Unid 1
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Sempre Dentro do
Triângulo Verde
(máximo 4 linhas)
PSICOLOGIA
Nome do Autor no Triângulo
DO
DESENVOLVIMENTO:
CICLO VITAL
THIAGO PEREZ BERNARDES DE MORAES
Psicologia do
Desenvolvimento: Ciclo
Vital
Apresentação
Ao longo da disciplina Psicologia do Desenvolvimento: Ciclo Vital, vamos mergulhar
no universo do desenvolvimento humano pela ótica da psicologia. Nesse sentido,
em um primeiro momento, estabelece-se um olhar sobre os estudos acerca do
desenvolvimento humano, observando, por exemplo, autores como Vygotsky, Freud,
Piaget, e perspectivas contemporâneas, como a neurociência.
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Unidade
Psicologia
1 – O Estudo
do do
Desenvolvimento
Desenvolvimento: Humano
Ciclo
ao LongoVital
da História
Introdução
Nesta unidade, vamos aferir uma série de nuances acerca dos entendimentos sobre o
desenvolvimento humano, em especial, aqueles que se relacionam com a psicologia
e esse campo de especialização específico.
Objetivos da Aprendizagem
Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de:
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O inatismo e o empirismo enquanto pressupostos
do desenvolvimento
O inatismo foi um dos pressupostos centrais em boa parte da história da ciência, na
qual tal concepção passa a compreender que o crescimento maturacional e físico são
determinantes para os processos relacionados ao desenvolvimento humano. Essa
visão, em seu sentido puro, todavia, no presente, mostra-se desatualizada, afirmam
Piletti, Rossato e Rossato (2014). Para além do olhar em relação às condições
biológicas, há que se considerar que, de forma geral, esses fatores são tanto “causa
como consequência” da interação que se estabelece entre sujeito e ambiente no
decorrer do tempo. Evidentemente que a inclusão de aspectos sociais e culturais
não nega os fatores biológicos, mas, antes disso, amplia o leque de discussão.
Evidentemente que os pais transmitem aos filhos predisposições hereditárias, como
a forma dos córtices cerebrais, onde a modelagem hereditária é explicativa a cada
sujeito (PILETTI; ROSSATO; ROSSATO, 2014).
Cérebro humano
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O empirismo complementa em vez de se opor ao inatismo ao denotar que se, de um
lado, o ciclo da vida se inicia na fertilização da célula-ovo no útero, de outro lado, o
meio ambiente e as experiências vão facilitar ou dificultar os processos de maturação
dentro desse ciclo maior. Nesse sentido, considerando que ao ambiente facilita ou
dificulta o desenvolvimento, podemos dizer que essa variável é determinante ao
desenvolvimento, corroborando assim a logicidade da visão empirista, que tem base
em autores como John Locke, que pontuava que o que iria diferir como dois ou mais
bebês nascidos iguais seriam na vida adulta e em outras partes da vida seriam as
experiências vivenciadas por cada um deles (PILETTI; ROSSATO; ROSSATO, 2014).
Saiba mais
O artigo a seguir traz uma interessante discussão acerca do
inatismo e empirismo. Nele será abordado um interessante debate
filosófico contemplando as teorias apresentadas, tendo como
interlocutores os pensadores David Hume e Gottfried Leibniz.
Para ler o artigo na íntegra clique aqui.
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Freud, um dos precursores da psicologia.
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Campos de especialização da psicologia
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Fases da vida
A psicologia clínica por sua vez lida com transtornos e diferentes questões que
também se dão em todas as faixas do desenvolvimento. Em suma, todos os campos
de especialização da psicologia colaboram diretamente para a constituição da
psicologia do desenvolvimento.
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Atenção
1. É preciso destacar que a Psicologia não representa um único
escopo de ação, seja em pesquisa ou em prática terapêutica, ao
contrário, é um eixo constituído de diferentes abordagens.
Piaget, por sua vez, acabou por provocar em Vygotsky concordância e discordância
especial no que diz respeito à fala egocêntrica da infância. Apesar das divergências,
no geral, Vygotsky tinha grande admiração pelo pensamento de Piaget e seus
axiomas referentes ao raciocínio, a origem social da fala e aos julgamentos morais
de crianças. Nessa esteira, Freud pontuou que o desenvolvimento da personalidade
se dá em estágios na infância, indo, respectivamente nas seguintes etapas: (a) oral;
(b) anal; (c) fálico; (d) latência; e (e) genital (PILETTI; ROSSATO; ROSSATO, 2014).
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Comparação entre o pensamento de Vygotsky, Piaget e Freud sobre desenvolvimento humano
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Saiba mais
O artigo indicado apresenta uma interessante discussão acerca
das teorias de aprendizagem, tendo como pano de fundo o
desenvolvimento do indivíduo, sendo que, nessa discussão,
elencam-se os contrastes entre as teorias de Freud, Piaget e
Vygotsky. Para ler o artigo na íntegra clique aqui.
Atenção
1. Cada vez mais o avanço no conhecimento acerca do
desenvolvimento e suas diferentes etapas tem proporcionado
métodos e práticas terapêuticas mais personalizadas e eficientes
para atender as demandas dos sujeitos, seja em psicologia e em
outros campos relacionados à saúde e ao bem-estar dos sujeitos.
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indivíduo em diferentes níveis, levando a diferenças individuais de comportamento
e de personalidade. Quanto ao fator ambiental, merece destaque a família que é o
primeiro agente de socialização, mediador nessa condição de valores e modelos de
influência, ou seja, faz a mediação entre sociedade e indivíduo, por conta disso tem
papel central na aprendizagem, trazendo consigo modelos de identidade coletiva e
individual (ESCORSIN, 2016).
Família
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• A psicologia do desenvolvimento nos dias de hoje, em contraste com seu
passado recente, tem se centrado no desenvolvimento de uma linha inter-
pretativa que corta de forma transversal o sujeito desde seu nascimento até
a velhice.
• A falta de conhecimento da população geral sobre os axiomas da psicolo-
gia do desenvolvimento leva o senso comum a ter visões distorcidas e até
insalubres em relação às diferentes fases do ciclo de visão. No caso da in-
fância e adolescência, por exemplo, estabelece-se sempre um comparativo
com a vida adulta, sendo ambas as fases estigmatizadas como um período
do “ainda não conseguiu”, enquanto, em outro extremo, a fase da velhice é
encarada como o período “deixou de conseguir”, novamente, estabelecendo
como comparativo a vida adulta, sugerindo haver perdas de desenvolvimento
e atrativos.
• A psicologia do desenvolvimento rompe com visões de senso comum e es-
tigmatizadas, trazendo consigo um arcabouço científico lastreado por axio-
mas acadêmicos que foram constituintes na primeira parte do século XX,
como o behaviorismo.
• A partir da década de 1990, o campo de psicologia do desenvolvimento pas-
sa a ficar mais maduro e plural, abrangendo em seu arcabouço constituinte
diferentes disciplinas associadas e subcampos da Psicologia. Aqui, criaram-
-se focos de preocupação em psicologia do desenvolvimento, estimulando
investigações em diferentes campos, entre eles: (a) capacidades cognitivas
de crianças; (b) desenvolvimento emocional e moral; (c) bases biológicas
dos comportamentos (com foco em genética e neurociência); (d) destaque a
diferentes contextos, tomando como base a ótica sócio-histórico e cultural,
compreendendo a imersão proposta no cenário de desenvolvimento das re-
lações sociais.
• No presente, a psicologia do desenvolvimento, para desnudar todas as dife-
rentes etapas do ciclo da vida, parte de uma base de métodos que envolvem:
(a) estudos longitudinais; (b) pesquisas sistêmicas; (c) análises transcultu-
rais; (d) comparações transgeracionais; e (e) empregos multimetodológicos.
• A psicologia do desenvolvimento parte da ideia de que os humanos são in-
fluenciados por diferentes fatias dimensionais de tempo, entre elas: (a) tem-
po biológico; (b) tempo histórico; (c) tempo social. Cada um desses tipos
se relaciona aos “efeitos da maturação”, envolvendo corte e/ou geração em
determinada época e/ou período.
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• A necessidade de se empreender esforços em psicologia do desenvolvimen-
to para categorizar as idades dos humanos em faixas de desenvolvimento,
tomando como base as construções culturais e o fato de que elas são, ao
mesmo tempo, constitutivas e historicamente determinantes em sua conjun-
tura no que tange às realidades sociais, cortando de forma transversal todo
o universo dos mundos sociais. A idade e a etapa que o indivíduo ocupa no
ciclo da vida são constituintes objetivos de deveres e direitos em uma popu-
lação, o que na prática se converte na posse (ou ausência) de privilégios e
poder.
• Nesse sentido, podemos nos referir, por exemplo: (a) a uma idade de fixação
de maioridade civil; (b) a determinação legal de uma idade de compulsorie-
dade de entrada na escola; (c) o estabelecimento de uma idade mínima para
o ingresso no mercado de trabalho; (d) idade para se aposentar; (e) a idade
que determina a possibilidade de votar de forma facultativa (para adolescen-
tes e idosos) e obrigatória (aos adultos).
• Se considerarmos essas variáveis por si só, ou seja, mercado de trabalho,
escola, política, ou mesmo família, a idade é um fator objetivo, em todos os
cenários, para a organização da vida dos agentes. Nesse sentido, cada grupo
etário traz consigo a imposição de um paradigma em relação aos mundos
sociais, o que por sua vez contribui para o curso das posições dentro de dife-
rentes espaços sociais distintos, havendo aqui consequências econômicas,
sociais e psicológicas.
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Conclusão
O indivíduo é modelado e remodelado desde o momento em que se encontra no útero
de sua mãe até o final da vida. Esse é um processo mediado de forma complexa por
variáveis que são endógenas e exógenas ao sujeito social. O desenvolvimento é um
processo que se dá em etapas, essas que trazem consigo tanto pesos simbólicos
como legais e biológicos, que se sobrepõem até certo ponto. A compreensão do
desenvolvimento do sujeito e das diferentes fases de sua vida traz um arcabouço de
subsídios para lidar com diferentes demandas da nossa sociedade que comumente
passam pela busca de uma sociedade mais justa, ou seja, próxima da ideia de
dignidade da pessoa humana e que compreenda todas as nuances e demandas do
sujeito em suas diferentes fases da vida. Essa é uma compreensão relevante no
âmbito clínico e em todos os demais escopos da nossa sociedade.
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Referências
DELVAL, J. O desenvolvimento psicológico humano. Petrópolis: Vozes, 2013.
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