Conferência de Berlim
Conferência de Berlim
Conferência de Berlim
A Conferência de Berlim, proposta pelo Chanceler alemão Otto von Bismarck (1815-1898), foi
uma reunião entre países para dividir o continente africano.
Estiveram presentes as nações imperialistas do século XIX: Estados Unidos, Rússia, Grã-
Bretanha, Dinamarca, Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Itália, Império Alemão,
Suécia, Noruega, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano.
Note que alguns países participantes não possuíam colônias na África, como o império Alemão,
Império Turco-Otomano e Estados Unidos. No entanto, cada um deles tinha interesse em
obter um pedaço do território africano ou garantir tratados de comércio.
Conferência de Berlim
Oficialmente, a reunião serviria para garantir a livre circulação e comércio na bacia do Congo e
no rio Níger; e o compromisso de lutar pelo fim da escravidão no continente.
Contudo, a ideia era resolver conflitos que estavam surgindo entre alguns países pelas
possessões africanas e dividir amistosamente os territórios conquistados entre as potências
mundiais.
Todos tinham interesse em adquirir a maior parte de territórios, visto que a África é um
continente rico em matérias-primas.
Embora os objetivos tenham sido alcançados, a Conferência de Berlim, gerou diversos atritos
entre os países participantes. Vejamos alguns deles:
Bélgica
O rei Leopoldo II escolheu para si um território isolado e de difícil acesso, no centro do
continente. Sua intenção era possuir uma colônia tal qual seus pares europeus, para inscrever
a Bélgica como uma nação imperialista, como a Inglaterra e a França.
Dessa maneira, o Congo belga fazia fronteira com várias colônias de outras nações e isso
geraria conflitos no futuro.
França x Inglaterra
A França disputava com a Inglaterra a supremacia colonial tanto na África quanto na Ásia. Por
isso, as duas nações esforçavam-se para fincar suas estacas na maior quantidade possível de
território no continente africano.
A Inglaterra contava com sua poderosa esquadra naval, a maior da época, para pressionar e
influenciar os resultados das negociações.
Por sua parte, a França foi negociando tratados com os chefes tribais ao longo do século XIX e
usou este argumento para garantir territórios no continente africano.
Essa técnica era usada por todos as nações que ocuparam a África. Os europeus aliavam-se a
certas tribos e as ajudavam a combater seus inimigos promovendo guerras.
Conferencia de Berlim
Grã-Bretanha: suas colônias atravessavam todo o continente e ocupou terras desde o norte
com o Egito até o sul, com a África do Sul;
França: ocupou basicamente o norte da África, a costa ocidental e ilhas no Oceano Índico,
Portugal: manteve suas colônias como Cabo Verde, são Tomé e Príncipe, Guiné, e as regiões de
Angola e Moçambique;
Espanha: continuou com suas colônias no norte da África e na costa ocidental africana;
Alemanha: conseguiu território na costa Atlântica, atuais Camarões e Namíbia e na costa
Índica, a Tanzânia;
Itália: invadiu a Somália e Eriteia. Tentou se estabelecer na Etiópia, mas foi derrotada;
Por sua vez, a liberdade comercial na bacia do Congo e no rio Níger foi garantida; assim como a
proibição da escravidão e do tráfico de seres humanos
A Conferência de Berlim foi uma vitória diplomática do chanceler Bismarck. Com a reunião, ele
demonstrava que o Império Alemão não podia ser mais ignorado e era tão importante quanto
o Reino Unido e a França.
O conflito foi travado entre dois grandes blocos: Alemanha, Áustria e Itália (formavam a
Tríplice Aliança), e França, Inglaterra e Rússia (formavam a Tríplice Entente).
Como a África era considerada uma extensão desses países europeu, o continente também se
viu envolvido na Grande Guerra Mundial, com os nativos integrando os exércitos nacionais.
Essa nova configuração do continente africano feito pelas potências mundiais, permaneceu até
o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Após esta data eclodiram vários movimentos
de independência em diversos países africanos.