Guia II Capitulo I ADENE DGEG 1690551492
Guia II Capitulo I ADENE DGEG 1690551492
Guia II Capitulo I ADENE DGEG 1690551492
AUTOCONSUMO INDIVIDUAL
Capítulo I – Cuidados antes da aquisição e entrada em
funcionamento da UPAC
(07/2023)
Índice
1. Introdução ....................................................................................................................................... 2
2. Conceitos e componentes de uma UPAC ........................................................................................ 3
2.1. Detalhes importantes para um correto dimensionamento e uma adequada instalação ............... 6
2.1.1. Painéis solares fotovoltaicos ........................................................................................................... 6
2.1.2. Estrutura da instalação .................................................................................................................. 21
2.1.3. Cabo solar ...................................................................................................................................... 22
2.1.4. Inversor ......................................................................................................................................... 24
2.1.4.1. Inversor String ............................................................................................................................... 24
2.1.4.2. Inversor Híbrido............................................................................................................................. 27
2.1.4.3. Micro-Inversor ............................................................................................................................... 30
2.1.4.4. Comparação resumida entre tecnologias ..................................................................................... 33
2.1.5. Baterias para armazenamento de energia elétrica ....................................................................... 36
2.1.6. Contador Totalizador..................................................................................................................... 42
2.1.7. Contador Bidirecional .................................................................................................................... 42
2.1.8. Configurações possíveis de instalações de sistemas fotovoltaicos ............................................... 45
2.2. Como posso avaliar a potência da UPAC a instalar? ..................................................................... 47
2.3. Integração da UPAC com o veículo elétrico .................................................................................. 51
2.4. Outra informação relevante .......................................................................................................... 65
2.4.1. Cuidados a ter antes do pedido de propostas comerciais ............................................................ 65
2.4.2. Avaliação técnico-económica de propostas .................................................................................. 66
2.5. Procedimentos de licenciamento. Registo no portal da DGEG ..................................................... 68
ANEXO I Comprovativo de registo da UPAC na DGEG ............................................................................. 70
«RESP (Rede Elétrica de Serviço Público)»: o conjunto das instalações de serviço público
destinadas ao transporte e à distribuição de eletricidade que integram a RNT (Rede
Nacional de Transporte, gerida pela REN) e a RND (Rede Nacional de Distribuição, gerida
pelo Operador de Rede de Distribuição(ORD));
Outros conceitos
As UPAC são instalações constituídas por diferentes equipamentos que têm por fim a
geração/produção de energia elétrica através de fontes renováveis, sendo neste Guia II
apresentados somente os sistemas solares fotovoltaicos, em atividade de
Autoconsumo Individual (ACI), no entanto, o proprietário da UPAC poderá, caso
pretenda, partilhar o excedente com outras IU. Para o efeito terá de aderir a/ou
constituir um Autoconsumo Coletivo (ACC) ou uma Comunidade de Energia Renovável
(CER). Para a sua constituição deverá consultar o “Guia Legislativo”, elaborado pela
ADENE e DGEG, que sintetiza de forma simplificada a legislação atualmente em vigor.
A instalação da UPAC deve ter como principal objetivo a redução da fatura de energia
elétrica para com o comercializador de energia contratado e não a venda de energia
para com um agregador do mercado.
ACI
A UPAC de tecnologia, solar fotovoltaico, é um sistema que utiliza a radiação solar para
a produção de energia elétrica. Para o seu adequado funcionamento, este sistema é na
sua generalidade constituído por:
1. Painéis solares fotovoltaicos (um ou mais);
2. Cabo solar DC (positivo, negativo);
3. Proteções elétricas DC;
4. Inversor(es) DC/AC;
5. Baterias de acumulação (equipamento opcional);
6. Contador Totalizador (apenas para potências iguais ou superiores a 4 kW);
7. Cabo elétrico AC (MONOFÁSICO – L1, neutro, terra ou TRIFÁSICO – L1, L2, L3, neutro,
terra).
8. Proteções elétricas AC.
Como se pode constatar, são vários os equipamentos que constituem um sistema solar
fotovoltaico, devendo o projetista para o seu dimensionamento analisar o tipo de:
Seleção da tecnologia
Eficiência
+ - ++
Área ocupado por
Watt - + -
Produção de energia
(para a mesma área) + - ++
Comportamento
devido a
sombreamento ou + - +
pouca luz
Tolerância a altas
temperaturas - + -
exteriores
Rendimento a altas
temperaturas - + -
exteriores
Custo
+ - ++
Código de cores:
Verde: característica superior;
Vermelho: característica inferior;
Cinzento: característica igual.
A ligação entre os painéis solares fotovoltaicos é definida pelo projetista, tendo o técnico
instalador de efetuar a instalação de acordo com o definido por aquele.
Na ligação em série, as tensões dos módulos solares fotovoltaicos somam-se à saída do
último módulo solar fotovoltaico, mantendo-se a intensidade de corrente.
Exemplo:
Tecnologia: Monocristalino
Potência: 410 Wp
Tensão (Voc): 41 V
Corrente (Isc): 10 A
Número de módulos: 4
Exemplo:
Tecnologia: Monocristalino
Potência: 410 Wp
Tensão (Voc): 41 V
Corrente (Isc): 10 A
Número de módulos: 4
Potência: 820 Wp
Tensão (Voc): 82 V
Corrente (Isc): 10 A
Ligação entre módulos: Série Potência: 820 Wp
Tensão (Voc): 82 V
Corrente (Isc): 10 A
Ligação entre módulos: série
Orientação solar
De forma a obter o maior rendimento possível da potência instalada dos painéis solares
fotovoltaicos, a componente da orientação solar é fundamental para a produção de
energia, por esta depender da incidência da radiação. A eficiência de um painel, tendo
em consideração a radiação solar absorvida, é atualmente de cerca de 22% (painéis
bifaciais têm um maior rendimento e está em desenvolvimento uma nova geração de
painéis com rendimento superior a 30%).
Deste modo, a instalação dos módulos solares deverá sempre que possível ser alinhada
para uma orientação a “sul” e com uma inclinação ideal que dependa da localização
física da instalação. Este alinhamento deve-se ao facto da maior incidência solar se
encontrar na estação do ano - verão – em que os dias têm mais horas/luz e a radiação
incide com “mais intensidade” (encontrando-se o sol nesta altura do ano com uma maior
amplitude, isto é, “mais alto”).
Para a identificação do melhor ângulo de radiação o projetista pode usar um sistema
designado “tracker” (rastreador solar), permitindo a este avaliar os ângulos solares, no
entanto, é de salientar que a sua instalação não se justifica em pequenas instalações
(até 30 kW).
De uma forma geral pode-se dizer que em Portugal Continental, o ângulo de instalação
dos painéis solares fotovoltaicos deve ser superior a 100 e inferior a 300.
Figura 8 – Geração de energia num painel de 450Wp com diferentes orientações solares (Portugal Continental)
Esta curva depende da correta orientação solar para poder alcançar o rendimento
máximo a que o painel solar fotovoltaico foi dimensionado para transmitir ao sistema
(Potência de Pico, Wp), tendo o instalador de verificar a sua correta orientação durante
a instalação.
Na figura seguinte, apresenta-se esta informação, potência do painel, tendo em
consideração a variação da intensidade de corrente e tensão, de acordo com a radiação
incidente.
Wp
Potência (W)
Corrente (A)
Tensão (V)
Para uma incidência de 200 W/m2, o presente módulo fotovoltaico consegue produzir
uma potência máxima de 60 W, isto é, 6x menos a sua potência máxima que é de 340
W, quando a radiação é de 1000 W/m2. Nesta potência máxima, o módulo estará a gerar
no sistema uma corrente de cerca de 10,8 A, a uma tensão aproximada de 31,5 V.
No entanto, existe uma variável muito importante na variação da tensão e corrente, que
é a temperatura exterior a que as células solares se encontram expostas.
Corrente (A)
Tensão (V)
Figura 10 - Especificações técnicas de um módulo fotovoltaico de potência de 340 W (Temperatura vs. Tensão) de
acordo com a temperatura exterior (0C) para uma radiação de 1000 W/m2 (fonte: Qcells)
Conforme se pode verificar na figura anterior, para uma radiação constante, quanto
maior for a temperatura, menor será a potência que o painel solar fotovoltaico
conseguirá gerar, devido ao valor da tensão ser reduzido.
Na tabela seguinte apresenta-se essa relação para uma radiação de 1000 W/m2.
Radiação Intensidade de
Tensão
1000 W/m2 corrente
Figura 11 - Exemplo de radiação solar com a variação meteorológica e respetivas Horas de Sol Pico (HSP)
(Fonte: Pinho; Galdino (2014))
Anos
Da figura anterior verifica-se que, no primeiro ano não se prevê degradação no painel
fotovoltaico, sendo que, o fabricante garante no mínimo 97% da sua potência, isto é, se
o módulo apresenta uma potência de pico de 500 Wp espera-se uma potência de pico
mínima de 485 Wp, decrescendo ao longo da sua vida útil, prevendo-se ao final de 25
anos uma potência mínima de 80,2% da potência inicial, isto é, 401 Wp.
Tabela 3 – Características elétricas de um módulo solar fotovoltaico de uma especificação técnica de um fabricante
(fonte: Qcells)
Como se pode verificar, para um painel alcançar a potência máxima é necessário reunir
um conjunto de aspetos técnicos e ambientais ao mesmo tempo.
No entanto, se o autoconsumidor verificar que a diferença entre potência instalada e
energia gerada tem uma diferença significativa, deve entrar em contacto com o
instalador (Exemplo: no ano em que foi instalada a UPAC, nunca ter conseguido pelo
menos, 80% da potência de pico, no verão).
Ao longo desta seção, esclarece-se assim a razão pela qual nem sempre a UPAC gera a
energia máxima para a qual foi dimensionada.
Para a instalação dos painéis solares fotovoltaicos é necessária uma estrutura que é
dimensionada pelo projetista. Esta pode ser realizada em diferentes materiais, sendo a
mais comum a estrutura metálica, pelo facto da maioria das instalações ser realizada em
telhados ou coberturas. No entanto, também existe a possibilidade de esta ser realizada
no solo através de maciços de cimento, desde que tenham a inclinação correta, entre
outras estruturas apropriadas e recomendadas pelo fabricante de painéis. Estas
coberturas poderão também ser encontradas sobre a estrutura de carport (cobertura
para veículos).
O cabo solar é um cabo elétrico que permite a interligação para a passagem da energia
gerada no(s) painel(éis) solar(es) fotovoltaico(s) para o inversor. Estes cabos são
específicos para a passagem de corrente continua (DC), existindo no mercado diferentes
tipos e modelos de cabo que permitem essa interligação, devendo o projetista
selecionar o modelo e dimensionar a respetiva secção.
Temperatura mínima ≤ - 30 oC
≥ 200 oC
Temperatura em curto-circuito
(≥ 5 seg.)
Sim
Resistência à água
(aconselhado: AD7)
Resistência a UV Sim
MPPT DC/DC
=
=
RESP
DC/AC
= =
= ~
=
=
Conforme foi apresentado nos pontos anteriores, a curva que representa a relação
“Intensidade de Corrente – Tensão” (I-V) de um painel solar fotovoltaico (Figura 9 –
Especificações técnicas de um módulo fotovoltaico) permite identificar o ponto máximo
de potência (MPP) em condições ideais, mas com interferências externas (exemplo:
sombreamento) estes valores variam significativamente, como se pode verificar na
figura seguinte.
Nº de entradas 1 >1
Código de cores:
Verde: característica superior;
Vermelho: característica inferior;
Cinzento: característica igual.
* O efeito de sombreamento pode ser atenuado com o inversor muti-string. No entanto, estará
sempre dependente do tipo de ligação que o instalador realizar entre os painéis solares fotovoltaicos.
=
=
RESP
DC/AC
= =
= ~
=
=
Inversor Híbrido
(monofásico)
Figura 16 - Sistema solar fotovoltaico com inversor híbrido e baterias
1. Sombreamento
Ao contrário do sistema fotovoltaico com inversor do tipo “string”, que se rege pelo
painel solar fotovoltaico de menor produção, isto é, caso um painel solar fotovoltaico se
encontre a produzir menos energia que todos os outros, é este painel que todo o sistema
tomará como padrão.
De uma forma resumida, analisando as figuras anteriores, na UPAC com inversor híbrido
(Figura 17) a potência máxima do sistema será de 40% para todos os painéis e na UPAC
com micro-inversor (Figura 18), a potência será por painel (100%, 40%, 40%)
conseguindo este obter um maior rendimento do sistema.
2. Localização de instalação
A localização para a instalação do inversor do tipo “String” deve ser validada pelo
proprietário e pelo instalador, tendo em consideração:
− Possíveis barulhos “parasitas” do inversor;
− Distância entre os painéis solares fotovoltaicos e inversor;
− Altura de instalação para acesso fácil, de acordo com as Regras Técnicas de
Instalações Elétricas de Baixa Tensão (RTIEBT);
− Enquadramento “estético”.
−
Conforme se pode verificar na figura anterior, o inversor do tipo “String” obriga a uma
maior área de instalação, devido às dimensões do inversor e respetivo “quadro de
proteções elétricas” a considerar, caso o quadro elétrico geral da IU não tenha espaço
para instalação desses equipamentos (exemplo: fusíveis e disjuntor). Já os “micro-
inversores”, podem ser instalados sob o painel solar fotovoltaico, dispensando a
necessidade de validação da localização da instalação por parte do proprietário.
3. Rendimento do sistema
Em termos de rendimento, tendo em consideração que o micro-inversor pode trabalhar
de uma forma isolada, por painel solar fotovoltaico, a energia que o sistema pode gerar
poderá ser superior a um sistema com inversor do tipo “string” que opera sobre a
totalidade dos módulos solares fotovoltaicos. Por este facto, a produção de energia
neste sistema poderá trazer benefícios. No entanto, se as condições técnicas estiverem
reunidas a instalação de um inversor do tipo “string” pode trazer vantagens em relação
a um “micro-inversor” sendo esta uma decisão do projetista.
String ou
Características Híbrido Micro-inversor
multi-string
N.º de entradas 1 ou >1 1 ou >1 1 ou >1
Tipo de ligação dos Série e/ou Série e/ou Série e/ou
painéis solares paralelo paralelo paralelo
Efeito do sombreamento + + -
Preparado para fornecer
Não Sim Não
energia a baterias
Rendimento do sistema - - +
Área de instalação + ++ -
Distribuição entre fases Trifásico e Trifásico e Trifásico e
da habitação monofásico monofásico monofásico
Identificação de
problemas num painel - - +
solar fotovoltaico
Na falta de energia Deixa de Pode continua a Deixa de
elétrica da RESP funcionar funcionar funcionar
Código de cores:
Verde: característica superior;
Vermelho: característica inferior;
Cinzento: característica igual.
Fica assim retirada uma dúvida frequente nas redes sociais, sobre a possibilidade de
se poder instalar painéis solares fotovoltaicos de diferentes potências, por o sistema
somar as potências dos painéis, o que não é verdade, conforme se descreveu nesta
secção.
Fica assim esclarecida a razão pela qual a UPAC deixa de gerar energia em caso de
falha de energia elétrica.
Ciclos de vida
Quanto maior o número de ciclos de vida de uma bateria, maior será a sua vida útil.
No entanto, apesar de uma bateria poder realizar um elevado número de ciclos, tal
poderá também contribuir para a redução da sua vida útil, por falta de cuidados
necessários a ter em consideração de forma a serem alcançados os valores indicados
pelo fabricante.
Figura 20 - Exemplo de relação entre capacidade e n.º de ciclos de vida de uma bateria de tecnologia Gel, para uma
tensão de flutuação de 13,65 ± 0,01 V e uma temperatura interior de 25 C
Tempo de descarga
Figura 21 - Exemplo de relação entre Tensão vs. Tempo de Descarga de uma bateria de tecnologia Gel, para uma
temperatura interior de 25 C
10 h 10,8 92 87
5h 10,8 85 80
3h 10,8 78 74
1h 9,6 65 62
30 min 9,6 55 51
15 min 9,6 42 38
10 min 9,6 38 34
5 min 9,6 27 24
Deste modo, a capacidade diminui com uma potência de descarga crescente, podendo
ser ainda mais acentuada a uma carga de potência constante, como um inversor.
A tabela anterior tem em consideração uma descarga profunda de 20 h, isto é, uma
corrente de descarga constante de 0,05 C (“C” Capacidade).
Espaçamento
O espaçamento entre baterias é uma prática que tem de ser considerada pelo
instalador, pelo facto de existir a necessidade de dissipação do calor gerado por estas
de uma forma espontânea e “natural”, inibindo-se assim passagens térmicas entre si.
Deste modo, deve considerar-se um espaçamento mínimo entre baterias e paredes de
1 cm.
As baterias não devem ser instaladas por baixo do inversor (exemplo baterias AGM)
pelo facto de operam a temperaturas elevadas o que pode provocar a libertação de
vapores prejudiciais ao inversor.
Utilização em
equipamentos de
consumo reduzido de Sim Sim Sim
arranque
(ex.: iluminação)
Utilização em
equipamentos de
consumo elevado de
arranque Sim Sim Sim
É um equipamento que tem de ser instalado pelo técnico instalador, sendo o seu custo
suportado pelo consumidor/proprietário, ou seja, deverá estar refletido na proposta
a apresentar.
Informa-se ainda que a comunicação com o ORD é realizada através de GSM, tendo de
ser contratado, adicionalmente, um serviço de dados com um operador de
telecomunicações.
Após o registo no portal da DGEG (ver ponto 2.5), será comunicado ao Operador de Rede
(ORD) que existe uma nova UPAC com ou sem injeção na RESP.
Seguidamente, o ORD irá validar se terá de efetuar a alteração do contador de consumo
existente por um contador inteligente (bidirecional).
Venda – 0 kWh
Excedente UPAC – 30 kWh
kW
h
Contador
Consumo – 90 kWh
Unilateral
IU (comercializador) ORD 120 kWh
Consumo cobrado pelo
comercializador
Contador Bidirecional
Venda – 30 kWh
Excedente UPAC – 30 kWh
kW
h
Contador
Consumo – 90 kWh
Unilateral
IU (comercializador) ORD 90 kWh
Consumo cobrado pelo
comercializador
Continuação
Modulo(s)
Cabo solar Proteções
Fotovoltaico(s)
elétricas DC
cor preta – negativo
< 4 kW cor vermelha - positivo
Cabo AC (monofásico)
cor castanha– fase
cor azul – neutro
Contador
cor verde e amarela - terra
bidirecional
AC
(230V)
RESP
Continuação
Inversor
DC/AC
Comercializador
Baterias de de energia
acumulação
IU
Equipamentos de consumo
de energia elétrica
Figura 24 - Exemplo de sistema solar fotovoltaico monofásico para potências instaladas < 4 kW e ligação à RESP
DC - n.d.
Continuação
Modulo(s) Fotovoltaico(s)
Cabo solar Proteções
≥ 4 kW e < 30 kW elétricas DC
cor preta – negativo
cor vermelha - positivo
Cabo AC (monofásico)
cor castanha– fase
cor azul – neutro Contador
cor verde e amarela - terra bidirecional
AC
(230V)
RESP
Continuação
Inversor
DC/AC
Comercializador
Baterias de de energia
acumulação
IU
Contador
totalizador
Equipamentos de consumo
de energia elétrica
Figura 25 - Exemplo de sistema solar fotovoltaico monofásico de potência instalada ≥ 4 kW e < 30 kW e ligação à RESP
400
350
300
250
[kWh]
200
150
100
50
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Sempre que possível o projetista deverá trabalhar com os dados do ORD (exemplo: E-
REDES), que devem ser fornecidos pelo proprietário da habitação, permitindo assim
uma análise dos dados reais e não de dados estimados, que podem induzir a erros
devido a acertos que existam entre faturas estimadas e faturas reais.
0,7
0,6
0,5
kWh
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
10:30
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
19:30
20:00
21:00
22:00
23:00
Figura 27 - Estimativa da desagregação de consumos para um dia de verão
1,600
1,400
1,200
1,000
kWh
0,800
0,600
0,400
0,200
0,000
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
Consumo
Produção
Figura 28 - Relação entre Consumo vs. Produção de um sistema solar fotovoltaico (dia útil de verão) sem consumo
de equipamentos de climatização ou cozinha (exemplo: forno)
Como se pode verificar na figura anterior, para o dia em análise (dia útil de verão), a
produção é superior ao consumo, podendo o proprietário da UPAC vender o excedente
a um agregador do mercado.
No entanto, para determinados dias de inverno o consumo poderá superar a produção,
alterando-se deste modo os perfis de consumo e produção, podendo nesses dias o
autoconsumidor consumir toda a energia produzida da UPAC (sem energia excedente).
De uma forma resumida, não existe um padrão de potência a instalar, devendo esta ser
sempre determinada, caso a caso, pelo projetista.
Contudo, para o leitor que queira saber que potência poderá necessitar, de forma a ter
uma noção da área que terá de disponibilizar para a instalação dos painéis solares
fotovoltaicos, deixamos aqui alguns exemplos na Tabela seguinte.
Salienta-se que esta Tabela só deve ser tomada como uma mera referência, devendo
sempre consultar uma empresa da especialidade para determinar qual a potência a
instalar e a respetiva poupança anual. Os valores apresentados têm em consideração
uma habitação com 2 adultos e 1 criança e utilização constante dos equipamentos ao
longo dos dias do ano, com exceção dos equipamentos de climatização.
Nas instalações em que o consumo é na sua maior parte realizado ao fim-de-semana,
a redução na fatura de energia é menos significativa, existindo, neste caso, um maior
excedente que poderá ser posteriormente vendido.
N.º de Potência
Redução
Equipamentos equipamentos e UPAC Área
(estimada)
Classe Energética (estimado) (m2)
[€/ano]
kW
1 Frigorífico: A+
1 TV: A+
0,45 70 2
N.º de
equipamentos em
standby: Baixo
1 Frigorífico: A+
2 TV: A+
1 Máquina: A+
2 Computadores 1,70 150 8
portáteis
N.º de
equipamentos em
standby: Baixo
1 Frigorífico: A+
2 TV: A+
1 Máquina: A+
2 Ar
Condicionado: A+
1 Micro-ondas: 2,70 350 12
A+
2 Computadores
portáteis
N.º de
equipamentos em
standby: Baixo
As baterias dos veículos Plug-In variam na sua generalidade entre 11 kWh e os 19 kWh,
enquanto nos VE varia entre os 17 kWh e os 100 kWh (ano de referência 2022). No
entanto, tem-se verificado que a evolução tecnológica principalmente nos VE tem sido
tão progressiva nos últimos 3 anos que só com uma atualização de software é possível
na sua maioria otimizar as baterias (melhorando o rendimento).
Seguidamente apresenta-se de uma forma resumida uma comparação entre tecnologias
de baterias de Lítio:
Código de cores:
Verde: característica superior;
Vermelho: característica inferior;
Amarelo: característica intermédia.
USA
China
EU
Figura 24 - Média do crescimento da capacidade de bateria, kWh, para veículos híbridos e VE nos maiores
produtores de baterias (fonte: IDTechEX)
Figura 25 - Exemplo de carregador portátil para veículo Plug-In e VE para uma tomada monofásica
(fonte: Ultimate Speed)
É de referir ainda que estes carregadores portáteis devem ser sempre ligados
diretamente à tomada elétrica, no entanto, se tal não for possível, a extensão elétrica
a usar deverá ter uma seção mínima de 2,5mm e integrar uma proteção de
sobreaquecimento (normalmente estas extensões têm integrado um botão vermelho
de “reset”) evitando-se assim temperaturas excessivas que podem provocar mais uma
vez, incêndios na instalação elétrica.
No entanto nem todas as habitações estão preparadas para receber uma corrente de
32A, obrigando na sua maioria, a investimentos por parte do proprietário no aumento
da potência certificada da habitação bem como alterar a instalação elétrica da
habitação, esta alteração é realizada através de um eletricista credenciado e acreditado
pela DGEG.
Este técnico especializado deverá verificar a potência certificada da instalação (potência
máxima para que a instalação da habitação foi dimensionada) e caso necessário pedir
um aumento da potência certificada e efetuar as devidas correções elétricas para a
instalação da “wallbox” (monofásica ou trifásica).
Para o pedido da potência certificada o técnico terá de contactar o ORD e submeter este
pedido.
De forma resumida, apresenta-se seguidamente as principais diferenças entre a ligação
de uma “wallbox” em “monofásico” e “trifásico” e um carregador portátil para uma
habitação:
Código de cores:
Verde: característica superior;
Vermelho: característica inferior;
Amarelo: característica intermédia.
100% 100%
Características Plug-In
Elétrico Elétrico
Potência da Bateria
11 55 75
(kW)
Carregamento ideal
0% aos 100% 20% a 80% 20% a 80%
%
Distância a percorrer
50 246 336
(Km)
2,3 kW 5,5h 15h 21h
22 kW - 1,6h 2,2h
A tabela apresentada, varia do modelo de cada fabricante, pelo que deve consultar as
especificações de carregamento do seu veículo. No Capítulo II do presente Guia II
abordam-se outros temas do carregamento.
Salienta-se que esta Tabela só deve ser tomada como uma mera referência, devendo
sempre consultar uma empresa da especialidade para determinar qual a potência a
instalar e a respetiva poupança anual tendo em consideração os consumos da
habitação e utilização do veículo. Os valores apresentados têm em consideração uma
habitação com 2 adultos e 2 crianças com utilização constante dos equipamentos ao
longo dos dias do ano, com exceção dos equipamentos de climatização e inclusão de
mobilidade elétrica.
Nas instalações em que o consumo é na sua maior parte realizado ao fim-de-semana,
a redução na fatura de energia é menos significativa, existindo, neste caso, um maior
excedente que poderá ser posteriormente vendido elevando o retorno do
investimento.
Tipo de veículo
Plug-In (11 kW)
Potência Potência Necessidade de
da UPAC Potência de Corrente de Carregamento da UPAC
Tipo de Área Área energia do Excedente de
Tensão (sem carregamento carregamento (0% - 100%) (com
carregador (m2) (m2) comercializador energia
veículo) [kW] [A] (h) veículo)
[kW] [kW] Verão Inverno
Carregador
portátil
220 - 240 1,4 6 6 5,4 24 Não Sim +
Carregador
portátil
221 - 240 2,3 10 5,5 7,0 31 Não Sim ++
Carregador
portátil
222 - 240 3,7 16 4 9,1 41 Não Sim +++
WallBox
(Monofásico)
223 - 240 1,4 6 6 5,4 24 Não Sim ++++
WallBox
(Monofásico)
224 - 240 2,7 12 3,7 16 5,5 7,0 31 Não Sim +++++
WallBox
225 - 240 7,4 32 - - - - - -
(Monofásico)
WallBox
(Trifásico)
380 - 400 10,5 16 3 15,5 69 Não Não ++++++
WallBox
381 - 400 15,8 24 - - - - - -
(Trifásico)
WallBox
382 - 400 22,0 32 - - - - - -
(Trifásico)
Tipo de veículo
100% Elétrico - 75kW
Potência
Potência Necessidade de
da UPAC
Potência de Corrente de Carregamento da UPAC energia do Excedente
Tipo de (sem Área Área
Tensão carregamento carregamento (20% - 80%) (com comercializador de
carregador veículo (m2) (m2)
[kW] [A] (h) veículo) energia
VE)
[kWp] Verão Inverno
[kWp]
Carregador
portátil
220 - 240 1,4 6 35 5,4 24 Sim Sim -
Carregador
portátil
221 - 240 2,3 10 20 7,0 31 Sim Sim -
Carregador
portátil
222 - 240 3,7 16 13 9,1 41 Sim Sim -
WallBox
(Monofásico)
223 - 240 1,4 6 35 5,4 24 Sim Sim -
WallBox
(Monofásico)
224 - 240 2,7 12 3,7 16 20 7,0 31 Sim Sim -
WallBox
(Monofásico)
225 - 240 7,4 32 13 11,9 53 Sim Sim -
WallBox
(Trifásico)
380 - 400 10,5 16 5 17,9 80 Não Sim +
WallBox
(Trifásico)
381 - 400 15,8 24 3 25,1 111 Não Não ++
WallBox
(Trifásico)
382 - 400 22,0 32 2 32,6 145 Não Não +++
N.º de painéis 4 4 5
Como se pode verificar neste exemplo, a proposta mais vantajosa será a que envolve
um investimento superior (Proposta C), já que é aquela que conduz ao menor custo por
potência instalada.