Juranisoaresdasilva
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SERVIÇO SOCIAL
JUIZ DE FORA
2015
JURANI SOARES DA SILVA
Juiz de Fora
2015
Dedico este trabalho à minha família, meu
maior tesouro.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente`à Deus,
À minha família, pelo apoio, carinho e dedicação durante todo o curso,
Aos professores, tutores e orientadores, pela paciência, carinho,
dedicação e motivação.
E a todos que de alguma forma contribuíram na minha caminhada.
Há quem morra chorando pelos pobres,
Eu morro denunciando a pobreza.
George Bernad Brown
SILVA, Jurani Soares da. POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE E ATUAÇÃO DO
ASSISTENTE SOCIAL2015. 45. Trabalho de Conclusão de Curso Serviço Social –
Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do
Paraná, Juiz de Fora, 2015.
RESUMO
RESUME
The purpose of this paper is to present the professional practice of the social worker
in the health sector as well as public policies are treated nowadays by analyzing the
existing laws regulating public health, such as through the National Health System.
Since the 1988 Federal Constitution guarantees citizens the guarantee of access to
health care services, which is public and quality, in particular, there is the Law No.
8080 of September 19, 1990, which provides for the conditions for promotion,
protection and recovery of health, the organization and functioning of health services
during the course of social work, it was understood that one of the fields of activity of
the social worker, it is precisely in the defense of promotion and attention to health,
as defined by the CFESS on the parameters for the Performance of Social Workers
in Health. Therefore, from this perspective, this qualitative research, proposes to
investigate by interviewing and analyzing literature, as is being done the job of social
worker in public policy and the challenges faced in this profession.
MS Ministério de Saúde
1. INTRODUÇÃO
2 POLÍTICAS PÚBLICAS
mais sutis às mais arbitrárias. Dessa maneira é importante ressaltar que caso uma
determinada política social seja um ganho para o capital, esse ganho é o fator de
sua legitimação.
As políticas sociais não podem ser tomadas como empecilho pelo
pensamento liberal, pois em certa medida os gastos públicos com os programas que
financiam alimentam o aumento dos negócios burgueses. A reclamação do mundo
burguês com tais programas visa o controle das verbas para a manutenção de
negócios mais rentáveis e com retorno mais rápido, o que, segundo Behring (2007),
se caracteriza por “super lucros”. A busca por diminuir gastos públicos com políticas
sociais está relacionada ao fato do retorno financeiro, pois o pensamento liberal
entende que os gastos públicos devem ter finalidade pública e na promoção do
estímulo à produção, e não políticas “clientelistas”. Sendo assim, deve-se considerar
a posição dos liberais visto que as verbas públicas não podem ser usadas por ações
coronelistas, todavia, também deve ser ressaltado que essas mesmas verbas
públicas não podem financiar os riscos do sistema capitalista em busca de lucros
divinizados e prejuízos socializados.
Nessa perspectiva, as políticas sociais, ainda segundo Behring
(2007,p.174), controlam o debate sobre as verbas públicas e seu destino nos
Estados capitalistas não funciona como busca permanente de melhoria das
condições de vida dos trabalhadores, o que só seria possível em estruturas políticas
nas quais o Estado não seja um aparelho de classe. Tendo em vista que, quando
pensamos em políticas sociais, logo associamos o impacto de políticas públicas, o
que não está incorreto, pois incorreto é o modo como são implantadas em países
subdesenvolvidos como o Brasil.
Conforme o entendimento de Faleiros (2007), segundo sua
classificação de políticas sociais, a materialização das mesmas pode ser tomada
através de medidas como: a) assistência, b) previdência social, c) prestação de
serviços, d) proteção jurídica, e) construções de equipamentos sociais entre outros,
destacando a política de assistência por ser considerada a mais clássica das
políticas sociais implementadas pelas autoridades públicas brasileiras, e levando em
consideração também que:
dada sociedade, como constitutivos da condição de cidadania, o que traz uma pauta
de direitos e deveres entre aqueles aos quais se atribui a condição de cidadãos e
seu Estado.
Vale lembrar que nesse cenário, onde a essência é o neoliberalismo,
se deu um grande crescimento do Terceiro Setor, o que levou a transferência para a
sociedade civil de deveres que eram delegados ao Estado para dar respostas às
seqüelas da questão social, com isso foram colocadas em cena várias práticas de
filantropia e benemerência. Além de práticas solidárias e a busca pelo enfrentamento
da desigualdade, a ação da sociedade civil também vem assumindo uma relevância
na proteção social do país, como afirma Vieira (2004, p.9) “Sem justiça e sem
direitos, a política social não passa de ação técnica, de medida burocrática, de
mobilização controlada ou de controle da política quando consegue traduzir-se
nisto”.
Pela via da política social e de seus benefícios, o Estado procura, no
entanto, manter a estabilidade diminuindo as desigualdades e garantindo direitos
sociais embora o país não alcance a institucionalidade de um Estado de Bem-Estar
Social, ou seja, o Estado brasileiro tentou administrar a questão social
desenvolvendo políticas nos diferentes setores da sociedade.
Nos países onde tal padrão de política social se desenvolveu, tanto
a pobreza absoluta quanto as desigualdades econômica e social sofreram
significativa redução, devido a implementação de políticas sociais com caráter
redistributivo, universais, intencionadas pelo estabelecimento de igualdade de
condições e não apenas pela igualdade de oportunidades, embora saibamos que
estas não foram e não são capazes de acabar com as desigualdades sociais, dada
sua incapacidade de agir na estrutura de produção e reprodução do capital. De
acordo com Behring e Boschetti (2007) as políticas sociais orientadas pela óptica de
materialização de direitos legalmente reconhecidos e legitimamente assegurados,
instituíram o princípio da desmercadorização dos programas, projetos e serviço, e
possibilitaram aos cidadãos se manter sem depender do mercado, contribuindo,
assim, para mudar a relação entre cidadania e classe social, ainda que as relações
econômicas e sociais não tenham sido estruturalmente transformadas no sentido de
extinguir a sociedade de classes.
No entanto, não é essa concepção que sustenta o projeto político
profissional do Serviço Social. Ainda de acordo com essas autoras, na Brasil ainda
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estamos longe desse Estado democrático de direitos e das políticas sociais a ele
correspondentes. Chegar a ele seria um grande conquista e os assistentes sociais
têm sido participantes dessa luta árdua, embora o projeto político profissional dessa
categoria não se contente com o modelo capitalista do Estado de direitos. O mesmo
projeto é qualificado por Netto como conjunto de
pensar e agir para empreender ações que além de possibilitar acesso a bens e
serviços resultem num processo educativo; resulte em um bem e não em um produto
a ser consumido. Uma ação consciente que necessita de uma capacidade de
projetar; capacidade que não está dada, mas é algo a ser construído e alcançado.
Nascido e articulado a um projeto de hegemonia burguesa, o Serviço
Social foi criado e legitimado pelo Estado capitalista. Funciona como uma importante
estratégia de controle social, a fim de influenciar o comportamento do proletariado,
tendo em vista manter a ordem vigente determinada, embora atue diretamente junto
à classe trabalhadora, atendendo a algumas de suas necessidades.
No Brasil, a profissionalização do Serviço Social ocorreu como um
resultado de uma progressiva ação do Estado na regulação da vida social, quando
este passa a administrar e gerir o conflito de classe.
A vinculação com o setor público veio afirmar a profissão, através da
expansão do controle e ação do Estado junto à sociedade civil. Entretanto
relacionava-se também com as organizações privadas de caráter empresarial, que
eram dedicadas às atividades produtivas e à prestação de serviços sociais à
população. Dessa maneira a profissão se consolida como parte integrante do
aparato estatal e de empresas privadas, e o profissional como um assalariado das
mesmas.
a Lei 8080/90, fica estabelecido que o SUS é regido por 13 princípios, entre eles:
universalidade de acesso em todos os níveis de assistência, equidade na
assistência à saúde, integralidade da assistência, participação da comunidade, e
outros; e por três diretrizes: descentralização (engloba a regionalização, a
municipalização e a hierarquização), participação popular e atendimento integral.
A partir de tais princípios e diretrizes, os serviços de saúde formam
uma rede regionalizada e hierarquizada, ou seja, os serviços são organizados em
ordem crescente de complexidade sendo a porta de entrada do sistema a Atenção
Primária, constituída pelos centros e postos de saúde; a Atenção Secundária (média
complexidade), formada pelas unidades de urgência e os institutos de
especialidades; a Atenção Terciária que, juntamente com a quaternária formam a
alta complexidade, constituída pelos hospitais conveniados responsáveis pelas
internações e cirurgias; a Atenção Quaternária que é formada pelos procedimentos
mais complexos, como transplantes. (SILVA, 2004, p. 62)
Ou seja, com esse novo conceito ampliado de saúde, diferentes
campos de atuação para os trabalhadores na área da saúde foram aparecendo,
tendo entre esses trabalhadores os assistentes sociais, que vão nesse contexto ser
reconhecidos como profissionais da área, de acordo com a resolução nº 218 de
1997, do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Dessa maneira, a relação entre saúde e doença, considerada além
da enfermidade, tem como base os determinantes sociais, econômicos, culturais,
políticos, e passa-se a entender como importante a interdisciplinaridade nas ações
de saúde, e com essa resolução reconhece-se como profissionais da área as
seguintes profissões de nível superior:
acesso de todo usuário aos serviços de saúde da instituição, assim como não se
submeter a operacionalização do seu trabalho aos rearranjos propostos pelo
governo que descaracterizem a proposta original do SUS; construção e efetivação
em conjunto com outros profissionais, espaços nas unidades de saúde que
garantam a participação popular nas decisões a serem tomadas; estar sempre com
disposição em busca da reciclagem, buscar assessoria técnica e sistematizar o
trabalho desenvolvido, bem como estar atento sobre a possibilidade de investigação
acerca de temáticas relacionadas à saúde.(BRAVO e MATOS,2007)
No Serviço Social é necessária uma formação ético-polítca, para
além da teórico-metodológico e técnico-operativa e uma capacitação continuada que
garanta profissionais críticos, que compreendam o sentido social da ação e a
significância da área de trabalho no conjunto da problemática social (NETTO,1996)
A intervenção do serviço social na saúde, segundo Costa (2000),
está prioritariamente concentrada nos seguintes campos de atividades: ações de
caráter emergencial, educação e informação em saúde, planejamento e assessoria e
mobilização da comunidade.
Segundo Sales e Fernandes (2007, p. 37) as atividades cujo caráter
é de natureza emergencial se expressam nas ações visando maior agilidade de
internações, exames, consultas, tratamentos, obtenção de transportes, alimento, etc;
situações que os mecanismos institucionais não absorvem em sua rotina. Ainda
segundo essas autoras, a educação e informação em saúde, compreendem as
atividades de orientação e abordagens individuais e coletivas ao usuário, família e à
comunidade, a fim de esclarecer informações, problematizá-las e buscar soluções
acerca de problemas relacionados à saúde. Afirmam ainda que o planejamento e
assessoria englobam as atividades voltadas para o processo de organização do
trabalho no SUS, principalmente no que se refere à assessoria ao planejamento
local das unidades de saúde, instrumentalização dos processos de avaliação e
controle das ações realizadas na unidade, treinamento, preparação e formação de
recursos humanos.
As atividades voltadas para mobilização da comunidade consistem
basicamente em ações educativas, voltadas para a sensibilização e politização.
A interpretação de normas e rotinas se baseia na transmissão de
informações qualificadas e nas normas de funcionamento de programas e unidades
prestadoras de serviço. Seu objetivo é a formação de atitudes e de comportamento
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAVO, Maria Inês S. Política de Saúde no Brasil. In Mota, Ana Elisabete [et al.]
(orgs.). Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional. São Paulo:
OPAS, OMS, Ministério da Saúde, 2007.
2007.