Teoria Geral Dos Recursos
Teoria Geral Dos Recursos
Teoria Geral Dos Recursos
Além dos recursos, existem meios autônomos de impugnação das decisões judiciais,
como, por exemplo, a ação rescisória, que não é um recurso, mas se presta a impugnar
sentenças e acórdãos transitados em julgado, quando ocorrente qualquer das hipóteses
previstas no art. 966 do Código de Processo Civil.
O poder de recorrer somente existe para quem tem interesse na modificação da decisão,
modificação que não pode ser para pior - reformatio in pejus. Assim, é requisito
indispensável de qualquer recurso que o recorrente tenha sucumbido, isto é, que não
tenha sido atendido em sua pretensão, no todo ou em parte. Somente aqueles atos que
ostentam conteúdo decisório é que são passíveis de recurso, pois somente estes podem
gerar a sucumbência.
Duplo grau de jurisdição: este princípio permite que a parte vencida ou prejudicada possa
ter uma nova apreciação da questão que foi decidida. É princípio constitucional, pertinente
ao direito processual. Este princípio só existe, pois a justiça brasileira conta com órgãos de
primeira e segunda instância.
Taxatividade: todos os recursos para que possam existir devem estar expressos em lei.
Nenhuma parte pode se valer de recursos “implícitos”, ou que não estejam literalmente
previstos em lei.
Adequação: o recurso manejado pela parte deve ser o recurso indicado pelo ordenamento
jurídico.
Fungibilidade: na hipótese de um erro escusável sobre qual o recurso cabível, como por
exemplo, errar o título do recurso, mas este esteja materialmente correto, e tempestivo,
com relação ao recurso correto, o julgador pode receber o recurso inadequado como se
fosse o certo.
PRESSUPOSTOS RECURSAIS
1º Juízo de Admissibilidade (juízo a quo): realizado pela autoridade que proferiu a decisão
recorrida.
2º Juízo de Admissibilidade (juízo ad quem): realizado pelo órgão que julgará o recurso.
CLASSIFICAÇÕES RECURSAIS
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias,
devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua
apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de
omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos
extrínsecos do recurso.
AGRAVO DE PETIÇÃO
Conforme cita o art.897, “a” da CLT: “Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: a) de petição,
das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções;
Interpõe-se agravo de petição, em regra, contra decisões definitivas ou terminativas que
são prolatadas em processo de execução no âmbito laboral, não hipótese de decisões que
julgam embargos à execução ou de terceiros, no caso de cessação total ou parcial da
execução.
De acordo com o §3º do art.897 da Consolidação das Leis Trabalhistas: “Na hipótese da
alínea a deste artigo, o agravo será julgado pelo próprio tribunal, presidido pela autoridade
recorrida, salvo se se tratar de decisão de Juiz do Trabalho de 1ª Instância ou de Juiz de
Direito, quando o julgamento competirá a uma das Turmas do Tribunal Regional a que
estiver subordinado o prolator da sentença, observado o disposto no art. 679. Neste caso,
o requisito específico da admissibilidade do agravo de petição é a limitação.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Segundo explana o art.897, “b” da CLT: “Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: [...] b) de
instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos”.
O prazo para interpor e contrarrazoar um agravo de instrumento são de 08 (oito) dias.
Entretanto, poderá o agravante ajuizar uma ação cautelar perante o órgão que seja apto
para julgar o recurso, com objetivo de obter o efeito suspensivo, interrompendo assim a
execução.
AGRAVO REGIMENTAL
Como o próprio nome já faz alusão, encontra-se previsão do Agravo Regimental no
Regimento Interno dos Tribunais, mencionando-se sucintamente sobre o mesmo no §1º do
art.709 da CLT.
O prazo para a interposição do agravo regimental é fixado pelos próprios tribunais
trabalhistas, de maneira independente. Entretanto, os TRT’s têm adotado o prazo de 05
(cinco) dias para este recurso. No caso do agravante ser o Ministério Público ou uma
Pessoa Jurídica de Direito Público, o prazo de interposição é contado em dobro.
EMBARGOS
Conforme expressa o art.894 da CLT, com a nova redação dada pela Lei nº.11.496/2007:
“No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: I - de
decisão não unânime de julgamento que. concilia, julga ou homologa conciliação em
dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do
Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho,
nos casos previstos em lei.
RECURSO ADESIVO
Na CLT, não é previsto Recurso Adesivo, cada parte interporá o recurso,
independentemente, no prazo e observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos
autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte. O recurso
adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas disposições seguintes: I -
será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal, no prazo
de que a parte dispõe para responder; II - será admissível na apelação, nos embargos
infringentes, no recurso extraordinário e no recurso especial; III - não será conhecido, se
houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado inadmissível ou deserto.
Parágrafo único. Ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso
independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal
superior.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
RECURSO DE REVISTA
Segundo estabelece o art.896, caput, CLT: “Cabe Recurso de Revista para Turma do
Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em
dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Agravo de instrumento no processo de trabalho é uma espécie de recurso, com base legal
no artigo 897, alínea “b” da CLT, assim sendo, depende dos requisitos de admissibilidade e
preparo, além de possuir o prazo de 8 (oito) dias para sua interposição.
Porém, acerca do deposito recursal, devemos nos atentar para uma importante
observação: No que tange ao agravo de instrumento trabalhista, interposto em decorrência
de denegação de seguimento a Recurso Extraordinário para o Supremo Tribunal Federal,
não há que se falar em depósito recursal, pois para tal recurso aplica-se o Código de
Processo Civil e não a CLT.
RECURSO DE REVISTA
Está previsto no artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o qual apresenta
um rol taxativo para o seu cabimento.
O agravo regimental: Pode-se afirma que o agravo regimental caberá quando não houver
um meio de impugnação específica previsto na legislação, cabendo ao
regimento interno no tribunal fazer a precisão supletiva. Geralmente o recurso
é previsto em face de decisões do Presidente do Tribunal, quando da análise de medidas
urgentes, assim como na hipótese de indeferimento de petições inicial de ações de
competência originária, tais como mandados de segurança, dissídios coletivos, ações
rescisórias, etc.
O agravo interno: está previsto nos artigos 557, §1º do CPC e 896, §5º da CLT, sendo
interposto das decisões do Relator, que conforme dispositivos acima referidos, ao receber
um recurso, pode: Inadmiti-lo por ausência de pressupostos recursais, tais como preparo,
tempestividade, regularidade formal, dentre outros. Negar provimento ao apelo, quando a
decisão recorrida estiver fundada em Súmula ou jurisprudência dominante dos tribunais
superiores; Dar provimento ao recurso quando a decisão recorrida estiver em confronto
com Súmula ou jurisprudência dominante dos tribunais superiores.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
O devido processo legal porque os embargos de declaração estão inseridos no rol dos
recursos, tanto pela CLT como no CPC. Desta forma, se há algum vício na decisão, o
Judiciário deve saná-lo, cumprindo a previsão do sistema recursal.
A inafastabilidade da tutela jurisdicional se dá devido os embargos de declaração, além de
sanar omissão, contradição e obscuridade, pode conferir efeito modificativo ao julgado,
para que a prestação jurisdicional seja aperfeiçoada e completa.
Outra alteração do CPC de 2015 foi a porcentagem da multa por litigância de má-fé por
embargos protelatórios (art. 1.026), que antes era de 1% sobre o valor da causa atualizado
e agora passou para 2%. E, ainda, estabelece que não sejam admitidos novos embargos
de declaração se os dois anteriores houverem sido considerados protelatórios.
Enfim, essas são as principais alterações trazidas pelo CPC de 2015 aos embargos de
declaração na justiça do trabalho.