Direito Administrativo
Direito Administrativo
Direito Administrativo
23/02/2023
Adm. Pública compõe-se dos entes personalizados que nos governam e por isso
sofrem limitações constitucionais
Porque PESSOAS?
CPC Art.17
CPC Art.70
Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para
estar em juízo.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
02/03/23
09/03/23
23/03/23
Atos administrativos
I- Definição
É a manifestação da vontade estatal (Adm. Pública), cujo efeito é criar, modificar,
extinguir e conservar direitos com a finalidade de satisfação do interesse público,
sob o regime de direito público*.
*Regra. Excepcionalmente Art. 173, P. 1º, II CF.
II- Características
Segundo a doutrina clássica, são as mesmas do poder de polícia.
Presunção de veracidade/legalidade: Art. 19, II CF. A presunção é relativa.
Autoexecutoriedade
Coercibilidade
III- Classificação
Os atos administrativos se classificam da seguinte forma:
a) Discricionários*: liberdade de ação administrativa, dentro dos limites
permitidos em lei.
*mesmo os atos discricionários devem guardar pertinência aos limites da
legislação.
b) Vinculados: ausência de liberdade administrativa. Obrigatoriedade de agir
estritamente como manda a lei. Exemplo: permissão para dirigir, algumas
modalidades de licitação.
c) Simples: uma só manifestação de vontade de resultado imediato. Exemplo:
portaria de nomeação, portaria de exoneração, concessão de férias, licença de
pesca, multa.
d) Compostos: mais de uma manifestação de vontade, sendo uma delas, de
autoridade superiora, derivadas do mesmo órgão.
e) Complexos: mais de uma manifestação da vontade, realizado por diversas
pessoas da administração, derivadas de órgãos distintos. Exemplo: nomeação
de ministro do STF, licença para construir em área do parque estadual do Rio
Doce.
30/03/23
f) Unitários: são praticados por uma só pessoa, na sua essência.
g) Colegiados: para sua validade, requer participação coletiva de pessoas de
determinado órgão.
h) De gestão: atos da administração pública de (quase) igualdade com o
particular. É aquele em que é possível dialogar com a administração pública.
Possiblidade de discutir cláusulas, dentro da lei.
i) De império: são dotados de maior força coercitiva ou cogente. Não permite ao
particular tomar decisões. Ex.: embargo de obra, cobrança de tributo.
30/03/23
IV- Requisitos de validade
Tem 6 requisitos de validade
Autotutela: possibilidade da adm. Pública revogar seus atos.
Para sair do papel o ato deve ser válido
Sumula 473 STF, adm. Pode anular seus próprios atos ou revogar
Os requisitos de validade dos atos administrativos são:
Competência:
É a distribuição legal de poderes administrativos. Ex.: Constituição (Art. 21,
23, 25 CF) e demais legislações.
Características da competência:
É inderrogável: não se transfere de um para o outro agente. Ex.:
sinistro, perícia
É improrrogável: ninguém perde ou ganha competência, senão em
virtude de lei. Para se preservar o princípio da impessoalidade.
!!! Delegação é quando uma autoridade superior competente
transfere uma ou mais atividades suas para autoridade inferior.
Ex.: atos meramente ordinatórios, cite-se (juiz/oficial de justiça),
carta de ordem, comenda. Avocação é o contrário de delegação,
quando a autoridade superior traz para si, alguma atribuição
própria também da autoridade inferior. Ex.: CNJ avoca do tribunal
da Bahia caso de 450 kg de cocaína
Forma:
Os atos administrativos são formais, em regra escritos. Ex.: sinalização de
trânsito (não escrito). O ato administrativo oral não suplanta o escrito. A
regra é a formalidade (escrito), não a oralidade.
Motivo:
Motivos são circunstâncias, causas, pressupostos que dão origem ao ato
administrativo. Ex.: covid-19, chuva, período aquisitivo de férias. Os
motivos devem guardar coerência com o objeto.
Objeto é o conteúdo do ato administrativo, é exatamente aquilo que
altera no mundo jurídico. Ex.: nomeação, exoneração, portaria de férias.
Finalidade: somente é a satisfação do interesse público, sob pena de
desvio e posterior nulidade.
Motivação(novo/fundamentação)
É o dever de explicar, é a necessidade de expor as consequências práticas
do ato administrativo. Demonstrar a existência dos motivos (art. 20
LINDB). Vale estudar como Princípio da Motivação, assim está em algumas
doutrinas.
TRABALHO
O QUE É O JUSTO? CALMON DE PASSOS
TODAS AS BOAS FACULDADES ESTUDAM ESSE VIDEO
ADVOGADO DO BANCO X DE MANHATAN
20/04/23
Caderno fechado
27/04/23
Licitações
Hamurabi
Pedro II contratou com Barão de Mauá luz elétrica para cidade do Rio (Light até hoje)
Licitação a grosso modo é regime de concorrência pública
Qdo adm pub direta ou indireta vai comprar vender doar contratar serviços obrigatoriamente
se sujeita a regime de licitação
37 cf XXI
Licitação é obrigatória
Conceito de licitação
Segundo Di Pietro, “é o procedimento administrativo pelo qual um ente público, abre
a todos os interessados* a possibilidade de formularem propostas dentre as quais
selecionará a mais conveniente para a celebração do contrato.”
*interessado com capacidade técnica
Palavras chave do conceito de licitação
1- Procedimento: série de atos compostos. É procedimento porque existem casos em
que os estados e os municípios vão legislar questões específicas. Ex.: pregão
eletrônico.
Se fosse processo só a união poderia legislar, art. 21 CF
2- Administrativo
3- Praticado por órgãos governamentais sob regime de direito público
Cuidado: As pessoas jurídicas do art. 41 CC que exploram atividade econômica
sujeitam-se ao estatuto da empresa pública (Lei 13303/2016 - Contratação pública)
4- Convocação de interessados
5- Competição
6- Fornecimento de bens ou serviços ou alienação de bens
Finalidade da licitação
“A finalidade da licitação é garantir a proposta mais vantajosa para a administração e
garantir o desenvolvimento sustentável.”
Competência para legislar licitação
a) A competência para legislar normas gerais de licitação é da União (art. 22, XXVII
CF). O que são normas gerais? 1. Tipos de licitação; 2. Recursos em licitações; 3.
Prazos, critérios e julgamentos. Os estados e municípios não podem legislar.
b) Aos outros entes da federação cabe a competência supletiva desde que
observados os limites da lei geral. Ex. art. 30, II CF.
c) O STF, no recurso extraordinário 423.560 de 2012 do relator Joaquim Barbosa, diz-
se que: a competência supletiva nunca poderá suprimir a ampla concorrência.
04/05/23
Professor Guilherme
ATOS ADMINISTRATIVOS
Ato / Fato
Atos administrativos / Atos da Administração Pública
VINCULAÇÃO VS DISCRICIONARIEDADE
ATRIBUTOS
Presunção de legitimidade
Juris tantum
Veracidade: fatos
Autoexecutoriedade
Exigibilidade
Coerção
Todo ato administrativo
Executoriedade
Nem todo
Sem poder jurídico
Imperatividade
Nem todo
Cogência: Poder extroverso
Tipicidade
Correspondência legal
CLASSIFICAÇÃO
Destinatários
Atos gerais
Atos individuais
Singular
Plúrimo (conj. De órgãos ou pessoas)
Alcance
Interno
Externo
Grau de liberdade
Vinculado
Discricionário: quanto ao motivo e objeto
Formação
Ato simples: uma vontade
Singular
Colegiada
Composto: duas vontades c/ 1 acessória
Complexos: duas vontades iguais
Obs.: Portaria Interminist. (Edu + Faz: Fundeb) – 2009: Port. Educ. – STJ não revoga
MODALIDADES
EXTINÇÃO
Cumprimento
Desaparecimento: do sujeito ou do objeto
Renúncia
Retirada
Cassação: condições impostas
Caducidade: superveniência de norma
Contraposição: 2 atos (opostos)
Anulação: ilegal (pode envolver poder judiciário)
Revogação: mérito administrativo
11/05/23
LICITAÇÕES
I- Há conflito de leis?
Somente aparentemente
A lei 14133/21 já está em vigor. Art. 194.
A lei 14133/21 revogou expressamente a lei 8666/93 a partir de 30 de dezembro
de 2023. Art. 193, com redação de MP 1163/23.
Já que temos duas leis vigentes e portanto, aptas a produzir efeitos, ambas podem
ser aplicadas desde que:
1- O edital explique qual delas;
2- Não haja aplicação cumulativa entre uma e outra.
II- Lei de licitações e contratos públicos de empresas art. 173 CF
Não se enquadram na lei de licitações.
As empresas públicas que exploram atividades econômicas não se enquadram na
lei de licitações pois existe estatuo próprio que é a lei 13303/16. (Art. 1º, p. 1º, lei
14133/21)
III- Lei de licitações e fundos especiais
Os fundos especiais se sujeitam a lei de licitações bem como as entidades
controladas direta o indiretamente pelo poder público.
IV- Aplicação da lei de licitações
Em quais circunstâncias (motivo) incide a lei 14133/21?
18/05/23
25/05/23
4) possível dizer que a lei de licitação nova só entrará em vigor a partir de 30 de dezembro de
2023?
5) existe conflito de aplicabilidade entre a nova lei de licitações e a lei 8666/93? Explique
8) empresas públicas que exploram atividade econômica são obrigadas a licitar sob o rito da lei
de licitações? E os fundos especiais?
1) Sobre a obrigatoriedade de licitar, a legislação diz que há exceção em favor das empresas
públicas, das sociedades de economia mista e suas subsidiárias. Conforme lei 14.133/2021, Art
1º, p 1º estas serão regidas pela Lei 13.303/2016, ressalvado o disposto no Art 178 desta lei
4) A nova lei de licitações entra em vigor na data 1 de abril de 2021 conforme Art 194 da
mesma.
5) Não há que se falar em conflito de aplicabilidade entre as leis 8.666/93 e 14.133/21, pois a
administração poderá optar por licitar ou contratar diretamente de acordo com ambas,
devendo indicar expressamente no edital ou no aviso, ou instrumento de contratação direta
qual delas utilizará, sendo vedada a aplicação combinada entre elas conforme Art 191 da Lei
14.333/21
6) A Constituição Federal na forma do Art 37, XXl contempla os objetivos da licitação quais
sejam assegurar igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos
termos da lei, por qual somente permitirá às exigências de qualificação técnicas e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações
7) Os Estados e municípios não podem editar normas gerais de licitação, pois conforme Art 22,
XXVll/ CF normas gerais de licitações e contratação, em todas as modalidades para as
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da união, Estados, Distrito Federal
e Municípios, compete privativamente à União
9) A licitação pode ser compreendida como o procedimento administrativo formal pelo qual,
sob determinação legal, uma pessoa governamental2
tual voluntária.