Descortinando o Adventismo - Vol.I
Descortinando o Adventismo - Vol.I
Descortinando o Adventismo - Vol.I
VOLUME I
DESCORTINANDO O ADVENTISMO
VOLUME I
Gleyson Persio
Primeira edição – Agosto de 2020
As opiniões aqui expressas são do autor e não necessariamente refletem as opiniões da Jocum.
© PERSIO, Gleyson
Descortinando o Adventismo - Volume I
Almirante Tamandaré, PR: Editora Jocum Brasil, 2020.
480 páginas; 26cm.
ISBN: 978-65-990437-4-1
1. Seita; Adventista; Desmascarando.
I. PERSIO, Gleyson - 1ª edição. Descortinando o Adventismo - Volume I.
cdd 280
Pr. Vinicius Iracet, Pra. Tania Tereza, Márcia Stakowiak, Pr. Rafael
Conrado, Pr. Ubaldo Borges e Pra. Rita Fernandes por serem PROFETAS.
Com grande zelo pela VERDADE, o autor deste livro, Gleyson Persio,
desvenda os falsos fundamentos da heresia do adventismo com experiência
pessoal, com conhecimento teológico e, melhor ainda, com a direção do
Espírito Santo.
Excelente obra!
Porque isso é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer
que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade.
Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus
Cristo homem.
1 Timóteo 2:3-5
Vale destacar que este livro é fruto de extensa e séria pesquisa, por
isso carrega muitos ensinamentos preciosos e esclarecedores. Além
disso, embasa-se em experiências e influências pessoais e familiares do
Adventismo na vida do autor, o que por vezes é feito em tom biográfico.
Tudo isso confrontando os ensinamentos de fundadores e seguidores desta
religião com a Bíblia.
Entre muitos pontos das doutrinas adventistas apontadas por esta obra
literária, um contraste que merece destaque diz respeito à religiosidade e
o Reino de Deus (uma vez que isso permeia a obra), e como a intercessão
lhe ajudou a romper em seu entendimento. Quando o Espírito entra
16 Prefácio
O autor destaca também o agir de Deus para que ele próprio viesse
a entender o verdadeiro Evangelho, pois “somente através de uma ação
sobrenatural de Deus, aqueles que estão presos em seitas religiosas,
conseguem se libertar”. Nesse sentido, ele intenta compartilhar tudo aquilo
que o Espírito Santo lhe revelou.
Sem dúvida, esta é uma obra densa e intensa que merece apreciação.
Em especial por aqueles que desejam e necessitam compreender melhor a
essência e a plenitude do Evangelho do Senhor Jesus, sem os acréscimos ou
desvios aqui elencados, desvendados e desmistificados. O autor teve uma
experiência com Deus na madrugada muito além da religiosidade com a
qual estava familiarizado, isto é incrível.
Introdução 21
Capítulo 1 – A Unção que Despedaça o Jugo 29
Capítulo 2 – O Grande Conflito é Entre o Reino 41
de Deus e a Religiosidade
Capítulo 3 – As Origens da IASD e a Farsa do 61
Juízo Investigativo
William “Guilherme” Miller 62
Contexto Histórico 66
O Grande Despertar 68
Ellen White endossa Guilherme Miller 73
As 15 Teses de Guilherme Miller 77
O Doloroso e Confuso Caminho até a Chegada da Doutrina do 102
Juízo Investigativo
O Pequeno Desapontamento 108
O Grande Desapontamento de 22 de Outubro de 1844 111
Os Efeitos Devastadores de um Falso Profeta sobre uma 115
Comunidade
A Volta dos que não Foram e o Surgimento do Juízo Investigativo 125
A Doutrina do Santuário Celestial e do Juízo Investigativo 134
Erros Teológicos a Respeito da Doutrina do Juízo Investigativo 155
É impossível que o Chifre Pequeno de Daniel 8 seja Roma 166
Problemas na Interpretação Adventista de Daniel 9 190
Os Juízos de Daniel 7, 8 e de Apocalipse 14 são para os 216
Ímpios e não para os Justos
Uma Madrugada Reveladora – A Luz que veio Através 219
do Livro de Hebreus
Uma Expiação Incompleta 231
É Satanás quem carregará os nossos Pecados? 234
O Calendário Judeu Caraíta e a Gafe sobre a 241
data de 22 de Outubro de 1844
O Abre e Fecha da Porta da Graça Adventista 251
A Porta da Graça Adventista se Abre Novamente 270
O Problema da Falta de Credibilidade de um Profeta 276
O Comitê de Daniel e a Controvérsia de Glacier View 282
Se a Doutrina não se Encaixa na Palavra, Alteremos a Palavra 287
O diálogo acima faz parte dos registros do que aconteceu nesse dia.
Essa é apenas uma pequena parte do que foi dito durante a polêmica
conversa realizada nessa conferência. O teor desse debate foi tão delicado
que o Presidente da Associação Geral da época, A.G. Daniells, pediu que a
minuta oficial que continha todo o registro dessa reunião fosse trancada a
sete chaves pelos próximos 50 anos.
4 Segundo a IASD, qualquer igreja que não guarde o Sábado como dia sagrado faz parte do Cristianismo
apostatado.
24 Introdução
Este livro possui um conjunto de dados que nunca antes foi disponível
para os adventistas no Brasil. Tanto do lado histórico, quanto teológico.
Portanto, o que será mostrado poderá surpreender o leitor, que será
definitivamente confrontado em suas crenças, mesmo aquelas mais
enraizadas em suas mentes.
Descortinando o Adventismo – Volume I 25
Esta série terá dois volumes para que seja possível ao leitor absorver,
de uma maneira mais palatável, todos os assuntos relevantes que envolvem
os problemas da IASD. Um livro único, de 700 páginas, inviabilizaria a
leitura.
— Gleyson Persio
Capítulo 1
A Unção que Despedaça o Jugo
E
stávamos entrando na segunda semana de maio do ano de 2018 e
definitivamente havia algo de diferente no ar. A atmosfera espiritual
do meu lar, das minhas empresas, até mesmo da minha igreja havia
mudado. Porque eu havia mudado. Era notório que algo de muito relevante
estava pra acontecer. Um “Novo Tempo” havia chegado em minha vida.
Um novo ciclo estava para se iniciar. Mas nada poderia verdadeiramente
me preparar para o que estava para acontecer.
Com uma semana dentro desse propósito, eu comecei a ver que havia
muito mais dentro da vida cristã do que eu imaginava. Eu pude notar de
forma tangível que Deus era real e que o maior propósito dEle ao nos criar
era exatamente o de ter um relacionamento íntimo conosco, pois desde o
início da criação o nosso Pai tinha por intenção ter uma família humana,
uma relação de Pai para filhos.
Mas eu não parei por aí. A minha fome e sede de Deus eram grandes,
e eu estava disposto a mergulhar de cabeça e a abraçar tudo que viesse dEle.
Eu resolvi, então, adicionar às minhas madrugadas de oração (e adoração), o
jejum. Essa talvez seja a melhor receita para que você se torne uma fortaleza
armada a favor de Deus contra Satanás e a suas hostes malignas.
O Espírito Santo deu uma direção muito clara sobre o dia em que
deveríamos fazer, e sobre quando deveríamos fazer essa reunião. Nos
encontraríamos virtualmente no dia 27 de janeiro às 6 da manhã, cada um
em seu fuso horário de cada país (eu moro nos EUA e a minha família está
espalhada pela Europa, Brasil e América do Norte). E entraríamos em oração
ao mesmo tempo simbolizando um ato familiar em conjunto, intercedendo
por uma hora (muitos estariam em jejum), e fazendo os seguintes pedidos
e propósitos com Deus:
5 Em Descortinando o Adventismo Volume 2 existe um capítulo com o título “Intimidade com Deus”
onde ensinaremos o passo a passo para se ter uma intimidade maior com o Pai.
Descortinando o Adventismo – Volume I 33
Toda honra, glória e adoração a Deus por tudo o que Ele fez nesse dia
e vem fazendo até hoje em nossas vidas. Que mover! Que poder!
Esse segundo grupo era formado por amigos, clientes, parceiros, etc. A
presença de Deus foi muito marcante durante esses 15 dias quando eu pude
ter a companhia de outras pessoas orando comigo nessa jornada de oração
da madrugada. É difícil me lembrar de madrugadas tão enriquecedoras,
intensas e espiritualmente realizadoras quanto essas.
de cada versículo mais polêmico, porém, algo dentro do meu espírito havia
despertado. Eu já tinha a convicção dentro de mim de que todas aquelas
doutrinas estavam erradas.
E assim surgiu a ideia de escrever esse livro. Eu não podia mais negar
que havia algo de sobrenatural sobre o que havia ocorrido em minha
vida. Afinal, nenhum homem havia tentado me convencer de que as
doutrinas nas quais eu acreditava estavam erradas. Doutrinas essas que
foram “marteladas” em mim durante toda a minha vida. Claramente, Deus
interveio e de uma hora pra outra me “arrancou” dessa igreja que de fato
está ensinando falsas doutrinas a milhões de pessoas há décadas.
38 A Unção que Despedaça o Jugo
Sendo assim, este livro é direcionado a todos aqueles que sentem sede
de Deus e não têm medo de encarar a verdade, mesmo que ela muitas vezes
venha acompanhada por uma grande dose de dor e indignação. Muitos
utilizam o chavão de estarem falando a verdade em nome de sua instituição.
Porém, os argumentos aqui apresentados serão de tal maneira fortes e
incontestáveis que mesmo o mais ferrenho defensor de Ellen White não
poderá negar que há algo de errado em seus escritos. E que infelizmente toda
a história da igreja não passou de uma grande sucessão de erros perpetuados
e defendidos de geração em geração por um grupo sectário através de forte
manipulação religiosa; que ao mesmo tempo – e aí é que está o grande
perigo – se apresenta muito sutilmente, enganando a muitos.
A minha oração é para que a partir desse ponto o Espírito Santo possa
trabalhar em sua vida como trabalhou na minha, e que Ele possa te levar
a lugares profundos em Deus, assim como Ele fez comigo. Uma coisa eu
posso te garantir meu irmão e minha irmã: você não está sozinho(a) nessa
caminhada. Existe uma multidão de pessoas acordando para essas verdades.
Que uma unção de revelação e conhecimento recaia sobre você nesse
Descortinando o Adventismo – Volume I 39
momento, e que o Senhor lhe traga paz e segurança nEle, para que você
possa descobrir verdades que por anos lhe foram escondidas.
A
ntes de darmos sequência a análise das doutrinas adventistas, é
importante apresentarmos uma pedra preciosa que está “escondida
no campo”. Religiosos não encontram essa joia. Ela foi guardada
para os filhos, somente.
Nós fomos ensinados a pensar que a religiosidade é algo bom, e que ela
veio para nos ajudar a nos conectarmos com Deus. Porém, a verdade não é
bem essa.
por Ninrode, construía uma alta torre na planície de Sinear, logo após o
dilúvio. A Bíblia em Gênesis 11:1-9 relata o ocorrido:
“No mundo todo havia apenas uma língua, um só modo de falar. Saindo os
homens do Oriente, encontraram uma planície em Sinear e ali se fixaram.
Disseram uns aos outros: ‘Vamos fazer tijolos e queimá-los bem’. Usavam
tijolos em lugar de pedras, e piche em vez de argamassa. Depois disseram:
‘Vamos construir uma cidade, com uma torre que alcance os céus. Assim
nosso nome será famoso e não seremos espalhados pela face da terra’.
“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti;
que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me
Descortinando o Adventismo – Volume I 45
enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um,
como nós somos um.
Se, unindo a isso, essa igreja possui doutrinas que não fazem parte das
Escrituras, possui um profeta ou uma profetisa com uma “luz nova, diferente
e exclusiva” e mantém dentro de suas crenças uma ideia constante de mania
de perseguição (I.E. Decreto dominical), infelizmente a porcentagem de
probabilidade de você estar numa seita sobe para 100%. Falaremos mais
sobre isso no capítulo “Características de uma Seita”.
Essa é uma realidade dura de falar e muito mais de ouvir. Mas é muito
importante que os membros dessas igrejas saibam que nada disso é culpa
deles. Psicologicamente falando, é muito fácil uma pessoa ser enganada por
um grupo sectário. Mas as presas mais fáceis são aqueles que têm problema
de baixa autoestima (o que, sejamos sinceros, hoje em dia são basicamente
quase todas as pessoas do planeta). E assim, quando um grupo o convida
46 O Grande Conflito é entre o Reino de Deus e a Religiosidade
para fazer parte de algo tão especial como o “povo escolhido” essas pessoas
se entregam muito facilmente, e defendem essa religião com unhas e dentes.
Então, levaram o homem que fora cego à presença dos fariseus. E era sábado,
quando Jesus fez aquela mistura de barro e abriu os olhos do homem
cego. Então, os fariseus também lhe inquiriram como recebera a visão. E o
homem tornou a explicar: ‘Ele aplicou barro aos meus olhos, lavei-me e vejo.’
Por esse motivo, alguns dos fariseus alegavam: ‘Esse homem não é de
Deus, porque não guarda o sábado.’ Outros murmuravam: ‘Como
Descortinando o Adventismo – Volume I 47
“Entendi”, repliquei eu. Porém, mesmo que meio sem jeito, continuei a
indagar. “E se meu carro estiver acabando a gasolina e eu tiver que abastecer
no dia de sábado? Como eu faço?”. Parecia que ao fazer essa pergunta eu
havia rasgado a página da Bíblia onde se encontram os 10 mandamentos
em Êxodo capítulo 20. Já com os olhos meio vermelhos e sem tentar
esconder a sua indignação ao ouvir aquela sequência de perguntas, o pastor
respondeu mais uma vez com muita convicção: “O nosso dever é de nos
prepararmos para o santo Sábado no dia anterior! Na sexta-feira antes do
pôr do sol, abasteça o seu veículo. Se caso você se esqueceu de fazer isso,
não é culpa de Deus. Espere até o pôr do sol de sábado para abastecer o seu
carro novamente. Caso contrário estará quebrando o quarto mandamento.
Você como um líder de sua igreja local deve dar o exemplo aos demais!”.
Descortinando o Adventismo – Volume I 49
“Porque tudo o que dissestes nas trevas será ouvido em plena luz, e o
que sussurrastes ao pé do ouvido, no interior de quartos fechados, será
proclamado do alto das casas.” Lucas 12:3.
“Os judeus, porém, não acreditaram que ele tivesse sido cego e recebido a vista,
enquanto não chamaram os pais do que fora curado, e lhes perguntaram:
‘É este o vosso filho, que dizeis ter nascido cego? Como, pois, vê agora?’
Responderam seus pais: ‘Sabemos que este é o nosso filho, e que nasceu
cego; mas como agora vê, não sabemos; ou quem lhe abriu os olhos, nós
não sabemos; perguntai a ele mesmo; tem idade; ele falará por si mesmo’.
Isso disseram seus pais, porque temiam os judeus, porquanto já tinham
estes combinado que se alguém confessasse ser Jesus o Cristo, fosse expulso
da sinagoga. Por isso é que seus pais disseram: ‘Tem idade, perguntai-lho
a ele mesmo’.” João 9:18-23
Ninguém quer perder a sua própria identidade sob pena de não saber
como funcionar nesse mundo. Porém, nós como filhos de Deus fomos
chamados para morrer junto com Seu Filho, Jesus. Morrer para tudo aquilo
que nos impede de ter uma comunhão mais íntima com Ele. E a religiosidade
é mais nociva a isso do que o próprio pecado. Note o que ocorre na oração
do pecador e do publicano:
Deus Pai não é religioso. Jesus não é religioso. O Espírito Santo não é
religioso. As pessoas é que criaram a religiosidade como uma forma de colocar
regras aonde não existe relacionamento. Deus não quer a sua religiosidade.
Ele quer que você flua num relacionamento íntimo e diário com Ele.
Moisés disse ao povo: ‘Não tenham medo! Deus veio prová-los, para que o
temor de Deus esteja em vocês e os livre de pecar’. Mas o povo permaneceu
à distância, ao passo que Moisés aproximou-se da nuvem escura em
que Deus se encontrava.” Êxodo 20:18-21
“Então chamaram pela segunda vez o homem que fora cego, e lhe disseram:
‘Dá glória a Deus; nós sabemos que esse homem é pecador’. Respondeu ele:
‘Se é pecador, não sei; uma coisa sei: eu era cego, e agora vejo’. Perguntaram-
lhe pois: ‘Que foi que te fez? Como te abriu os olhos?’ Respondeu-lhes: ‘Já
vo-lo disse, e não atendestes; para que o quereis tornar a ouvir?
Eles ainda não foram ensinados que não precisam de obras da lei para
se salvarem, pois ainda não conhecem o evangelho da graça. E esse é um dos
pontos intrinsicamente mais perigosos de suas doutrinas. O evangelho da
graça nunca pode ser apresentado aos seus membros em sua plenitude, por
ser diretamente contra o cerne da própria razão de existir dessa denominação.
54 O Grande Conflito é entre o Reino de Deus e a Religiosidade
O Senhor veio para nos libertar do pecado, mas também para nos
mostrar e nos libertar das amarras e do jugo imposto sobre nós pela
religião sectária. Porém, nesse segundo ponto é necessário que haja um
despertamento por parte daqueles que caíram nesse laço religioso. Uma
renovação de mentalidade (Rom 12:2) deve ser realizada com a ajuda do
Espírito Santo, para que esse “despertar” seja completo. E essa transição é a
parte mais difícil do processo. Mas o bom Pastor nunca desampara as suas
ovelhas e sempre deixa um caminho aberto para que o Seu rebanho encontre
pastos verdejantes. Falaremos mais sobre isso no capítulo: “Intimidade com
Deus”, no volume 2 dessa série.
“Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens
o Reino dos céus; e nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão
entrando.” Mateus 23:13
Capítulo 3
As Origens da Igreja Adventista do Sétimo
Dia e a Farsa do Juízo Investigativo
A
Igreja Adventista do Sétimo Dia ao mesmo tempo em que possui
várias características comuns a outros grupos sectários, apresenta
também algumas peculiaridades bastante sui generis e diria que
quase que exclusivas ao seu grupo religioso. Uma dessas particularidades é
o fato de que uma de suas mais importantes doutrinas (e espinha dorsal de
sua história) é também a doutrina mais obscura e menos conhecida pela
grande maioria de seus membros.
Já em sua vida adulta, Miller teve diversas profissões, sendo xerife, juiz
de paz, alcaide e militar. Em 1810 ele recebe o posto de tenente de milícia,
passou a capitão voluntário em 1812 no começo da guerra entre os EUA e
Reino Unido, e mais tarde ingressou no exército regular com a posição de
primeiro-tenente.8
Até que um dia ele se deparou com um texto que deveria marcá-lo
para o resto de sua vida. Daniel 8:14: “Até duas mil e trezentas tardes
e manhãs; e o santuário será purificado”. Usando outros textos como
Ezequiel 4:6-7 e 2 Pedro 3:8, Miller entendeu que essas 2.300 tardes e
manhãs se referiam a 2.300 anos literais que teriam início em 457 A.C. e
terminariam em 1843 D.C.
Um amigo seu da época, pastor Josias Litch, publicou tais ideias num
periódico local. Em 11 de agosto de 1840 o império Otomano realmente
passa por uma crise política, que apesar de não culminar em sua desintegração,
acabou sendo chamada a atenção quando uma pessoa da mídia secular
atentou para a lembrança do periódico publicado pelo Sr. Litch.
14 Carta escrita a mão, 13 de dezembro de 1844, como citada em Paul A. Gordon, Herald of The Midnight Cry:
William Miller and the 1844 Movement (Boise, ID: Pacific Press, 1990), pág. 103, conforme referência de
artigo de Joan Francis publicado em Joan Francis. Guilherme Miller:O Homem por trás da História de 1844.
Descortinando o Adventismo – Volume I 65
Caro leitor, esse assunto é tão sério que arrisco a dizer que se você faz
parte dessa denominação, e, portanto confiou a sua vida atual (e eterna)
ao que ela trouxe como “verdade” a você, então toda a sua espiritualidade
e (provavelmente) a da sua família, depende da veracidade e comprovação
bíblica do que lhe foi apresentado até hoje.
Contexto Histórico
Durante um período de 50 anos no início do século XIX, o estado
de New England nos EUA deu origem a várias facções religiosas. Os
Campbelitas, Adventistas do Sétimo Dia, Cristãos Adventistas, Mórmons,
Cristãos Científicos (Ciência Cristã) e Transcendentalistas, foram somente
algumas delas.
Mas o que será que estava ocorrendo dentro desse período nessa cidade
(e no mundo) que acabou originando grupos religiosos tão excêntricos?
Interessante notar também que esse período foi marcado por uma
constante ideia de perfeccionismo. Ao homem seria necessário chegar a
um nível perfeito de disciplina espiritual que se traduziria numa conduta
alimentar e sexual “sem qualquer defeito”. De acordo com alguns médicos
do século XVIII e XIX, (que mais a frente seriam considerados gurus
de saúde) o ser humano só iria chegar ao céu se conseguisse se conter
sexualmente e recusar determinados tipos de alimentos.
O Grande Despertar
Na década de 1830 os EUA tinham alcançado o auge do segundo
“Grande Despertar”. A classe média americana tinha capital para investir
amplamente em divulgação a respeito do grande avivamento que estava
acontecendo no país, e isso fez com que muitas pessoas despertassem para
as verdades do evangelho. Contudo, no meio desse avivamento outras
ramificações espirituais estranhas foram tomando corpo e crescendo
desenfreadamente. Tudo acontecia muito rápido e fora de controle.
Casos assim podem mais uma vez nos lembrar do ministério de Ellen
G. White que a princípio teria tido um chamado exclusivo da parte de
Deus nessa época. Uma verdadeira “Mensageira do Senhor” que haveria
de trazer conselhos e diretrizes especiais para o “povo remanescente” dos
últimos dias, a “verdadeira igreja” de Deus na terra. Porém, uma visão mais
ampla da época nos mostra que não foi exatamente assim. Ellen White não
estava sozinha em suas divagações e experiências sobrenaturais. Ela tinha a
companhia de vários outros “profetas” da época.15
15 Não é o objetivo desse livro investigar a fundo a vida de todos esses outros profetas aqui mencionados.
Não estamos julgando qual deles seria falso ou verdadeiro, mas sim estabelecendo o fato de que Ellen
White não estava sozinha como uma profetisa do Senhor para aqueles dias, como muitos adventistas
creem. Sendo assim, alguns desses profetas poderiam ser de fato, legítimos diante de Deus.
70 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
16 Beem, Teresa & Arthur, Its okay not to be a Seventh-Day Adventist, págs. 25-29.
72 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Não somente isso, mas os Adventistas também não eram a única seita
a advogar em defesa da guarda do Sábado como dia sagrado, e também não
eram os únicos a falarem a respeito de reforma de saúde. Em todo lugar
pipocavam novos movimentos perfeccionistas reformadores.
17 Knight, George R, Millenial Fever and the end of the World. Pacific Press, Idaho, 1993 pág. 44.
18 Doan, Ruth Alden, The Millerite Heresy and American Culture. Temple University Press, Philadelphia,
1987, pág. 14.
19 Beem, Teresa & Arthur, It’s okay not to be a Seventh-Day Adventist, pág 32.
74 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
“Deus mandou Seu anjo mover o coração de um lavrador, que não havia
crido na Bíblia, a fim de o levar a examinar as profecias. Anjos de Deus
repetidamente visitavam aquele escolhido, para guiar seu espírito e abrir
à sua compreensão profecias que sempre tinham sido obscuras para* o
povo de Deus.
Foi-lhe dado o início da cadeia de verdade, e ele foi levado a examinar elo
após elo, até que olhou maravilhado e admirado para a Palavra de Deus.
Viu ali uma perfeita cadeia de verdades.
Deus o chamou para deixar sua lavoura, assim como chamara Eliseu
para deixar seus bois e o campo de seu trabalho a fim de seguir Elias. Com
tremor, Guilherme Miller começou a desvendar ao povo os mistérios
do reino de Deus, transportando seus ouvintes através das profecias até
o segundo advento de Cristo. Com cada esforço que fazia adquiria força.
Descortinando o Adventismo – Volume I 75
Por mais que tenhamos que ser gentis com a pessoa de Guilherme
Miller, que era alguém sincero em seus erros escatológicos, ao mesmo tempo,
precisamos ser críticos justos de sua falsa teologia. Com o estudo expositivo
de suas teses, ficará claro ao leitor qual é base em que a Igreja Adventista foi
alicerçada, e o motivo pelo qual os seus membros estão com um problema
espiritual sério, ao basear as suas crenças em algo que mesmo o fiel mais
ingênuo não conseguirá achar mais motivo para continuar acreditando.
A exegese de Miller era tão pobre que os seus críticos acharam nele um
alvo muito fácil. Daí o fato de a grande maioria dos líderes evangélicos de
sua época terem rejeitado a teoria de Miller sobre uma iminente volta de
Cristo.
78 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Análise
Tudo indica que Miller era alguém sincero e de bom coração que
realmente acreditava naquilo que pregava, contudo, ficam claros os erros
crassos em sua linha de raciocínio exegética. O método que Miller utilizava
era de textos-prova, muito comumente usados nesse período por religiosos
leigos. Embora, até os dias de hoje muitos adventistas ainda se utilizem desse
método para justificar a sua teologia falha. Nesse tipo de interpretação o
contexto em que o texto está inserido é ignorado assim como a intepretação
de sua língua original.
Esse texto nada tem a ver com o período em que povo seria castigado,
mas sim com a severidade desse castigo. Obviamente nada disso está ligado
a segunda vinda de Cristo. Alguns teólogos da época tentaram alertar
Miller a respeito disso, para tentar evitar um fiasco de grandes proporções
(que foi exatamente o que acabou acontecendo), porém Miller não quis dar
ouvidos.
Sendo assim, vemos que logo em sua primeira tese a “perfeita cadeia
de verdades” como foi chamada por Ellen White se apresenta com defeito e
quebrada, e chega a ser um insulto a qualquer estudioso sério das Escrituras
Sagradas.
*Atenção!
Prova 2: “Fica provado, assim, pelo ano da remissão. Ver Deut. 15:1,
2: ‘No final de cada sete anos as dívidas deverão ser canceladas. Isso deverá
ser feito da seguinte forma: todo credor cancelará o empréstimo que fez ao
seu próximo. Nenhum israelita exigirá pagamento de seu próximo ou de seu
parente, porque foi proclamado o tempo do Senhor para o cancelamento
das dívidas’.
Ver também Jer. 34:14: ‘No fim de sete anos cada um de vós libertará
seu compatriota hebreu que tenha se vendido a vós por qualquer motivo.
Depois de te servir durante seis anos, tu o libertarás. Mas vossos pais não
me ouviram nem prestaram atenção’.
Análise
Mais uma vez fica claro que Miller insistia em achar significado
simbólico para a volta de Cristo em textos que simplesmente não falavam
desse tema. Esse tipo de interpretação era por vezes usado no período da
idade média, mas depois da reforma protestante, esse método foi descartado
e considerado totalmente inválido. A “perfeita cadeia de verdades” passa a
ficar cada vez mais fraca.
Análise
sábado, porque santo é para vós; aquele que o profanar certamente morrerá;
porque qualquer que nele fizer alguma obra, aquela alma será extirpada do
meio do seu povo.
Quanto tempo dura um dia com o Senhor? Pedro nos diz em sua 2
Epístola 3: 8: ‘Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia é para o Senhor
como mil anos e mil anos como um dia’. Se, então, mil anos é um dia para o
Senhor, há quanto tempo Cristo tem trabalhado para criar o novo céu e a
nova terra? Eu respondo, se permitirmos que a Bíblia nos faça uma cronologia,
descobriremos que neste ano de 1843, os 6.000 anos da queda de Adão estarão
completos. Então o sábado antitípico de 1000 anos terá seu início.
Análise
É possível mais uma vez desenhar um padrão de comportamento nas
análises interpretativas de Guilherme Miller. O absurdo exegético chega a
níveis estratosféricos. Nenhum desses textos fala sobre a segunda vinda de
Cristo. Novamente o método de textos-prova foi aplicado, chegando a um
resultado incoerente e insatisfatório. A corrente se quebra mais uma vez.
Análise
Se, então, o terceiro dia são mil anos, então os dois dias serão de igual
duração. Quando os dois dias começaram? Quando os judeus fizeram
uma aliança com os romanos. Veja Oseias 5:13: ‘Quando Efraim viu a sua
enfermidade, e Judá viu a sua ferida, então foi Efraim, para a Assíria, e enviou
ao rei Jarebe; todavia não pôde curar-te, nem curar a vossa ferida’. Dan. 11:23:
‘Depois desse acordo firmado, ele agirá traiçoeiramente, e com apenas um
pequeno grupo de homens conseguirá chegar ao poder’. 1 Macabeus 8, 9.
86 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Análise
Prova 7: “Podemos provar também pela visão que Daniel teve (8:1-
14) do carneiro, bode e do chifre, na qual Daniel foi informado sobre os
2300 dias de duração. Dan 8:13, 14:
‘Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que
falava: Até quando durará a visão relativamente ao holocausto contínuo e
à transgressão assoladora, e à entrega do santuário e do exército, para serem
pisados? Ele me respondeu: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; então
o santuário será purificado’.
Análise
A resposta é dada pelo anjo, que informa a Daniel que será por
um tempo, dois tempos e metade de um tempo, e quando ele cumprir a
dispersão do poder do povo santo, então tudo chegará ao fim.
Ez 12:10-15:
E o príncipe que agora vos governa colocará a sua bagagem nos ombros
ao entardecer e sairá por um buraco que será escavado no muro para que ele
possa escapar. Ele cobrirá o rosto para que não enxergue com os próprios
olhos o chão da terra que está abandonando.
Eis que estenderei também a minha rede sobre este príncipe, e ele
será apanhado em meu laço; então o trarei a Babilônia, terra dos caldeus;
todavia esse príncipe ali morrerá antes mesmo de poder contemplá-la.
Então Eu espalharei aos ventos todos os que estão ao seu redor, os seus
oficiais e todo o seu exército, e os perseguirei pessoalmente com minha
espada em punho. Assim saberão que Eu Sou Yahweh, o SENHOR, quando
Eu vos dispersar entre as nações e vos espalhar por muitas terras’.
Jr 15: 4:
que eles fugiram para o deserto em 538 D.C., o que totalizaria 1215 anos.
Lá eles permaneceram no deserto por um tempo, dois tempos e metade
de um tempo - que começou em 538 D.C e continuou até 1798 D.C. Os
reis da terra então tinham poder, e o tempo, dois tempos e a metade de
um tempo da dispersão do povo santo é preenchido por 45 anos, sendo o
restante dos 1215, chegando a um total de 1260 anos, sob as nações ou reis,
e terminando no ano de 1843, – que é a plenitude dos tempos.
Análise
E também 2 Tess 2:6-8: ‘No entanto, vós sabeis o que o está detendo
nesse momento, para que ele seja manifestado no seu devido tempo. Na
realidade, o mistério da iniquidade já está em ação, restando tão somente
que seja afastado aquele que agora o detém. Então, será plenamente
revelado o perverso, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca
e destruirá pela gloriosa manifestação da sua vinda’.
Ver também Jó 19:25: ‘Contudo, eu sei que meu Redentor vive, e que
no fim se levantará para me defender e vindicar ainda que eu esteja no pó
do meu túmulo’.” 32
Análise
Para argumentar que esses versos eram uma prova de que Cristo
voltaria em 1843, Miller usou o ano de 1798 como início dos “tempos do
fim” (o que é usado até hoje pela IASD) e subtraiu 1290 anos chegando ao
número de 508. A seguir, ele procurou algum evento significativo que teria
ocorrido nesse ano. Porém, ao nos aprofundarmos nos anais da história,
iremos verificar que em literalmente todos os anos algum evento “relevante”
acontece no mundo, cabe ao indivíduo interessado aplicar ou não a devida
importância necessária para enfatizar o seu argumento. No caso de Miller
ele encontrou que no ano de 508: “Anastasias enviou ao papa o título de
patrício e cônsul e o conferiu também a insígnia de Augustus”.33
Tal evento pareceu ser importante o suficiente para Miller que após
isso subtraiu 1290 de 1335 chegando ao número de 45, e consequentemente
somou esse número de anos ao ano de 1798 chegando ao ano de 1843.
Pronto, mais uma “prova” estava formada.
Este governo atrairá depois dele uma terça parte do tempo, que os
ímpios têm poder na terra, 6000 anos; e o 7000 será o ano em que Cristo
tomará posse e reinará com seus santos, em perfeito gozo.
Análise
Análise
O verso “... exato momento, dia, mês e ano (...)” de Apocalipse 9:15
não representa uma duração de tempo em que os anjos seriam soltos, mas
sim, um determinado e preciso momento na história em que isso ocorreria.
Análise
todo o sempre.”, com Apocalipse 12:10: “Então, ouvi uma grande voz no
céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e o poder, e o reino do nosso
Deus, e a autoridade do seu Cristo; porque já foi lançado fora o acusador de
nossos irmãos, o qual diante do nosso Deus os acusava dia e noite.”.36
Análise
Análise
Besta e a sua imagem, e para quem recebe a marca do seu nome, não haverá
repouso algum, dia e noite sem cessar. Aqui está a perseverança dos santos,
daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”.
Análise
Pouco disso é negado pela instituição adventista nos dias de hoje. Mas
então, por que devemos revelar tantos detalhes sobre Miller e o contexto
histórico em que todo esse movimento aconteceu? Porque são nos detalhes
que podemos deixar claras as artimanhas da instituição em esconder a fraca
base doutrinária da igreja e como a sua fundadora e profetisa, Ellen White,
endossou falsos mestres e profetizou eventos que nunca se tornaram
realidade.
“Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que
falava: Até quando durará a visão relativamente ao holocausto
contínuo e à transgressão assoladora, e à entrega do santuário e
do exército, para serem pisados? Ele me respondeu: Até duas mil e
trezentas tardes e manhãs; então o santuário será purificado.”.
102 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Mais a frente nós iremos destrinchar todo esse verso e essa doutrina
em detalhes. Porém, percebam que Miller se utilizou dos mesmos métodos
em todas as suas outras 14 provas para chegar a mesma conclusão que
ele chegou analisando esses versos do livro de Daniel. Acredito estar claro
ao leitor que se nas outras provas Deus claramente não o guiou em suas
interpretações, da mesma maneira não foi o Espírito Santo que o fez com
relação aos versos acima.
“Eu acredito que o dia da volta de Cristo pode ser conhecido por todo
aquele que desejar entender os sinais dos tempos, assim como todo aquele
que anseia estar pronto para a Sua vinda. E eu estou totalmente
convencido que entre 21 de março de 1843 e 21 de março de 1844 de
acordo com o método judeu de análise dos tempos proféticos bíblicos,
Cristo irá retornar a Terra trazendo com Ele todos os Seus santos, e
então Ele recompensará cada um de acordo com as suas obras.” Periódico
Sinal dos Tempos, 25 de janeiro de 1843
38 White, James, Sketches of the Christian Life and Public Labors of William Miller, pág. 13.
39 Beem, Teresa & Arthur, It’s okay not to be a Seventh-Day Adventist, pág 31.
104 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Contudo, devemos ser justos com Miller ao dizer que ele nunca se
autoproclamou como um profeta de Deus que recebeu tais datas através
de visões ou uma revelação inspirada particular. De acordo com ele tal data
veio através de um profundo estudo das profecias bíblicas.
40 “Like the Leaves of Autumm:” The Utilzation of the Press to Maintain Millenialism Expectations in the
Wake of Prophetic Failure. Ginger Hanks Harkwood, La Sierra University.
41 White, James, Life Incidents, pág. 149.
Descortinando o Adventismo – Volume I 105
“Em todo lugar que eu passo, aqueles que são mais piedosos, humildes
e devotos de suas igrejas, aceitam prontamente a minha mensagem.
Contudo, geralmente, os mais mundanos, os fariseus, os orgulhosos,
os intolerantes, os altivos e os egoístas, vociferam e ridicularizam a
minha tese sobre a volta de Cristo.”42
42 Himes, Joshua V., Views of the Prophecies and Prophetic Chronology of William Miller, Moses Dow,
Boston 1841, pág. 3.
43 White, Ellen, Primeiros Escritos, pág. 238, 239.
44 Ibid.
106 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
“Os santos esperaram ansiosamente pelo seu Senhor, com jejuns, vigílias,
e oração quase constante. Mesmo alguns pecadores olhavam para aquele
tempo com terror; mas a grande maioria manifestou o espírito de
Satanás em sua oposição à mensagem. Zombavam e caçoavam,
repetindo em toda a parte: “Ninguém sabe o dia nem a hora.” Anjos
maus com eles insistiam para que endurecessem o coração e rejeitassem
todo raio de luz do Céu, a fim de ficarem seguros na cilada de Satanás.”47
45 Arthur, David Talmage, Come out of Babylon: A Study of Millerite Separation and Denominationalism,
1844-1865, Doctorate Dissertation, Department of History University of Rochester, NY, 1970,
Chan Shun Library, Ellen White Research Room, Keen Texas, abstract p. IV.
46 White, Ellen, Primeiros Escritos, pág. 239.
47 Ibid, Primeiros Escritos, pág. 243.
108 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Além disso, fica claro aqui que tal movimento não exibia o amor e os
frutos do espírito que são marcantes em um autêntico movimento de Deus na
Terra. Para eles o “Clamor da Meia-Noite” foi um momento de “separação dos
verdadeiros crentes daqueles que eram do mundo, a fim de serem purificados
e deixados prontos para a segunda vinda do Senhor Jesus.”48
O Pequeno Desapontamento
O ano de 1843 chegou e passou e nada da vinda de Cristo. A confusão
se instaurou entre os Milleritas que não entendiam por que o sol ainda
nascia e a terra ainda girava. O ano de 1844 nem era pra acontecer! Eles
se perguntavam, por que Deus havia falhado em cumprir sua promessa.49
Todavia, mal sabiam eles que essa não haveria de ser a última vez que esse
sentimento ocorreria e essas perguntas seriam feitas em seu meio.
Sim, esse era um dos problemas. Além disso, em seus cálculos, Miller
havia se esquecido de computar o ano Zero. Claro! Agora, sim, tudo fazia
sentido. A nova data seria marcada para a primavera de 1844. Pronto,
era tudo que precisavam para alimentar as suas almas com uma renovada
empolgação. Então partiram eles para mais uma onda de pregações e
proclamações, agora com muito mais energia. Novas publicações, novos
panfletos e novos seminários marcados.
Ocorreu que mesmo com toda essa excelente explicação, uma parte
considerável do movimento debandou incrédulo. Simplesmente desistiram
e voltaram aos seus antigos afazeres. Aqueles que permaneceram, contudo,
não tinham coisas boas a falar a respeito dos desistentes:
Vamos tentar entender melhor o que Snow quis justificar. Expiação quer
dizer: cobrir, expiar, reconciliar, pacificar. No sentido de cobrir, a expiação
significava, no antigo Israel, tomar um cordeiro e sacrificá-lo para cobrir o
pecado (Lv 4:13-21). A expiação em Israel começava pelo sacerdote e sua
casa, que oferecia um novilho em sacrifício pelo pecado. Em seguida, eram
tomados dois bodes, e um deles seria enviado para o deserto como emissário,
no intuito de levar o pecado do povo. O outro bode era sacrificado e seu
sangue aspergido no propiciatório, cobrindo o pecado do povo (Lv 16).
Esses acontecimentos ocorriam uma vez por ano, no dia 10 do sétimo mês no
calendário israelita que era o grande Dia do Juízo, no qual o Sumo Sacerdote
entrava no Santo dos Santos para a expiação. Até hoje, é comemorado o
‘’Yom Kippur” pelos judeus, o Dia da Expiação, ou Dia do Perdão.
Porém, o que poucos sabem é que Samuel Snow se equivocou não somente
a respeito da data da volta de Cristo, mas também a respeito da própria data
do dia da expiação do calendário Caraíta de 1844. É isso mesmo que o leitor
está pensando. A tão aclamada data do dia 22 de outubro de 1844 não coincide
com o dia da expiação do calendário Caraíta daquele ano. Samuel Snow, não
se aprofundou o suficiente na pesquisa da data que ele próprio marcou para
a volta de Cristo. Iremos falar em detalhes sobre isso mais a frente. Porém
antes disso, analisaremos mais profundamente o que ocorreu nessa data que
continua a causar grandes desapontamentos entre os Adventistas.
número de membros da IASD nos dias atuais. Todavia, não sem deixar
sequelas profundas e consequências abismalmente negativas na mente e
personalidade de quem faz parte desse grupo religioso sectário.
Está aqui um dos maiores problemas daqueles que fazem parte dessa
instituição. A ignorância sobre as boas novas do evangelho faz com que haja
uma falta de segurança a respeito da própria salvação eterna, já garantida
por Cristo na cruz para aqueles que nasceram de novo em espírito. Porém,
nenhum adventista é aconselhado a ter certeza da sua própria salvação em
Cristo. Pelo contrário. Pastores adventistas abertamente falam em seus
sermões que a maior surpresa que teremos no céu será a nossa própria
presença naquele lugar.
De acordo com suas doutrinas, eles creem que o pecado deve ser
extirpado de dentro de nós através de um esforço próprio descomunal
para impedi-los de serem manifestados, ou através de um arrependimento
detalhado feito pela lembrança de cada um deles. Pecados esquecidos não
podem ser perdoados com um simples pedido genérico de perdão. De
acordo com a doutrina do juízo investigativo/santuário celestial, cada
pecado deve ser confessado individualmente para poder ser perdoado por
Cristo durante o seu processo de investigação. Veremos mais sobre isso a
seguir.
Análise Histórica
de fora não sabem, não é mesmo?”. Sociedades secretas teriam inveja do que
ocorre nos bastidores adventistas. Quem sabe um dia eles terão um aperto
de mão próprio para simbolizar a fé adventista? Analisando a história dessa
igreja, tudo é possível.
O dia havia chegado e o sol nasceu naquele dia, da mesma maneira que
em todos os outros dias antes dele. Porém, “esse haveria de ser o último”,
pensavam os adventistas Milleritas. Muitos passaram o dia de joelhos em
oração pelos familiares e amigos que não aceitaram a mensagem. Outros
em intercessão desesperada por suas próprias vidas. Jovens e idosos corriam
para fora de suas casas e fixavam atentamente os olhos nos céus toda vez
que ouviam algum ruído ou som mais abrupto perto de suas casas.
56 Beem, Teresa & Arthur, “It’s okay not to be a Seventh-Day Adventist”, pág. 42.
Descortinando o Adventismo – Volume I 117
uma vida toda de pecado. Ele cria que o inferno seria o seu destino
inevitável para sempre.
64 Hunt, Isaac H., Three Years in a Madhouse, Isaac H Hunt Publishers 1851, Patricia Deegan Collection,
Making of America, pág. 37. www.disabilitymuseum.org
65 Numbers, The Disappointed, p. 101 and Barre-Gazette 3-12-1847.
66 Barre Patriot, 10 de julho de 1846.
67 Ibid. Numbers pág. 105.
68 Ibid, Numbers pág. 92-117.
Descortinando o Adventismo – Volume I 121
69 Doan, Ruth Alden, The Miller Heresy, Millennialism and the American Culture, Temple Univ. Press,
Philadelphia, 1987, pág 158 - 159.
122 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Mas Ellen White não parou por aí. Ao se deparar com o problema dos
erros referentes a datas marcadas para a vinda de Cristo, vejamos como ela
lidou com o assunto a fim de manter os seus fiéis dentro do aprisco adventista:
Pois bem, a “saída” foi encontrada pela própria Ellen White que, em
seu instinto de sobrevivência e para manter a sua reputação como profetisa
verdadeira, fez assim como Adão no Éden, e culpou o próprio Deus pelos
seus problemas. Aliás, Ellen foi mais ousada. Ela acusou Deus de mentir!
Ou seja, Deus que “não pode mentir” segundo as Escrituras (Tito 1:2)
teve que ir contra a sua própria natureza e “ocultou” segundo Ellen, “um
engano e alguma figuração para que ninguém pudesse vê-lo”! Tudo isso
para manter a reputação de Ellen White como profetisa infalível e assim,
manter as portas abertas para uma manipulação religiosa sem limites.
Caro leitor, sejamos honestos diante dos fatos. Será que esse é
realmente o modus operandi de Deus? Será que Deus trabalha dessa forma,
enganando os seus filhos? E não, só enganando, mas tendo consciência de
que tal engano ocasionará suicídios, assassinatos, internações em hospitais
psiquiátricos e todo tipo de tragédia? Seria o Deus de Ellen White o mesmo
Deus amoroso e Pai cuidadoso apresentado por Jesus nos evangelhos?
Ou seria esse exatamente o modo de operar do inimigo da humanidade,
Satanás que, além de mentir, enganar e ocultar, é o originador de todo tipo
de tragédia e morte no planeta?
Descortinando o Adventismo – Volume I 125
Enoch Jacobs, editor da Day Star Magazine, também ficou insano depois
do desapontamento. Ele acreditava que o Reino de Deus havia vindo em
1844 de uma maneira espiritual e acabou por ter várias esposas “espirituais”
de maneira ilícita.78 Aqueles que teimosamente afirmavam que algo de
espiritual havia realmente acontecido em 22 de outubro de 1844 acabaram
desenvolvendo manias bizarras de comportamento. Houve rumores de
adventistas se arrastando nos chãos, se engatinhando, latindo ou agindo
como crianças para se humilharem e entrarem no Reino de Deus dessa forma.
77 Beem, Teresa & Arthur, It’s okay not to be a Seventh-Day Adventist, pág 52.
78 Ibid, Knight, pág 259.
79 Barre Patriot, “Mllerism-Miserable Delusion-Gross Wickedness", Nov 7, 1845 pág. 3.
80 Brooklyn Daily Eagle, November 6, 1854.
128 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
81 Bliss, Sylvester. Memoirs of William Miller, Joshua Himes Publishers, 1853 pág. 350-351, MOA website.
Descortinando o Adventismo – Volume I 129
Agora sim fazia sentido por que Cristo não havia voltado! O santuário
não era o planeta Terra, mas sim um santuário literal no céu! O alívio foi
imenso. Ninguém mais poderia zombar de suas crenças! Afinal de contas,
eles sempre estiveram corretos. Eles realmente eram o povo escolhido para
carregar uma verdade que fora somente confiada a eles.
82 Froom, Leroy E., The Prophetic Faith of our Fathers, IV, Review and Herald 1946, pág. 881.
130 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
que observa e analisa cada passo em falso dado por seus servos e os castiga
de acordo com suas falhas mesmo que não intencionais.
Ou seja, Deus mentiu, mas mentiu por uma boa causa e agora... Ele
está furioso! Contudo, as Escrituras dizem que Deus nos ama, que Ele não
nos engana e que na verdade Ele não pode mentir (Tito 1:2). Quem mente
é o nosso adversário, o diabo que é o pai da mentira.
Br. Hahn e eu, realizamos uma consulta com relação à conveniência de enviar
a luz sobre o assunto do santuário. Decidimos que era exatamente o que o
restante que estava disperso precisava; pois isso explicaria nossa decepção,
(não importando que não concordasse com as Escrituras) e colocaria os
irmãos no caminho certo. Concordamos em dividir as despesas entre nós e
dissemos a Crosier: ‘Escreva o assunto do santuário. Publique outro número
do Day Dawn, e tentaremos cobrir as despesas’. Ele fez isso, e o Day Dawn foi
publicado com a luz a respeito do santuário. Ele caiu nas mãos dos anciãos
James White e Joseph Bates, que prontamente endossaram a visão; e foi
mostrado, em visão, à EGW como a luz para o remanescente.”86
86 Edson, Hiram, undated, handwritten Manuscript Fragment, reproduzido no livro de George Knight,
Rise of Sabbatarian Adventism, p. 126.
136 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
4. A expiação foi feita no santuário, mas o Calvário não era esse lugar.
87 O.R.L. Crosier, “The Law of Moses”, publicado no The Day-Star Extra, 7 de fevereiro, 1846, pág. 41.
138 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
“Eu acredito que o Santuário a ser purificado no final dos 2300 dias, é
o Novo Templo de Jerusalém, do qual Cristo é um ministro. O Senhor
me mostrou em visão, há mais de um ano, que o irmão Crosier tinha
a verdadeira luz sobre a purificação do santuário, etc. e que era Sua
vontade que o irmão C. escrevesse o ponto de vista que nos deu no The
Day-Star Extra, de 7 de fevereiro de 1846. Sinto-me plenamente
autorizada pelo Senhor a recomendar esse Extra a todo santo.”88
“Em 1846 ele (Crosier) aceitou a doutrina do sábado, mas logo em seguida
a repudiou completamente juntamente com os seus ensinamentos a
respeito do Santuário”.
88 Uma palavra ao “Pequeno Rebanho”, reproduzida por George Knight, Rise of Sabbatarian Adventism,
pág. 171.
Descortinando o Adventismo – Volume I 139
Todavia, mesmo estando clara a falta de base bíblica para tal doutrina
e também a real motivação para a sua criação, a afirmação sobre o santuário
celestial e o juízo investigativo, continuam firmes dentro do corpo de doutrinas
da IASD. Vejamos o que diz a crença fundamental adventista de número 24:
89 Retirado do site adventista www.biblia.com.br, seção “As 28 crenças fundamentais da Igreja Adventista
do Sétimo Dia”.
140 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Querido leitor, essas páginas não estão sendo escritas apenas para
apontar erros teológicos de uma instituição religiosa. O intuito aqui é
alertar o maior número de pessoas possível, a respeito de quais são as
consequências e jugos espirituais imputados àqueles que são manipulados
a se ligar a um grupo sectário. Todas essas consequências serão expostas
Descortinando o Adventismo – Volume I 141
“Vi que a decepção daqueles que creram na vinda do Senhor em 1844 não
foi igual à decepção dos discípulos da época de Cristo. A profecia foi cumprida
concernente a primeira e segunda mensagens angélicas. Elas foram dadas
no momento certo e realizaram o trabalho que Deus havia planejado.”90
Nesse caso, “(...) uma grande escuridão se instalou sobre aqueles que
tinham ouvido, mas, contudo, rejeitaram as mensagens da vinda de Cristo” se
refere a todos aqueles que não acreditaram na mensagem apocalíptica com
data marcada pregada por Miller. Mesmo que a mensagem tenha sido falsa!
E já nesse outro contexto, “Jesus faz expiação por aqueles que morreram, não
recebendo a luz sobre os mandamentos de Deus, que pecaram por ignorância.”,
aparentemente tem a ver com aqueles que não guardaram o sábado, por
não saberem que era necessário fazê-lo. Contudo, da mesma forma que o
ensino e a profecia de Miller foram equivocados (porém corroborados por
Ellen White), assim também é o caso do ensino da necessidade da guarda
do sábado, como será explicado no capítulo do volume 2 dessa série: “O
Sábado era uma sombra de Cristo”.
Além disso, Ellen deixava muito claro que ninguém deveria ousar
contestar essas “verdades” reveladas a ela. Essa sempre foi uma estratégia
de controle mental muito eficiente empregada pela Sra. White. Vejamos os
exemplos abaixo:
“Vi um grupo que permanecia bem guardado e firme, não dando atenção
aos que faziam vacilar a estabelecida fé da comunidade. Deus olhava para
eles com aprovação. Foram-me mostrados três degraus — a primeira, a
segunda e a terceira mensagens angélicas. Disse o meu anjo assistente: ‘Ai
de quem mover um bloco ou mexer num alfinete dessas mensagens.
A verdadeira compreensão dessas mensagens é de vital importância. O
destino das almas depende da maneira em que são elas recebidas.’
De novo fui conduzida às três mensagens angélicas, e vi a que alto preço havia
o povo de Deus adquirido a sua experiência. Esta, fora alcançada através de
muito sofrimento e severo conflito. Deus os havia conduzido passo a passo,
até que os pusera sobre uma sólida plataforma inamovível. Vi pessoas
aproximarem-se da plataforma e examinar-lhe o fundamento. Alguns com
alegria imediatamente subiram para ela. Outros começaram a encontrar
defeito no fundamento. Achavam que se deviam fazer melhoramentos, e
então a plataforma seria mais perfeita e o povo muito mais feliz.
Se o nobre leitor ainda não estiver estarrecido com tais passagens, não se
preocupe. Esse é apenas o começo de uma longa série de remoção de máscaras
e exposição de mentiras e vergonhosas táticas de controle religioso. Teremos
um capítulo específico falando somente a respeito de Ellen White no volume 2
dessa série. Por enquanto, fiquemos com apenas mais um exemplo de controle
mental/lavagem cerebral impostos por Ellen White aos seus seguidores:
“Não devemos receber as palavras daqueles que vêm com uma mensagem
que contradiz os pontos especiais de nossa fé. Eles reúnem uma pilha de
versos bíblicos e a acumulam como prova em torno de suas teorias. Isso foi
feito repetidamente nos últimos cinquenta anos. E enquanto as Escrituras
são a palavra de Deus e devem ser respeitadas, a aplicação delas, se essa
aplicação afastar um pilar do fundamento que Deus sustentou nesses
cinquenta anos, é um grande erro. Quem faz tal aplicação não conhece
a maravilhosa demonstração do Espírito Santo que deu poder e força às
mensagens passadas que chegaram ao povo de Deus.”.95
Quando Deus criou o mundo natural, Ele usou a Sua palavra criadora
para fazê-lo. E a primeira coisa que Ele criou foi a luz. “Disse Deus: Haja
luz, e houve luz. E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e
as trevas.”. Antes de organizar algo, o próprio Deus criou a luz. Sem luz, nós
não podemos enxergar se algo está fora do lugar. Ao organizarmos os nossos
quartos, não há como fazer nada no escuro. O primeiro passo é acender a
luz, para depois colocar tudo em ordem.
O fato é que Ellen White sabia que sem a veracidade imposta sobre a
doutrina do Juízo Investigativo não existiria a Igreja Adventista do Sétimo
Dia. Por isso a importância em quebrar qualquer resistência a respeito de
tal doutrina. Doesse a quem doesse, custasse o que custasse, essa seria a sua
Descortinando o Adventismo – Volume I 151
somente as pessoas que professam ser crentes. Os ímpios só terão a sua vez
de serem julgados durante os 1000 anos do reinado dos justos com Cristo
no céu. A execução da sentença deles então virá no fim desses 1000 anos.
Tudo isso, claro, de acordo com a exclusiva doutrina adventista.
“Assim, quando Cristo entrou no lugar santíssimo para efetuar a obra final
da expiação, terminou Seu ministério no primeiro compartimento. Mas,
quando o ministério no primeiro compartimento terminou, iniciou-se o do
segundo compartimento. Quando, no cerimonial típico, o sumo sacerdote
deixava o lugar santo no dia da expiação, entrava perante Deus para
apresentar o sangue da oferta pelo pecado, em favor de todos os israelitas que
verdadeiramente se arrependiam de suas transgressões. Assim Cristo apenas
completara uma parte de Sua obra como nosso intercessor para iniciar outra,
e ainda pleiteia com Seu sangue, perante o Pai, em favor dos pecadores.”98
“Ao fim dos mil anos, Cristo volta novamente à Terra. É acompanhado
pelo exército dos remidos, e seguido por um cortejo de anjos. Descendo com
grande majestade, ordena aos ímpios mortos que ressuscitem para receber
a condenação. Surgem estes como um grande exército, inumerável como
a areia do mar. Que contraste com aqueles que ressurgiram na primeira
ressurreição! Os justos estavam revestidos de imortal juventude e beleza.
Os ímpios trazem os traços da doença e da morte.”99
Aliás, de acordo com essa doutrina, caso algum pecado tenha sido
esquecido no meio do caminho, e por esse motivo não foi confessado,
infelizmente não há o que fazer. Lago de fogo e enxofre será o destino dessa
alma infeliz.
“Quão solene é esta consideração! Dia após dia que passa para a
eternidade, traz a sua enorme porção de relatos para os livros do Céu.
Palavras, uma vez faladas, e ações, uma vez praticadas, nunca mais se
podem retirar. Os anjos têm registrado tanto as boas como as más. Nem
o mais poderoso guerreiro pode revogar a relação dos acontecimentos de
um único dia sequer. Nossos atos, palavras, e mesmo nossos intuitos mais
secretos, tudo tem o seu peso ao decidir-se nosso destino para a felicidade ou
para a desdita. Ainda que esquecidos por nós, darão o seu testemunho
para justificar ou condenar.”100
“A passagem que, mais que todas as outras, havia sido tanto a base como
a coluna central da fé do advento, foi: “Até duas mil e trezentas tardes e
manhãs; e o santuário será purificado.” Daniel 8:14.”.102
Pela sua sutileza fará prosperar o engano na sua mão; no seu coração
se engrandecerá, e destruirá a muitos que vivem em segurança; e se
levantará contra o príncipe dos príncipes; mas será quebrado sem intervir
mão de homem”. Dan 8:23-25.
103 Desmond Ford, Daniel 8:14, pág 69-75; Flávio Josefo, Antiquities of the Jews, X,11,7; Keil-Delitzch,
Commentary on the Old Testament, Vol 9, pág 295-319; The Expositor’s Bible Commentary, Vol 7, pág 96-108.
104 The Expositor’s Bible Commentary, Vol 7, pág 20f.
Descortinando o Adventismo – Volume I 159
data marcada, por assim dizer, mas sim por quanto tempo essa transgressão
permaneceria ocorrendo.
É claro que nenhum teólogo adventista irá admitir algo assim. Porém,
não há como dividir as duas coisas. Esse é o pacote completo dentro do
contexto dessa interpretação. Fica aqui, subentendido, a marca do inimigo
de Deus, Satanás, que deprecia e desonra o nome de Jesus cuidadosamente
camuflado por uma falsa religião/doutrina.
Fica mais do que claro, portanto, mesmo que tendo sido feita somente
essa análise superficial do capítulo 8 do livro de Daniel, a falta de suporte
bíblico para tal doutrina bíblica. Porém, a fim de nos protegermos um
pouco mais teologicamente, nós iremos nos aprofundar um pouco mais
nos textos de Daniel. Dessa vez, na sua raiz hebraica.
Por exemplo, quando Daniel 8:14 na tradução da KJV diz: “Até dois
mil e trezentos dias; então o santuário será purificado”, a KJV não traduz
corretamente algumas palavras. A NVI, por exemplo, reflete muito mais
acertadamente esse texto. Note a diferença da sua versão de Daniel 8:14:
“Ele me disse: Isso tudo levará duas mil e trezentas tardes e manhãs;
então o santuário será reconsagrado”.
Tsadaq:
קדצtsadaq uma raiz primitiva; DITAT - 1879; v. 1) ser justo, ser correto
1a) (Qal) 1a1) ter uma causa justa, ter razão 1a2) ser justificado 1a3)
ser justo (referindo-se a Deus) 1a4) ser justo, ser correto (na conduta
e no caráter) 1b) (Nifal) ser feito certo, ser justificado 1c) (Piel)
justificar, fazer parecer justo, fazer alguém justo 1d) (Hifil) 1d1) fazer
106 Cottrell, Raymond, A Doutrina Adventista do Santuário: Patrimônio ou Risco? Pág. 11.
162 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
107 Cottrell, Raymond, A Doutrina Adventista do Santuário: Patrimônio ou Risco? Pág. 12.
108 Cottrell, Raymond, A Doutrina Adventista do Santuário: Patrimônio ou Risco? Pág. 11.
Descortinando o Adventismo – Volume I 163
Tamid:
דימתtamiyd procedente de uma raiz não utilizada significando
estender; DITAT – 1157a; n. m. 1) continuidade, perpetuidade,
estender 1a) continuamente, continuadamente (como advérbio) 1b)
continuidade (subst.).
Ereb:
` ברעereb procedente de 06150; DITAT - 1689a; n. m. 1) o anoitecer,
noite, o pôr do sol 1a) o anoitecer, o pôr do sol 1b) noite.
Boqer:
רקבboqer procedente de 01239 ; DITAT - 274c; n m 1) manhã, romper
do dia 1a) manhã 1a1) referindo-se ao fim da noite 1a2) referindo-se
à chegada da aurora 1a3) referindo-se ao início do nascer do sol 1a4)
referindo-se ao início do dia 1a5) referindo-se a grande alegria depois de
uma noite de sofrimento (fig.) 1b) amanhã, próximo dia, próxima manhã.
Ele me disse: “Isso tudo levará duas mil e trezentas EREB (sacrifício
da tarde) e BOQER (sacrifício da manhã) (Dois sacrifícios diários
no templo ou 1150 dias literais); então o santuário será NITSDAQ
(restaurado, justificado)”. (v. 14)
109 Cottrell, Raymond, A Doutrina Adventista do Santuário: Patrimônio ou Risco? Pág. 11.
Descortinando o Adventismo – Volume I 165
Yom:
מּויyowm procedente de uma raiz não utilizada significando ser quente;
DITAT - 852; n m 1) dia, tempo, ano 1a) dia (em oposição a noite)
1b) dia (período de 24 horas) 1b1) como determinado pela tarde e
pela manhã em Gênesis 1 1b2) como uma divisão de tempo 1b2a) um
dia de trabalho, jornada de um dia 1c) dias, período de vida (pl.) 1d)
tempo, período (geral) 1e) ano 1f ) referências temporais 1f1) hoje
1f2) ontem 1f3) amanhã.
Essas “2300 tardes e manhãs” são, portanto, 1150 dias literais, já que os
2300 sacrifícios eram oferecidos duas vezes por dia no templo judaico. Uma
de tarde e outra de manhã, continuamente (tamid). Sendo assim, fica claro
que toda essa doutrina adventista foi fundamentada em cima de uma errônea
tradução bíblica da KJV, sem estar dentro do devido contexto histórico ou
bíblico, causando um terrível dano à fé de milhões de pessoas até os dias de hoje.
Essa gafe de proporções históricas deve ser exposta, não a fim de destruir fé
alheia, mas, pelo contrário, com o propósito de endireitar a verdade dentro
dos corações desses fiéis e alinhá-las ao verdadeiro evangelho de Cristo.
166 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Vejamos:
Daniel capítulo 7
No primeiro ano de Belsazar, rei da Babilônia, Daniel teve um sonho, e
certas visões passaram por sua mente, estando ele deitado em sua cama.
Ele escreveu o resumo do seu sonho. (v. 1)
Daniel disse: “Na minha visão à noite, eu vi os quatro ventos do céu
agitando o grande mar. (v. 2)
Quatro grandes animais, cada um diferente dos outros, subiram do mar. (v. 3)
O primeiro parecia um leão, e tinha as asas de águia. Eu o observei até que
as suas asas foram arrancadas, e ele foi erguido do chão de modo que levantou-
se sobre dois pés como um homem, e recebeu coração de homem. (v. 4)
A seguir vi um segundo animal, que tinha a aparência de um urso.
Ele foi erguido por um dos seus lados, e na boca, entre os dentes, tinha
três costelas. E lhe foi dito: ‘Levante-se e coma quanta carne puder!’ (v. 5)
Depois disso, vi um outro animal, que se parecia com um leopardo. E
nas costas tinha quatro asas, como asas de uma ave. Esse animal tinha
quatro cabeças, e recebeu autoridade para governar. (v. 6)
Na minha visão à noite, vi ainda um quarto animal, aterrorizante,
assustador e muito poderoso. Tinha grandes dentes de ferro, com as
111 A intenção deste livro não é a de estudarmos a escatologia dos tempos do fim, portanto não
iremos nos aprofundar no estudo a respeito da figura do anticristo.
Descortinando o Adventismo – Volume I 171
Daniel capítulo 8
“No terceiro ano do reinado do rei Belsazar, eu, Daniel, tive outra visão,
depois da primeira. (v. 1)
Na minha visão eu me vi na cidadela de Susã, na província de Elão; na
visão eu estava junto do canal de Ulai. (v. 2)
Olhei para cima, e diante de mim, junto ao canal, estava um carneiro,
seus dois chifres eram compridos, um mais que o outro, mas o mais
comprido cresceu depois do outro. (v. 3)
Observei o carneiro enquanto ele avançava para o oeste, para o norte e para
o sul. Nenhum animal conseguia resistir-lhe, e ninguém podia livrar-se do
seu poder. Ele fazia o que bem queria e foi ficando cada vez maior. (v. 4)
Enquanto eu estava considerando isso, de repente um bode, com um chifre
enorme entre os olhos, veio do oeste, percorrendo toda a extensão da terra
sem encostar no chão. (v. 5)
Ele veio na direção do carneiro de dois chifres que eu tinha visto ao lado do
canal, e avançou contra ele com grande fúria. (v. 6)
Eu o vi atacar furiosamente o carneiro, atingi-lo e quebrar os seus dois
chifres. O carneiro não teve forças para resistir-lhe; o bode o derrubou no
chão e o pisoteou, e ninguém foi capaz de livrar o carneiro do seu poder. (v. 7)
O bode tornou-se muito grande, mas no auge da sua força o seu
grande chifre foi quebrado, e em seu lugar cresceram quatro chifres
enormes, na direção dos quatro ventos da terra. (v. 8)
De um deles saiu um outro chifre, que começou pequeno, mas cresceu
em poder na direção do sul, do leste e da Terra Magnífica. (v. 9)
Cresceu até alcançar o exército dos céus, e atirou na terra alguns
componentes do exército das estrelas e os pisoteou. (v. 10)
Tanto cresceu que chegou a desafiar o príncipe do exército; suprimiu
o sacrifício diário oferecido ao príncipe, e o local do santuário foi
destruído. (v. 11)
172 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Ele se tornará muito forte, mas não pelo seu próprio poder. Provocará
devastações terríveis e será bem-sucedido em tudo o que fizer. Destruirá
os homens poderosos e o povo santo. (v. 24)
Com o intuito de prosperar, ele enganará a muitos, e se considerará
superior aos outros. Destruirá muitos que nele confiam e se insurgirá
contra o Príncipe dos príncipes. Apesar disso, ele será destruído, mas não
pelo poder dos homens’. (v. 25)
‘A visão das tardes e das manhãs que você recebeu é verdadeira; sela,
porém a visão, pois refere-se ao futuro distante’. (v. 26)
Eu, Daniel, fiquei exausto e doente por vários dias. Depois levantei-me
e voltei a cuidar dos negócios do rei. Fiquei assustado com a visão; estava
além da compreensão.” (v. 27)
Isso faz com que esse poder (um dos 4 chifres do qual veio o pequeno
chifre) tenha surgido somente por volta de 300 A.C. Roma nunca foi
parte do império de Alexandre, nem se originou de nenhuma de suas 4
subdivisões após a sua morte, por isso ela nunca poderia ter surgido de
um de seus chifres. Roma surgiu na Itália e foi formada no ano de 750 A.C.
e se converteu em república em 509 A.C.
112 A quarta besta é identificada como o Império Romano segundo o próprio entendimento adventista.
O nosso entendimento escatológico, contudo, entende que essa besta só surgirá no fim dos tempos na
época em que o anticristo se manifestar.
Descortinando o Adventismo – Volume I 175
“No final do reinado deles, quando a rebelião dos ímpios tiver chegado
ao máximo, surgirá um rei de duro semblante, mestre em astúcias.”
Malkuth:
תוכלמmalkuwth ou תכלמmalkuth ou (no pl.) היכלמmalkuyah
procedente de 04427; DITAT - 1199e; n f 1) realeza, poder real,
reino, reinado, poder soberano 1a) poder real, domínio 1b) reino 1c)
reinado, domínio.
Melek:
ְךלמmelek procedente de 04427, grego 3197 Μελχι; DITAT - 1199a;
n m 1) rei – 2) rei real.
Segundo Daniel 8:9, esse chifre ataca primeiro ao sul, logo ao leste e
em seu caminho ataca a Terra Magnífica (Gloriosa):
Descortinando o Adventismo – Volume I 179
“De um deles saiu um outro chifre, que começou pequeno, mas cresceu em
poder na direção do sul, do leste e da Terra Magnífica.” Daniel 8:9
Ataque ao Sul:
“Os guardiões do rei Ptolomeu VI exigiram a retirada da Síria em
170 A.C., mas em vez disso Antíoco lançou um ataque contra o Egito,
conquistando toda a região, exceto Alexandria, e capturando o rei
Ptolomeu. Para evitar alarmar Roma, Antíoco permitiu que Ptolomeu
VI continuasse governando como uma espécie de “rei fantoche”. Após a
retirada de Antíoco, a cidade de Alexandria escolheu um novo rei, um
dos irmãos de Ptolomeu, também chamado Ptolomeu (VIII Euergetes).
Os “irmãos Ptolomeu” concordaram em governar o Egito em conjunto,
em vez de travar uma guerra civil.”113
Ataque ao Leste:
O livro de I Macabeus descreve claramente os ataques ao Leste da
Síria, na Pérsia, perpetuados por Antíoco:
Dessa forma, fica evidente que Roma em hipótese alguma pode ser
considerada como o chifre pequeno de Daniel 8, enquanto Antíoco Epifânio
IV se encaixa perfeitamente nas profecias de Daniel. O escritor Dirk
Anderson, analisa brilhantemente a comparação entre Roma e Antíoco:
114 Santos, Dominique V. C.; Plautz, Daniel, Antíoco IV Epífanes e a Intervenção Selêucida em Jerusalém:
Breves considerações a partir do Livro de Daniel, pág. 62 e 63.
Descortinando o Adventismo – Volume I 181
115 Anderson, Dirk, Refutação do livro de Clifford Goldstein 1844 Made Simple (1844 Simplificado).
182 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
“Nisto Judas ordenou que alguns dos seus homens atacassem a cidadela
enquanto ele purificava o templo. Escolheu sacerdotes irrepreensíveis,
dedicados à lei de Deus, e eles purificaram o templo levando para um
lugar impuro as pedras que o profanavam. O altar onde eram queimados
os sacrifícios tinha sido profanado; então eles discutiram o que deviam
fazer com ele.
Tiveram a boa ideia de desmontá-lo a fim de que não ficasse ali para
os envergonhar; pois os pagãos tinham-no profanado. Desmontaram o
altar e puseram as pedras num lugar próprio, no monte do templo, onde
ficariam guardadas até que aparecesse um profeta e lhes dissesse o que
deveriam fazer com elas. Depois conforme a lei prescreve, construíram um
altar novo, com pedras não lavradas, igual ao primeiro. Reconstruíram
o templo e reformaram a parte de dentro, dedicaram os pátios e fizeram
novos utensílios sagrados.
Contudo, para que fique ainda mais claro ao leitor, elaboramos uma
tabela comparativa entre Roma (interpretação adventista) e Antíoco
Epifânio IV (o resto do mundo cristão), sobre a identidade do chifre
pequeno de Daniel 8:
184 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Características do
Antíoco Epifânio
Chifre Pequeno de Roma
IV
Daniel 8
NÃO – Surge como
Surge depois de SIM – Nasceu em 215 Reino muito antes,
Alexandre Magno A.C. e morreu em 164 em 750 A.C. e como
(Daniel 8:21-23 A.C. República em 509 A.C. e
como Império em 27 A.C.
SIM – Foi um rei NÃO – Roma nunca
Nasce de um dos 4
da dinastia Selêucida, fez parte do Império
reinos que vieram de
império que assumiu Grego por isso nunca
Alexandre Magno
uma das 4 divisões do “surgiu” de nenhum
(Daniel 8:8, 9, 21-23)
reino Alexandrino de seus reinos
SIM – Antíoco NÃO – Roma só veio a
Profanou o santuário
profanou o santuário ter contato com os Judeus
terrestre e suprimiu
sacrificando um porco em 168 A.C. e ainda assim
o sacrifício diário do
no altar do templo, somente os oprimiu a
templo no início das
impediu os sacrifícios partir de 63 A.C. quando
2300 tardes e manhãs
diários e todos os a Palestina se tornou parte
(“eveb” e “boqer” dois
rituais judeus na época do Império Romano, além
sacrifícios diários
em que dominou sobre disso, as 2300 tardes e
ou 1150 dias literais –
eles, 167 A.C. e 164 manhãs não são dias,
Daniel 8:11, 13-14)
A.C. nem anos literais
SIM – Antíoco foi
É um Rei “Melek” NÃO – Roma foi um
um rei da dinastia
e não um Império Reino 750 A.C., uma
Selêucida e governou a
“Malkuth” (Daniel República 509 A.C. e um
Síria entre 175 A.C. e
8:23) Império em 27 A.C.
164 A.C.
SIM – Antíoco NÃO NÃO – Roma foi
Foi destruído NÃO morreu por mãos de derrotada pelas mãos
por mãos de homens homens, mas devido a de homens Bárbaros e
(Daniel 8:25) uma espécie de câncer Germanos (Hérulos)
no intestino em 476 D.C.
Descortinando o Adventismo – Volume I 185
116 Essa abominação desoladora provavelmente também é um tipo profético do que ocorrerá quando o
anticristo, que aparecerá no fim dos tempos, invadir o terceiro templo que será construído em Jerusalém
e que servirá como palco para a grande tribulação mencionada no livro do Apocalipse.
186 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
117 Antíoco Epifânio IV também é um tipo profético do anticristo, que ainda há de surgir no cenário
mundial pouco tempo antes da volta de Jesus.
118 Josefo, Flávio, “Antiquities of the Jews”, pág. 260.
Descortinando o Adventismo – Volume I 187
Porém, mesmo assim, Deus com toda a Sua misericórdia e graça, teve
por intuito informar de antemão que mesmo que todos esses acontecimentos
ruins tivessem ocorrido devido às iniquidades praticadas pelo povo de
Israel, Ele viria ao socorro deles em um determinado momento da história,
avisando, através de seu profeta Daniel, quando todo esse infortúnio
chegaria ao seu fim.
“Os quatro chifres que tomaram o lugar do chifre que foi quebrado são
quatro reinos que surgirão da nação daquele rei, mas não terão o
mesmo poder.” (v. 22)
“No final do reinado deles, quando a rebelião dos ímpios tiver chegado
ao máximo, surgirá um rei de duro semblante, mestre em astúcias.”
(v. 23)
Uma das estratégias políticas de Antíoco era trazer pra perto dele os
seus inimigos e os destruir através do engano. Muitos deles acreditavam,
erroneamente, que Antíoco era de fato seu aliado. Ele, portanto, destruiria
“muitos que nele confiam”. Vejamos como o teólogo Albert Barnes
descreveu o modus operandi de Antíoco:
“A profecia diz que Antíoco ‘destruirá muitos que nele confiam’. Isto se
refere a sua política de conservar sempre a aparência de amizade em
direção aos que queria destruir. Desta maneira, podia levar a cabo melhor
seus propósitos, enquanto seus inimigos estavam confiantes.” 119
O restante do verso 25 diz que ele seria destruído, “mas não pelo
poder de homens”. Aparentemente o próprio Deus resolveu, pessoalmente,
trazer juízo e justiça a vida de Antíoco. Vejamos o que o livro de Macabeus
relata sobre a morte desse nefasto rei Sírio:
“Mas o Senhor Todo Poderoso, o Deus de Israel, lhe castigou com uma
peste incurável e invisível; pois, tão logo como houve pronunciado estas
palavras, lhe sobreveio uma dor nas entranhas que não lhe saía e um
penoso tormento de suas partes internas. Tudo isso era o mais justo,
porque ele havia atormentado as entranhas de outros homens com
muitos e estranhos tormentos. Sem demora, não cessava de vangloriar-se,
e estava, todavia, cheio de orgulho, respirando fogo em sua ira contra os
judeus e ordenando-lhes apressar a viagem: porque sucedeu que caiu da
carruagem que sacudia violentamente; caindo, pois, todos os membros de
seu corpo ficaram muito doloridos.
E assim, o que pouco antes pensava que podia dar ordens a beira mar
(era orgulhoso mais além de sua condição) e pesar as altas montanhas em
uma balança, foi lançado ao solo, e levado em uma bicama ao lombo de
um cavalo, mostrando a todos o manifesto poder de Deus. De tal maneira
que os vermes saíam do corpo deste homem ímpio, e enquanto vivia em
aflição e dor, sua carne caía, e a imundícia de seu fedor era repulsiva a
todo seu exército.
Contudo, mesmo com todos esses erros de tradução, nós não podemos
eximir os dirigentes dessa instituição de sua responsabilidade em levar
milhões de pessoas ao erro. Visto que registros históricos mostram que já
em 1919, numa conferência bíblica realizada na época, diretores e dirigentes
da conferência já estavam cientes desses erros e mesmo assim resolveram
abafá-los do grande público.
Versículo 25. E ele (Antíoco Epifanes) despertará suas forças (171 A.C.)
e seu ardor contra o rei do sul (Ptolomeu Filométor) com grande exército
(“uma grande multidão”); e o rei do sul (Ptolomeu Filométor) se empenhará
na guerra com grande e exército muito forte (“muitos, e extremamente
fortes” Newton) mas ele (Ptolomeu Filométor) não prevalecerá (“teve medo
e fugiu”): porque lhe trairão (Eulaco, seu ministro, Macrón, um premier).
Versículo 26. Ainda os que comam de seus manjares (os de Ptolomeu) (seus
ministros, Eulaco, Macrón) lhe quebrantariam (por meio da traição), e seu
exército (o de Ptolomeu) será destruído, e cairão muitos mortos”.
grande obrigação a seu tio Antíoco. Mas estas demonstrações de amizade eram
“mentiras”. Tão logo Antíoco se retirou, os dois irmãos, Ptolomeu e Fisón,
fizeram as pazes e se puseram de acordo para reinar conjuntamente.
Agora leiamos nas Escrituras os nomes destes reis: o coração destes dois reis
(Antíoco Epifanes e Ptolomeu Filopátor) será para fazer mal (cada um
deles esperando enganar um ao outro), e em uma mesma mesa falaram
mentira (em aparente amizade), mas (essa paz sobrecarregada entre
eles) não servirá de nada.
Versículo 28: E voltará a sua terra com grande riqueza, e seu coração será
contra o pacto santo; fará sua vontade, e voltará a sua terra. Essa é a profecia.
Antíoco, esperando que os irmãos egípcios se destruíssem mutuamente em
uma guerra civil, regressou para a Síria. Levou com ele imensos tesouros
dos povos egípcios capturados. Daniel diz: “voltará . . . com grande riqueza”.
Note-se que Daniel diz que “seu coração será contra o pacto santo”. O
versículo seguinte em Macabeus diz: “E depois de que Antíoco houvesse
esmagado ao Egito, voltou no ano 143 (que é o ano 169 A.C.) e subiu contra
Israel e Jerusalém com grande multidão, e se apoderou do altar de ouro, e do
candelabro, e de todos os copos, e da mesa dos pães da propiciação, e dos copos
das libações, e dos utensílios, e dos incensários de ouro, e o véu, e as coroas, e os
ornamentos de ouro que estavam diante do templo, todos os quais arrancou.
Esta é a história. A profecia diz: “E seu coração será contra o pacto santo”.
Enquanto estava no Egito, circulou um falso rumor sobre sua morte.
Descortinando o Adventismo – Volume I 193
Daniel 9 (KJV)
no primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que
o número dos anos, a respeito dos quais a palavra do SENHOR veio
ao profeta Jeremias, era de setenta anos, quando se completariam as
desolações de Jerusalém, (v. 2)
E coloquei a minha face diante do Senhor Deus, para buscá-lo com oração
e súplicas, com jejum, e vestimenta de pano de saco e cinzas; (v. 3)
nem escutamos teus servos, os profetas, que falaram em teu nome aos
nossos reis, nossos príncipes e nossos pais, e para todo o povo da terra. (v. 6)
Ó Senhor, justiça pertence a ti, porém a nós confusão de faces, como neste
dia, para os homens de Judá, e para os habitantes de Jerusalém, e para
todo Israel, aqueles que estão próximos e aqueles que estão distantes, em
todas as nações para onde tu os conduziste, por causa da transgressão que
cometeram contra ti. (v. 7)
196 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Ó Senhor, a nós pertence a confusão de face, aos nossos reis, aos nossos
príncipes e aos nossos pais, porque pecamos contra ti. (v. 8)
e não tenhamos obedecido a voz do SENHOR nosso Deus, para andar nas
suas leis, que ele colocou diante de nós pelos seus servos, os profetas. (v. 10)
Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, afastando-se para não obedecerem
a tua voz; portanto a maldição está derramada sobre nós, e o juramento
que está escrito na lei de Moisés, o servo de Deus, porque nós pecamos
contra ele. (v. 11)
E ele confirmou as suas palavras, que falou contra nós, e contra os nossos
juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; pois sob todo
o céu não se tem feito como se fez sobre Jerusalém. (v. 12)
Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; contudo
não fizemos nós nossa oração perante o SENHOR nosso Deus, para que
nos desviássemos de nossas iniquidades, e entendêssemos a tua verdade.
(v. 13)
E agora, ó Senhor nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com
mão poderosa, e trouxeste renome para ti, como neste dia; nós pecamos,
nós nos portamos impiamente. (v. 15)
Ó Senhor, conforme toda a tua justiça, suplico-te, desvia a tua ira e a tua
fúria da tua cidade Jerusalém, teu santo monte; porque por nossos pecados
e pelas iniquidades de nossos pais, Jerusalém e teu povo tornaram-se uma
desonra para todos os que estão ao nosso redor. (v. 16)
Descortinando o Adventismo – Volume I 197
Ó meu Deus, inclina teus ouvidos e ouve; abre teus olhos, e observa
nossas desolações, e a cidade que é chamada pelo teu nome; pois nós não
apresentamos nossas súplicas perante a ti por nossas justiças, mas por tuas
grandes misericórdias. (v. 18)
Davi: “Ó Senhor Deus, não faças virar o rosto do teu ungido (mashiach);
lembra-te das misericórdias de Davi teu servo” 2 Crônicas 6:42
Descortinando o Adventismo – Volume I 199
Saul: “E disse aos seus homens: O SENHOR me guarde de que eu faça tal
coisa ao meu senhor, ao ungido (maschiach) do SENHOR, estendendo
eu a minha mão contra ele; pois é o ungido do SENHOR.” 1 Samuel 24:6
E após sessenta e duas semanas o Messias será cortado, porém não por
si mesmo; e o povo do príncipe que virá, destruirá a cidade e o santuário;
e o seu fim será com uma inundação, e até o final da guerra desolações
estão determinadas. (v. 26)
Alguns teólogos, como o Dr. André Reis, por exemplo, PhD em Novo
Testamento pela Universidade Adventista de Avondale, define-os assim:
122 André Reis Ph.D, “Dois Messias em Daniel 9?”, artigo online.
123 Alguns teólogos evangélicos de fato creem que o segundo ungido de Daniel 9 é Jesus Cristo, contudo
absolutamente nenhum teólogo evangélico crê na doutrina do juízo investigativo, deixando a IASD
completamente isolada nesse entendimento doutrinário.
202 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
no meio da semana ele fará cessar o sacrifício e a oblação (...)”. A IASD ensina
que Jesus Cristo seria esse “ele” que teria feito o pacto da “nova aliança” com
muitos, tal aliança que, aliás, também não é ensinada corretamente por eles.
Estudaremos sobre isso mais a frente no vol. 2 no capítulo “O Sábado era
uma sombra de Cristo”, onde falamos sobre a velha e a nova aliança. Por
enquanto, vejamos por que esse “ele” não pode estar se referindo a Jesus.
Analisemos o contexto do verso 27, verificando em conjunto o versículo
imediatamente anterior a ele:
Vejamos mais uma vez o texto, agora na Nova Versão Padrão Revisada:
“Ele fará um pacto forte com muitos por uma semana e, durante
metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta; e em seu lugar
haverá uma abominação que desolará, até que o fim decretado seja
derramado sobre o desolador.” (v. 27)
Mas afinal com quem Antíoco havia feito esse pacto forte com muitos
por uma semana? O livro pseudoepígrafo de 1 Macabeus, embora não esteja
no Cânon sagrado, nos apresenta corretamente mais uma vez a história
relativa a esse período:
E ainda:
“(...) porque, depois que nos afastamos delas, muitos males nos
aconteceram. Essa proposta agradou a muita gente. Alguns do povo
tomaram a iniciativa e foram até o rei, que lhes deu permissão para
introduzir os costumes pagãos. Foi assim que construíram em Jerusalém
uma praça de esportes de acordo com os usos pagãos. Disfarçaram a
circuncisão e renegaram a aliança sagrada. Associaram-se às nações
pagãs e se venderam para praticar o mal” 1 Macabeus 1:11-15
Esse pacto, portanto, foi feito com Judeus Helenistas da época que
traíram a nação e a lei judaica em troca de favores do Rei Sírio.
“Esse governante, pois, com sagacidade firmará com muitos um pacto que
durará uma semana. Mas na metade da semana ele ordenará o fim do
sacrifício e das ofertas de manjares. E, em uma das principais alas do Templo
será colocado o sacrilégio terrível, a grande abominação, até a consumação,
o fim que já está decretado para alcançar e exterminar o assolador!” (v. 27)
“Durante uma semana, ele fará um pacto firme com muitos. Durante
meia semana, ele interromperá o sacrifício e a oferta de manjares.
No canto [do altar] haverá uma abominação terrível até que a destruição
decretada seja derramada sobre a coisa abominável.” (v. 27)
Determinar (chathak):
“Setenta semanas estão determinadas para o teu povo e a tua santa Cidade,
a fim de fazer cessar toda a transgressão, dar fim à prática do pecado, expiar a
iniqüidade e as culpas, implantar a justiça eterna, cumprir a visão e a profecia,
e ungir o Kodesh, o Lugar Santíssimo, reconsagrando o Templo.” (v. 24)
Mas qual foi então o primeiro decreto que o Rei Artaxerxes deu
(Esdras 7:11-26), que tipo de autorização ele liberou a Esdras e quando
isso aconteceu?
Eu, Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras, mestre da Torá, Lei
do Deus dos Céus: ‘Paz e prosperidade! (v. 12)
Pois tu estás em missão, enviado pelo rei e por seus sete conselheiros, a
fim de realizar uma investigação em Judá e em Jerusalém com respeito
à Torá, Lei do teu Deus, que está nas tuas mãos. (v. 14)
E tudo mais que for necessário para a Casa de teu Deus, que te convenha
dar, assim procede por conta do tesouro do rei. (v. 20)
até três toneladas e meia de prata, cem tonéis de trigo, dez barris de vinho,
dez barris de azeite puro de oliva, e sal à vontade. (v. 22)
Tudo o que o Deus dos céus tenha prescrito, que se faça com presteza para
a Casa do Deus dos Céus, a fim de que a sua ira não caia sobre o império
deste rei e dos seus descendentes. (v. 23)
E toda pessoa que não obedecer à Torá, Lei do teu Deus e à lei do rei, que
seja castigado com a morte, ou mediante o exílio, ou o confisco dos bens,
ou com a prisão!’ (v. 26)
“No mês de Nissan, Abibe, isto é, entre março e abril, do vigésimo ano do
rei Artaxerxes, na hora de servir-lhe o vinho, levei-o ao rei. Nunca antes
eu havia me apresentado com o semblante triste na presença dele; por
esse motivo me indagou: ‘Por que o teu rosto está entristecido, se não estás
enfermo? Isso só pode ser tristeza da alma!’ Então, neste momento, tive
muito medo, e justifiquei ao rei:
‘Que o rei viva para sempre! Como meu rosto não estaria triste, se
a cidade em que está o sepulcro dos meus pais está completamente
destruída e as suas portas consumidas pelo fogo?’ Então, o rei me
perguntou: ‘O que estás desejando me pedir?’ E, neste instante fiz uma
rápida oração ao Deus dos céus, e respondi: ‘Se for do teu agrado, e se o
teu servo puder contar com a tua bondade, rogo-te que me permitas ir
a Judá, a cidade do sepulcro de meus pais, para que eu a reconstrua’.
E também uma carta para Asafe, guarda da floresta do rei, para que ele me
forneça madeira para construir as vigas das portas da fortaleza que
212 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
fica junto à Casa, e para os muros da cidade, assim como para levantar
a residência que irei ocupar’. Visto que a generosa mão de Deus estava me
abençoando neste sentido, o rei atendeu todos os meus pedidos.”
2300
tardes/
manhãs
CRISTO
Batismo Morte
457 34 22 de outubro
a.c. 27 d.c. 31 d.c. d.c. de 1844
Para deixar ainda mais claro que esse gráfico adventista é inviável,
analisemos abaixo as datas mencionadas:
125 Paul Maier, “Sejanus, Pilate and the Date of the Crucifixion,” Church History 37/1 (1968): 3–13;
Richard W. Husband, “The Year of the Crucifixion,” Transactions and Proceedings of the American
Philological Association 46 (1915): 26; Massey Shepherd Jr., “Are Both the Synoptics and John
Correct about the Date of Jesus’ Death?” Journal of Biblical Literature (1961): 123–132; Veja Livro
dos Jubileos, 49:1, 2, 10–12.
Descortinando o Adventismo – Volume I 215
causada pelo espírito que rege essa seita? Qualquer uma dessas opções
coloca a IASD numa posição extremamente comprometedora e deixa seus
membros com uma difícil escolha. Entrar em negação e fingir que nada
está errado? Ou assumir a verdade e as suas consequências? Ambas serão
traumatizantes, porém a última opção levará eventualmente a cura.
Em seus escritos a Sra. White deixa claro que de acordo com o que
foi mostrado a ela, Daniel 7 e 8, e Apocalipse 14 tratam de um juízo de
investigação no santuário celestial e uma continuação da obra expiatória de
Cristo, que não havia de nenhuma forma, sido terminada na cruz. Mesmo
que a Bíblia, e os princípios do evangelho de Cristo sejam diretamente
contrários a esse ensinamento, essa é a base da doutrina adventista do
santuário celestial.
“E, eis que vinha nas nuvens do céu Um como o Filho do homem; e dirigiu-
Se ao Ancião de Dias, e O fizeram chegar até Ele. E foi-Lhe dado o domínio
e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas O servissem;
o Seu domínio é um domínio eterno, que não passará.” Daniel 7:13, 14.
“A vinda de Cristo aqui descrita não é a Sua segunda vinda à Terra. Ele
vem ao Ancião de Dias, no Céu, para receber o domínio, a honra, e o reino,
os quais Lhe serão dados no final de Sua obra de mediador. É esta vinda,
e não o seu segundo advento à Terra, que foi predita na profecia como
devendo ocorrer ao terminarem os 2.300 dias, em 1844.
Assistido por anjos celestiais, nosso grande Sumo Sacerdote entra no lugar
santíssimo, e ali comparece à presença de Deus a fim de Se entregar aos
últimos atos de Seu ministério em prol do homem, a saber: realizar a
obra do juízo de investigação e fazer expiação por todos os que se
verificarem com direito aos benefícios da mesma.”127
“No cerimonial típico, somente os que tinham vindo perante Deus com
confissão e arrependimento, e cujos pecados, por meio do sangue da oferta
para o pecado, eram transferidos para o santuário, é que tinham parte na
cerimônia do dia da expiação.
Ellen White deixa claro, portanto, que quem está sendo julgado nesse
juízo de investigação são somente os justos ou “crentes arrependidos”. Contudo,
mais uma vez, essa assertiva não passa no teste bíblico da Sola Scriptura.
Vejamos com atenção o que diz o texto bíblico de Daniel 7:25, 26:
O profeta Daniel deixa claro aqui que o juízo que foi referenciado
nesse mesmo capítulo, não está ligado a nenhum justo, mas sim ao pequeno
chifre ímpio que se levanta contra o Altíssimo e os santos do Altíssimo.
“Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda
a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as
fontes das águas.” (v. 7)
“E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade,
que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua fornicação.” (v. 8)
“Sendo assim, irmãos, temos plena ousadia para entrar no Santo dos
Santos mediante o sangue de Jesus”.
“Essa esperança é para nós como âncora da alma, firme e segura, a qual
tem pleno acesso ao santuário interior, por trás do véu, onde Jesus
adentrou por nós, como precursor, tornando-se sumo sacerdote para
sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.”
“Ele disse: Fala a Arão, teu irmão, que não é a qualquer momento que
ele pode entrar no Lugar Santíssimo, que fica atrás do véu, diante do
propiciatório, a tampa da arca que está sobre a arca. Poderá morrer, pois
aparecerei na nuvem, logo acima da tampa.” Lev 16:2.
Sigamos adiante.
Descortinando o Adventismo – Volume I 225
E Hebreus 10:12:
“Ora, a qual dos anjos Deus alguma vez declarou: ‘Senta-te à minha
direita, até que Eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés’?”.
Se Cristo deve ficar à direita do Pai até que “Ele faça de seus inimigos
estrados para os seus pés” isso quer dizer que desde a sua ascensão até ao
presente momento, Cristo não saiu da destra do Pai como sua posição
oficial no céu. Afinal de contas os inimigos de Cristo ainda não foram
totalmente derrotados. E contra esse fato não existe argumento.
Por hora, façamos uma breve análise dos três principais itens que se
encontravam no Lugar Santo:
agradáveis ao Pai – “Eu bem sei que sempre me ouves”, disse Jesus em
oração ao Pai, diante do túmulo de seu amigo Lázaro ( Jo 11:42).
Cristo como nosso real Sumo Sacerdote, no dia da expiação que foi
a sua morte na cruz, nos abriu caminho para o Lugar Santíssimo, para o
trono da graça, onde podemos nos achegar com confiança (Hebreus 10:19)
e ter acesso direto ao Pai.
Caso nada do que eu tenha apresentado até agora foi capaz de convencer
você, caro leitor, desse embuste criado pelos pioneiros adventistas, fique
apenas com as palavras do próprio Deus encarnado, Jesus Cristo: crentes
não entram em juízo! Nenhum juízo! Não existe nada, nem próximo
relacionado a isso, acontecendo no céu. O juízo de Deus é ligado aos ímpios
e aos anjos caídos somente, e a ninguém mais. Haverá sim, recompensas ou
os chamados galardões para o povo de Deus, mas isso não tem a ver com
nenhuma espécie de juízo investigativo.
Sendo assim, fica claro que não existe nenhuma base bíblica para essa
doutrina. Se tirarmos os livros de Ellen White e a teoria de Hiram Edson, não
existe doutrina do santuário celestial/juízo investigativo. Tal doutrina, assim
como tantas outras doutrinas adventistas, não existem na Bíblia. Essa foi
uma invenção criada por essas pessoas para sobreviverem em seu ministério
religioso, “ganharem tempo” por assim dizer, para poderem permanecer
relevantes e simultaneamente, não sucumbir ao vexame público do dia do
Grande Desapontamento.
Essa é a verdade mais dura que você estará lendo hoje, caso você seja um
adventista do sétimo dia. E por mais que eu tenha adotado um tom muitas
vezes não tão gentil durante as linhas desse livro, acredite, eu escrevo essas
linhas com uma tremenda dor no coração e ao mesmo tempo muito amor
pelos meus irmãos adventistas que ainda estão presos a esse engano.
E ainda:
“Então, completou: ‘Aqui estou; vim para fazer a tua vontade’. E assim,
Ele cancela o primeiro padrão, para estabelecer o segundo. E por essa
determinação, fomos santificados por meio da oferta do corpo de Jesus
Cristo, feita de uma vez por todas.
Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, para exercer seus deveres
religiosos, que nunca podem remover os pecados. Jesus, no entanto,
havendo oferecido para sempre, um único sacrifício pelos pecados,
assentou-se à direita de Deus, aguardando, daí em diante, até que seus
inimigos sejam submetidos por estrado de seus pés. Porquanto, com uma
única oferta, aperfeiçoou por toda a eternidade todos quantos estão
sendo santificados.” Hebreus 10: 9-14
234 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Quão mais clara deve ser a Palavra de Deus a respeito desse assunto? Se
os próprios teólogos e mestres adventistas em sua grande maioria admitem
ter sido feita a expiação completa na cruz, por que eles ainda se agarram
a essa obsoleta e herética doutrina, e nos escritos de uma evidente falsa
profetisa?
astronomia. Deus viu isso como uma traição e eliminou-os da terra com
um Dilúvio (citado também em Gênesis). Ainda de acordo com o Livro
de Enoque, Azazel foi julgado e condenado pelo Arcanjo Miguel.
Os Santos Vigias foram depois enviados por Deus para castigar e tentar
reorganizar o caos que os Nephilim, filhos dos Grigori com as filhas dos
homens, causaram na terra. Na verdade, os Nephilins eram os filhos que
nasceram da união entre os humanos e os anjos rebelados.”135
135 Cohn-Sherbok, Dan (2003). Breve enciclopedia del judaísmo (em espanhol). Madrid: Istmo. Pág. 56.
Descortinando o Adventismo – Volume I 237
Essa análise técnica final nos leva ao terceiro problema, qual seja, um
de ordem herética, que seria colocar Satanás no lugar de Jesus como uma
espécie de “redentor final” pelos nossos pecados!
“No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha caminhando em sua
direção, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”
João 1:29
“Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que,
nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” 2 Coríntios 5:21
Mas ele foi traspassado por causa das nossas transgressões e esmagado por
causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele,
e pelas suas feridas fomos sarados.
Por isso, eu lhe darei a sua parte com os grandes, e com os poderosos ele
repartirá o despojo, pois derramou a sua alma na morte e foi contado com
os transgressores. Contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos
transgressores intercedeu.” Isaías 53:10-12
E ainda:
• Primeiro veio a cruz que não fez muito, a não ser atrasar o
processo de eliminação dos pecados;
possam acreditar em tamanha heresia e ainda possam permitir que ela seja
continuamente ensinada em suas comunidades? Que espírito estaria por
detrás de tamanha afronta contra o sangue de Cristo, a ponto de querer
desmerecê-lo e rebaixá-lo a tamanha insignificância?
136 White, Ellen, Spirit of Prophecy, Vol. 4, pág. 311, 314, 315. Ver também: Review and Herald, 22/03/1887.
Descortinando o Adventismo – Volume I 241
Mas o que aconteceu de tão pior assim com a imagem de Samuel Snow?
Vejamos:
Mas como nós podemos afirmar com tanta certeza que a data correta
não caiu em 22 de outubro, mas sim em 23 de setembro, no ano de 1844?
Simples. Enciclopédias Judaicas, Almanaques do século XIX, programas
modernos computadorizados que verificam calendários do passado,
cálculos astronômicos, documentação histórica e até mesmo datas em
lápides de cemitérios judeus concordam entre si, e estabelecem sem sombras
de dúvidas que a data no calendário rabínico judaico para o dia da expiação
no ano de 1844 caiu no dia 23 de setembro!
Contudo, dessa vez, a sua base de defesa realmente não conseguiu criar
nada muito engenhoso. A sua fraca tentativa de defesa apresenta apenas
duas “cortinas de fumaça”.
Descortinando o Adventismo – Volume I 245
Por que cargas d’agua teria Samuel Snow escolhido essa tribo para
utilizar de seu calendário específico para a data do dia da expiação do ano de
1844? Ninguém sabe. Até porque não faria nenhum sentido que essa tribo
poderia ter seu calendário mais corretamente alinhado com o calendário
divino que o calendário dos Judeus Rabínicos.
Enfim, mesmo que esse fosse o caso, veremos mais a frente que mesmo
assim a data não seria correta.
Continuando.
246 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Para que o leitor possa ter uma ideia melhor da pouquíssima diferença
entre o calendário Judeu Rabínico e o Judeu Caraíta, segue uma demonstração
de suas datas de acordo com as fases da lua. Fazemos questão de apresentar
toda e qualquer evidência para que não haja qualquer dúvida quanto a esse
assunto, afinal de contas o que está em jogo aqui é toda a credibilidade de
uma instituição que possui mais de 20 milhões de membros.
A situação ainda fica pior para a IASD quando nós analisamos a opinião
dos próprios Judeus Caraítas a respeito do assunto. Uma carta escrita por
um Rabino Caraíta, Yusuf Ibrahim Marzuk ao pesquisador e escritor E.S.
Ballenger foi publicada em seu livro The Gathering Call. Bellenger introduz
a carta do Rabino Marzuk com os seguintes comentários:
Ele continua:
Para finalizar o assunto fica claro, portanto, que a gafe criada em cima
dessa data é um vergonhoso fato histórico que mancha ainda mais a já
combalida imagem da IASD. A data de 22 de outubro de 1844 nada mais é
do que aquilo a que foi publicamente taxada: um Grande Desapontamento
que acabou se desdobrando num enorme e contínuo embuste doutrinário,
histórico, religioso, financeiro, espiritual e social que gera até os dias de hoje,
graves consequências, com fiéis acorrentados em fortes cadeias espirituais
e psicológicas. Apelamos, assim, a consciência dos líderes e pastores dessa
Descortinando o Adventismo – Volume I 251
igreja que se levantem contra toda essa mentira e esse mal que já prejudicou
e continua prejudicando, tantas almas incautas.
Até os dias de hoje os adventistas acreditam que haverá uma época não
muito distante em que a “Porta da Graça” será fechada e que não haverá
mais chance para salvação para quem quer que seja. É interessante, contudo,
que apresentemos a evolução dessa teoria ao longo dos anos, a fim de que
possamos conscientizar o leitor da constante mudança de pensamento
doutrinário dessa igreja, que sempre teve que se adaptar as caprichosas e
pitorescas mudanças de pensamento da sua “profetisa” e líder, Ellen White.
“Quando ela recebeu sua primeira visão, entre 22 de outubro de 1844 e o fim
de dezembro de 1844, ela (EGW) e todo o grupo de Portland, Maine (onde
seus pais moravam) desistiram da teoria do Clamor da Meia-Noite e do
ensino da doutrina da Porta Fechada, como se tivesse ficado no passado.”140
140 White, James, A Word to the “Little Flock”, 30 de maio de 1847, pág 22.
254 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Mas logo alguns ficaram cansados, e disseram que a cidade estava muito
longe e esperavam ter entrado nela antes. Então Jesus os animava,
levantando Seu glorioso braço direito; e de Seu braço saía uma luz que
incidia sobre o povo do advento, e eles clamavam: “Aleluia!” Outros
temerariamente negavam a existência da luz atrás deles e diziam que
não fora Deus quem os guiara tão longe. A luz atrás deles desaparecia,
deixando-lhes os pés em densas trevas; de modo que tropeçavam e,
perdendo de vista o sinal e a Jesus, caíam do caminho para baixo,
Descortinando o Adventismo – Volume I 255
no mundo tenebroso e ímpio. Era tão impossível para eles [os que
abandonaram a fé no movimento de 1844] voltarem ao caminho e
irem para a cidade, como para todo o mundo ímpio que Deus havia
rejeitado. Eles caíram ao longo de todo o caminho um após outro.
141 White, Ellen, “To the Remnant Scattered Abroad,” em A Word to the “Little Flock”, 30 de maio de
1847, pág. 14. Reproduzido por George Knight em The Rise of Sabbatarian Adventism, pág. 172 e
Dale Ratzlaff em Cultic Doctrine of Seventh Day Adventists, pág 122.
256 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
“Por fim, minha alma parecia estar em agonia e, enquanto ela falava, caí
da cadeira no chão. Foi então que tive uma visão de Jesus subindo de Seu
trono mediador e indo Santíssimo como Noivo para receber Seu reino.
Todos estavam profundamente interessados n a visão. Todos eles disseram
que tudo aquilo era totalmente novo para eles. O Senhor trabalhou com
grande poder, colocando a verdade em seus corações.
A maioria deles recebeu a visão e aceitaram o ensino sobre a porta
fechada.”142
142 A.L. White, Ellen G White and the Shut Door Question, Letter 3, 1847, pág. 49-51. Publicado também
no livro de Desmond Ford, Daniel 8:14, pág. 417-419.
Descortinando o Adventismo – Volume I 257
“Talvez você queira que eu faça uma declaração a respeito das duas visões
que eu tive. Na época, que eu tive a visão sobre o Clamor da Meia-Noite,
eu havia desistido (de ensino da porta fechada) porém a repensei na
sequência, assim como também a maioria do grupo. Não sei a que
horas J. Turner escreveu seu artigo. Eu sabia que ele tinha uma cópia fora
de casa e outra dentro de casa, mas eu não sabia o que havia nele, pois
não li nenhuma palavra dele.
por duas horas, quando ele apareceu, perguntou se eu iria para a reunião
naquela noite. Eu disse a ele: Não. Ele disse que queria ouvir minha
visão e achou que era meu dever ir para casa.
Eu disse a ele que não deveria ir pra casa. Ele não disse mais nada, e
foi embora. Eu pensei, e disse aos que estavam ao meu redor, se eu fosse,
teria que me opor a seus pontos de vista, pensando que ele acreditava nas
mesmas coisas que o resto do grupo. Eu não tinha dito a nenhum deles
o que Deus havia me mostrado, e não contei a eles em quais pontos eu
haveria de discordar dele. Durante todo o dia sofri muito no corpo e na
mente. Parecia que Deus havia me abandonado completamente.
Orei ao Senhor para que Ele me desse forças para voltar para casa
naquela noite, e na primeira oportunidade eu entregaria a mensagem
que Ele havia me dado. Ele me deu forças e eu voltei para casa naquela
noite. A reunião já havia sido realizada há algum tempo e ninguém da
minha família me disse uma palavra sobre o que havia acontecido
na reunião.
Muito cedo, na manhã seguinte, J. T. ligou, disse que estava com pressa
saindo da cidade em pouco tempo e queria que eu contasse tudo o que Deus
havia me mostrado em visão. Foi com medo e tremor que contei tudo a
ele. Depois que eu terminei, ele disse que havia contado exatamente a
mesma coisa na reunião da noite passada. Fiquei alegre, pois esperava
que ele se manifestasse contra mim, pois em nenhum momento eu ouvi
alguém dizer algo a respeito do que ele acreditava.”143
• A Sra. White entrou na casa do Sr. Turner e ali ficou, por duas
horas no mínimo, aparentemente sozinha;
143 A.L. White, Ellen G White and the Shut Door Question, Letter 3, 1847, pág. 49-51. Publicado também
no livro de Desmond Ford, Daniel 8:14, pág. 417-419.
Descortinando o Adventismo – Volume I 259
• Ela sabia que o artigo escrito pelo Sr. Turner estava dentro da
casa dele. Ou ela viu o artigo ali, ou alguém havia contado a ela
sobre isso;
• Como ela sabia que ler tal artigo lhe daria “dor de cabeça” se
de fato em nenhum momento ela efetivamente leu tal artigo?
duas horas, visto o tamanho do interesse que ela tinha sobre o assunto. Fica
ainda mais difícil de acreditar que nenhum de seus familiares relatou nem
ao menos uma palavra a respeito da reunião que havia sido realizada em sua
própria casa, sobre um assunto que era tão polêmico entre os adventistas
da época e que muito interessava tanto a ela quanto aos seus familiares.
Além disso, o próprio Sr. Turner, logo após esse incidente se tornou um
grande inimigo e opositor de Ellen White e não dava a ela nenhum crédito
a respeito de suas alegações de inspiração divina. Teria sido pelo plágio
tácito sofrido por ele e perpetrado pela Sra. White?
Ele ainda é misericordioso com seus santos, e sempre será; e Jesus ainda é
seu advogado e sacerdote. Mas o pecador, a quem Jesus estendeu os braços
todo esse tempo, e que rejeitou as ofertas de salvação, ficou sem advogado,
quando Jesus saiu do Santo Lugar e fechou a porta em 1844. A igreja
apostatada, que rejeitou a verdade [essa verdade sendo o clamor da
meia noite de 1844 e depois a sua reinterpretação sobre a doutrina do
santuário], também foram rejeitados e feridos pela cegueira, e agora,
144 A. Hale; J. Turner, The Advent Mirror, Vol. 1, Num. 1, jan. 1845, como também foi reproduzido no
livro de George Knight, Rise of Sabbatarian Adventism, pág. 133-136 e no livro de Dale Ratzlaff, The
Cultic Doctrine of the Seventh Day Adventists, pág. 125.
262 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
‘com seus grupos e com os seus rebanhos’, vão ‘buscar o Senhor’ como ainda
um defensor dos pecadores; mas, diz o profeta: [Oséias 6, 7] eles não
O encontrarão; Ele SE RETIROU deles. Eles agiram traiçoeiramente
contra o Senhor; porque eles tiveram filhos estranhos. A razão pela qual
eles não encontram o Senhor é simplesmente por isso: eles O procuram
onde Ele não está; ‘Ele se retirou’ para o Lugar Santíssimo. O profeta de
Deus chama seus convertidos criados pelo homem de ‘Estranhos Filhos’;
agora uma boca os devorará e as suas porções.
145 White, James. The presente Truth, maio de 1850, publicado por Desmond Ford em seu livro Daniel
8:14, pág. 351, 352.
Descortinando o Adventismo – Volume I 263
“Eu vi a verdadeira luz sobre esses textos. Vi que essa repreensão foi
dada por Jesus aos fariseus e judeus, que estavam cheios de justiça própria
e só cumprimentavam ou falavam com aqueles que estavam tão cheios
de justiça própria e hipocrisia quanto eles mesmos; e negligenciavam
completamente e passavam direto por aqueles que não ganhavam tanto
quanto eles, e que não recebiam as mesmas saudações nas praças como
eles recebiam. Vi que o que Cristo fazia por eles não se aplicava de forma
alguma ao nosso tempo - no qual estamos vivendo agora.
Depois, vi que Jesus orou por seus inimigos; mas isso não deve nos
levar a orar pelo mundo iníquo, que Deus havia rejeitado – quando
ele orou por seus inimigos, havia esperança para eles, e eles poderiam ser
beneficiados e salvos por suas orações, e também depois quando ele foi
um mediador no pátio externo para o mundo inteiro; mas agora seu
espírito e simpatia foram retirados do mundo; a nossa simpatia deve
estar com Jesus e deve ser da mesma forma retirada dos ímpios.
2. Outra pérola deixada por Ellen nesse texto é a de que o “espírito (de
Cristo) e sua simpatia foram retirados do mundo” e que “a nossa
simpatia deve estar com Jesus e deve ser da mesma forma retirada
dos ímpios”. Aonde mesmo na Bíblia é dito que Deus retirou o Seu
Espírito do mundo? Não somente isso, mas que nós deveríamos fazer
o mesmo que Ele? Imaginem vocês se todos os cristãos seguissem o
conselho de Ellen White? Não existiria mais nenhum intercessor
nesse planeta! Não só isso, como ninguém mais sentiria a presença
de Deus nessa Terra. Será que essa mulher era realmente uma
“Mensageira do Senhor”? Se essas “grandes revelações” não vieram
de Deus, de quem será que elas podem ter vindo?
5. A Sra. White adotou o termo “Eu vi” ou “Vi”, dez vezes durante
essa narrativa de sua “visão”. Essa era uma tática muito utilizada
por ela para impressionar aqueles que leriam tais textos no futuro.
Contudo, absolutamente nenhuma parte dessa visão foi verdadeira.
Fazendo dela, mais uma vez, uma notória falsa profetisa.
266 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Joseph Bates, um dos pioneiros da IASD - por quem, aliás, veio a ideia
da guarda do sábado como dia sagrado – também deixou o seu selo de
aprovação quanto a doutrina da porta fechada. Em 1850 ele publicou um
artigo a respeito do santuário que dizia o seguinte:
“Os 2300 anos se completaram no outono de 1844 (...). Ali o Seu (Cristo)
trabalho terminou com relação a sua ministração de intercessão pelo
mundo todo, para sempre (...). Ali a porta foi fechada.”147
Mas como sabemos que Ellen White concordava com Joseph Bates
sobre o período da expiação ser realizado em 7 anos? Vejamos a sequência
dos textos escritos por ela, abaixo:
“Mas agora o tempo está quase findo, e o que durante anos temos
estado aprendendo, eles terão de aprender em poucos meses.”150
Em outra visão que ela teve em setembro de 1850 ela “viu” o seguinte:
“Vi que o tempo para Jesus permanecer no lugar santíssimo estava quase
terminado e esse tempo podia durar apenas um pouquinho mais.”151
Numa outra carta escrita por sua irmã, Sarah B. Harmon, para a Sra. P.
D. Lawrence, em 29 de julho de 1850 havia o seguinte texto:
“Eu creio que esse será o último inverno que veremos antes que
Cristo, o nosso Sumo Sacerdote, volte. Oh, vamos viver para Deus em
fiel sacrifício para Ele.”153
Note que Ellen diz em vários de seus textos que o povo adventista
deveria “correr” ou “se apressar” para realizar trabalhos de aperfeiçoamento
de caráter que levaram anos para outros adventistas serem lapidados. O
evangelho de Jesus não nos ensina nada do tipo. O ladrão que estava na cruz
e se arrependeu no último momento de sua vida, foi salvo. Não precisou
se apressar para aprimorar o seu caráter. O evangelho de Cristo não nos
impõe jugos pesados, pelo contrário. Ele nos retira o peso do pecado, e
também da ansiedade de “termos que fazer isso e aquilo” para recebermos a
nossa recompensa da salvação e nos concede um fardo leve, através do qual
recebemos de graça a água da vida que jorra dEle. O resumo de evangelho
é esse:
“Porquanto, pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus; não vem por intermédio das obras, a fim de que ninguém
venha a se orgulhar por esse motivo.” Efésios 2:8, 9.
“Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós,
como não nos concederá juntamente com Ele, gratuitamente, todas as
demais coisas?” Romanos 8:32.
Mas então, que evangelho é esse que Ellen White pregava ao seu fiel
grupo de seguidores e que ainda é pregado nas Igrejas Adventistas ao redor
do mundo? Seria esse evangelho aquele a que Paulo se referiu em sua carta
aos Gálatas:
“Estou chocado de que estejais vos desviando tão depressa daquele que
vos chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho, que
na verdade, não é o Evangelho. O que acontece é que algumas pessoas vos
estão confundindo, com o objetivo de corromper o Evangelho de Cristo.
Contudo, ainda que nós ou mesmo um anjo dos céus vos anuncie um
evangelho diferente do que já vos pregamos, seja considerado maldito!
Conforme já vos revelei antes, declaro uma vez mais: qualquer pessoa
que vos pregar um evangelho diferente daquele que já recebestes, seja
amaldiçoado!”. Gálatas 1:6-9.
Será que foi realmente Cristo e o Espírito Santo que levaram esses
fundadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia a perder por anos todo
o seu fardo e simpatia pelos pecadores a ponto de deixar de orar por eles?
Será que Cristo estava os guiando quando eles ensinaram que Ele não era
mais um amigo dos pecadores? Será que Jesus estava os guiando quando
eles ensinavam que ele não era mais um defensor dos pecadores, e que
o mundo inteiro havia sido rejeitado por Deus, deixado sem o Espírito
270 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Querido leitor, acredito que com o que foi apresentado até aqui, fica
claro que nós nunca devemos subestimar o poder da autonegação psicológica
que um ser humano pode impor a si mesmo. Aquele que quer ser enganado
será enganado. Além disso, fica claro que Ellen White possuía um alto
poder de persuasão sobre os seus liderados. É possível afirmar até mesmo
que havia algum poder sobrenatural que a impulsionava e a ajudava em suas
peripécias religiosas.
154 Como também transcrito por Dale Ratzlaff em seu livro “The Cultic Doctrine of Seventh-Day Adventists”,
págs. 134-135.
Descortinando o Adventismo – Volume I 271
Mas então, qual foi o fator que os levou a abrirem a porta da graça
novamente?
Bem, nada como um dia após o outro e uma “profetisa” com acesso
direto a Deus para resolver mais esse dilema.
“Mas uma luz mais clara veio com a investigação da questão do santuário.
Agora foi vista a aplicação daquelas palavras de Cristo no Apocalipse,
dirigidas à igreja exatamente neste momento: ‘Estas coisas dizem quem é
santo, quem é verdadeiro, quem tem a chave de Davi, quem abre e nenhum
homem fecha, fecha, e ninguém abre; Eu conheço as tuas obras; eis que pus
diante de ti uma porta aberta, e ninguém pode fechá-la’. [Apocalipse 3:
7, 8.] Aqui uma porta aberta e uma porta fechada é vista. No final
dos 2300 dias proféticos em 1844, Cristo mudou seu ministério do santo
para o santíssimo. Quando, no ministério do santuário terrestre, o sumo
sacerdote no dia da expiação entrou no lugar mais sagrado, a porta do
lugar sagrado foi fechada e a porta do santíssimo foi aberta. Portanto,
quando Cristo passou do santuário para o santuário celestial, a porta ou
ministério do antigo apartamento foi fechada e a porta ou ministério
do último foi aberta. Cristo havia encerrado uma parte de sua obra
como nosso intercessor, para entrar em outra parte da obra; e ele ainda
apresentou seu sangue perante o Pai em favor dos pecadores. ‘Eis que ele
põe diante de ti uma porta aberta, e ninguém pode fechá-la’.
Mais uma vez, a hábil pena de escrita de Ellen White, resolve como
em um passe de mágica, ao menos o problema das crianças adventistas.
A Sra. White se utiliza de um verso fora de contexto (Ap 3:7, 8) para
abrir uma porta onde ela não existia. Contudo, outro problema surgiria.
O que poderia ser feito a respeito daqueles que não eram mais crianças,
mas queriam fazer parte do movimento? Isso começou a acontecer, pois
mulheres e homens estavam se casando e queriam trazer os seus cônjuges
para a fé adventista. Somente uma pessoa poderia resolver essa questão. O
Espírito Santo? Jesus? Deus Pai através de sua Palavra escrita? Negativo.
Ellen White viria novamente para salvar os seus seguidores dos problemas
que ela mesma havia criado.
4. Para que tal porta fosse aberta para os novos convertidos, seria
necessário, contudo, que eles acreditassem na mensagem do juízo
159 White, Ellen, The Present Truth, Aug. 1849, p. 22. Publicado por Desmond Ford em Daniel 8:14, pág. 356.
Descortinando o Adventismo – Volume I 275
Mostramos também que há motivos para crer que tanto Ellen quanto
James White criam na teoria de Joseph Bates, que dizia que o período da
segunda fase da expiação (que estaria ocorrendo no céu, dentro do Lugar
Santíssimo e sendo ministrado por Jesus Cristo) teria o período de 7 anos
de duração, o que culminaria na data de 22 de outubro de 1844.
Não somente o que ela dizia era encontrado com uma contradição
futura por ela mesma, mas o que ela escrevia e era impresso, publicado e
distribuído para a população local, por diversas vezes não ocorria, ou tinha
como resultado exatamente o contrário do que ela teria previsto. Seus
ensinamentos, portanto, eram repetidamente, inconsistentes e cheios de
furos teológicos, escatológicos e práticos.
Logo em seguida eles viram que essa data deveria ser reinterpretada
pela entrada de Cristo no Lugar Santíssimo e não por sua vinda à Terra. Tal
teoria incluía também o fechamento da porta da graça para todos aqueles
que não haviam recebido a mensagem de 1844. Agora tal ensino deveria
ser descartado para que crianças e recém-convertidos pudessem entrar. Tais
mensagens que teriam vindo diretamente do céu, mudavam tão rápido
que estava sendo difícil de acompanhar e entender o que Deus realmente
queria deles. E agora? Como manter a credibilidade depois de tantas gafes
e desencontros de ideias e ensinos?
Apocalipse para que eles pudessem sair desse problema sem causar muitos
questionamentos. Apocalipse 3:7, 8, resolveu paliativamente o problema.
Mas e o que fazer com tudo que eles já haviam escrito a respeito do assunto,
que agora mudaria totalmente de direção? De acordo com o Dr. Desmond
Ford em seu livro Daniel 8:14, James White quando republicou seus
antigos artigos, omitiu ou mudou um sem número de declarações a respeito
da porta fechada.
Mas o caso de James White era mais simples, pois ele não era profeta
e não afirmava ter tido visões de Deus. O difícil mesmo seria o que fazer
com as declarações contraditórias de Ellen White, que se autointitulava
uma “Mensageira do Senhor”. Alguém que tinha uma linha direta com
Deus e também, com um amigo chegado, um divino anjo assistente que
“conversava” com ela, quase que diariamente.
Era tão impossível para eles [os que abandonaram a fé no movimento
de 1844] voltarem ao caminho e irem para a cidade, como para todo
o mundo ímpio que Deus havia rejeitado. Eles caíram ao longo de
todo o caminho um após outro. Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante
a muitas águas, a qual nos anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus.”165
Dale Ratzlaff com seu peculiar olhar clínico, em sua obra intitulada
“The Cultic Doctrine of SDA’s” faz a seguinte brilhante análise sobre a
supressão desse texto específico:
165 White, Ellen, Mensagens Escolhidas, pág. 65 e também transcrito por Dale Ratzlaff em “The Cultic
Doctrine of Seventh Day Adventists” pág. 148.
Descortinando o Adventismo – Volume I 281
166 Ratzlaff, Dale, The Cultic Doctrine of Seventh Day Adventists, pág. 149.
167 White, Ellen, O Grande Conflito, pág. 428.
282 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Foi feita agora por Ellen White uma dissociação de seus conceitos
anteriores relacionados a porta fechada. Tal porta já não está mais ligada
ao fechamento da porta do Lugar Santo “feito” em 1844 por Cristo. Uma
nova roupagem foi dada ao termo que agora está conectado ao fechamento
da porta do Lugar Santíssimo que só ocorrerá ao fim da investigação de
todos os santos, sabe-se lá quando. Essa é uma contradição direta aos seus
ensinamentos iniciais sobre a porta fechada.168
168 Ratzlaff, Dale, The Cultic Doctrine of Seventh Day Adventists, pág. 150.
Descortinando o Adventismo – Volume I 283
Dr. Ford, por exemplo, que por muitos anos foi considerado uma
das mentes teológicas mais brilhantes da igreja adventista, passou a se
tornar persona non grata dentro da igreja a partir do momento em que sua
consciência não mais permitiu que ele se calasse diante dos erros teológicos
da doutrina do juízo investigativo. Porém, um pouco antes de ele ser expulso
da igreja após o comitê de Glacier View, que havia sido criado para discutir
o seu posicionamento doutrinário contrário a igreja, outro homem-chave
adventista resolveu levantar a sua voz e dizer que algo estava errado.
questão com a qual ele havia se deparado. No entanto, para seu desespero,
todos os teólogos, em uníssono responderam o seguinte:
Tudo isso não caiu bem aos olhos do Dr. Cottrell que passou a
publicamente denunciar tal doutrina, apesar de nunca ter sido oficialmente
desligado da Igreja Adventista (talvez porque ele sabia demais, e a igreja
temia a sua represália?).
A mesma sorte não ocorreu com o Dr. Ford que após um seminário
na Pacific Union College em que publicamente se posicionou contra a
doutrina do juízo investigativo foi levado a “corte adventista” uma espécie
de santa inquisição psicológica, num comitê que ficou conhecido como o
“Sanctuary Review Committee” ou “Comitê de Glacier View”.
170 Dr. Milton Hook, ex-presidente do Sydney Adventist Forum, Report: Sydney Australia Adventist
Forum Remembers Glacier View Twenty-Five Years Later Archived 2007-09-30 at the Wayback Machine,
January 16, 2006.
171 Ballis, Peter H (1999), Leaving the Adventist Ministry: A Study of the Process of Exiting, Praeger.
286 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
a regra. É necessário que cada vez mais pessoas passem a vocalizar essas
verdades aos membros da IASD. Não com um espírito de combate a eles,
mas de compaixão e revelação do amor do Pai a esses filhinhos que estão
presos nesse jugo sectário. Aos mestres e diretores da instituição que sabem
das mentiras e enganos nós não devemos ter o mesmo comportamento.
Esses devem ser confrontados publicamente, assim como Cristo fazia com
os fariseus. Lembrem-se:
“Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore,
nem se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde
você andar”. Josué 1:9.
Descortinando o Adventismo – Volume I 287
Por enquanto é suficiente dizer que sim, a ICAR errou em alterar tais
textos, contudo, notamos que tal costume não foi exclusivo dos católicos. A
esmagadora maioria das seitas cristãs tem por prática alterar textos bíblicos
e publicar as suas próprias Bíblias editadas para que tais textos-chave se
encaixem em suas doutrinas. Isso foi feito pelos Mórmons, pelos Católicos,
pelas Testemunhas de Jeová e adivinhem quem mais? Isso mesmo, pelos
próprios Adventistas do Sétimo Dia!
288 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Nós não estamos aqui falando de Bíblias com estudos bíblicos anexados
a elas, ou de Bíblias com comentários bíblicos de Ellen White. Apesar de que
tais Bíblias realmente existam e são no mínimo muito mal-intencionadas em
querer enganar o membro leigo adventista, visto que elas controlam muito
fortemente a narrativa do leitor através de seus comentários e estudos. Eu
mesmo utilizei por muitos anos a Bíblia do missionário Adventista que
possuía um estudo bíblico de 28 semanas, uma semana para cada doutrina
adventista. Visitei dezenas, senão centenas de pessoas com essa Bíblia em
punho, e devo dizer que o poder de convencimento dela é muito alto. A
maneira com que esse estudo foi diagramado, utilizando-se de textos esparsos
e fora de seu contexto, manipula fortemente a mente do ouvinte a tal ponto
de convencê-lo de que realmente a Igreja Adventista é a igreja verdadeira.
Essa versão foi escrita pelo ThD. Jack Blanco, chefe do Departamento
de Religião da Faculdade Adventista Sul de Chattanooga no Tennessee.
Notem que tal Bíblia foi impressa pela Casa Publicadora americana oficial
adventista, Review and Herald Publishing Association e até o momento
ela continua sendo vendida nas mais diversas livrarias adventistas ao redor
do mundo. Além de estar também a venda na Amazon, E-bay, Thrifty
Books e em outros diversos sites na internet. Na época em que foi lançada,
ela recebeu grande exaltação por muitos oficiais adventistas e o endosso
público do pastor Robert Folkenberg, ex-presidente da Conferência Geral
Adventista e de Malcom D. Gordon, presidente da União Sul Adventista
Americana.
Êxodo 16:5
NVI: “No sexto dia trarão para ser preparado o dobro do que recolhem
nos outros dias.”
TCW: “No sexto dia eles deverão colher o dobro do que os outros dias
para ter o bastante para o sétimo dia, o qual é o Sábado, o dia que eu
assinalei para adoração e descanso.”
Análise
Daniel 8:12-14
NVI: “Por causa da rebelião, o exército dos santos e o sacrifício diário
foram dados ao chifre. Ele tinha êxito em tudo o que fazia, e a verdade
foi lançada por terra.
Descortinando o Adventismo – Volume I 291
TCW: “Por causa de seus pecados, o povo de Deus foi entregue a esse
poder, e os serviços do templo cessaram. Então vi o pequeno chifre mudar
sua aparência e atacar a verdade sobre o Santuário de Deus e a intercessão
diária no céu. O pequeno chifre agiu e prosperou.
Agora, um dos anjos disse algo ao meu anjo e meu anjo fez as mesmas
perguntas que eu queria fazer. Ele disse: ‘Por quanto tempo Deus deixará
o chifre tentar tomar o lugar de Deus? Por quanto tempo mais Deus o
deixará perverter a verdade sobre Si mesmo e também o santuário no céu
e permitir que ele continue perseguindo o Seu povo?’
Ele disse a ele, ‘Depois de dois mil e trezentos dias proféticos (ou dois
mil e trezentos anos), Deus intervirá e proclamará a verdade sobre Si
mesmo e restaurará o ministério do santuário celestial para o seu lugar
correto então o processo de julgamento terá seu início, do qual a
purificação do santuário terrestre era apenas um tipo’.”
Análise
era o de realmente ter suas falsas doutrinas incluídas no Cânon. Como isso
nunca seria possível de ser lido na palavra original de Deus, um “jeitinho”
foi dado para que os pobres leitores dessa versão bíblica caíssem facilmente
nesse golpe religioso da pior espécie. Notem em negrito a disparidade do
texto original para o texto adulterado por Blanco. Qualquer seguidor de
Cristo, deveria se indignar com tamanha heresia publicada e endossada
pela IASD.
Judas 9
NVI: “Contudo, nem mesmo o arcanjo Miguel, quando estava
disputando com o Diabo acerca do corpo de Moisés, ousou fazer
acusação injuriosa contra ele, mas disse: O Senhor o repreenda!”
TCW: “Em contraste com esses homens ímpios está o Senhor Jesus,
também chamado Miguel, o Arcanjo, pois está sobre todo o exército
angélico. Quando Ele foi desafiado por Satanás sobre Suas intenções
de ressuscitar Moisés, Ele não veio a Satanás com um ataque devastador,
nem o condenou com escárnio. Ele simplesmente disse: Deus te repreenda
por reivindicar o corpo de Moisés.”
Análise
2 Pedro 2:9
NVI: “Vemos, portanto, que o Senhor sabe livrar os piedosos da provação
e manter em castigo os ímpios para o dia do juízo.”
TCW: “Pela experiência de Ló, você pode ver que o Senhor sabe como
resgatar Seu povo, mas também levar os ímpios ao julgamento para
enfrentar o que eles fizeram.”
Análise
Colossensses 2:16, 17
NVI: “Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês
comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à
celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Estas coisas são
sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em
Cristo.”
Análise
Apocalipse 1:10
NVI: “No dia do Senhor achei-me no Espírito e ouvi por trás de mim
(...)”
Análise
Análise Geral
“A “The Clear Word” permite que o grande poder de textos antigos seja
apresentado claramente na linguagem de hoje. À medida que o significado
das Escrituras se torna mais claro, você entende mais a respeito da graça de
Deus. Seu amor transparece mesmo em passagens de difícil entendimento
do Antigo Testamento.”172
172 Jack J. Blanco, The Clear Word, contra capa do hardcover edition, © 2003, Review and Herald® Publishing
Association.
296 As Origens da IASD e a Farsa do Juízo Investigativo
Paráfrase
Sacrilégio
U
ma das maiores consequências das falsas doutrinas adventistas,
principalmente a doutrina do juízo investigativo, é apresentar
uma imagem totalmente distorcida de Jesus Cristo. Além de
colocá-lo numa falsa posição de constante “detetive de atitudes e pecados”,
que nos aponta constantemente o dedo por pecarmos nos mínimos detalhes
ou deixarmos de fazer algo que Ele próprio faria, essa doutrina ainda gera
um outro grande problema.
173 Charlez Taze Russell, o líder fundador das Testemunhas de Jeová, fez parte da equipe editorial do
periódico adventista The Midnight Cry and Herald of the Morning. Porém, esse grupo "adventista" não
pode ser classificado como Adventista do Sétimo Dia. São grupos distintos.
300 A Igreja Adventista apresenta uma Imagem Distorcida de Jesus
Mas por que a IASD insiste tanto nessa falsa doutrina de fazer com
que Cristo seja, de fato, o anjo Miguel? Essa era uma pergunta que eu de
vez em quando fazia a mim mesmo na época em que eu era adventista, e era
obrigado a ensinar essa crença nos inúmeros estudos bíblicos que eu forneci
durante os 8 anos em que fiz parte dessa igreja como membro oficial. Nessa
época eu não havia encontrado o motivo real para tamanha importância
que era dada a esse ensino. Contudo, quando eu descobri os erros do juízo
investigativo, eu finalmente entendi as verdadeiras razões escondidas por
trás dessa doutrina.
“Moisés passou pela morte, mas Cristo desceu e lhe deu vida antes
que seu corpo visse a corrupção. Satanás procurou reter o corpo,
pretendendo-o como seu; mas Miguel ressuscitou Moisés e levou-o ao
Céu. Satanás maldisse amargamente a Deus, acusando-O de injusto por
permitir que sua presa lhe fosse tirada; Cristo, porém, não repreendeu
a Seu adversário, embora fosse por sua tentação que o servo de Deus
houvesse caído. Mansamente remeteu-o a Seu Pai, dizendo: ‘O Senhor
te repreenda’.” 174
“Moisés passou pela morte, mas Cristo desceu e lhe deu vida antes
que seu corpo visse a corrupção”.
Como sabemos que essa frase é mais uma criação de Ellen White?
Simples. Vamos analisar os dois casos de ressurreição mais famosos da Bíblia.
O de Lázaro e o de Jesus Cristo. Nós sabemos que Lázaro ficou morto por
4 dias e o seu corpo já cheirava mal ( Jo 11:39). Ou seja, de acordo com a
própria Bíblia (e de qualquer laudo pericial médico) se um corpo fica mais
de 3 dias morto, ele já começa a se deteriorar ou ver “corrupção”.
As profecias sobre Cristo diziam que o seu corpo não veria corrupção
(Sl 16:9, 10). Portanto, Seu corpo não passou mais do que 3 dias na
sepultura. Agora vejamos o que dizem as Escrituras a respeito do corpo de
Moisés:
De acordo com este texto nós sabemos que por pelo menos 30 dias,
o corpo de Moisés foi pranteado. Ou seja, se Moisés não ressuscitou antes
desses 30 dias, o corpo dele, sem dúvida alguma, se deteriorou, e de fato
viu “corrupção”. Pois, se nem mesmo o corpo de Cristo, que era o Messias,
o próprio Deus encarnado, ficou sujeito a permanecer dentro da sepultura
por mais de 3 dias para que não se deteriorasse, obviamente o corpo de
Descortinando o Adventismo – Volume I 305
Mais uma vez, a própria palavra de Deus nos ajuda nesse sentido.
Vejamos o que diz o livro de Josué 1:2:
“Meu servo Moisés está morto. Agora, pois, você e todo este povo
preparem-se para atravessar o rio Jordão e entrar na terra que eu estou
para dar aos israelitas.”
Isso só poderia ter ocorrido após a fase de luto passada pelo povo de
Israel pela morte de Moisés, pois Josué não teria ordenado que o povo
atravessasse o Jordão para tomar posse de Canaã durante os 30 dias de
pranto. Sendo assim, não importa o ângulo pelo qual olhamos esses versos,
todos eles apontam para o mesmo sentido:
fato viu “corrupção”, pois o texto bíblico nos deixa claro que havia
se passado mais de 30 dias quando o Senhor disse a Josué que
Moisés ainda estava morto;
• Ellen White mais uma vez entra em contradição direta com as
Escrituras;
“Moisés passou pela morte, mas Cristo desceu e lhe deu vida antes
que seu corpo visse a corrupção. Satanás procurou reter o corpo,
pretendendo-o como seu; mas Miguel ressuscitou Moisés e levou-o ao
Céu. Satanás maldisse amargamente a Deus, acusando-O de injusto por
permitir que sua presa lhe fosse tirada; Cristo, porém, não repreendeu
a Seu adversário, embora fosse por sua tentação que o servo de Deus
houvesse caído. Mansamente remeteu-o a Seu Pai, dizendo: ‘O Senhor
te repreenda’.”178
“Houve, então, uma guerra nos céus. Miguel e seu exército de anjos
lutaram contra o Dragão, ao que o Dragão com seus anjos revidaram.”
Apocalipse 12:7
Vejamos:
Pois, como está escrito: ‘Aos seus anjos ordenará a teu respeito, para que
te protejam; eles te sustentarão sobre suas mãos para que não batas com
teu pé contra alguma pedra’. Repreendeu-lhe Jesus: ‘Dito está! Não
tentarás o Senhor teu Deus’.” Lucas 4:9-12
“Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que
me serves de escândalo; porque não estás pensando nas coisas que são de
Deus, mas sim nas que são dos homens.” Mateus 16:23
Agora, vamos supor por um instante que a teoria adventista está correta
e que o nome de Miguel seja uma referência a Jesus. Cristo é “semelhante a
Deus”? Ou É Ele de fato o próprio Deus?!
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus.” João 1:1
“Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era,
e que há de vir, o Todo-Poderoso.” Apocalipse 1:8
314 A Igreja Adventista apresenta uma Imagem Distorcida de Jesus
“Moisés passou pela morte, mas Cristo desceu e lhe deu vida antes
que seu corpo visse a corrupção. Satanás procurou reter o corpo,
pretendendo-o como seu; mas Miguel ressuscitou Moisés e levou-o ao
Céu. Satanás maldisse amargamente a Deus, acusando-O de injusto por
permitir que sua presa lhe fosse tirada; Cristo, porém, não repreendeu
a Seu adversário, embora fosse por sua tentação que o servo de Deus
houvesse caído. Mansamente remeteu-o a Seu Pai, dizendo: ‘O Senhor
te repreenda’.”179
“O anjo poderoso que instruiu João não era ninguém menos que a própria
pessoa de Cristo.” Ellen White, comentário sobre Apocalipse 1:1. 182
“Ao jurar pelo criador, o anjo que é Cristo, jurou por si mesmo.”184 Ellen
White, comentário sobre Apocalipse 10:6.
“Por muito tempo, nós cremos ... que Cristo foi criado, apesar do que as
Escrituras dizem.”186
185 Doutrina de Ário 250-336, padre cristão de Alexandria (Egito), que afirmava ser Cristo a essência
intermediária entre a divindade e a humanidade, negava-lhe o caráter divino e ainda desacreditava a
Santíssima Trindade.
186 1919 SDA Bible Conference, pág. 62.
316 A Igreja Adventista apresenta uma Imagem Distorcida de Jesus
do sábado com Rachel Oakes, uma Batista do Sétimo Dia. Contudo, Bates
não aceitou a doutrina dessa mesma igreja a respeito da Trindade.
Uma outra pérola que o escritor D.M. Canright expôs publicamente foi
como Ellen White entendia que após a sua ressurreição, Jesus não somente
aparecia na forma do Arcanjo Miguel, mas Ele também não possuía mais
um corpo físico de fato. No livro Life of Mrs. White, capítulo 17, página
31, ele fala sobre a teoria do Dr. Kelloggs de que o corpo uma vez morto
não seria mais ressuscitado, mas tudo o que restava daquela pessoa após
sua morte, era o registro de sua vida nos livros dos céus. Depois disso um
novo corpo, formado por uma nova matéria seria levantado, abrigando algo
como a essência da antiga pessoa, sem nenhum resquício da matéria antiga.
Ellen White mais uma vez contradiz a palavra de Deus que assim diz:
Satanás era um anjo caído que queria de qualquer maneira ser adorado.
Seria essa confusão criada em torno da identidade de Jesus, mais uma
tentativa do diabo de querer envergonhar o reino de Deus ao fazer com que
discípulos de Cristo confundam a imagem dEle com a de um anjo, a fim de
adorar uma criatura ao invés do próprio Criador?
Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei?
E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho? Hebreus 1:5
Ora, a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à minha direita, até
que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés? Hebreus 1:13
Pois não foi a anjos que sujeitou o mundo que há de vir, sobre o qual
estamos falando. Hebreus 2:5
“Eu, João, sou quem ouviu e anteviu todos esses acontecimentos. Quando
os vi e ouvi, prostrei-me aos pés do anjo que os revelava a mim, a fim
de adorá-lo. Entretanto, ele me admoestou: Olha, não faças isso; eu sou
conservo teu, dos teus irmãos, os profetas, e de todos os que guardam
as palavras deste livro. Adora, pois, a Deus!” Apocalipse 22:8-9
“Mas Ele não deve, por esse motivo, ser considerado um anjo, como
Gabriel ou Miguel (...) Ele é verdadeiramente Deus, e o Filho de Deus.”
Tertuliano 230 D.C. sobre a carne de Cristo, capítulo 14.
“Portanto, não foram os anjos que nos criaram, nem nos formaram, nem
tinham o poder dos anjos para criar uma imagem de Deus, nem mais
ninguém, exceto a Palavra do Senhor, nem qualquer Poder remotamente
distante do Pai de todas as coisas. Pois Deus não precisava desses [seres],
a fim de realizar previamente o que Ele próprio determinara consigo
mesmo, como se não possuísse as próprias mãos. Pois com ele sempre estava
presente a Palavra e a Sabedoria, o Filho e o Espírito, por quem e em
quem, livre e espontaneamente, fez todas as coisas, a quem também fala,
dizendo: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança.” Irineu, 200
dC, contra as heresias 4: 20: 1.
Descortinando o Adventismo – Volume I 319
D
urante esse livro nós temos por diversas vezes apontado a
IASD como um grupo sectário. Reconhecemos que essa é uma
acusação séria que não pode ser imputada a uma instituição
sem um estudo diligente e bastante aprofundado. Contudo, se após tal
estudo ficar claro que essa instituição possui as características que de fato
identificam uma igreja como seita, os membros dessa igreja estarão correndo
sérios riscos espirituais e emocionais por não atentarem a essa importante
revelação e aviso.
187 Alguns livros utilizados para esse estudo foram, “Kingdom of the Cults” de Walter Martin, “The
Cultic Doctrine of the SDA’s” de Dale Ratzlaff, “Combating Cult Mind Control” de Steven Hassan e
“Christianity Cults & Religions” de Paul Carden.
Descortinando o Adventismo – Volume I 323
Característica número 1:
Seitas Idolatram o seu Líder terreno
Essa é uma das características mais marcantes de uma seita. O seu líder
invariavelmente se apresenta com uma forte aura de divindade em torno de
si mesmo, com o intuito de ser adorado pelos seus seguidores. Mesmo que
tal líder não se apresente abertamente com esse desejo e negue publicamente
essa intenção, a maneira como ele age e se posiciona acaba atraindo para si,
uma assustadora forma de idolatria.
Mas para que esse grupo possua uma força extra, é necessário que haja
uma figura especial que o represente. Alguém que se mostre com poderes
especiais, quase que como semideuses andando sobre a terra. Ellen White
com seus esquemas engenhosos e a sua confiante autoproclamação de ser
a “Mensageira de Deus” do fim dos tempos, conseguiu vender bem a sua
imagem profética e preencher a vaga que foi aberta em 1844. Visto que
a figura de Guilherme Miller já estava muito desgastada por tantos erros
públicos, e pelo fato de que ele mesmo resolveu se aposentar logo após o
“Grande Desapontamento”.
Característica número 2:
Seitas criam doutrinas em cima de revelações
extrabíblicas, que alegam terem sido dadas por
Deus exclusivamente a elas
“Nós temos uma mensagem especial de Deus para esse tempo que foi
confiada somente a nós”
O espírito por trás de uma seita cristã só vai conseguir atuar dentro
de uma igreja se ela se deixar levar por escritos extrabíblicos. É exatamente
por isso que é tão importante para esses grupos que o princípio da Sola
Scriptura seja colocado por terra. Enquanto esse muro protetor permanecer
de pé, os espíritos por detrás dessas seitas não conseguem agir livremente.
“Um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Esse dom é uma característica
da Igreja remanescente e foi manifestado no ministério de Ellen G.
White. Como a mensageira do Senhor, seus escritos são uma contínua
e autorizada fonte de verdade e proporcionam conforto, orientação,
instrução e correção à Igreja. ( Joel 2:28 e 29; Atos 2:14-21; Hebreus
1:1-3; Apocalipse 12-17; 19:10).”188
Característica número 3:
Seitas se autointitulam como “O povo escolhido”
ou “A Igreja Remanescente”
Essa é uma das características que mais mexem com o psicológico dos
membros de um grupo religioso. Por ter sido membro dessa igreja por 25
anos, eu posso atestar, sem sombra de dúvida, que a IASD martela essa ideia
constantemente na cabeça de seus membros.
Isso ocorre, porque a grande parte da população ainda não sabe quem
realmente é em Deus. Não possui identidade própria e frequentemente
sofre de sérios problemas de baixa autoestima. A ausência de uma figura
Essa tática é algo que vem sendo usado por seitas de maneira muito
bem-sucedida há séculos e sempre apresentam um excelente resultado. E
não se deixem enganar, essa estratégia é usada de maneira 100% consciente
pela direção dessas instituições! É um golpe muito baixo empregado as
pobres almas que não possuem um bom mecanismo de defesa contra esse
tipo de ataque mental. E que infelizmente cedem não somente as suas vidas
como também fazem tudo para envolver as vidas de outras pessoas, como
familiares, amigos e conhecidos para fazerem parte desse mesmo jogo
diabólico engenhado de antemão por esses grupos sectários.
O pior de tudo é que esse terrível “durante” é muitas vezes melhor que
“o depois”. Ou seja, muitas pessoas quando descobrem que foram enganadas
por esses grupos, resolvem simplesmente abandonar completamente a vida
cristã, por achar que absolutamente tudo que for ligado a Cristo seja uma
328 Características de uma Seita
farsa. Muitos deles acabam indo para um ponto ainda mais extremo e se
aliam a grupos místicos da Nova Era ou se afiliam ao Satanismo, ou ainda
abraçam o completo ceticismo e viram ateus, agnósticos, etc. E é assim que
esse plano das trevas acaba sendo muito bem amarrado. Uma vez dentro da
seita, o indivíduo tem praticamente duas opções: ou fica preso ali para o
resto da vida, sem conhecer o verdadeiro evangelho e a pessoa de Jesus, ou
acaba saindo e abandonando tudo que é relacionado a Deus pela frustração
e trauma de ter sido enganado por essas pessoas por todos esses anos. E esse
plano satânico é tão bem arquitetado que muitas vezes aqueles que estão
ativamente enganando essas pessoas (pastores, obreiros, etc.) também não
sabem da verdade!
Mas existe uma terceira opção. Não se deixar amargurar pelo que
ocorreu e passar a ter um relacionamento verdadeiro e íntimo com Deus.
Sem a religiosidade criada por homens, mas sim se abrindo e aceitando
aquilo que Ele havia nos chamado para sermos desde o princípio: Seus
filhos.
Dessa forma podemos ter acesso ao Reino dEle que foi nos dado por
herança. E quando nós descobrimos quem Ele É de verdade (o nosso Pai),
aí então nós descobrimos quem nós somos. Descobrimos a nossa verdadeira
identidade, e a partir daí um rio de vida passa a fluir de dentro de nós,
os rios de água viva do Espírito Santo e tudo começa a ser destravado em
nossas vidas. Esse processo de libertação nos leva a sermos verdadeiramente
livres nessa Terra, livres de cadeias, jugos e prisões mentais causadas por
seitas e falsos mestres, livres dos julgamentos e opiniões de outras pessoas,
pois “onde está o Espírito de Deus, ali há liberdade” 2 Cor 3:17. Assim é, e
assim vive o homem livre que está em Deus e em quem Deus vive!
Descortinando o Adventismo – Volume I 329
Característica número 4:
Abuso Emocional, Espiritual, Financeiro
e em algumas situações, Sexual
O abuso cometido pelas seitas é o que causa o maior dano em seus
membros. Esses abusos muitas vezes não são claramente detectados, outras
vezes, sim. O maior abuso é o espiritual, pois esse é sofrido por todos os
membros, sem exceção. Quando a nossa fé em Cristo é adulterada por um
falso evangelho e por uma imagem distorcida de quem Ele de fato É, ela
sofre danos que a grande maioria das pessoas demora anos para curar.
Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro
evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim,
como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos
anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.”
Gálatas 1:6-9
invadem todas as áreas das vidas dessas pessoas. Casamento, filhos, amigos,
trabalho, enfim, absolutamente tudo na vida de uma pessoa é permeado por
suas crenças espirituais. E se essas crenças são abusivas e distantes daquilo
que a Bíblia de fato nos quer mostrar e ensinar, tudo que está dentro de nós
e a nossa volta sofre muito com isso.
Esses abusos vão desde vexames públicos aos quais esses membros
são submetidos, até a estratégia de imputar grande medo a eles, caso eles
não dizimem ou ofertem um valor significativo a determinados projetos
realizados pela igreja. Abusos financeiros desse tipo são constantemente
presenciados nesses locais. E assim o nome de Deus é usado das mais
diversas formas para satisfazer o apetite dos “cães gulosos” institucionais.
190 Holland, Hazel, The Naked Truth: Exposing the Deception of Adventism, pág. 31.
Descortinando o Adventismo – Volume I 333
Característica número 5:
Não se sustentam com o princípio da
Sola Scriptura
Toda seita precisa adicionar textos de fora da Bíblia, ou alterá-la para
que consiga transmitir a sua falsa mensagem ao seu público. Os textos de
Ellen White são essenciais para o entendimento das doutrinas extrabíblicas
da IASD. Sem eles fica simplesmente impossível de encontrá-las na Bíblia.
Tendo isso em mente eu peço que o leitor vá até a sua Bíblia e com
toda a honestidade faça esse exercício. Procure nas Escrituras somente, toda
a doutrina do juízo investigativo e veja se essa doutrina é clara a você ou
qualquer um que lesse a Bíblia, sem antes ter acesso a um livro da Ellen
White ou uma outra literatura adventista.
• O Sono da Alma;
• Miguel é Cristo;
• A Necessidade da guarda do Sábado para os Gentios;
• A Necessidade do Rebatismo;
• O Decreto Dominical;
334 Características de uma Seita
Ao fazer tal exercício o leitor irá verificar que é impossível que ele
consiga confirmar essas doutrinas sem a ajuda de algum livro extrabíblico.
E essa é mais uma das formas de verificar as falsas doutrinas da IASD. Se
elas não se sustentam com a Bíblia somente (Sola Scriptura), devem ser
sumariamente descartadas.
Característica número 6:
Mania de perseguição – “O mundo nos persegue
porque nós possuímos a verdade”
Essa é uma característica bastante interessante que denota que os
seus líderes possuíam esse tipo de distúrbio psicológico em comum.
Todos acreditavam que estavam sendo perseguidos. No caso da IASD essa
paranoia é elevada exponencialmente em seu entendimento escatológico.
Continuando.
Esse teste, segundo Ellen White, irá ocorrer quando Cristo finalizar
a expiação no santuário celestial, e os justos estarão vivendo sem qualquer
tipo de intercessão ou intercessor diante do Deus vivo. E por isso devem
viver uma vida absolutamente perfeita, sem pecado, para que finalmente
possam ser salvos, após passarem por todos esses testes.
Fácil, não é mesmo? Pra você que não é adventista e acha que eu estou
exagerando, seguem os escritos da pioneira adventista que falam a respeito
disso:
“Agora, enquanto nosso grande Sumo Sacerdote está a fazer expiação por
nós, devemos procurar tornar-nos perfeitos em Cristo.”193
Essas são apenas algumas das dezenas de textos escritos por Ellen
White a respeito do assunto.
Não somente isso, mas por todo esse período em que o adventista vive
dentro da igreja, seja nos tempos atuais ou nos tempos do fim, Ellen White
faz questão de enfatizar que eles nunca devem ter certeza de sua salvação.
Ou seja, toda essa angústia e ansiedade de viver dessa forma, sem ao menos
ter a certeza de que está salvo? Será que os membros dessa igreja realmente
pararam pra pensar no tamanho do stress mental diário a que são submetidos
quando sinceramente e completamente acreditam nessas doutrinas?
Característica número 7:
Um Falso Evangelho e um Cristianismo
Defeituoso
No pacote vendido pelas seitas aos seus membros, existe um jugo
especial guardado. Um falso evangelho que ao invés de trazer alento ao
cristão, traz mais peso e fardo. Isso também é muito claro nos dogmas
adventistas. A Cristologia195 e a Soteriologia196 adventista, produz a ideia
de que Cristo veio a terra para dar uma segunda chance à humanidade de
ser aprovada em um grande novo teste de lealdade e obediência a fim de que
possam, dessa forma, serem salvos.
195 Cristologia é o estudo sobre Cristo. É uma parte da teologia cristã que estuda e define a natureza
de Jesus, a doutrina da pessoa e da obra de Jesus Cristo, com uma particular atenção à relação com
Deus pai, às origens e ao modo de vida de Jesus Cristo.
196 A Soteriologia é o estudo da salvação humana.
Descortinando o Adventismo – Volume I 339
que o membro pense que ele deve viver uma vida perfeita, assim como
Cristo viveu e, com a ajuda do Espírito Santo aliado ao seu próprio esforço,
guardar perfeitamente a lei de Deus.
porque, ao fazer isso, ele pôde se associar aos filhos e filhas pecadores e
tristes de Adão.”200
E esse ciclo vicioso vai extraindo toda a vida, beleza e graça da vida
espiritual dessas pessoas, tornando-as secas, repetitivas e fracas contra
os ataques do inimigo. E com isso, Satanás exulta em sua vitória sobre
esse grupo que, destituído de qualquer poder do Espírito Santo, acredita
piamente ser a igreja remanescente de Deus na Terra, permanecendo assim
embriagada pelo seu próprio orgulho, levando ao erro, por sua vez, a sua
grande fileira de membros que carregam sobre seus rostos o grosso véu de
sua hipnótica cegueira religiosa.
Característica número 8:
Seitas Invariavelmente possuem um falso
profeta que se diz falar diretamente com Deus,
e que por sua vez revela segredos exclusivos e
completamente novos a ele (a)
Além disso, praticamente tudo que ela viu em suas visões, possuíam
elementos novos e na sua maior parte antibíblicos. Na verdade, quando
eles não eram antibíblicos, eram plagiados ou simplesmente falavam de
Descortinando o Adventismo – Volume I 343
coisas mirabolantes que beiravam a loucura. Iremos falar mais sobre isso no
volume 2 dessa série, no capítulo chamado: “Ellen White: Plágios, Heresias
e Devaneios”.
Característica número 9:
“Nunca questione os nossos Ensinamentos”
Quão perigoso é cair num grupo religioso que te impede de questionar
aquilo que está sendo ensinado. Contudo, é exatamente isso que Ellen White
constantemente declarou em seus livros. Mesmo que (e especialmente
quando) os seus ensinamentos não faziam o menor sentido, a Sra. White
fazia questão de impor as suas crenças sobre os membros da igreja, como
344 Características de uma Seita
uma ditadora implacável que não deveria nunca ser contestada, pois a sua
voz era a própria voz de Deus.
“Vi um grupo que permanecia bem guardado e firme, não dando atenção
aos que faziam vacilar a estabelecida fé da comunidade. Deus olhava para
eles com aprovação. Foram-me mostrados três degraus — a primeira, a
segunda e a terceira mensagens angélicas. Disse o meu anjo assistente: ‘Ai
de quem mover um bloco ou mexer num alfinete dessas mensagens.
A verdadeira compreensão dessas mensagens é de vital importância. O
destino das almas depende da maneira em que são elas recebidas’.
De novo fui conduzida às três mensagens angélicas, e vi a que alto preço
havia o povo de Deus adquirido a sua experiência. Esta, fora alcançada
através de muito sofrimento e severo conflito. Deus os havia conduzido
passo a passo, até que os pusera sobre uma sólida plataforma inamovível.
Vi pessoas aproximarem-se da plataforma e examinar-lhe o fundamento.
Alguns com alegria imediatamente subiram para ela. Outros começaram
a encontrar defeito no fundamento. Achavam que se deviam fazer
melhoramentos, e então a plataforma seria mais perfeita e o povo muito
mais feliz.
E ainda:
202 White, Ellen, Counsels to Writers and Editors, págs. 31, 32.
346 Características de uma Seita
Nunca a palavra escrita pelo profeta Oseias fez tanto sentido como hoje:
Para termos uma ideia de sua ênfase nesse assunto, a Bíblia menciona
a palavra sábado 116 vezes. Ellen White usou a essa mesma palavra 3.315
vezes. Um outro tópico muito importante para a Sra. White era: Satanás.
A Bíblia, por sua vez, não compartilhou do mesmo interesse que ela sobre o
diabo. As Escrituras registraram a palavra Satanás 47 vezes, enquanto Ellen
White a usou 9.956 vezes!
Descortinando o Adventismo – Volume I 347
“Há quem considere um dia mais sagrado do que outro; outra pessoa
pode entender que todos os dias são iguais. Cada um deve estar
absolutamente convicto em sua própria mente. Aquele que guarda um
dia especial, para o Senhor assim o considera. Aquele que se alimenta de
carne, o faz para o Senhor, pois dá graças a Deus; e aquele que se abstém,
para o Senhor se priva, e também dá graças a Deus.” Romanos 4:15, 16
Nós não iremos abordar o tema do sábado nesse volume. Porém, fica
aqui registrado para ponderação e uma futura análise mais aprofundada a
respeito de mais esse falso ensino adventista.
Por isso, eles devem tentar ocupar o lugar do próprio Deus como peça-
chave para a salvação do perdido. Não, não seria somente Deus que salva o
aflito de suas mazelas e da própria perdição eterna, mas sim, as informações
que esse grupo seleto possui que irá trazer conforto, alento e salvação aos
seus membros. E não adianta esperar o próximo “ônibus” espiritual na
estação central da sua vida, porque esse é o último a passar por aqui! Ou
seja, ou eles, ou a perdição.
A IASD, mais uma vez preenche muito bem esse quesito, pois a sua
própria origem foi baseada numa informação exclusiva dada aos pioneiros.
Nenhuma outra igreja possui a doutrina do juízo investigativo, por exemplo;
Descortinando o Adventismo – Volume I 349
“Senti o profundo movimento do Espírito de Deus sobre mim e sei que o Senhor
me deu uma mensagem especial para Seu povo nesse momento.”205
Esses são apenas alguns dos inúmeros textos em que Ellen White
alega ser portadora de uma mensagem especial para as igrejas e o mundo. A
compreensão correta dessas mensagens seria imprescindível para a salvação
das pessoas da nossa era. Mais uma vez o princípio da Sola Scriptura é
pisoteado pela IASD, que eleva a autoridade de sua “profetisa” a níveis tão
altos (e muitas vezes ainda maior) que o da própria Bíblia, apesar de terem
o cuidado de nunca expressarem isso de maneira tão direta.
Por algum motivo a grande maioria dos grupos sectários ama fazer
esse tipo de declaração. Seria uma coincidência que uma outra grande seita,
as Testemunhas de Jeová, também apresentem Jesus com uma imagem
altamente distorcida? Teriam eles o mesmo espírito que impulsiona ambos
os grupos?
Apesar da IASD hoje em dia apresentar Jesus como sendo Deus, nós
pudemos constatar no capítulo anterior que os escritos de Ellen White por
muito tempo (por volta de 50 anos) não concordavam com isso. Pela grande
influência Ariana que essa igreja sofreu no princípio de sua formação, nós
podemos notar os resquícios dessa ingerência até os dias de hoje.
207 A IASD não utiliza esse termo, porém só podemos chegar a essa conclusão devido ao raciocínio criado
em torno dessa doutrina que coloca o peso final de todos os pecados da humanidade em cima de Lúcifer.
Descortinando o Adventismo – Volume I 351
Existe uma linha fina nessa característica. É claro que todas as igrejas
devem ser cordiais com novos membros e fazer o possível para fazê-los se
sentir bem em suas congregações. Contudo, nos casos das seitas, existe um
elemento um tanto quanto “sinistro” nessas amizades propostas aos novos
membros.
A IASD possui várias regras absurdas e também leis que não foram
dadas para nós, gentios.
208 “Devem ser vistas maiores reformas entre o povo que pretende aguardar o breve aparecimento de Cristo. Uma
reforma de saúde deve realizar uma obra entre nosso povo que ainda não foi executada. Há aqueles que devem
estar atentos ao perigo de comer carne, pois eles ainda estão ingerindo carne de animais, arriscando assim
a saúde física, mental e espiritual. Muitos que agora estão apenas meio convertidos em questão de comer
carne, se afastam do povo de Deus para não andar mais com eles.” White, Ellen, Eventos Finais, pág. 65.
354 Características de uma Seita
“Deus agora gostaria que o Seu povo adotasse o uso do ‘vestido refor-
mador’.”211 Ellen White
Ela, então, iniciou uma cruzada de 10 anos a favor do uso desse tipo de
vestimenta para todas as mulheres da igreja.
209 Os Mórmons recomendam o uso de uma vestimenta especial que deve ser usada debaixo da roupa,
algo como uma roupa de baixo “mágica” que os protege contra os ataques de espíritos maus. Muitos
ensinos de Ellen White lembram muito os ensinos de Joseph Smith.
210 White, Ellen, “Testemunhos para a Igreja”, Vol. 1, pág. 421.
211 White, Ellen, “Testemunhos para a Igreja”, Vol. 1, pág. 525.
Descortinando o Adventismo – Volume I 355
“Quando Ellen saiu do circuito de reunião para voltar para sua casa na
Califórnia, ela organizou um encontro para Fannie e seus companheiros
no Chicago Depot, para que pudessem viajar juntos. Ellen não estava com
o grupo, então o ancião Starr a procurou até que ‘finalmente a encontrou
na parte detrás de um restaurante muito satisfeita ao comer grandes
ostras cruas brancas com vinagre, pimenta e sal’, escreveu Fannie.
“Mary, se você puder me trazer boa caixa de arenques, por favor, faça-o.
Estes últimos que Willie ganhou são amargos e velhos. Se você pode comprar
latas, digamos, meia dúzia de latas, de bons tomates, por favor faça-o. Vamos
precisar deles. Se conseguir algumas latas de boas ostras, pegue-as.”213
212 Carta, Fannie Bolton à Sra. E. C. Slawson, 30 de dezembro de 1914; págs. 108-9. A história de Fannie
Bolton: uma coleção de documentos - fonte, Ellen G. White Estate, 1982.
213 Carta 16, 1882, à sua nora, Mary Kelsey White.
356 Características de uma Seita
Sobre o alimento cárneo que ela veemente proibia, vejamos o que ela
escreveu a respeito. Ellen recebeu sua chamada “visão” sobre uma necessária
reforma da saúde em 1863. O objetivo dessa visão era mostrar os perigos do
consumo do alimento cárneo:
“Não recuei um passo desde que a luz do céu sobre esse assunto
brilhou pela primeira vez no meu caminho. Afastei-me de tudo de
uma só vez - da carne e da manteiga e de três refeições... Eu assumi minha
posição sobre a reforma da saúde a partir de princípios.”. Ellen White,
Testemunhos para a Igreja, vol. 2, págs. 371-372 (1869).
Porém, mais a frente Ellen White, como todo religioso, acabaria sendo
desmascarada. O Dr. Ronald Numbers depois de muito esforço conseguiu
obter junto ao White Estate cópias de cartas e outros materiais como forma
Descortinando o Adventismo – Volume I 357
“Um jovem da Nova Escócia havia chegado da caça. Ele tinha um quarto
de veado. Ele viajou 32 quilômetros com este veado nas costas. Ele nos
deu um pequeno pedaço de carne, que transformamos em caldo e
Willie atirou em um pato que veio em um momento de necessidade, pois
nossos suprimentos estavam diminuindo, rapidamente.” Ellen White,
Manuscrito 11, 1873; Manuscript Release 14, p. 353.
O caro leitor pode achar que nós estamos sendo muito duros com
Ellen White, por ela talvez estar passando por um momento de necessidade
e somente por isso teria se utilizado do alimento cárneo, se apresentando
assim, como uma pessoa equilibrada.
“Agora, pois, por que quereis tentar a Deus, colocando sobre as costas
dos discípulos uma carga que nem nossos antepassados nem nós
mesmos conseguimos suportar?” Atos 15:10.
“Contudo, não façais o que eles fazem, porquanto não praticam o que
ensinam. Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos
homens. No entanto, eles próprios não se dispõem a levantar um só dedo
para movê-los. Tudo o que realizam tem como alvo serem observados
pelas pessoas.” Mateus 23:3-5
Como já deve ter ficado claro ao longo desse livro, essas regras absurdas
não são e nunca foram algo pedido por Deus ao seu povo (gentio). ELE
NÃO SE IMPORTA COM REGRINHAS DE “NÃO PODES”! Deus
quer misericórdia e não sacrifícios! (Os 6:6, Mt 9:13). Ou seja, Ele quer
que amemos uns aos outros como Ele nos amou.
Análise Geral
Como pudemos ver, ao menos 14 características de uma seita podem
ser direta e claramente imputadas a IASD, e isso é incontestável. Lembrando
que não é necessário que uma igreja possua todas essas 14 características
para que possa ser oficialmente denominada “seita”. Em minha opinião se
uma congregação ou instituição religiosa apresenta uma ou mais dessas
características apresentadas, o membro que ali congrega deve apertar
imediatamente o botão do alarme de despertar, pois é bem provável que
ele esteja debaixo de um encantamento de um grupo sectário. Contudo,
devemos ser justos e aquiescer que existem algumas outras características
que muitas seitas carregam que a IASD não possui. Como por exemplo:
talvez possamos inferir que Ellen White acreditava que Jesus não possuía
um corpo físico, pois anjos são espíritos ministradores (Hb 1:14). É bem
provável, contudo, que ela tenha mudado de ideia sobre isso mais a frente em
seu ministério, devido à pressão pública sofrida com esse tipo de declaração.
Isso deixou Martin furioso, pois provou que ele havia caído num
“golpe” religioso muito bem engenhado. Essa não foi a primeira vez que
algo do tipo ocorreu com a Igreja Adventista. Um outro respeitadíssimo
teólogo evangélico, Anthony Hoekma, já havia classificado a IASD como
seita cristã na década de 1950 com a publicação de seu livro “Four Major
Cults”. O qual incluía a IASD como uma das quatro maiores seitas não
cristãs do mundo. Diante da má publicidade desse período, os adventistas
na época decidiram reformular grande parte de suas crenças que nesse
tempo incluíam o antitrinitarianismo que era ensinado aos membros,
porém de uma forma quase que “não oficial” dentro da igreja. Mais uma vez
nessa época, grande parte de seus membros passou a acusá-los de terem se
vendido ao “Concílio das Igrejas de Cristo”, por terem se livrado de várias
de suas doutrinas mais tradicionais. Sim, a Igreja Adventista foi claramente
ariana por um longo período de tempo.
Vejamos mais uma vez o que foi dito na “SDA Bible Conference de
1919”:
“Por muito tempo, nós cremos... que Cristo foi criado, apesar do que as
Escrituras dizem.”214
216 Seminário “The Apostolic Imperative and International Adventist Challenge” no Former Adventist
Fellowship Conference em Redland, California em 24 de Julho de 2012.
Descortinando o Adventismo – Volume I 363
E
sse último e importante capítulo provavelmente irá assustar o
leitor, seja ele quem for. Explico. Caso o caro leitor seja adventista,
ele será confrontado com verdades bíblicas que provavelmente
nunca passaram em seu radar. Exatamente porque a IASD, após anos de
experiência, aprendeu como habilmente manipular os seus membros em
fazê-los se focar em apenas alguns versos que sustentam as suas doutrinas.
Enquanto outros textos importantíssimos são deixados de lado, ou então
lidos de uma forma tão rápida e desinteressante que fogem a atenção do
hipnotizado coletivo adventista.
Alma” que é diretamente ligada a outras duas crenças muito sui generis. A
crença do chamado “Aniquilacionismo” e a da “Dicotomia do Ser”. Tudo isso
também está diretamente ligado a visão de “Céu” e “Inferno” dessa instituição.
Jesus, então, volta à Terra e os justos que estão mortos são ressuscitados
na chamada “primeira ressurreição”. Juntamente com os justos vivos eles
receberão corpos imortais, que por sua vez receberão almas imortais
(imortalidade condicional), que então são levados ao céu. Eles ficarão lá
com Cristo por mil anos e nesse momento se juntarão a Ele com o intuito
de julgar os ímpios. E nesse período, a Terra estará desolada e ocupada
somente por Satanás e seus anjos.
218 Zondervan, Morgan & others, Hell Under Fire: Modern Scholarship Reinvents Eternal Punishment,
pág. 197.
Descortinando o Adventismo – Volume I 369
Storrs foi atraído por essas doutrinas por achar que elas melhor
refletiam o conceito da misericórdia de Deus. Ele, então, decidiu escrever o
seu próprio informativo, acompanhado por outros seis sermões publicados
em 1841. George resolveu, após isso, distribuir mais de 200 mil cópias de
seu panfleto e logo em seguida se uniu ao movimento Millerita, onde serviu
como pregador e colaborador do movimento. Ele tinha muito poder de
convencimento e, portanto, converteu diversos Mileritas a essas suas ideias.
“Eu ouvi essas novas ideias com um intenso e doloroso interesse. Quando
estava sozinha com minha mãe, perguntei se ela realmente acreditava
370 A Tricotomia do Ser e o Estado dos Mortos
que a alma não era imortal. Sua resposta foi que ela temia que tivéssemos
cometido um erro nesse assunto, assim como em alguns outros.
‘Mas, mãe’, disse eu, ‘você realmente acredita que a alma dorme na
sepultura até a ressurreição? Você acha que o cristão, quando morre,
não vai imediatamente para o céu, nem o pecador para o inferno’?”
“Ora mãe! gritei eu, espantada: ‘Isso é uma conversa estranha para você! Se
você acredita nessa teoria estranha, não deixe ninguém saber disso’.” 219
O seu telefone vai tocar, o sono vai bater, a tua capacidade de foco vai
diminuir, enfim, a guerra vai aumentar de nível. Aconselho o irmão adventista
que pare e ore por no mínimo 10 minutos e somente depois dê sequência
nos textos que iremos apresentar a você. Ore por clareza de pensamento e
por uma proteção especial do Senhor, para que nós possamos descortinar
mais um grande falso ensinamento que foi passado a você até os dias de hoje.
Prepare-se pra guerra, e para grandes surpresas que te levarão a outros lugares
em Deus que até então você não sabia (ou não acreditava) que existiam!
**Fim da pausa**
O povo de Deus deve estar preparado para enfrentar esses espíritos com
a verdade bíblica, segundo a qual, os mortos não sabem coisa nenhuma,
e que aqueles que lhes aparecem são espíritos de demônios. Não deve a
nossa mente ser absorvida com as coisas ao nosso redor, mas ocupar-se com
a verdade presente e o preparo para dar a razão de nossa esperança com
mansidão e temor. Devemos buscar sabedoria do alto a fim de podermos
estar firmes nestes dias de erro e engano.
cargos conforme deles necessita, e todos vão indo para a perdição, com
a velocidade do relâmpago’.”222
Santo como sendo algo demoníaco? Nós pedimos ao leitor que guarde esse
pensamento para depois refletir sobre ele, após o término de nosso estudo.
São eles:
“Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa
nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a
sua memória ficou entregue ao esquecimento.” Eclesiastes 9:5
“Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim
também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá.”
Ezequiel 18:4
um dos grandes “anzóis” que fisgam e prendem as pessoas nessa igreja. Todo
mundo que está lá, ama ser chamado de “escolhido por Deus” e parte da
“igreja remanescente”. Essas pessoas, ingenuamente nem notam que estão
sendo manipuladas por antigas estratégias sectárias. E assim, doam a sua
vida, o seu tempo, e tudo o que tem, para permanecer ouvindo palavras
lindas e... falsas.
Não que Deus não escolha e chame pessoas para trabalhar pra Ele. Isso
de fato ocorre. O problema está na tática do orgulho exclusivista de “única
igreja verdadeira de Deus”, a “Igreja Remanescente”, etc. Essas são estratégias
comumente usadas por seitas como já apresentado extensivamente no
capítulo anterior.
Voltando aos versos bíblicos usados pela IASD para sustentar a sua
doutrina do sono da alma, algo que eu não havia me dado conta na época
era de que todos esses versos faziam parte do Antigo Testamento, escritos
antes da revelação do evangelho e da vida de Jesus Cristo, sua ressurreição
e a demonstração da salvação da humanidade através dEle. Além disso, as
cartas de Paulo ainda não haviam sido escritas, de onde grande parte do
que sabemos hoje a respeito do mundo espiritual, a estrutura do nosso ser
e do nosso papel como gentios, veio à tona. Como sabemos, a luz bíblica
é progressiva. E é exatamente por isso que o Senhor nos Deus 66 livros e
não 39 (Antigo Testamento) para podermos entender melhor quem somos,
para onde vamos, e qual é o nosso papel e propósito aqui nessa Terra.
Façamos a prova:
Essa obviamente, não foi a intenção do autor ao escrever esse verso. A luz
do Senhor penetra muito mais do que um simples “ar” que se encontra nos
pulmões do ser humano, para que possa revelar todas as suas intenções ocultas.
No caso do versículo do livro de Jó, o autor nos traz mais luz ao conceito
de “espírito” do homem, sendo a parte mais profunda do ser humano, a que
nos dá sabedoria, entendimento e discernimento espiritual. Jó deixa claro
que quando Deus sopra algo dentro de nós, Ele esta nos trazendo algo muito
maior do que apenas oxigênio, fôlego, ar ou vento. O que Ele nos transfere é a
nossa camada mais profunda, a espiritual, e que quando nós nos convertemos,
é a parte responsável por se comunicar diretamente com o Espírito Santo.
Nós agora já sabemos que quando Deus soprou nas narinas de Adão,
algo muito maior e mais complexo do que um simples “fôlego de vida”,
adentrou o corpo de Adão. O espírito de Adão, que já existia dentro do
Pai, passou a existir agora dentro de um corpo físico, fora do Pai, e Adão se
tornou uma “alma vivente”.
Talvez tudo isso que está sendo revelado seja um pouco demais para
o irmão adventista que está lendo essas linhas. Eu peço ao amigo leitor
que tenha muita paciência e permaneça firme nessa leitura até o fim. No
final desse capítulo, tudo irá fazer muito mais sentido a você. Nesse exato
momento o caro leitor deve estar já se lembrando das ameaças de Ellen
White, e de como nenhum adventista deveria dar ouvidos a nenhuma
doutrina que desafiasse o argumento do “Sono da Alma”, pois seria uma
tática do inimigo, etc. Eu sei exatamente pelo que você está passando
porque eu também já passei por isso.
Mas afinal, o adventista está certo ou não ao utilizar esse verso para
dizer que somos apenas “alma vivente” e não “corpo, alma e espírito”?
Vamos tentar explicar isso um pouco melhor, para que não haja mais
dúvidas com relação a esse versículo. Quando o “sopro” de Deus entrou
no corpo do homem, ele se tornou o “espírito” do homem. Mas quando
o espírito reagiu com o corpo, a alma foi produzida. A expressão usada
“formou o homem do pó da Terra” refere-se ao corpo do homem; “soprou
em suas narinas o fôlego de vida” refere-se ao espírito do homem conforme
ele veio de Deus; e o “homem tornou-se alma vivente” refere-se a alma do
homem reagindo ao corpo que foi vivificado pelo espírito e levado a ser um
homem vivo e consciente de si mesmo.
O homem foi denominado “alma vivente” porque foi ali que o espírito
e o corpo se encontraram. O ser humano, então, passou a ter, não apenas um
corpo com um “fôlego de vida”, ele se tornou uma “alma vivente” também,
Descortinando o Adventismo – Volume I 385
Por isso que mais tarde, vemos nas Escrituras, Deus frequentemente
referindo-se aos homens como “almas”. Porque aquilo que o homem
é depende de como a sua alma é. Sua alma representa e expressa a sua
individualidade. É a camada onde o “livre-arbítrio” habita no homem. É
onde o espírito e o corpo estão completamente unidos. Se a alma do homem
deseja obedecer a Deus, ela permitirá que o espírito a governe, e não os seus
desejos carnais. Todavia, o homem também pode reprimir o seu espírito
e aceitar que apenas os prazeres da carne o dominem. E é exatamente por
isso que devemos tomar cuidado com o que alimentamos a nossa alma. Os
nossos sentidos, principalmente os olhos e ouvidos, são as nossas entradas
da alma. Tudo aquilo que penetra a nossa alma tem o poder de ser influência
dominante em nossas vidas. Se alimentarmos a nossa alma com elementos
que fortalecem o nosso espírito, teremos mais discernimento e poder
espiritual. Caso nos alimentemos mais de elementos carnais, não teremos
poder para nos defender dos ataques de Satanás e assim por diante.
Caso Ellen White fosse uma profetisa verdadeira, como seria possível
que ela não só não tivesse tido uma revelação de Deus a respeito disso, mas
pelo contrário, ensinou aos seus discípulos o total oposto?
É interessante notar como Deus ama tanto os seus filhos que Ele
nunca os deixa no escuro com relação a assuntos tão importantes como
esse. O escritor de Hebreus aqui, nitidamente faz uma visível divisão entre
corpo (juntas e medulas), alma (psuchê – no grego transliterado) e espírito
(pneuma). Essa é uma revelação que é coesa com o restante da Bíblia, e para
praticamente todo cristão é algo de fácil entendimento.
223 Como descreve Fabiano Mesquita no “Projeto Semear da Palavra – Bacharelado em Teologia”, pág. 230.
Descortinando o Adventismo – Volume I 389
mediação da alma para que ele obedeça a Deus. Da mesma forma o corpo,
através da alma, pode atrair o espírito para amar o mundo.
“Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto,
mas a carne é fraca.” Marcos 14:38
Dessas três camadas a mais nobre é o espírito, pois ela se une com
Deus. O corpo é a mais inferior, pois ela tem contato com a matéria e a alma
estando entre elas, recebe o caráter de ambas como sendo sua.
O espírito por ser a parte mais nobre do homem ocupa a parte mais
interior do ser. O corpo é a parte mais inferior por isso ocupa o local
externo e entre eles habita a alma como intermediária. O corpo é o abrigo
externo da alma, enquanto a alma é o revestimento exterior do espírito. O
espírito, quando fortalecido por comunhão com Deus, jejum e estudo das
Escrituras transmite o seu pensamento à alma, e a alma comunica ao corpo
que obedeça a ordem do espírito.
“Mas, se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da lei.”
Quando nos deixamos ser guiados pelo Espírito Santo, o nosso espírito
comanda o nosso ser, e contra isso não existe “lei” ou “condenação” nenhuma.
impostas por sua igreja, ele será bem-sucedido em apresentar tais frutos.
Infelizmente, dessa maneira ele irá sempre fracassar e estabelecer uma vida
de hipocrisia e culpa constante, além de não apresentar qualquer tipo de
frutos do Espírito Santo.
Vejamos:
“Pois, quem dentre os homens conhece as coisas do homem, a não ser o espírito
(pneuma) do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece as
coisas de Deus, a não ser o Espírito (pneuma) de Deus.” 1 Coríntios 2:11
“Também vou dar a minha opinião, também vou dizer o que sei, pois não
me faltam palavras, e dentro de mim o espírito (ruach) me impulsiona.”
Jó 32:17, 18
“Irmãos, que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o espírito
(pneuma) de vocês. Amém.” Gálatas 6:18
Faria algum sentido que Paulo orasse para que a graça de Cristo
estivesse com o “fôlego de vida” dos Gálatas?
“de noite recordo minhas canções. O meu coração medita, e o meu espírito
(ruach) pergunta: Irá o Senhor rejeitar-nos para sempre? Jamais tornará
a mostrar-nos o seu favor?” Salmos 77:6-7
394 A Tricotomia do Ser e o Estado dos Mortos
“Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e
a primeira voz, que como de trombeta ouvira falar comigo, disse: Sobe
aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer.
E ainda:
“Além disso, tínhamos pais humanos que nos disciplinavam, e nós os
respeitávamos. Quanto mais devemos submeter-nos ao Pai dos espíritos,
para assim vivermos!” Hebreus 12:9
Chave número 1: Deus quer que você O adore através do seu espírito,
pois Ele É espírito.
Como você pode adorá-Lo em espírito se você nem acredita que exista
isso em você? Entendeu o motivo para que o inimigo insista tanto nesse
falso ensino?
Chave número 2: Deus é o Pai dos espíritos. Ele é o seu Pai e você é
feito à imagem dEle!
Descortinando o Adventismo – Volume I 397
Essa segunda chave é de suma importância. Deus quer que você saiba
quem Ele é, para que você saiba quem você é! Quando uma pessoa descobre
quem ela é, ela descobre o seu propósito e a partir daí ninguém mais segura
essa pessoa na Terra. Uma pessoa que sabe quem é em Deus, faz o mundo
tremer! Isso acontece porque ela descobre a sua identidade e propósito. E a
partir daí ela consegue se focar em sua missão aqui nesse mundo.
Quando Jesus foi batizado por João Batista, Deus Pai liberou a
identidade dEle, para que Ele e todos a sua volta soubessem quem Ele era:
“Esse é o meu filho amado, em quem a minha alma se compraz” (Mat 3:17).
Logo em seguida, Cristo foi ao deserto levado pelo Espírito Santo, e lá,
Satanás o tentou desafiando a sua identidade:
“Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo. Pois está escrito:
‘Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão,
para que você não tropece em alguma pedra’.” Mateus 4:6
“Jesus lhe respondeu: Também está escrito: ‘Não ponha à prova o Senhor,
o seu Deus’.” Mateus 4:7
Jesus respondeu o diabo com autoridade e sem hesitar porque ele sabia
quem ele era. A identidade de Jesus estava muito sólida e segura, não somente
porque ele sabia exatamente quem era, mas porque ele também sabia quem
o seu Pai era. Afinal, Deus Pai tinha acabado de liberar a identidade de Seu
Filho logo após o seu batismo no Jordão.
E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha
igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la.
Eu lhe darei as chaves do Reino dos céus; o que você ligar na terra
terá sido ligado nos céus, e o que você desligar na terra terá sido
desligado nos céus’.” Mateus 16:13-19
“Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de
Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são
discernidas espiritualmente. Mas quem é espiritual discerne todas as
coisas, e ele mesmo por ninguém é discernido.” 1 Coríntios 2:14-15
224 A Pedra (Petra, Rocha) sobre a qual Jesus edificou a Sua igreja, foi Ele mesmo, o próprio Cristo, porém
à Pedro (Petrus, pedrinha) assim como à toda igreja que conhece a sua verdadeira identidade, foram
dadas as chaves que ligam e desligam o que está nos céus e na terra.
Descortinando o Adventismo – Volume I 399
o quanto o meu espírito era raquítico. Porque eu não sabia nem que ele
existia, quanto mais edificá-lo! O nosso espírito funciona quase que como
um músculo do nosso corpo. Se nós não o exercitamos, ele vai perdendo
a força e a sensibilidade. Existem várias formas de exercitarmos o nosso
espírito. Eu falarei em detalhes a respeito disso no capítulo “Intimidade
com Deus” no volume 2 dessa série, contudo eu posso adiantar que os
maiores responsáveis para o fortalecimento do nosso espírito são:
A conotação usada por Paulo no verso é a de que nós temos que ter
consciência de que devemos oferecer a nossa própria a vida a Deus, vivendo
de uma forma reta e santa, nos esquivando assim do pecado, ao invés de
fazermos sacrifícios de animais como eram feitos no passado no Templo
Judaico. Os nossos próprios corpos são os sacrifícios agora, o qual nós
entregamos a Deus racional e deliberadamente. Essa é a correta interpretação
de “culto racional”, e não a de termos que observar uma liturgia nas igrejas,
onde o dom de línguas estranhas não possa ser manifestado.
poucos consiga quebrar esse tabu que eu mesmo confesso que foi um dos
mais difíceis para mim de ser quebrado.
Mais uma vez eu peço paciência ao leitor adventista que chegou até
aqui comigo, para que não “abandone o barco” agora e para que tente abrir
a sua mente para esse assunto. O Espírito Santo irá lhe recompensar de uma
maneira sem precedentes, caso você seja corajoso o suficiente para continuar
e dar esse passo a frente. Ore para que Deus segure a sua mão e te abra o
entendimento ainda mais. Um novo mundo (do Reino) irá se abrir a você
de maneiras que talvez você nunca tivesse imaginado que estivesse ao seu
alcance. E finalmente, você irá provar em sua vida o poder sobrenatural que
existe no Reino de Deus, e que Ele deixou ao alcance de todos os seus filhos.
Mas você pode querer inferir que esses dons não são para o nosso
tempo, ou que o dom de línguas não se refere a esse dom de línguas que
os pentecostais e neopentecostais alegam possuir ao balbuciar uns sons
aleatórios e sem sentido, mas sim que tal dom se refere ao dom de outros
“idiomas”. Calma, iremos falar do dom de línguas em breve. Sobre os dons
espirituais não serem para o nosso tempo, contudo, isso definitivamente não
procede. Se há um tempo em que a igreja precisa se utilizar desses dons, esse
tempo é agora. Qual seria a lógica de o Espírito Santo ter ferramentalizado
a igreja primitiva com esses dons, mas deixado a igreja dos últimos dias sem
esse “poder de fogo” tão importante? Além disso, Joel 2:28-31, deixa claro
o seguinte:
404 A Tricotomia do Ser e o Estado dos Mortos
“E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus
filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens
terão visões. Até sobre os servos e as servas derramarei do meu Espírito
naqueles dias.
Eu não posso negar que isso foi algo que causou profundo impacto
em mim. Mas por que a IASD não manifesta esses mesmos dons em suas
igrejas? A resposta é simples: eles engessaram o Espírito Santo de Deus.
Ellen White colocou tanto medo e preconceito em suas mentes que o
Espírito Santo não possui liberdade para se mover em seu meio. Os cultos
são travados, engessados, muitas vezes “carnais” e sem a livre atuação do
Espírito Santo. É como se um exército carregasse um canhão de um tanque
de guerra com balas de chumbinho. Pelo fato de eu nunca ter presenciado
isso na IASD, eu não tinha a menor ideia de que cultos em igrejas pudessem
apresentar tanto poder e manifestações sobrenaturais do Espírito, como
acontecem nos dias de hoje em muitas congregações ao redor do mundo.
Descortinando o Adventismo – Volume I 405
Isso é algo tão diferente e forte para um adventista que quando ele
presencia algo assim, ele simplesmente não crê que isso seja algo de Deus.
O membro adventista está tão acostumado com os seus cultos sem poder,
que ele imediatamente conecta isso a algo que deve ser “do diabo”. Ou seja,
o que ele está dizendo em outras palavras é: “o diabo possui mais poder do
que o próprio Deus”. E ainda que indiretamente, ele comunica ao Espírito
Santo que, por favor, não faça nada desse tipo em sua igreja, pois ele não
irá crer que seja Ele atuando, mas sim o inimigo. O Espírito Santo é um
cavalheiro e não força nada a ninguém, por isso ele dá a cada um de acordo
com o que é pedido e de acordo com o que cada um pode suportar. Por isso,
ele fica muitas vezes “só olhando” e não age de maneira sobrenatural para
não assustar ninguém daquele local. Isso quando de fato Ele está presente
nessas reuniões, o que pode ser (e muito) debatido. Eu posso contar nos
dedos de uma mão as vezes que realmente senti a presença de Deus em um
culto adventista. É triste, mas é a realidade.
Após essa dura análise sobre os cultos adventistas nós temos que,
contudo, concordar que nem sempre as manifestações aparentemente
sobrenaturais que ocorrem em algumas igrejas, são:
Bem, em primeiro lugar é preciso deixar claro que aquele cristão que
fala em línguas está tão salvo quanto aquele que não fala em línguas. O
“falar em línguas” não é um sinal de estar salvo e também não é algo pelo
qual o cristão deva se vangloriar sobre outros cristãos, porque ele o recebeu
de Deus e outros, não. Contudo, aquele que fala em línguas possui de fato
uma ferramenta extremamente poderosa no mundo espiritual. Mas o dom
de línguas não é o dom de idiomas? Se não é o dom de idiomas, para que
ele serve?
É preciso dizer que não é somente a IASD que não crê no dom de
línguas. Diversas igrejas mais tradicionais não acreditam que o dom de
línguas estranhas seja algo verdadeiro. Mas então, qual é o motivo de eu
Descortinando o Adventismo – Volume I 407
“Pois quem fala em língua não fala aos homens, mas a Deus. De fato,
ninguém o entende; em espírito fala mistérios.” 1 Coríntios 14: 2
Esse verso traz uma chave muito importante para entendermos o dom
de línguas. Note bem o que Paulo diz aqui: “pois quem fala em língua não
fala aos homens, mas a Deus”. Ora, eu te pergunto caro amigo adventista ou
ao leitor que não crê no dom de línguas estranhas: quem é brasileiro e fala
um outro idioma dado pelo Espírito Santo, como o italiano por exemplo,
fala ou não fala a homens? Se ele for até a Itália e falar com algum homem
410 A Tricotomia do Ser e o Estado dos Mortos
por lá, ou mesmo que ele esteja no Brasil e comece a falar com um italiano
em sua língua natal, provavelmente com o propósito de evangelização, essa
pessoa não estaria falando diretamente a um homem?
O texto de Paulo vai ainda mais longe ao dizer que “ninguém o entende,
mas a Deus fala mistérios”! Essa afirmação exclui completamente o dom de
idiomas daquilo a que Paulo se refere. Se ninguém o entende, definitivamente
ele não poderia estar falando do dom de idiomas, pelo qual pessoas de nações
inteiras o entenderiam! Não só isso, como o autor da carta aos Coríntios
deixa claro quem é o alvo da conversa. O próprio Deus! E pra finalizar ele
apresenta de qual parte do nosso ser essa comunicação é emitida: “em espírito
fala mistérios”. A parte nossa que emite essa comunicação é o nosso espírito!
Exatamente a parte que a IASD não quer que você saiba que existe!
“Pois, se oro em língua, meu espírito ora, mas a minha mente fica
infrutífera. Então, que farei? Orarei com o espírito, mas também orarei
com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei
com o entendimento.” 1 Coríntios 14:14, 15
Descortinando o Adventismo – Volume I 411
A igreja de Corinto era uma igreja que orava muito em línguas, porque
ela sabia do poder e da edificação que isso os trazia. Eles oravam tanto em
línguas estranhas que Paulo teve que frear um pouco essa prática, pois um
desequilíbrio estava sendo criado nessa igreja. É por isso que ele admoesta
os Coríntios a orarem não só no espírito, mas também na mente. Corinto
era uma cidade portuária que recebia muitos visitantes. Quando esses
visitantes frequentavam os cultos nesse local, eles acabavam achando que
aquela prática deles de constantemente estar falando em línguas estranhas
era um tanto quanto excêntrica demais. Pois pouco ou nada do que era dito
era compreendido. Daí, então, a repreensão de Paulo a eles, para que eles
não deixassem de orar também na mente. Contudo, no verso acima, Paulo
esclarece que essa oração em línguas ocorre de fato no espírito: “se oro em
língua, meu espírito ora”.
Ainda nesse capítulo, Paulo entrega mais uma chave que desmonta
qualquer teoria de que esse dom é o dom de idiomas. Vejamos o que ele diz
no verso 13:
“Por isso, quem fala em língua, ore para que a possa interpretar.” 1
Coríntios 14:13
Mas será que realmente devemos falar em línguas? Será que Paulo nos
encorajaria a isso? Vejamos mais uma chave liberada por Paulo:
“Dou graças a Deus por falar em línguas mais do que todos vocês.” 1
Coríntios 14:18
É claro que Paulo falava em línguas estranhas. Não só ele falava, como
falava mais do que todos os Coríntios. Note a forma como ele coloca essa
frase: “dou graças a Deus por falar em línguas mais do que todos vocês”.
Se ele quisesse dizer que ele falava mais idiomas do que qualquer um deles,
ele teria colocado as palavras dessa frase de uma maneira diferente. Algo
Descortinando o Adventismo – Volume I 413
como: “dou graças a Deus por falar mais línguas do que todos vocês”.
O advérbio usado por ele no verso, não foi de “quantidade”, mas sim de
“intensidade”, o que torna o sentido da frase completamente diferente do
que os adventistas querem que você entenda.
Até aqui nós tivemos como objetivo mostrar ao leitor a clara evidência
bíblica de que somos seres tricotômicos e não dicotômicos como a IASD
quer que você acredite. Nós também mostramos como e por que essa
instituição passou a “crer” e a ensinar a respeito do “Sono da Alma” aos seus
membros. E também como essa doutrina foi uma peça-chave necessária
para que as suas outras doutrinas apresentassem uma base um pouco menos
débil no cenário religioso geral da época e também entre os seus seguidores.
Nesse capítulo, nós iremos voltar até os versos bíblicos usados pelos
adventistas para corroborar a doutrina do “Sono da Alma”, analisando-
os dentro de seu contexto. Assim como, também iremos trazer evidência
sólida de que quando morremos nós imediatamente vamos direto para o
céu ou para o inferno, e de que não há nenhum estado intermediário de
“sono” entre a nossa morte e ressurreição.
Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que
é muito melhor; contudo, é mais necessário, por causa de vocês, que eu
permaneça no corpo.
Convencido disso, sei que vou permanecer e continuar com todos vocês,
para o seu progresso e alegria na fé…” Filipenses 1: 21-25
Paulo deixa claro nesse segundo texto, que ele não tem absolutamente
nenhum medo da morte, porque morrer pra ele seria lucro, já que ele
imediatamente estaria com Cristo! Contudo, pelo trabalho que ele deveria
ainda ter que realizar nessa terra ele preferiria “permanecer no corpo”.
A única maneira lógica de que a morte parecesse lucro para ele é se ele
tivesse absoluta certeza de que de imediato ele estaria com Cristo após a
sua morte. Se Paulo cresse e ensinasse a respeito do “Sono da Alma” como
a IASD quer que você acredite, ele teria que pensar com muito cuidado
e colocar na balança se seria melhor morrer e esperar séculos em uma
espécie de limbo intermediário de não existência até a sua ressurreição para
finalmente ter um encontro com Cristo, ou ficar com a igreja de Corinto
que ele tanto amava a fim de ajudá-los a se estabelecer de uma maneira mais
418 A Tricotomia do Ser e o Estado dos Mortos
firme e madura em Cristo! Entre essas duas opções, Paulo com certeza
acharia a segunda muito melhor e mais viável, e não teria apresentado a
primeira opção como sendo “lucro” para ele.
É possível notar nas entrelinhas desses textos, que esse ensino era algo
de conhecimento comum entre os cristãos da época. Pois ele não se deteve
em enfatizar tais coisas como algo novo e surpreendente para os membros
das igrejas tanto de Filipos quanto de Corinto.
E sei que esse homem – se no corpo ou fora do corpo, não sei, mas Deus
o sabe – foi arrebatado ao paraíso e ouviu coisas indizíveis, coisas que
ao homem não é permitido falar.” 2 Coríntios 12:2-4
Que esse homem a que Paulo se refere é ele mesmo, não há dúvida. Isso
é ponto pacífico dentro da teologia. O que ele deixa absolutamente claro
aqui é que ele foi ao terceiro céu dentro ou fora do corpo. Se ele foi em
espírito somente ou não nós não sabemos, mas Paulo deixa evidente aqui
a possibilidade de poder ir até ao céu, mesmo em vida, fora do corpo. Nos
versos anteriores, ele solidifica a doutrina de que quando morresse estaria
imediatamente com Cristo do contrário qual seria o seu “lucro” em morrer?
“Mas se Cristo está em vocês, o corpo está morto por causa do pecado,
mas o espírito está vivo por causa da justiça.” Romanos 8:10
Note como Pedro, de maneira muito parecida com o que Paulo falou
aos Coríntios, fala a respeito de seu corpo:
“Assim como o corpo sem espírito está morto, também a fé sem obras
está morta.” Tiago 2:26
Note como nesse exemplo em que Jesus ressuscita a filha de Jairo, o que
ocorre com o espírito da criança:
“Jesus bradou em alta voz: ‘Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito’.
Tendo dito isso, expirou.” Lucas 23:46
Cristo entregou muito mais dEle ao Pai, do que o seu mero “fôlego
de vida”. O que Ele entregou ao Pai foi o Seu Espírito. Segundo a tese
Descortinando o Adventismo – Volume I 421
adventista, Jesus Cristo, o próprio Deus encarnado, teria ficado três dias
sem existir! Não há absolutamente nenhuma chance de isso ter acontecido.
O Seu corpo morreu, mas o Seu Eterno Espírito nunca poderia ter morrido,
ou ficado num estado intermediário. Essa é uma das maiores heresias já
ensinadas dentro da IASD! E olhe que a concorrência entre as suas próprias
heresias para ver qual é a mais ultrajante contra Deus é muito grande.
Jesus disse em João 2:19 que Ele mesmo reergueria o seu próprio corpo
em sua ressurreição. Isso seria impossível se Ele estivesse em um estado de
“Sono da Alma”. Foi o Seu próprio Espírito que comandou o seu corpo para
que voltasse a viver.
“Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu
a glória de Deus, e Jesus de pé, à direita de Deus, e disse: ‘Vejo o céu aberto
e o Filho do homem de pé, à direita de Deus’.
Estevão estava ansioso para que Jesus recebesse o seu espírito no céu,
para que ele pudesse finalmente estar presente com Cristo. Daí a razão da
sua fala.
“Ninguém pode dizer “eu estou salvo” até que ele tenha sofrido provas
e provações, até que ele tenha mostrado que pode vencer a tentação.”226
E ainda:
“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para
que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16
“Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me
enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da
morte para a vida.” João 5:24
“Asseguro-lhes que aquele que crê tem a vida eterna.” João 6:47
Podemos notar que esses versos, que são uns dos grandes pilares do
evangelho de Jesus, nos asseguram que nós temos a vida eterna agora, no
tempo presente e não num futuro distante. Eles nos dizem que se crermos
227 White, Ellen, The Review and Herald, June 17, 1890.
424 A Tricotomia do Ser e o Estado dos Mortos
nas palavras de Jesus, jamais morreremos, porque o nosso espírito não morre!
Quão distante estão os ensinos de Ellen White das palavras de Cristo!
De onde teria tirado João tanta confiança para declarar com tamanha
convicção que nós já possuímos desde já a vida eterna?
“Você está dando fortes golpes contra a tradição e os erros que estão no
fundamento de uma heresia que destruirá as almas daqueles que
a recebem. Uma porta larga para a destruição está aberta a todos
aqueles que acreditam na imortalidade da alma (...).”228
Além disso, ela usa o termo “a alma que pecar morrerá” completamente
fora de seu contexto e significado bíblico, conforme nós iremos mostrar
mais a frente. Ela ainda ensina que se Adão e Eva comessem do fruto da
árvore da vida, mesmo depois de pecadores, eles se tornariam “pecadores
imortais” como se a “árvore mágica” e não o próprio Deus todo-poderoso
fosse quem concedesse a vida eterna às pessoas. Deus é quem controla todas
as coisas e não uma “árvore mágica”! Ou seja, segundo a sua teoria, ninguém
até hoje é imortal, pois ninguém ainda comeu do fruto da árvore da vida.
Ela se utiliza do medo para causar ainda mais divisão no corpo de Cristo,
pois segundo os seus ensinos todos que creem nessa doutrina estão perdidos.
De uma maneira francamente bastante infantil, porém incrivelmente
eficaz, ela conseguiu convencer milhões de pessoas de que acreditar na
imortalidade da alma é o mesmo que crer no “Espiritismo” quando isso
está completamente desconectado da realidade. Eu namorei uma menina
espírita por 5 anos em minha adolescência, e sei muito bem como funciona a
doutrina espírita. Nessa época eu li o “Livro dos Espíritos” de Allan Kardec,
e posso garantir a vocês que a crença cristã a respeito da imortalidade da
alma está a mil anos luz de distância dos ensinamentos espíritas.
“Quando entrarem na terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá, não
procurem imitar as coisas repugnantes que as nações de lá praticam.
Não permitam que se ache alguém entre vocês que queime em sacrifício o
seu filho ou a sua filha; que pratique adivinhação, ou dedique-se à magia,
ou faça presságios, ou pratique feitiçaria ou faça encantamentos; que seja
médium ou espírita ou que consulte os mortos.
O Senhor tem repugnância por quem pratica essas coisas, e é por causa
dessas abominações que o Senhor, o seu Deus, vai expulsar aquelas nações
da presença de vocês. Permaneçam inculpáveis perante o Senhor, o seu
Deus.” Deuteronômio 18: 9-13
“Certo dia, indo nós para o lugar de oração, encontramos uma escrava
que tinha um espírito pelo qual predizia o futuro. Ela ganhava muito
dinheiro para os seus senhores com adivinhações.
Essa moça seguia a Paulo e a nós, gritando: ‘Estes homens são servos do
Deus Altíssimo e lhes anunciam o caminho da salvação’.
Descortinando o Adventismo – Volume I 429
Ela continuou fazendo isso por muitos dias. Finalmente, Paulo ficou
indignado, voltou-se e disse ao espírito: ‘Em nome de Jesus Cristo eu
lhe ordeno que saia dela!’ No mesmo instante o espírito a deixou.”
Atos 16:16-18
Com alegações tão fortes como essas apresentadas pela Sra. White
cabe a nós investigarmos as Escrituras de uma maneira séria, a fim
concluirmos se ela de fato estava falando a verdade sobre isso. Se ela estiver
certa, nenhum de nós deve dar ouvidos a doutrina da imortalidade da alma.
Contudo, se ela estiver errada e a Bíblia corroborar esse ensino, é preciso
que nós conheçamos e estudemos o máximo possível sobre isso, com o
intuito de sabermos quais seriam as implicações dessas verdades em nossa
vida presente e futura.
“Ele é o bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o
único que é imortal e habita em luz inacessível, a quem ninguém viu nem
pode ver. A Ele sejam honra e poder para sempre. Amém.” 1 Timóteo 6:15-16
“Os justos vivos são transformados ‘num momento, num abrir e fechar de
olhos’. À voz de Deus foram eles glorificados; agora tornam-se imortais,
e com os santos ressuscitados, são arrebatados para encontrar seu Senhor
nos ares.” 232
O ser humano nunca foi criado para viver sem um corpo. Nós fomos
criados à imagem e semelhança de Deus, seres tricotômicos que representam
a Trindade, como já dito anteriormente. Quando estivermos vivendo no
céu em espírito, apesar de estarmos num lugar maravilhoso, nós ainda não
estaremos completos do ponto de vista do nosso ser. Ainda necessitaremos
de um corpo, especialmente por que a nossa vida após o retorno de Cristo
será aqui nessa Terra mesmo. E para vivermos num mundo físico, nós
precisaremos de um corpo físico, porém dessa vez “divino” ou “incorruptível”.
É por isso que Paulo diz que nós ainda estaremos “gemendo” desejando ser
revestido do nosso corpo incorruptível;
“Irmãos, não queremos que vocês sejam ignorantes quanto aos que
dormem, para que não se entristeçam como os outros que não têm
esperança.
Se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, cremos também que Deus trará,
mediante Jesus e juntamente com ele, aqueles que nele dormiram.
Dizemos a vocês, pela palavra do Senhor, que nós, os que estivermos vivos,
os que ficarmos até a vinda do Senhor, certamente não precederemos os
que dormem.
Um outro fato interessante é que toda vez que esse termo “dormir” é
usado pela Bíblia, ela se refere aos justos e não aos ímpios. A palavra usada
Descortinando o Adventismo – Volume I 435
Jesus tinha falado de sua morte, mas os seus discípulos pensaram que
ele estava falando simplesmente do sono. Então lhes disse claramente:
‘Lázaro morreu, e para o bem de vocês estou contente por não ter estado
lá, para que vocês creiam. Mas, vamos até ele’.” João 11:11-15
“Disse-lhe Jesus: ‘O seu irmão vai ressuscitar’. Marta respondeu: ‘Eu sei
que ele vai ressuscitar na ressurreição, no último dia’.
Se Jesus estivesse andando e ensinando entre nós nos dias de hoje, como
ele fazia naquela época, no lugar dos Saduceus ele deixaria os Adventistas
sem resposta com os seus ensinos! O que Ele disse aos Saduceus e a Marta é
muito claro. Todos que morreram em Cristo, mesmo antes da ressurreição
que ocorrerá no evento da Sua segunda vinda, não estão mortos, mas sim
vivos nesse exato momento! Abraão, Isaque e Jacó já haviam descido à
sepultura séculos antes de Jesus declarar que eles estavam de fato, vivos!
Essa é uma das maiores pedras nos sapatos dos adventistas com relação
a esse tema. Se ao menos Moisés não tivesse aparecido vivo no Monte da
Transfiguração, talvez o grande trabalho de engano de Ellen White tivesse
ficado um pouco mais fácil para ela. Felizmente, esse é um fato incontestável
na Bíblia. Vejamos mais uma vez o que Mateus escreveu a respeito do
ocorrido:
“Ali ele foi transfigurado diante deles. Sua face brilhou como o sol, e
suas roupas se tornaram brancas como a luz. Naquele mesmo momento
apareceram diante deles Moisés e Elias, conversando com Jesus.”
Mateus 17:2-3
“Mas tenho contado com a ajuda de Deus até o dia de hoje, e, por este
motivo, estou aqui e dou testemunho tanto a gente simples como a gente
importante. Não estou dizendo nada além do que os profetas e Moisés
disseram que haveria de acontecer:
Como é possível essa instituição querer rebaixar mais uma vez a imagem
de Cristo, elevando Moisés acima dEle? Se Moisés de fato ressuscitou antes
de Cristo e vive para sempre no céu, ele é “as primícias dos que dormem” e
não Jesus como diz a Bíblia, e isso é indiscutível. Mais uma vez Ellen e sua
trupe rasgam o texto bíblico em favor de suas falsas doutrinas.
Descortinando o Adventismo – Volume I 441
Meu servo Moisés está morto. Agora, pois, você e todo este povo,
preparem-se para atravessar o rio Jordão e entrar na terra que eu estou
para dar aos israelitas.” Josué 1:1-2
E por fim:
“Moisés passou pela morte, mas Cristo desceu e lhe deu vida antes
que seu corpo visse a corrupção. Satanás procurou reter o corpo,
pretendendo-o como seu; mas Miguel ressuscitou Moisés e levou-o ao
Céu. Satanás maldisse amargamente a Deus, acusando-O de injusto por
permitir que sua presa lhe fosse tirada; Cristo, porém, não repreendeu
a Seu adversário, embora fosse por sua tentação que o servo de Deus
houvesse caído. Mansamente remeteu-o a Seu Pai, dizendo: ‘O Senhor
te repreenda’.”233
Pois bem, tendo isso como verdade, analisemos agora a tese adventista
de que Moisés ressuscitou e apareceu no monte da transfiguração com
corpo já glorificado e portanto, imortal. Ora, caso Jesus não tivesse
obtido vitória na cruz, e a raça humana inteira estivesse perdida, como teria
ficado a situação de Moisés diante desse celeuma divino/universal? Como
ficaria a justiça de Deus diante do universo, colocando toda a raça humana
em um estado de perdição eterna, contudo tendo Moisés ao mesmo tempo
vivo e com um corpo já glorificado e imortal?
• Os reais motivos por trás das fortes ameaças de Ellen White contra
aqueles que acreditam na doutrina da “Imortalidade da Alma”;
444 A Tricotomia do Ser e o Estado dos Mortos
“Sheol denota o lugar onde as almas que partiram são reunidas após a
morte.” Comentários Sobre o Antigo Testamento de Keil e Delitzsch.
Vejamos algumas citações bíblicas que mostram esse local “mais baixo”
do Sheol:
“Pois um fogo foi aceso pela minha ira, fogo que queimará até as partes
mais baixas do Sheol.” Deuteronômio 32:22
Todos responderão e lhe dirão: Você também perdeu as forças como nós, e
tornou-se como um de nós.” Isaías 14:9-10
sobre esse assunto tão importante para todos nós. Enquanto os personagens
do Antigo Testamento temiam sobremaneira a morte, os autores do Novo
Testamento faziam questão de quebrar esse tabu, sempre que podiam pela
luz que receberam de Jesus.
“Portanto, visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, ele também
participou dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse
aquele que tem o poder da morte, isto é, o diabo, e libertasse aqueles
que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte.”
Hebreus 2:14-15
“Ela se dirige para morte, que é a sua casa, e os seus caminhos levam às
sombras (Rapha ou Hades).” Provérbios 2:18
Concordância Strong:
אפרrapha: 1) espíritos dos mortos, sombras, espíritos.
Descortinando o Adventismo – Volume I 451
“Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Então ele colocou sua mão
direita sobre mim e disse: Não tenha medo. Eu sou o primeiro e o último.
Sou aquele que vive. Estive morto mas agora estou vivo para todo o
sempre! E tenho as chaves da morte (Thanatos) e do Hades (Hades).”
Apocalipse 1:17-18
Concordância Strong:
μνημειον mnemeion ou mneema: 1) objeto visível para preservar ou
recordar a memória de alguém ou algo 1a) memorial, monumento,
especificamente, um monumento sepulcral;
2) sepúlcro, tumba.
“Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor
perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno
(Gehenna).” Mateus 5:29
Concordância Strong:
γεεννα geenna: 1) “Geena” ou “Geena de fogo” traduz-se como inferno,
isto é, o lugar da punição futura. Designava, originalmente, o vale do
Hinom, ao sul de Jerusalém, onde o lixo e os animais mortos da cidade
eram jogados e queimados. É um símbolo apropriado para descrever o
perverso e sua destruição futura.
“Pois Deus não poupou os anjos que pecaram, mas os lançou no inferno
(Tartaro), prendendo-os em abismos tenebrosos a fim de serem reservados
para o juízo.” 2 Pedro 2:4
Concordância Strong:
ταρταροω tartaroo de Tártaro (o abismo mais profundo do inferno):
454 A Tricotomia do Ser e o Estado dos Mortos
“Jesus lhe respondeu: Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso
(paradeisos)”. Lucas 23:43
Concordância Strong:
παραδεισος paradeisos: 1) entre os persas, um grande cercado ou
reserva, região de caça, parque, sombreado e bem irrigado, no qual os
animais silvestres eram mantidos para a caça; era fechado por muros e
guarnecido com torres para os caçadores;
2) jardim, parque de recreação; 2a) bosque, parque;
3) parte do Hades que os judeus pensavam ser a habitação das almas dos
piedosos até a ressurreição: alguns entendiam ser este o paraíso celeste;
4) as regiões superiores dos céus. De acordo com os pais da igreja primitiva,
o paraíso no qual nossos primeiros pais habitaram antes da queda ainda
existe, não sobre a terra ou nos céus, mas acima e além do mundo;
5) céu, paraíso.
Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembre-se de que durante a sua vida você
recebeu coisas boas, enquanto que Lázaro recebeu coisas más. Agora,
porém, ele está sendo consolado aqui e você está em sofrimento.
‘Não, pai Abraão’, disse ele, ‘mas se alguém dentre os mortos fosse até eles,
eles se arrependeriam’.
Também não creio que Cristo estivesse ensinando que os espíritos que
estavam no inferno pudessem se comunicar com quem estivesse no paraíso,
afinal ele mesmo havia dito que existia um grande abismo entre esses locais.
Porém em nenhum momento ele corrige ou faz alusão a algo contrário,
contra a ideia de que exista de fato consciência no pós-morte.
“Então ele disse: Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino”.
Jesus lhe respondeu: “Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no
paraíso (paradeisos)”. Lucas 23:42-43
Por favor, caro leitor, não deixe que o seu pastor ou professor adventista
te engane com a anedota de que existia uma vírgula na fala (?) de Jesus, mas
que essa vírgula não foi colocada no texto e Jesus, portanto, quis dizer: “Eu
te digo hoje, estarás comigo no paraíso!”.
458 A Tricotomia do Ser e o Estado dos Mortos
Além de ninguém, nunca ter tido esse costume naquela época de falar
dessa forma e de em nenhum outro momento a Bíblia apresentar esse tipo
de expressão, por que o relator do evento teria o cuidado de escrever algo
tão redundante assim, num momento tão dramático como esse? Essa tese
não tem absolutamente nenhum sentido! Chega a ser vergonhoso o nível
de apelação que alguns apologistas, teólogos e apresentadores se submetem
para poder amparar tal tese.
Essa é a segurança que Ele quer trazer para nós hoje, mas crenças
limitadoras como a do “Sono da Alma” fazem com que promessas tão
Descortinando o Adventismo – Volume I 459
“Pois Cristo também sofreu por nossos pecados, de uma vez por todas.
Embora nunca tenha pecado, morreu pelos pecadores a fim de conduzi-los
a Deus. Sofreu morte física, mas foi ressuscitado pelo Espírito, por meio
do qual pregou aos espíritos em prisão, àqueles que, muito tempo
atrás, desobedeceram a Deus quando ele esperou pacientemente
enquanto Noé construía sua embarcação.” 1 Pedro 3:18-20
Podemos notar que Pedro deixa claro que Jesus sofreu uma morte física
e em seguida foi pregar aos “espíritos em prisão” que se encontravam no
Hades, e que haviam desobedecido a ordem de Deus com relação ao dilúvio.
Se após a sua pregação houve arrependimento da parte desses espíritos que
desobedeceram e se houve um consequente perdão da parte de Deus, nós
não podemos afirmar com certeza. Porém, o texto torna evidente que Jesus
foi até esse local chamado “Hades”, onde eles estavam.
“Por isso as boas novas foram anunciadas até mesmo aos mortos, pois,
embora estivessem destinados a morrer como todo ser humano, agora
vivem para sempre com Deus pelo Espírito.”1 Pedro 4:6
O que a junção desses textos indica é que muitos daqueles que estavam
no “Hades” eram ignorantes a respeito de muitas das verdades de Deus,
principalmente as boas novas do evangelho. Por isso Jesus levou essas boas
novas a eles para que pudessem tomar uma decisão consciente a respeito de
seu eterno destino, e agora eles vivem para sempre com Deus no céu!
“Por isso é que foi dito: ‘Quando ele subiu em triunfo às alturas, levou
cativo muitos prisioneiros, e deu dons aos homens’.
Descortinando o Adventismo – Volume I 461
O texto todo de Efésios acima é tão claro que parece que o comentário
feito entre parênteses é de algum apologista atual e não do próprio Paulo,
autor da carta. Ele explica com total exatidão o que houve com Cristo após
a sua morte e também após a sua ressurreição. Além de evidenciar que ele
levou junto com ele, muitos “prisioneiros”, ou seja, aqueles espíritos em
prisão que comentamos anteriormente na primeira carta de Pedro; e que
muitos pastores adventistas insistem em dizer que eram os antediluvianos
enquanto ainda estavam vivos sendo tocados pelo Espírito Santo na época
de Noé para um chamado de arrependimento.
Note como é impossível que isso seja verdade quando incluímos todas
as partes do quebra-cabeça. A carta de Paulo não deixa nenhuma dúvida
de que esses espíritos foram levados com Cristo para o céu no momento de
sua ascensão!
Paulo ainda entrega uma outra chave para o nosso entendimento, onde
fica o local atual do “paraíso”, que antes ficava no Hades:
E sei que esse homem – se no corpo ou fora do corpo, não sei, mas Deus o
sabe – foi arrebatado ao paraíso (Paraseidos) e ouviu coisas indizíveis,
coisas que ao homem não é permitido falar.” 2 Coríntios 12:2-4
Porque vivemos por fé, e não pelo que vemos. Temos, pois, confiança e prefe-
rimos estar ausentes do corpo e habitar com o Senhor.” 2 Coríntios 5:6-8
“Vi tronos em que se assentaram aqueles a quem havia sido dada autoridade
para julgar. Vi as almas dos que foram decapitados por causa do testemu-
nho de Jesus e da palavra de Deus. Eles não tinham adorado a besta nem
a sua imagem, e não tinham recebido a sua marca na testa nem nas mãos.
Eles ressuscitaram e reinaram com Cristo durante mil anos.” Apocalipse 20:4
Antigo
Novo Testamento
Testamento
(Grego)
(Hebraico)
Local espiritual para
onde iam os espíritos/ Sheol Hades
almas dos mortos
Isso acontecia porque a maneira com que tais textos são apresentados,
totalmente fora de seu contexto, convence qualquer pessoa que não tem muito
conhecimento bíblico. E mesmo aquele que depois de batizado na IASD, se
propõe a estudar as Escrituras com mais afinco, já teve a sua mente cauterizada
a respeito de vários assuntos. Portanto, tudo que esse indivíduo aprender com
o tempo será analisado a partir desses “filtros” adventistas, colocando-o num
eterno círculo vicioso de interpretações distorcidas da palavra de Deus que o
impedirão de desvendar grandes maravilhas da Sua palavra.
“Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos nada sabem; para
eles não haverá mais recompensa, e já não se tem lembrança deles.”
Análise
Porém, o que a IASD nunca faz é explicar o contexto desse verso aos
seus membros. Se o caro leitor for adventista, ele sabe que isso é verdade.
Quantas vezes o seu pastor/professor adventista, leu a você os versos
anteriores e posteriores a esse verso enquanto ele o ensinava a respeito desse
assunto?
Pois segundo Salomão, nos versos citados acima, não importa se você
é ímpio ou justo, puro ou impuro, bom ou mau, pois você irá terminar
no mesmo local, de qualquer forma. Entendem como o contexto é
importante? O que Salomão se refere aqui é a morte física do homem, que
irá chegar a todos e não ao que ocorre depois da morte. Vamos continuar a
análise para poder entender ainda mais o contexto.
Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o
que é muito melhor.” Filipenses 1:21-23
Descortinando o Adventismo – Volume I 467
Paulo não somente não tinha medo de morrer, como ele praticamente
ansiava por isso.
“Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos nada sabem; para
eles não haverá mais recompensa, e já não se tem lembrança deles.
Agora vejamos se faz algum sentido que a IASD coloque toda uma base
doutrinária sobre o estado dos mortos em cima de um verso completamente
isolado de seu contexto, a fim de afirmar categoricamente que após a morte
nós não teremos mais consciência alguma? Não, isso não faz qualquer
sentido.
imediato: a sepultura. O que viria depois disso, ele não sabia (ao menos não
totalmente) e por isso ponderava sobre a importância de se aproveitar ao
máximo a vida presente.
“Portanto, vá, coma com prazer a sua comida, e beba o seu vinho de
coração alegre, pois Deus já se agradou do que você faz.
Esteja sempre vestido com roupas de festa, e unja sempre a sua cabeça
com óleo. Desfrute a vida com a mulher a quem você ama, todos os dias
desta vida sem sentido que Deus dá a você debaixo do sol; todos os
seus dias sem sentido!
Pois essa é a sua recompensa na vida pelo seu árduo trabalho debaixo do
sol.” Eclesiastes 9:7-9
O fato é que nesse livro, ele nos passa uma visão depressiva sobre a
vida, chamando-a 15 vezes de “sem sentido” algum. Vejamos alguns outros
desses exemplos:
“Por isso desprezei a vida, pois o trabalho que se faz debaixo do sol
pareceu-me muito pesado. Tudo era sem sentido, era correr atrás do
vento.” Eclesiastes 2:17
Descortinando o Adventismo – Volume I 469
“Quando você tiver medo de altura, e dos perigos das ruas; quando florir a
amendoeira, o gafanhoto for um peso e o desejo já não se despertar. Então o
homem se vai para o seu lar eterno, e os pranteadores já vagueiam pelas ruas.
Agora que nós sabemos que o nosso espírito não é um mero “fôlego de
vida” essa passagem finalmente faz sentido. Um texto que a priori é muito
usado por adventistas para defender a doutrina do “Sono da Alma”, agora
não mais enganará aqueles que passaram por esse estudo e viram que, de
fato, o pó volta a terra de onde veio, e o espírito consciente volta a sua
morada eterna, para junto do próprio Deus, de onde todos nós saímos. Um
verso que era usado a favor de uma falsa doutrina agora passa a ser usado
para anulá-la! Glória a Deus!
“Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim
também a alma do filho é minha: a alma (“Nephesh” e não “Ruach”)
que pecar, essa morrerá.” Ezequiel 18:4 ( JFA)
Análise
“Que é que vocês querem dizer quando citam este provérbio sobre Israel:
‘Os pais comem uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotam’?
Juro pela minha vida, palavra do Soberano Senhor, que vocês não citarão
mais esse provérbio em Israel.
Nós veremos a seguir, ao longo da análise textual, que esse verso não tem
como intenção indicar o destino final do espírito/alma humana, mas sim
sobre o que deveria ser feito com a pessoa que cometesse um determinado
tipo de pecado. A questão era que se essa pessoa fosse morta em razão de
seu pecado, seus filhos deveriam ou não sofrer as consequências e morrer
junto com ele. A conclusão foi a de que se o filho não tivesse cometido
o mesmo pecado que o pai havia cometido, tal filho não precisaria
morrer, pois ele não deveria responder pelo pecado de seu pai. Ao
lermos o contexto do capítulo, nós chegamos facilmente a essa conclusão:
“Mas suponhamos que esse filho tenha ele mesmo um filho que vê
todos os pecados que seu pai comete e, embora os veja, não os comete.
Ele não come nos santuários que há nos montes e nem olha para os ídolos
da nação de Israel. Não contamina a mulher do próximo.
Ele retém a mão para não pecar e não empresta visando lucro nem cobra
juros. Guarda as minhas leis e age segundo os meus decretos. Ele não
morrerá por causa da iniquidade do seu pai; certamente viverá.
Mas seu pai morrerá por causa de sua própria iniquidade, pois
praticou extorsão, roubou seu compatriota e fez o que era errado no meio
de seu povo.
472 A Tricotomia do Ser e o Estado dos Mortos
Aquele (Nephesh) que pecar é que morrerá. O filho não levará a culpa
do pai, nem o pai levará a culpa do filho. A justiça do justo lhe será
creditada, e a impiedade do ímpio lhe será cobrada.” Ezequiel 18:14-20
De fato, fica difícil não enxergar após uma análise mais ampla, o
real significado do texto. Um dos maiores problemas das equivocadas
interpretações adventistas estão na ausência de estudo contextual e em
muitas vezes, o embasamento em traduções bíblicas falhas. Ambas aliadas
as falsas profecias e ensinos de Ellen White, causaram um grande estrago na
vida espiritual dos membros dessa igreja.
Não que seja exatamente necessário, mas para alicerçar ainda mais esse
argumento, iremos mostrar de onde surgiu a origem dessa lei judaica de não
responsabilizar o filho pelo pecado do pai. Está em Deuteronômio 24:16:
“Os pais não serão mortos em lugar dos filhos, nem os filhos em lugar dos
pais; cada um morrerá pelo seu próprio pecado.”
Esses textos são muito claros e não possuem base para a interpretação
adventista do “Sono da Alma”. Pensar dessa forma seria apenas mais uma
arbitrariedade dogmática, motivada apenas por motivos ideológicos
denominacionais sem demonstrar nenhuma honestidade e honra ao texto
bíblico.
Descortinando o Adventismo – Volume I 473
Análise
Uma avaliação mais apurada desse texto pode ser feita simplesmente
por se utilizar de traduções mais recentes que fazem mais jus a intenção do
autor em seu texto original.
“Quando sua vida se vai, voltam ao pó, e todos os seus planos morrem
com eles.” Salmos 146:4 (NVT)
“Sai-lhes o espírito, e eles voltam ao pó; nesse mesmo dia, acabam todos
os seus planos.” Salmos 146:4 (NAA)
Um texto corrobora o outro, até porque Salomão deve ter tido muito
contato com o livro de Salmos, visto que grande parte dele teve como
autor o seu próprio pai. Assim como em Eclesiastes 9:5, Salomão fala
que até mesmo a memória daqueles que morreram se esvanece, o mesmo
ocorre em Salmos que discorre sobre os planos daqueles que já morreram.
Praticamente toda a influência de uma pessoa sobre a Terra é esvanecida
após a sua morte. A grande maioria das pessoas é esquecida rapidamente e
o mesmo ocorre com os seus planos.
474 A Tricotomia do Ser e o Estado dos Mortos
Análise
“Os céus são os céus do Senhor, mas a terra ele deu aos filhos dos
homens. Os mortos não louvam o Senhor, nem os que descem à região
do silêncio podem fazer isso. Nós, porém, bendiremos o Senhor,
desde agora e para sempre. Aleluia!” Salmos 115:16-18 (NAA)
Análise
Análise
Nesse texto assim como nos dois textos anteriores, a palavra hebraica
para “louvar” é “yadah” que sempre se refere a uma adoração pública vinda
de uma congregação de pessoas, ou diz respeito a um testemunho público.
Concordância Strong:
הדיyadah:
1) jogar, atirar, lançar 1a) (Qal) atirar (flechas) 1b) (Piel) lançar, lançar
ao chão, derrubar 1c) (Hifil) 1c1) dar graças, louvar, agradecer 1c2)
confessar, confessar (o nome de Deus) 1d) (Hitpael) 1d1) confessar
(pecado) 1d2) dar graças.
235 Gill, John, Complete Body of Practical and Doctrinal Divinity, pág. 414.
476 A Tricotomia do Ser e o Estado dos Mortos
Análise Geral
“(...) Portanto, se a luz que existe em você são trevas, que grandes
trevas serão!” Mateus 6:23
Durante a leitura desse primeiro volume nós pudemos ter uma boa
ideia a respeito de como funciona a manipulação religiosa de uma igreja
que coloca os seus próprios interesses dogmáticos institucionais muito mais
a frente do que qualquer verdade bíblica, pondo em grave perigo a vida
espiritual de milhões de seres humanos, destituindo-os completamente
de armas espirituais extremamente importantes, concedidas pelo próprio
Deus aos seus filhos. E tudo isso, em troca de poder e controle.
Descortinando o Adventismo – Volume I 477
“Na verdade as mentes deles se fecharam, pois até hoje o mesmo véu
permanece quando é lida a antiga aliança. Não foi retirado, porque
é somente em Cristo que ele é removido.De fato, até o dia de hoje,
quando Moisés é lido, um véu cobre os seus corações.
Mas quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado.
O autor, que era quarta geração de uma família tradicional adventista, foi
liberto dessa seita de maneira sobrenatural. E após tal ocorrido sentiu o
chamado de Deus para munir de conhecimento os adventistas, e também
o corpo de Cristo, a respeito dos problemas espirituais em que eles se
encontram, das falhas teológicas de suas doutrinas e também sobre as
mentiras institucionais que a IASD esconde de seus membros há décadas.
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