A Relação Entre Redes Sociais E Autoestima: Resumo
A Relação Entre Redes Sociais E Autoestima: Resumo
A Relação Entre Redes Sociais E Autoestima: Resumo
doi.org/10.51891/rease.v7i4.976
RESUMO: O presente trabalho aborda a relação entre as redes sociais e a formação da autoestima
do indivíduo, visto que é notável a presença e significância das mídias sociais no mundo atual. Tal
preocupação justifica-se pela quantidade de indivíduos que medem sua capacidade e/ou beleza física
a partir da opinião dos demais nas redes sociais, resultando assim, em problemas de autoestima, que
refere-se a um componente do autoconceito , que diz respeito aos afetos e emoções que acompanham
a descrição de nós mesmos. O artigo enquadra-se como uma pesquisa de campo em uma metodologia
qualitativa, visto que, como meio de verificar tal necessidade, realizou-se um questionário com 25
pessoas de 13 a 49 anos residentes na cidade de Dom Pedro- Maranhão no qual abordou-se a
preocupação supracitada, além de obter as opiniões dos mesmos sobre o tema, denotando ainda os
sentimentos destas em sua própria relação mídia social x autoestima. O estudo baseia-se ainda em
artigos e pesquisas de autores como Rogers, Vila Nova e Guilhard. A partir destas ferramentas pode-
se constatar que faz-se necessário um amplo processo de reflexão pessoal e auto aceitação dos
indivíduos, visto que grande parte da população busca desenfreadamente a aprovação dos demais
para avaliar a si próprio, além de viver constantemente em prol de chegar a um padrão de vida
estabelecido nas redes sociais que é inalcançável, resultando em desapontamentos e deficiências 417
interiorizadas.
ABSTRACT: The present work deals with the relationship between social networks and the
formation of self-esteem of the individual, since the presence and significance of social media in
today's world is remarkable. This concern is justified by the number of individuals who measure
their capacity and/or physical beauty from the opinion of others in social networks, thus resulting
in problems of self-esteem, which refers to a component of self-concept, which concerns the
affections and emotions that accompany the description of ourselves. The article fits as a field
research in a qualitative methodology, since, as a means to verify such need, a questionnaire was
carried out with 25 people from 13 to 49 years old living in the city of Dom Pedro- Maranhão, in
which the aforementioned concern was approached, besides obtaining their opinions on the subject,
also denoting their feelings in their own social media x self-esteem relationship. The study is also
based on articles and research by authors such as Rogers, Vila Nova and Guilhard. From these tools
it can be seen that a broad process of personal reflection and self-acceptance of individuals is
necessary, since a large part of the population unrestrainedly seeks the approval of others to evaluate
themselves, besides living constantly in favor of reaching a standard of living established in social
networks that is unreachable, resulting in disappointments and deficiencies internalized.
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INTRODUÇÃO
O presente artigo objetiva identificar de que forma o uso constante das redes sociais
afetam ou interferem na autoestima dos indivíduos, tendo em vista que devemos refletir
sobre a indústria cultural na busca pela beleza e o protagonismo da imagem nas redes sociais,
418
tendo como parâmetro de aceitação e julgamento positivo a obtenção dos likes e quando tais
expectativas não realizam-se ocorre uma frustração que abala a autoimagem do indivíduo.
Tal pesquisa justifica-se pelo fato de que as mídias sociais desempenham atualmente
um papel muito importante na forma como grande parte das pessoas se veem. Nossa imagem
corporal é parte central de nossa autoimagem, pois é também a partir dela que construímos
nosso senso de identidade. Ou seja: não se trata de uma questão de simples vaidade pessoal,
mas algo, de fato, real e muito importante.
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Pesquisas, notícias, memes, fotos, vídeos, compras, vendas e troca constante e intensa
de informações. Este é um resumo do dia a dia atual diante das redes sociais, nos quais tem-
se acesso a qualquer informação que se deseje. Com os aparelhos eletrônicos cada vez mais
modernos, o mundo todo encontra-se na palma da mão.
As mídias sociais têm mostrado seus pontos positivos e negativos. Atualmente são
utilizadas para uma diversidade de atividades, que sempre alcançam um número
significativo de pessoas por seu poder de disseminação. Como ponto positivo vale destacar
seu uso por pessoas que estão passando por situações difíceis para compartilhar seus
sofrimentos, dores, angústias, por exemplo, é cada vez mais comum que se veja pessoas que
estão com alguma enfermidade se utilizarem de blogs para expor o dia a dia da doença, os
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desafios, as superações, e receberem o apoio de outros que passam ou até mesmo convivem
com pessoas que passam pela mesma situação. Pode-se citar também a criação de diversos
empregos on-line, auxílio a pessoas menos favorecidas e a facilidade em comunicar-se com
pessoas que encontram-se fisicamente distantes.
No entanto, percebe-se também um outro lado das redes sociais que nem sempre
trazem aspectos positivos. Dentre estes, pode-se citar a grande exposição e busca por
aprovação das pessoas nas redes sociais. O desejo desenfreado por likes e comentários nas
postagens e a frustração causada quando não se alcança o objetivo desejado.
Denota-se ainda a ‘falsa felicidade’ esculpida nas redes sociais, nos quais as pessoas
mostram apenas o que querem que os demais vejam, como forma de alcançar uma fama
virtual. Pode-se notar que ao comparar-se constantemente a outras pessoas, corpos e estilos
de vida, especialmente e utilizar como referência postagens em redes sociais, adentra-se em
um caminho perigoso. Ao assumirmos como parâmetro o mundo da aparência, damos
420
combustível para uma baixa autoestima, fragilizando não apenas nossas relações
interpessoais, mas também a relação com o nosso próprio corpo.
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Dessa forma, as pessoas almejam a cada dia conseguir mais seguidores, visualizações,
curtidas e comentários em suas redes sociais. Assim, percebe-se o grau de importância que
muitas pessoas dão aos status virtuais, criando muitas vezes ficções apenas para tornar-se
‘interessante’ aos olhos dos demais.
Como consequência, denota-se a grande exposição diária nas redes sociais desde o
momento em que acorda até o anoitecer, envolvendo o que come, onde vai, o que faz, o que
veste, com quem anda, enfim, um verdadeiro diário aberto e acessível, muitas vezes
421
mascarado pela busca por fama e poder virtual.
O tempo excessivo na frente das telas o pressiona a expor cada detalhe de sua vida
também é um fato que chama atenção, visto que tem influenciado o comportamento da
grande maioria dos indivíduos que acessam as redes sociais.
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No artigo Hiperexposição pessoal nas redes sociais e seus reflexos no direito, obra de
Bruna Marangoni Brancaleone Costa e Irineu Francisco Barreto Junior, os autores dizem
que:
Os autores afirmam ainda que quanto mais ficamos conectados por meio das mídias
sociais e do uso das tecnologias e sensores da Internet das Coisas, mais ainda oferecemos
nossos dados pessoais, colocando em maiores riscos a nossa segurança, pois para termos 422
acesso a essas tecnologias, passamos nossos dados sensíveis. A hiperexposição está atrelada
ao uso compulsivo das mídias sociais, expondo a vida cotidiana, sem ter ideia dos riscos que
podem causar, muitos ainda, sequer se preocupam com a segurança da rede. Inicia-se o uso
por um habito de informar e acaba por um vício em se expor.
Relacionar redes sociais e autoestima atualmente, torna-se muito fácil, tendo em vista
que as pessoas avaliam a si próprias e aos demais a partir de suas exposições na internet. Ao
projetar o ideal de felicidade em um corpo e uma vida que não são reais, cria-se a armadilha
perfeita que pode dificultar nossa relação com o nosso próprio corpo e com a nossa vida.
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“Porque hoje em dia, cobram que você tenha um corpo ideal, beleza,
boas vestimentas, para que seja "aceito" na sociedade, e claro se você
acha que não está encaixado nesse padrão atual, consequentemente
vai acreditar que não está dentro dos padrões e isso afeta a auto estima
de muitos.” (J.C.S. 2020)
“Afetam o psicólogo das pessoas por isso que muitas sofrem com
depressão por tentar se encaixar no "padrão" que a sociedade impõe”
(M.N.S)
“Uma escala de 0 a 10, diria que 10. Pois as pessoas são afetada sim
pelas redes sociais, onde elas expressa sua felicidade e autoestima
através da mesma, mais fora delas como é a sua vida real? Será se é
realmente tudo isso que posta de felicidades como se ver nas mídias?
Difícil responder os pensamentos humanos.” (L.L)
Tais opiniões, abrem um leque imenso a respeito do assunto em questão. Denota-se que
em recorrentes falas, são citados os padrões criados pela indústria digital da beleza, afetando
negativamente aqueles que não adequam-se a este padrão.
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Faz-se também importante destacar o que foi citado como ‘felicidade momentânea e
aceitação pessoal’. Tais características, primordialmente internas e individuais acabam
sendo deslocadas a pessoas desconhecidas, que passam a validar se os conteúdos
apresentados são ou não importantes e/ou interessantes o suficiente para tornarem-se virais.
Quando isso acontece propositalmente, o indivíduo em questão sente esta ‘felicidade’ porém,
a mesma desfaz-se rapidamente visto que a cada segundo surgem novos assuntos, que
acabam por deixar tal indivíduo frustrado e em certos casos, obcecado pela busca desenfreada
de views, exposição e fama, tudo em busca de aceitação e formação de uma falsa imagem
que seja idolatrada pelos demais.
A partir das declarações obtidas, questionou-se sobre o porquê das pessoas buscarem uma
'auto aprovação' dos demais nas redes sociais, obtendo-se respostas como:
“Porque houve uma transposição da vida real para a virtual. Com seu
viés de aceitação social”. (D.J.)
“Porque as vezes as pessoas não se sentem bem consigo mesmo e isso 424
é uma forma de se ajudar”. (N.V.)
Porque são hipócritas! "A opinião da família é ruim, tanto faz, aos
dos que você nem conhece importa". Quanta alienação da sociedade
em meio as mídias sociais. (J.O.)
“Por que na vida real são muito julgados pelos que os cercam, e
geralmente elas procuram ver os que as pessoas de fora vão achar
delas”. (E.M)
“Por que não se sentem realizadas ou não sabem o que buscar na vida
real, para que se sintam realizadas no âmbito pessoal”. (A.M.)
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“Porque o papel das redes sociais a cada dia mais mostra um padrão
de vida e beleza a ser alcançado, tal como as revistas antigamente
faziam. O que também é uma jogada do capitalismo para aumentar a
produção e consumo de coisas que a gente não precisa”. (D.C.)
“Bom, pelo menos no meu caso, é por não saber como dialogar de
forma madura, (pois acho que me falta maturidade). As vezes a
timidez é um grande obstáculo”. (C.S.)
“Por que não se sentem realizadas ou não sabem o que buscar na vida
real, para que se sintam realizadas no âmbito pessoal”. (A.M.)
Destaca-se, a preocupação sobre o que os outros vão achar ou se os demais vão gostar,
como meio para realização pessoal e visibilidade como via para conseguir novos seguidores
que vejam-nos como inspiração para algo. No entanto tais fatores podem ser prejudiciais a
partir do momento em que os indivíduos tornam-se alienados no mundo virtual.
Atenta-se ainda aos fatores citados sobre a alienação tecnológica. Ao alienar as pessoas
da realidade, ocupar demasiadamente o tempo das mesmas, reduzindo o contato físico, o
diálogo direto, do olho no olho, ao trocar a realidade pela virtualidade essas pessoas acabam
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se isolando do mundo real, as vezes da própria família, colegas de trabalho e dos desafios
do dia-a-dia, dos problemas mais diretos.
Dentre as respostas encontradas, faz-se importante destacar ainda, as pessoas que são
tímidas pessoalmente e por isso utilizam a internet, pois sentem-se mais confiantes para
mostrar fotos, vídeos e opiniões por meio das telas digitais.
Assim, independente do fator que motive o indivíduo, sabe-se que todos sentem-se bem
ao receber comentários positivos e ‘validação’ daquilo que é postado em suas redes sociais.
Deve-se esclarecer que a preocupação levantada neste artigo não refere-se a sentir-se bem
diante as reações dos telespectadores, mas em utilizar tal aprovação como medidor da
felicidade individual. Em meio ao questionário realizado, a entrevistada F.S. (2020), relata 426
sua relação com as redes sociais da seguinte forma:
“Já foi uma relação bem tóxica porque eu sempre admirava os corpos
das outras pessoas e julgava o meu julgava meus traços físicos e sentia
a necessidade de ser igual aquelas pessoas, eu odiava o que via no
espelho, até que senti que isso estava realmente me afetando e parei
de seguir vários perfis e me afastando um pouco, todo dia é dia de
deixar esses perfis dessas redes de lado e reparar em si mesmo e se
amar e se aceitar, ainda é algo em construção porque os danos
causados não são fáceis de serem revertidos é realmente se reeducar.”
(F.S.,2020)
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A partir dos relatos acima, percebe-se o quanto as pessoas tornam-se vulneráveis diante
o que é exposto nas redes sociais. Diariamente, somos expostos a corpos perfeitos,
relacionamentos perfeitos, lugares encantadores, enfim, uma realidade que atinge poucas
pessoas e torna-se o ideal para muitas, que nem sempre conseguem alcançar tais conquistas
e a frustração por não alcançar tais expectativas relacionam-se diretamente à forma como o
indivíduo percebe a si mesmo, e consequentemente reflete em sua autoestima. Conforme foi
dito por F.S. faz-se necessário um grande processo de aceitação própria, fator este que é
construído dia após dia, de modo que a exposição do outro não afete a forma como a pessoa
427
se perceba.
“Minha vida não se basea nas redes sociais, não preciso mostrar minha
felicidade e quem eu sou para todos, e se isso me afeta? De jeito nenhum.
Busco quem eu sou, e não apresentar alguém que não sou.” (L.S)
“Como tudo na vida, a rede social tem seu lado positivo e negativo, se
você tiver um psicológico fraco, claro que vai se sentir afetado pelo padrão
que nos é imposto, mas se você sabe o quanto é capaz, você pode tudo”. (J.S)
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opinião das outras pessoas, mas no interior, na auto aceitação e no amor-próprio, utilizando
assim, as mídias sociais de modo coerente e para fins positivos.
3- METODOLOGIA
4- RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao iniciar as pesquisas sobre a relação existente entre a utilização das redes sociais e a
autoestima dos indivíduos, pode-se perceber assim, que a relação que estabelecemos com o
mundo externo desenvolve em nossa mente uma imagem de como acreditamos que ele seja.
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crença: exemplo disso acontece quando somos bombardeados com publicações positivas das
redes sociais, pois comparamos a nossa vida cheia de defeitos com a vida “perfeita” de um perfil
virtual.
No entanto, o que muitas pessoas não enxergam é que a grande maioria dos posts nas redes
sociais mostram somente o que o dono do perfil deseja: por um lado, mostra apenas eventos
positivos de sua vida e, por outro, distorce eventos negativos para que se pareçam com eventos
positivos.
44%
56%
Apesar da diversidade na faixa etária, observou-se que todas elas tem essa
preocupação com relação entre as redes pessoais, porém predominando na faixa etária de 13
a 20 anos, tendo em vista que, nesse período o adolescente está passando por um momento
de transformação e identificação própria e do seu grupo social. Destes, 12% afirmaram que
realizam postagens diariamente em suas redes sociais.
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FAIXA ETÁRIA
13 a 20 anos 21 a 30 anos 31 a 49 anos
16%
36%
48%
“9. Então, não sou bom com Palavras mais isso faria eu me sentir um 430
pouco mais amado, pois me sinto um tanto quanto solitário.” (C.S)
“4, os likes não influenciam muito o que penso a meu respeito, pois
nem sempre condizem com a real importância que as pessoas dão
umas as outras.” (A.M.)
Desse modo, denota-se que pessoas que já possuem problemas com autoestima,
utilizam-se das redes sociais para sentirem-se menos sozinhas e receber mais atenção dos
demais, como meio de sentir-se mais acolhido. No entanto, pessoas que possuem uma carga
emocional mais preparada, um amor próprio mais definido, não tendem a questionar-se
devido as reações dos demais nas mídias sociais.
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16% De 2 a 3 horas
24%
4 a 6 horas
36% 24%
7 a 10 horas
Normal, não posto pra ser visualizada mundialmente, posto pra transmitir 431
minha sensação de felicidade.(L.S.)
Quando as postagens não atingem os likes esperados, sinto como alguém que
não tem relevância alguma na vida dos outros!. (C.S.)
Hoje me sinto normal, isso já foi de grande importância mas hoje eu só posto
e deixo lá vou fazer qualquer outra coisa o importante é não fazer disso sua
'migalha de afago'.(J.S)
Assim, denota-se que instintamente, busca-se aprovação das outras pessoas, e mesmo
quando não há esta intenção direta, surge uma sensação de felicidade e prazer ao sentir uma
reação positiva dos demais, assim como surge uma certa tristeza e desapontamento quando
isto não acontece.
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A verdade é que as pessoas querem postar a todo custo que estão vivendo
bem, e que isso é uma forma de mostrar felicidade. Os outros tem de ver que
você está feliz, mesmo que não estejam. (J.O)
Na maioria das vezes, as pessoas passam uma imagem na rede social, mas
por trás é totalmente diferente. Parece ter uma vida feliz, na verdade na vida
real, está triste, deprimido. Ou seja, é tudo muito superficial. (S.S.) 432
Realmente é comum vermos na rede social, pessoas que estão a todo tempo
procurando exibir uma vida que quase sempre não a mantém, devido estarem
preocupadas com a aparência, e sobre o modo como quer que os outros o
vejam, e assim como na imagem, fora das câmeras e flash, se vêem sem
amigos e solitários.(J.S.)
Nem sempre o que você é nas redes sociais coincide com a realidade. Até
porque as redes sociais exigem uma pressão na forma de vida que deve ser
apresentada nela. (D.C.)
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Estas constatações reforçam a ideia do envolvimento direto das redes sociais nos
demais campos da vida pessoal, primordialmente no modo como o indivíduo se vê e como
espera que os outros o vejam, idealizando uma falsa realidade apenas para encaixar-se nos
padrões e manterem-se bem vistas pela sociedade virtual, deixando de lado o fator
fundamental que é perceber-se consigo próprio a partir de suas próprias experiências e
sensações.
Uma vez donos de nós mesmos, não importa, o que o mundo pensa ou o que
o mundo fala. Só importa a paz finalmente encontrada no melhor lugar
possível: em si mesmo!”. (VILA NOVA, 2018)
Em suma, a chave para viver bem neste mundo virtual, está na aceitação e amor
próprio, fatores estes, que infelizmente encontram-se escassos. Em alguns casos, faz-se
necessário buscar auxílio de um profissional que possa auxiliar o indivíduo a passar por este
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processo, esclarecendo que, o profissional em questão não irá fornecer as respostas prontas,
visto que cada ser é único e individual, porém irá auxiliá-lo a encontrar as respostas
necessárias dentro de si mesmo.
Ela surge como uma necessidade adquirida e desenvolve-se a margem das 434
experiências do self junto à satisfação e frustração da necessidade de estima. E, assim,
independente do que o outro gosta, o indivíduo pode vir a experimentar a perda ou a estima;
neste ponto, o marco referencial é o próprio indivíduo. A autoestima está em conexão com
a estrutura total e complexa do self, isto quando experimentada em ralação a experiências
do self (ROGERS, in MILLON, 1979).
Portanto, ao perceber que há problemas ligados a este fator, faz-se necessário que haja em
algum momento um STOP para uma reflexão sobre o que está acontecendo nesse momento
em relação a vida, observando o que não está legal, o que o indivíduo deveria ou gostaria de
fazer para alcançar seu objetivo. É preciso dedicar-se ao exercício de olhar para si mesmo
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com um olhar sincero, deixando de lado as artimanhas que comumente são usadas para fugir
deste encontro, tais como os mecanismos de subestimação ou superestimação. O ser humano
é aquilo em que acredita. Os atrativos físicos não são o único aspecto importante para a
sociedade. Outros valores, verdadeiros instrumentos de transformação do ser humano
precisam ser mais desenvolvidos e praticados, para que o homem encontre sua verdadeira
felicidade e comece a ter confiança em si mesmo elevando a sua autoestima, valores como:
autenticidade, tolerância com os seus modos de ser e com o modo de ver o outro, empatia
colocar-se no ugar do outro, ser solidário aos seus sentimentos e humildade.
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dessa forma, quando o indivíduo realiza postagens e/ou comentários que não recebem a
aprovação esperada pelos outras, ocorre uma frustração que impacta negativamente o
usuário, assim como surge uma sensação de prazer e felicidade momentânea ao consegui-
los.
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Entende-se que o problema em questão não está no uso das mídias sociais, mas em usá-las
como ponto de referência para a auto aceitação. Nas mídias sociais, o individuo acaba
encontrando perfis de imagens idealizadas, que não são reais, e que são impossíveis de serem
alcançadas, o que pode levá-lo ao sofrimento, pois ele pode criar, idealizar uma imagem de
si impossível de ser atingida, muito distante de sua imagem real, do que ele é, o que o leva a
um sentimento de frustação por não conseguir ser tão perfeito como os outros, e como ele
próprio se imagina.
6- REFERENCIAS
BARROS Júnior, Antônio Carlos de. Quem vê perfil não vê coração: a ferida narcísica de
desempregados e a construção de imagens de si no Facebook e no LinkedIn. Psicologia
Social. Tese de Doutorado. Instituto de Psicologia. 2014 436
GABRIEL, Martha. Você, eu e os robôs: pequeno manual do mundo digital. São Paulo:
Atlas, 2018.
NOVA, Carolina Vila. Diga-me como você se exibe e eu lhe direi qual é o seu vazio! O
Segredo, 27/07/2018. Disponível em: https://osegredo.com.br/diga-me-como-voce-se-
exibe-e-eu-lhe-direi-qual-o-seu-vazio/
PRIMO, A. O que há de social nas mídias sociais? Reflexões a partir da teoria ator-rede.
Revista: Contemporanea | comunicação e cultura - v.10 – n.03 – set-dez 2012. (p. 618-641).
Disponível em:< http://biblat.unam.mx/pt/verista/ contemporanea-salvador/articulo/o-
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ANEXO- QUESTIONÁRIO
1- NOME:
____________________________________________________________________
2- IDADE:
____________________________________________________________________
3- De 1 a 10 que número você daria para a importância de likes em suas redes sociais?
Justifique.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
438
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
6- Com que frequência você posta fotos e vídeos em suas redes sociais?
____________________________________________________________________
7- Como se sente quando suas postagens tem grande número de likes e visualizações?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
8- Como se sente quando suas postagens não atingem o número de likes e comentários
esperados? :
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
9- Em sua opinião, porque as pessoas buscam uma 'auto aprovação' dos demais nas redes
sociais?
____________________________________________________________________
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____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
11- Qual é a sua relação com as redes sociais e como elas afetam a sua relação com você
mesmo (a) e o espelho?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
12- Quantas horas por dia você passa em média, examinando, compartilhando e curtindo
em suas redes sociais? Você considera que é pouco ou muito tempo?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
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