Punicoes para Descumprimento Lei
Punicoes para Descumprimento Lei
Punicoes para Descumprimento Lei
Existem dois tipos de punições para o não cumprimento das regras estabelecidas
na Lei de Responsabilidade Fiscal: as punições fiscais, que correspondem ao
impedimento do ente para o recebimento de transferências voluntárias, a
contratação de operações de crédito e a obtenção de garantias para a sua
contratação; e, as sanções penais, que envolvem o pagamento de multa com
recursos próprios (podendo chegar a 30% dos vencimentos anuais), a inabilitação
para o exercício da função pública por um período de até 5 anos, a perda do cargo
público e a cassação de mandato, e, finalmente a prisão.
Outro descumprimento da LRF que envolve sanção penal é aquela relacionada com
a trajetória da dívida, apresentada na proposta de Resolução encaminhada ao
Congresso Nacional, onde serão definidos os limites e os prazos para o atingimento
destes limites. De acordo com a proposta, após a publicação das novas resoluções,
o ente que estiver acima dos limites de endividamento definidos (2 da RCL para
Estados e 1,2 da RCL para os Municípios) terá quinze anos para atingir o respectivo
limite, sendo que o excesso deverá ser diminuído em uma proporção de 1/15 avos
a cada ano. Nos termos da Lei de Crimes, a não obediência a esta regra constitui
crime contra a lei orçamentária e levará à perda da função pública e à reclusão do
administrador.
Vale lembrar que compete ao Ministério da Fazenda divulgar, a cada mês, dos
entes públicos que estiverem acima dos limites de endividamento (artigo 31, § 4º).
Os crimes contra as finanças públicas não excluem o seu autor da reparação civil do
dano causado ao patrimônio público. Certamente que a punição criminal baseada
na Lei de Crimes levará ainda o transgressor a responder por outros crimes
associados. Considerando ainda que o Poder Legislativo, junto com os Tribunais de
Contas, são os órgãos competentes para a julgamento das contas da administração
pública, no que tange ao cumprimento da LRF, não há dúvidas de que cresce a
importância e o poder destes órgãos com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
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A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, trouxe para o Ministério da Fazenda
(inclusive Banco Central) novas atribuições para o efetivo controle das finanças
públicas à nível nacional. Estas novas atribuições estão definidas a partir dos
seguintes artigos da LRF:
1) artigo 31, § 4o: "O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a relação dos
entes que tenham ultrapassado os limites das dívidas consolidada e mobiliária".
Esta medida carece ainda da publicação de novas Resoluções do Senado Federal,
previstas no artigo 30 da LRF, que virão a substituir as atuais Resoluções nº 78 de
1º de julho de 1998 e Resolução nº 96.
3) artigo 50 § 2º: "A edição de normas gerais para consolidação das contas
públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União, enquanto não
implantado o conselho de que trata o art. 67".
4) artigo 51: "O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta de junho, a
consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação
relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio eletrônico de
acesso público".
5) artigo 61: "Os títulos da dívida pública, desde que devidamente escriturados em
sistema centralizado de liquidação e custódia, poderão ser oferecidos em caução
para garantia de empréstimos, ou em outras transações previstas em lei, pelo seu
valor econômico, conforme definido pelo Ministério da Fazenda".
Outra nova atividade que a Lei de Responsabilidade Fiscal traz para o Ministério da
Fazenda é a aplicação das chamadas punições fiscais àqueles entes públicos que
não estiverem cumprindo diversas normas da LRF. Estas punições fiscais
correspondem a interrupção de transferências voluntárias (e a sua contratação)
realizadas pelo Governo Federal, a não autorização para a contratação de
operações de crédito e a impossibilidade para a obtenção de garantias da União
para a contratação de operações de crédito externo.
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1) artigo 11º: não realizar a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os
impostos da sua competência;
5) artigo 40º: não ressarcir pagamento de dívida honrada pela União ou Estado;
não liquidar totalmente a dívida que tiver sido honrada pela União ou por Estado,
em decorrência de garantia prestada em operação de crédito;
9) artigo 70º: não se enquadrar no limite da despesa total com pessoal em até dois
exercícios, caso em 1999 estiver acima desse limite, eliminando o excesso,
gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% ao ano, mediante a adoção das
medidas previstas na lei
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Mas o que vem sendo feito neste sentido, de formas a tornar efetivas as regras
estabelecidas na LRF em relação aos maus governantes?
Fonte
NASCIMENTO, Edson Ronaldo. Punições para o descumprimento da Lei de
Responsabilidade Fiscal. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_30/artigos/Art_Edson.htm>.
Acesso em: 02 jan. 2008.