Ae rq11 Rumo Ao Exame10
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º ANO EM RESUMO
DOMÍNIO 1: ELEMENTOS QUÍMICOS E SUA ORGANIZAÇÃO
SUBDOMÍNIO 1: MASSA E TAMANHO DOS ÁTOMOS
1.1. O ÁTOMO
Constituição do átomo
O átomo é considerado a unidade base de toda a matéria. Constituído por uma zona central, o núcleo
com dimensões reduzidas (cerca de 104 vezes menor que o átomo) e pela nuvem eletrónica, onde
se encontram os eletrões em constante movimento.
O átomo é
eletricamente
neutro porque
tem um
número igual
de protões e
de eletrões.
A massa dos eletrões é muito menor do que a massa dos protões e dos neutrões, daí que
praticamente toda a massa do átomo esteja concentrada no núcleo.
Um elemento químico tem um número atómico único, que permite a sua identificação e cada átomo de
um elemento químico pode representar-se simbolicamente por:
Esta representação é igualmente válida para iões, partículas que resultam de um átomo por perda ou
ganho de eletrões, acrescentando-lhe sobrescrito à direita a respetiva carga.
Exemplo: 35 35 −¿
17 Cl C 17l ¿
Elemento químico: Cloro Elemento químico: Cloro
Número atómico: 17 Número atómico: 17
Número de massa: 35 Número de massa: 35
Número de protões: 17 Número de protões: 17
Número de eletrões: 17 Número de eletrões: 18
Número de neutrões: 35 – 17=18 Número de neutrões: 35 – 17=18
Os átomos de um mesmo elemento químico possuem o mesmo número atómico, mas podem
apresentar diferentes valores do número de massa uma vez que, apesar de terem o mesmo número
de protões, podem diferir no número de neutrões, designando-se por isótopos.
1
Os isótopos de um elemento têm as mesmas propriedades químicas, mas propriedades nucleares
distintas.
Exemplo:
O hidrogénio tem três isótopos com números de
massa 1, 2 e 3 (contendo 0, 1 e 2 neutrões,
respetivamente) designados prótio, deutério e
trítio.
1 ≤ a<10
2.º Indicar a potência de base 10 mais próxima de a;
Exemplo: 7 ×10 3 m
As dimensões à escala atómica são tão reduzidas que é usual a utilização de submúltiplos como o
nanómetro, o angström e o picómetro.
nanómetro: 1 nm=1× 10−9 m angström: 1 Å=1× 10
−10
m picómetro: 1 pm=1 ×10−12 m
Hoje em dia, é possível fazer a manipulação de átomos para o desenvolvimento de novas estruturas e
materiais conducentes de uma melhoria da qualidade de vida humana.
A nanotecnologia é a nova área da ciência que se dedica ao estudo da manipulação da matéria
numa escala atómica e molecular, lidando com estruturas e novos materiais entre 1 e 100 nanómetros.
2
Exemplo:
Imagem, à escala nanométrica, obtida com um
microscópio eletrónico de transmissão (MET) que
mostra partículas de titânio.
Escala 40 nm
Notação científica, na unidade do SI:
−8
40 nm=4 , 0 ×10 m
0 −8 −8
Ordem de grandeza=10 ×10 =10 m
• O resultado é mais próximo da massa atómica relativa do isótopo mais abundante, pois tem maior
peso na média do que a do isótopo menos abundante.
• O valor obtido não é um número inteiro, pois resulta de uma média ponderada.
• A massa atómica relativa média de um elemento pode ser consultada na Tabela Periódica e o seu
1
valor indica o número de vezes que a massa desse elemento é, em média, superior a da massa
12
do átomo de carbono-12.
3
1.4. QUANTIDADE EM QUÍMICA
Quantidade de matéria
A dimensão do átomo é tão reduzida que é impensável contar o número de átomos de uma porção de
matéria, por mais pequena que seja.
A constante de Avogadro ( N A ) é uma constante física universal, de valor numérico igual a
23 −1
6,022 140 76× 10 mol .
23 −1
N A ≈ 6 , 02 ×10 mol
A mole (cujo símbolo é mol) é a unidade de quantidade de matéria (n), uma grandeza base do SI.
Uma mole contém exatamente 6,022 140 76× 1023 entidades elementares. Este número é o valor
numérico definido para a constante de Avogadro, N A , quando expressa em mol−1.
A quantidade de matéria (n) mede a quantidade de entidades elementares especificadas presentes
numa dada porção dessa mesma entidade. Uma entidade elementar pode ser um átomo, uma
molécula, um ião, um eletrão, ou qualquer outra partícula ou agrupamento especificado de partículas.
É diretamente proporcional ao número de entidades (N) de uma porção de matéria, sendo a constante
de proporcionalidade o inverso da constante de Avogadro:
Unidades no SI:
Exemplo:
4
Massa molar
A massa molar (M) corresponde à massa existente por mole de entidades. Exprime-se geralmente em
−1
g mol e equivale à razão entre a massa de uma porção de matéria e a quantidade de matéria de
entidades elementares nela presente:
Unidades no SI:
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O espetro eletromagnético representa o conjunto de toda a gama de radiações eletromagnéticas
existentes, seriadas de acordo com as suas energias ou frequências. Partindo das menos energéticas
para as mais energéticas tem-se: ondas rádio, micro-ondas, infravermelhos (IV), visível, ultravioleta
(UV), raios X, e raios γ.
A radiação eletromagnética é constituída por fotões, partículas desprovidas de massa que se movem à
velocidade da luz no vazio, cada um com uma certa quantidade de energia.
A energia de cada fotão (E), cuja unidade no SI A energia de um feixe de luz será um
é o joule (J), é proporcional à frequência da múltiplo da energia de cada fotão.
radiação eletromagnética (f).
Exemplo:
Espetros de emissão e de absorção do hélio:
• Cada elemento químico possui o seu próprio padrão de riscas espetrais, que funciona como uma
espécie de “impressão digital” do elemento.
• Não existindo dois elementos com o mesmo espetro, estes podem ser utilizados para identificar os
respetivos elementos em amostras de composição desconhecida.
• Os espetros de emissão e de absorção de um mesmo elemento químico são complementares –
verifica-se que as riscas brilhantes do primeiro surgem exatamente para os mesmos valores de
energia que as riscas escuras do segundo.
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2.2. INTERPRETAÇÃO DO ESPETRO DO ÁTOMO DE HIDROGÉNIO
Modelo de Bohr e a quantização da energia
O físico dinamarquês Niels Bohr propôs, pela primeira vez, uma interpretação do espetro do átomo de
hidrogénio, usando-o para explicar a estrutura interna dos átomos.
Segundo o modelo de Bohr:
O eletrão só pode ser
encontrado em determinadas
órbitas, ou seja, movimenta-se
em torno do núcleo,
descrevendo órbitas fixas.
A cada uma dessas órbitas está
associado um determinado valor
de energia. Só são permitidos ao
eletrão alguns estados, com
valores de energia bem
definidos. Diz-se, por isso, que a
energia dos eletrões é
quantizada.
Por convenção, um eletrão livre é um eletrão infinitamente
afastado do núcleo, com energia igual a zero. Como
consequência, a energia do eletrão no átomo é negativa, dado
que o eletrão é mais estável quando está sob a ação das forças
do núcleo.
A expressão que permite determinar os valores de energia possíveis para o eletrão do átomo de
Para explicar o surgimento das riscas nos espetros atómicos de absorção ou emissão, Bohr propôs
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que:
• Enquanto o eletrão permanece (em movimento) numa determinada órbita, não absorve nem emite
energia.
• No caso de absorver ou emitir uma quantidade discreta de energia, o eletrão pode passar de uma
órbita para outra. Cada eletrão só pode ter determinados valores de energia, pelo que as transições
eletrónicas só ocorrem por absorção ou emissão de energias quantizadas (o chamado “salto
quântico”).
Em qualquer situação:
Eradiação =¿ Δ E∨¿
Para as transições entre os mesmos níveis de energia, a energia da radiação emitida é igual à energia
da radiação absorvida.
Por exemplo:
Eradiação emitida , n=4 ⟶ n=2=Eradiação emitida , n=2 ⟶ n=4 ¿
¿
8
Séries espetrais do átomo de hidrogénio
Uma série espetral é um conjunto de riscas resultantes das transições do eletrão de diferentes
estados eletrónicos excitados para o mesmo estado final, excitado ou não.
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A espetroscopia de absorção atómica (EAA) é uma técnica de análise química que faz uso da
absorção de radiação por átomos livres no estado gasoso para proceder à determinação qualitativa e
quantitativa de um grande número de elementos químicos (por exemplo, identificação de elementos
químicos nas estrelas ou determinação de quantidades vestigiais em química forense).
Para se conhecer a energia de cada eletrão num átomo recorre-se à técnica de espetroscopia
fotoeletrónica. Esta técnica permite obter, para os diferentes eletrões, os valores das respetivas
energias de remoção – valor mínimo de energia que um qualquer eletrão deve absorver para ser
ejetado a partir do átomo e que é simétrica da energia do eletrão no átomo.
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Observam-se três picos – três subníveis de energia – três valores de energia de remoção:
– A diferença de energia é muito maior do 1.º pico para o 2.º pico do que deste para o 3.º pico
– o que pressupõe a existência de 2 níveis de energia, com o 2.º nível desdobrado em 2
subníveis.
Observa-se que dois picos têm igual altura e o terceiro tem cerca de metade dos anteriores:
– 1.º nível de energia: ocupado com 2 eletrões (maior valor de energia de remoção);
– 2.º nível de energia: 2 eletrões ocupam o subnível de menor energia e 1 eletrão ocupa o
subnível de maior energia (menor valor de energia de remoção).
A análise dos dados obtidos por espetroscopia fotoeletrónica para diferentes elementos químicos
permite concluir que:
o primeiro nível de energia, à exceção do hidrogénio, é sempre ocupado com dois eletrões;
no segundo nível de energia podem existir, no máximo, oito eletrões, distribuídos por dois subníveis,
em que o primeiro pode comportar dois eletrões e o segundo subnível por seis eletrões;
átomos de elementos químicos diferentes apresentam valores diferentes para a energia dos
eletrões no mesmo subnível de energia: a energia de um subnível é tanto menor quanto maior for a
carga nuclear, pois maior é a intensidade da força atrativa exercida pelo núcleo, sendo maior o valor
da energia de remoção eletrónica dos eletrões que ocupam esse subnível;
considerando que um nível, que não se encontre desdobrado em subníveis, contém um único
subnível, então o número de subníveis de energia total ou parcialmente preenchidos num átomo
coincide com o número de energias de remoção eletrónica para esse átomo.
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2.4. MODELO QUÂNTICO DO ÁTOMO
Orbitais e níveis de energia
Apesar de o modelo de Bohr explicar satisfatoriamente o espetro do átomo de hidrogénio, com base
na quantificação da energia eletrónica, não permitia interpretar os dados
obtidos para os outros cerca de noventa elementos químicos que
surgem na Natureza.
O modelo atualmente aceite para o átomo é o modelo quântico.
De acordo com o modelo quântico, a nuvem eletrónica representa a
distribuição da densidade dos eletrões à volta do núcleo atómico,
correspondendo as regiões mais densas a maior probabilidade de aí
encontrar eletrões. Verifica-se que há uma elevada probabilidade de o
eletrão se encontrar perto do núcleo.
A região do espaço atómico onde há maior probabilidade de encontrar um eletrão designa-se orbital.
Na tabela seguinte encontram-se as superfícies tridimensionais que representam as orbitais
atómicas para uma probabilidade de ocorrência de 90%.
Orbitais s Orbitais p Orbitais d
As orbitais d (d xy , d yz , d xz,
As orbitais s, uma por As orbitais p ( p x, p y e p z), três por
d x − y e d z ), cinco por nível de
nível de energia, nível de energia, apresentam dois 2 2 2
Quanto maior for o nível de energia, maior é a distância média do eletrão ao núcleo e, portanto, maior
é a orbital, seja s, p ou d.
O spin eletrónico é uma propriedade quantizada do eletrão, além da sua massa e carga, podendo
assumir dois estados diferentes. Está relacionado com os dois movimentos de rotação eletrónicos
possíveis, um no sentido dos ponteiros do relógio e outro no sentido contrário ao dos ponteiros do
relógio.
12
• O Princípio de Exclusão de Pauli, segundo o qual uma orbital pode acomodar no máximo dois
eletrões, tendo eles necessariamente spins opostos.
Os dois eletrões, com spins opostos, que ocupam uma orbital designam-se eletrões
emparelhados.
Cada eletrão que ocupe sozinho uma orbital designa-se por eletrão desemparelhado.
A orbital com dois eletrões diz-se completamente preenchida, enquanto uma orbital com um só
eletrão diz-se semipreenchida.
Em átomos polieletrónicos todas as orbitais de um mesmo subnível np, ou nd, têm exatamente a
mesma energia e são designadas orbitais degeneradas. Por exemplo, o conjunto das três orbitais p,
em cada nível de energia, que comportam no máximo seis eletrões com um único valor de energia de
remoção, têm igual energia.
• O Princípio de Construção ou de Aufbau, segundo o qual os eletrões se distribuem pelas orbitais
por ordem crescente de energia.
Exemplo:
2 2 6 2 6 2
20 Ca – 1 s 2 s 2 p 3 s 3 p 4 s
• A Regra de Hund – a distribuição mais favorável dos eletrões por orbitais degeneradas é aquela que
conduz à obtenção do número máximo de spins paralelos.
Exemplo:
Distribuição eletrónica mais favorável para o átomo de
carbono.
O carbono possui 4 eletrões de valência – eletrões do
último nível de energia.
A distribuição dos eletrões pelas orbitais atómicas pode ser apresentada de diversas formas:
2 2 6 2
• Usando a notação spd 12 Mg−1 s 2 s 2 p 3 s
12 Mg−[ Ne ] 3 s
2
• Representação abreviada ou concisa
13
SUBDOMÍNIO 3: TABELA PERIÓDICA
3.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA TABELA PERIÓDICA
A Tabela Periódica é um esquema de organização de informação sobre os elementos químicos e as
respetivas substâncias elementares. A sua elaboração teve o contributo de vários cientistas.
14
3.2. ORGANIZAÇÃO DA TABELA PERIÓDICA
Estrutura da Tabela Periódica
Na Tabela Periódica atual, os elementos encontram-se organizados por ordem crescente de número
atómico, ao longo de 7 períodos (linhas) e 18 grupos (colunas).
Os grupos (também chamados famílias) são formados por elementos com propriedades físicas e
químicas semelhantes e alguns deles têm designações próprias.
De acordo com as suas propriedades físicas, os elementos são também divididos por uma linha
quebrada, em metais, não metais e semimetais.
Os elementos podem, ainda, ser classificados de acordo com a sua configuração eletrónica, em:
• Elementos representativos – Grupos 1, 2 e 13 a 18
• Elementos de transição – Grupos 3 a 12
• Elementos de transição interna – distribuem-se por duas séries: a série dos lantanídeos (6.º
período) e a série dos actinídeos (7.º período)
Tabela Periódica e configuração eletrónica dos elementos
A posição dos elementos na Tabela Periódica está relacionada com a sua configuração eletrónica:
• o período coincide com o número do maior nível de energia preenchido ou em preenchimento;
• o grupo, para os elementos representativos é igual ao número de eletrões de valência (exceto nos
grupos 13 a 18, em que se deve somar 10 para obter o grupo).
Exemplo:
15
A Tabela Periódica pode ser dividida em quatro blocos (s, p, d e f), de acordo com o tipo de orbitais
em preenchimento.
16
Raio atómico
O raio atómico é uma das propriedades Ao longo do grupo, o raio atómico aumenta.
periódicas dos elementos químicos. Pode ser
definido como a distância média entre o centro Apesar de haver um aumento da carga nuclear,
do núcleo e os eletrões que se situam na predomina o fator do aumento do número de
camada mais afastada do próprio núcleo. níveis, pelo que os eletrões de valência se
encontram cada vez mais afastados do núcleo.
Ao longo do período, de uma maneira geral,
o raio atómico diminui. À medida que
aumenta o número atómico,
consequentemente, aumenta a carga nuclear,
pelo que aumenta a força atrativa entre o
núcleo e a nuvem eletrónica, ocorrendo a
contração desta, apesar de haver um aumento
do número de eletrões de valência, que se
repelem entre si.
Energia de ionização
A energia de ionização (Ei) é o valor da energia Ao longo do grupo, a 1.ª energia de
mínima necessária para remover um eletrão de um ionização diminui. O efeito do aumento
átomo isolado (estado gasoso e baixa pressão) no do número de níveis de energia
seu estado fundamental. preenchidos prevalece, estando os
eletrões de valência cada vez mais
Quanto maior for o valor da energia de ionização, afastados do núcleo (aumenta o raio
mais difícil é a remoção de um eletrão de um átomo. atómico), e por isso menor será a
−¿¿
energia necessária para remover esses
+¿ ( g ) +e ¿
X ( g ) + Ei ⟶ X eletrões.
Relacionando as duas propriedades, pode concluir-se que, à medida que aumenta o raio atómico
diminui a energia de ionização.
17
Raio iónico
Os átomos metálicos e não metálicos tendem a transformar-se, respetivamente, em iões positivos
(catiões) ou iões negativos (aniões), de forma a adquirirem uma configuração eletrónica estável
semelhante a um gás nobre.
11 Na+¿⟶ 1 s 2 s 2 p ¿
Os catiões apresentam raios menores do que os
raios dos respetivos átomos.
2 2 6 2 5
17 C l ⟶1 s 2 s 2 p 3 s 3 p
Para um átomo se transformar num anião tem de
captar eletrões de valência. Como a carga nuclear
2 2 6 2 6
não varia, mas há um aumento das repulsões entre 17 C l −¿ ⟶1 s 2 s 2 p 3 s 3 p ¿
os eletrões (porque são mais), há expansão da
nuvem eletrónica. Pode assim concluir-se que:
Os aniões apresentam raios maiores do que os
raios dos respetivos átomos.
Quando um elemento ganha (ou perde) eletrões e se transforma num ião negativo (ou positivo),
adquire, muitas vezes, uma configuração eletrónica semelhante a outro elemento e/ou ião e por isso
são chamadas partículas isoeletrónicas.
Quando se comparam partículas isoeletrónicas, quanto maior for a carga nuclear menor será o raio da
partícula.
Exemplo:
+ ¿¿
−¿ ¿ +¿¿ 2 2 6 2 6
17 C l e 19 K 1s 2s 2 p 3s 3 p
18
Grupo 1 – Metais alcalinos Grupo 17 – Halogénios
A reatividade dos metais alcalinos aumenta São elementos muito reativos que
à medida que se desce ao longo do grupo apresentam energias de ionização
pois, como o valor da 1.ª energia de elevadas.
ionização diminui, a remoção do eletrão de A reatividade dos halogénios diminui no
valência torna-se mais fácil. sentido da sequência flúor, cloro, bromo,
iodo, o que tem a ver com a facilidade
com que captam um eletrão. Como a
Grupo 2 – Metais alcalinoterrosos captura do eletrão é tanto mais fácil
Os metais alcalinoterrosos têm um quanto mais perto do núcleo ele se situar
comportamento químico semelhante ao (maior atração), a reatividade é maior
dos metais alcalinos, embora sejam um para os primeiros elementos do grupo.
pouco menos reativos.
A reatividade dos metais alcalinoterrosos
aumenta à medida que se desce ao longo Grupo 18 – Gases nobres
do grupo (sequência berílio, magnésio, Não têm tendência para se combinarem
cálcio) devido, também, à diminuição da com outros elementos nem para se
1.ª energia de ionização e à facilidade na combinarem entre si, pelo que as suas
remoção dos eletrões de valência. substâncias elementares são
monoatómicas.
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Uma ligação química resulta da união de átomos, por interações que decorrem da cedência,
captação ou partilha de eletrões e que lhes permite adquirir maior estabilidade em consequência,
muitas das vezes, de um octeto de eletrões completo. Essa estabilidade resulta da menor energia
adquirida pelo conjunto de átomos ligados comparativamente com a energia desses átomos
separados.
Ligação iónica Ligação metálica Ligação covalente
Ligação que resulta de uma rede de Ligação que decorre da
Ligação que decorre da iões metálicos positivos imersos num partilha de eletrões entre
atração eletrostática entre “mar” de eletrões de valência átomos de elementos de
catiões e aniões deslocalizados, partilhados por todos os não metais e/ou
resultantes da cedência e átomos. semimetais.
captação de eletrões entre
átomos de metais e não
metais, respetivamente.
Só os eletrões do último nível de energia é que participam nas ligações químicas dado que os
eletrões internos de um átomo são mais fortemente atraídos pelo seu núcleo atómico.
A forma conveniente e útil de representar os eletrões de valência que são utilizados na ligação é
através da Notação de Lewis, em que o símbolo do elemento é rodeado por pontos, um por cada
eletrão de valência, sendo os quatro primeiros colocados em cada um dos quatro lados do símbolo,
enquanto os restantes são também distribuídos pelos quatro lados na condição de cada um dos lados
acomodar até dois pontos.
20
1.2. LIGAÇÃO COVALENTE
A ligação covalente resulta de um equilíbrio entre as interações eletrostáticas atrativas existentes entre
os núcleos e os eletrões e as interações eletrostáticas repulsivas existentes entre núcleos e entre
eletrões.
O diagrama seguinte mostra como varia a energia potencial de dois átomos de hidrogénio, em função
da distância entre eles, verificando-se que:
Na posição 1 os átomos estão muito distantes um do outro, ainda não há interação entre eles,
considerando-se que a energia total do sistema é zero.
Na posição 2 com a aproximação dos átomos, as interações tornam-se significativas, predominando
as atrações entre os eletrões e as cargas positivas de ambos os núcleos. As nuvens eletrónicas
começam a sobrepor-se levando a uma diminuição da energia da molécula.
O ponto mínimo da curva, na posição 3, é a distância internuclear para a qual a molécula é mais
estável, havendo um equilíbrio entre as interações atrativas e repulsivas. Considera-se que está
estabelecida a ligação covalente, sendo mínima a energia da molécula nesse ponto.
Para distâncias ainda menores, posição 4, os núcleos aproximam-se o suficiente para que a repulsão
entre as suas cargas positivas se torne significativa levando ao aumento da energia da molécula.
A curtas distâncias há, assim, um predomínio das interações repulsivas que leva ao afastamento dos
átomos novamente para a posição de equilíbrio.
Estruturas de Lewis
A estrutura de Lewis representa, de acordo com a IUPAC, uma estrutura molecular em que os
eletrões de valência partilhados são representados por pontos (ou um traço) colocados entre os
símbolos dos átomos ligados.
21
Exemplo:
Estrutura de Lewis da molécula de diflúor:
O número de pares de eletrões partilhados entre dois átomos (número de traços entre os símbolos dos
átomos ligados) é igual à multiplicidade da ligação covalente e à ordem de ligação.
N.º de eletrões
ligantes:
EL=EGN −EV =4−2=2 EL=EGN −EL=16−12=4 EL=EGN −EL=16−10=6
N.º de eletrões não
ligantes:
ENL=EV −EL=2−2=0 ENL=EV −EL=12−4=8 ENL=EV −EL=10−6=4
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Comprimento de ligação e energia de ligação
O comprimento de ligação é a distância média entre os centros atómicos envolvidos numa ligação
química, na posição de maior estabilidade.
O comprimento de ligação entre dois átomos diminui à medida que aumenta a ordem de ligação.
De uma maneira geral, o comprimento da ligação aumenta à medida que aumenta o raio dos átomos
envolvidos.
A energia de ligação varia inversamente com o comprimento de ligação pois, quanto mais afastados
estiverem os átomos, menor será a energia requerida para romper a ligação.
Em moléculas diatómicas com ligações entre átomos do mesmo elemento, quanto maior a ordem de
ligação, mais forte é a ligação e, consequentemente, maior a energia de ligação e menor o
comprimento de ligação.
Ligação
Ordem Força Energia Comprimento
↑ ↑ ↑ ↓
23
1.3. GEOMETRIA E POLARIDADE DAS MOLÉCULAS
Geometria molecular
As propriedades físicas e químicas de uma molécula dependem fortemente do arranjo tridimensional
dos seus átomos, ou seja, da sua geometria molecular.
Segundo o Modelo de Repulsão dos Pares Eletrónicos da Camada de Valência (VSEPR): os
átomos dispõem-se em torno do átomo central de forma a minimizar as repulsões eletrostáticas entre
os pares de eletrões ligantes e não ligantes que se encontram em redor do átomo central.
Regras para aplicar o modelo VSEPR
1.º Representar a estrutura de Lewis da molécula.
2.º Contar o número de pares eletrónicos em torno do átomo central (nesta contagem deve
atender-se ao número de ligações existentes, independentemente da sua ordem de ligação, e ao
número de pares de eletrões não ligantes).
3.º Selecionar o arranjo espacial dos pares eletrónicos que garante o máximo afastamento entre
eles.
4.º Identificar a geometria molecular considerando apenas o número de átomos unidos ao átomo
central.
O ângulo de ligação é o menor ângulo formado pelos dois segmentos de reta que passam pelo
centro do núcleo do átomo central e pelos centros dos núcleos de dois átomos a ele ligados.
Apesar de as moléculas de amoníaco, metano e água possuírem todas um arranjo tetraédrico:
• O ângulo das ligações no amoníaco (107,3º) é menor do que no metano (109,5º), porque o par de
eletrões não ligantes repele os três pares de eletrões ligantes, aproximando as ligações N−H.
• O ângulo da ligação ainda é menor na molécula de água (104,5º) porque, em vez de um, há dois
pares de eletrões não ligantes que, por efeito da sua mútua repulsão, vão exercer uma maior
repulsão sobre os pares de eletrões ligantes, aproximando ainda mais as ligações O−H.
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N.º pares eletrónicos em Arranjo espacial dos Geometria
Exemplo
torno do átomo central pares eletrónicos molecular
3 pares ligantes
Tri-hidreto de boro, B H 3
3 ligantes
4 pares
1 não ligante
Na molécula de amoníaco, N H 3, em torno do
átomo central existem quatro pares de eletrões
(três ligantes e um não ligante) sendo que a
geometria que minimiza as repulsões desses
pares é a piramidal trigonal (os átomos de
hidrogénio localizam-se nos vértices da base
triangular da pirâmide e o átomo de nitrogénio no
vértice do topo da pirâmide).
2 ligantes
4 pares
2 não ligantes
Na molécula de água, H 2 O, em torno do átomo
central existem quatro pares de eletrões (dois
ligantes e dois não ligantes) sendo que a
geometria que minimiza as repulsões desses
pares é a angular.
25
baixa densidade eletrónica, respetivamente.
Ligação covalente apolar – ligação covalente em que os eletrões ligantes são igualmente partilhados
pelos átomos unidos, a densidade eletrónica está simetricamente distribuída.
Exemplo:
A ligação covalente numa , como o H 2, formada por dois átomos do
mesmo elemento, é apolar.
Ligação covalente polar – ligação covalente em que um dos átomos atrai mais para si os eletrões
ligantes, o que conduz a uma densidade eletrónica diferente em torno dos átomos envolvidos na
ligação.
Exemplo:
A ligação covalente numa molécula diatómica heteronuclear, como o HF,
formada por dois átomos de elementos diferentes, é polar.
Em moléculas poliatómicas:
• com geometrias linear, triangular plana e tetraédrica, que não possuem pares de eletrões não
ligantes no átomo central, se possuírem os átomos das extremidades todos iguais são apolares
apesar de possuírem ligações polares, porque essas geometrias proporcionam uma distribuição
simétrica da carga elétrica em relação ao centro da molécula.
• com geometrias piramidal trigonal e angular, com pares de eletrões não ligantes no átomo central,
são polares porque essas geometrias conduzem a uma assimetria na distribuição da carga elétrica.
26
27
1.4. ESTRUTURAS DE MOLÉCULAS ORGÂNICAS E BIOLÓGICAS
Hidrocarbonetos são compostos formados exclusivamente por carbono e hidrogénio.
Quando o hidrocarboneto é formado exclusivamente por ligações simples entre os carbonos designa-
se hidrocarboneto saturado. É o caso da molécula de etano. No caso de possuir uma ou mais ligações
múltiplas, como o eteno e o etino, tratar-se-á de um hidrocarboneto insaturado.
Como na molécula de etino existem três pares de eletrões ligantes entre os átomos de carbono, as
forças atrativas são mais intensas, aproximando mais os núcleos dos átomos unidos. Assim, a ligação
C ≡ C na molécula de etino tem um comprimento menor e, por conseguinte, uma energia de ligação
maior do que a ligação C=C na molécula de eteno e que a ligação C−C na molécula de etano.
Molécul −1
a
Ligação C – C Comprimento de ligação / pm Energia de ligação /kJ mo l
Nomenclatura de alcanos
O nome de um alcano é constituído por um sufixo -ano, que identifica o hidrocarboneto como sendo
um alcano, e um prefixo que identifica o número de átomos de carbono da cadeia acíclica.
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Fórmula estrutural
Número de carbonos Fórmula molecular Nome
condensada
1 C H4 Metano C H4
2 C2 H6 Etano C H3 C H3
3 C3 H8 Propano C H3 C H2 C H3
4 C 4 H 10 Butano C H 3 ( C H 2 )2 C H 3
5 C 5 H 12 Pentano C H 3 ( C H 2 )3 C H 3
6 C 6 H 14 Hexano C H 3 (C H 2)4C H 3
Nomenclatura de alcanos de cadeia linear.
Nos alcanos de cadeia ramificada, os substituintes mais simples são os grupos substituintes alquilo
– cadeias laterais derivadas dos alcanos com menos um hidrogénio no local da ligação à cadeia
principal e que substituem um átomo de hidrogénio ligado ao hidreto parental.
Os nomes dos grupos substituintes alquilo obtêm-se substituindo o sufixo -ano por -ilo, embora o -o
final seja sempre suprimido no nome de um alcano ramificado.
Os átomos de hidrogénio dos alcanos podem também ser substituídos por átomos de halogénios. Os
nomes dos halogenetos de alquilo, também designados haloalcanos, seguem as mesmas regras que
os alcanos, considerando-se o halogénio um substituinte.
Exemplo:
Nomeação de um alcano:
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Nomeação de um haloalcano:
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Classe Grupo característico
Exemplo
funcional (funcional)
grupo hidroxilo
Álcoois
derivam do N H 3 (amoníaco)
Aminas
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Ligação de hidrogénio
A ligação de hidrogénio é a mais intensa das interações
intermoleculares; resulta de uma partilha pouco significativa de eletrões
de um par não ligante de um átomo (como o flúor, oxigénio ou
nitrogénio) de uma molécula com um átomo de hidrogénio, de outra
molécula, ligado covalentemente a um elemento com muita tendência
para atrair eletrões (como F, O ou N). Estabelece-se nas moléculas de
água, de amoníaco, ou de fluoreto de hidrogénio ou nos compostos
orgânicos com um grupo amino, um grupo hidroxilo ou um grupo
carboxilo.
Ligações de van der Waals
As moléculas que não reúnem condições para estabelecer ligações de hidrogénio interatuam por
ligações de van der Waals:
LIGAÇÃO DIPOLO-DIPOLO:
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A intensidade das forças intermoleculares aumenta da forma seguinte:
Exemplo:
As ligações de hidrogénio e o número de ligações que as moléculas de água podem estabelecer,
explicam o elevado ponto de ebulição da água, comparativamente com outras substâncias
moleculares, nomeada mente o H 2 S .
De uma maneira geral, para que duas substâncias moleculares sejam miscíveis é necessário que
as intensidades das ligações intermoleculares na mistura sejam próximas das intensidades das
ligações intermoleculares em cada uma das substâncias isoladamente:
Exemplo:
A água e o álcool comum (etanol) são moléculas polares que se misturam em qualquer
proporção. A explicação está no facto de as interações entre as moléculas de água e álcool serem,
predominantemente, ligações de hidrogénio e terem uma intensidade comparável às ligações de
hidrogénio em cada uma das substâncias isoladamente;
A água (polar) e o óleo vegetal (apolar) não se misturam. Neste caso, as atrações intermoleculares
entre as moléculas de água, principalmente ligações de hidrogénio, são mais fortes que as ligações
de van der Waals que se podem estabelecer entre as moléculas de água e as moléculas que
constituem o óleo vegetal.
Para as mesmas condições de pressão e temperatura, o volume (V) ocupado por uma amostra gasosa
é diretamente proporcional à quantidade de matéria (n) presente, em que k é a constante de
proporcionalidade.
V
=k ⇔V =kn
n
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Volume molar
Designa-se volume molar (V m) de uma substância, o
volume ocupado por uma mole dessa substância, em
determinadas condições de pressão e de temperatura.
O volume molar de qualquer substância no estado gasoso,
em condições PTN (T =273 , 15 K e P=101,325 kPa), é:
3 −1
V m gases (PTN )=22 , 4 dm mol 1
Tendo em conta a Lei de Avogadro e sabendo que o volume ocupado por uma mole de um gás é igual
ao volume molar, obtém-se:
Unidades:
Densidade de um gás
A densidade ( ρ ), que muitas vezes já foi designada massa volúmica, define-se como o quociente
entre a massa e o volume de uma substância a uma dada pressão e temperatura.
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Unidades:
Fração molar
A fração molar ( x ) de qualquer componente de uma mistura é igual ao quociente entre a quantidade
de matéria desse componente e a quantidade de matéria total de todos os componentes presentes na
mistura. Esta razão será sempre uma grandeza adimensional.
nA
x A= Sendo x A + x B + x C +…=1 pois ntotal =n A + nB +n C +.. .
n total
A fração molar de um componente numa mistura gasosa também pode ser determinada pela fração
volúmica desse componente (1) e ainda a partir do número de entidades dos constituintes da mistura
(2).
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A atmosfera é, maioritariamente, constituída por dinitrogénio
(≈ 78 %) e dioxigénio (≈ 21 %), mas também contém, em
muito menor percentagem e em quantidades variáveis,
outros gases, como o dióxido de carbono, o árgon e o
vapor de água. A crescente atividade humana na indústria,
na agricultura ou na pecuária, tem vindo a originar alterações
na composição da atmosfera e variações significativas
na concentração de muitos dos seus constituintes vestigiais.
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Os gases libertados em quantidades excessivas para a atmosfera provocam uma contaminação
prolongada do ar, vulgarmente designada por poluição atmosférica.
Dependendo da sua origem, os poluentes atmosféricos podem ser classificados como:
Principais Fontes de Poluição
Poluente atmosférico Naturais (quando provêm Antropogénicas (quando resultam da
de fenómenos naturais) atividade humana)
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Existem várias formas de exprimir a composição quantitativa do(s) soluto(s) numa solução:
Designação Definição Unidade mais usual
Concentração msoluto
em massa
c m= gd m
−3
V solução
n soluto −3
Concentração c= mol d m
V solução
mA
Fração mássica ω A= adimensional
mtotal
mA
Fração volúmica ϕ A= adimensional
mtotal
n final =ninicial
n
Como c= ⇔ n=cV , então:
V
V inicial
c final V final=c inicial V inicial ⇔ c final=cinicial
Ao quociente entre o volume de solução diluída obtida ( V f ) e Vofinal volume de solução concentrada
utilizada (V i ) chama-se fator de diluição, que indica o número de vezes que a concentração final é
menor que a concentração inicial.
Vf ci
f= ou f =
Vi cf
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SUBDOMÍNIO 3: TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
A rutura das ligações químicas nos reagentes A formação das ligações químicas dos
envolve absorção de energia e o aumento da produtos implica libertação de energia e
energia potencial interna – é um processo diminuição da energia potencial interna – é um
endoenergético. processo exoenergético.
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ΔH =Σ Energia(entalpia )ligação reagentes – Σ Energia(entalpia )ligação produtos
ΔH =Σ Dreagentes – Σ D produtos
As equações químicas podem apresentar a variação de entalpia da reação em causa sendo, nesse
caso, designadas equações termoquímicas.
• A entalpia dos reagentes é inferior à entalpia dos • A entalpia dos reagentes é superior à entalpia dos
produtos. produtos.
• Quando H final > H inicial , então ΔH >0 (variação • Quando H final < H inicial , então ΔH <0 (variação de
de entalpia positiva), o que significa que é entalpia negativa), o que significa que a reação foi
necessário fornecer energia ao sistema reacional acompanhada pela libertação de energia.
para que a reação ocorra.
Em sistemas abertos e fechados como há trocas de energia com o exterior, a energia libertada ou
absorvida pelo sistema tende, respetivamente, a dissipar-se na vizinhança ou a ser recuperada da
vizinhança conduzindo, em ambos os casos, a uma temperatura equivalente à temperatura exterior.
Exemplo:
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Equação termoquímica da reação de combustão do di-hidrogénio:
2 H 2 (g)+O2 (g)⟶ 2 H 2 O ( l ) ΔH =−571 , 6 kJ
Neste caso como a variação de entalpia é apresentada em kJ, representa a entalpia da reação de
acordo com a proporção apresentada na equação química, o que significa que há a libertação de
571,6 kJ de energia quando 2 moles de H 2 (g) reagem com 1 mole de O 2 (g) para formar 2 moles
de H 2 O(l).
Como a equação química indica o consumo de 2 moles de H 2 (g), a variação de entalpia pode
também ser expressa por ΔH =– 285 , 8 kJ mo l−1, a que corresponde a equação termoquímica:
1 −1
H 2 ( g )+ O 2 ( g ) ⟶ H 2 O ( l ) ΔH =−285 , 8 kJ mol
2
Neste caso, – 285 ,8 kJ mol−1 significa que a combustão de H 2 ( g ) liberta 285,8 kJ de energia por cada
mole de H 2 ( g ) e 0,5 moles de O 2 ( g ) consumidas e por cada mole de H 2 O ( l ) formada.
FOTOIONIZACÃO FOTODISSOCIAÇÃO
Reação química desencadeada pela absorção de Reação química desencadeada pela absorção de
um fotão capaz de provocar a ejeção de um eletrão, um fotão capaz de provocar a quebra homolítica de
ou seja, de ionizar a substância – forma-se um ião. uma ligação entre os átomos que constituem a
substância – formam-se radicais.
∙ ∙
∙+¿+ 1e
−¿ ¿
¿ AB Luz A + B
M Luz M →
→
Um radical é um átomo, uma molécula ou um ião que apresenta, pelo menos, um eletrão
desemparelhado, ou seja, tem pelo menos um eletrão isolado numa orbital. É normalmente, uma
espécie química extremamente reativa, tendo o eletrão desemparelhado grande tendência a ligar-se a
outro eletrão de spin oposto, mesmo que esteja localizado numa outra espécie química.
Os radicais apresentam as fórmulas ou símbolos químicos com um ponto que representa o eletrão
desemparelhado.
∙ ∙ ∙ ∙
H 2 O⟶ OH + H Br 2 ⟶ Br + Br
A grande reatividade dos radicais livres explica a sua participação em muitas reações no interior das
células ou nos tecidos do organismo, que originam processos metabólicos celulares prejudiciais, como
por exemplo, o envelhecimento celular, os diabetes, certas doenças neurológicas degenerativas (como
a doença de Alzheimer), o cancro e a cegueira.
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Estabilidade de espécies químicas na atmosfera
A atmosfera terrestre é composta por quatro camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera e
termosfera.
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A termosfera, a camada mais externa da atmosfera, é atingida por todo o espetro de radiação solar
que chega à Terra. Existindo radiações muito energéticas nesta camada, a interação da radiação com
a matéria desencadeia reações de fotoionização e fotodissociação das moléculas de dinitrogénio,
N 2, e dioxigénio, O 2.
Fotoionização: Fotodissociação:
−¿¿
∙+¿+1 e ¿ ∙ ∙
N 2 Luz N 2 N 2 Luz N + N ΔH =964 kJ mol
−1
→ →
−1
ΔH =1505 kJ mol ∙ ∙
O 2 Luz O +O ΔH =500 kJ mol
−1
→
Na estratosfera existe outra molécula constituída pelo elemento oxigénio que apresenta um papel
relevante no controlo da radiação que atinge a superfície da Terra. Trata-se da molécula de ozono ( O 3)
que, sujeita à radiação, sofre fotodissociação.
Fotodissociação:
∙
O3 UV O +O2 ΔH =387 kJ mol
−1
→
EM CONCLUSÃO:
• a interação da radiação com a matéria, na atmosfera, desencadeia processos endoenergéticos;
• a energia requerida para a ionização das moléculas de N 2 e O 2 é consideravelmente superior à que
é necessária para as dissociar;
• quanto maior for a energia de dissociação de uma molécula diatómica mais forte é a ligação da
molécula:
– a ligação da molécula de N 2 é bastante mais forte do que a ligação da molécula de O 2;
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mesosfera), impossibilitando a sua passagem para a superfície terrestre.
De acordo com esse mecanismo, o radical cloro reagiria com uma molécula de ozono para formar um
radical monóxido de cloro e dioxigénio.
• •
C l (g)+O3 (g) ⟶C lO (g)+O2 (g)
Num último passo, o monóxido de cloro reagiria com um radical oxigénio para se estabilizar, formando-
se de novo o dioxigénio e o cloro radical, que fica livre novamente para reagir com outra molécula de
ozono.
• • •
C l O (g)+O (g)⟶ C l (g)+O2 (g)
Trata-se de um ciclo em que o radical cloro viabiliza a decomposição do ozono, contribuindo para a
sua drástica diminuição, sem ser consumido. Dessa forma, os gases destruidores do ozono
permanecem ativos durante décadas na estratosfera.
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