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FISIOPATOLOGIA DA PELE
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Além disso, esse tecido tem outras funções, como proteção, absorção de
moléculas e íons em órgãos como rins e intestino, e serve ainda para perceber
estímulos gustativos e olfatórios.
A secreção também é importante nesse tecido, pois este possui glândulas
que são estruturas especializadas na secreção de alguns tipos de substâncias.
O tecido epitelial pode surgir a partir dos três folhetos embrionários
(endoderme, mesoderme e ectoderme). A ectoderme origina o tecido epitelial que
reveste externamente o corpo; a mesoderme origina o epitélio que reveste os
vasos sanguíneos, chamado de endotélio e também o epitélio de revestimento de
membranas que envolvem órgãos; já a endoderme origina o epitélio do tubo
digestivo e as glândulas relacionadas a ele.
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Entre as células epiteliais e o tecido conjuntivo existe a lâmina basal, com
espessura entre 40 a 120nm e visível somente em microscópio eletrônico. Tem
como componentes principais colágeno tipo IV, laminina, entactina e
proteoglicanos. Dessa maneira, prendem-se ao tecido conjuntivo através das
fibrilas de colágeno tipo VII. Essas lâminas basais não são exclusivas de tecido
epitelial, pois existem também em outros tecidos. Por exemplo, ao redor das
células de Schuwann no sistema nervoso periférico e células musculares.
As funções da lâmina basal são aderir às células epiteliais ao tecido
conjuntivo, filtrar moléculas, regular diferenciação celular por se ligarem a fatores
de crescimento, influenciar a proliferação e a polaridade das células, servir de
suporte para migração e organizar proteínas nas membranas.
A lâmina basal influencia a diferenciação e a proliferação celular no tecido
epitelial. Quando as células perdem o contato com a lâmina basal, elas morrem
por um processo chamado de apoptose ou morte programada. A lâmina basal
serve ainda de suporte para a migração durante o desenvolvimento embrionário
e a regeneração dos epitélios.
Associada à porção inferior da lâmina basal, existe uma camada de fibras
reticulares, que possui como principal proteína estrutural o colágeno do tipo III.
Essa camada de fibras reticulares é chamada de lâmina reticular, que é secretada
pelo tecido conjuntivo. A lâmina basal e a lâmina reticular compõem a membrana
basal do tecido epitelial. A membrana basal é visível ao microscópio óptico
(microscópio de luz). Para entender melhor, a seguir temos uma figura
representando o epitélio, lâmina própria e membrana basal (Figura1).
Fonte: Sciencepics/Shutterstock
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As lâminas basal e reticular se mantêm unidas pela proteína de adesão
fibronectina, pelo colágeno do tipo VII, e pelas microfibrilas, formadas pela
glicoproteína fibrilina. Essas substâncias também são secretadas pelas células do
tecido conjuntivo. Dessa maneira, a membrana basal está ligada à matriz
extracelular do tecido conjuntivo pelas fibrilas de ancoragem e adesão.
As superfícies apical, lateral e basal de muitas células epiteliais são
modificadas para o melhor desempenho da sua função.
Os epitélios possuem especializações de membrana em abundância.
Essas estruturas também são encontradas na maioria dos tecidos, mas o tecido
epitelial, por ter como característica uma adesão intensa e coesão entre as
células, faz com que haja várias estruturas na sua membrana. A pele, por
exemplo, é sujeita a fortes trações e, dessa maneira, possui estruturas de adesão
que possibilitam que não se rompa.
As especializações de membrana no tecido epitelial podem ser na
superfície lateral, basal e apical. Na superfície lateral temos as interdigitações,
junções de oclusão, junções aderentes, desmossomos e junções comunicantes.
Já na superfície apical temos as microvilosidades e cílios. E na superfície basal
há os hemidesmossomos (Figura 2).
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As interdigitações estão presentes na epiderme e no fígado e têm como
função aderir e ampliar a superfície de contato entre duas células. São
invaginações da membrana plasmática lateral que se encaixam na célula vizinha,
garantindo uma maior adesão e coesão celular.
Junções oclusivas estão próximas da superfície apical da célula e se
formam pela interação das membranas laterais das células adjacentes. Vedam o
espaço intracelular da passagem de substâncias entre as células vizinhas e estão
presentes nas células intestinais, tubos renais e canais excretores. São formadas
pela ligação de proteínas transmembranas de adesão, por exemplo, as ocludinas
e claudinas.
As junções aderentes fazem a ligação entre as células, fazendo com que a
camada epitelial fique mais resistente a trações e pressões. São formadas por
proteínas caderinas que estão ancoradas a filamentos de actina formando a trama
terminal no ápice das células. As caderinas são glicoproteínas dependentes de
cálcio e, na falta desse íon, perdem a capacidade de adesão.
Os desmossomos são constituídos por duas placas densas situadas na
porção citoplasmática adjacente à membrana celular de células vizinhas. As
placas são constituídas pelas proteínas desmoplaquina, placoglobina, placofilina
e estão ligadas entre si por proteínas transmembranosas (desmogleínas) no
espaço intercelular. Na porção citoplasmática, cada placa está ligada por
filamentos intermediários do citoesqueleto (queratina). Tem como função formar
regiões pontuais de adesão entre as células, conferindo resistência à tração.
Podem ser encontrados além do epitélio, nas células musculares cardíacas.
As junções comunicantes são formadas por seis monômeros proteicos de
conexinas ligados entre si, formando um poro na região central chamado de
conexon. Esses conexons permitem a passagem de íons e moléculas pequenas
e têm a capacidade de abrir e fechar quando estimulados. Cada célula possui um
conexon alinhado à célula vizinha, formando um canal que facilita a passagem de
moléculas entre elas. São estruturas importantes na contração muscular e nas
células do intestino.
Em relação às especializações de membrana apical, temos as
microvilosidades, que são evaginações da membrana com a finalidade de
aumentar a superfície de absorção. Dessa maneira, estão presentes nas células
do epitélio de revestimento do intestino delgado e do túbulo contorcido proximal
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do rim. Elas são formadas por filamentos de actina que entrelaçam na trama
terminal, a qual possui miosina responsável pela produção do movimento. Os
feixes de actina são mantidos por fibrina e vilina. As células com microvilosidades
possuem grandes quantidades de glicocálice, devido à grande produção de
dissacaridases e dipeptidases. O glicocálice tem como função ajudar a proteger a
superfície celular de lesões mecânicas e químicas. E também pode atuar como um
filtro gerando um microambiente especial na superfície da célula.
Os cílios também são especializações apicais e têm como principal função
movimentar o muco através do seu batimento. Estão presentes nos epitélios do
aparelho respiratório conduzindo o muco, poeira e micro-organismos para fora do
corpo e na tuba uterina, conduzindo o muco e o zigoto para o útero. Possuem na
sua estrutura nove pares de microtúbulos periféricos e um par central. Para
relembrar, os microtúbulos são estruturas cilíndricas e ocas formadas por
proteínas chamada tubulinas. Estão inseridos nos corpúsculos basais dos ápices
celulares, logo abaixo da membrana. Para que os cílios se movimentem
rapidamente, precisam de energia da molécula de ATP (adenosina trifosfato).
Na parte basal da célula tem uma especialização de membrana chamada
de hemidesmossomo que tem como função proporcionar resistência aos tecidos,
fixando a célula à matriz extracelular. Promovem a ligação de filamentos
intermediários do citoesqueleto aos componentes que estão presentes na lâmina
basal. Essa estrutura é formada por um disco citoplasmático na qual se inserem
os filamentos intermediários e uma porção constituída por proteínas
transmembranas de adesão conhecidas como integrinas, que se ligam aos
componentes da lâmina basal. Estão presentes nos epitélios da pele, cavidade
oral, esôfago, vagina e córnea.
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3.1 Epitélio de revestimento
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Geralmente têm função de proteção. São divididos em pavimentoso, cúbico,
prismático ou de transição.
O epitélio pavimentoso estratificado se distribui em muitas camadas, e o
formato das células vai depender da localização delas. As células basais ficam
próximas ao tecido conjuntivo e têm formato cúbico ou prismático. Essas células
migram para a superfície e modificam a sua forma. Quanto mais na superfície,
mais alongadas e achatadas ficam. Essa migração para a superfície faz com que
as células basais se afastem dos nutrientes do tecido conjuntivo e, dessa maneira,
descamem, sendo substituídas pelas células novas que iniciam a migração. Esse
epitélio é encontrado nas cavidades úmidas como cavidade oral, esôfago, vagina,
canal anal, que estão sujeitas a atrito e força mecânica. Também conhecido como
epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado.
O epitélio pavimentoso estratificado queratinizado está presente em
superfícies secas (pele) e possui células da camada superficial que perdem suas
organelas e têm o citoplasma substituído por uma proteína fibrosa, a queratina,
levando a célula à morte e formando uma camada não celular. Essa queratina
impede a desidratação e dá proteção à superfície da pele. As células mortas
acabam sendo descamadas da superfície.
O epitélio cúbico estratificado possui células cúbicas ou cilíndricas
dispostas em duas ou três camadas. Está presente em glândulas salivares e
sudoríparas.
O epitélio de transição está presente na bexiga, ureter e início da uretra. As
células são especializadas para que possam sofrer distensões e relaxamentos.
Quando o epitélio está distendido, as células se apresentam de uma forma,
parecendo 2 a 3 camadas, e quando o epitélio está relaxado, parece ter quatro a
cinco camadas.
A seguir, temos a Tabela 1, que contém todas as informações mais
importantes de cada tipo de epitélio.
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Tabela 1 – Características gerais dos epitélios de revestimento simples e
estratificados
Forma e
Número de
Epitélio aspecto Função Localização
camadas
celular
Pavimentoso simples Pulmão, capilar
Células Passagem de
Única camada sanguíneo e
achatadas substâncias
vísceras
Cúbico simples Ovário,
pâncreas e
Absorção e
Única camada Células cúbica ductos
secreção
excretores de
glândulas
Cilíndrico simples Células altas e Digestão e Intestino e
Única camada
prismáticas absorção vesícula biliar
Cilíndrico Proteção,
pseudoestratificado remoção e Traqueia e
Única camada Células altas
ciliado eliminação de brônquios
impurezas
Pavimentoso Proteção
Cavidade oral,
estratificado (não Várias Células mecânica e
esôfago, vagina
queratinizado) camadas achatadas contra perde de
e canal anal
água
Pavimentoso Células Proteção e
Várias
estratificado achatadas ou impede a Pele
camadas
queratinizado cuboides desidratação
Cúbico estratificado Várias Células cúbicas Transporte ativo Glândula salivar
camadas ou cilindricas de íons e sudorípara
Transição Várias Células com
Proteção Bexiga e ureter
camadas forma variável
Os epitélios glandulares são formados por células que têm como função
secretar, sintetizar, armazenar e eliminar substâncias como proteínas, lipídeos e
complexos conjugados de carboidratos e proteínas.
As glândulas são formadas a partir do epitélio de revestimento. As células
desse epitélio proliferam e acabam invadindo o tecido conjuntivo. Podem ser
classificadas como exócrinas e endócrinas.
As glândulas exócrinas são aquelas que possuem um canal ou ducto,
mantendo a união com o epitélio de origem. As secreções nessa glândula ocorrem
através desse ducto tubular, que faz com que sejam eliminadas na superfície do
corpo ou em uma cavidade. Esse tipo de glândula possui duas partes: a porção
secretora, responsável pela síntese e secreção de substâncias, e a parte dos
ductos glandulares, que é a região que elimina a secreção.
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As glândulas exócrinas podem ser divididas em simples, quando têm
apenas um ducto secretório, e glândula composta, quando possui ductos
ramificados.
Além dessa classificação, ainda podemos dividir as glândulas exócrinas
quanto à organização celular da parte secretora. Dependendo da forma, as
glândulas simples podem ser tubulares (quando apresentam um formato de tubo),
tubulares enoveladas e tubulares ramificadas ou acinosas. As compostas podem
ser divididas em tubulares, acinosas ou tubuloacinosas.
A localização de cada uma das glândulas depende do tecido que
pertencem. A glândula tubular simples está presente no intestino grosso,
possuindo uma luz tubular única que despeja a secreção no interior do órgão. A
glândula tubular simples ramificada está no estômago e possui várias porções
tubulares secretoras que chegam em um único tubo não ramificado. A glândula
acinosa simples aparece como bolsas nas superfícies epiteliais, por exemplo, da
uretra peniana. A glândula acinosa simples ramificada possuí muitos ácinos
secretores que desembocam em um único canal excretor (um exemplo seria a
glândula sebácea). A glândula tubular composta apresenta ductos ramificados e
um exemplo é a glândula de Brunner do duodeno. A glândula acinosa composta
possui unidades com forma de ácinos e secretam para um sistema de ductos
ramificados (os exemplos são as glândulas do pâncreas). As glândulas túbulo-
acinosa compostas possuem unidades secretoras com componentes tubulares
ramificados e componentes acinosos ramificados (um exemplo é a glândula
salivar submandibular).
Quanto à eliminação da secreção pela glândula exócrina, podemos
classificá-la em merócrina (pâncreas), quando a secreção é eliminada sem perda
do citoplasma como uma exocitose; apócrina (mamária) quando a secreção
contém o produto mais pedaços do citoplasma das células secretoras; e holócrina
(sebáceas), quando a secreção eliminada é constituída pelas próprias células
secretoras, levando a célula a morte.
As glândulas exócrinas possuem células que secretam alguns tipos de
secreções diferentes, como secreção serosa, mucosa ou seromucosa. As células
serosas secretam fluído aquoso rico em enzimas e, dessa maneira, possuem
grande quantidade de retículo endoplasmático rugoso. As mucosas secretam
fluído rico em glicoproteínas. E, por último, as seromucosas são conhecidas como
mistas, pois possuem tanto células serosas quanto mucosas.
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A seguir, um quadro representativo de todas as características,
classificações e exemplos das glândulas exócrinas (Tabela 2).
Glândula intestinal e
Simples
1- Ramificação da porção sudorípara
secretora Glândula sebácea e
Ramificada
submandibular
Glândula de
Tubular reta
Lieberkühn do intestino
Apócrina (secreção +
Glândula mamária
citoplasma)
Merócrina (sem perda de Glândula salivar
4- Liberação da secreção citoplasma) submandibular e do pâncreas
Holócrina (morte da célula e
libração junto com a Glândula sebácea
secreção)
Serosa Glândula salivar parótida
Glândula de Brünner
5- Tipo de secreção Mucosa
(duodeno)
Glândula salivar
seromucosa
submandibular
As glândulas endócrinas, por sua vez, são cordões com células secretoras
envolvidas por uma rede de vasos sanguíneos. A taxa de secreção dessas
glândulas é modulada por hormônios. Não possuem ductos, por isso suas
secreções são lançadas na corrente sanguínea e seguem pela circulação até
encontrar o alvo específico. As partes secretoras de algumas glândulas
endócrinas são determinadas por células contráteis que estão presentes entre as
células secretoras e a membrana basal. Possuem formato estrelado com núcleo
centralizado e citoplasma com prolongamentos que envolvem a porção secretora
da glândula. A contração dessas células é parecida com a contração das células
musculares. Quando se contraem, comprimem as partes secretoras e eliminam o
produto de secreção. Na glândula tireoide é encontrado um tecido um pouco
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diferente, em que as células epiteliais se dispõem em folículos esféricos que
armazenam moléculas que formarão os hormônios.
As glândulas endócrinas são classificadas como cordonal e folicular ou
vesicular. As cordonais se organizam em fileiras ou cordões anastomosados e
separados por vasos sanguíneos. E são a maioria das glândulas endócrinas.
Adrenal, paratireoide, lobo anterior da hipófise, ilhotas de Langerhans. As
foliculares possuem as células organizadas em folículos com uma única camada
de célula. Esses folículos são preenchidos com o material secretado. O exemplo
desse tipo de glândula é a tireoide.
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As células do tecido epitelial possuem uma alta capacidade de renovação
por atividade mitótica, pois esse tecido é muito dinâmico. A divisão mitótica é um
processo constante nas células epiteliais, pois estas possuem vida curta e
precisam ser constantemente renovadas. A velocidade de renovação desse tecido
varia de epitélio para epitélio. As que se renovam mais rapidamente são as células
do epitélio intestinal, que são totalmente substituídas a cada semana. As de
renovação lenta são as células do pâncreas e fígado, que levam mais de mês para
serem substituídas.
Assim como em outros tecidos, os epitélios podem sofrer uma alteração
reversível na qual um tipo de célula adulta é substituído por outro tipo celular,
processo este denominado de metaplasia, que é uma substituição celular
patológica. No caso de fumantes crônicos, por exemplo, o epitélio
pseudoestratificado ciliado da traqueia pode se modificar em pavimentoso pela
ação das toxinas e componentes irritativos presentes na composição do cigarro.
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da pinocitose é a interiorização de moléculas em vesículas para o citoplasma da
célula.
As células serosas têm formato piramidal, com núcleos arredondados. O
fato de essa célula possuir na região basal basofilia faz com que possua grande
quantidade de retículo plasmático rugoso nesse local, seguido de Complexo de
Golgi bem desenvolvido na região acima do núcleo e vesículas secretoras. O
produto de secreção das vesículas sai da célula por exocitose, processo esse bem
controlado por proteínas motoras e do citoesqueleto. Essas células aparecem no
pâncreas e nas glândulas salivares.
Um exemplo de células secretoras de muco é a célula caliciforme do
intestino, que possui muitos grânulos com glicoproteínas hidrofílicas. Esses
grânulos preenchem a parte apical da célula, e o núcleo fica na região basal
juntamente com o retículo endoplasmático rugoso e o complexo de Golgi. Essas
organelas estão em abundância nessas células, pois sintetizam grande
quantidade de proteína que se juntará com os monossacarídeos, por meio da ação
das enzimas glicosiltransferases e, quando liberadas da célula pela secreção, se
tornarão hidratadas, formando o muco viscoso, elástico e lubrificante. Também
temos células produtoras de muco no pulmão, esôfago, estômago, glândulas
salivares e trato genital.
As células mioepiteliais estão em várias glândulas exócrinas, como
lacrimais, salivares, mamárias e sudoríparas. Essas células estão ao redor das
unidades secretoras e se organizam de forma longitudinal. Localizam-se entre a
lâmina basal e a região basal da célula secretora ou do ducto, conectadas pelos
desmossomos e junções comunicantes. No citoplasma das células mioepiteliais,
há inúmeros filamentos de actina e miosina e filamentos intermediários
(queratina). Elas se contraem ao redor da porção secretora da glândula auxiliando
a saída de secreção para a região exterior.
Células secretoras de esteroides estão presentes nos testículos,
suprarrenais e ovários. São acidófilas e arredondadas com núcleo central.
Possuem muito retículo endoplasmático liso com enzimas para sintetizar
colesterol. A secreção é de esteroides com atividade hormonal.
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REFERÊNCIAS
_____. Molecular biology of the cell. 4. ed. New York: Garland Science, 2002.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 12. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
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