreja:

● Neopentecostalismo: afastou-se da pregação escatológica e adotou a

teologia da prosperidade; afastamento da crença na vinda iminente de Jesus.

● Espetacularização: ficcionismo a respeito das profecias (p.ex., a mais

famosa e mais recente é a séria Deixados para Trás); normalmente aquilo do que

a gente ri e/ou usa como passatempo e diversão perde a força exortativa.

● Esperança: estudo fiel das escrituras para discernimento dos tempos.

88
CAPÍTULO 8 – ENTENDENDO A ESCATOLOGIA DENTRO DA

APOCALÍPTICA

8. O QUE IMPEDE AS PESSOAS DE ESTUDAREM A

APOCALÍPTICA?

Neste estudo iremos abordar como a ―verdadeira‖ ideia escatológica se

formou, antes, durante e depois de Cristo, e serviu como base para a construção

do Novo Testamento. Apesar de que muito do foi falado no capítulo anterior já

foi um pano de fundo.

Antes de tudo precisamos fazer algumas abordagens sobre o apocalipse.

Primeiro o apocalipse é o livro do Novo Testamento, que mais fala do assunto

89
da Escatologia; contudo a Escatologia é vista por toda à Bíblia e Novo

Testamento, é vista por vários ângulos diferentes, temos a Escatologia dos

Evangelhos, de Atos, das epístolas de Paulo que de certa forma é um novo

apocalipse só para os gentios, a Escatologia das outras epístolas e por fim o

apocalipse.

Segundo não confundir a Escatologia com o estudo da apocalíptica. A

Escatologia é o estudo geral as ―Últimas Coisas‖, usando toda à Bíblia ou

porções dela. Principalmente os livros tidos no Antigo Testamento como

também apocalipses, tais como: Daniel, Zacarias, Isaías entre outros.

A apocalíptica é o estudo referente ao estilo ou gênero conhecido como

―apocalíptico‖, tendo sua literatura, envolvida na história, e eventos de crenças

sobre o fim de uma era, messias, falsos profetas, guerras, e mistérios

desvendados.

Contudo, deve ser dito que apocalíptica é uma modalidade de literatura

extremamente ―simbólica‖, ―figurativa‖ e cheia de ―chaves‖ de expressões de

palavras que normalmente é conhecida por uma cultura que dela se utiliza.

Existem muitos cursos de Escatologia, mas com certeza esse é diferente porque

ele entra na apocalíptica, assunto raramente estudado, os textos apocalípticos

90
primários receberam apenas atenção esporádica e são comumente evitados ou

ignorados nos estudos bíblicos.

A palavra ―apocalíptica‖ é popularmente associada com expectativas

milenaristas fanáticas, e, deveras, os apocalipses canônicos de Daniel e,

especialmente, o de João foram frequentemente utilizados por grupos

milenaristas. Teólogos de inclinação mais racional comumente relutam em

admitir que tal material desempenhou um papel formativo no cristianismo

primitivo.

Existe, por consequência, um preconceito profundamente arraigado na

pesquisa bíblica contra a literatura apocalíptica. As grandes autoridades do

século dezenove, Julius Wellhausen e Emil Schürer, minimizaram o seu valor,

considerando-a um produto do ―judaísmo tardio‖, que era enormemente

inferior aos profetas, e tal atitude é ainda hoje difundida.

Na sua resposta a Kasemann, Gerhard Ebeling pôde dizer que ―de acordo

com a tradição eclesiástica e teológica prevalecentes, mormente também da

Reforma, a apocalíptica — evoco apenas a avaliação do Apocalipse de João

- é, no mínimo, um sintoma suspeito de tendências heréticas‖.

91
Veremos nesse conteúdo que se você nunca estudou ―apocalíptica‖, com

certeza seu conhecimento acerca da esperança Escatológica no mínimo é

equivocado, para não dizer completamente ―errada‖ e ―defeituosa‖.

Decidamos o que quisermos sobre

o valor teológico de tais escritos, é óbvio que um forte preconceito

teológico pode impedir a tarefa de reconstrução histórica e dificultar que

prestemos atenção suficiente à essa literatura para permitir-nos sequer entendê-

la. Será bom postergarmos o julgamento teológico até termos domínio da

literatura.

Isso normalmente acontece, porque nós somos apegados as ―nossas

próprias escatologias‖, as ―nossas crenças‖, as ―nossas tradições religiosas‖,

as ―nossas percepções‖ e principalmente ao “medo de descobrir determinadas

verdades que possam questionar as ―nossas supostas verdades‖.

Nem toda perplexidade tem origem teológica. Alguma parte também se

origina da confusão semântica engendrada pelo uso da palavra ―apocalíptica‖

como substantivo. Habitualmente, a palavra foi utilizada para sugerir uma visão

de mundo ou teologia que é apenas definida vagamente, mas que foi tratada

comumente como uma entidade independente de textos específicos."

92
Então tudo isso nos impede de estudar a ―apocalíptica‖, * gradualmente,

os pesquisadores perceberam que esse ―mito apocalíptico‖ nem sempre

corresponde ao que de fato encontramos nos apocalipses. Koch já distinguia

entre ―apocalipse‖ como um tipo literário e ―apocalíptica‖ como um

movimento histórico.

Isso é muito confundido o gênero literário ―apocalíptico‖ e

“apocalipsicade” como movimento que sempre existiu nas Escrituras tanto no

Antigo e no Novo Testamento, mas que por um motivo ou outro não foi

estudado ou mal compreendido.

Ainda temos ainda o desafio de ―desmistificar‖ o próprio Livro do

Apocalipse que em toda história da Igreja foi o Livro mais usado para fins

escusos, ou seja, obscuros, de líderes megalomaníacos que na história levou

vários adeptos até para a morte, devido sua interpretação fanática e distorcida.

Podemos citar um caso dos mais comentados e trágicos na história, dessa

fatídica interpretação errada, o caso James Warren "Jim" Jones foi o fundador e

líder da seita Templo dos Povos, famoso devido ao suicídio/assassinato em

massa em novembro de 1978 de 918 dos seus membros em Jonestown, Guiana,

93
além do assassinato do congressista Leo Ryan e de quatro mortes adicionais em

Georgetown, capital guianense.

Um apocalipse (em grego clássico: ἀποκάλσυις apokálypsis, em grego:

ἀπό e em grego: καλύπηφ, que significa literalmente "uma descoberta") é uma

divulgação ou revelação de grande conhecimento.

As pesquisas acadêmicas mais recentes abandonaram o uso do termo

―apocalíptica‖ como um substantivo e fazem distinção entre apocalipse como

um gênero literário, apocalipticismo como uma ideologia social e escatologia

apocalíptica como um conjunto de ideias e motivos literários que também

podem ser encontrados em outros gêneros literários e contextos sociais.

Isso é muito importante porque até então quando se falava de apocalipses,

só tinha a ideia de estudar o Apocalipse de João! Hoje sabemos que o

apocalipsismo, não se limita somente ao Apocalipse de João, mas sim a outras

literaturas, principalmente depois das descobertas dos achados do Mar Morto em

1947 e os achados dos textos apócrifos e pseudo-epigráficos em 1945, no Egito

na região de Nag Hammadi.

Até mesmo literaturas de cordel, de pesquisas antropológicas de mitos de

outras culturas e civilizações, hoje foi descoberto como ―outros apocalipses‖.

94
Essas distinções ajudam a chamar atenção para as diferentes coisas

tradicionalmente cobertas pelo termo ―apocalíptica‖.

A pergunta que fica é se ou como elas se relacionam entre si: o uso do

gênero literário implicaria um movimento social? Ou um apocalipse contém

sempre escatologia apocalíptica? Antes de podermos tentar responder a essas

perguntas, precisamos esclarecer o que se quer dizer através de cada um dos

termos envolvidos.

8.1 O Gênero Apocalítico

A ideia de que existe uma classe de escritos que podem ser rotulados

“apocalípticos” é bastante aceita desde que Friedrich Lücke publicou o primeiro

estudo abrangente do assunto, em 1832. A síntese de Lücke foi provocada em

parte pela edição recente de 1 Enoque por Richard Laurence (que também editou

A ascensão de Isaías, que Lücke discutiu como um apocalipse cristão).

A lista de obras apocalípticas judaicas incluía Daniel, 1 Enoque, 4 Esdras

e os Oráculos Sibilinos, e ele aduziu essa literatura como pano de fundo para o

Apocalipse de João. Descobertas subsequentes aumentaram o corpus e

modificaram o perfil do gênero: 2 e 3 Baruc, 2 Enoque, o Apocalipse de Abraão

95
e o Testamento de Abraão foram todos publicados na parte final do século

dezenove. Conquanto tenha havido inevitável discussão acadêmica sobre a

relação exata entre essa ou aquela obra com o gênero, houve consenso sobre o

corpus de literatura que é relevante para a discussão e pode ser chamado de

―apocalíptico‖ pelo menos em um sentido lato.

A maioria das obras que aparecem nas discussões da literatura

apocalíptica judaica não foram designadas como apocalipses na Antiguidade.

Não há atestação do uso do título grego apokalypsis (revelação) como rótulo de

um gênero no período antes do cristianismo.

A primeira obra introduzida como um apokalypsis é o Apocalipse de

João, do Novo Testamento, e mesmo assim não está claro se a palavra denota

uma classe especial de literatura ou se é utilizada, em sentido mais geral, como

revelação. Tanto 2 e 3 Baruc, que são usualmente datados perto do final do

primeiro século d.C., são introduzidos como apocalipses nos manuscritos, mas a

antiguidade do título é passível de questionamentos.

Morton Smith conclui, após sua revisão do assunto, que “a forma literária

que nós chamamos de apocalipse traz esse título pela primeira vez no período

tardio do primeiro século ou início do segundo século d.C.

96
Daí em diante, tanto o título quanto a forma estavam na moda, pelo menos

até o final do período clássico”. A subsequente popularidade do título foi

ilustrada recentemente pelo Códice Cologne Mani, no qual lemos que cada um

dos patriarcas mostrou seu próprio apokalypsis para seu eleito, e são feitas

menções específicas aos apocalipses de Adão, Sethel, Enos, Sem e Enoque.

Esses apocalipses relatam ascensões celestiais. A série termina com o

arrebatamento de Paulo ao terceiro céu. O uso do título apokalypsis na

Antiguidade demonstra que o gênero apocalipse não é apenas um construto

moderno, mas também levanta a questão sobre o status das primeiras obras

(incluindo a maioria dos apocalipses judaicos), que não trazem o título.

A questão é complicada pelo fato de que algumas dessas obras são de

caráter compósito e têm afinidades com mais de um gênero. O livro de Daniel,

que justapõe contos, nos capítulos 1-6, a visões, nos capítulos 7-12, é um

exemplo óbvio.

Esse problema pode ser visto à luz do que Alastair Fotvler denominou de

vida e morte das formas literárias. Fovzler distingue três fases de

desenvolvimento genérico. Durante a primeira fase, ―o complexo do gênero é

reunido, até que um tipo formal emerja‖.

97
Na segunda fase, a forma é utilizada, desenvolvida e adaptada

conscientemente. Uma terceira fase envolve o uso secundário da forma - por

exemplo, pela inversão irônica ou por sua subordinação a um novo contexto.

Essas fases inevitavelmente se sobrepõem na realidade histórica, e as fronteiras

entre elas são frequentemente pouco claras.

Parece que os escritos apocalípticos judaicos que não possuem um título

comum e frequentemente são combinados com outras formas não teriam ainda

atingido a autoconsciência do gênero, conforme a segunda fase de Fotvler,

apesar de o complexo do gênero já ter sido formado. Devemos nos aperceber de

que a produção de apocalipses continuou ao longo de anos na era cristã.

A presença ou ausência de um título não pode, de forma alguma, ser

considerada como um critério decisivo para a identificação de um gênero. Em

vez disso, o que está em pauta é se um grupo de textos partilha um grupo

significativo de características que o distinguem de outras obras.

A análise sistemática de toda a literatura que foi considerada como

―apocalíptica‖, seja nos textos antigos ou nos estudos acadêmicos modernos,

foi empreendida pelo Projeto de Gênetos da Society of Biblical Literature

98
[Sociedade de Literatura Bíblica], cujos resultados foram publicados em Semeia

(1979). Essa análise servirá como nosso ponto de partida.

O propósito de Semeia 14 foi conferir precisão à categoria tradicional de

―literatura apocalíptica‖ através da demonstração da extensão e limites da

conformidade existente entre esses textos supostamente apocalípticos.

A tese apresentada em Semeia 14 é que o corpus de textos que foi

tradicionalmente chamado ―apocalíptico‖ possui de fato um grupo significativo

de características que o distingue de outras obras.

Especificamente, define-se um apocalipse como um gênero de literatura

revelatória com estrutura narrativa, no qual a revelação a um receptor humano é

mediada por um ser sobrenatural, desvendando uma realidade transcendente que

tanto é temporal, na medida em que vislumbra salvação escatológica, quanto

espacial, na medida em que envolve outro mundo, ―sobrenatural‖.

Pode-se demonstrar a aplicabilidade dessa definição a várias seções de 1

Enoque, Daniel, 4 Esdras, 2 Baruc, o Apocalipse de Abraão, 3 Baruc, 2 Enoque,

Testamento de Levi2-5, o fragmentário de Sofonias, e, com alguma qualificação,

a Jubileus e ao Testamento de Abraão (os quais também têm fortes afinidades

com outros gêneros).

99
Também se aplica a um corpo bastante amplo de literatura cristã e

gnóstica, e a algum material persa e greco-romano. Não pretende ser,

obviamente, uma descrição adequada de qualquer obra, indicando, porém,

aquilo que Klaus Koch denominou a Rahmen gattung, ou estrutura do gênero.

No entanto, a análise em Semeia, difere da ―demonstração preliminar

do apocalipse como um tipo literário‖ de Koch. Koch listou seis

características típicas: ―ciclos de discursos‖, ―agitações espirituais‖,

―discursos parentéticos‖, ―pseudonímia‖18, ―imagética mítica19‖ e ―caráter

compositório‖.

Ele não afirmou que todos esses elementos eram necessários em todos os

apocalipses. Como contraste, a definição acima é constitutiva de todos os

apocalipses e indica o núcleo comum ao gênero. Mais importante, constitui uma

estrutura coerente, baseada na análise sistemática de forma e conteúdo.

A forma do apocalipse envolve uma estrutura narrativa que descreve o

modo de revelação. Os principais meios de revelação são visões e jornadas

18
Pseudónimo ou pseudônimo, é um nome fictício usado por um indivíduo como alternativa ao seu nome real.
Normalmente é um nome inventado por um escritor, um poeta ou um jornalista que não queira ou não possa
assinar suas próprias obras.
19
mí·ti·co: adjetivo 1. Relativo aos mitos. 2. Fabuloso. Palavras relacionadas: pan-mítico, miticamente, emitizar,
desmitizar, mitema, fabular, mitificar. "mítica", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-
2021, https://dicionario.priberam.org/m%C3%ADtica [consultado em 14-01-2022]. Palavras e expressões muito
usadas na Teologia dos Teólogos Liberais: Karl Barth; Rudolf Karl Bultmann; Friedrich Schleiermacher; Adolf von
Harnack; Jürgen Moltmann entre outros.

100
sobrenaturais, suplementadas por discurso ou diálogo e, ocasionalmente, por um

livro celestial. A presença de um anjo que interpreta a visão ou serve de guia na

jornada sobrenatural é o elemento constante.

Essa figura indica que a revelação não é inteligível sem auxílio

sobrenatural. Está fora deste mundo. Em todos os apocalipses judaicos, o

receptor humano é uma figura venerável do passado distante, cujo nome é

utilizado como pseudônimo. Esse artifício fortalece a distância e mistério da

revelação. A disposição do visionário ante a revelação e sua reação a ela

tipicamente enfatizam o desamparo humano diante do sobrenatural.

O conteúdo dos apocalipses, como observamos, envolve uma dimensão

tanto temporal quanto espacial, e a ênfase está distribuída diferentemente em

obras distintas. Alguns, como Daniel, contêm uma elaborada revisão da história,

apresentada na forma de uma profecia que culmina em uma época de crise e

turbulência escatológica.

Por isso não podemos confundir as obras dos essênios como apocalipses,

mas como literatura apocalíptica. Outros, como 2 Enoque, dedicam a maior

parte de sua extensão a relatos de regiões pelas quais se passou na jornada

sobrenatural.

101
A revelação de outro mundo e a atividade de seres sobrenaturais são

essenciais a todos os apocalipses. Em todos, também há um julgamento final e a

destruição dos ímpios.

A escatologia dos apocalipses difere daquela dos primeiros livros

proféticos através do vislumbre claro de uma retribuição pós-morte. A parênese

ocupa um lugar proeminente em alguns apocalipses (e.g., 2 Enoque, 2 Baruc),

mas todos os apocalipses têm um aspecto exortativo, esteja ou não explicitado

através de exortações e repreensões.

Dentro da estrutura comum da definição, podem-se distinguir tipos

diferentes de apocalipses. A distinção mais óbvia é entre os apocalipses

“históricos”, tais como Daniel e 4 Esdras, e as jornadas sobrenaturais.

Apenas um apocalipse judaico, o Apocalipse de Abraão, combina uma

jornada sobrenatural com uma revisão da história, e é relativamente tardio (fim

do primeiro século d.C.).

Parece que há duas correntes de tradição nos apocalipses judaicos, uma

que é caracterizada pelas visões, com um interesse no desenvolvimento da

história, enquanto a outra é marcada por jornadas sobrenaturais com maior

interesse em especulação cosmológica.

102
Essas duas correntes estão entretecidas na literatura de Enoque. Dois dos

apocalipses “históricos” mais antigos, o Apocalipse Animal e o Apocalipse das

Semanas, encontram-se em 1 Enoque. Esses livros pressupõem a tradição de

Enoque atestada no Livro dos Vigilantes {1 Enoque 1-36) e podem inclusive

pressupor a jornada sobrenatural de Enoque, apesar de não a descreverem.

As Similitudes de Enoque também demonstram a influência de ambas as

correntes, apesar de não apresentarem uma revisão da história. 1 Enoque é um

apocalipse compósito, abrangendo tipos diferentes na forma que o temos agora.

Ainda assim, podemos encontrar um apocalipse como 4 Esdras (final do

primeiro século) que rejeita veementemente a tradição de ascensão celestial e

especulação cosmológica, enquanto 2 Enoque e 3 Baruc, mais ou menos da

mesma época, não demonstram interesse no desenvolvimento da história.

Dentro das jornadas sobrenaturais, é possível distinguir subtipos de

acordo com sua escatologia: (a) apenas o Apocalipse de Abraão inclui uma

revisão da história; (b) vários (Livro dos Vigilantes, Livro Astronômico e

Similitudes, em 1 Enoque, 2 Enoque, Testamento de Levi 2-5) contêm alguma

forma de escatologia pública, cósmica ou política; (c) alguns, 3 Baruc,

103
Testamento de Abraão e o Apocalipse de Sofonias, se preocupam apenas com o

julgamento individual dos mortos.

Não é provável que qualquer apocalipse desse terceiro subtipo seja

anterior ao século I d.C. A distribuição de elementos temporais e escatológicos

pode ser ilustrada como se segue abaixo. O estudo do gênero tem por objetivo

esclarecer obras em particular através da demonstração de suas características

típicas e seus elementos distintivos.

Não se pretende construir uma entidade metafísica, ―apocalíptica‖ ou

Apokalyptik, de forma independente dos próprios textos. A importância de

gêneros, formas e tipos para a interpretação é axiomática nos estudos bíblicos

desde a obra de Hermann Gunkel e a Ascenção da crítica das formas. Também

está bem estabelecida na teoria literária e linguística, na filosofia e

hermenêutica.

O gênero literário apocalipse não é uma entidade estanque, isolada. A

estrutura conceitua indicada pelo gênero, que enfatiza o mundo sobrenatural e o

julgamento vindouro, também pode ser encontrada em obras que não são

relatos de revelação, e que, portanto, não são apocalipses. Assim, por

exemplo, o Rolo da Guerra de Qumran é ampla e corretamente considerado

104
como ―apocalíptico‖ em sentido lato, embora não seja apresentado como uma

revelação.

Além disso, a estrutura de gênero nunca é o único fator que dá forma ao

texto. As visões de Daniel, por exemplo, devem ser compreendidas não apenas

no contexto do gênero, como também dos contos de Daniel 1-6 e de outra

literatura inspirada pela perseguição de Antíoco Epífanes.

Consequentemente, existe sempre um corpus de literatura relacionada

que é relevante em graus variados para a compreensão de um texto específico.

Qualquer discussão da literatura apocalíptica também deve levar em conta os

oráculos e testamentos, que têm paralelos com os apocalipses (especialmente os

do tipo “histórico”) em muitos pontos.

Ainda assim, a definição é importante para fornecer um foco para

discussão e indicar um núcleo ao qual outros tipos literários podem ser

relacionados.

8.2 A Escatologia Apocalíptica

O debate sobre a definição do gênero nos conduziu de volta à pergunta

pela escatologia apocalíptica. A pedra de toque aqui deve ser o tipo de

105
escatologia que se encontra nos apocalipses. Dois problemas foram levantados.

Primeiro, alguns questionaram se os apocalipses exibem uma escatologia

consistente.

Devemos ter em mente que, assim como há tipos diferentes de

apocalipses, correspondentemente existem diferentes tipos de escatologia

apocalíptica.

O equacionamento comum de “apocalíptica” com o cenário do final da

história se baseia apenas no tipo “histórico” como Daniel, e os estudiosos

objetaram corretamente que isso não é típico de todos os apocalipses.

Todos os apocalipses, no entanto, envolvem uma escatologia

transcendente que visa a retribuição além das fronteiras da história. Em alguns

casos (3 Baruc, Apocalipse de Sofonias), isso assume a forma de um julgamento

dos indivíduos após a morte, sem referências ao final da história.

Devemos ter em mente que a retribuição após a morte também é um

componente crucial em um apocalipse “histórico” como Daniel, e constitui uma

diferença importante da escatologia dos profetas.

O fato de a escatologia apocalíptica ter sido no passado com frequência

erroneamente identificada com o tipo “histórico” de forma alguma justifica a

106
negação de que exista um tipo de escatologia apocalíptica. Segundo, nem o

julgamento dos mortos nem mesmo o cenário do final da história são peculiares

aos apocalipses: donde a objeção de que não há uma escatologia apocalíptica

distintiva?

Conquanto essa objeção pese sobre a definição do gênero, devemos

assinalar que as visões e jornadas celestiais também não são distintivas. O

gênero não é constituído por um ou mais temas distintivos, mas por uma

combinação distintiva de elementos, todos os quais se encontram também em

outros locais.

Um problema mais significativo se coloca se quisermos falar da

escatologia apocalíptica fora dos apocalipses, por exemplo, nos Evangelhos ou

em Paulo. O que está em discussão aqui é a afinidade entre as alusões

escatológicas e os cenários que são encontrados de maneira elaborada nos

apocalipses.

As afinidades variam em grau, e, apesar de o rótulo ―escatologia

apocalíptica‖ ser útil para apontar as implicações de certos textos, devemos

sempre ter ciência de que o adjetivo é utilizado em um sentido lato.

107
Não podemos confundir também a Escatologia com os estudos da

Apocalíptica. A Escatologia é o estudo das “Últimas Coisas”. Já a Apocalíptica

é o estudo de literaturas tanto canônicas, ou não que faz referências aos eventos

proféticos, com estilo alegórico, na maioria das vezes. Assim existe várias

formas de literatura Apocalíptica:

● Antigo Testamento.

● Período Interbíblico “Literatura de Qumran”.

● Período Neotestamentário.

● Apocalipse de João.

● Literatura dos Apócrifos.

● Apocalíptica Judaica da Dispersão “Diáspora”.

● Escatologia interna dessas literaturas.

Apócrifos e Pseudo-epigráficos da Bíblia. Vol. 1. Temos os seguintes

apocalipses:

1. Baruch;

2. Adão;

3. Abraão, Parte I – Narrativa; Parte II;

108
4. Apocalipse de Moisés;

5. Apocalipse de Elias;

6. Apocalipse de Sofonias;

7. Apocalipse de Pedro;

8. Apocalipse de Tomé.

Apócrifos e Pseudo-epigráficos da Bíblia. Vol. 2. Temos os seguintes

apocalipses:

1. Apocalipse de Paulo:

2. Revelação de São João – João o Teólogo.

A curiosidade fica nesse Livro Revelação de São o Teólogo. Ele é um

apocalipse, mas não leva o nome de “Apocalipse” de João! E, tudo indica que

ele faz isso para não confundir com o Apocalipse de João que é canônico.

Mas, quando ele usa o título “Revelação de São João o Teólogo”, já

utiliza outro termo para indicar que também é um “Apocalipse”; contudo não é o

mesmo João do Apocalipse canônico.

109
O João do Apocalipse segundo o historiador Justo Gonzáles em seu Livro

nº da coleção História da Igreja, com o título Era dos Mártires, entende que João

foi um presbítero daquela comunidade da Ásia Menor.

A tarefa de reconstruir a vida posterior do apóstolo João se complica

porque, ao que parece, houve na igreja antiga mais de um dirigente com esse

nome. Segundo uma velha tradição, São João foi morto em Roma, condenado a

ser colocado em uma caldeira de azeite fervendo. Por outra parte, o Apocalipse

coloca João, na mesma época, desterrado na ilha de Patmos.

Outra tradição fidedigna diz que depois que passou a perseguição João

regressou a Éfeso, onde continuou ensinando até que morreu por volta do ano

100. Tudo isto dá a entender que houve pelo menos duas pessoas com o mesmo

nome, e que a tradição depois as confundiu.

Por certo que um autor cristão do século II - Papias de Hierápolis - que se

havia dedicado a estudar as vidas e os ensinos dos apóstolos, afirmar

categoricamente que houve dois Joãos, um o apóstolo e evangelista, e outro o

ancião de t:feso, que foi também quem recebeu a revelação de Patmos.

Além disso, a crítica concorda em que os autores do quarto Evangelho e

do Apocalipse devem ser duas pessoas distintas, posto que o primeiro, escreve

110
em grego com estilo elegante e claro, enquanto o segundo parece se encontrar

mais à vontade em hebraico ou aramaico. Em todo caso, sabemos que próximo

ao fim do século primeiro, houve em Éfeso um mestre cristão muito respeitado

por todos, chamado João, a quem seus discípulos atribuíam autoridade

apostólica.

3 Apócrifos pseudo-epigráficos da Bíblia Vol.3. Não tem apocalipses.

Contudo existem outros apocalipses que não entraram nem na Bíblia

canônica e nem na lista dos livros do Mar Morto que foge aos três Volumes da

Bíblia.

1. Apocalipse Siríaco de Daniel;

2. Apocalipse das Dez Virgens.

Teve apocalipses que foram achados nas cavernas de Qumran, mas não

foram incluídos nas três coleções que foram apresentadas na lista oficiais dos

apócrifos, isso implica que deve ter ainda apócrifos que ainda não vieram ao

público, ou que ainda não foram pesquisados.

Chegou informações ao público que o que foi lido e descoberto das 11

cavernas de Qumran, no máximo a dez por cento, que foi pesquisado. Ainda

111
existe muitos segredos para serem descoberto, mas os apocalipses que não

entraram na lista oficiam foram:

1. Primeiro Apocalipse de Tiago;

2. Segundo Apocalipse de Tiago;

3. Apocalipse de Esdras;

4. Apocalipse das Semanas de Enoque;

Existe uma tradição que o texto de Hebreus 6: 1-2 Por isso, deixando os

rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de

novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, E da

doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e

do juízo eterno. (Hebreus 6:1,2).

Bem como, existem outros apócrifos e pseudo-epigráficos da Bíblia,

dentro de outra lista não pertencente a essa lista oficial das Bíblias dos

Apócrifos pseudo-epigráficos da Bíblia, Volumes 1, 2 e 3:

1. As três Estrelas de Seth;

2. Chave Menor do Rei Salomão;

3. Chave Maior do Rei Salomão;

112
4. O Testamento de Salomão Fragmentos “domando os 72 demônios da

Magia Goétia;

5. Atos de Salomão;

6. Livro de Ouro de Salomão;

7. Salmos de Salomão;

8. O Evangelho Apócrifo de Salomão;

9. Sabedoria de Salomão;

10. Evangelho Essênio da Paz;

11. Livro dos Gigantes, os Sobreviventes do Dilúvio de Noé;

12. O Evangelho dos Egípcios;

13. Apocalipse e Sedrach;

14. O Livro Secreto de João ou Revelação Secreta de João;

15. Segundo Tratado do Grande Seth;

16. Hipóstase dos Arcontes ou Realidade dos Arcontes ou Realidade dos

Regentes;

17. O Evangelho Cátaro do Pseudo João;

18. Livro do Pseudo Filon;

19. História do Sábio Ahicar;

113
20. O Evangelho Essênio da Paz;

21. O Evangelho dos Doze Santos;

22. Os Livros Ocultos de Moisés;

23. Os Segredos de Moisés;

24. O Sexto Livro de Moisés;

25. O Sétimo Livro de Moisés;

26. O Oitavo Livro de Moisés;

27. O Nono Livro de Moisés ou Espada de Moisés;

28. O Testamento e Assunção de Moisés antes eram juntos depois foram

separados;

29. O Testamento de Moisés;

30. Epístola de Jeremias;

31. Epístola de Inácio Antioquino aos Romanos;

32. Epístola de Inácio Antioquino aos Magnésios - Bíblia Teshuvaíta;

33. O Livro de Mirdad;

34. O Bahir o Livro da Iluminação são tradições orais desde Moisés;

35. O Livro do Zohar O Livro do Esplendor Tradições da Kaballah de

Moisés;

114
36. Sefer Ben Sirach;

37. Sefer Ietsira-Arieh Kaplan Tradições da Kaballah de Moisés, Livro da

Criação;

38. Epístola de Inácio Antioquino aos Esmirniotas;

39. Epístola aos Filadélfos;

40. Epístola de Inácio Antioquino aos Tralianos;

41. Epístola de Inácio Antioquino a Policarpo;

42. Epístola a Diogneto - Bíblia Teshuvaíta;

43. A Prece do Apóstolo Paulo;

44. Atos de André;

45. Epístola III Coríntios;

46. Apologia;

47. Atos de Pedro e os Doze Apóstolos;

48. Adições do Livro de Daniel;

49. Correspondência entre Paulo e Sêneca;

50. Retorno ao Eon Eterno;

51. Visão de Enoque de Adão até o fim;

52. Evangelho – Pastor de Hermas Completo;

115
53. Regra da Congregação - Bíblia Teshuvaíta;

54. Bel e o Dragão - Bíblia Teshuvaít;

55. Epístola de Policarpo Esmirniota aos Filipenses - Bíblia Teshuvaít;

56. Epístola de Inácio Antioquino aos Efésios - Bíblia Teshuvaíta;

57. Epístola de Inácio Antioquino aos Filadelfienses - Bíblia Teshuvaíta;

58. Epístola de Inácio Antioquino aos Magnésios - Bíblia Teshuvaíta;

59. Carta de Herodes a Pilatos - Bíblia Teshuvaíta;

60. Carta de Pilatos a Tibério César - Bíblia Teshuvaíta;

61. Oração de Azarias - Bíblia Teshuvaíta;

62. Julgamento e Condenação de Pilatos - Bíblia Teshuvaíta;

63. Epistola a Diogneto - século II;

64. Oração de Manassés - Bíblia Teshuvaíta;

65. Convênio - Bíblia Teshuvaíta;

66. Suzana - Bíblia Teshuvaíta;

67. Evangelho S. Tiago - Bíblia Teshuvaíta;

68. Inácio Antioquino aos Esmirniotas - Bíblia Teshuvaíta;

69. TEXTOS APÓCRIFOS Carta de Jeremias da Bíblia KING JAMES 1611;

116
70. O Adendo ao Profeta Jeremias e a viagem ao tempo 1 - Jeremias 38: 06-

13;

71. O Livro de Noé (APÓCRIFO);

72. Fragmentos de um Evangelho Apócrifo Autoria desconhecida;

73. Apócrifos Erisianos (Lon Plo);

74. 1º ou 3º Livro de Esdras, em Grego, é simplesmente a forma grega de

Ezra, e o livro narra o declínio e a queda do reino de Judá desde o reinado de

Josias até à destruição de Jerusalém; o cativeiro de Babilônia, a volta dos

exilados, e a parte que Esdras tomou na reorganização da política judaica. Em

certos respeitos, amplia a narração bíblica, porém estas adições são de

autoridade duvidosa. O historiador Josefo é o continuador de Esdras. Ignora-se o

tempo em que foi escrito e quem foi o meu autor;

75. 2º ou 4º Livro de Esdras, este livro tem estilo inteiramente diferente de 1º

de Esdras. Não é propriamente uma história, mas sim um tratado religioso,

muito no estilo dos profetas hebreus.

O assunto central, compreendido nos capítulos 3-14, tem como objetivo

registrar as sete revelações de Esdras em Babilônia, algumas das quais tomaram

117
a forma de visões: a) a mulher que chorava, 9:38, até 10:56; b) a águia e o leão,

11:1 até 12:39; c) o homem que se ergueu do mar, 13:1-56.

O autor destes capítulos é desconhecido, mas evidentemente era judeu

pelo afeto que mostra a seu povo. (A palavra Jesus, que se encontra no capítulo

7:28, não está nas versões orientais).

76. O Livro de Lúcifer, foi rejeitado por ter conteúdos em que os próprios

judeus usavam em seus rituais de exorcismos;

77. O Primeiro Livro de Enoque;

78. O Segundo Livro de Enoque;

79. O Terceiro Livro de Enoque;

80. O Livro do Conhecimento As Chaves de Enoque ou Enoch.

É preciso explicar algo importante sobre os Livros Ocultos de Moisés. O

Sexto, o Sétimo, Oitava e o Nono Livros de Moisés, são livros que foram

excluídos das Escrituras porque ensinam todas as magias que Moisés fez para

realizar os milagres.

Essa interpretação da história é fundamentada em Atos 7:22 “E Moisés foi

instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e

obras”.

118
Moisés foi aprendido – ou foi “instruído”. Isso não significa que ele teve esse

aprendizado, mas que ele foi cuidadosamente “treinado” ou educado nessa

sabedoria. A passagem não expressa o fato de que Moisés foi distinguido por

“aprendizado”, mas que ele foi cuidadosamente “educado” ou que foram feitos

esforços para fazê-lo aprender.

Em toda a sabedoria … – O aprendizado dos egípcios limitava-se

principalmente à astrologia, à interpretação dos sonhos, à medicina, à

matemática e à ciência sagrada ou doutrinas tradicionais sobre religião, que

estavam ocultas principalmente sob seus hieróglifos.

O aprendizado deles não é mencionado com frequência nas Escrituras, 1

Reis 4:30; compare Isaías 19: 11-12. Seu conhecimento é igualmente

comemorado no mundo pagão. Sabe-se que a ciência foi transportada do Egito

para a Fenícia e daí para a Grécia; e poucos filósofos gregos viajaram ao Egito

em busca de conhecimento.

O próprio Heródoto admite francamente que os gregos derivavam muito

do seu conhecimento do Egito. (Ver Herodotus de Rawlinson, vol. 2, pp. 80,81;

Herodotus, bk. 2, pp. 50,51.)

119
E era poderoso – era poderoso ou se distinguia. Isso significa que ele era

eminente no Egito antes de conduzir os filhos de Israel adiante. Refere-se aos

seus discursos a Faraó e aos milagres que ele realizou “antes” da partida deles.

Em palavras – De Êxodo 4:10, parece que Moisés era “lento na fala e de língua

lenta”. Quando se diz que ele era poderoso em palavras, significa que ele era

poderoso em suas comunicações com o faraó, apesar de terem sido faladas por

seu irmão Aaron. Arão estava em seu lugar, e “Moisés” se dirigiu a Faraó por

meio dele, que foi designado para transmitir a mensagem, Êxodo 4: 11-16.

Ações – Milagres, Êxodo 7, etc.

Moisés fez magia chamada “Magia Egípcia”, que ficou registrado no

Antigo Testamento todas as tábuas, conjurações e orações usadas por este

grande Mago estão minunciosamente nestes livros. O Oitavo livro que é

raríssimo e de difícil compreensão traduzido para o nosso idioma e adaptado

para a linguagem cotidiana a fim de que qualquer leitor possa entender o seu

significado.

O Oitavo Livro de Moisés é um Grimório (Um Grimório é um livro de

conhecimentos mágicos, com anotações de práticas pessoais, ou seja, um diário

mágico, escrito entre o final da Idade Média e o século XVIII.

120
Tais livros contêm correspondências astrológicas, listas de anjos e

demônios, orientações sobre como efetuar feitiços ou misturar remédios,

conjurar entidades sobrenaturais e da confecção de talismãs, de acordo com o

ponto-de-vista e com os estudos experimentais do autor.

No caso de Moisés foi um Grimório Grego-Egípcio formado por livros,

que trata principalmente de revelar nomes sagrados de Deus e os métodos de

utilizá-los na Magia. O Livro “A Espada de Moisés”, corresponde ao Nono

Livro de Moisés, trata-se de outro livro raríssimo também de difícil localização

na internet e de comprá-lo fisicamente.

Esse livro, também trata de fórmulas mágicas, e conjurações através dos

Nomes Secretos de Deus. Traz cerca de 200 fórmulas prontas para os mais

diversos fins tais como: amor, prosperidade, saúde e proteção e principalmente

fórmulas de vingança sobre os inimigos e domínio sobre as pessoas. A exemplo

disso é o Salmos 109 de esconjuramento de Davi.

Na Escatologia desse período chamado de Apocalíptica Judaica que inicia

em 250 a.C até 70 d.C., traz o conceito de juízo eterno, havia entre os judeus

uma crença que no dia do Juízo o profeta Esdras iria interceder por eles pelos

seus pecados.

121
Por isso que o escritor de Hebreus exorta sobre esse juízo em Hb 6:1-3.

Contudo existem literaturas que não são apocalipses, mas são literaturas de

gênero apocalíptico em Qumran:

1. A Regra de guerra;

2. A Regra da Congregação;

3. Documento de Damasco;

4. A descrição da Nova Jerusalém;

5. Documento 4Q246;

6. Documento 11Q Melquisedec 13 (11Q13) Melquisedec com funções

Messiânicas. Referências paralelas: Hebreus 7; Gênesis 14; Salmos 110.

7. 1Qap Gen XXII 13-17;

8. 4Q Amran 2,1-6; 3,1-2;

9. 4Q401 111-3 (cântico de sacrifício);


10. 4Q13;
11. Gênesis Apócrifo (1QapGen XXII 13-17);
12. (1Qap Gen XXII 13-15);
Textos paralelos: Gn.14; Lv.15:13; Dt. 15:2; Sl. 82: 1-2; Is 52: 7; 61:1.
11Q17 ii7;
(4Q 401 11,3,11): Cântico de sacrifício sabático “os chefes dos príncipes dos
sacerdotes maravilhosos de Melquisedec”.

122
(11Q13): Somente nesse documento Melquisedec têm funções centrais e
próximas à figura de Iahweh: Sl 89: 6-9; 1Rs 22: 19-23.
Aqui são atribuições messiânicas, divinas e profética à figura de
Melquisedec e sua relação com a questão do julgamento, e a escatologia dos
essênios. Aqui é Melquisedec como uma forma humana angélica ou
“angelomórfico”.
Como Mediador Divino, encontra-se em duas existências: terrenas e

celestiais. Uma figura humana elevando-se a uma figura celestial. Mestre da

Justiça (1QH XX III frase 1); Figura humana / Celestial e Sacerdotal “é

necessário que se cumpra toda justiça”. Ou seja, Jesus estava dizendo “é

necessário que toda Literatura Apocalíptica dos essênios se cumpra agora, em

mim”. Batismo de Jesus no Rio Jordão por João Batista.

1. 4Q 491 11i;

2. 2 Enoc 22,8-10;

3. T. MOS 10,2;

4. (4Q51) - frase 2 Coluna III. Reconhecendo à vinda de Elias como profeta

escatológico ou profeta ungido, “era messiânica sumo-sacerdote Josué” (Zc. 3:6,

9-14; Ml 3:24); 11Q13).

5. (4Q51) – Mestre da Justiça como profeta escatológico, Isaías 61:1.

123
6. (4Q 401 11,3) – Melquisedec, sacerdote na Assembleia de Deus (Sl. 82:

11Q13).

7. (1Q SIX. 11) – Explicitamente fala o Messias de Aarão e Israel referente

ao Livro Siracida 45, 6-22 na Bíblia Católica.

8. (1QA IX, 11) – tempo da graça de Melquisedec, “Dia do perdão”,

estabelecer aliança, Yom Kippur escatológico.

9. (1QS 1,9; 1QS ,16: 1QS 111,3; 1QM 1,1: 4Q 177, Coluna IV, 12) -

Traduzidos fica, filhos da luz resgate da mão do maligno:

10. (1Q 177) – Expressão está no contexto de resgate da mão de Belial.

11. (11Q Melquisedec, 1 Em 15,4; 4Q 496; 4Q 548; 1QM coluna 1,8; não é

uma invenção é uma ideia de transformação dos justos em luz.

12. (4QT Levi 9; Gn. 14:18): Melquisedec é um sacerdote com credenciais

cósmicas e divina para a redenção escatológica. Se utiliza de um corpo

“Celestial”, sentado no Trono Carro de Deus – MERKABAH. Corpo de Deus,

MER (LUZ) – KA (ESPÍRITO) - BAH (CORPO). “Deus meu Deus meu porque

me desemparaste”, na cruz Jesus viu o Corpo de Luz de seu corpo humano.

13. A Nova Jerusalém (5Q15);

14. A Sedutora (4Q184);

124
15. Antologia Messiânica (4Q175);

16. Bênção de Jacó (4QPBl);

17. Bênçãos (1QSb);

18. Cânticos do Sábio (4Q510-4Q511);

19. Cânticos para o Holocausto do Sábado (4Q400-4Q407/11Q5-11Q6);

20. Comentários sobre a Lei (4Q159/4Q513-4Q514);

21. Comentários sobre Habacuc (1QpHab);

22. Comentários sobre Isaías (4Q161-4Q164);

23. Comentários sobre Miquéias (1Q14);

24. Comentários sobre Naum (4Q169);

25. Comentários sobre Oséias (4Q166-4Q167);

26. Comentários sobre Salmos (4Q171/4Q173);

27. Consolações (4Q176);

28. Eras da Criação (4Q180);

29. Escritos do Pseudo-Daniel (4QpsDan/4Q246);

30. Exortação para Busca da Sabedoria (4Q185);

31. Gênese Apócrifo (1QapGen);

32. Hinos de Ação de Graças (1QH);

125
33. Horóscopos (4Q186/4QMessAr);

34. Lamentações (4Q179/4Q501);

35. Maldições de Satanás e seus Partidários (4Q286-4Q287/4Q280-

4Q282);

36. Melquisedec, o Príncipe Celeste (11QMelq);

37. O Triunfo da Retidão (1Q27);

38. Oração Litúrgica (1Q34/1Q34bis);

39. Orações Diárias (4Q503);

40. Orações para as Festividades (4Q507-4Q509);

41. Os Iníquos e os Santos (4Q181);

42. Os Últimos Dias (4Q174);

43. Palavras das Luzes Celestes (4Q504);

44. Palavras de Moisés (1Q22);

45. Pergaminho de Cobre (3Q15);

46. Pergaminho do Templo (11QT);

47. Prece de Nabonidus (4QprNab);

48. Preceito da Guerra (1QM/4QM);

49. Preceito de Damasco (CD);

126
50. Preceito do Messianismo (1QSa);

51. Regra da Comunidade (1QS);

52. Rito de Purificação (4Q512);

53. Salmos Apócrifos (11QPsa);

54. Samuel Apócrifo (4Q160);

55. Testamento de Amran (4QAm);

56. Rolo de Guerra (1QM e 4QM), relata de forma mágico-ritual, acerca de

uma batalha final, da qual participaram sobretudo os anjos;

57. O Mestre de Justiça fundador da Seita de Qumran (1QH 4,16);

58. O Mestre de Justiça autor da carta que ensina a justificação através das

obras (4Q MMT);

59. Convertidos no Deserto de Qumran (1QS 8, 12-14; 9, 19-20);

60. Regras da Seita de Qumran (1QS);

61. Comentário de Habacuque (1Qp1tab);

62. Hino em Honra ao rei Alexandre Janu. Estavam ligados aos movimentos

populares junto com os Macabeus anti-helenistas (4q 448);

63. Conceitos sobre o Templo ou Santuário no Deserto, mosteiro onde os

essênios se reuniam (1QS 8, 7-9);

127
64. Doze homens “Casa santa para Israel”, e três sacerdotes são círculo para

Arão (1QS 8, 1-6), aqui é o Evangelho dos Doze Santos o apócrifo comentado;

65. 15 homens Santos Fundadores da Comunidade dos Essênios (4QS

2513,7);

66. Mesma Missão de João Batista “a fim de ir ao deserto e lá preparar o

caminho do Senhor”, (1QS 8,11);

67. Preciosa Pedra Angular (1QS 8,13);

68. Reunir o povo de Israel em todos os lugares (1QS 8,10), essa ideia onde o

Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça;

69. Os Doze Santos “Os Doze Fundamentos”, novamente referência ao

apócrifo;

70. Regra Rolo do Templo dos Essênios, Mosteiro, regra de organização de

vivência no deserto (1QS 2,21-22);

71. Acampamento do povo no deserto (1QM);

72. Preparai o Caminho do Senhor, endireitai as suas veredas (1QS 8,13);

73. Hinos sobre a conversão do povo no deserto “Rodo de Guerra”, no

imaginário o batismo da multidão é uma alegoria que o “reino do Messias já

veio”. Batismos no deserto;

128
74. Batismos e banhos ritos batismais com caráter de iniciação religiosa:

“remediar de uma falta”, “purificação da carne”, “perdão de pecados”, mesma

mensagem de João Batista é só comparar (CD 1QS, 4Q 414 1QM; 1QS 3, 6-8);

75. Nos textos de Qumran, agora acessíveis, existem fragmentos com orações

ou com hinos que eram “rezados”, por ocasião do “banho batismal”, que se

diferenciava do de João Batista, que era uma única vez, esses eram rituais de

purificações diárias e constantes. Fala-se de “penitência”, de “Aliança”, e da

“santidade de Deus”, mencionada mulher judia (4Q 414);

76. Banhos de imersões para conversão a diferença é que esses batismos, na

Comunidade de Qumran, aconteciam quando alguém aderia a fé, e tornava a

receber essa purificação todos os dias, que era chamado de “batismos diários”,

chamados de “abluções”, que difere do batismo de João Batista que era feito

uma única vez, haja vista devido a ideia do “Reino de Deus ter chegado” e o

“Messias já ter chegado” o batismo do tempo do fim “Arrependei-vos porque o

tempo está próximo” (1QS; 1QS 4,21-22);

77. Um batismo do Espírito era já uma representação também do anúncio de

João Batista, “Sereis batizados com o Espírito Santo e com Fogo”, lembrando

que “fogo” aqui é “juízo”, “condenação”, nada haver com línguas de fogo,

129
associado com a descida, derramamento, aspersão do Espírito Santo (4Qs 4,21-

22), fim de uma era;

78. Ceia Apocalíptica da Escatologia, fundamento da Ceia dos apóstolos e da

Ceia de Juízo de Apocalipse 19 (1QS 6, 2-5; 1QS 2,17-21; 1Qs; 1Qsa; 1QS 5-6;

CD 3-9);

79. Exclusão de membro, (1QS 5-6);

80. O excluído passava pelo mesmo processo citado por Paulo, ou seja, Paulo

usou o pano de fundo da Escatologia judaica dos Essênios na composição de sua

carta de repúdio ao irmão em pecado, 1ª Coríntios 5:1-13 comparar com (1QS

2,4-18);

81. O excluído era amaldiçoado junto com o diabo ou belial (4Q 287);

82. Juízo estabelecido (4Q 477);

83. Texto semelhante das Bem-aventuranças, da fala clássica de Jesus no

Sermão da Montanha: aos pobres, humildes de espírito, humildes da graça

(1QM 14,7; 1QH 14,3; 1QH 5, 22), os povos do sacrilégio serão exterminados;

84. Os chamados, os escolhidos, os eleitos, (4Q 243), linha 34, cita um

antigo texto: “nesse tempo és chamados senão reunidos. O contexto apocalíptico

de perseguição romana um apocalipse histórico (Pseudo Daniel. CD 43-4). “E os

130
filhos de Zadoque são eleitos de Israel, os que são chamados pelo nome, e que

aparecerão no final dos dias;

85. Orações comunitárias dos Essênios semelhantes ao Livro de Atos dos

Apóstolos, até quem defenda que a Igreja Primitiva seriam, exatamente a

Comunidade de Qumran, (1QH); (1QH 10, 5-12);

86. Hinos com intenção Escatológica (1QH 11, 22-32);

87. Textos com visão mística do Trono de Deus, apontando sem dúvida

nenhuma para o Apocalipse de João, nos capítulos 4 a 6, (4Q 286), lembrando

que qualquer visão que se tenha de Deus sentando-se no Trono tanto no Antigo

Testamento; bem como no Novo Testamento o “Deus Pai sempre será

representado pela figura “corporal celeste de Melquisedeque”, junto a Cristo;

88. Acerca do batismo e da Transfiguração de Jesus, e sobre um Messias

místico da Linhagem de Levi (4Q 213 fragmento 1, coluna 2); o batismo em que

o céu se abriu para Jesus; o Messias dos Essênios ocorre o mesmo fenômeno

(4Q 536, coluna 1, linha 6);

89. Sobre O Messias, num dos textos de Qumran, pela primeira vez no

judaísmo, fala-se de uma figura soberana no fim dos tempos, que é chamada de

O “Filho de Deus”, e com base em Salmos 2:7; 2º Samuel 7:14, conforme

131
(4Q246), que traz os títulos: Filho de Deus, Filho do Altíssimo, Seu Reino será

um Reino Eterno, os seus caminhos acontecerão em justiça e todos farão a paz.

A espada “desaparecerá” de sobre a face da Terra;

90. Expectativa ampliada de ressurreição dos mortos, (4Q521 fragmentos

linha 1, coluna 2);

91. O Messias e o Espírito, O Messias sendo ungido com o Espírito Santo

(2Q 2873, 13; 4Q 521; 1Qsb5; 1Qsb 5, 25; 11Q Melch; CD 2, 12-13; 4Q 521;

92. Regra da Seita três figuras “messiânicas” são esperadas (1QS 9, 11): um

Messias descendente de Arão, e aqui tem algo interessante, que João Batista era

interpretado também com o Messias, ele nunca se juntou a Jesus. Lembrando

que essa figura é para os sacerdotes, e João Batista era filho de um Sumo

Sacerdote Zacarias, naquele período; a outra figura de um segundo Messias vem

nos textos da descendência de Israel, no para os leigos que seria da Tribo de

Davi, que não seriam sacerdotes, Jesus se intitula não sendo dessa tribo, mas sim

da tribo de Judá. São três figuras messiânicas, e cada um tem seu trabalho e

divisão de tarefas.

Bom lembrar que a terceira figura seria do Sacerdote Melquisedeque, que

aponta para o atual Governante do Mundo. O que se entende também é que

132
sendo uma figura de Melquisedeque Cristo não morreria, e aqui a um problema

sério, se ele é da Ordem de Melquisedeque “não morre”, “não é contado”, isso

será visto um pouco mais a frente, textos (D7, 18-21; 4Q 285);

93. Alguns textos de Qumran contêm indícios importantes para uma viva

esperança da chegada de um Messias dravídico no tempo intertestamentário (4Q

285, fragmento 7; 4Q, 252), o “Mestre da Justiça”, o “Rebento de Davi”;

94. Referências de um Messias Joanino, dando base para o Evangelho de

João da Bíblia Tradicional. Sobre o justo é dito aquilo que conforme o

Evangelho de João: “Assim ele (Deus), o glorificou, quando tu “santificastes”

para ele quando ele te formou um santo dos santos ... ele decidiu sobre a teu

destino e em muito multiplicou a tua glória, e te formou primogênito para ele

eternamente ... “Antes já havia dito: eternamente” ... “Ele te separou de todo

espírito corporal”, (já demonstra que o Cristo da Ordem de Melquisedeque não

morreu, e nem pode morrer!), “Ele te separou dentre as pessoas”, ... “Ele te deu

pleno poder” ... (4Q 4161, 4-5);

95. Adão e Cristo, os textos de Qumran não conhecem nenhuma acareação

tipológica desse tipo entre Adão e o Messias, mesmo assim eles realizam, a

nível de pensamento, um importante trabalho preparatório para a comparação

133
paulina. Pois repetidamente fala-se que Deus cederá “toda a glória de Adão”,

para aqueles que, no fim, serão salvos e purificados pelo Espírito Santo, ou que

ele anulará os pecados das pessoas, deixando-as herdar “toda a glória de Adão”,

concordando com os apócrifos, e com a própria Bíblia, que Adão já foi

restaurado e não existe mais pecado de Adão na humanidade, (1QS 4,20-23; 1

QH 17, 15; CD 3,20);

96. Criança da Luz, claro indício do nascimento do Messias, o Natal dos

Essênios, “filhos do seu agrado arbítrio” (1 QH 4,32-33, semelhante a 11, 9; 1

QS 8,6 “eleitos do seu agrado”;

97. Filhos da Luz já conhecida expressão no Evangelho de João da Bíblia

Tradicional, (1 QS e 1 QM);

98. Nova Aliança, no Texto Escrito de Damasco dos Essênios, (1 QS);

99. Espírito Santo sendo derramado ou um derramamento no “final dos

tempos”, (1 QS 4,21, fragmento 4Q 521, fragmento 1, coluna 2, linha 5; 1 QH 9,

32 “como dádiva sobre as pessoas”, “purifica as pessoas” 1 QH 16, 12

paralelismo com a “graça de receber esse Espírito”, como purificação

Escatológica, sendo “aspergido”, como um líquido sobre os servos de Deus 1

134
QS 4, 21; 1 QH 17, 26; o Messias sendo ungido por esse Espírito, 4 Q 287; 4 Q

416 9,2/10,1,6; CD);

100. Pecado e justificação, uma quantidade relativamente grande de textos

de Qumran oferece importantes perspectivas para a situação da pessoa

humana perante Deus. A diferença entre Deus e a pessoa humana deve ser

determinada da seguinte forma; “Junto a ti ó Deus do conhecimento, estão

todas as obras de justiça e o conselho da verdade” e. (1 QH 1,26s; 1 QH

7,32; 1 QH 9,14s; 1 QH 11,17s; 1 QH 4,27-30,35; 1 QH 13,13; 4 QH 17,26;

4 Q 416,11; 4 Q 397; 4 Q 458; 4 Q215,7s), todos esses textos Qumrâmicos,

falam de: Lei e Graça, esperança e justiça, misericórdia e expectativa,

julgamento e salvação, homem é carnal e pecador desde o ventre materno,

ideia do pecado original antes de Paulo e antes de Santo Agostinho, veio dos

Essênios, sobre Fé, fidelidade “o justo viverá por sua fé”;

101. Sobre o fim do mundo (1 Q pHab 7,7s; escrito de Damasco CD 4,4;

CD 6,11; 4 Q Florilegium comentário de Habacuque; 4 Q 385s; 1 Q 27

“Livro dos Segredos”; 4 Q 286; 1 QM 65,5; 4 Q 252 5,3, esses textos falam

da a Escatologia Essênica:

● Fim dos Tempos é chegado;

135
● Jerusalém Celestial;

● Esquema ou Sistema profético de anúncio e realização no final dos

tempos;

● Expressão repetidas vezes “naqueles dias”;

● Eleitos ressurgirão no final dos dias;

● Presença do Mestre da Justiça nesses dias finais;

● Esperança iminente do futuro;

● Alguém que retarda a manifestação do mal em 2ª Ts, no texto 1 Q 27

“Livro dos Segredos” ou pessoas que retardam os maravilhosos segredos. A

diferença é que em 2ª Ts o mal é retardado, enquanto em 1 Q 27 é retarda a

Vinda do Positivo;

● Nos textos de Qumran não há a expectativa de um fim iminente. Isso

está ligado com o fato de que não existe nenhuma indicação acerca da vinda

do Messias. Em geral, os textos de Qumran falam do reino de Deus de uma

forma bem diferente daquela apresentada por Jesus.

Isso implica que Jesus citou os textos apocalípticos de Qumran na

Sua mensagem, todavia dando um outro significado, não um “Reino que

ainda viria, mas um Reino no meio e dentro de vós”. Outro detalhe não

136
existe o sistema escatológico de sete de Dispensações nem nos Textos de

Qumran e nem na Mensagem de Jesus e seus discípulos e apóstolos, isso é

invenção de séculos posteriores, por volta do final dos séculos XVIII, XIX e

XX.

Exorcismos, Jesus cita esse texto como tem citado todos os outros textos

que fazem fundamento com sua mensagem, e Seu Ministério Terreno, Mc. 3:27,

“amarrar o valente”; (4Q 532), “e o forte será amarrado”. No contexto, trata-se

dos anjos guardiões que desceram do céu, trouxeram os demônios à Terra.

Já uma citação de outra citação de um apócrifo do Livro Etíope de

Enoque 14,5 versão de Judas 6 do Novo Testamento. Amarrar os “maus

espíritos”. Isso equivale dizer que quase 70% do que Jesus fala é conteúdo de

Qumran.

E ficou subentendido nas entrelinhas que o Livro que Jesus mais citou dos

apócrifos foi Enoque. Outro aspecto é que se ―o valente‖ foi amarrando‖; isso

indica algo da Escatologia de Jesus “O Reino de Deus está entre vós” (Mateus

12: 25-28).

A Escatologia de Jesus era semelhante a Escatologia dos Essênios, era

uma ―Escatologia chamada INAUGURADA‖. É um pouco diferente da

137
Escatologia PRETERISTA. A Escatologia Preterista usa o ―apocalipse de

João‖, para dizer que se cumpriu. Na Escatologia INAUGURADA, vai olhar

para as profecias ou se cumpriram 100 a.C., ou no período de Cristo, e um

pouco mais até 70 d.C., com a destruição do Templo.

Com a morte de Herodes no ano 4 a.C., irrompem diversas revoltas contra

Roma na Judéia e na Galiléia e uma delegação de judeus apelam aos romanos

para que a Judéia seja submetida ao controle da capital do próprio império.

O território foi dividido entre três filhos de Herodes: Arquelau 4 a.C., - 6

d.C., (Judeia, Samaria e Idumeu). Herodes Antipas 4 a.C., - 39 d.C., (Galiléia e

Péreia) e Filipe – 34 d.C., (Transjordânia Setentrional).

Os zelotes mostram-se insatisfeitos com seus governadores, e o imperador

Tibério o coloca a Judeia sob o comando de um romano, Pôncio Pilatos (26 -36

d.C.,). Ou seja, entre 4 a 6 d.C., ocorreu uma invasão no pátio externo do

Templo de Jerusalém.

O livro O Messias antes de Jesus, conta que Herodes, veio a morrer pouco

depois e seu filho Arquelau o sucedeu no trono.

Milhares de peregrinos haviam se reunido em Jerusalém para a festa do Pessach.

138
Os discípulos de Matatias e Judá instigaram o povo contra Arquelau. O

novo rei lança sua cavalaria contra as multidões, e três mil pessoas morreram.

Depois do feriado, Arquelau partiu para Roma e então a revolta explodiu com

força total.

Os rebeldes se insurgiram contra os partidários de Arquelau é contra os

soldados romanos. Em resposta, os soldados irromperam da torre e atacaram os

rebeldes; esses então subiram para o teto das câmaras do Templo e de lá

atiraram pedras e catapultaram projetos sobre os romanos.

Em resposta, os soldados romanos ateavam fogo às câmaras, que

imediatamente foram tomadas pelas chamas, então entrevam no pátio do

Templo e saquearam o seu tesouro.

Este é o compreendido pela apocalíptica judaica dos essênios, em sua

Escatologia INAUGURADA. Que é vista em Apocalipse capítulo 11: “Quanto

ao átrio externo do Templo, deixai-o de lado e não meças pois ele foi entregue

às Nações”.

De acordo com a Escatologia INAUGURADA, os corpos das ―duas

testemunhas‖. Seriam dois líderes messiânicos mortos pelos soldados romanos

– forma deixados nas ruas de Jerusalém. Sobre essas duas testemunhas

139
messiânicas temos nesse mesmo capítulo: “são duas Oliveiras” Apocalipse 11:4-

8.

No caso dessa interpretação da Escatologia REALIZADA, ela é presente

nos tempos do primeiro século. Enquanto à Escatologia Preterista, irá apontar

esse mesmo texto como cumprido em 70 d.C., e ainda vai ter que defender uma

data bem mais anterior para o Livro de Apocalipse, em que a tradição cristã data

o mesmo entre 90 a 100 d.C.

E teria seu cumprimento nos eventos posteriores, na interpretação

futurista, e dependeria ainda de entender que esse pátio dos gentios seria a

construção do Terceiro Templo em Jerusalém.

Enfim teria que fazer algumas manobras na história para que isso pudesse

se encaixar! Já na interpretação da Escatologia Preterista, o Livro do Apocalipse

teria sido escrito bem mais cedo entre os anos 66 e 68 d.C., pelo apóstolo João, e

essas duas testemunhas seriam pelos menos cabe aqui duas interpretações.

Uma possibilidade seria duas lideranças messiânicas entre 66 e 68 d.C.,

que foram vitimadas ou Enoque e Elias, “por não terem passado pela morte”,

mesmo que isso seja no sentido mal compreendido, ressuscitariam, e fariam seus

140
anúncios proféticos, seria o cumprimento do Apocalipse de Elias, 35:2 e 42: 1-2,

que diz:

Capítulo 35 - Ameaças contra o Anticristo: 2 "Sobre o Templo


derramaste o meu sangue; ele serviu de salvação para o povo." Mas eis
que Enoch e Elias ouvirão dizer que o Desavergonhado apareceu nos
lugares santos; e então eles descerão dos céus para lutar contra ele e
assim falarão: "Não tens nenhuma vergonha de insinuar-te junto aos
santos? Es para eles irredutivelmente um estranho. Tu te tornaste um
inimigo dos habitantes do céu, inimigo também dos habitantes da
terra. Foste inimigo dos Tronos; foste inimigo dos Anjos. Es o tempo
todo um estranho. Tu te precipitaste do céu como a estrela da manhã.
Tu te transformaste, mas a tua substância inimiga depunha contra ti.
Não tens nem um pouco de vergonha de aproximar-te de Deus, sendo
tu um demônio. Capítulo 42 - O fim do Anticristo: 1 Naquele dia,
será concedido aos justos aquilo que tanto suplicaram. Naquele dia, o
Senhor julgará os céus e a terra; julgará aqueles que nos céus e na
terra já se foram; julgará também os pastores do povo e os interrogará
sobre o rebanho. Este ser-lhe-á entregue sem exceções. 2 E então
descerão Enoch e Elias, desvestir-se-ão da carne do mundo e cobrir-
se-ão das vestes do espírito. E então eles perseguirão o Filho do
Pecado e o matarão, sem que ele possa abrir a boca.

Diferente do livro de IV Esdras, o qual de fato é uma obra prima da

literatura apocalíptica judaica, O APOCALIPSE DE ESDRAS é um produto do

pensamento cristão do segundo século. O Quarto Livro de Esdras ou Ezra

Apocalipse é um livro bíblico pseudoepígrafes atribuídas ao escriba judeu

Esdras e escrito no primeiro século. É do gênero apocalíptico.

141
Ele aparece em muitas edições da Bíblia em inglês e está incluído no

apêndice de muitas outras; aparecendo na Vulgata como 4 Esdras, em eslavo

antigo e russo como 3 Esdras, é comumente referido como 2 Esdras na tradição

de língua inglesa. Ele aparece entre os apócrifos de acordo com os Trinta e Nove

Artigos e é considerado como tal por muitas igrejas protestantes, em particular.

A parte do livro que se considera ser do hebraico original (ou aramaico)

(capítulos III a XIV da versão latina), pode ser dividida em sete revelações, as

chamadas "sete visões de Esdras". O contexto é o da humilhação do povo

escolhido de Deus e do triunfo de seus adversários; os protagonistas são Ezra e o

Arcanjo Uriel.

Na primeira visão, quando Esdras pergunta a Deus se Babilônia é melhor

do que Sião, Uriel responde com uma reflexão sobre a incapacidade dos homens

de entender os propósitos de Deus, a natureza transitória da situação presente e a

vinda da recompensa dos justos quando seu número está completo.

Esdras continua suas perguntas e pergunta as razões da desonra infligida

ao povo judeu. Uriel explica na segunda visão que o Dia do Juízo virá para todos

no tempo devido; todos serão julgados, primeiro pelo Filho do Homem e depois

por Deus, anunciando o fim dos tempos.

142
Na terceira visão, Uriel explica que a felicidade só é obtida depois de

muito trabalho e tormento. Esdras então se preocupa com a humanidade e

pergunta ao anjo porque tão poucas pessoas serão salvas. Uriel responde que

aqueles que serão salvos são como ouro e pedras preciosas que, embora em

pequeno número, são preciosas.

Deus, entretanto, não quer que os homens morram; ele derrama suas

bênçãos sobre todos e, "se ele não aliviasse o fardo dos pecados dos pecadores, a

humanidade não poderia viver." "

Duas questões doutrinárias emergem da terceira visão, precisamente no

capítulo que falta na versão latina (7: 35-36). Esdras pergunta o que acontece

após a morte, quando a alma de todos escapa do corpo, e se as almas estarão em

repouso aguardando o julgamento. Uriel responde com uma exposição do que

mais tarde constituirá uma crença dominante no Cristianismo: as almas dos

justos vão para Deus, e os ímpios “não entram no lar eterno, mas vagam e são

punidos, atormentados e aflitos. "

A outra questão muito controversa é a incapacidade de interceder pelos

mortos. A versão latina mantida na Bibliothèque nationale de France está

faltando uma página arrancada (7: 102-112), justamente aquela que trata dessa

143
questão. A resposta de Uriel (7: 105) é que “cada um responderá pela sua

própria justiça ou injustiça. "

A quarta visão é a de uma mulher que foi estéril por trinta anos e cujo

filho morreu no dia de seu casamento; a mulher sofredora desaparece e em seu

lugar surge uma grande cidade. Uriel explica a Esdras que a mulher é Sião e que

a morte de seu filho é a ruína de Jerusalém, mas que a glória da nova cidade

santa brilhará mais tarde.

A quinta visão é a da águia, que simboliza o Império Romano ou qualquer

outro império que oprime a terra e os justos. Uriel afirma que ele desaparecerá e

a terra será libertada de seus tormentos. A águia é identificada (12:11) com a

“quarta besta” do livro de Daniel.

A sexta visão é de um homem saindo do mar e voando com as nuvens;

muitos homens se reúnem para lutar contra ele, mas quando o atacam, "ele não

levantou a mão contra eles, nem a espada ou qualquer arma, mas de sua boca

saiu uma bola de fogo, de seus lábios um brilho e com sua língua quente brasas

como um redemoinho, e tudo se misturou, e foi como uma tempestade que caiu

sobre a multidão daqueles que o atacaram e os consumiram ”(ver Apocalipse 19:

11-21 ).

144
Na sétima visão, Esdras, enquanto ele está debaixo de uma árvore, ouve a

voz de Deus, que anuncia que ele será arrancado do mundo; Esdras pede que ele

envie o Espírito Santo sobre ele para que ele possa "escrever o que está

acontecendo no mundo e o que está escrito na Lei". A voz de Deus lhe diz que,

acompanhado por cinco escribas, ele ficará afastado por 40 dias, durante os

quais acenderá a "lâmpada da sabedoria" em seu coração até terminar o que deve

fazer.

Esdras bebe um copo e se enche de sabedoria; durante os 40 dias 94 livros

são escritos. “Então Ezra foi capturado e colocado ao lado daqueles que são

como ele. A sétima visão apresenta a divisão da História em dez partes retiradas

do Livro de Enoque (93,3-10, 91: 15-17), bem como uma concepção enfatizada

pelos Cabalistas: parte da revelação é acessível enquanto outra é obscurecido, de

modo que apenas alguns podem saber (14: 6,26).

O Apocalipse de Esdras é citado por vários autores cristãos antigos:

Clemente de Alexandria, Tertuliano e, em particular, Ambrósio de Milão; a

Epístola de Barnabé também se refere a isso. Embora de todas as Igrejas, apenas

a Igreja Etíope, a Igreja Copta e algumas Igrejas Orientais não excluam este

livro do cânon bíblico, a maioria promoveu sua disseminação incluindo-o como

145
um apêndice às edições da Bíblia. A liturgia católica inclui orações baseadas em

versos do capítulo II da versão latina.

Além disso, a Cabalística identifica "as dez partes do mundo" com as dez

Sephiroth, sendo a última o Malkuth ou reino messiânico. Os Cabalistas, e entre

eles Pic de la Mirandole em sua Apologia, também identificam a revelação

destinada a todos para a Lei (a Torá) e seu lado esotérico para a própria Cabala.

Dessa forma a Escatologia PRETERISTA, faz uso desse livro para

interpretar que as DUAS TESTEMUNHAS, seriam de fato Elias e

Enoque.

Fazendo uma diferença gritante com a Escatologia INAUGURADA

REALIZADA, dos Essênios, que aponta para um evento de invasão de soldados

romanos no Templo no período aproximadamente 4 a.C., isso mostra que a

Escatologia INAUGURADA REALIZADA, dos Essênios ainda pode ser mais

Preterista ainda do que a própria Escatologia Realizada, que olha os eventos

como já realizados.

Sendo que existe uma outra ala da Escatologia do Preterismo Completo

que entende essas duas testemunhas como: Mártires e profetas durante a história

de Israel e Igreja. FUTURISTA, esses dois profetas que surgirão no fim da

146
Grande Tribulação, até poderão ser Elias e Enoque, e as vezes interpreta Elias e

Moisés; contudo, só acontecerá no futuro quando o atual Israel, construir o

Terceiro Templo em Jerusalém.

Na interpretação IDEALISTA, essas duas Testemunhas do Apocalipse de

João seria o Testemunho de fé durante as duas alianças (A.T e N.T.).

É necessário fazer um contraponto de um texto Escatológico e apocalíptico dos

Essênios que podem elucidar qual teoria melhor se encaixa em algumas

passagens polêmicas da Bíblia em relação ao Messias.

O texto que me refiro seria ao 4 Q 246 Regra da Guerra da Quarta

Caverna, 1 Q Regra da Guerra (1QM + 1Q33); e ainda (1QM [+ 1Q33]), Coluna

I.

Que diz os filos de Levi, os filhos de Judá e os filhos de Judá e os filhos

de Benjamim; os exiliados do deserto, farão guerra contra eles os “filhos das

trevas”: Edom, Moabe e Amom.

Contra todas as suas tropas, quando os filhos da luz exiliados no deserto

dos povos voltam a acampar no deserto de Jerusalém. Então Kittim ou Quitim

de acordo com a profecia de Números 24:24, virá do Egito e vencerá os

inimigos, Kittim é o filho de Javan, avó de Jafé, bisavós de Noé.

147
Enzara seu pai Javan ou Javã foi identificado como ancestral dos gregos

ou dos jônios, enquanto Quitim e seus descendentes são identificados como os

precedores do povo cipriota. Gn. 1:4 “o filho” de Jafé descendência Indo

Europeia; Nm. 24:24 “que virão navios da costa de Quitim, e afligiram a Assur,

afligirão também a Eber”. Em Dn. 11:30 “que navios de Quitim contra o rei do

Norte. Juízo vem de Quitim.

O governo egípcio havia chamado a ajuda dos romanos, e Antíoco,

portanto, estava ameaçando de uma guerra com os romanos se ele não

abandonasse sua empresa contra o Egito, profecia Dn. 11: 7-45; 12; e

principalmente o texto de Malaquias, que diz:

Porque eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos,

e todos os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir

os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem

raiz nem ramo.

Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, e

cura trará nas suas asas; e saireis e saltareis como bezerros da estrebaria. E

pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés,

148
naquele dia que estou preparando, diz o Senhor dos Exércitos. (Malaquias 4:1-

3).

Esse texto de Malaquias 4:1-3, pode ser aplicado nas diferentes

“escatologias”, que ora foram apresentados nessa apostila. Mas quem é o

Messias que vem como “Sol da Justiça”? Se não lembra o que é o “Sol da

Justiça”, como podemos entender a profecia de Quitim? Vejamos nas figuras

dos Sois Alados:

Figura 01: Sol Alado básico do Egito

Figura 02: Sol Alado Escaravelho do Egito

149
Figura 03: Sol Alado Escaravelho do Egito, OLHO DE HÓRUS

Figura 04: Sol Alado POMBA EGIPCIA, SIMBOLO DE PODER E DE


FERTILIDADE

150
Figura 05: Sol da Justiça POMBA EGIPCIA, COM OLHO DE HÓRUS

Figura 06: Sol da Justiça POMBA EGIPCIA, UNÇÃO MESSIÂNICA NO


BATISMO

151
Figura 07: Sol da Justiça Etiqueta do deus egípcio Hórus como o falcão real
por Smaragdas

Figura 08: cruz egípcia ansata

Figura 09: Sol da Justiça Figura do Batismo de Jesus - Disco Solar Alado

152
O disco solar é um símbolo usado em muitas culturas e representa o deus

Behdety, deus do Sol do meio-dia. Era usado para ser usado em templos,

amuletos e para fornecer proteção aos egípcios que o usavam. Texto Bíblico: E,

sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o

Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz

dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. (Mateus

3:16,17). Não era uma pomba “como” o símbolo com todo certeza que foi visto

por João e por todos que estavam ali foi esse.

Então teremos agora OS QUATRO POSSÍVEIS MESSIAS DESSA

PROFECIA, na visão: Tradicional de Malaquias 4:1-3, seria Jesus de Nazaré

pelos seguintes, argumentos. No apócrifo Evangelho de Nicodemos (Atos de

Pilatos) Descida de Cristo ao Inferno (Versão Grega e Latina)

Capítulo 9: 5-6: Então Pilatos mandou que fosse corrido o véu do tribunal

onde estava sentado e disse a Jesus: "Teu povo desmentiu-te como rei. Por isso

decretei que em primeiro lugar sejas flagelado, de acordo com o antigo 10

153
costume dos reis piedosos, e que depois sejas dependurado na cruz no horto

onde foste aprisionado. E Dimas e Gestas, ambos malfeitores, serão

crucificados juntamente contigo".

Dimas e Gestas dois malfeitores, a história dos apócrifos do encontro de

Dimas e Gestas com a família de Jesus na fuga para o Egito. Estes dois

malfeitores, Dimas e Gestas eram ladrões perigosos e atuavam nos desertos de

passagem para o Egito. Neste deserto do Neguev teriam encontrado Maria, José

e Jesus fugindo da perseguição do rei Herodes a caminho do Egito.

Na abordagem dos dois ladrões Dimas os protegeu, pois havia um

costume de nunca roubar, nem matar, crianças, velhos e mulheres. Assim,

Dimas teria dado abrigo a Jesus e seus pais, José e Maria.

Na cruz ao lado de Jesus recebeu a recompensa do perdão de suas faltas.

Esse cenário do contexto do Egito identifica o primeiro Messias, na visão

ortodoxa, Jesus é o Sol da Justiça Egípcio, ele veio dessa situação de proteção

dos bandidos do Egito, então por isso “Sol da Justiça” e confirmado com o

símbolo no batismo.

154
O segundo “Messias” seria Barrabás. O movimento messiânico por volta

de 30 d.C., e depois. Somente por ocasião da 1ª Guerra Judaica (66-70 d.C.),

surgiram outros pretendentes ao reino dos judeus. Neste período, temos

pequenas revoltas, tal qual a de Barrabás, e se encorpa o zelotismo que, como já

se disse, não é um partido formal, mas um movimento que vai se manifestando

em dados momentos, e desembocará na 1ª Guerra Judaica. Sua origem está no

“zelo” pela lei, manifestado por Judas e Sadoc, por ocasião do senso no ano d.C.

Texto Grego do Novo Testamento:

15 Καηά δέ εορηήν είώθει‫ ׳‬ό ήβεμών em cada [2] Ε [!] festa costumava ο

governador άπολύειν ένα ηθ ότλφ δέζμιον όν ήθελον. soltar um [3] para a[!]

multidão [2] prisioneiro o que queriam. 16 ειτον δέ ηόηε δέζμιον έπίζημον

λεβόμενον 18 tinham [2] Ε [1] então prisioneiro famoso chamado [Ίηζούνΐ

Βαραααάν. 17 ζσνηβμένφν‫ ״׳‬οΰν ασηών. [Jesus] Barrabás. estando reunidos

[2] Portanto [1] eles, εΐπεν 18 αύτοΐς ό Πιλάηος, Τίνα θέλεηε άπολύζφ disse a

eles Pilatos: A quem quereis (eu) solte ύμΐν, Ι’Ιηζούν ηόν| Βαραααάν ή Ίηζούν

ηόν para vós, [Jesus ο] Barrabás ou Jesus o λεβόμενον» Χριζηόν; 18 ήδει»

155
βάρ όηι διά θθόνον chamado Cristo? Sabia [2] Pois [!] que por inveja

παρέδφκαν2‫ ׳‬ασηόν.

É isso mesmo Barrabás é Jeshua Bar'Rabás, nascido na primavera do ano

7 a.C., ele é um Messias que queria libertar o seu povo do domínio de Roma. Ele

estava entre os bandidos que receberam Jesus no Egito, quando fugia de

Herodes, e contratou dois bandidos do Egito que está no apócrifo de Nicodemos

Dimas e Gestas, seria esse o Messias que viria do Egito o ―Sol da Justiça‖.

Para libertar o povo de Israel, haja vista que o profeta que escreveu o

Livro de Malaquias nada sabia de Jesus de Nazaré e Barrabás nesse tempo Jesus

Barrabás já era tido como um Messias Libertador.

Essa ideia não é usada pela Escatologia Preterista Completo, e sim por um

tipo de Escatologia do período Interbíblico pelos movimentos populares

messiânicos, aqui não se encontra a interpretação escatológica apocalíptica dos

Essênios, mas das comunidades que moravam dentro e fora de Jerusalém,

Barrabás, ao ser libertado, teria tido para essas comunidades que o tinham como

“Messias”, ele teria vencido sua Morte”

Veja a confissão de Barrabás em sua biografia Eu, Barrabás:

156
Fui tratado com a costumeira hospitalidade do Krmel e os neófitos até
chegavam a me chamar de mestre. O estranho é que não me
chamavam de mestre Barrabás, e sim de mestre Jesus, o que ainda
soava muito estranho para mim. Mas eu já não reclamava dessas
confusões de tratamento. Jesus já era tão próximo a mim, estava tão
incorporado à minha vida, que eu tinha a impressão de que Barrabás já
não existia mais. Jesus existia em mim. Minha personalidade havia
cedido espaço total à dele. (MORAES, 2010, p.148).

E o terceiro Messias seria um líder messiânico cujo nome era CRESTUS, da

cidade de Alenxandria no Egito:

A interpretação da Bíblia e da mitologia comparada não resiste a uma

confrontação com a história. Flávio Josefo, Justo de Tiberíades, Filon de

Alexandria, Tácito, Suetônio e Plínio, o Jovem, teriam feito em seus escritos,

referências a Jesus Cristo.

Todavia, tais escritos após serem submetidos a exames grafotécnicos,

revelaram-se adulterados no todo ou em parte, para não se falar dos que foram

totalmente destruídos. Além disso, as referências feitas a Crestus, Cristo ou

Jesus, não são feitas exatamente a respeito do Cristo dos Cristãos.

Seria mesmo difícil estabelecer qual o Cristo seguido pelos cristãos, visto

que esse era um nome comum na Galiléia e Judéia. O judeu da diáspora

conseguiu o seu objetivo.

157
Com sua grande habilidade, em pouco tempo o cristianismo caiu no gosto

popular, penetrando na casa do escravo e de seu senhor, invadindo inclusive os

palácios imperiais. Crestus, o Messias dos essênios, pelo qual parece terem

optado os judeus para a criação do cristianismo, daria origem ao nome de Cristo,

cristão e cristianismo.

Os essênios haviam-se estabelecido numa instituição comunal, em que os

bens pessoais eram repartidos igualmente para todos e as necessidades de cada

um tornavam-se responsabilidade de todos. Prosper Alfaric, em L'Ecole de la

Raison, assinala as invencíveis dificuldades do cristianismo em conciliar a fé

com a razão. Por isso, a nova crença teve de apoderar-se das lendas e crenças

dos deuses solares, tais como Osíris, Mitra, Ísis, Átis e Hórus, quando da

elaboração de sua doutrina. Expôs, igualmente, que os documentos descobertos

em Coumrã, em 1947, eram o elo que faltava para patentear que Cristo é o

Crestus dos essênios, uma outra seita judia.

Em Coumrã, em 1947, como á vimos, foram encontrados documentos

com escrita em hebraico e não em grego, falando em Crestus não em Cristo. Ali,

Habacuc refere-se à perseguição sofrida por essa seita judia, assim como a morte

de Crestus, igualmente traído por Judas, um sacerdote dissidente.

158
A Igreja, ao ter conhecimento da existência de tais documentos, pretendeu

informar que Crestus era o Cristo de sua criação, contudo, verificou-se que eles

datavam de pelo menos um século antes do lançamento do romance do Gólgota.

Além disso, continham revelações contrárias aos interesses da Igreja. Eles

relatam as lutas de morte em que viviam as diversas seitas do judaísmo. A

Didaquê não pôde entrar nos Evangelhos, devendo silenciar completamente a

respeito da pretensa passagem de Jesus pela terra. De qualquer forma, a lenda

que existia em torno no nome de Crestus foi aproveitada na época porque, sendo

uma seita comunista, suas pregações iriam servir para atrair ao cristianismo a

atenção dos escravos, em luta contra os seus senhores, a eterna luta do pobre

contra o rico.

Escavações feitas em Jerusalém desenterraram velhos cemitérios, onde

foram encontradas muitas cruzes do século I e mesmo anteriores. Todavia,

apesar de já ser usada nessa época, só a partir do século IV é que a Igreja iria

oficializá-la como seu emblema.

Levantamentos arqueológicos posteriores provariam que a cruz já era um

piedoso emblema usado desde há milênios. Ganeval afirma que foram expulsos

de Roma os hebreus e os egípcios, por seguirem a mesma superstição.

159
Deduz-se então que não se referia aos cristãos, seguidores de Jesus Cristo.

Referia-se aos Essênios, seguidores de Crestus, vindos de Alexandria. A Igreja

não conseguiu pôr as mãos nos livros de Ganeval, o que contribuiu

ponderavelmente para lançar uma luz sobre a verdade. Por intermédio de seus

escritos, surgiu a possibilidade de provar-se a quais cristãos, exatamente, referia-

se Tácito (SAGESE, 2002, p.8,9,16,17,28,69)

Os Essênios tinham esse “Messias” na Região do Egito ele fazia um elo

entre o Oriente e o Ocidente. Enfim agora temos o último pretenso Messias,

seria Jesus de Nazaré, mas como o Último Faraó da descendência Egípcia, essa

teoria é fundamentada por vários historiadores que perceberam as evidências,

quando Jesus fugiu para o Egito, porque ele tinha familiares de sua linhagem

egípcia.

CONCLUSÃO

Fica uma pergunta final para questionamento em sala de aula, se tais

apócrifos não devem ter mesmos que ficarem na Bíblia, ou de fato deveriam ter

sido tirados, porque foram citados pela própria Bíblia, haja vista que outros

Livros Apócrifos também, como esses foram citados, pelas Escrituras

160
Canônicas, e nem por isso deixaram de ser também canônicos, mesmo que

sejam só suas citações? Livros Apócrifos citados pela Bíblia, mas nunca foram

achados, pelo menos por enquanto:

1. Livro da Aliança (Êxodo 24: 4,7);

2. Livro das Guerras (Números 21: 14);

3. Livro dos Justos (Josué 10: 13; 1º Samuel 10:25);

4. Livro dos Estatutos (1º Samuel 10:25);

5. Livro da História de Salomão (1º Reis 11:41);

6. Livro de Natã o Profeta (1ª Crônicas 29:29; 2ª Crônicas 9:29);

7. Livro de Gade (1ª Crônicas 29:29);

8. Livro Visões de Ido (2ª Crônicas 29:29);

9. Livro de Aías (2ª Crônicas 29:29);

10. Livro de Semaias (2ª Crônicas 12:15);

11. Livro de Jeú (2ª Crônicas 20:34);

12. Livro dos Videntes (2ª Crônicas 26:22);

13. Livro Profecia de Enoque (Judas 1:14).

161
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ESCATOLOGIA E TODAS AS INTERPRETAÇÕES DO APOCALIPSE!

164
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