O Comportamento Promíscuo Da Mulher em o Cortiço (Unit-Se)
O Comportamento Promíscuo Da Mulher em o Cortiço (Unit-Se)
O Comportamento Promíscuo Da Mulher em o Cortiço (Unit-Se)
EM “O CORTIÇO”
RESUMO
Este artigo teve como objetivo fazer uma leitura crítica do perfil da mulher e do seu
comportamento naturalista. A partir das leituras e pesquisas realizadas sobre o tema, verificou-se em
“O Cortiço”, Obra prima de Aluísio Azevedo, um romance extraordinário cheio de mulheres como
meio em que vivem. E para retratar fidedignamente esse comportamento foi feita uma entrevista com
algumas mulheres de Aracaju que vivem a mesma realidade das personagens analisadas.
PALAVRAS-CHAVE:
ABSTRACT
This is the article had had as objective to do a reading, criticizing about women and
their natural manner. From these readings and searches due about the article, we´ve seen in
“O Cortiço”, themselves special book from Azevedo Aluísio, a novel very extraordinary full
of women as main actors, who to show in the literature a new discurssion and a new manner
from fhis middle in that lives. And to show faithly this manner it was been an enterview with
some women from Aracaju that lives the same reality by analised people´s book.
KEY WORDS
escravagista. O autor não se propõe a solucionar nenhum problema dessa comunidade, mas
fazer uma análise profunda desses tipos e perceber que eles se manifestam como
Ele compõe seus livros com esmerado esforço, com devoção e paciência, devagar, a
partir da observação fiel dos acontecimentos, da interação entre as personagens, não faz por
Nesse cenário, merece forte destaque as personagens femininas que de certo modo
predominam todo o enredo do romance. Elas praticam tudo ao ar livre, em espaços comuns,
seja devido à própria natureza das mesmas ou porque as casas são minúsculas. Elas partilham
muita bebida, música, barulho, como também as brigas, as cenas de infidelidade conjugal,
além da reclamação dos vizinhos. No tocante a organização das famílias elas se unem por
refazem sem formalidades. As atitudes humanas das personagens são fortemente comparadas
às atitudes dos animais. As mulheres trazem em si, impregnadas naquilo que elas são, as
marcas, o cheiro incomum e o comportamento dos animais. Elas em nada podem ser
comparadas às mulheres de José de Alencar, que como exímio romântico quando se referia,
por exemplo, à Iracema, uma de suas personagens mais conhecidas, dizia que ela tinha os
cabelos mais negros que as penas da graúna e era mais rápida que uma ema selvagem.
Alencar invoca os animais para realçar a beleza e a candura da mulher, aquilo que ela tem de
mais nobre e admirável. Já Aluísio, nas suas excêntricas comparações, valoriza sobremaneira
os instintos naturais, e enfatiza a animalidade e a ferocidade da mulher, aquilo que ela tem de
mais degradante.
“Rita era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida que
esvoaçava há muito tempo em torno do corpo de Jerônimo, assanhando-lhe
os desejos, picando-lhe as artérias. Ela tinha o mágico segredo daqueles
movimentos de cobra amaldiçoada” (AZEVEDO, 1890 p 68).
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simples objeto e escrava ou simplesmente objetos sexuais, prontas a todo e qualquer momento
a satisfazer a gula e ao apetite dos seus homens. O autor enfatiza a maneira desumana como
elas vivem exatamente em função do meio e como são modificadas pelo mesmo. Dona Isabel
era uma pobre velha carcomida de desgostos. Fora casada com o dono de uma casa de
chapéus. Este faliu e suicidou-se, deixando-lhe uma filha doente e fraca. A velha era a
expressão do desconsolo e do sofrimento, visto que sua única filha embora tivesse um noivo,
não podia casar-se porque ainda não era mulher. Sua felicidade dependia daquele casamento.
mesmo tempo devota, em meio às impiedosas que ali viviam. Dona Isabel rezava todas as
noites pedindo a Deus que ajudasse sua filha a menstruar o quanto antes. Quando enfim a
graça foi concedida, a menina adentrou por um caminho desregrado. Ao perceber que a graça
fora concedida, a senhora piedosa expressando sua gratidão a Deus, beijou a barriga da nova
mulher, repetidas vezes, parecendo querer beijar também aquele sangue abençoado que era a
garantia do seu futuro. Mãe e filha receberam felicitações de todo o Cortiço. Todos
celebraram com muita alegria, danças e bebedeira. A partir desse dia a vida de Dona Isabel
transformou-se completamente. Ela agora anda a sorrir e a cantarolar. A filha de Dona Isabel
chamava-se Pombinha. Tratada como a flor do Cortiço, por ser de boa índole e repleta de
virtudes. Profundamente querida por toda aquela gente, ela escrevia as cartas, tirava as
contas, e lia o jornal todos os dias. Os mais velhos a respeitavam e constantemente davam-lhe
presentes, conferindo-lhe assim, privilégio e um certo luxo. A sua candura exercia atração
sobre todos. De forma especial a Leonie, uma antiga moradora do Cortiço, hoje prostituta
bem-sucedida. Ferozmente atraída pelos encantos da garota, ela procurava todos os meios
para ficar a sós. Tamanho era o seu desejo, libidinoso e imoral. Certa vez em sua casa, ela
aliciou-a violentamente. Depois de muita insistência, em meio aos gritos forçara a menina a
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ter relações sexuais. Pombinha relutou muito, repelia a prostituta com todas as suas forças,
mas devido ao atrito dos seus corpos nus, acabara se entregando aos desejos da carne,
O pai do naturalismo sem nenhum escrúpulo retrata nesse romance uma relação de
homoafetividade com asco e muita animalidade, a saber: um assunto nunca antes abordado
com liberdade na literatura brasileira. Ele chega a constranger o leitor e causar um estranho
consumado ficou o dia todo sem comer, sem costurar e sem ler. Na manhã seguinte ela sai de
para refletir no que verdadeiramente tinha acontecido, pois pesava sobre sua alma “virgem”
um arrependimento incisivo das torpezas cometidas. Entretanto sua carne parecia rejubilar-se
diante daquelas delícias que para ela só poderiam ser experimentadas depois do casamento.
alívio afroxou sua energia e distendeu os músculos, de sorte que vencida pelo entorpecimento
que a envolvia, deitou-se no chão com os braços e as pernas bem abertas. Ao levantar, estava
Esse fato é apontado como a grande epifania da vida de Pombinha. A menstruação tão
desejada proporcionou com força toda uma mudança no comportamento da personagem. Sua
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estranho poder sobre os homens. Estes embora aparentemente fortes, na verdade são frágeis e
sofrem muito quando perdem suas mulheres. A doce menina agora era uma mulher, dona de
uma poderosa ciência. No seu sorriso não havia mais candura, havia garras, esporas e muita
malícia. Estava desvanecida na sua superioridade sobre os homens e chegara à conclusão que
“Não o amaria porque certamente ele seria como os outros homens, e mais
tarde, com certeza derramaria as mesmas lágrimas ridículas que vira
escorrendo do rosto de Bruno quando, humilhado e solitário, lamentava pela
perda da sua amada” (AZEVEDO, 1890 p 78).
foi tão grande que depois de casada, no final do segundo ano não suportava mais o marido.
Sua falta de espírito, os gostos rasos e sua palermice de homem sem ideal irritavam-na
profundamente. Manteve-se fiel até quando pôde. Mas acabou caindo nos braços de um
devolveu à sua mãe. Pombinha volta a morar com Dona Isabel, depois de alguns dias foge pro
Rio de Janeiro pra morar num hotel com Leonie. A pomba corre ao encontro da serpente.
As duas prostitutas agora juntas para sempre, cúmplices em tudo, dominavam o alto e
o baixo Rio de Janeiro. Pombinha com muita facilidade tornou-se bem sucedida no ofício
sobretudo à Dona Piedade cuja filha - Senhorinha, sua protegida predileta - devotava uma
A história certamente iria se repetir, o Cortiço estava preparando uma nova prostituta e
esta pelo visto já tinha uma madrinha muito poderosa. A degradação do homem é fruto da
Piedade) não poderia jamais vencer as influências nefastas daquele meio tão vil. As
referências eram as piores possíveis, Pombinha era a sua melhor amiga estava sempre em sua
companhia.
Era quase impossível ter outro destino. A prostituição seria sem dúvida o seu futuro
óbvio. O caminho mais fácil para ser trilhado e o jeito diário de ganhar dinheiro.
influenciado por Eça de Queiros e Émile Zola cria o naturalismo no Brasil. Como nenhum
outro, impressiona com riqueza de detalhes a maneira como descreve as circunstâncias que
No mesmo espaço geográfico morava Dona Estela, uma senhora pretensiosa com ares
unicamente devido às convenções sociais. Dona Estela sentia profundo desprezo por Miranda
e pela filha (Zulmira) a quem amava menos do que lhe pedia o instinto materno.
A nobre senhora muitas vezes era surpreendida com a mão do seu odiado marido que
instintivamente a procurava na ânsia pela luxúria. Eles transavam como se estivessem no cio,
sem carinhos, sem beijos e sem nenhuma espécie de sentimento. A referida senhora era
descompensado pelo prazer. Ela era uma adúltera convicta, sem nenhum escrúpulo.
Jorge, seu esposo porque não agüentava mais a vida medíocre que levava. O adultério lhe
traria a possibilidade de mudança em todos os aspectos da sua vida. Tudo nela era um grito
por mudança, casara-se muito jovem. A personagem não adulterava só por prazer, ela não era
leviana como a despudorada Estela. Eça conduz a esposa de Jorge por um caminho de conflito
interior muito intenso, ela experimenta o dissabor e o peso da culpa por ter adulterado, e por
isso se submeteu a todas as exigências da empregada Juliana, que descobriu toda a história de
traição. Não desejava viver uma duplicidade leviana, mas construir uma nova história com
Basílio.
Estela traía Miranda compulsivamente, buscava o prazer pelo prazer, não viveu
nenhum conflito nem pensava em separação. Ia ao encontro do prazer como quem vai tomar
água. Ela odiava o marido e permanecia com ele porque o casamento lhe conferia posição
social no Cortiço.
sentiu remorso nem qualquer espécie de culpa como Luisa. Entretanto no romance, a adúltera
era ela. Da mesma forma que em “O Cortiço”, Miranda também traía a esposa, mas a adúltera
era Estela.
Eça de Queiros faz de Luisa a expressão perfeita da mulher que a todo e qualquer
custo deseja sair da miséria da rotina em que vivia. Já Estela não tinha a menor pretensão de
Aluísio povoa seu romance com os mais variados tipos humanos. Dedica um especial
enfoque à mulata Rita Baiana a quem a alegria e a sensualidade tomou por morada. Rita era a
viera com sua mulher, Piedade e a filha. O lusitano trouxera uma guitarra e toda noite tocava
aqueles fados melancólicos com saudades da sua terra. A música e o jeito frenético de dançar
da mulata começaram a chamar por sua atenção e aos poucos ele sentia que os cabelos
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Sua esposa, a senhora Piedade era imagem da mulher européia, fiel, uma portuguesa
sem cheiro e sem nenhum poder de sedução sobre os homens. O protótipo daquela que nasceu
para ser a dona de casa, submissa em quase tudo, a mulher de verdade. Enquanto Rita era a
mulata, a baiana que não dependia de homem algum, o protótipo da mulher amante que seduz,
encanta todos os homens. Com muita facilidade, e a princípio sem nenhuma intenção, a
O autor descreve Jerônimo como um sendo honesto, bem casado, fiel e trabalhador. O
tipo de homem que nasceu para casar-se, construir uma família e ser feliz. No entanto não
conseguira fugir dos dardos inflamados daquela mulata. E uma vez seduzido, seu
comportamento entra num processo de degradação total, seus hábitos de aldeão português
de mandioca à broa, e o caldo de unto pelo vatapá. Quanto mais ele adentrava nos usos e
costumes brasileiros, mais os seus sentidos se apuravam. Seus olhos dantes voltados para a
esperança de um dia retornar a sua terra, já não se revoltavam com a turbulência da luz alegre
Entretanto, Piedade permanecia inalterável, tão fiel às suas tradições quanto ao seu
marido. Estava consideravelmente mais triste e desolada porque o chefe da sua casa era um
homem que se lavava todos os dias e tinha a boca cheirando a fumo. Quando o procurava ele
a rejeitava. Os dias se passavam e ela permanecia ali, esquecida, como coisa e propriedade
dele.
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Jerônimo estava completamente apaixonado por Rita. Embora casado, estava decidido
a largar a sua esposa e ficar para sempre com a mulata. Misteriosamente enfeitiçado o homem
até então honesto e fiel abandona para sempre sua casa, sua esposa e sua filha. A Baiana
sentiu-se profundamente lisonjeada e com a mesma intensidade passou a ter por Firmo, seu
amante mulato, o mesmo sentimento que o português nutria por Piedade. Por isso, com
Rita apagara todas as réstias das recordações da pátria lusa. Secou ao calor dos seus lábios
abrasileirou-se para sempre, fez-se preguiçoso, amigo das extravagâncias e dos abusos. E
mais do que isso, perdeu a esperança de enriquecer e deu-se à felicidade de possuir a mulata e
Os dois amantes decidem sair do Cortiço e vão morar numa estalagem na Cidade
Nova. Antes de saíres, a portuguesa num surto de ira ataca a baiana igualando-se nos gritos,
palavrões e bufaradas. Aluísio enxerga nessa cena a rivalidade das raças e o desejo primitivo
de uma se sobrepor à outra. Na briga entre a sensual Rita Baiana e a desmazelada portuguesa
Piedade começou a afundar completamente num poço sem fim, num oceano de
pondo-se a beber todos os dias pra enganar a sua desgraça. Aquela mulher comedida e
equilibrada desleixava-se até com a filha que agora aos nove anos de idade brincava
mesma predileção com que amaram Pombinha. Esse fato mostra que aquela gente tinha uma
necessidade moral de eleger para o mimo da sua ternura um entezinho delicado e superior, a
quem eles privilegiavam respeitosamente, como súditos a uma princesa. Puseram-lhe o nome
Jerônimo aos poucos foi gastando todo o seu dinheiro. Rita era desperdiçada e gastava
compulsivamente sem se preocupar com o amanhã. Ele receoso de contrariá-la e quebrar seu
a perseguir e a atormentar a sua alma. A consciência era agora abrasada, à proporção que ia
acordando da cegueira em que mergulhara. O desgraçado compreendia o grande mal que a sua
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conduta fizera, mas só a idéia de separar-se da sua mulata punha-lhe o sangue a ferver. Assim
sendo, para fugir daquela angústia, ele bebia todos os dias, habituando-se também à embriaguez.
A bebedeira agora era uma constante na vida daquele desgraçado casal lusitano.
Piedade, não tendo como pagar as mensalidades atrasadas do colégio de Senhorinha e sem
poder contar com o ex-esposo, decidiu entregar-se ao vício que outrora repudiava. Pôs-se a
gargalhadas, levantava a saia, era a boba da roda do cortiço. Chegara ao extremo, vivia da
ajuda que Pombinha lhe dava. Já não causava dó, causava repugnância e nojo. Passava os dias
sem tomar banho, sempre ébria. Dessa embriaguez sombria e mórbida que não se dissipa
jamais. O seu quarto era o mais imundo de todo o cortiço. Os homens abusavam sexualmente,
muitos de uma vez, aproveitando-se da completa inconsciência daquela mulher. Fora expulsa
A degredada foi refugiar-se com a filha no Cabeça de Gato, o Cortiço dos cortiços,
cada dia mais avacalhado, mais torpe e mais abjeto. O viveiro das larvas sensuais em que
irmãos dormem com as irmãs na mesma lama e luxúria, o lugar dos vermes onde a vida brota
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mais do que elucidar o deterioramento moral das personagens, esse artigo procurou
fazer uma análise profunda das posturas e das atitudes dessas mulheres que foram
A maestria com que o faz revela que seu laboratório sempre esteve bem aparelhado, e
como um excelente e fiel observador, ele soube reproduzir tudo que via e ouvia daquelas
mulheres marginalizadas.
Partindo do pressuposto de que Aluísio Azevedo apresenta a vida como ela é, fizemos
uma entrevista com duas mulheres residentes na cidade de Aracaju que vivem realidades
discursos.
sucedida, profundamente parecida com Leonie e Rita Baiana. A segunda tem o codinome de
“Rosa”, uma mulher casada há vinte anos, que abandonada pelo marido, vive agora de prazer,
pelo prazer e para o prazer. Sua vida é um reflexo do que aconteceu com Piedade e seu
as suas palavras. Elas revelam exatamente o que foi apresentado nesse trabalho.
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ANEXOS
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PRIMEIRA ENTREVISTA:
Meu nome de guerra Juliana. Sou uma pessoa normal como outra qualquer, trabalho,
estudo, né... Trabalho de manhã e de tarde e à noite eu faço programa. Tenho duas filhas e
quero dar o melhor pra elas, como ganho pouco preciso fazer os extras. Por dia eu ganho o
Minha família é maravilhosa meus pais não sabem nem precisam saber só minha irmã
mais velha, moro num Ap com uma amiga da faculdade. Uma vez por mês eu passo o fim de
semana com os velhos. Ah! Eu adoro meus pais. Eles mandam uma grana para eu pagar a
faculdade, mas só dá pra isso. Eu preciso me manter. Daí quem arranja a grana sou eu
Agressão e sexo oral sem camisinha em hipótese nenhuma, não têm dinheiro que me
faça aceitar. Já me ofereceram muita grana pra eu fazer sexo oral sem camisinha, mas não
Já estou nessa profissão há sete anos e oito meses. E vou te falar uma coisa: Não tem
emprego melhor...já consegui quase tudo que eu queria, viajo todos os finais de semana,
Prazer e grana. O que eu ganho é muito pouco não dá pra nada. Eu pago faculdade,
aluguel, colégio das minhas filhas, plano de saúde minha e delas. Gosto de roupa de
MARCA, perfume CARO... Só com o que meu patrão me paga não daria pra PORRA
Sim... Claro... Vários clientes já se apaixonaram e fizeram de tudo pra eu sair dessa
vida, mas pra quê, pra depois de uma semana me fazer de empregada. Pra eu ficar na
cozinha, quero não meu amor, ta muito bom assim. Tenho um namorado e ele sabe que faço
programa, quando ele pede pra eu não ir, daí eu digo então cubra o dia... ou ele me dá ou eu
7. Você tem filha? Que conselho você daria se ela decidisse em seguir a mesma
Duas. Eu apoiaria. Claro, iria aconselhar sobre todos os riscos. Tentaria direcionar
para elas terem uma vida melhor, mas se elas insistissem, eu não iria impedir. Cada uma faz
8. Se uma homoafetiva lhe fizesse uma proposta de casamento, você mudaria sua
Na hora... eu já tive um caso com uma... foi uma maravilha... a bicha era um homem
todo... era bonita cheirosa e cheia da grana... mas muito possessiva... eu transava com ela
mas continuava com os meus clientes... sem ela saber...depois descobriu e foi horrível. Eu
Às vezes. Mas eu me imponho. Pouca gente com que eu convivo sabe. Ser prostituta é
uma boa, mas precisamos manter a discrição em todos os lugares. Eu sei DISFARÇAR. Eu
SEGUNDA ENTREVISTA:
Meu nome é Rosa, ROSA PALMEIRÃO. Eu fui casada há vinte anos. Meu marido foi
o meu primeiro namorado. Ele era tudo pra mim, eu respirava pra ele. Perdi minha
virgindade com ele, me apaixonei e casei. Quando nos mudamos de Penedo pra Itabaiana ele
começou a se envolver com uma nega e foi me deixando aos poucos, até me abandonar de
vez, aquele FI DO CABRUNCO. Entrei numa depressão quase que morro. A partir desse dia
comecei a ter outros homens, casados, jovens, a PESTE. Minha perspectiva é viver do jeito
que eu tô vivendo. Fazer como aquela musica de Zeca Pagodinho: Deixa a vida me levar...
Muito boa, graças a Deus. Meu pai já morreu minha mãe ainda ta viva. Tudo que ela
precisa, eu dou. Nunca faltou nada. Eu amo a minha mãe, meus filhos eu tenho quatro duas
mulheres e dois homens. Todos casados. Já sou até avó (risos) e continuo vivendo, continuo
na vida.
Agressão. Droga e chupar sem camisinha. Comigo não rola. Tem que ser carinhoso...
Sou uma cinquentona, mas ainda sou romântica gosto de ser tratada como princesa. Se for
Há quase dez anos, desde que o infeliz me deixou... Minha vida era viver pra ele...
Porque quis... Não quero mais me casar com homem nenhum... Essa vida é boa
demais meu filho. Tudo na vida passa... A gente tem que saber viver... tem risco, mas tem
Lógico meu bem... muitos já se apaixonaram por mim, eu sou boa em tudo que faço e
faço TUDO. Faço por prazer. Tem um galego do bairro América que acha que eu to com ele.
E eu to, só que com ele e com TODOS. (risos) ele tem duas filhas que são umas CABRUNCA.
É viúvo e apaixonado por mim... me da dinheiro, já me deu uma TV ... É UM BABACA, mas é
7. Você tem filha? Que conselho você daria se ela decidisse em seguir a mesma
Tenho duas casadas. Se quer seguir que se cuide... viva do jeito que quiser... ninguém
8. Se uma homoafetiva lhe fizesse uma proposta de casamento, você mudaria sua
agarrei com uma SAPATA, uma paraibana fia da peste, bonita a cabrunca viu... Mas eu gosto
Eu não SOU uma prostituta, sou uma MULHER que vive de PRAZER, eu não cobro,
não tenho clientes, tenho homens, eles me dão dinheiro porque gostam de mim, eu não tenho
um preço, dou por prazer. Não sou inferior a ninguém. Sou superior porque tenho os homens
Não... sê é BESTA... eu sou uma mulher que vive de PRAZER e pro PRAZER...
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REFERÊNCIAS
JUNIOR, Benjamim Abdala. Tempos da literatura brasileira. 2. ed. São Paulo: Ática,
1986.304p.
MEYER, Marlyse. Folhetim: uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. 472p.
QUEIRÓS, Eça. O primo Basílio. São Paulo: Martin Claret, 2005. 380p.