A História Do Hospital
A História Do Hospital
A História Do Hospital
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 2
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 ORIGEM DA PALAVRA HOSPITAL
Fonte: ojornaldailha.com
Contudo, ao longo do tempo, para sua própria proteção e defesa, foi obrigado
a se preocupar, também, com a saúde daqueles que o cercavam, pois, o
aumento populacional e o crescimento da circulação de pessoas
evidenciaram a imposição de proteger a coletividade. Na Índia, os mais
antigos documentos escritos encontrados foram textos médicos grafados em
sânscrito, como o Atharva Veda e o Rig Veda, que continha hinos litúrgicos.
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Esses textos foram encontrados por volta de 1500 a. C. (ALMEIDA, 1965
apud OLIVEIRA, 2019).
O uso inicial do hospital servia mais aos pobres e prestava conforto aos
doentes, o atendimento era realizado por sacerdotes ou através de ordens
religiosas, uma vez que os procedimentos de caráter curativo eram pouco
praticados, a cura era mais como uma característica secundária ao serviço
religioso, apesar de sua origem anterior a era cristã (TOLEDO, 2006, p. 17
apud BADALOTTI et al, 2015).
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Desta forma, vemos o hospital como um espaço pleno de simbolismo e sentido
que se desenvolveu ao longo dos séculos de construção e sentido, onde inicialmente
serviu como uma estrutura de separação e exclusão e evoluiu para um ambiente de
diagnóstico e cura. A produção projetual de hospitais apresenta importantes
exemplos, inclusive de renome internacional, mas os registros e documentos
bibliográficos sobre este patrimônio são pouco representativos. Portanto é através do
estudo, da observação e do conhecimento da história do edifício hospitalar no tempo
que podemos apontar melhores decisões projetuais para a implantação de novas
unidades de saúde.
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A arquitetura das instalações hospitalares também mudou ao longo do tempo,
existindo no século XIX a maquete de um pavilhão. Após o término da Segunda
Guerra Mundial, com o crescimento das cidades no mundo todo, foram construídos
hospitais cada vez maiores e melhores. O hospital tornou-se referência em saúde e a
arquitetura dessa instalação estava mais de acordo com o padrão atual.
Fonte: hsc.com
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Após a segunda metade do século XX, notou-se que países como Inglaterra,
Estados Unidos e o Canadá, os orfanatos, asilos e instituições para crianças
transgrediam aspectos básicos do desenvolvimento emocional destas e podiam leva-
las a categorias psiquiátricas bastantes sérias causando sequelas na vida adulta.
Pesquisas sobre Classes Hospitalares sugerem que as primeiras décadas do século
XX a Europa contemplou em hospitais algumas atividades educativas que podem ser
acatadas como início do que hoje admitimos como Classe Hospitalar (OLIVEIRA et al,
2013).
Na França, segundo Paula (2011), a primeira classe hospitalar foi introduzida
em 1929 por Marie Luoise Imbert. Porém, de acordo com Vasconcelos (2005), a
classe hospitalar também teve seu início na França, ainda que em 1935. Nesse
momento, este texto não vai para o ano em que a primeira classe hospitalar foi
efetivamente criada. Esses dados foram incluídos neste estudo para informação.
Henri Sellier abriu sua primeira escola para forasteiros nos arredores de Paris em
1935.Seu exemplo foi seguido por outros países europeus, como a Alemanha, por
toda a França e até mesmo pelos Estados Unidos no cuidado de crianças com
tuberculose.
O Centro Nacional de Estudos e Formação de Crianças Inaptas (CNEFEI) em
Suresnes, nos arredores de Paris, foi criado em 1939 com o objetivo de formar
professores para o trabalho em estabelecimentos especializados e hospitais-escola
do Ministério da Educação da França. Esse Centro funciona até hoje A formação de
professores para as classes hospitalares no CNEFEI tem duração de dois anos. A
missão do centro até hoje é mostrar que a escola não é hermeticamente fechada. O
CNEFEI patrocina estágios em programa de estágio dirigido a professores e diretores
de escolas; Médicos escolares e assistentes sociais (OLIVEIRA et al, 2013).
Desde 1939, o CNEFEI formou mais de mil professores. Isso significa que todos
os hospitais públicos da França têm quatro professores: dois do ensino fundamental
e dois do ensino médio. Você trabalha em turnos diferentes de segunda a sexta-feira.
A associação Animation, Loisirs à L Hôpital (animação, tempos livres no hospital) foi
fundada nos anos 1940 e a Associação para a Melhoria das Condições Hospitalares
das Crianças (APACHE) foi fundada nos anos 1980, segundo (Paula 2011 apud
Oliveira et al, 2013) o European Associação de Crianças Hospitalares (European
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Association of Children in Hospital), que reúne diversas instituições do país na defesa
dos direitos de crianças e adolescentes em hospitais.
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1986, mostra a preocupação com os projetos de humanização nos hospitais, o bem-
estar da criança hospitalar e os aspectos educativos.
Fonte: gauchazh.clicrbs.com
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Misericórdia, acabou por contribuir para vários conflitos entre a irmandade e o ensino
médico, uma vez que a administração dessas instituições era realizada pelas freiras.
Esses atritos também aconteceram em outras capitais brasileiras, como Porto Alegre,
São Paulo e Salvador (MALAGÓN-LONDOÑO; LAVERDE; LONDOÑO, 2018 apud
JULIÃO, 2020).
As freiras contribuíram para a organização e a eficiência das atividades
hospitalares, mas a sua relação com os médicos e os alunos foi permeada por atritos
devido à discordância com relação aos cuidados médicos assistenciais. A gestão do
hospital, pelos médicos, somente aconteceu, efetivamente, na década de 1920.
Contudo, no Rio de Janeiro, esses conflitos perduraram até a inauguração do campus
da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A Faculdade de Medicina, então, ganhou
um hospital próprio para as atividades de assistência e ensino, chamado Hospital
Universitário Clementino Fraga Filho. A assistência, antes considerada empírica,
passou a ser científica e pública. No final do século XIX, o hospital se tornou um
espaço de terapêutica medicalizada (JULIÃO, 2020).
Fonte: gov.br/ebserh
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Essa cena de macas abarrotadas e clientes esperando, clima frio, cores vivas,
luz branca e cheiro de éter é coisa do passado. Hoje, mudanças arquitetônicas,
serviços de hotelaria, profissionais devidamente uniformizados, ambientes
acolhedores, com cores quentes, desenvolvidos por designer de interiores, iluminação
adequada, música ambiente e bom restaurante dão ao cliente a impressão de estar
adentrando em um hotel de luxo ao invés de um hospital. Com o passar dos anos e
as mudanças da sociedade, os gestores estão buscando para as instituições
hospitalares mudanças que minimizam o desconforto do adoecimento na vida das
pessoas, por meio da transformação dos ambientes frígidos em ambientes
agradáveis, mesmo que as pessoas não tenham prazer em estar em um hospital
(JULIÃO, 2020).
Essa tendência traz em sua essência a humanização do ambiente e do
atendimento prestado em saúde, uma vez que a receptividade do cliente ao
tratamento e a satisfação gerada facilitam a realização do serviço médico assistencial.
Na atualidade, o cliente não busca somente por tratamento e cura em um ambiente
hospitalar, mas também por um atendimento humanizado, com respeito às suas
necessidades, às de seus familiares e às de seus cuidadores. Um bom trabalho
desenvolvido pela equipe de saúde, desde a chegada do cliente e durante todo o
período de permanência dele na instituição, reduz o estresse e o desgaste de todos
os envolvidos no processo de melhora ou recuperação do paciente (JULIÃO, 2020).
De acordo com Julião (2020) é difícil imaginar um único profissional realizando
tudo o que é necessário para o restabelecimento do cliente sem a participação de
outras áreas, como: enfermagem, medicina, nutrição, farmácia, etc. A assistência à
saúde exige interação multiprofissional, que demanda que os trabalhadores atuem em
sintonia com os demais. O cenário é de interdependência, ou seja, um depende do
outro, porque uma atividade não existe sem a outra. A tarefa do administrador é
desenvolver mecanismos que estabeleçam conceitos de trabalho em equipe para
todas as pessoas que trabalham periodicamente no hospital.
A humanização do atendimento significa não o mecanizar com o uso apenas
de tecnologias, mas sim investir no relacionamento com o cliente com empatia,
respeito, escuta qualificada e comunicação assertiva, a fim de tornar a internação o
mínimo desconfortável possível. Portanto, todos na unidade têm um papel
fundamental a desempenhar no processo de cuidado centrado no paciente, desde a
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área administrativa até a limpeza, a copa e os cuidados. A imagem do colaborador é
a imagem da instituição, sendo assim, o trabalho deve ser realizado em equipe, mas
com a consciência da função de cada um nesse processo de internação, de forma que
o cliente perceba o cuidado contínuo e qualificado desde a recepção até a alta
hospitalar (JULIÃO, 2020).
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Dessa forma, torna-se mais fácil adotar estratégias e desenvolver ações que
promovam a humanização e a qualidade dos serviços médico-hospitalares. O cliente
de saúde é toda e qualquer pessoa que entra em contato com o hospital para adquirir
serviços médico-hospitalares ou simplesmente solicitar uma informação. O
entendimento de que, a princípio, ele não gostaria de estar necessitando de
assistência à saúde é crucial para a empatia do profissional e a oferta de qualidade
no atendimento. O cliente em saúde é um ser humano que está vivenciando um
momento de instabilidade emocional e física, o que proporciona uma fragilidade e
vulnerabilidade que as pessoas não costumam gostar. Por isso, quando adentra em
um hospital, cria expectativas de acolhimento, eficácia e resolutividade para com o
seu estado de saúde. Sendo assim, é preciso ter consciência de que o cliente de
saúde é o bem mais precioso da instituição, pois sem ele não haveria motivo do nosso
trabalho (JULIÃO, 2020).
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Os hospitais ficavam adjacentes aos mosteiros budistas, eram locais onde os
doentes recebiam cuidados, dieta adequada e medicamentos preparados pelos
médicos.
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estado se preocupou com os cidadãos que seriam bons guerreiros. Nesse sentido,
não se evidencia a preocupação com a condição humana ou social (OLIVEIRA, 2019).
Os atendimentos eram realizados nas medicatrinas e nos valetudinários. Os
valetudinários militares eram grandes hospitais de campanha que cuidavam de feridos
e soldados em recuperação de guerras. Foram, inicialmente, agregados aos exércitos,
onde tinham médicos militares que prestavam cuidados aos soldados feridos em
batalha ou àqueles que ficavam doentes durante as guerras. Os casos de menor
gravidade eram tratados a céu aberto, enquanto os mais graves eram atendidos em
locais maiores e com melhor estrutura (OLIVEIRA, 2019).
Na Idade Média, o surgimento do Cristianismo aponta uma nova perspectiva
humanística, modificando a sociedade e fomentando as responsabilidades individuais
na busca pela eternidade. Os necessitados, como idosos, órfãos, viúvas, doentes,
peregrinos e viajantes, são apoiados pelo auxílio dos cristãos.
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da Idade Moderna. Nesse sentido, os hospitais passaram a ter uma organização
diferente daquela conferida pela caridade (OLIVEIRA, 2019).
A administração dos hospitais era feita por representantes administrativos,
enquanto os religiosos permaneciam nas atividades de conforto espiritual aos
enfermos. Em Portugal, é fundada a primeira Santa Casa da Misericórdia de Lisboa,
pelo Frei Miguel Contreiras, apoiado pela Rainha D. Leonor. A instituição oferecia
abrigo e cuidado aos doentes, prisioneiros, pobres, órfãos e desvalidos. As mudanças
sociais e econômicas do Renascimento mudaram o estado dos hospitais urbanos. Era
fundamental que os hospitais passassem a prestar atendimento a um número maior
de pessoas em um tempo menor. Nesse sentido, os hospitais deixam de oferecer asilo
aos necessitados e passam a tratar os enfermos. Conforme Lisboa (2002) apud
Oliveira (2019), essa remodelação fez surgir o hospital moderno, com vistas ao
tratamento de doenças, através de quatro princípios elementares:
utilização racional dos recursos disponíveis;
delimitação de seu perfil como instituição;
inserção da medicina profissional;
caracterização de suas funções terapêuticas.
Os religiosos asseguravam a rotina hospitalar, prestando cuidados e
assistência alimentar aos que ali estavam internados. A figura do médico apareceu
em visitas esporádicas, não mais do que uma vez por dia, para ver centenas de
pacientes. O perfil do exército também se modificou. No passado, qualquer pessoa
podia ser recrutada por dinheiro; agora, com a chegada do fuzil, o treinamento era
necessário, o que aumentava os custos de desenho. Dessa forma, era preciso impedir
a morte de um soldado por motivos de doença, epidemias ou ferimentos que não o
incapacitariam para o futuro (OLIVEIRA, 2019).
Fonte: unimedvs.com
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atribuições passaram, ao longo do tempo, por diferentes mudanças, envolvendo
aspectos assistenciais, de suporte ao sistema de saúde, questões sociais, emprego,
ensino e pesquisa (OLIVEIRA, 2020).
O Brasil conta atualmente com uma rede de hospitais construída ao longo de
sua história que atuam no contexto atual da saúde, a partir das diretrizes gerais do
sistema de saúde que visam a uma maior integração à rede de saúde. Para
compreensão da complexidade do funcionamento do sistema hospitalar no Brasil, é
necessário distinguir as extensões que abarcam o funcionamento de um hospital.
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aos serviços de assistência hospitalar da rede pública são evidentes. Além disso,
muitas vezes os serviços hospitalares oferecidos na rede pública (principalmente no
atendimento de urgências e emergências) são insuficientes em relação à demanda e
de baixa qualidade. Nesse sentido, o planejamento e a adoção de medidas de
reformulação da atenção hospitalar no SUS são urgentes e imprescindíveis
(OLIVEIRA, 2020).
Dimensão política: refere-se ao modo como as políticas públicas são
planejadas e implementadas, direcionando o funcionamento do sistema de saúde. A
adoção de medidas que reforcem a atenção primária como porta de entrada do
sistema, além da promoção de saúde e prevenção de doenças, pode levar ao
descongestionamento das urgências e emergências dos hospitais. Nesse sentido, faz-
se necessário que as políticas públicas sejam planejadas a partir de dados
epidemiológicos, demográficos e sociais de cada região, adequando-se à realidade
regional (BRASIL, 2011; 2013).
Dimensão de ensino e pesquisa: a dimensão do ensino e pesquisa está
relacionada à formação dos diferentes profissionais de saúde, na medida em que o
hospital configura-se em espaço de ensino e aprendizagem. Além disso, muitos
estudos e pesquisas são realizados no ambiente hospitalar.
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departamentalização excessiva e a fragmentação do cuidado, de modo a oferecer o
atendimento integral e resolutivo aos usuários do sistema de saúde (OLIVEIRA, 2020).
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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Lei de Diretrizes e bases da
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30
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Ana Lúcia, NUNES, Lauane Baroncelli, AROSA, Armando C.(Orgs). Atendimento
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WIKIMEDIA COMMONS. Hospital improvisado no Kansas, durante a gripe
espanhola. 2009. 1 fotografia.
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