Trabalho Fundament
Trabalho Fundament
Trabalho Fundament
1. Introdução ................................................................................................................................... 3
1.2. Metodologias............................................................................................................................ 3
2.3. A implementação do Sistema Nacional da Educação (SNE) num contexto de conflito (1981-
1992) ............................................................................................................................................... 6
2.7. Comparação da Lei n.o 4/83 e Lei n.o 6/96 do Sistema Nacional de Educação ..................... 12
2.8. Quadro comparativo entre as leis n.o 4/83 e lei n.o 6/92 ........................................................ 17
3. Conclusão.................................................................................................................................. 19
1. Introdução
O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Fundamentos de Pedagogia e tem como tema,
educação pós-colonial ou pós-independência, onde poderemos abordar da comparação entre a da
Lei n.o 4/83 e Lei n.o 6/96 do Sistema Nacional de Educação.
Portanto, o trabalho traz nos aqui aquilo que foram e são até hoje os passos da educação depois
de o nosso país tomar a independência e/ou depois da colonização portuguesa, ora, segundo a lei
nr. 6/92 sobre o ensino em Moçambique idade de ingresso passa a ser 6 e não 7 assim o número
de crianças necessariamente irá duplicar nos próximos anos, a situação será mais complexa com
o regresso das crianças em idade escolar em Moçambique.
Contudo, a política defendida pelo governo de abertura de ensino para todos enquanto por um
lado herdamos do sistema colonial, um sistema de educação e de carácter elitista sem infra-
estruturas escolares suficientes capazes de responder a demanda, concorre para a existência de
turmas numerosas sem necessariamente o acesso de todos ao ensino.
1.1. Objectivos
Geral
Específicos
1.2. Metodologias
Para a materialização do presente trabalho recorreu-se ao uso de algumas obras literárias cujas
suas citações constam ao desenrolar do mesmo e sua bibliografia final nas referencias
bibliográficas.
4
Segundo UACIQUETE (2010), no sector educacional, por meio do Governo de transição, muitas
acções foram levadas a cabo para discutir o sistema educacional, tais como:
Estes momentos foram considerados como momentos de esforço por parte da FRELIMO (Frente
de Libertação de Moçambique), nos quais o povo foi mobilizado para a construção das escolas e
onde a FRELIMO retirou todas as matérias de ensino que não estavam ligadas às ideologias da
Frente e introduziu outras matérias de ensino, destacando-se a história e a geografia de
Moçambique. Outras mudanças que foram vistas na área da educação foram às mudanças dos
mecanismos de gestão e administração de funcionamento das escolas, alterações dos currículos
escolares e uma participação activa da população na escola.
Muito embora, apesar de todos os esforços feitos para garantir uma boa educação que o país
necessitava tanto, o país se deparava com vários problemas no que refere à cobertura da rede
escolar, falta de materiais didácticos, péssima condição da educação e outros problemas que
afectavam o sector (CASTIANO, 2005).
Neste contexto, algumas ideias foram consideradas como prioridades de um momento recente
que necessita de uma árdua batalha para conquistá-las. Essas prioridades foram ilustradas da
seguinte maneira:
Criar uma sociedade nova e um „homem novo‟ com a capacidade e mentalidade livre;
5
Chegar a estas metas levaria Moçambique a se tornar um país moderno com uma sociedade
moderna.
De acordo com o Relatório publicado pela ÁfriMAP (2012), após a independência em Junho de
1975, na área da educação, o padrão que a FRELIMO adoptou se baseava no padrão utilizado
nas zonas libertadas na época da guerra da libertação. O referido padrão de ensino se coloca nos
seguintes parâmetros:
a) Escolas pré-primárias, que abarcam as crianças com menos ou igual a seis anos de idade.
Essas escolas são jardins infantis e creches;
b) A educação escolar, abrange o ensino geral, ensino técnico profissional e educação
superior. A educação escolar inclui as formas especiais de ensino, que são: educação
especial, educação vocacional, alfabetização e formação de professores.
Os dois níveis da educação compõem o ensino geral, englobando o ensino geral e o ensino
secundário.
O ensino primário corresponde a sete anos de escolaridade com subdivisão em duas partes, EP1
(Primeiro nível de ensino primário) da 1ª a 5ª classe e EP2 (Segundo nível do ensino primário)
da 6ª a 7ª classe.
O ensino secundário corresponde a cinco anos de escolaridade com subdivisão em dois períodos,
o primeiro período, ESG1, da 8ª a 10ª classe e o segundo, ESG2, que vai da 11ª a 12ª classe. Por
outro lado, o ensino técnico profissional correspondente ao EP2, ESG1 e ESG2 do ensino geral,
relacionado ao nível elementar básico e médio.
do Estado, cada área funcionava quase sem depender das demais áreas, embora dando
seguimento à política básica da FRELIMO.
De acordo com BOLACHA (2013), o governo tinha conhecimento de que era importante fazer
um planeamento para o desenvolvimento das suas próprias políticas da governação, donde, em
1977, foi instalada a Comissão Nacional de Planeamento (CNP) que coordenaria os trabalhos dos
diferentes ministérios.
A área da educação teria uma estrutura de cinco subsistemas de acordo com as normas do
Sistema Nacional da Educação, que são:
Educação geral;
8
Educação de adultos;
Educação técnico-profissional;
Formação de professores;
Educação superior.
Segundo GOLIAS (1993), existiam quatro níveis, que são: Primário; Secundário; Médio e
Superior.
O subsistema da educação geral foi estruturado em Ensino Primário (EP) que tem duração de
sete classes, ou com a duração mínima de sete anos, cinco anos para 1º grau (EP1) e dois anos
para 2º grau (EP2), e Ensino Secundário Geral (ESG) com a duração de cinco anos e com
subdivisão de dois períodos, o primeiro período que vai da 8ª à 10ª classe (ESG1), o segundo
período que vai da 11ª à 12ª classe (ESG2) (MACHAVA, 2015).
O SNE proibia a discriminação e exigia a garantia de acesso à formação sem considerar a cor da
pele, sexo, religião ou raça, exigia também a existência da igualdade de oportunidade para toda a
população de Moçambique. O Sistema Nacional de Educação procurava estabelecer uma nova
fase da educação no país, possibilitando a diminuição do analfabetismo e dando ao povo o acesso
ao conhecimento científico, para possibilitar o seu desenvolvimento, mas como já foi dito, o
governo enfrentava várias dificuldades para estabelecer o seu programa na área da educação, no
que diz respeito à democratização do ensino e suas estruturas, como por exemplo, aconteceu nos
primeiros momentos da independência em que o governo tinha objectivos ambiciosos, mas por
outro lado existiam muitas dificuldades de carácter financeiro, as escolas em si e a
disponibilidade de professores de qualidade.
Foi publicada pelo governo a sua Política de Educação em 1995, que estabelecia os objectivos da
área da educação, suas prioridades, a sua organização e seu modo de funcionar. Em seguida o
governo estabeleceu um plano estratégico para a área da educação focado na prioridade,
constituindo então a Política Nacional da Educação (PNE).
da desistência baixou e o número das meninas aumentou nas escolas e foi reorganizado o
sistema de alfabetização e educação de adultos.
De acordo com MACHAVA (2015), o Programa Quinquenal estabeleceu ainda que para o
desenvolvimento da área da educação o governo procurará:
Segundo MACHAVA (2015), entre muitas razões, que levaram à baixa qualidade do ensino em
Moçambique, além das dificuldades existentes na educação, o que é assinalado pelos altos níveis
de pobreza e de desnutrição das crianças, alguns problemas relacionados à educação foram
destacados, tais como:
Para finalizar, os custos da educação directa ou indirectamente fazem surgir os efeitos no acesso
e fixação das crianças nas escolas, na maioria das vezes, são os familiares que custeiam a fixação
das crianças nas escolas, os custos directos correspondem às propinas pagas para o ensino
secundário, gastos nas compras de materiais escolares e indirectamente estes custos incluem
refeições, uniformes escolares, entre outros.
2.7. Comparação da Lei n.o 4/83 e Lei n.o 6/96 do Sistema Nacional de Educação
A lei do SNE é o instrumento jurídico onde se estabelecem os fundamentos, princípios e
objectivos da educação.
O Sistema Nacional de Educação garante o acesso dos operários, dos camponeses e dos seus
filhos a todos os níveis de ensino, e permite a apropriação da ciência, da técnica e da cultura
pelas classes trabalhadoras. Neste contexto, o SNE responde fundamentalmente aos seguintes
grandes objectivos:
A erradicação do analfabetismo;
A introdução da escolaridade obrigatória;
A formação de quadros para as necessidades do desenvolvimento económico e social e da
investigação científica, tecnológica e cultural.
O SNE composto por vários subsistemas e níveis de ensino, esta unidade constitui uma estrutura
orgânica, objectivos, conteúdos e metodologias de educação e formação.
Garante a articulação horizontal e vertical de todos os níveis de ensino dentro de cada subsistema
e entre estes, de forma a ser sempre possível a passagem ao grau ou nível imediato e completa a
articulação interna com a integração e vinculação com os sectores laborais de modo a impedir
vias de formação sem continuidade.
Princípios Pedagógicos
Ligação do estudo ao trabalho produtivo socialmente útil como forma de identificação com as
classes trabalhadoras, aplicação de conhecimentos científicos à produção e de participação no
esforço do desenvolvimento económico e social do País.
O SNE tem como objectivo principal, a formação do Homem Novo, livre do obscuro da
superstição, e da mentalidade colonial, um Homem que assume os valores como a unidade
nacional, o amor à pátria, o gosto pelo estudo, o espírito de iniciativa e criatividade, o gosto pelo
trabalho e pela vida colectiva, e dentre os demais valores societais;
Formar cidadãos com sólida preparação política, ideológica, científica, técnica, cultural e física e
uma elevada educação patriótica e cívica, bem como a erradicação do analfabetismo de modo a
proporcionar a todo povo o acesso ao conhecimento científico e o desenvolvimento pleno das
suas capacidades;
Primário;
Secundário;
Médio;
Superior.
A presente lei foi aprovada pela Assembleia da República, presidida por Marcelino dos Santos
que começou a causar efeitos à 6 de Maio de 1992. Na altura, o País era dirigido pelo antigo
Presidente da República Joaquim Alberto Chissano. Possui na sua estrutura 8 capítulos, 40
artigos que por sua vez, possuem números e alíneas.
O Sistema Nacional de Educação estrutura-se em: Ensino Pré-escolar; Ensino Escolar e Ensino
Extra-escolar.
O Ensino Escolar compreende aos seguintes subsistemas de ensino: Ensino Geral; Ensino
Técnico-profissional e Ensino Superior.
2.8. Quadro comparativo entre as leis n.o 4/83 e lei n.o 6/92
Aspectos convergentes Aspectos divergentes
Lei n.o 4/83 Lei no 6/92
Princípios Ligação do estudo ao trabalho produtivo Há uma unidade dialéctica entre A educação é multipartidária,
Pedagógicos socialmente útil como forma de a educação científica e isto é, a educação não depende
identificação com as classes educação ideológica, os de nenhum poder político e nem
trabalhadoras; conteúdos e programas de de qualquer crença religiosa.
Ligação estreita entre a escola e ensino reflectiam-se na
comunidade; orientação política do partido
Ligação entre a teoria e prática. Frelimo.
Objectivos Erradicar o analfabetismo de modo a Formar o professor como Formar o professor como
proporcionar a todo o povo o acesso ao educador e profissional educador e profissional
conhecimento científico e o consciente com profunda consciente com profunda
desenvolvimento pleno das suas preparação política e preparação científica e
capacidades. ideológica. pedagógica.
Assegurar a todos os moçambicanos o
acesso à formação profissional.
18
Escolaridade Os pais, a família, as instituições A frequência e conclusão das Neste aspecto, a educação é
obrigatória económicas e sociais e os órgãos do sete primeiras classes do ensino tido como obrigatória, mas os
Poder Popular a nível local contribuem primário são obrigatórias. As encarregados não são
para o sucesso da escolaridade crianças moçambicanas devem determinados nenhuma
obrigatória, promovendo as inscrições ser obrigatoriamente penalização devido o atraso ou
das crianças em idade escolar, apoiando matriculadas na 1.a classe no não aderência ao ambiente
as nos estudos, evitando as desistências ano em que completem sete escolar.
antes de completar as sete classes do anos de idade. O conselho de
ensino primário. Ministros fixa os limites do
atraso escolar e determina as
penalizações a aplicar aos
encarregados.
Idade São estabelecidas e desenvolvidas As crianças moçambicanas As crianças moçambicanas que
Escolar actividades e medidas de apoio e devem ser obrigatoriamente completem seis anos de idade
complementos educativos visando matriculadas na 1a classe no ano serão matriculadas na 1a classe.
contribuir para a igualdade de em que completem sete anos de
oportunidades de acesso e sucesso idade.
escolar.
SNE O SNE garante o acesso dos operários, Antigo Sistema de Educação. Actual Sistema de Educação.
dos camponeses e seus filhos a todos os Chamava-se “Assembleia Chamava-se “Assembleia da
níveis de ensino. Popular” e o País era dirigido República” e o País era dirigido
por Samora Moisés Machel por Joaquim Alberto Chissano.
19
3. Conclusão
Terminada a pesquisa pode se concluir que a educação é um processo progressivo que vem desde
os tempos mais remotos e que esta a sofrer diversas transformações e aperfeiçoamentos de
acordo as características de cada época.
Contudo, a lei educação 6/92 alterou a lei 4/83, nela e afirmado que estado moçambicano apenas
se organizava e promove o ensino “como parte integrante da acção educativa nos termos
definidos da república, a constituição referida no que diz respeito a educação nesta constituição
sustentado que” Na República de Moçambique a educação constitui o direito e um dever o
cidadão.
Na lei educacional 6/92 ainda em vigor de se verificar que nela existe uma mudança de conceito
educação para ensino. Com base na nova lei 6/92educacional é mencionado que assegurar e
garantir o ensino básico a todos os cidadãos com base no introduzido da escolaridade obrigatória
progressiva de acordo com o desenvolvimento do país constitui um dos objectivos do SNE. O
condicionamento do acesso ao ensino básico ao desenvolvimento do país e a introdução a
escolaridade básica. Progressiva parece ser proposicional, uma vez que legalmente conforme as
duas constituições a oferta da educação ou ensino básico não consta como dever do estudo mais
do cidadão e da família o que na consta na lei 4/83.
20
4. Referências bibliográficas
CASTIANO, José. A longa marcha de uma educação para todos em Moçambique: impressa
universitária. 2005.
MACHAVA, Paulino Albino. Educação, cultura e gestão do currículo local um estudo de caso.
Lisboa, 2015.